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Engª Produção UFPB - Sistema dutoviário

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB 
CENTRO DE TECNOLOGIA – CT 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO – DEP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRISCILA SANTOS DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
O MODAL DUTOVIÁRIO NA DISTRIBUIÇÃO DE GÁS NATURAL NO 
ESTADO DA PARAÍBA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO PESSOA, 2010 
 
PRISCILA SANTOS DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
O MODAL DUTOVIÁRIO NA DISTRIBUIÇÃO DE GÁS NATURAL NO 
ESTADO DA PARAÍBA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido 
e apresentado no âmbito do Curso de 
Graduação em Engenharia de Produção 
Mecânica da Universidade Federal da Paraíba 
como requisito para obtenção do título de 
Graduado em Engenharia de Produção 
Mecânica. 
 
 
Orientador: Profª. Drª. Aurelia Altemira Acuña Idrogo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO PESSOA, 2010 
 
 S586m Silva, Priscila Santos da. 
 O Modal dutoviário na distribuição de gás natural no Estado da 
Paraíba/ Priscila Santos da Silva - João Pessoa, 2010. 
 
 61 f. il: 
 
 Orientador: Prof. Drª. Aurelia Altermira Acuña Idrogo 
 
 Monografia (Graduação em Engenharia de Produção Mecânica) 
Curso de Graduação em Engenhariade Produção Mecânica da 
Universidade Federal da Paraíba. 
 
 1. Gás natural 2. Distribuição 3. Modal de transporte 
I.Título. 
 
 
BS/CT/UFPB CDU:658.5:553.981 
 
PRISCILA SANTOS DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
O MODAL DUTOVIÁRIO NA DISTRIBUIÇÃO DE GÁS NATURAL NO 
ESTADO DA PARAÍBA 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido 
e apresentado no âmbito do Curso de 
Graduação em Engenharia de Produção 
Mecânica da Universidade Federal da Paraíba 
como requisito para obtenção do título de 
Graduado em Engenharia de Produção 
Mecânica. 
 
 
 
Aprovado pela Banca Examinadora em 18 de Janeiro de 2010. 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
______________________________________________________ 
Profª. Drª. Aurelia Altemira Acuña Idrogo 
Orientadora 
 
 
 
 
______________________________________________________ 
Esp. Anthony Andrey Ramalho Diniz 
Examinador 1 
 
 
 
 
______________________________________________________ 
Prof. Dr. Homero Catão Trindade Maribondo 
Examinador 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais, Augusto e Eliete. 
Às minhas irmãs, Kalina e Nelma. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A Deus, por me dar saúde e determinação para conseguir alcançar meus objetivos. 
 
Aos meus pais, que apesar das dificuldades, me deram uma boa educação e sempre me 
incentivaram ao estudo. 
 
Às minhas irmãs, Nelma e Kalina, pelo apoio e por me servirem de exemplo para o 
prosseguimento dos meus estudos. 
 
À minha orientadora, Professora Aurelia, pelos ensinamentos e pelo apoio durante o 
desenvolvimento deste trabalho. 
 
A Anthony, por contribuir na minha formação profissional, por ceder gentilmente parte do seu 
acervo bibliográfico sobre gás natural, pela confiança depositada em mim e, acima de tudo, 
pela amizade. 
 
À minha amiga Valdete, pela paciência em me ouvir, por sempre me ajudar e estar ao meu 
lado nos momentos mais difíceis, principalmente, durante o término deste trabalho. 
 
Ao meu amigo André Luiz, pela disposição em me ajudar sempre que precisei, pela amizade e 
pelo incentivo. 
 
À PBGÁS, que contribuiu com informações para a execução deste trabalho. 
 
A todas as pessoas que contribuiram direta ou indiretamente para que eu chegasse até aqui. 
 
 
A todos vocês os meus sinceros agradecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E 
para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é 
preciso dominar a força, mas a razão. É preciso antes de 
mais nada, querer.” 
 
 Amyr Klink 
RESUMO 
 
 
O gás natural tem aumentado a sua participação na matriz energética brasileira e vem se 
consolidando como uma energia limpa e competitiva no mercado. Este trabalho se propôs a 
responder à questão: como o modal dutoviário vem sendo utilizado na distribuição de gás 
natural no Estado da Paraíba? Os objetivos do trabalho foram apresentar a cadeia produtiva do 
gás natural; identificar os elementos que compõem a sua rede de distribuição; descrever o seu 
processo de distribuição no Estado e comentar as perspectivas de expansão deste mercado no 
Estado. Na metodologia foi adotado o estudo de caso, com caráter exploratório. Também foi 
utilizado um roteiro de pesquisa para coleta de dados com funcionários da área técnica da 
PBGÁS, unidade-caso deste estudo. Entre as principais conclusões tem-se que, do ponto de 
vista ambiental, o gás natural é a melhor alternativa aos combustíveis fósseis utilizados pelas 
indústrias locais e serve como atrativo para a implantação de novas unidades fabris no Estado; 
é fundamental o investimento na ampliação, modernização e na confiabilidade operacional da 
rede de distribuição regional para atender às necessidades dos consumidores; a melhoria da 
infraestrutura logística do gás natural é fundamental para a expansão da malha, 
consequentemente, para a comercialização desse energético em municípios situados fora das 
zonas de influência dos gasodutos; a PBGÁS considera no seu plano estratégico, 2010 a 2015, 
iniciativas de consolidação e expansão do mercado no Estado da Paraíba, através de novos 
investimentos em estrutura física da rede, porém, tem concentrado seus esforços apenas nos 
segmentos residencial e comercial. 
 
 
 
Palavras-chave: gás natural; modal dutoviário; distribuição. 
 
ABSTRACT 
 
 
Natural gas has been increasing its share in the Brazilian energy matrix and has consolidated 
itself as a clean and competitive energy in that market. This research proposed to answer the 
question: how the pipeline modal has been used for natural gas distribution in Paraiba? The 
goals of this study were presenting the supply chain of natural gas; identifying the elements 
that make up its distribution network and describing its distribution process into the State. The 
methodology adopted was the case study, with exploratory intention. It was also applied a 
structured survey to collect data with employees of the technical area from PBGÁS, unit-case 
of this study. Among the results, we concluded that, from the environmental point of view, 
natural gas is the best alternative to the fossil fuels used by local industries and serves as an 
attraction for the deployment of new manufacturing units in the State; it is essential to invest 
in expansion, modernization and operational reliability of the regional distribution network to 
attend the consumers; improving logistic infrastructure of natural gas is crucial for the 
expansion of its network, therefore, to gather new clients in cities outside the catchment areas 
of the pipeline; PBGÁS considers in its strategic plan, from 2010 to 2015, taking initiatives to 
consolidate and improve its participation into the Paraiba’s energy market, through new 
investments in physical structure of its network, however, has been focusing its efforts only in 
the residential and commercial markets. 
 
 
Keywords: natural gas; pipeline; distribution. 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 - Representação da molécula de metano .................................................................... 19 
Figura 2 - Histórico da participação do gás natural na matriz energética brasileira ................ 20 
Figura 3 - Comparativo Gás Natural 1998 - 2007 .................................................................... 20 
Figura 4 - Possíveis Configurações das Jazidas de Gás Natural .............................................. 21 
Figura 5- Vantagens da utilização do gás natural .....................................................................23 
Figura 6 - Cadeia de valor do gás natural ................................................................................. 26 
Figura 7 - Cadeia produtiva do gás natural............................................................................... 26 
Figura 8 - Matriz de Transportes (Cargas) - Ano 2000 ............................................................ 28 
Figura 9 - Elementos básicos da logística ................................................................................ 31 
Figura 10 - Gasodutos de transporte ......................................................................................... 33 
Figura 11 - Mapa de Concessão - Distribuidoras ..................................................................... 34 
Figura 12 – Distribuição das ações preferenciais da PBGÁS .................................................. 39 
Figura 13 – Distribuição das ações ordinárias da PBGÁS ....................................................... 39 
Figura 14 - Distribuição do Capital Total da PBGÁS .............................................................. 39 
Figura 15 - Estrutura Organizacional da PBGÁS ..................................................................... 40 
Figura 16 - Diagrama do Macroprocesso de Distribuição de GN ............................................ 42 
Figura 17 - Segmento industrial por ramo de atividade ........................................................... 45 
Figura 18 - Distribuição dos Postos de GNV por bandeira ...................................................... 45 
Figura 19 - Composição do volume comercializado por segmento (Novembro/2009) ........... 46 
Figura 20 - ERP de Campina Grande ....................................................................................... 47 
Figura 21 - CRM de um Cliente PBGÁS ................................................................................. 48 
Figura 22 - Objetivos e ações para expansão do mercado ........................................................ 50 
Figura 23 - Objetivos e ações para competitividade e excelência empresarial ........................ 51 
file:///E:/PRISCILA_TCC2009-2finalR3.docx%23_Toc251750665
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 - Especificação do Gás Natural.................................................................................. 22 
Tabela 2 - Funcionários da PBGÁS por Área/Tipo - 2009 ...................................................... 40 
Tabela 3 - Clientes atendidos pela PBGÁS por Segmento/Cidade .......................................... 44 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES 
 
 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas; 
ABEGÁS – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado; 
ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis; 
ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres; 
API – American Petroleum Institute; 
ASME – American Society of Mechanical Engineers; 
BEN – Balanço Energético Nacional; 
CRM – Conjunto de Regulagem e Medição; 
CTGÁS – Centro de Tecnologia do Gás; 
CV – Computador de Vazão; 
ERPM – Estação de Regulagem de Pressão e Medição; 
ERP – Estação de Regulagem de Pressão; 
GLP – Gás Liquefeito de Petróleo; 
GN – Gás Natural; 
GNV – Gás Natural Veicular; 
GNC – Gás Natural Comprimido; 
ISO – International Organization for Standardization; 
MME – Ministério das Minas e Energia; 
PDCA – Plan, Do, Check, Act; 
PBGÁS – Companhia Paraibana de Gás; 
SMS – Segurança, Meio Ambiente e Saúde; 
UPGN – Unidade de Processamento de Gás Natural. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14 
1.1 Definição do Tema e do Problema de Pesquisa ........................................................... 15 
1.2 Justificativa da Pesquisa ............................................................................................... 16 
1.3 Objetivos da Pesquisa ................................................................................................... 17 
1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 17 
1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 17 
2 EIXO TEMÁTICO DA PESQUISA ............................................................................. 18 
2.1 O gás natural ................................................................................................................. 18 
2.1.1 Classificação ......................................................................................................... 21 
2.1.2 Especificações ...................................................................................................... 21 
2.1.3 Vantagens ............................................................................................................. 23 
2.1.4 Aplicações ............................................................................................................ 24 
2.2 A Cadeia Produtiva do Gás Natural ............................................................................. 25 
2.3 O Modal Dutoviário ..................................................................................................... 28 
2.4 Aspectos da Logística de Distribuição do Gás Natural ................................................ 30 
2.4.1 Gasodutos – Transporte e Distribuição ................................................................ 32 
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 36 
4 RESULTADOS ............................................................................................................... 38 
4.1 A Empresa .................................................................................................................... 38 
4.2 Segmentação de Mercado e Clientes ............................................................................ 44 
4.3 A Cadeia Produtiva e a Rede de Distribuição de Gás Natural na Paraíba .................... 46 
4.4 Plano Estratégico - PBGÁS .......................................................................................... 49 
4.5 Política e Diretrizes de SMS – Segurança, Saúde e Meio Ambiente ........................... 52 
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................................... 54 
5.1 Conclusões .................................................................................................................... 54 
5.2 Recomendações ............................................................................................................ 55 
6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 57 
7 APÊNDICE 1 .................................................................................................................. 61 
 
 
 
 
 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O crescente aumento da participação do gás natural na matriz energética brasileira é 
evidenciado, a cada ano, através dos balanços energéticos. Isso se deve em parte à maior 
disponibilidade das reservas de gás, associada ao apelo ambiental e crescimento no consumo, 
principalmente, nos setores industrial e termelétrico. Para satisfazer a demanda nacional pelo 
combustível, faz-se necessário além do aumento de sua produção, o transporte e a distribuição 
eficientes até os consumidores finais. 
Através do Balanço Energético Nacional é possível compreender a evolução da 
utilização do gás natural nas últimas décadas, dividindo o seu consumo em quatro grandes 
categorias: não energético (basicamente petroquímico e siderúrgico), setor energético 
(Unidades de Processamento de Gás Natural - UPGNs, refinarias e uma parte ainda 
insignificante de geração elétrica), setor industrial (todas as demais indústrias) e outros (queinclui os consumos residenciais, comerciais, transporte e público). A partir de 1990, foi 
acentuado o crescimento da demanda por gás natural dos segmentos industriais (CECCHI et 
al, 2001). 
No Brasil, os setores de petróleo e gás natural sofreram uma intensa reestruturação 
durante a década de 90. A partir de um novo marco legal estabelecido pela Emenda 
Constitucional N.º 9 e pela lei 9.478/97, foi extinto o monopólio da Petrobras e iniciada a 
concorrência e inserção de agentes privados nestas indústrias. Além disso, foram criadas as 
agências reguladoras no âmbito federal e estadual (SCHECHTMANl; FILHO; BASIL, 2008). 
Segundo Gandra (2008), na referida década, o gás natural representava apenas 3,1% da matriz 
energética brasileira. 
A crise de energia elétrica ocorrida em 2001 acabou favorecendo o desenvolvimento 
da indústria do gás natural no Brasil. A fonte de energia passou a ser vista como a alternativa 
mais competitiva na produção de eletricidade, reduzindo dessa forma a dependência da nação 
sobre a geração hídrica (BRASIL, 2007). Em 2008, o gás natural atingiu um percentual de 
10,3% de participação na matriz energética brasileira, tendo o segmento industrial como o 
responsável pela maior parte da demanda (BRASIL, 2009). 
De acordo com Cecchi et al (2001), em 1998 o Brasil contava com pouco mais de 
4.000 quilômetros de rede de gasodutos, dos quais 3.460 foram concluídos nos últimos vinte 
anos. O autor afirma que à medida que a rede aumentava, o crescimento da demanda interna 
pelo combustível também se intensificava. 
15 
 
A Transpetro (Petrobras Transporte S.A) prevê grandes investimentos para o setor de 
gás natural no Brasil, o que pode contribuir significativamente para a capilarização da malha 
dutoviária. Isto se deve ao fato do Governo Federal ter planos de aumentar participação do 
gás natural na matriz energética para 12% em 2010 (TRANSPETRO, 2008). Em atendimento 
aos planos do Governo, novos gasodutos serão incorporados à malha existente, contribuindo 
assim para a expansão da malha brasileira. 
Este capítulo apresenta a definição do tema e do problema propostos, bem como a 
justificativa e os objetivos desta pesquisa. 
 
 
1.1 Definição do Tema e do Problema de Pesquisa 
 
 
A crescente participação do gás natural na matriz energética brasileira é um fato 
relativamente recente. Para se ter uma idéia, em 1970 sua representação era de apenas 0,1%. 
Só no final da década de 80, com a construção da rede de gasodutos e das descobertas das 
reservas de petróleo e gás, situados na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, é que a oferta 
desse energético foi ampliada significativamente (VAZ; MAIA; SANTOS, 2008). 
De acordo com dados do Balanço Energético Nacional – BEN, a oferta interna bruta e 
o consumo final de gás natural cresceram mais de 300% de 1998 para 2007 (BRASIL, 2009a). 
Essa tendência de crescimento pode ser justificada por avanços nas questões ambientais e 
tecnológicas, como também pelo aumento da rede de gasodutos no país. A questão ambiental 
ganhou ênfase mundial com a assinatura do Protocolo de Quioto, em 1997. No âmbito 
tecnológico, o desenvolvimento das plantas de geração de energia a gás natural, ainda na 
década de 90, contribuiu para superar a crise de energia elétrica, ocorrida em 2001(VAZ; 
MAIA; SANTOS, 2008). 
A movimentação do gás natural, desde a área de produção até seus consumidores, 
envolve vários elos que compõem a sua cadeia produtiva, dentre os quais estão as companhias 
distribuidoras estaduais. Estas são responsáveis por realizar a entrega do gás ao cliente final. 
A distribuição do gás natural é considerada a etapa final da cadeia produtiva, pois é marcada 
pela transferência de custódia do transportador (gás à alta pressão) para as distribuidoras (gás 
à baixa pressão), e destas para o consumidor (VAZ; MAIA; SANTOS, 2008). 
Diante do exposto, a atividade de distribuição desempenha um papel de fundamental 
importância na cadeia produtiva do gás natural, assim como para o país, que necessita ampliar 
16 
 
a oferta e o consumo desse energético, como forma de diversificar a matriz energética 
nacional e minimizar impactos ambientais provocados pela queima de combustíveis. 
Nesse contexto, para a presente pesquisa, foram realizados cortes temático e 
geográfico. O primeiro devido ao fato do modal dutoviário abranger aspectos de transporte e 
distribuição, para o caso específico do gás natural, razão pela qual delimitou-se o tema à 
distribuição. Por sua vez, o corte geográfico teve como finalidade investigar o tema apenas na 
Paraíba, já que cada Estado da Federação pode possuir pelo menos uma companhia 
distribuidora. 
Um problema, na concepção científica, é definido como qualquer situação ainda não 
resolvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento. É considerado 
de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser testadas, observadas, 
manipuladas. A definição do problema numa pesquisa tem a finalidade de delimitá-la e, 
assim, facilitar sua investigação (OLIVEIRA, 1997). 
Diante do exposto, o problema de pesquisa aqui investigado diz respeito a: Como o 
modal dutoviário vem sendo utilizado na distribuição de gás natural no Estado da Paraíba? 
 
 
1.2 Justificativa da Pesquisa 
 
 
A elaboração de uma pesquisa requer explicitar as razões de ordem teórica, e até 
prática, que a torna relevante para o autor, para uma instituição e para a sociedade. Essa parte 
do Projeto responde à pergunta: por que se pretende realizar a pesquisa? A resposta deve 
procurar responder: Qual a relevância da pesquisa? Que motivos a justificam? Quais 
contribuições para a compreensão, intervenção ou solução do problema que a pesquisa 
apresentará? 
A realização deste trabalho se justifica pelas seguintes razões: 
 
a) o gás natural é a melhor alternativa dentre os combustíveis fósseis, para a 
minimização do efeito estufa e representa uma oportunidade real, enquanto são 
estudadas outras tecnologias que possibilitem a geração de energia sem a emissão 
do gás carbônico, no Brasil em particular; 
 
17 
 
b) existe um reduzido número de publicações sobre o modal dutoviário na 
distribuição de gás natural no país, notadamente, no Estado da Paraíba, onde a 
população acadêmica pouco conhece a respeito da atividade, demonstrando a 
importância da geração de publicações nessa área; 
 
c) esta pesquisa possibilitou à autora aprofundar seus conhecimentos sobre o gás 
natural e sobre a utilização do modal dutoviário no contexto da distribuição dessa 
fonte de energia com a finalidade de torná-la base para um projeto de pesquisa para 
realização de um mestrado na área. 
 
Considerando que o gás natural é um combustível ecologicamente correto, estudar sua 
distribuição através de gasodutos torna-se relevante para a academia, para a empresa que 
administra a comercialização do gás no Estado da Paraíba e para a sociedade em geral. 
 
 
1.3 Objetivos da Pesquisa 
 
 
1.3.1 Objetivo Geral 
 
 
Descrever a forma como é realizada a distribuição de gás natural no Estado da Paraíba, 
utilizando o modal dutoviário. 
 
 
1.3.2 Objetivos Específicos 
 
 
Os objetivos específicos deste trabalho foram: 
 Apresentar a cadeia produtiva do gás natural; 
 Caracterizar a movimentação do gás natural por dutos, identificando os elementos que 
compõem uma rede de distribuição de gás natural; 
 Descrever o processo de distribuição do gás natural no Estado da Paraíba; 
 Comentar as perspectivas de expansão do mercado de gás natural no Estado. 
18 
 
2 EIXO TEMÁTICO DA PESQUISA 
 
 
O escopo da pesquisa compreende a conceituação do gás natural, a caracterização do 
seu transporte através de dutos, a contextualização de sua distribuição na cadeia produtiva. 
 
 
2.1 O gás natural 
 
 
Antigos registros apontam que a descoberta do gás natural ocorreu no Irã, entre 6000 e 
2000 AC. Em 900 AC, o gás natural já eraconhecido na China, mas foi apenas em 211 AC 
que o país começou sua extração com a finalidade de secar pedras de sal. Eram utilizadas 
varas de bambu para retirar o gás natural de poços com profundidade aproximada de 1000 
metros (FIESC, 2010). 
No Brasil, em 1854, o gás produzido a partir de carvão mineral começou a ser 
utilizado para fins de iluminação, através das primeiras lâmpadas a gás do Rio de Janeiro. Em 
1873, o mesmo sistema de iluminação pública começou a ser instalado em São Paulo. Ao 
longo do século XX, as distribuidoras de gás canalizado também utilizaram materiais como 
hulha e nafta para sua produção (CÁTEDRA, 2010). 
Foi na década de 50 que o gás natural começou a ser utilizado no Brasil, a partir da 
produção iniciada na Bahia. Essa produção era praticamente toda destinada às indústrias 
locais. Já na região Sudeste, o combustível começou a ser produzido a partir dos anos 1980 na 
Bacia de Campos, no Rio de Janeiro (CÁTEDRA, 2010). 
O gás natural é um combustível fóssil encontrado em rochas porosas no subsolo. Ele 
possui aplicações domésticas, industriais e automotivas, em substituição ao óleo diesel, ao 
álcool e à gasolina e pode estar associado ou não ao petróleo. O acúmulo de energia solar 
sobre matérias orgânicas do tempo pré-histórico, soterradas em grandes profundidades, forma 
o gás natural, graças à acomodação da crosta terrestre. Ele é composto por gases inorgânicos e 
hidrocarbonetos saturados, predominando o metano e, em menores quantidades o propano e o 
butano (PETROBRAS, 2008). Na figura 1, a principal molécula constituinte do gás natural 
pode ser visualizada: 
 
19 
 
 
 
Figura 1 - Representação da molécula de metano 
 Fonte: Abreu e Martinez (2003, p.16). 
 
 
O Decreto nº. 29.331, de 10 de Junho de 2008, que regulamenta o serviço público de 
distribuição de gás canalizado no Estado da Paraíba, define em seu artigo 2º, inciso XXXIII, 
“Gás Combustível Canalizado (Gás): mistura de hidrocarbonetos, com predominância de 
metano, em estado gasoso, fornecida por uma Concessionária ao Consumidor, na forma 
canalizada, através de Sistema de Distribuição de Gás adequado, devidamente autorizado pela 
Agência de Regulação do Estado da Paraíba”. 
 
A crescente participação do gás natural na matriz energética brasileira pode ser 
observada na figura 2, que sintetiza informações de diversos autores sobre o percentual desse 
energético na matriz nas décadas de 70 e 90, assim como no ano de 2008. Em relação ao ano 
de 2010, a figura apresenta a meta do Governo Federal para a participação do energético na 
matriz nacional. 
 
20 
 
 
Figura 2 - Histórico da participação do gás natural na matriz energética brasileira 
Fonte: Dados apresentados por Vaz, Maia & Santos (2008); Gandra (2008); Brasil (2009) 
 
 
Na figura 3, é apresentado um comparativo da oferta interna bruta e consumo final do 
gás natural entre os anos de 1998 e 2007, a partir de dados históricos do BEN consolidado. 
 
 
Figura 3 - Comparativo Gás Natural 1998 - 2007 
Fonte: Brasil (2009a) 
 
Através desse comparativo é possível perceber o quanto o gás natural ampliou sua 
oferta interna bruta e o consumo final em uma década. 
 
 
 
21 
 
2.1.1 Classificação 
 
 
Por terem sua formação através do mesmo processo (decomposição de matéria 
orgânica), o gás natural e o petróleo podem ser encontrados na natureza juntos, com o gás 
natural se apresentando dissolvido no óleo ou separado, sob a forma de uma capa de gás 
(DINIZ, 2005). 
Quando há predominância do petróleo, quem define as condições de exploração da 
jazida é a produção deste combustível e, então, o gás natural associado é subproduto da 
produção do primeiro. Quando o gás é dominante, ou seja, gás natural não-associado, o seu 
aproveitamento econômico é condição essencial ao desenvolvimento da produção. As maiores 
ocorrências de gás no mundo são de gás não associado (ABREU & MARTINEZ, 2003). Na 
figura 4 são apresentadas as configurações das jazidas de gás natural: 
 
 
Figura 4 - Possíveis Configurações das Jazidas de Gás Natural 
Fonte: Diniz (2005, p.64). 
 
 
2.1.2 Especificações 
 
 
A composição comercial do gás natural é variada, pois depende de diversos fatores 
como: composição do gás natural bruto, mercado atendido e uso final. Embora exista esta 
variabilidade na composição, alguns parâmetros fundamentais determinam a especificação 
comercial do gás natural, como: o seu teor de enxofre total, o teor de gás sulfídrico, o teor de 
22 
 
gás carbônico, o teor de gases inertes, o ponto de orvalho da água, o ponto de orvalho dos 
hidrocarbonetos e o poder calorífico (GASNET, 2008). 
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, através da 
Resolução nº 16, de 17 de Junho de 2008, estabelece a especificação do gás natural, de origem 
nacional ou importada, a ser comercializado em todo o território nacional (ANP, 2009). 
Tal e como é extraído das jazidas, o gás natural é um produto incolor e inodoro, não é 
tóxico e é mais leve que o ar. O gás natural não tem cheiro, é odorizado para que seja 
percebido em caso de vazamentos (ABEGÁS, 2008). A tabela 1 reproduz as especificações 
estabelecidas pela citada resolução: 
 
Tabela 1 - Especificação do Gás Natural 
Característica Unidade
Norte Nordeste
Centro-Oeste, 
Sudeste e Sul
NBR ASTM D ISO
Poder calorífico superior (4) kJ/ m³ 34.000 a 
38.400
15213 3588 6976
kWh/m³ 9,47 a 
10,67Índice de Wobbe (5) kJ/m³ 40.500 a 
45.000
15213 -- 6976
Número de metano, mín. (6) -3 -- -- 15403
Metano, min. % mol. 68 14903 1945 6974
Etano, máx. % mol. 12 14903 1945 6974
Propano, máx. % mol. 3 14903 1945 6974
Butanos e mais pesados, 
máx.
% mol. 1,5 14903 1945 6974
Oxigênio, máx. (7) % mol. 0,8 14903 1945 6974
Inertes (N2+CO2), máx. % mol. 18 8 6 14903 1945 6974
CO2, máx. % mol. 14903 1945 6974
Enxofre Total, máx. (8) mg/m3 -- 5504 6326-3
6326-5
19739
Gás Sulfídrico (H2S), máx. mg/m3 10 13 10 -- 5504 6326-3
6228
Ponto de orvalho de água a 
1atm, máx. (9)
ºC -39 -39 -45 -- 5454 6327
10101-2
10101-3
11541
Ponto de orvalho de 
hidrocarbonetos a 4,5 MPa, 
máx. (10)
ºC 15 15 0 -- -- 6570
Mercúrio, máx. (11) µg/m³ anotar -- -- 6978-1
6978-2
3
0,5
3
70
9,72 a 11,94
46.500 a 53.500
65
85
12
6
Limite (2) (3) Método
35.000 a 43.000
Fonte: Resolução nº 16 de 17 de Junho de 2008 – Brasil (2008). 
 
 
 
23 
 
2.1.3 Vantagens 
 
 
O gás natural, sob todas as formas, é a energia mais segura, e os índices de mortes e 
acidentes são mais baixos que quaisquer outras energias. A indústria de gás é também a 
menos perigosa, pois não opera sistemas de altas temperaturas, como refinarias, os processos 
de limpeza do gás são simples e sem complexidade e não aplica altas tensões ou correntes 
elétricas (GASNET, 2008). 
A figura 5 apresenta uma lista de vantagens da utilização do gás natural, levando em 
conta as condições brasileiras: 
 
 
Figura 5- Vantagens da utilização do gás natural 
Fonte: Adaptado de Abreu & Martinez (2003) 
 
 
24 
 
2.1.4 Aplicações 
 
O mercado é qualquer pessoa ou organização que seja capaz de comprar um produto 
ou serviço de uma empresa. Cabe a esta empresa a divisão do mercado em grupos, para assim 
atender às necessidades de diferentes grupos de consumidores. A este grupo de consumidores 
que possuem características semelhantes é dado nome de segmento de mercado (CZINKOTA 
et al, 2001). 
O gás natural está presente em todos os segmentos que demandam energia, por isso é 
considerado um energético muito versátil. É utilizado em segmentos como o industrial, 
comercial, automotivo, termelétrico e residencial. Segundo Vaz, Maia e Santos (2008), as 
principais áreas de utilização do gás natural no Brasil podem ser definidas como a seguir: 
 
a) aplicações industriais em geral – destaca-se o uso do gás natural como 
combustível para a geração da forçamotriz, para aquecimento direto, para geração 
de calor necessário para desencadeamento de reações químicas em reatores de 
processo e climatização de ambientes; 
 
b) aplicações na indústria do petróleo – é utilizado para injeção nos reservatórios 
com forma de aumentar a recuperação do petróleo, como combustível para geração 
de energia térmica e energia elétrica em plataformas e unidades de produção em 
terra; 
 
c) aplicações comerciais – concentram-se basicamente em aquecimento de água, 
condicionamento de ar e aquecimento de ambientes, com combustível para cocção 
em restaurantes e hotéis; em pequenos fornos de panificadoras e lavanderias 
existentes em instalações comerciais ou hospitalares; 
 
d) aplicações automotivas – é utilizado como combustível veicular em carros de 
passeio e ônibus urbanos, caracterizando-se como uma alternativa técnica e 
economicamente viável de substituição de álcool e gasolina para os veículos de 
passeio. 
 
e) utilização no setor energético – é utilizado para geração de energia elétrica e 
térmica. O gás natural é queimado em motores e turbinas para acionamento de 
25 
 
geradores elétricos. A utilização dos efluentes térmicos das máquinas de geração 
de vapor caracteriza-se como um sistemas de co-geração. As aplicações são as 
mais variadas, desde as centrais térmicas de pequeno, médio e grande porte, a 
shoppings ou complexos de lazer. 
 
f) utilização residencial – destacam-se as aplicações na cocção de alimentos 
(substituindo o gás liquefeito de petróleo - GLP), no aquecimento de ambientes 
(especialmente em países de clima frio), na refrigeração e iluminação de locais 
onde não há outro tipo de energia disponível. 
 
Nesse sentido, Vaz, Maia e Santos (2008) ressaltam ainda que o gás natural também 
pode ser utilizado como redutor siderúrgico em companhias siderúrgicas e como matéria-
prima em processos de transformação química, principalmente para a produção de metanol e 
na indústria de fertilizantes, para a produção de amônia e uréia. 
 
 
2.2 A Cadeia Produtiva do Gás Natural 
 
 
Segundo Vaz, Maia & Santos (2008), a cadeia produtiva de gás natural pode ser 
definida como “uma rede de inter-relacionamentos entre os vários atores participantes do 
sistema de produção e beneficiamento do gás.” Esta cadeia permite a identificação do fluxo de 
bens e serviços por meio dos setores diretamente envolvidos, da origem (matérias-primas) ao 
fim (consumo do produto). Na figura 6 é apresentado o macrofluxo geral da movimentação do 
gás natural pelos principais participantes da cadeia: 
 
26 
 
 
Figura 6 - Cadeia de valor do gás natural 
Fonte: Vaz, Maia & Santos (2008, p.84) 
 
Em linhas gerais, a cadeia produtiva do gás natural pode ser dividida em cinco 
atividades interligadas: exploração, produção, processamento, transporte e distribuição 
(PRAÇA, 2003). Na figura 7 é apresentada a cadeia produtiva do gás natural, desde a etapa de 
exploração até a distribuição para os consumidores finais: 
 
 
Figura 7 - Cadeia produtiva do gás natural 
Fonte: Adaptado de Schechtman, Filho e Basil (2008) 
 
27 
 
Segundo Praça (2003), a exploração é a primeira etapa da cadeia e consiste no 
reconhecimento e estudo das formações propícias ao acúmulo de petróleo e/ou gás natural. 
Através de estudos sismológicos é possível identificar a presença de fatores que indicam a 
acumulação de hidrocarbonetos. Após a confirmação da existência de gás natural é que a 
perfuração dos poços e infraestrutura para produção é realizada (SCHECHTMAN; FILHO; 
BASIL, 2008). 
A etapa de produção, que pode ser em terra (onshore) ou no mar (offshore), faz o gás 
natural passar por separadores para retirar a água e os hidrocarbonetos no estado líquido. Caso 
o gás esteja contaminado com compostos a base de enxofre, deve ser enviado para uma 
unidade específica a fim de ser depurado (PRAÇA, 2003). 
Nas Unidades de Processamento de Gás Natural – UPGN, ocorre o processamento do 
gás natural, onde o combustível é desidratado e fracionado nos seguintes elementos: o gás 
natural processado, o GLP e a gasolina natural (PRAÇA, 2003). 
A etapa de transporte do gás natural consiste na sua movimentação dos centros 
produtores até as regiões de consumo. A forma mais utilizada é através de gasodutos de alta 
pressão, onde o gás escoado na fase gasosa com o auxílio de estações de compressão para 
prover a energia necessária para sua movimentação (VAZ; MAIA; SANTOS, 2008). O gás 
natural pode ainda ser transportado em cilindros de alta pressão, como Gás Natural 
Comprimido – GNC, ou ainda em navios criogênicos na forma de Gás Natural Liquefeito – 
GNL (SCHECHTMAN; FILHO; BASIL, 2008). 
A distribuição é considerada a etapa final da cadeia produtiva, pois é quando o gás 
chega ao consumidor residencial, comercial, industrial ou automotivo. Nessa etapa, o gás 
natural deve atender às especificações da Resolução nº 16, de 17 de Junho de 2008, conforme 
estabelecido pela ANP e deve também estar odorizado, como forma de garantir a segurança 
do consumidor final no caso de vazamentos (VAZ; MAIA; SANTOS, 2008). 
A diferença entre transporte e distribuição é feita pelo volume de gás envolvido. 
Quando se trata de deslocar grandes volumes de gás através de gasodutos de grande diâmetro, 
desde os campos de produção até os chamados city-gates tem-se o caso de transporte ou 
transmissão de gás natural. Quando a atividade de deslocamento do gás é feita no interior das 
metrópoles, até chegar aos consumidores finais ou para atendimento a clientes industriais na 
periferia das cidades, tem-se o caso de distribuição (CTGÁS, 2009). 
 
28 
 
2.3 O Modal Dutoviário 
 
 
Na Europa e nos Estados Unidos, o embarcador responsável pela distribuição de 
produtos, dos centros produtores até o consumidor final, dispõe dos diversos modais de 
transporte (rodoviário, ferroviário, aquaviário, dutoviário e aéreo). Já no Brasil, essa 
disponibilidade é limitada, visto que a grande maioria do transporte de cargas no país é 
realizada pelo modal rodoviário (NOVAES, 2007). A figura 8 apresenta a matriz brasileira de 
transporte de cargas: 
 
 
Figura 8 - Matriz de Transportes (Cargas) - Ano 2000 
Fonte: Grupo de Estudos em Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes - 
GEIPOT – (BRASIL, 2009b) 
 
Segundo Novaes (2007), se for realizada uma análise ABC dos fluxos de carga (t/km) 
transportados no país, será observado que o transporte rodoviário corresponde ao grupo A, o 
ferroviário ao grupo B, e os demais modais ao grupo C. 
O modal dutoviário utiliza a força da gravidade ou pressão mecânica para o transporte 
de fluidos através de dutos. É uma alternativa de transporte não poluente, não sujeita a 
congestionamentos e relativamente barata (BRASIL, 2007a). 
Para Bowersox & Closs (2001), o principal objetivo do transporte é movimentar 
produtos de um local de origem até um determinado destino minimizando ao mesmo tempo os 
custos financeiros, temporais e ambientais. 
Segundo Ballou (2006), a movimentação dos produtos via dutos é muito lenta, não 
passando de 6,4 km/h, aproximadamente. Em compensação, ela é do tipo 24 horas/dia, sete 
dias por semana, o que torna a velocidade efetiva bem maior quando comparada com a de 
outros modais. 
29 
 
A natureza de uma dutovia é singular, se comparada a todos os outros tipos de 
transporte. Ao contrário dos outros modais, não existe nenhum “contêiner” ou “veículo” vazio 
de retorno. Os dutos apresentam o maior custo fixo e menor custo variável entre todos os 
tipos de transporte. O alto custo fixo resulta do direito de acesso, da construção e da 
necessidade e controle das estações, além da capacidade de bombeamento (BOWERSOX & 
CLOSS, 2001). 
No Brasil, a Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, dentre outras 
atribuições, é responsável por promover levantamentos e organizar o cadastro relativo ao 
sistema de dutovias, assim como das empresasproprietárias de equipamentos e instalações de 
transporte dutoviário. Segundo a ANTT (2009), o transporte dutoviário pode ser dividido nos 
seguintes tipos: 
 
 oleodutos, a maior parte dos produtos transportados são: petróleo, óleo combustível, 
gasolina, diesel, álcool, querosene, entre outros; 
 
 gasodutos, responsáveis por transportar o gás natural. O Gasoduto Brasil-Bolívia 
(3150 km de extensão) é considerado um dos maiores do mundo; 
 
 minerodutos, transportam sal-gema, minério de ferro e concentrado fosfático. 
 
Santana (1974) apud Aranha (2007) afirma que o sistema de dutos, devido às suas 
características, é um meio seguro e econômico para o transporte de certos produtos, como 
petróleo e seus derivados, gás, água e minério interligando regiões produtoras a centros 
consumidores. Entre as características técnicas, operacionais e econômicas deste modal, o 
autor menciona: 
 
 facilidade de implantação: o caminhamento de uma tubulação é condicionado apenas 
às possibilidades do emprego dos equipamentos especializados no seu lançamento, e 
às facilidades de futuro acesso para sua inspeção e manutenção. No caso de gasodutos, 
as tubulações podem ser lançadas em aclives de até 90º, tornando o trajeto entre os 
pontos extremos o mais direto possível; 
 
 alta confiabilidade: sua operação não tem alternâncias diurnas ou noturnas, nem 
contingências climáticas e atmosféricas, ou seja, seu trabalho é contínuo. Em geral, a 
30 
 
tubulação é enterrada a uma profundidade mínima de 80 cm, o que torna o transporte 
por dutos praticamente sem riscos; 
 
 baixo consumo de energia: o transporte por dutos requer um mínimo de energia em 
relação à massa transportada, que é empregada exclusivamente na transferência do 
fluido. Esta vantagem é ainda maximizada, pois não há necessidade do retorno de 
embalagens vazias ao ponto de carregamento; 
 
 alta especialização: o uso da automação com necessidade de uma mão-de-obra 
especializada, porém reduzida, para sua operação e controle; 
 
 baixos custos operacionais: devido ao baixo consumo de energia e pela reduzida 
mão-de-obra utilizada na operação. 
 
Apesar das vantagens mencionadas, o autor ressalta que este modal apresenta como 
desvantagem operacional sua reduzida flexibilidade, já que os pontos de origem e destino são 
fixos e os meios físicos, em sua quase totalidade, não podem ser transferidos para outras 
frentes de transporte, como acontece em outras modalidades. 
 
 
2.4 Aspectos da Logística de Distribuição do Gás Natural 
 
 
A Logística, como uma área dinâmica, vem tornando-se um diferencial estratégico de 
competitividade entre as empresas. Para atender às regiões mais afastadas dos grandes 
centros, faz-se necessário muito planejamento, utilização de eficientes ferramentas logísticas, 
amparadas pela tecnologia da informação e sistemas de gestão integrada, como forma de 
superar o desafio proposto pelas dimensões do país (CARDOSO, 2004). 
Segundo o Council of Logistics Management apud Bowersox e Closs (2001, p.20) 
“logística é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo 
e armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem 
até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades dos clientes” 
A esse respeito, Ballou (2006, p.29) afirma que a “Logística/Cadeia de Suprimentos é 
o conjunto de atividades funcionais (transporte, controle de estoques, etc.) que se repetem 
31 
 
inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em 
produtos acabados aos quais se agrega valor ao consumidor.” Na Figura 9 estão representados 
os elementos básicos que compõem a Logística: 
 
 
Figura 9 - Elementos básicos da logística 
Fonte: Novaes (2007, p. 36). 
 
A distribuição de produtos é analisada sob diferente perspectiva funcional. Os 
especialistas em Logística denominam de distribuição física de produtos, ou resumidamente, 
distribuição física, os processos operacionais e de controle que permitem transferir os 
produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a mercadoria é finalmente entregue 
ao consumidor. Já as áreas de marketing e de vendas veem a cadeia de suprimento mais pelos 
aspectos ligados à comercialização dos produtos e aos serviços associados (NOVAES, 2007). 
Os objetivos dos canais de distribuição dependem fundamentalmente de cada empresa, 
da forma com que ela compete no mercado e da estrutura geral da cadeia de suprimento. No 
entanto, é possível identificar alguns fatores gerais, que estão presentes na maioria dos casos. 
Segundo Novaes (2007), são eles: 
 
 garantir a rápida disponibilidade do produto nos segmentos do mercado identificados 
como prioritários; 
 
 intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto em questão; 
 
 buscar a cooperação entre os participantes da cadeia de suprimento no que se refere 
aos fatores relevantes relacionados com a distribuição; 
32 
 
 garantir um nível de serviço preestabelecido pelos parceiros da cadeia de suprimento; 
 
 garantir um fluxo de informações rápido e preciso entre os elementos participantes; 
 
 buscar, de forma integrada e permanente, a redução de custos, atuando não 
isoladamente, mas em uníssono, analisando a cadeia de valor no seu todo. 
 
Ao se fazer um paralelo entre os conceitos logísticos apresentados e o caso específico 
da distribuição do gás natural, o problema torna-se um pouco mais complexo, uma vez que 
alguns aspectos específicos, como clientes potenciais do combustível, o volume demandado e 
a infraestrutura devem ser cuidadosamente planejados pelas distribuidoras locais (PRAÇA, 
2003). 
 
 
2.4.1 Gasodutos – Transporte e Distribuição 
 
 
Os gasodutos têm se constituído na solução mais amplamente utilizada para o 
transporte do gás natural. Gasoduto é um duto (uma tubulação) para conduzir o gás natural, 
que nele é introduzido sob pressão, por meio de compressores (CTGÁS, 2009). 
A década de 80 caracterizou-se pela construção de um grande número de gasodutos no 
Brasil, ampliando o aproveitamento do gás natural produzido no Espírito Santo e 
principalmente na Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro. Em 1986 entrou em 
operação o gasoduto Guamaré/Cabo, denominado "Nordestão", suprindo de gás produzido no 
Rio Grande do Norte, os estados da Paraíba e de Pernambuco. O "Nordestão" tem um 
diâmetro de 12" e uma extensão de 423 km, além dos ramais de distribuição naqueles três 
estados (CTDUT, 2008). 
No Brasil, a malha de transporte de gás natural conta com 16.174,8 km (Relatório 
ABEGÁS - Mercado e Distribuição – Maio/2008). Na figura 10 é apresentado o mapa com o 
traçado dos gasodutos de transporte: 
 
33 
 
 
Figura 10 - Gasodutos de transporte 
Fonte: ABEGÁS, 2008. 
 
As redes de distribuição transportam o gás natural a baixas pressões, com tubulações 
de diâmetros menores do que as dos gasodutos de transporte (chamadas de linhas troncos ou 
linhas principais). Essas tubulações, normalmente de propriedade das companhias de 
distribuição estaduais, permitem a entrega de gás de forma pulverizada aos clientes de uma 
determinada região (VAZ; MAIA; SANTOS, 2008). 
O Gás Brasil (2008) define a distribuição de gás como “atividade de fornecimento de 
gás combustível por meio de dutos aos estabelecimentos consumidores residenciais, 
comerciais, industriais e outros, através da rede de companhia distribuidora.” 
Os principais componentes de um sistema de transporte de gás por dutos são: a rede de 
tubulação, a estação de compressão, a estação de redução de pressão e de medição e o sistema 
de supervisão e controle. Os componentes para uma rede de distribuição de gás natural são, 
praticamente, os mesmos, exceto pela estação de compressão, que neste caso não é necessária, 
devido às distâncias das linhas de distribuição serem muito menores quando comparadas aos 
dutos de transporte.De acordo com Borelli, Naka e Oliveira (2007), as características de cada 
elemento da rede estão descritas a seguir: 
 
 rede de tubulação - é formada por peças cilíndricas de aço ou de polietileno (esta é 
adotada em rede de distribuição), de seção circular, que são interconectadas entre si. A 
34 
 
seção dos dutos é projetada para atender o fluxo do gás, e a espessura da parede para 
suportar a pressão de operação e os demais esforços solicitantes sobre o mesmo. Ao 
longo do trajeto são distribuídos válvulas de bloqueio automático, para facilitar tanto a 
manutenção preventiva como para isolar trechos quando ocorrer o rompimento do 
duto; 
 
 estação de redução de pressão e de medição - é instalada nos pontos de entrega com 
o objetivo de adequar a pressão para o uso, ou seja, limitar a pressão entre a máxima e 
a mínima contratada. Possui válvulas de redução de pressão, de bloqueio automático 
e/ou alívio de pressão. As estações que possuem medidores de vazão também servem 
para registrar o volume de gás consumido; 
 
 sistema de supervisão e controle - dependendo do grau de importância da rede, o 
sistema de supervisão e controle pode ser relativamente simples ou complexo, ou seja, 
as informações das grandezas monitoradas e os acionamentos dos comandos podem 
ser disponíveis somente no local, ou serem também à distância. Como os sistemas 
SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition), que além de tele-supervisionar a 
rede, possibilitam interferir em sua configuração através de comandos acionados 
remotamente. 
 
 
Figura 11 - Mapa de Concessão - Distribuidoras 
Fonte: ABEGÁS, 2008. 
35 
 
No Brasil, a distribuição de gás natural é feita pelas concessionárias, públicas ou 
privadas, dos respectivos estados. A figura 11 apresenta o mapa de concessão no país, 
indicando todas as companhias distribuidoras estaduais e suas áreas de atuação. 
É de responsabilidade das companhias de distribuição de cada estado a atividade de 
entrega do gás natural ao consumidor final. A valoração do gás se completa nesse momento, 
quando o consumo do gás ocorre efetivamente nas instalações do cliente (VAZ; MAIA; 
SANTOS, 2008). 
 
 
36 
 
3 METODOLOGIA 
 
 
Marconi e Lakatos (2006, p.83) definem método científico como sendo “o conjunto 
das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite 
alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, 
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.” A metodologia estuda a forma de 
averiguação do pensamento correto e verdadeiro, visando à delimitação de um dado 
problema, sua análise e o desenvolvimento de observações ao seu respeito (OLIVEIRA, 
1997). 
Os níveis de pesquisa indicam suas características, as quais podem ser: descritiva, 
exploratória ou explicativa (ACEVEDO & NOHARA, 2007). Segundo Oliveira (1997, p. 
114) “o estudo descritivo possibilita o desenvolvimento de um nível de análise em que se 
permite identificar as diferentes formas dos fenômenos, sua ordenação e classificação.” 
Assim, a presente pesquisa enquadra-se no nível descritivo, pois descreve a forma que 
é realizada a distribuição de gás natural no Estado da Paraíba, identificando os elementos 
constituintes desta atividade e sua ordenação. Para tanto, foi realizado o estudo de caso da 
PBGÁS, concessionária responsável pela distribuição do fluido no referido Estado. Segundo 
Yin (2005) apud Acevedo e Nohara (2007), “o estudo de caso é uma forma distintiva de 
investigação empírica e pode ter tanto um caráter exploratório, quanto descritivo ou 
explanatório.” 
Ainda de acordo com Yin (2005) apud Acevedo e Nohara (2007), o objetivo do estudo 
de caso não é fazer generalizações estatísticas, mas sim analíticas, ou seja, generalizar um 
conjunto particular de resultados a alguma teoria mais abrangente. Do ponto de vista dos seus 
objetivos, esta pesquisa tem caráter exploratório, pois visa aprimorar as idéias sobre o objeto 
investigado. 
Com relação às fontes de dados, elas podem se divididas em: fontes de primeira mão e 
fontes de segunda mão (ECO, 2005). Anhembi (2009) define que “as fontes são primárias 
quando é a obra do próprio autor que é objeto de estudo ou pesquisa, e secundárias quando se 
trata da obra de alguém que estuda o pensamento de outro autor ou faz referência a ele.” 
Nesta pesquisa foram utilizadas fontes de dados secundárias e primárias. Inicialmente 
foi feito o levantamento e a análise preliminares na forma de pesquisa bibliográfica, como 
também contatos com alguns profissionais e pesquisadores da área. 
37 
 
A etapa seguinte foi elaboração de um roteiro de pesquisa, com questões abertas, para 
nortear a coleta de dados na unidade-caso do estudo. O roteiro foi organizado de forma que a 
parte inicial constasse de perguntas sobre a estrutura organizacional da empresa. Na parte 
final foram abordadas questões relacionadas às características físicas e operacionais da rede 
de distribuição da empresa. 
A coleta dos dados foi realizada nos dias 01 e 22 de Dezembro de 2009, através de 
contatos por telefone e e-mail, com alguns funcionários da área técnica da empresa. As 
questões levantadas no roteiro de pesquisa podem ser vistas no Apêndice 1. 
 
38 
 
4 RESULTADOS 
 
 
Este capítulo trata da apresentação dos resultados do estudo de caso, sendo iniciado 
pela descrição da companhia responsável pela distribuição de gás natural no Estado, seguido 
de suas características operacionais, seu organograma funcional, a infraestrutura da sua rede 
de distribuição e seus planos futuros. 
 
 
4.1 A Empresa 
 
 
A Companhia Paraibana de Gás – PBGÁS foi fundada em 25 de outubro de 1994 sob 
forma de economia mista, atendendo à lei estadual n° 5.680/92. No entanto, suas operações só 
tiveram início em 1995, quando a empresa partiu efetivamente para a exploração exclusiva da 
atividade de distribuição de gás canalizado no Estado da Paraíba, conforme a lei n° 9.493/94 
(PBGÁS, 2009). 
Em sua formação inicial a empresa teve a representação do Governo do Estado da 
Paraíba - acionista controlador, através da Secretaria de Infraestrutura, bem como de outros 
dois acionistas: a Petróleo Gás S/A – GASPETRO controlada da empresa Petróleo Brasileiro 
S/A - PETROBRAS, que vem atuando desde 1994 no mercado brasileiro de distribuição de 
gás natural, e ainda a Gás Participações - GASPART que atuou nos mercados de distribuição 
de gás natural das regiões Sul e Nordeste até 2006. 
No ano de 2006, a Mitsui Co., empresa japonesa, iniciou investimentos no segmento 
de distribuição de gás natural no Brasil adquirindo o controle da GASPART. Ainda em 2006 
a razão social da GASPART mudou para MITSUI GÁS E ENERGIA DO BRASIL Ltda 
(PBGÁS, 2009). A composição acionária da empresa é mostrada nas figuras 12, 13 e 14: 
 
39 
 
 
Figura 12 – Distribuição das ações preferenciais da PBGÁS 
Fonte: PBGÁS (http://www.pbgas.pb.gov.br, 2009) 
 
 
Figura 13 – Distribuição das ações ordinárias da PBGÁS 
Fonte: PBGÁS (http://www.pbgas.pb.gov.br, 2009) 
 
 
Figura 14 - Distribuição do Capital Total da PBGÁS 
Fonte: PBGÁS (http://www.pbgas.pb.gov.br, 2009) 
 
A PBGÁS conta com um quadro de 77 funcionários, entre concursados, 
comissionados e terceirizados, alocados na área técnica e na administrativa. Além disso, 
possui também 12 estagiários. Do quadro fixo de funcionários, 71% têm nível superior de 
escolaridade e 29% nível médio. Na tabela 2 é apresentado como estão alocados esse 
funcionários: 
40 
 
 
Tabela 2 - Funcionários da PBGÁS por Área/Tipo - 2009 
ÁREA/ TIPO CONCURSADOS COMISSIONADOS TERCEIRIZADOS % 
Administrativa 11 13 - 31,2 
Técnica 19 8 26 68,8 
TOTAL 30 21 26 100 
 
Na estrutura organizacional da PBGÁS existe um Conselho de Administração, que é 
composto por cinco membros efetivos e cinco suplentes. Todos são eleitos através de uma 
Assembléia Geral e exercemmandato de três anos, podendo ou não ser reeleitos. A Diretoria 
Executiva é composta por três membros que exercem os respectivos cargos através de um 
mandato de três anos, podendo ser reeleitos. A estrutura organizacional da PBGÁS é 
apresentada na figura 15: 
 
 
Figura 15 - Estrutura Organizacional da PBGÁS 
Fonte: Resolução do Conselho de Administração 067/08 de 10/12/08 – PBGÁS (2008). 
 
 
41 
 
Desde a sua criação, a PBGÁS vem desenvolvendo ações com o intuito de implantar a 
infraestrutura básica necessária para o desenvolvimento de seus serviços. Dessa maneira, 
expandiu sua rede de distribuição de gás natural para atender o mercado industrial das cidades 
de João Pessoa, Conde, Cabedelo, Alhandra, Santa Rita, Bayeux e Campina Grande, bem 
como o mercado automotivo, abastecendo os postos de GNV (gás natural veicular) em João 
Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Campina Grande, Caldas Brandão, Mamanguape e Queimadas. 
Através de parceria com bandeiras de distribuição de combustíveis, a PBGÁS também 
atende o mercado automotivo dos municípios de Remígio, Patos e Guarabira, através do GNC 
(gás natural comprimido) transportado por carretas, equipadas com cilindros, até os postos 
GNV. Tais postos são responsáveis pelo fretamento das carretas. 
Atualmente, a Companhia concentra esforços na diversificação de seu mercado - 
destaque especial para o segmento residencial e comercial, na ampliação de sua estratégia de 
interiorização e na implantação de um modelo de gestão empresarial que garanta à PBGÁS 
uma posição de destaque no cenário nacional (PBGÁS, 2009). 
Na figura 16 é apresentado o macroprocesso de obtenção e fornecimento do gás 
natural, indicando os passos existentes internamente na companhia distribuidora. 
No processo existem dois grupos de fornecedores, os externos e os internos. No 
primeiro grupo tem-se: 
 
 Petrobras: responsável pelo fornecimento do gás natural distribuído no Estado; 
 
 órgãos normativos: que estabelecem os padrões de projeto e infraestrutura da rede de 
distribuição, representados pelos órgãos ABNT, ANSI/ASME, API e ISO; 
 
 clientes: consumidores que fornecem informações sobre seu processo produtivo e 
consumo de GN, sempre que solicitados; 
 
No grupo dos fornecedores internos tem-se: 
 
 Equipe do Sistema Supervisório: responsável pela operação do sistema e pelo 
processo de medição do gás natural. A equipe atua como um “elo” de ligação entre a 
Gerência de Operação e Manutenção, o Departamento Financeiro e os clientes da 
PBGÁS; 
 
42 
 
 Gerência de Operação e Manutenção: responsável por coordenar as equipes do 
Sistema Supervisório e da Operação e Manutenção (terceirizados). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Diniz, 2002. 
 
 
Já os clientes são representados pelos consumidores dos quatro segmentos atendidos 
pela PBGÁS: residencial, comercial, automotivo e industrial. O macroprocesso é descrito nas 
etapas a seguir: 
 
 recebimento do GN: acontece no Ponto de Entrega, onde há a transferência de 
custódia do gasoduto de transporte pertencente a Petrobras para a Estação de 
Regulagem - ERP da PBGÁS; 
 
 
RECEBIMENTO 
DO GN 
DISTRIBUIÇÃO 
 
 
MEDE O GN 
DISTRIBUÍDO 
 
REPASSA 
MEDIÇÃO AO 
CLIENTE 
 
REPASSA 
MEDIÇÃO AO 
FORNECEDOR 
ARRECADA DOS 
CLIENTES 
PAGA AO 
FORNECEDOR 
Externos: 
PETROBRAS 
ABNT 
ANSI/ASME 
API 
ISO 
CLIENTES 
 
Internos: 
GERÊNCIA DE O&M 
SISTEMA SUPERVISÓRIO 
FORNECEDORES 
 
 
RESIDÊNCIAS 
ESTAB. COMERCIAIS 
POSTOS DE GNV 
INDÚSTRIAS 
POSTOS DE GNC 
 
CLIENTES 
Figura 16 - Diagrama do Macroprocesso de Distribuição de GN 
http://www.pbgas.com.br/
43 
 
 distribuição: o GN recebido é distribuído através da rede de distribuição da PBGÁS 
até os subramais que chegam a Estação de Regulagem de Pressão e Medição - ERPM 
do cliente; 
 
 medição: o GN distribuído aos clientes tem a sua medição realizada de duas formas: 
automatizada e manual. Para os clientes que possuem um consumo representativo 
(acima de 1.000 m³/dia), há na ERPM um computador de vazão - CV instalado, que é 
responsável por medir o volume consumido do cliente e enviar, através de 
comunicação via modem telefônico ou GPRS (General Packet Radio Service), os 
dados para a central (Master Unit) localizada na PBGÁS. Já os pequenos 
consumidores, não dispõem de CV devido ao elevado custo do equipamento. Dessa 
forma, a medição é feita diariamente por um funcionário treinado do cliente, através 
da anotação da leitura do medidor mecânico. Essas anotações são auditadas 
semanalmente por um técnico da PBGÁS. O tratamento de todas essas informações é 
realizado pela Equipe do Sistema Supervisório que as repassa ao setor financeiro da 
PBGÁS e à Petrobras; 
 
 repasse da medição ao cliente: é feito semanalmente, após o término do processo de 
medição, através do envio da fatura impressa ou disponibilização online; 
 
 repasse da medição ao fornecedor: a PBGÁS envia através de e-mail os volumes 
medidos para a Petrobras, apenas como forma de conferência entre as partes. A 
medição para fins de faturamento do fornecedor é realizada ainda na ERPM da 
PBGÁS, por meio de um CV; 
 
 arrecadação dos clientes: a PBGÁS emite a nota fiscal para os clientes com um 
prazo de 7 dias para pagamento; 
 
 Pagamento ao fornecedor: a PBGÁS paga à Petrobras a cada 15 dias. 
 
Existe uma grande importância e responsabilidade no sistema de medição de uma 
empresa distribuidora de gás natural, pois se trata do início ou ponto de partida de todo o 
faturamento junto aos clientes, como também a etapa de conferência dos volumes que são 
recebidos pelo fornecedor, neste caso, a Petrobras. 
44 
 
4.2 Segmentação de Mercado e Clientes 
 
 
Em 2009, a PBGÁS atendeu a 107 clientes nos segmentos de mercado: residencial, 
comercial, automotivo e industrial. Tais segmentos estão definidos a seguir, conforme o 
Decreto Nº 29.331 de 10 de Junho de 2008: 
 
 residencial: conjunto de consumidores que utilizam o gás natural para fins 
residenciais; 
 
 comercial: conjunto de consumidores cuja característica é o exercício de atividades 
comerciais ou de prestação de serviços, incluídos os órgãos públicos; 
 
 automotivo: segmento de consumo que utiliza o gás natural em veículos automotores; 
 
 industrial: conjunto de consumidores que utilizam o gás natural para atividades 
industriais na fabricação de produtos, recuperação de máquinas e equipamentos e 
fabricação diversa. 
 
A quantidade de clientes atendida pela PBGÁS pode ser discriminada conforme a 
tabela 3: 
 
Tabela 3 - Clientes atendidos pela PBGÁS por Segmento/Cidade 
SEGMENTO 
GRANDE 
JP 
CG MM* REM* PT* GUA* TOTAL % 
Industrial 37 12 - - - - 49 46 
Automotivo 33 6 2 1** 1** 1** 44 41 
Comercial 6 - - - - - 6 6 
Residencial 8 - - - - - 8 7 
TOTAL 84 18 2 1 1 1 107 100 
* MM – Mamanguape; REM – Remígio; PT – Patos; GUA – Guarabira. 
**Postos que são atendidos pelo GNC (Gás Natural Comprimido). 
 
O perfil dos clientes industriais da PBGÁS é composto por empresas dos ramos: 
cerâmico, bebidas, têxtil, papel, celulose, etc. Tais empresas estão concentradas, em sua 
maioria, no Distrito Industrial de João Pessoa, ficando a minoria espalhada nos municípios 
45 
 
que compreendem a grande João Pessoa e no Distrito Industrial de Campina Grande. A figura 
17 apresenta a participação de cada ramo de atividade dentro do segmento industrial: 
 
 
Figura 17 - Segmento industrial por ramo de atividade 
Fonte: PBGÁS (http://www.pbgas.pb.gov.br, 2009) 
 
O perfil dos clientes da PBGÁS referente ao segmento automotivo é composto por 
Postos de GNV de diferentes “bandeiras”, as quais são apresentadas na figura 18: 
 
 
Figura 18 - Distribuição dos Postos de GNV por bandeira 
 
Segundo dados da PBGÁS, foram comercializados em Novembro/2009 uma média 
diária de 380.000 m³ entre os segmentos atendidos pela empresa. Na figura19 é apresentada a 
participação de cada segmento nesse volume: 
 
 
7%
2%
20%
50%
5%
2%
2%
2% 5%
5%
AFL
ALE
Branca
BR
Dislub
Ello
Esso
SETA
Shell
Texaco
46 
 
 
Figura 19 - Composição do volume comercializado por segmento (Novembro/2009) 
 
 
 
4.3 A Cadeia Produtiva e a Rede de Distribuição de Gás Natural na Paraíba 
 
 
A cadeia produtiva do gás natural que chega à Paraíba é iniciada pela sua exploração 
nos poços de extração de petróleo em Guamaré-RN e em seguida, pelo seu processamento na 
Unidade de Processamento de Gás Natural- UPGN, localizada no mesmo local. É de Guamaré 
que vem a maior parte do gás que abastece a rede de distribuição da Paraíba, através do 
Gasoduto Nordestão. Existe, também, a possibilidade da rede receber gás oriundo de Pilar – 
AL, através do gasoduto GASALP. 
Na Paraíba, as tubulações de transporte, pertencentes à Petrobras, interligam-se à Rede 
de Distribuição da PBGÁS através de 3 (três) pontos de entrega: Santa Rita, Pedras de Fogo e 
Mamanguape, cuja entrega total de gás natural chega a uma média de 380.000 m³/dia. 
A partir do Gasoduto Nordestão, o gás natural é transportado com uma pressão de 
70kgf/cm² até os três pontos de entrega. O Ponto de entrega de Santa Rita reduz a pressão do 
gás recebido do Nordestão para 28 kgf/cm² e distribui com 11 kgf/cm² até as Estações 
Redutoras de Pressão e Medição nos clientes. O de Pedras de Fogo reduz a pressão para 35 
kgf/cm² e distribui com 13kgf/cm². O de Mamanguape reduz a pressão para 30 kgf/cm² e 
distribui com 10kgf/cm². 
O gás recebido nas ERPMs (Estações Redutora de Pressão e Medição) sofre mais uma 
redução de pressão, para só assim ser utilizado pelas indústrias (2 kgf/cm²), postos de GNV (6 
kgf/cm²) e residências (0,03 kgf/cm²). 
O Decreto nº. 29.331, de 10 de Junho de 2008, que regulamenta o serviço público de 
distribuição de gás canalizado no Estado da Paraíba, define em seu artigo 13º que: 
71,97%
27,90%
0,01% 0,12%
Industrial
Automotivo 
Residencial
Comercial
47 
 
 
“a distribuição de gás ocorre na forma canalizada e compreende a movimentação de 
gás pela Concessionária desde o Ponto de Recepção até os Pontos de Entrega das 
Unidades Consumidoras ou de outra Concessionária, a partir dos quais se dará a 
transferência de propriedade do gás da Concessionária para o Consumidor.” 
 
Atualmente, a Rede de Distribuição da PBGÁS possui 246 km de extensão, em aço 
carbono e PEAD (Polietileno Extrudado de Alta Densidade), utilizados para distribuição de 
gás natural em ramais de baixa, média e alta pressão. A grande João Pessoa conta com a 
maior parte da rede, 134 km. Campina Grande tem 15 km, seguida de Mamanguape com 4 
km. A PBGÁS possui ainda 93 km do gasoduto tronco, responsável por transportar o gás de 
João Pessoa até Campina Grande. 
Todo o recebimento do gás natural é realizado através dos pontos de entrega (ou city-
gates). Nesse local ocorre à redução de pressão entre o transporte e a distribuição, além da 
medição feita pela transportadora. Em seguida, já sob a responsabilidade da PBGÁS, existe 
uma Estação de Regulagem de Pressão – ERP (figura 20), onde é obtida a pressão necessária 
para atender à rede de distribuição. 
 
 
Figura 20 - ERP de Campina Grande 
Fonte: Melo, 2009. 
 
A Estação de Regulagem de Pressão e Medição – ERPM ou Conjunto de Regulagem 
de Pressão e Medição – CRM, tem por finalidade reduzir a pressão dos gasodutos de 
distribuição para a pressão contratada pelos consumidores. Neste caso, além da redução e 
controle da pressão, tem-se ainda a medição do gás fornecido. 
48 
 
A finalidade básica do CRM é reduzir e controlar a pressão para os ramais internos de 
abastecimento do cliente e garantir a estabilidade da pressão para medição e fornecimento. É 
um sistema composto por tubulação, conexões, válvulas, instrumentos, medidor de vazão e 
outros acessórios, destinados ao controle automático do fornecimento de gás natural. 
Geralmente, é utilizada uma cabine metálica para proteção dos equipamentos que compõem a 
estação, porém, na figura 21, a mesma encontrava-se sem cabine para melhor visualização dos 
equipamentos. 
 
 
Figura 21 - CRM de um Cliente PBGÁS 
Fonte: Melo, 2009. 
 
A seguir estão descritos os equipamentos existentes em um CRM, os quais estão 
indicados na figura 21: 
1) Válvula de Bloqueio de Emergência tipo Esfera; 
2) Filtro; 
3) Válvula de Bloqueio por sobre pressão (Shut-Off); 
4) Válvula Reguladora de Pressão Ativa (PCV); 
5) Válvula Reguladora de Pressão Monitorada (PCV); 
6) Válvula de Segurança e Alívio de Pressão; 
7) Medidor de Vazão; 
8) Válvula de Bloqueio Tipo Esfera saída; 
49 
 
9) Indicador de Pressão – Manômetro; 
10) Válvula de Bloqueio do Manômetro; 
11) Válvula de Purga do Manômetro; 
12) Válvula de Retenção; 
13) Computador de Vazão; 
14) União por flange. 
 
Grande parte dos clientes da PBGÁS possui CRM, tido como o ponto de entrega do 
gás natural e local de medição de consumo do cliente. Nesses CRMs está localizado o 
medidor de vazão, após todo o processo de regulagem de pressão. Na companhia, grande 
parte dos medidores utilizados é do tipo turbina ou rotativo. Devido à impossibilidade de 
medição em baixa pressão nos postos de GNC, alguns clientes possuem outro tipo de medidor 
para medição em alta pressão, os medidores do tipo Coriolis. 
 
 
4.4 Plano Estratégico - PBGÁS 
 
 
Tendo em vista novos desafios, a PBGÁS elaborou o Plano Estratégico - Horizonte 
2015, contemplando as fases de diagnóstico, elaboração de cenários, identificação dos 
determinantes e estrangulamentos externos e internos. Esse Plano é monitorado pela Diretoria 
Executiva através do ciclo PDCA, onde é realizada a sua análise estratégica. Tal análise 
implicou na definição de objetivos estratégicos focados, sobretudo, na captura de 
oportunidades e na aquisição de novas competências essenciais. 
A partir da percepção panorâmica sobre a capacidade de crescimento da companhia, 
foi definido o direcionamento estratégico da PBGÁS, levando-se em consideração a missão, 
visão, eixos estratégicos, estratégia empresarial, macro-objetivos e objetivo permanente da 
mesma: 
“Missão Institucional: disponibilizar gás natural no Estado da Paraíba, satisfazendo 
as necessidades dos clientes, colaboradores e fornecedores, aos interesses da 
sociedade, às expectativas dos acionistas e às exigências do desenvolvimento 
sustentável. 
 
Visão 2015: ser uma Companhia de reconhecida excelência empresarial, por seus 
stakeholders. 
 
Eixos Estratégicos: expansão do mercado; competitividade e excelência empresarial. 
 
50 
 
Estratégia Empresarial: desenvolvimento de mercado ancorado na vantagem 
competitiva de custo e produto diferenciado. 
 
Macro-objetivos: Expandir e diversificar o mercado de gás combustível no território 
paraibano; Otimizar o posicionamento competitivo da companhia; Internalizar 
tecnologias e desenvolver, novos negócios que alavanquem o mercado de gás 
combustível e Atingir a excelência em gestão empresarial.” 
 
Através da elaboração de um Plano Estratégico, a PBGÁS visa adquirir conhecimento 
suficiente do contexto do negócio, a fim de alcançar um melhor gerenciamento das operações e o 
estabelecimento de estratégias que permitam a consecução dos melhores resultados. 
Para atingir a Expansão do Mercado, bem como a Competitividade e Excelência Empresarial, 
a PBGÁS realizou o desdobramento do conjunto de objetivos e suas estratégias de ação, que são 
apresentados nas figuras 22 e 23: 
 
 
Figura 22 - Objetivos e ações para expansão do mercado 
Fonte: PBGÁS (http://www.pbgas.pb.gov.br, 2009) 
 
51 
 
 
Figura 23 - Objetivos e ações para competitividade e excelência empresarial 
Fonte: PBGÁS (http://www.pbgas.pb.gov.br, 2009) 
 
Mesmo buscando construir uma futura realidade através de programas estratégicos e 
seus respectivos projetos potenciais, a PBGÁS procura implantá-losou revisá-los, conforme 
as mudanças dos cenários e do ambiente de negócios da Companhia (PBGÁS, 2009). A 
seguir, são listados alguns exemplos de programas para expansão do mercado e para 
excelência empresarial, bem como seus respectivos projetos: 
 
 Programa: Expansão e Consolidação do Mercado Industrial e Automotivo 
Projetos: Atração de novas empresas para o Estado; Saturação da infraestrutura da 
rede de distribuição da Grande João Pessoa; Expansão da rede de distribuição e 
consolidação do mercado de Campina Grande e Gasoduto para Cabedelo; 
 
 Programa: Interiorização do GN na Paraíba 
Projetos: Expansão do Gasoduto Virtual - GNC / GNL; Gasoduto Patos e Gasoduto 
Guarabira; 
 
 Programa: Desenvolvimento dos Mercados Residencial e Comercial e de Fibra 
Ótica 
52 
 
Projetos: Residencial e Comercial - João Pessoa; Residencial e Comercial - Campina 
Grande; Climatização de Ambientes – João Pessoa/ Campina Grande e Comunicação 
de dados e voz – Fibra ótica; 
 
 Programa: Desenvolvimento do Mercado de Cogeração e Geração de Energia 
Projetos: Geração de Energia - UTE/PB; Cogeração Industrial – João Pessoa/ 
Campina Grande; Cogeração Comercial – João Pessoa/ Campina Grande; Geração em 
Ponta - Cimpor e Cogeração Biomassa / GN – Região zona da mata; 
 
 Programa: Modernização Tecnológica da Gestão Empresarial 
Projetos: Sistema de Gestão integrada – ERP; Sistema de Projeção de Mercado e 
Programação de Retirada de Gás – PREG; Sistema de Informações Georeferenciadas – 
GIS; Sistema de Gerenciamento e Controle de Emergência – INFOPAE; Sistema de 
Modernização da Rede de Distribuição – Supervisório; Base de Dados de Engenharia 
de Custos e Sistema de Gestão do Atendimento ao Cliente. 
 
 Ao todo são oito programas e cerca de cinqüenta projetos a serem implantados de 
forma compartilhada interna e externamente à companhia, os quais, adequadamente 
desenvolvidos, devem tornar realidade a sua Visão 2015 (PBGÁS, 2009). 
 
 
4.5 Política e Diretrizes de SMS – Segurança, Saúde e Meio Ambiente 
 
 
A Companhia Paraibana de Gás adota, desde o início de suas atividades de 
distribuição, o compromisso com a segurança, com a prevenção da saúde de seus empregados 
e de respeito ao meio ambiente. A busca pela excelência na Gestão de Segurança, Meio 
Ambiente e Saúde, passou a ser uma meta estratégica para a Companhia, reconhecida como 
parte integrante do desenvolvimento do negócio. 
Nesse cenário de mudança, a PBGÁS busca alcançar resultados eficazes no 
desempenho de SMS da Companhia e, para tanto, tem na sua Política, a declaração de 
intenções, princípios de ação e aspirações, através da qual visa ter um processo contínuo, 
dinâmico, planejado e sistemático. A seguir são listados os compromissos de SMS da 
PBGÁS: 
53 
 
 
 Reconhecer os aspectos de Segurança, Meio Ambiente e Saúde como parte integrante 
do desenvolvimento de seus negócios; 
 
 Estabelecer a comunicação relacionada aos aspectos de Segurança, Meio Ambiente e 
Saúde com as partes interessadas – colaboradores, clientes, contratadas, fornecedores, 
comunidade vizinha, órgãos competentes e acionistas; 
 
 Educar, capacitar e conscientizar os colaboradores para as questões de Segurança, 
Meio Ambiente e Saúde, buscando o envolvimento dos clientes, contratadas, 
fornecedores; 
 
 Estimular o processo de melhoria contínua dos esforços preventivos da força de 
trabalho; 
 
 Adotar procedimentos que minimizem os impactos adversos significativos de 
Segurança, Meio Ambiente e Saúde nas suas atividades, produtos e serviços; 
 
 Promover o gerenciamento de riscos e atuar na prevenção de acidentes, poluição, 
redução de resíduos e do consumo de recursos; 
 
 Responder as situações de emergências, atuando no combate e controle e na mitigação 
de seus impactos. 
 
As empresas públicas ou privadas devem desenvolver e implementar políticas de 
responsabilidade social, especialmente no ambiente onde atuam, visando contribuir para o 
incremento da justiça e a inclusão social, melhorando, por consequência, a qualidade de vida 
do cidadão. A PBGÁS, consciente dessa responsabilidade, vem desenvolvendo ações 
relacionadas à responsabilidade social, cultural e ambiental. Como exemplo, o Patrocínio à 1ª 
Conferência Estadual do Meio-Ambiente e o apoio financeiro ao Verão Total, no ano de 
2008. A companhia também adotou o uso de papel reciclado e ecologicamente correto nos 
seus impressos gráficos (PBGÁS, 2009a). 
54 
 
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 
 
 
Neste capítulo são apresentadas as conclusões sobre a pesquisa, bem como as 
recomendações ao final do estudo de caso da concessionária responsável pela distribuição de 
gás natural no Estado. 
 
 
5.1 Conclusões 
 
 
Entende-se que os objetivos propostos neste trabalho foram alcançados, conforme se 
detalha: 
No capítulo 2, a cadeia produtiva do gás natural foi apresentada através da descrição 
das cinco atividades que a constitui: exploração, produção, processamento, transporte e 
distribuição. Assim, pôde-se visualizar como se dá o processo de obtenção desse energético, 
desde a etapa de exploração até a de distribuição, o alvo desta pesquisa. Ainda nesse capítulo 
foi apresentado o modal dutoviário, como forma de caracterizar a movimentação do gás 
natural através de dutos. Por sua vez, foram relacionados alguns aspectos da logística de 
distribuição e identificados os elementos que compõe uma rede de distribuição de gás natural: 
rede de tubulação, estação de compressão, estação de redução de pressão e medição, e sistema 
de supervisão e controle. 
No capítulo 4, através do estudo de caso na PBGÁS, companhia responsável pela 
distribuição de gás na Paraíba, foi possível descrever como se dá o processo de distribuição de 
gás natural no Estado, decompondo esta atividade em um macroprocesso (figura 16). A partir 
daí, buscou-se apresentar a cadeia produtiva do gás natural no Estado, identificando desde a 
sua origem em Guamaré-RN até a fase final da entrega do combustível ao consumidor 
(indústrias, posto de GNV, residências e estabelecimentos comerciais). Aproveitou-se 
também para caracterizar a estrutura organizacional da empresa, a estrutura física da rede de 
distribuição, bem como as suas características funcionais. 
Durante a pesquisa bibliográfica observou-se que o gás natural surge como uma 
alternativa menos poluente aos combustíveis utilizados pelas indústrias, o que serviria como 
atrativo para a implantação de novas unidades fabris na área de abrangência da PBGÁS. 
Desse modo, o combustível desempenha uma função estratégica para a economia local, assim 
55 
 
como para a nacional, em face da importância do mercado de energia para o crescimento da 
economia. Logo, é fundamental o investimento na ampliação, modernização e na 
confiabilidade operacional da rede de gasodutos regional, para atender às necessidades dos 
consumidores locais. 
Foi observado, também, que a melhoria da infraestrutura logística do gás natural é 
fundamental para a expansão da malha e, consequentemente, para a distribuição desse 
energético na Paraíba. Isto está de acordo com Praça (2003), que enfatiza a necessidade do 
desenvolvimento tecnológico para a redução dos custos e viabilização econômica da 
distribuição descentralizada do gás, ampliando sua comercialização para clientes situados fora 
das zonas de influência dos gasodutos. 
Para a realização desta pesquisa, buscou-se delimitá-la à etapa de distribuição do gás 
natural, considerada como a etapa final da cadeia produtiva desse combustível. Ainda assim, 
houve dificuldade em encontrar dados atualizados tanto em âmbito nacional, como também 
estadual. No Brasil, a ANTT não dispunha de dados atuais sobre a malha dutoviária existente 
no país. No website da Agência, os dados encontrados sobre a participação do modal 
dutoviário na matriz de transportes do país referem-se apenas ao ano 2000. No âmbito 
estadual, os dados

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