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Unidade 3 - Monitoramento Ambiental

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Monitoramento 
Ambiental 
 
Unidade Nº3 – Análise e interpretação 
de resultados 
 
 
Aline Silverol 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
A natureza nos oferece tantos recursos naturais, e nós, na maioria das 
vezes, nem percebemos como o nosso estilo de vida altera os sistemas 
naturais! 
Mas como monitorar os sistemas naturais e impedir que os impactos 
ambientais possam ocorrer e, no caso de sua ocorrência, saber como agir? 
Por meio do monitoramento ambiental, é possível criar planos para 
acompanhamento ambiental e oferta de cuidados aos sistemas naturais, com 
o intuito de se evitar os impactos e a poluição dos recursos naturais. Para que 
isso seja realizado, é importante compreender alguns conceitos sobre 
amostragem e rede de monitoramento de cada sistema. Além disso, também 
é importante compreender a análise estatística dos dados obtidos por meio 
da análise laboratorial, além de sua interpretação. 
Dessa maneira, é possível monitorar o ambiente de interesse e observar 
possíveis alterações, mesmo que pequenas, que sejam indicativas de 
processos de poluição. Assim, é possível manter e preservar a qualidade dos 
sistemas naturais, e com isso promover o desenvolvimento econômico e 
social, ao mesmo tempo em que a sustentabilidade ambiental possa ser 
assegurada. 
Bons estudos! 
 
 
1. Instrumentação de redes de monitoramento 
Sabemos o quanto é importante a preservação e o uso de forma 
racional dos recursos naturais. Para estabelecer um equilíbrio sustentável 
entre o necessário desenvolvimento econômico e social e a disponibilidade 
dos recursos naturais em seus respectivos – água, ar e solos – é fundamental 
o estabelecimento de um programa de monitoramento ambiental. Em que se 
forneça dados e subsídios para o diagnóstico e avaliação das condições dos 
sistemas naturais e para a tomada de decisões associadas ao gerenciamento 
de recursos. 
O monitoramento pode ser definido como um conjunto de informações 
físicas, químicas e biológicas do sistema natural em estudo, para atender a um 
ou mais objetivos. Desta forma, pode ser considerado um sistema contínuo de 
observações, medições e avaliações com múltiplas finalidades. Podemos citar, 
como os principais objetivos do monitoramento ambiental (Figura 1): 
 
 Detectar a violação de padrões de qualidade, previstos na legislação; 
 Analisar a tendência de uma variável; 
 Avaliar a eficácia de programas e ações conservacionistas; 
 Relatar os impactos ambientais resultantes de uma ação proposta; 
 Alertar para impactos ambientais não previstos, ou mudanças nas 
tendências previamente observadas; 
 Oferecer informações imediatas, quando um indicador de impacto 
ambiental se aproximar de valores críticos, conforme legislação; 
 Oferecer informações que permitam avaliar as medidas mitigadoras 
para alterar ou ajustar as técnicas de monitoramento utilizadas. 
 
 
 
 
Figura 1 – Uma das etapas do monitoramento ambiental, as análises de laboratório 
são responsáveis por fornecer dados importantes para o acompanhamento da qualidade do 
sistema natural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pixabay. Disponível em: < https://pixabay.com/pt/photos/laborat%C3%B3rio-
an%C3%A1lise-qu%C3%ADmica-qu%C3%ADmico-2815640/ >. Acesso em: 22/04/2019. 
 
Dessa forma, as redes de monitoramento têm como objetivo 
desenvolver ações que permitam o aprimoramento e a ampliação do 
monitoramento da qualidade dos sistemas naturais, permitindo que suas 
informações estejam disponíveis para toda a população. 
Os objetivos das redes de monitoramento estão relacionados com o 
funcionamento do sistema ambiental que está sendo avaliando, por meio dos 
dados obtidos pelas redes de monitoramento, que irão subsidiar as decisões 
que devem ser tomadas com relação à gestão dos recursos naturais. 
Portanto, para a realização do monitoramento, é necessário o 
conhecimento dos conceitos básicos de instrumentação, análise dos dados e o 
uso da estatística para a interpretação dos dados levantados pelas redes. 
Entretanto, para se monitorar um sistema é necessária a realização de 
um planejamento, para que, de forma clara, os objetivos estabelecidos possam 
ser atingidos. 
E como o levantamento de dados pode ser planejado? 
O planejamento do monitoramento consiste nas seguintes etapas 
(Derisio, 2012): 
 Definição dos objetivos da amostragem; 
 Seleção dos parâmetros; 
 Seleção dos locais de coleta; 
 Fixação do número de amostras e da frequência da amostragem; 
 Seleção dos métodos analíticos; 
 Seleção dos métodos de coleta e de preservação das amostras; 
 Aplicação de métodos de controle da qualidade dos dados. 
 
E como os dados podem ser obtidos? Vamos aprender? 
 
1.1. Instrumentação de redes de monitoramento da água 
 
 A manutenção e o monitoramento da qualidade da água são de grande 
importância para diversas atividades humanas, como consumo, lazer, 
atividades urbanas, industriais e agropecuárias. 
A qualidade da água deve ser de tal maneira que satisfaça todas as 
exigências de cada atividade, mas, principalmente, atender as exigências de 
saúde pública. Além disso, a água, quando devolvida a seu ambiente natural, 
não deve comprometer os seus diversos usos, e o monitoramento pode 
contribuir para assegurar a qualidade dos corpos d’água (Figura 2). 
Figura 2 – O monitoramento da qualidade da água assegura o seu uso por seus 
múltiplos usuários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pixabay. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/crian%C3%A7as-rio-
%C3%A1gua-a-banheira-1822704/ Acesso em: 22/04/2019. 
 
Para o monitoramento da qualidade da água, é necessário também o 
controle acerca da quantidade e disponibilidade de água. Esse entendimento é 
importante para se relacionar as alterações na quantidade com a qualidade da 
água. Dessa forma, é importante a compreensão dos processos que regem a 
ocorrência e o abastecimento dos recursos hídricos. 
 
 
 
 As formas de monitoramento da quantidade de água são obtidas por 
meio de dados pluviométricos e fluviométricos. 
Os dados pluviométricos são gerados a partir do monitoramento da 
água da precipitação, ou seja, a água da chuva proveniente da atmosfera, que 
depende dos ciclos climáticos para acontecer. 
As medidas de precipitação consistem em avaliar a altura pluviométrica 
ou a de precipitação, em milímetros, e a quantidade de água que precipitou 
por unidade de área horizontal. Cada milímetro de altura em um metro 
Vamos revisar o ciclo hidrológico? Veja este vídeo e relembre como funciona o ciclo 
hidrológico: https://www.youtube.com/watch?v=vW5-xrV3Bq4&t=16s 
quadrado corresponde um litro por metro quadrado (Derisio, 2012). Os 
equipamentos utilizados para a medição da precipitação são os pluviômetros, 
que medem os totais precipitados entre duas leituras sucessivas, e os 
registros contínuos são obtidos pelos pluviógrafos (Derisio, 2012). 
A avaliação da precipitação considera quatro elementos: duração, 
intensidade, intervalo e severidade. A duração refere-se ao tempo decorrido 
entre o início da precipitação e o seu término, sendo expressa em minutos ou 
horas. A intensidade é relação entre a altura da pluviosidade e o tempo de 
duração da precipitação, sendo registrada pelos pluviógrafos. O intervalo 
refere-se a frequência com que ocorre a precipitação, representando a 
distribuição da chuva ao longo do ano. Através desses dados é possível 
comparar as quantidades de precipitação e a época do ano, podendo assim 
classificar os eventos em severos ou não. 
Dessa forma, com o monitoramento dos dados pluviométricosé 
possível criar programas de controle de poluição das aguas, por exemplo, e 
encontrar medidas para minimizar os impactos de poluentes diversos em 
épocas em que as chuvas são mais severas. 
Os dados fluviométricos representam a medição das águas do 
escoamento superficial que compõem os rios e lagos. Durante a precipitação, 
a água cai no solo, sendo que uma parte infiltra, abastecendo os reservatórios 
das águas subterrâneas, e outra parte escoa, abastecendo os rios e os lagos. 
Por meio do fluviômetro, é possível calcular a vazão de um determinado corpo 
d’água. 
O monitoramento da vazão é um elemento fundamental para o 
monitoramento da poluição das águas, e por meio de uma rede fluviométrica 
é possível monitorar a vazão. As redes fluviométricas são instaladas 
acompanhando a bacia hidrográfica do rio em estudo. 
 A vazão dos cursos de água é um dado relevante para se monitorar os 
processos de poluição das águas. A metodologia utilizada para a obtenção dos 
dados consiste em coletar a média de vazão de sete dias e relacionar com a 
média de dez anos do chamado período de retorno. 
 
 
 
O monitoramento das águas prevê o levantamento sistemático de 
dados em pontos de amostragem selecionados, utilizando-se a bacia 
hidrográfica como guia para a instalação dos equipamentos de 
monitoramento. A coleta dos dados tem por objetivo acompanhar a evolução 
das condições de qualidade da água ao longo do tempo, fornecendo séries 
temporais de dados (Derisio, 2012). 
E como o levantamento de dados pode ser planejado? 
O planejamento do monitoramento da água consiste nas seguintes 
etapas (Derisio, 2012): 
 Definição dos objetivos da amostragem; 
 Seleção dos parâmetros; 
 Seleção dos locais de coleta; 
 Fixação do número de amostras e da frequência da amostragem; 
 Seleção dos métodos analíticos; 
 Seleção dos métodos de coleta e de preservação das amostras; 
 Aplicação de métodos de controle da qualidade dos dados. 
 
Vamos conhecer cada um deles? 
 
 
 
Para entender melhor sobre o cálculo de vazão e sua relação com período de 
retorno, leia o Capitulo 2 do livro Introdução ao Controle de Poluição Ambiental, 
disponível na Biblioteca Virtual. 
1.1.1. Definição dos objetivos de amostragem 
 
Os objetivos de amostragem são uma etapa importante para o 
planejamento do monitoramento ambiental, pois quanto mais definidos são 
estes objetivos, mais assertivos serão os resultados. Podemos citar, por 
exemplo, como objetivos: registro de nível de referência da qualidade da água; 
verificação da conformidade da água com os parâmetros de qualidade 
recomendados; avaliação das tendências de qualidade ao longo do tempo; 
vigilância em relação aos lançamentos clandestinos; calibração para o uso de 
modelos matemáticos; estudos de eutrofização, estudos de toxidade, entre 
outros. 
 
1.1.2. Seleção dos parâmetros 
 
A seleção dos parâmetros para o monitoramento das águas deve estar 
alinhado com os objetivos do monitoramento. Existe uma numerosa 
quantidade de indicadores da qualidade da água, podendo ser agrupados de 
modo a caracterizar os diversos tipos de fontes poluidoras (Derisio, 2012). 
Além disso, essa seleção deve estar alinhada com o uso previsto para o corpo 
d’água que será monitorado, pois cada uso possui uma legislação específica 
quanto aos indicadores de qualidade. 
Por exemplo, para se monitorar a poluição orgânica, podemos utilizar 
como parâmetros para a avaliação da qualidade da água a demanda 
bioquímica de oxigênio, demanda química de oxigênio, cloretos, fenóis e 
oxigênio dissolvido. Para a poluição inorgânica, podemos utilizar os metais, 
praguicidas, outras substâncias tóxicas e testes de toxidade como parâmetros. 
Para avaliação da contaminação bacteriana, podemos utilizar como 
indicadores os coliformes totais e fecais. E para avaliar a poluição de forma 
geral, podem ser utilizados o potencial hidrogeniônico, temperatura da água, 
resíduos totais e turbidez. 
 
1.1.3. Seleção dos locais de coleta 
 
A determinação dos objetivos do monitoramento é uma etapa crucial 
para a seleção dos locais de amostragem. A demarcação dos locais pode ser 
realizada por meio de visitas de campo, por imagens de satélite ou cartas 
topográficas. 
O plano de amostragem deve contemplar os pontos-chave dos cursos 
d’água, com o intuito de se detectar as influencias mais representativas das 
fontes poluidoras. 
 
1.1.4. Número de amostras e da frequência da amostragem 
 
 O número de amostras e a frequência da amostragem estão 
relacionados aos objetivos do monitoramento. Para a determinação do 
número e da frequência de amostragem, geralmente utiliza-se o apoio de 
ferramentas de estatística, para que a representatividade dos dados seja 
garantida. 
 
1.1.5. Seleção dos métodos analíticos 
 
 A escolha dos métodos analíticos variam de acordo com o objetivo do 
monitoramento. Os métodos analíticos constituem-se em recursos de 
laboratório, para realização de análises físicas, químicas e biológicas das 
amostras. E, também, tem os recursos de campo, com os quais é possível 
realizar algumas análises no próprio local de coleta. 
 Devemos salientar que, na etapa de análises, é importante entender 
sobre as exigências da legislação para cada uso da água, legislação essa que 
pode ser diferente entre municípios, estados e federação. Além disso, também 
é importante conhecer os métodos analíticos em razão do limite de detecção 
de cada equipamento caso a caso. 
O limite de detecção refere-se a concentração mínima do elemento ou 
substância de interesse que o equipamento consegue medir. Se a substância 
estiver abaixo do limite de detecção do aparelho, é impossível realizar a leitura 
para aquele elemento ou substância. Por isso a importância do conhecimento 
de cada técnica analítica. 
 
1.1.6. Seleção dos métodos de coleta e de preservação das amostras 
 A seleção dos métodos de coleta e de preservação das amostras estão 
relacionados às técnicas analíticas em que esses materiais serão submetidos. 
Cada técnica possui um protocolo de coleta, armazenagem, recipiente de 
coleta e de armazenamento, entre outros cuidados. 
 
1.1.7. Controle da qualidade dos dados. 
O controle dos dados obtidos refere-se a observância das metodologias 
de coleta, para evitar a contaminação das amostras, a coleta de amostras em 
duplicata ou triplicata, a utilização de amostras-padrão, para efeitos de 
comparação, entre outras ações. 
 
 
 
 
 
 
Cada município, Estado e a federação exigem um determinado grupo de análises 
químicas para o monitoramento da água, baseado na relação do sistema natural a ser 
monitorado e os outros sistemas envolvidos. Por isso, é importante consultar a 
legislação para saber as exigências em cada caso. Mas para saber mais detalhes sobre 
as análises químicas, você pode consultar o livro Química Analítica e Análise 
Quantitativa, disponível na Biblioteca Virtual. 
1.2. Instrumentação de redes de monitoramento do ar 
 
A atmosfera é uma camada de natureza gasosa e fina, que circunda a 
Terra, e que permanece aderida ao planeta graças a forc ̧a da gravidade. A 
origem da atmosfera remete ao próprio processo de formação do planeta 
Terra, no qual as primeiras composições das camadas de gases em nada se 
pareciam com a composição atual. Foi somente com a evolução das primeiras 
formas de vida que o oxigênio passou a fazer parte da atmosfera. 
Nossa atmosfera é uma combinac ̧ão de nitroge ̂nio, oxige ̂nio, argo ̂nio, 
dióxido de carbono, vapor d’água e gases residuais, e até então, é a única 
atmosfera do Sistema Solar que apresenta estacomposição (Christopherson e 
Birkeland, 2017). 
O uso primordial do recurso ar concerne à manutenção da vida. O ar é 
utilizado livremente por todos, justamente pelo fato de estar disponível, sem 
que seu uso implique em qualquer prejuízo. E as quantidades utilizadas são 
enormes, pois além de participar de funções metabólicas dos seres humanos, 
animais e vegetação, também são usados nos fenômenos climáticos e para as 
comunicações, transporte, combustão, processos industriais e como receptor 
e transportador de resíduos diversos oriundos das atividades antrópicas 
(Derisio, 2012). 
 Pelo fato de ser um recurso de uso livre, o ar vem sofrendo, cada vez 
mais, as consequências da poluição. A poluição do ar é a presença ou o 
lançamento de substâncias em concentrações suficientes para alterar o 
funcionamento do sistema ar, bem como interferir na saúde, na segurança e 
no bem-estar dos usuários desse recurso. 
A poluição do ar causa uma série de prejuízos à sociedade, à economia 
e ao meio ambiente, como exemplos: a baixa qualidade do ar que provoca o 
aumento de doenças respiratórias; a deposição de poluentes em imóveis, 
automóveis, dentre outros provocam ou aceleram processos corrosivos; a 
deposição de poluentes na vegetação também promove a alteração do 
metabolismo das plantas, podendo causar a morte, entre outros (Figura 3). 
Figura 3 – A poluição do ar, além de causar diversos problemas de saúde para a 
população, também promove impactos diversos ao meio ambiente, causando prejuízos 
econômicos, sociais e ambientais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pixabay. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/ind%C3%BAstria-nascer-
do-sol-nevoeiro-611668/Acessado em: 22/04/2019. 
 
Para o monitoramento da qualidade do ar, é necessário também a 
avaliação de alguns elementos que interferem na dispersão dos poluentes, 
bem como nas condições meteorológicas. O vento é um dos principais 
elementos considerados, em que são avaliadas a direção, a velocidade e a 
porcentagem de calmaria. Também a turbulência, se é mecânica ou térmica, a 
temperatura e a pressão atmosféricas, verificando se há variação vertical ou 
horizontal. Observa-se, da mesma forma, os elementos da umidade relativa, 
da radiação e da precipitação (Derisio, 2012). 
Observe a forma de medição de cada elemento a seguir (Derisio, 2012): 
 
 A temperatura pode ser medida através do termômetro ou 
termógrafo; 
 A umidade do ar é aferida por um higrômetro ou hidrógrafo; 
 A direção e a velocidade do vento são medidos pelo anemômetro 
ou anemógrafo. 
 A precipitação é medida pelo pluviômetro ou pluviógrafo; 
 A pressão atmosférica é aferida pelo barômetro ou barógrafo; 
 O perfil térmico vertical é medido por balões sonda ou 
termossensores; 
 A radiação é medida pelo pireliômetro ou pireliógrafo; 
 
Os indicadores de qualidade do ar que podem ser usados para o 
monitoramento ambiental são obtidos por meio da medição de alguns 
poluentes atmosféricos. Os poluentes podem ser definidos como qualquer 
substância que, de acordo com a sua concentração, pode ser impróprio ou 
nocivo à economia, à sociedade e ao meio ambiente. 
A atmosfera pode abrigar uma infinidade de susbtâncias, o que dificulta 
a classificação dos poluentes. Mas, de forma geral, eles podem ser divididos 
em duas categorias (Derisio, 2012): 
 
 Os poluentes primários, que são os poluentes emitidos diretamente 
pelas fontes de emissão; 
 Os poluentes secundários, que são os poluentes formados na 
atmosfera pela reação química entre os poluentes primários e os 
constituintes naturais da atmosfera. 
 
E quais são as substâncias consideradas poluentes? 
 
 Compostos de enxofre (SO2, H2S, sulfetos); 
 Compostos de nitrogênio (NO, NO2, NH3); 
 Compostos orgânicos de carbono (hidrocarbonetos, álcoois, ácidos 
orgânicos); 
 Monóxido e dióxido de carbono; 
 Compostos halogenados (HCl, HF, cloretos, fluoretos); 
 Materiais particulados (mistura de compostos no estado sólido ou 
líquido). 
 
O monitoramento dos poluentes do ar é importante, pois com os dados 
de concentração de cada um é possível medir o grau de exposição dos 
receptores (seres humanos, animais, vegetais e outros materiais) como o 
resultado final do processo do lançamento dos poluentes na atmosfera por 
suas fontes de emissão. Além disso, também será possível mensurar a 
interação física (diluição) e química (reações químicas) do poluente com a 
atmosfera. 
É importante observar que mesmo mantidas as emissões de poluentes, 
qualidade do ar pode mudar em função das condições meteorológicas, que 
determinam uma maior ou menor diluição dos poluentes (Derisio, 2012). 
 
 
 
 
Devido às dificuldades de monitoramento, por causa da complexidade 
da atmosfera, um grupo de poluentes é universalmete considerado como 
indicadores da qualidade do ar, pela frequência da observação de sua 
presença: o dióxido de enxofre (SO2), materiais particulados, monóxido de 
As condições meteorológicas determinam a qualidade do ar. Por exemplo, no inverno, 
como as condições são desfavoráveis, a dispersão dos poluentes é prejudicada, 
piorando a qualidade do ar. 
carbono (CO), oxidantes fotoquímicos expressos como ozônio (O3), 
hidrocarbonetos totais e óxidos de nitrogênio (NO e NO2). 
 
 
 
 
É importante observar que, para o monitoramento da qualidade do ar, 
além de saber quais são os poluentes que devem ser monitorados, também é 
necessário cuidados com a amostragem, como a quantidade de amostras e as 
estações de amostragem, além dos métodos analíticos. 
Para a determinação das estações de amostragens, as seguintes 
situações devem ser observadas, por exemplo: 
 
 Instalação da rede de amostragem em áreas mais poluídas e mais 
povoadas; 
 Observação da direção do vento para a instalação dos 
equipamentos de amostragem; 
 Todas as estações devem estar à mesma altura do solo; 
 Evitar a proximidade de chaminés e obstáculos, como prédios; 
 
Além dos cuidados com a instalação dos equipamentos para 
amostragem, também é necessário observar a quantidade de amostras que 
devem ser coletadas. Existem várias metodologias, mas, em geral, para se 
estimar a concentração de poluentes na atmosfera são usadas determinações 
de médias: horárias, de oito horas, diárias, mensais e anuais (Derisio, 2012). 
A escolha das determinações depende de fatores como tipo de efeito 
causado pelo poluente, tipo de padrão de qualidade do ar utilizado, variação 
das concentrações com os parâmetros meteorológicos, entre outros. Os 
Para saber mais detalhes sobre cada poluente e seus impactos na saúde e no meio 
ambiente, leia o Capítulo 03 do livro Introdução ao Controle de Poluição Ambiental, 
disponível na Biblioteca Virtual. 
equipamentos e os métodos utilizados podem ser contínuos ou intermitentes, 
sendo as médias obtidas com base nos valores fornecidos por eles, em 
observância aos objetivos da amostragem e aos fatores já mencionados 
(Derisio, 2012). 
 
 
 
 
 
 
 
1.3. Instrumentação de redes de monitoramento dos solos 
 
 O solo pode ser definido como um produto da interação entre a 
litosfera (as rochas), a atmosfera e a biosfera (vida animal e vegetal), e de suas 
respectivas matérias, por meio de dois processos fundamentais: a alteração da 
rocha ou material original e a contribuição da matéria orgânica dos seres vivos. 
 
 
 
 
O mecanismo de formação dos solos acontece a partir de processos 
físicos, químicos e biológicos, chamados de intemperismo, que fragmentam e 
decompõem a rocha. Além disso, esses mesmos processos são responsáveis 
pordisponibilizar os fragmentos para o transporte, deposição e sedimentação, 
e por conseguinte, sua evolução pedogenética. 
 
 
Para saber mais sobre o complexo processo da formação do solo, leia o livro 
Formação e Conservação dos Solos, do autor Igo F. Lespch, e aumente o seu 
conhecimento! Este livro está disponível na Biblioteca Virtual. 
Para aprender mais sobre os processos de formação do solo, veja este vídeo 
https://www.youtube.com/watch?v=E-xUoRqi7eQ&t=27s e aprenda um pouco 
mais sobre o assunto! 
Cada município, estado e a federação exigem um determinado grupo de análises 
químicas para o monitoramento do ar, baseado na relação do sistema natural a ser 
monitorado e os outros sistemas envolvidos. Por isso, é importante consultar a 
legislação para saber as exigências em cada caso. Mas para saber mais detalhes sobre 
as análises químicas, você pode consultar o livro Química Analítica e Análise 
Quantitativa, disponível na Biblioteca Virtual. 
 
 
A composição do solo, de forma genérica, se dá por uma parte mineral, 
uma parte orgânica, a umidade e o ar. A parte mineral do solo é composta por 
fragmentos da rocha de origem, com maior ou menor grau de alteração, 
argilominerais e outros íons de grande importância, por exemplo, para a 
nutrição das plantas. A parte orgânica é formada por material orgânico, de 
diversos tamanhos e estágios de decomposição. Os ácidos orgânicos 
contribuem para a manutenção da qualidade do solo, bem como para a sua 
fertilidade. 
 A natureza e as propriedades gerais do solo dependem de suas 
características físicas, químicas e biológicas, que também são de grande 
importância no monitoramento ambiental, pois são elas que determinam, por 
exemplo, o comportamento de um determinado poluente no solo, bem como 
sua capacidade de atingir outros sistemas naturais, como a água (Figura 4). 
Figura 4 – O monitoramento dos solos é importante pois este sistema natural afeta 
diretamente a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, já que a água escoa e infiltra 
pelo solo, para chegar aos reservatórios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pixabay. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/molehill-toupeira-terra-prado-
rush-231386/ Acessado em: 22/04/2019. 
 
As características físicas do solo referem-se às propriedades físicas, 
como cor, granulometria, textura, porosidade, estrutura, entre outras. As 
características químicas são as propriedades químicas de um solo, que estão 
relacionadas a mineralogia do solo, especialmente ao tipo de argilomineral e a 
quantidade presente. Estes minerais constituem-se durante o processo de 
formação do solo e são importantes, pois apresentam a capacidade de 
adsorver determinados elementos presentes no solo. 
 A qualidade do solo, para fins de monitoramento ambiental, considera a 
vegetação, o relevo, a permeabilidade e a localização da zona saturada 
(Derisio, 2012). O monitoramento do solo, quando realizado com o intuito de 
observar as características superficiais, é realizado por meio de imagens 
aéreas e de satélite, além do levantamento topográfico. 
E por que este tipo de monitoramento é importante? 
O monitoramento superficial do solo possui como objetivo avaliar a 
potencialidade de uma determinada região em desenvolver processos 
erosivos. A erosão, além de promover a perda do solo, que, se estiver 
contaminado, pode atingir os cursos d’água e, por conseguinte, contaminá-los. 
Além disso, a erosão cria canais preferenciais no terreno, que podem facilitar o 
transporte de substâncias presentes na superfície do solo para outras áreas 
ou reservatórios de água. 
 A permeabilidade do solo refere-se a capacidade de um líquido 
atravessar, com maior ou menor dificuldade, o solo. Essa propriedade está 
relacionada aos poros do solo, propriedade ligada a sua textura. Esta é 
representada pela granulometria, que são os tamanhos de partículas que 
compõem o solo: areia, silte e argila. Quanto mais poroso for um solo, maior 
será a sua permeabilidade. 
A zona de saturação é uma área do subsolo em que se encontra o 
lençol freático ou a água subterrânea. Durante os trabalhos de 
monitoramento, a zona de saturação deverá ser identificada, pois dependendo 
das características do solo, ela pode ser atingida por poluentes diversos, 
inviabilizando o seu uso. 
Além disso, o monitoramento da água subterrânea pode ser uma 
ferramenta de monitoramento indireto da qualidade ambiental dos solos, pois 
se há a contaminação do lençol freático, significa que os solos podem estar 
contaminados. 
E quais são as fontes de poluição dos solos? 
Os solos podem ser contaminados por fontes naturais, que estão 
associadas a catástrofes como terremotos, inundações e vendavais, bem como 
por fontes antrópicas (Derisio, 2012): 
 
 Poluição pela disposição de resíduos sólidos de origem doméstica, 
industrial e hospitalar; 
 Poluição por resíduos líquidos de origem sanitária e industrial; 
 Poluição originada dos processos de ocupação do solo e pela 
urbanização; 
 Poluição originada de atividades agropecuárias e extrativas; 
 Poluição em decorrência de acidentes no transporte de cargas 
diversas; 
 
Os resíduos sólidos são os materiais mais preocupantes do ponto de 
vista do monitoramento ambiental, devido à quantidade de resíduos gerados 
pela poluição e pelas atividades econômicas. Eles podem ser classificados 
quanto a sua periculosidade e algumas outras características, em duas classes 
(Derisio, 2012): 
 
 Classe I: resíduos perigosos, em que os resíduos ou a mistura dos 
mesmos podem apresentar riscos de inflamabilidade, corrosividade, 
reatividade, toxidade e patogenicidade. Além disso, suas 
características físicas, químicas e biológicas podem representar: 
o Risco à saúde pública, provocando ou acentuando a 
incidência de doenças; 
o Risco ao meio ambiente, quando o resíduo é disposto e 
manipulado de forma inadequada. 
 
 Classe II A: trata-se de resíduos não-inertes, e engloba os resíduos e 
misturas de resíduos que não se enquadram nas classes I e II B. 
Nesta classe enquadram-se os resíduos sólidos domiciliares. 
 Classe II B: trata-se de resíduos inertes, e inclui os resíduos e 
misturas de resíduos, que submetidos a testes de solubilidade 
recomendados pela NBR 10.006, não apresentou nenhum dos seus 
componentes solubilizados em concentrações superiores aos 
padrões de potabilidade da água. 
 
Para o monitoramento ambiental dos solos, os mesmos princípios 
utilizados para o monitoramento das águas pode ser aplicado. 
 
1.3.1. Definição dos objetivos de amostragem 
 
Os objetivos de amostragem são uma etapa importante para o 
planejamento do monitoramento ambiental, pois quanto mais definido é um 
objetivo, mais assertivo será o monitoramento. 
O procedimento para coleta em solos para análise química deve ser 
realizado com base em normas técnicas específicas para tal procedimento, de 
acordo com as exigências feitas pelas legislações pertinentes. O solo não é um 
corpo uniforme e apresenta variações laterais e horizontais, o que deve ser 
considerado no momento da amostragem, de acordo com o objetivo. 
 
1.3.2. Seleção dos parâmetros 
 
A seleção dos parâmetros para o monitoramento dos solos deve estar 
alinhada com seus objetivos. Existe uma numerosa quantidade de indicadores 
da qualidade do solo, que podem ser agrupados de modo a caracterizar os 
diversos tipos de fontes poluidoras. Além disso, essa seleção deve estar 
alinhada com o uso previsto para a área que será monitorada, pois cada uso 
possui uma legislação específica quanto aos indicadores de qualidade. 
Por exemplo, parase monitorar a poluição por metais pesados, 
podemos utilizar como parâmetros para a avaliação da qualidade do solo o 
teor do elemento em estudo antes da instalação do empreendimento ou uso 
da área, os teores após a intervenção antrópica e qual é o limite máximo 
permitido pela legislação. 
 
1.3.3. Seleção dos locais de coleta 
 
A determinação dos objetivos do monitoramento é uma etapa crucial 
para a seleção dos locais de amostragem. A demarcação dos locais pode ser 
realizada por meio de visitas de campo, por imagens de satélite ou cartas 
topográficas. 
O plano de amostragem deve contemplar os pontos-chave da área, 
considerando o relevo, o fluxo preferencial do escoamento superficial, a 
cobertura vegetal, o tipo de solo, o grau de permeabilidade do solo, entre 
outras, com o intuito de se detectar as influências mais representativas das 
fontes poluidoras. 
 
1.3.4. Número de amostras e da frequência da amostragem 
 
 O número de amostras e a frequência da amostragem estão 
relacionados aos objetivos do monitoramento. Para a determinação do 
número e da frequência de amostragem, geralmente utiliza-se o apoio de 
ferramentas de estatística, para que a representatividade dos dados seja 
garantida. 
No caso dos solos, por se tratar de um sistema não homogêneo, o 
número de amostras deve contemplar todas as características observáveis, 
para que os dados possam ser unificados. 
 
1.3.5. Seleção dos métodos analíticos 
 
 Devemos salientar que, na etapa de análise, é importante entender 
sobre as exigências da legislação para o uso do solo e os tipos de resíduos 
que podem ser dispostos naquele local, pois pode haver diferenças entre 
municípios, estados e federação. Além disso, também é importante conhecer 
os métodos analíticos em razão do limite de detecção de cada equipamento 
com relação ao que se quer detectar. 
 
1.3.6. Seleção dos métodos de coleta e de preservação das amostras 
 
A seleção dos métodos de coleta e de preservação das amostras estão 
relacionados às técnicas analíticas em que esses materiais serão submetidos. 
Cada técnica possui um protocolo de coleta, armazenagem, recipiente de 
coleta e de armazenamento, entre outros cuidados. 
 
1.3.7. Controle da qualidade dos dados. 
 
O controle dos dados obtidos refere-se à observância das metodologias 
de coleta, para evitar: a contaminação das amostras, a coleta de amostras em 
duplicata ou triplicata, a utilização de amostras-padrão para efeitos de 
comparação, entre outras ações. 
 
 
 
 
 
 
2. Uso de métodos estatísticos para a avaliação da 
poluição na água, no ar e no solo 
 
A estatística é uma ciência que tem por objetivo orientar a coleta, 
organização, descrição, análise e interpretação de dados e utilização dos 
mesmos na tomada de decisões. A estatística pode ser dividida em dois 
segmentos: estatística descritiva e estatística indutiva (ou inferencial) (São 
Paulo, 2005). 
A estatística descritiva corresponde aos procedimentos relacionados 
com a coleta, elaboração, tabulação, análise, interpretação e apresentação dos 
dados. Portanto, trata-se das técnicas que sintetizam e descrevem os dados 
numéricos. O objetivo da estatística descritiva é tornar a apresentação de 
dados mais fácil de ser entender, relatada e discutida. 
Cada município, Estado e a federação exige um determinado grupo de análises 
químicas para o monitoramento do solo, baseado na relação do sistema natural a ser 
monitorado e com os outros sistemas envolvidos. Por isso, é importante consultar a 
legislação para saber as exigências em cada caso. Mas para saber mais detalhes sobre 
as análises químicas, você pode consultar o livro Química Analítica e Análise 
Quantitativa, disponível na Biblioteca Virtual. 
A estatística indutiva parte de um conjunto ou subconjunto de 
informações (subconjuntos da população ou amostra) e conclui sobre a 
população. Utiliza técnicas como a teoria das probabilidades, amostragem, 
dentre outras. 
A estatística é uma ótima ferramenta que pode ser utilizada para 
otimizar o monitoramento, reduzindo os parâmetros monitorados quando 
estes apresentam correlação, ou ainda para verificar se os dados se 
assemelham ou diferem-se estatisticamente ao longo do tempo ou 
espacialmente. 
A estatística facilita a interpretação dos dados, uma vez que pode 
apresentá-los de maneira mais sintética, por meio de valores, gráficos e 
diagramas. Assim, a estatística contribui na maior compreensão dos 
resultados e consequentemente sua melhor interpretação. 
Entretanto, existem alguns conceitos importantes que devem ser 
conhecidos por quem vai utilizar a estatística como ferramenta de análise de 
dados em monitoramento ambiental. Portanto, os principais conceitos básicos 
de estatística que podem ser aplicados no monitoramento ambiental são: 
 População Estatística ou Universo Estatístico: que se refere a coleção de 
todos os elementos cujas características comuns desejamos conhecer. 
 Amostra: é um subconjunto finito da população cujas características 
serão medidas. A amostra é usada para descobrir características da 
população. Como toda a análise estatística será inferida a partir das 
características obtidas da amostra, é importante que seja representativa 
da população, isto é, que as características de uma parte sejam, em 
geral, as mesmas que do todo (população). 
 Classificação das variáveis, que pode ser: 
o Qualitativa: quando seus valores são expressos por atributos ou 
características não numéricas. 
o Quantitativa: quando seus valores são expressos por números. 
o Média: é uma medida de tendência central, sendo muito utilizada 
no cotidiano. Surge do resultado da divisão do somatório dos 
números dados pela quantidade de números somados. 
o Mediana: é o valor que ocupa a posição central da distribuição. 
Isto é, divide a amostra em duas partes iguais. 
o Moda: é a observação que ocorre com maior frequência em uma 
amostra. 
o Desvio padrão: é a medida mais comum da dispersão estatística. 
O desvio padrão é uma medida que está relacionada ao quanto 
determinado valor está mais ou menos distante da média. 
 
3. Avaliação e Análise de Dados em Sistemas de 
Monitoramento 
 
As caracterizações físicas, químicas e biológicas dos sistemas naturais 
tem por objetivo identificar os elementos presentes e associar os efeitos de 
suas propriedades às questões ambientais, auxiliando na compreensão dos 
processos naturais ou ainda em possíveis alterações que possam estar 
ocorrendo no ambiente. 
O momento da interpretação e da avaliação dos resultados é de grande 
importância, pois considera todo o conjunto de etapas realizadas para a 
obtenção dos dados: as redes de amostragem, a coleta das amostras por meio 
das mais diversas técnicas de amostragem, armazenamento, análises 
laboratoriais e o tratamento estatístico. Dessa forma, também devem ser 
consideradas as observações e dados gerados em campo, pois eles podem 
contribuir na interpretação dos resultados analíticos. 
Além disso, as observações de campo são muito importantes, pois 
algumas características das amostras e do ambiente, como cor, odor ou 
aspecto estranho, presença de algas, óleos, corantes, material sobrenadante, 
peixes e animais aquáticos mortos, entre outros, podem dizer muito sobre os 
possíveis poluentes e o funcionamento dos sistemas naturais, o que interfere 
nas análises de laboratório e na interpretação dos dados. 
Bom, mas como interpretar e analisar os resultados? 
Os estudos de monitoramento ambiental tem como objetivo monitorar 
e verificar o atendimento aos padrões exigidos pelas legislações vigentes.As 
diversas legislações relacionadas à qualidade da água, do ar e do solo exigem 
frequências mínimas de amostragem para algumas finalidades, dependendo 
da atividade realizada no local, além de imporem limites máximos ou mínimos 
para os diversos poluentes ou parâmetros físicos, químicos e biológicos. 
A partir do momento em que os resultados são obtidos, após a coleta, 
análise laboratorial e análise estatística, eles devem ser confrontados com a 
legislação. Cada município e estado, além da legislação federal, possui 
normativas específicas para cada sistema natural. As legislações sobre os 
sistemas naturais variam de acordo com outras variáveis presentes em cada 
localidade, por exemplo, se são áreas de preservação permanente, áreas de 
patrimônio natural, entre outras especificidades, que devem ser observadas 
ao monitorar um sistema natural. 
 
Síntese 
Chegamos ao final desta unidade. Aprofundamos nossos conhecimentos 
acerca das práticas e instrumentos de monitoramento ambiental. 
Especificamos os procedimentos necessários a sua realização, a partir das 
diferentes possibilidades de amostragem e coleta de dados em sistemas 
naturais. Verificamos, ainda, os processos de análise e interpretação desses 
dados obtidos a fim de certificar que as características de um determinado 
local de estudos estão dentro dos parâmetros naturais especificados em 
legislações. 
 
Nesta unidade você teve a oportunidade de: 
 Compreender a instrumentação de redes de monitoramento quanto à 
água, especificando objetivos de amostragem, parâmetros, locais de 
coleta e métodos analíticos; 
 Compreender a instrumentação de redes de monitoramento quanto ao 
ar, especificando objetivos de amostragem, parâmetros, locais de coleta 
e métodos analíticos; 
 Compreender a instrumentação de redes de monitoramento quanto ao 
solo, especificando objetivos de amostragem, parâmetros, locais de 
coleta e métodos analíticos; 
 Estudar o uso de métodos estatísticos para a avaliação da poluição na 
água, no ar e no solo; 
 Definir formas de avaliação e análise de dados em sistemas de 
monitoramento. 
 
 
 
 
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