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Quando as crianças brincam de Fernando pessoa Português 12º ano António Magro nº1 12ºA 2020/2021 O autor Fernando Pessoa nasceu em Lisboa a 13 de junho de 1888 e faleceu em Lisboa a 30 de novembro de 1935. Fernando António Nogueira Pessoa exerceu diversas profissões como poeta, filósofo, tradutor, entre muitas outras. Fernando Pessoa foi um dos mais importantes poetas da língua portuguesa e figura central do Modernismo português. Quando as crianças brincam Quando as crianças brincam E eu as oiço brincar, Qualquer coisa em minha alma Começa a se alegrar. E toda aquela infância Que não tive me vem, Numa onda de alegria Que não foi de ninguém. Se quem fui é enigma, E quem serei visão, Quem sou ao menos sinta Isto no coração. Tema do poema O tema central do poema é a nostalgia da infância. O poema Quando as crianças brincam é um poema tardio de Fernando Pessoa Ortónimo. O tema da infância é um tema reconfortante, mas doloroso para Pessoa. Fernando Pessoa viveu uma infância feliz até aos 6 anos mas, é com a morte do seu pai que quebra de modo definitivo e irreversível a sua felicidade. Por isso, a sua infância é agridoce: se, por um lado, houve uma altura de verdadeira felicidade, por outro lado, a barreira dos 6 anos marca o princípio de uma tristeza que sempre o acompanhará. Estrutura interna No que diz respeito à estrutura interna, o poema pode ser dividido em duas partes: a primeira, constituída pelas duas primeiras estrofes e a segunda, pela última. Na primeira parte, o sujeito poético exprime a alegria que lhe despertam as crianças (“Qualquer coisa em minha alma / Começa a se alegrar” e “Numa onda de alegria” – vv. 3-4 e 7) e a saudade de uma infância de brincadeiras (“E toda aquela infância / […] me vem” – vv. 5 e 6), apesar de nunca ter, de facto, vivido essa alegria quando era criança (“E toda aquela infância / Que não tive me vem, / […] / Que não foi de ninguém.” – vv. 5-6 e 8). Estrutura interna Na segunda, o «eu» lírico começa por considerar o seu passado um enigma (“Se quem fui é enigma” – v. 9), sugerindo, de seguida, que o futuro é imprevisível (“E quem serei visão” – v. 10), reclamando de si mesmo o dever de se alegrar com a evocação de um tempo feliz, sempre associado à ideia de infância (“Quem sou ao menos sinta /: Isto no meu coração.” – vv. 11-12). Estrutura externa O poema é constituído por três estrofes, neste caso por três quadras. Os versos são hexassilábicos. Figuras de estilo: metáfora e sinestesia, simultaneamente, no verso 7 “onda de alegria”. O esquema rimático é abcb/defe/ghih. Esquema rimático Quando as crianças brincam a E eu as oiço brincar, b Qualquer coisa em minha alma c Começa a se alegrar. b E toda aquela infância d Que não tive me vem, e Numa onda de alegria f Que não foi de ninguém. e Se quem fui é enigma, g E quem serei visão, h Quem sou ao menos sinta i Isto no coração. h Verso solto Rima cruzada Rima cruzada Rima cruzada
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