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Trabalho de Literatura

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Trabalho de Literatura
Questões dos últimos quatro PAVE e cinco questões da à postila.
 Componentes: Gianefer, Nicole e Paola D.
Turma: 222
· PAVE 2011.
1-A seguinte frase finaliza uma das obras cuja leitura foi recomendada para esta etapa do PAVE:
“— Uma lei romana, percebem? E querem introduzi-la no Brasil! É mais um estrangeirismo!...”A frase pertence
(a) a uma crônica de Luís Fernando Verissimo, autor cuja obra é marcada pela oposição ao regime militar.
(b) ao conto “No retiro da figueira”, de Moacyr Scliar, em que o cenário político brasileiro é desconstruído pelo narrador.
(c) às Cartas Chilenas, em que Tomás Antônio Gonzaga critica veladamente os costumes brasileiros.
(d) a uma obra de Guimarães Rosa, por seu estilo inconfundível de trabalhar a linguagem.
(e) ao conto “Plebiscito”, de Arthur Azevedo, em que se critica a empáfia da falsa erudição.
(f) I.R.
2-Lê o seguinte texto, cujo título é “O apito”:
Tudo o que o Mafra dizia, o Dubin duvidava.
Eram inseparáveis, mas viviam brigando. Porque o Mafra contava histórias fantásticas e o Dubin sempre fazia aquela cara de conta outra.
 — Uma vez...
— Lá vem história.
— Eu nem comecei e você já está duvidando?
— Duvidando, não. Não acredito mesmo.
— Mas eu nem contei ainda!
— Então conta.
— Uma vez eu fui a um baile só de pernetas e...
— Eu não disse? Eu não disse?
O Mafra às vezes fazia questão de provar as suas histórias para o Dubin.
— Dubin, eu sou ou não sou pai-de-santo honorário?
O Dubin relutava, mas confirmava.
— É.
Mas em seguida arrematava:
— Também, aquele terreiro está aceitando até turista argentino...
Então veio o caso do apito. Um dia, numa roda, assim no mais , o Mafra revelou:
— Tenho um apito de chamar mulher.
— O quê?
— Um apito de chamar mulher.
Ninguém acreditou. O Dubin chegou a bater com a cabeça na mesa, gemendo:
— Ai meu Deus! Ai meu Deus!
— Não quer acreditar, não acredita. Mas tenho.
— Então mostra.
— Não está aqui. E aqui não precisa apito. É só dizer "vem cá".
O Dubin gesticulava para o céu, apelando por justiça.
— Um apito de chamar mulher! Só faltava essa!
Mas aconteceu o seguinte: Mafra e Dubin foram juntos numa viagem (Mafra queria provar ao Dubin que tinha mesmo terras na Amazônia, uma ilha que mudava de
lugar conforme as cheias) e o avião caiu em plena selva.
Ninguém se pisou, todos sobreviveram e depois de uma semana a frutas e água foram salvos pela FAB. Na volta, cercados pelos amigos, Mafra e Dubin contaram sua aventura. E Mafra, triunfante, pediu para Dubin:
— Agora conta do meu apito.
— Conta você — disse Dubin, contrafeito.
— O apito existia ou não existia?
— Existia.
— Conta, conta — pediram os outros.
— Foi no quarto ou quinto dia. Já sabíamos que ninguém morreria. A FAB já tinha nos localizado. O salvamento era só uma questão de tempo. Então, naquela descontração geral, tirei o meu apito do bolso.
— O tal de chamar mulher?
— Exato. Estou mentindo, Dubinzinho?
— Não — murmurou Dubinzinho.
— Soprei o apito e pimba.
— Apareceram mulheres?
— Coisa de dez minutos. Três mulheres.
Todos se viraram para o Dubin incrédulos.
— É verdade?
— É — concedeu Dubin.
Fez-se um silêncio de puro espanto. No fim do qual Dubin falou outra vez:
— Mas também, era cada bucho!
 Comumente, um gênero ou um autor possui características (facilmente) reconhecíveis para o seu público leitor. Pelos aspectos literários do texto acima, assinala a alternativa que apresenta o autor.
(a) Marta Medeiros. (b) Lya Luft. (c) Luís Fernando Verissimo.
(d) Rubem Braga. (e) Moacyr Scliar. (f) I.R.
· PAVE 2012.
1-A linguagem pode ser manipulada com vistas a obter maior expressividade. Para tanto, são
utilizados recursos aos quais chamamos de “figuras de linguagem”. Analise as afirmações que seguem.
I) Hipérbato é uma figura de linguagem que pode ser exemplificada nos dois primeiros versos do Hino Nacional Brasileiro. “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heroico o brado retumbante.”
II) No verso “A vida vem em ondas, como o mar”, de Vinícius de Morais, observa-se a presença de uma metáfora.
III) Um bom exemplo de antítese pode ser encontrado nestes versos de Castro Alves: “Era o porvir – em frente do passado, / A liberdade – em face à Escravidão.” Das afirmações acima, está (ão) correta(s)
(a) apenas a I e a II. (b) apenas a I e a III. (c) apenas a II.
(d) apenas a II e a III. (e) I, II e III. (f) I.R.
2-Com base na ideia de que o gênero é a maneira pela qual os conteúdos literários organizam se em uma forma, apresentando, portanto, características estruturais semelhantes, e que um autor possui características reconhecíveis para os seus leitores, analise os excertos que seguem.
I)A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas 
A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência.
II) Em quatro paletadas, desmunhecando uns, cortando outros, esgaravatando outros, enquanto o diabo esfrega o olho, o chão ficou estivado de gente estropiada, espirrando a sangueira naquele reduto. É verdade também que ele estava todo esfuracado: a cara, os braços, a camisa, o tirador, as pernas, tinham mais lanhos que a picanha de um reiuno empacador: mas não quebrava o corincho, o trabuzana! Aquilo seria por obra dalguma oração forte, que ele tinha, cosida no corpo.
III) A família do morto – sua respeitável filha e seu formalizado genro, funcionário público de promissora carreira; tia Marocas e seu irmão mais moço, comerciante com modesto crédito num banco – afirma não passar toda a história de grossa intrujice, invenção de bêbedos inveterados, patifes à margem da lei e da sociedade, velhacos cuja paisagem devera ser as grades da cadeia e não a liberdade das ruas, o porto da Bahia, as praias de areia branca, a noite imensa.
IV) Senhor, posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a notícia do achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta navegação achou, não deixarei de também dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que — para o bem contar e falar — o saiba pior que todos fazer! Todavia tome Vossa Alteza minha ignorância por boa vontade, a qual bem certo creia que, para aformosentar nem afear, aqui não há de pôr mais do que aquilo que vi e me pareceu.
V) Mas o que mais agradou à minha mulher foi a segurança. Durante todo o trajeto de volta à cidade – e eram uns bons cinquenta minutos – ela falou, entusiasmada, da cerca eletrificada, das torres de vigia, dos holofotes, do sistema de alarmes – e sobretudo dos guardas. Oito guardas, homens fortes, decididos – mas amáveis, educados. Aliás, quem nos recebeu naquela visita, e na seguinte, foi o chefe deles, um senhor tão inteligente e culto que logo pensei: “ah, mas ele deve ser formado em alguma universidade”. De fato: no decorrer da conversa ele mencionou – mas de maneira casual – que era formado em Direito. O que só fez aumentar o entusiasmo de minha mulher. Dentre as alternativas que seguem, aquela que indica corretamente, segundo a ordem apresentada acima, a obra e o autor dos
excertos recém-mostrados é
(a) Carta de Pero Vaz de Caminha – Missa do Galo, de Machado de Assis – A morte e a morte de Quincas Berro D’água, de Jorge Amado – No retiro da figueira, de Moacyr Scliar – Negro Bonifácio, de João Simões Lopes Neto. 
(b) Missa do Galo, de Machado de Assis – Negro Bonifácio, de João Simões Lopes Neto – No retiro da figueira, de Moacyr Scliar – Carta de Pero Vaz de Caminha – A morte e a morte de Quincas Berro D’água, de Jorge Amado.
(c) Missa do Galo, de Machado de Assis – Negro Bonifácio, de João Simões Lopes Neto – A morte e a morte de Quincas Berro D’água, de Jorge Amado – Carta de Pero Vaz de Caminha – No retiro da figueira, de Moacyr Scliar.
(d) Negro Bonifácio, de João Simões Lopes Neto – Missa do Galo, de Machado de Assis – No retiro da figueira, de Moacyr Scliar – Carta de Pero Vaz de Caminha – A morte e a morte de Quincas Berro D’água, de Jorge Amado.
(e) No retiro da figueira, de Moacyr Scliar – Negro Bonifácio, de João Simões Lopes Neto – A morte e a morte de Quincas Berro D’água, de Jorge Amado – Carta de Pero Vaz de Caminha – Missa do Galo, de Machado de Assis.
(f) I.R
· PAVE 2013
Na obra de Tomás Antônio Gonzaga, Cartas Chilenas (1786), cujo excerto da ‘carta 8’ apresenta-se abaixo. Leia o trecho para responder à questão 1.
[…]Cada triênio, pois, os nossos chefes
Levantam duas quintas ou berdades,
E, quando o lavrador da terra inculta
Despende o seu dinheiro, no princípio,
Fazendo levantar, de paus robustos,
As casas de vivenda e, junto delas,
Em volta de um terreiro, as vis senzalas,
Os nossos generais, pelo contrário,
Quando estas quintas fazem, logo embolsam
Uma grande porção de louras barras.[…]
1-Qual o tema da obra?
(a) As belezas naturais de Minas Gerais.
(b) O modo de vida dos brasileiros na época das Capitanias Hereditárias.
(c) A corrupção existente na política brasileira no século XVIII.
(d) As belezas naturais do Chile.
(e) A fertilidade do solo brasileiro.
(f) I.R.
Leia os textos abaixo para responder à questão 2.
―Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre.
Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa, constantemente se nega, se furta à vida.‖
(Fernando Pessoa) 
 O mate do João Cardoso
 João Simões Lopes Neto
Pois, como dizia: não passava andante pela porta ou mais longe ou mais distante, que o velho João Cardoso não chamasse, risonho, e renitente como mosca de ramada; e aí no mais já enxotava a cachorrada, e puxando o pito de detrás da orelha, pigarreava e dizia:
— Olá! Amigo! Apeie-se; descanse um pouco! Venha tomar um amargo! É um instantinho… crioulo?! …
O andante, agradecido à sorte, aceitava… menos algum ressabiado, já se vê.
— Então que há de novo? (E para dentro de casa, com uma voz de trovão, ordenava: – Oh! crioulo! Traz mate!) E já se botava na conversa, falava, indagava, pedia as novas, dava as que sabia; ria-se, metia opiniões, aprovava umas cousas, ficava buzina com outras…
E o tempo ia passando. O andante olhava para o cavalo, que já tinha refrescado; olhava para o sol que subia ou descambava… e mexia o corpo para levantar-se.
— Bueno! São horas, seu João Cardoso; vou marchando! …
— Espere, homem! Só um instantinho! Oh! Crioulo, olha esse mate!
E retomava a chalra. Nisto o crioulo já calejado e sabido, chegava-se lhe manhoso e cochichava-lhe no ouvido:
— Sr., não tem mais erva! …
— Traz dessa mesma! Não demores, crioulo! …
 E o tempo ia correndo, como água de sanga cheia.[…]
2-Entre o pensamento de Fernando Pessoa e o excerto do conto de Simões Lopes Neto – O mate do João Cardoso – existe uma intertextualidade implícita (relativa ao tema). Identifique essa característica dentre as alternativas abaixo.
(a) O passar do tempo.
(b) O sentimento de amizade.
(c) A sensação de solidão.
(d) Os hábitos e costumes.
(e) As transformações do ser humano.
(f) I.R
· PAVE 2014
Por sua característica linguística, é correto afirmar que o texto 2 foi produzido no mesmo contexto social de
(a) “Contos gauchescos”, de João Simões Lopes Neto.
(b) “A morte e a morte de Quincas Berro D’água”, de Jorge Amado.
(c) “Plebiscito”, de Arthur Azevedo.
(d) “Missa do Galo”, de Machado de Assis.
(e) “Cartas Chilenas”, de Tomás Antônio Gonzaga.
(f) I.R.

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