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Homem e ambiente

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ECOLOGIA 
GERAL
Ronei Tiago Stein
Homem e ambiente: 
degradação ambiental 
e sustentabilidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar o papel do homem como agente responsável por grandes 
extinções em massa do passado.
 � Comparar diferentes estratégias utilizadas por ecólogos no desen-
volvimento sustentável.
 � Relacionar práticas sustentáveis com o manejo de recursos naturais 
e preservação das espécies brasileiras.
Introdução
Sem a menor sombra de dúvida, a chamada sociedade de consumo, 
na qual, para ser feliz, não basta consumir o necessário, mas, se possível, 
também o supérfluo, acabou por conferir às relações do homem com 
o meio ambiente um caráter extremamente agressivo. A Revolução In-
dustrial, o crescimento urbano desordenado e o apelo da propaganda 
aumentaram o volume de resíduos produzidos e intensificaram a poluição 
do ar, das águas e dos solos.
Logo, a extinção de um grande número de espécies está atrelada às 
mais diversas atividades antrópicas. Neste capítulo, além de entendermos 
melhor como o homem vem ocasionando a extinção em massa, vamos 
entender um pouco melhor como os ecólogos estão atuando para pro-
mover o desenvolvimento sustentável, bem como discutir e apresentar 
conceitos relacionados à sustentabilidade e às formas de promovê-la.
Extinções em massa e papel do homem
O aniquilamento das espécies sempre aconteceu, e ainda continua aconte-
cendo, de forma natural desde o princípio da vida na Terra. Dentre as suas 
principais causas naturais estão os processos de desertificação, as glaciações 
e as alterações na atmosfera, como as provocadas por atividades vulcânicas 
ou meteoros. Porém, o homem, nas últimas décadas, é o principal responsável 
pela extinção de grande quantidade de espécies (BRASIL, 1998). Ou seja, 
quando falamos de extinção de espécies, não há como relacionar as ações 
humanas com essa problemática. Isso porque:
 � A população humana está aumentando rapidamente e, em breve, pode 
colidir com os limites ambientais. 
 � Mesmo que o crescimento da população não fosse um problema grave, 
o aumento do uso de recursos por pessoa está expandindo a pegada 
ecológica humana geral e colocando pressão sobre os recursos da Terra.
 � Podemos retardar o crescimento da população humana reduzindo a 
pobreza por meio do desenvolvimento econômico, elevando a condição 
da mulher e incentivando o planejamento familiar. No entanto, quanto 
mais elevada a classe social, maior é a demanda de recursos naturais 
utilizada por ela.
Os efeitos negativos do homem sobre o meio ambiente começaram principal-
mente após a Revolução Industrial, quando houve um crescimento exponencial 
sem planejamento que nunca tinha sido visto na civilização humana e em suas 
cidades. A partir daí, foram surgindo os centros urbanos que conhecemos nos 
dias atuais. Muitos dos problemas contemporâneos originaram-se a partir desse 
crescimento desordenado e do desenvolvimento de veículos feitos para servir 
esse estilo de vida: do trem a vapor ao automóvel (WALL; WATERMAN, 2013). 
O sistema político mudou, temos a administração pública, por exemplo, 
mas os problemas ambientais urbanos continuaram e agora são muito mais 
significativos. A falta de planejamento adequado, aliada a uma má admi-
nistração dos centros urbanos, gerou um grande problema socioambiental: 
cidades precárias e insalubres. Maharastra, na Índia, pode ser considerada 
a maior área coberta por habitações de baixa renda e tem atualmente cerca 
de 19 milhões de habitantes. É um lugar totalmente insalubre, sem qualquer 
estrutura urbana básica, como sistema de esgotamento sanitário ou recolhi-
mento de resíduos sólidos. Neza, no México, concentra 4 milhões de pessoas 
em condições semelhantes. Já no Brasil, a maior favela, a Rocinha, concentra 
Homem e ambiente: degradação ambiental e sustentabilidade2
70 mil pessoas. Além disso, essa ocupação desordenada ocorreu em muitos 
locais inadequados para moradia, resultando em riscos evidentes para o meio 
ambiente e também para essas próprias populações. 
Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012) apontam que o padrão de vida da 
população dita privilegiada incentiva o consumismo. Assim, a demanda para 
esse consumo faz aumentar a demanda de alimentos provenientes de cadeias 
cada vez mais complexas e artificiais, o que gera excesso de poluentes atmos-
féricos. Dentre as consequências ambientais desse crescimento desordenado, 
pode-se citar o constante aumento da lista de animais e plantas ameaçados 
de extinção. 
Entretanto, como definimos o risco de extinção enfrentado por uma es-
pécie? Uma espécie pode ser descrita, de acordo com Townsend, Begon e 
Harper (2011):
 � Criticamente em perigo: se o risco de extinção for igual ou superior 
a 50% nos próximos 10 anos ou nas três próximas gerações, o que 
durar mais.
 � Em perigo: se a probabilidade de extinção é de mais de 20% nos pró-
ximos 20 anos ou em cinco gerações.
 � Vulnerável: se houver chance de extinção maior do que 10% em 100 
anos.
 � Quase ameaçada: se uma espécie está próxima de se qualificar no 
futuro próximo. 
 � De menor preocupação: se uma espécie não se encaixar em nenhuma 
dessas categorias de ameaça.
Atualmente, cerca de 12% das espécies de aves, 23% dos mamíferos, 51% dos répteis 
e 32% dos anfíbios estão ameaçados de extinção (estão criticamente ameaçadas, 
ameaçadas ou vulneráveis), conforme Magalhães (2018).
A Figura 1 apresenta os níveis de ameaça em função do tempo e da pro-
babilidade de extinção. As espécies que têm alto risco de extinção são quase 
sempre raras, mas nem todas as espécies raras estão ameaçadas. Uma espécie 
pode ser rara por ter uma pequena distribuição geográfica, por seu hábitat ser 
3Homem e ambiente: degradação ambiental e sustentabilidade
incomum ou por ter populações locais de pequeno tamanho. As espécies que 
são raras pelos três critérios são intrinsicamente vulneráveis à extinção. No 
entanto, as espécies precisam ser raras apenas por um critério para se tornarem 
em perigo (TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2011).
Figura 1. Níveis de ameaça em função do tempo e da probabilidade de extinção. O círculo 
representa uma probabilidade de 10% de extinção em 100 anos. O quadrado representa uma 
probabilidade de 20% de extinção em 20 anos. O triângulo representa uma probabilidade 
de 50% de extinção em 10 anos. 
Fonte: Townsend, Begon e Harper (2011, p. 515). 
As grandes ondas de extinção provocadas pelo homem
De acordo com Dias (2015), a relação entre os humanos e o meio ambiente 
pode ser estudada considerando-se quatro fases de nossa existência, que 
são: (1) o período que compreende o predomínio de sociedades de coletores 
e caçadores, essencialmente nômades; (2) a etapa de surgimento das socie-
dades agrícolas; (3) o aparecimento das civilizações; e, finalmente, (4) a 
Revolução Industrial.
Homem e ambiente: degradação ambiental e sustentabilidade4
Porém, de modo geral, o homem provocou ao menos três grandes ondas 
de extinção por meio de seu comportamento insustentável ao longo do tempo, 
as quais são descritas por Dias (2015) e Szpilmann (2015):
1. Fauna terrestre: a partir da Revolução Cognitiva do Homo sapiens 
(70 mil anos atrás), quando surgiram novas formas de pensar e de se 
comunicar e, dessa forma, começaram a se formar estruturas sociais 
mais elaboradas, ocorreu a primeira onda de extinção provocada pela 
disseminação dos caçadores-coletores. O planeta de então abrigava 
cerca de 200 gêneros de grandes mamíferos terrestres (pesando mais 
de 50 kg). Passados pouco menos de 60 mil anos, metade já havia 
desaparecido. Dessa forma, muito antes do homem inventar a própria 
roda, inúmeras espécies já estavam sendo extintas em razão das ações 
do homem.
2. Fauna e flora terrestres: a partir da Revolução Agrícola (a qual ocorreu 
cerca de 12 mil anos atrás), quando o homem começou a manipular e 
produzir plantas e animais, a disseminação dos agricultores provocou 
a segunda ondade extinção. Além disso, também há cerca de 12 mil 
anos, época de povoamento das Américas, o Homo sapiens encontrou 
mamutes, mastodontes, camelos, tigres-dentes-de-sabre, leões-gigantes, 
preguiças-gigantes e dezenas de espécies de grande porte. Não demorou 
mais do que 2 mil anos para todas essas espécies desaparecerem pela 
ação do homem. Nesse curto intervalo de tempo (comparado ao surgi-
mento da Terra), dos 47 gêneros de grandes mamíferos da América do 
Norte, 34 foram extintos. Na América do Sul foi ainda pior, 50 dos 60 
gêneros da megafauna desapareceram.
3. Fauna marinha (intercâmbio colombiano): a partir da Revolução 
Científica (a qual começou a ocorrer mais ou menos 500 anos atrás), 
teve início a terceira onda de extinção, provocada pela extraordinária 
expansão das atividades científicas, comerciais e industriais da huma-
nidade, especialmente nos dois últimos séculos. Além da deletéria ação 
sobre fauna e flora terrestres, que continua até os dias atuais, a terceira 
onda de extinção atingiu e continua atingindo com grande intensidade 
as espécies, não apenas as marinhas, mas também as terrestres.
Desenvolvimento sustentável
Durante séculos o homem vem retirando do meio ambiente matérias-primas 
para seu sustento e devolvendo ao meio ambiente poluição e contaminação, 
5Homem e ambiente: degradação ambiental e sustentabilidade
provocando impactos ambientais gigantescos. Conforme ressalta Schwanke 
(2013), esse modelo, chamado sistema aberto, depende de um suprimento 
contínuo e inesgotável de matéria e energia, que, depois de utilizada, é de-
volvida ao meio ambiente. Para que tal modelo possa ter sucesso, as seguintes 
premissas teriam de ser verdadeiras: 
 � Suprimento inesgotável de energia.
 � Suprimento inesgotável de matéria.
 � Capacidade infinita do meio de reciclar matéria e absorver energia.
Schwanke (2013) ressalta, ainda, que a percepção de impacto ambiental 
se tornou uma realidade para os diversos setores da sociedade (indústrias, 
governos e população), que tomaram consciência de que o acúmulo de resí-
duos pode trazer consequências para a saúde e para a qualidade ambiental. 
No setor produtivo, esses valores foram gradativamente incorporados com 
ações no sentido da utilização racional dos recursos naturais e do controle 
dos impactos negativos ao meio ambiente, originando uma nova percepção 
ambiental. Dessa forma, surge o modelo de desenvolvimento sustentável, o 
qual foi conceituado em 1987 pela Comissão Mundial de Desenvolvimento e 
Meio Ambiente, formada pela ONU em 1984. 
De maneira geral, o desenvolvimento sustentável visa a atender três aspec-
tos básicos, sendo eles econômico, ambiental e social, que devem interagir 
totalmente para que a sustentabilidade se mantenha.
Cabe ressaltar que o desenvolvimento pode ser aplicado de um modo ma-
cro, como em um país ou até mesmo para o planeta num todo, ou de maneira 
micro, como em uma cidade, um bairro, uma residência ou até mesmo em 
uma propriedade agrícola. Os pilares da sustentabilidade são definidos como:
 � Social: refere-se ao capital humano de um empreendimento, uma co-
munidade ou uma sociedade como um todo. Além de ter salários justos 
e estar adequado à legislação trabalhista, é preciso pensar em outros 
aspectos como o bem-estar dos seus funcionários, propiciando, por 
exemplo, um ambiente de trabalho agradável, pensando na saúde do 
trabalhador e da sua família. Além disso, é imprescindível ver como 
a atividade econômica afeta as comunidades ao redor. Nesse item, 
está contido também problemas gerais da sociedade como educação, 
violência e até o lazer.
 � Ambiental: refere-se ao capital natural de um empreendimento ou uma 
sociedade. A princípio, praticamente toda atividade econômica tem 
Homem e ambiente: degradação ambiental e sustentabilidade6
impacto ambiental negativo. Nesse aspecto, a empresa ou a sociedade 
deve pensar nas formas de amenizar esses impactos e compensar o que 
não é possível amenizar. Assim, uma empresa que usa determinada 
matéria-prima deve planejar formas de repor os recursos ou, se não é 
possível, diminuir o máximo possível o uso desse material. Além disso, 
deve ser levada em conta a adequação à legislação ambiental.
 � Econômico: neste pilar são analisados os temas ligados à produção, à 
distribuição e ao consumo de bens e serviços e devem ser levados em 
conta os outros dois aspectos. 
Estratégias utilizadas pelos ecólogos
Dentre as medidas que podem ser adotadas tanto pelos governos quanto pela 
sociedade civil em geral para a construção de um mundo mais sustentável, 
pode-se citar alguns exemplos:
 � Redução ou eliminação do desmatamento.
 � Reflorestamento de áreas naturais devastadas.
 � Preservação das áreas de proteção ambiental, como reservas e unidades 
de conservação de matas ciliares.
 � Fiscalização, por parte do governo e da população, de atos de degradação 
ao meio ambiente.
 � Adoção da política dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar) ou dos 5Rs 
(repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar).
 � Contenção na produção de lixo e direcioná-lo corretamente para a 
diminuição de seus impactos.
 � Diminuição da incidência de queimadas.
 � Diminuição da emissão de poluentes na atmosfera, tanto pelas chaminés 
das indústrias quanto pelos escapamentos de veículos e outros.
 � opção por fontes limpas de produção de energia que não gerem impactos 
ambientais em larga e média escalas.
 � Adoção de formas de conscientizar os meios político e social das medidas 
anteriormente apresentadas.
Essas medidas são, portanto, formas viáveis e práticas de se construir uma 
sociedade sustentável que não comprometa o meio natural tanto na atualidade 
quanto no futuro a médio e longo prazos.
7Homem e ambiente: degradação ambiental e sustentabilidade
Como promover o desenvolvimento 
sustentável?
Sustentabilidade é uma palavra relativamente nova, porém com grande des-
taque atualmente, o que leva as organizações a adotarem políticas e práticas 
sustentáveis em razão da exigência da sociedade e do mercado. Porém, nem 
sempre promover o desenvolvimento de forma sustentável é uma tarefa fácil, 
por envolver, normalmente, uma briga de interesses políticos, financeiros, 
econômicos, sociais e, principalmente, ambientais.
Uma das formas de promover o desenvolvimento sustentável é por meio 
dos planos de mitigação, que buscam reverter danos parciais e minimizar 
situações de risco e de impactos ambientais, por meio da intervenção em áreas 
vulneráveis e da implementação de programas operacionais que permitam, a 
curto prazo, mitigar situações críticas com base na definição de prioridades. 
Dentre os principais planos de mitigação, estão:
 � Manter, em estado próximo do natural, a maior parte das zonas 
degradadas.
 � Condicionar as explorações agrícola e pecuária.
 � Impedir a ocupação com habitação nas áreas delimitadas de proteção.
 � Condicionar as instalações industriais.
 � Desviar vias e transferir construções em zonas de risco.
 � Limitar a construção de estradas marginais e a intensidade de tráfego.
 � Controlar a ocupação de terras e extrações.
 � Investir em tecnologias que visam ao reúso da água.
Práticas que visam à mitigação ambiental são de grande importância, 
pois têm por intuito reduzir ou remediar um determinado impacto ambiental, 
nocivo ao ambiente. Entretanto, como, exatamente, conseguimos fazer isso? 
A seguir, apresentam-se alguns exemplos de práticas sustentáveis e/ou que 
visam a mitigar (reduzir) impactos ambientais.
Sabe-se que a água é de fundamental importância para a vida na Terra 
e que sua conservação pode ser realizada por várias atividades, tais como a 
redução da demanda da água, o melhoramento do seu uso e a redução das 
perdas e dos desperdícios (TOMAZ, 2001). De acordo com Macêdo (2001), 
o reúso de água é considerado uma das principais alternativas para o uso 
mais racional da água. Dessa forma, é um grande exemplo de promover o 
desenvolvimento de forma mais sustentável.
Homem e ambiente: degradação ambientale sustentabilidade8
De maneira geral, a expressão reúso de água consiste no uso de efluentes 
tratados ou não para fins benéficos, tais como irrigação, uso industrial e fins 
urbanos não potáveis, em substituição à fonte de água normalmente utilizada 
(MIERZWA; HESPANHOL, 2005). Já Lavrador Filho (1987, apud MANCUSO; 
SANTOS, 2003) define a prática de reúso como o aproveitamento de águas 
já utilizadas em alguma atividade, para suprir necessidades de outros fins, 
podendo este ser, inclusive, o original. O mesmo autor ressalta que o reúso 
pode ser realizado de forma direta ou indireta, com ações planejadas ou não 
planejadas, gerando assim as seguintes definições:
 � Reúso indireto não planejado: a água utilizada, uma ou mais vezes para 
uma determinada atividade, ou seja, o efluente de uma atividade é desti-
nado ao meio ambiente (sem tratamento) e captado em um ponto a jusante 
(um ponto depois do ponto em que é descartado) para ser reutilizada.
 � Reúso indireto planejado: o efluente, depois de passar por tratamento, 
é destinado ao meio ambiente de forma planejada e consciente, para ser 
captado novamente em um ponto a jusante (ou seja, rio abaixo) com a 
intenção do reúso.
 � Reúso direto: o efluente, após ser tratado, é direcionado diretamente ao 
ponto em que o reúso será realizado. Ocorre sempre de forma planejada.
De acordo com Mierzwa e Hespanhol (2005), a prática de reúso pode ser 
implantada de duas maneiras: 
 � Reúso direto de efluentes: compreende o uso de efluente originado 
por um processo diretamente em outro, em razão das características 
compatíveis, podendo-se utilizar parcialmente o efluente ou misturá-lo 
com a água de abastecimento. 
 � Reúso de efluentes tratados: utilizam-se efluentes que tenham sido 
submetidos a um tratamento. Após o tratamento, é verificado se o 
efluente atinge as características necessárias (de acordo com leis), caso 
contrário, realiza-se um novo tratamento.
A prática do reúso de água contribui de forma significativa com a redução 
do volume de água captado pelo sistema de abastecimento convencional e 
do efluente gerado pela prática da atividade. Sobretudo, deve ser adotada no 
momento em que as características do efluente disponível sejam compatíveis 
com os requisitos de qualidade exigidos para a finalidade de sua aplicação 
(MIERZWA; HESPANHOL, 2005).
9Homem e ambiente: degradação ambiental e sustentabilidade
Tanto os países desenvolvidos quanto aqueles em desenvolvimento são 
altamente dependentes dos combustíveis fósseis para fazer avançar a sociedade 
e manter o atual modo de vida (DIAS, 2015). Porém, os combustíveis fósseis 
são considerados recursos naturais não renováveis, em razão do tempo neces-
sário para a sua produção, os quais encontram-se na natureza em quantidades 
limitadas e se extinguem ao longo do tempo. Apenas se forem considerados 
naturais, esses combustíveis trazem severos problemas ambientais, como o 
aquecimento global, causado pelo excesso de dióxido de carbono (CO2) na 
atmosfera, a chuva ácida, ocasionada pela reação entre os poluentes e o vapor 
d’água, além da poluição da atmosfera e a contaminação de águas e solos.
Dessa forma, toda prática que visa a reduzir o uso de combustíveis fósseis 
é bem-vinda. Uma das maneiras para tal é o princípio conhecido como 3Rs 
da sustentabilidade, ou seja, reduzir, reutilizar e reciclar.
Na grande maioria dos casos, compramos coisas que não precisamos ou 
que usamos poucas vezes. Portanto, reduzir significa comprar bens e serviços 
de acordo com nossas necessidades para evitar desperdícios. Além disso, 
jogamos no lixo muitas coisas que, na realidade, poderiam ser reutilizadas 
para outros fins. Logo, ao reutilizar, geramos uma boa economia dos recursos 
naturais (inclusive combustíveis fósseis), além de estarmos colaborando para 
o desenvolvimento sustentável do planeta. Em relação à reciclagem, é um 
termo genericamente utilizado para designar o reaproveitamento de materiais 
beneficiados como matéria-prima para um novo produto. Muitos materiais 
podem ser reciclados, podendo-se citar como exemplos o papel, o vidro, o 
metal e o plástico.
A Alemanha visa a reduzir em 40% as emissões de CO
2
 até 2020, por meio de incentivos 
em combustíveis veiculares mais limpos e limitação do uso de carvão. Esse é um 
bom exemplo do desenvolvimento sustentável, pois precisa haver o incentivo fiscal 
(econômico) e a participação da sociedade, visando a melhorar a qualidade do meio 
ambiente.
A questão que precisa estar mais ou menos clara para todos é que preci-
samos chegar a um acordo sobre a capacidade de suporte da Terra e como 
medir o impacto do consumo sobre os recursos do planeta. A pegada ecológica 
Homem e ambiente: degradação ambiental e sustentabilidade10
é um indicador ambiental de caráter integrador do impacto que exerce uma 
certa comunidade humana — país, região ou cidade — sobre o seu entorno, 
considerando tanto os recursos necessários como os resíduos gerados para a 
manutenção do modelo produtivo e do consumo da comunidade.
Pegada ecológica é a área de terreno necessária para produzir os recursos 
consumidos e para assimilar os resíduos gerados por uma população determi-
nada com um modo de vida específico, onde quer que se encontre essa área. 
Constitui uma ferramenta de contabilidade de recursos naturais para medir a 
sustentabilidade (DIAS, 2015).
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais: meio 
ambiente. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/
arquivos/pdf/meioambiente.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2018.
DIAS, R. Sustentabilidade: origem e fundamentos; educação e governança global; 
modelo de desenvolvimento. São Paulo: Atlas, 2015. 
MACÊDO, J. A. B. Águas e águas. São Paulo: Livraria Varela, 2001.
MAGALHÃES, L. Animais em extinção no mundo. 2018. Disponível em: <https://www.
todamateria.com.br/animais-em-extincao-no-mundo/>. Acesso em: 23 nov. 2018.
MANCUSO, P. C.S.; SANTOS, H. F. Reúso de água. Barueri: Manole, 2003. (Coleção 
Ambiental).
MIERZWA, J. C.; HESPANHOL, I. Água na indústria: uso racional e reúso. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2005.
ROSA, A.H.; FRACETO, L.F.; MOSCHINI-CARLOS, V. Meio ambiente e sustentabilidade. 
Porto Alegre: Bookman, 2012.
SCHWANKE, C. Ambiente: tecnologias. Porto Alegre: Bookman, 2013. 
SZPILMANN, M. As três ondas de extinção provocadas pelo homem. 2015. Dis-
ponível em: <http://institutoaqualung.com.br/site/conteudo/Artigo.aspx?C= 
BWAHo50%2B19M%3D>. Acesso em: 23 nov. 2018.
TOMAZ, P. Economia de água nas empresas e residências: um estudo atualizado sobre 
medidas convencionais e não-convencionais do uso racional da água. São Paulo: 
Navegar, 2001. Dsponível em: <http://www.pliniotomaz.com.br/downloads/No-
vos_livros/livro_economia_de_agua_170114/economia_de_agua.pdf>. Acesso 
em: 23 nov. 2018.
11Homem e ambiente: degradação ambiental e sustentabilidade
TOWNSEND, C. R.; BEGON, M.; HARPER, J. L. Fundamentos em ecologia. 3. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2011. 
WALL, E.; WATERMAN, T. Desenho urbano. Porto Alegre: Bookman, 2013.
Leituras recomendadas
ODUM, E. P.; BARRETT, G. W. Fundamentos de ecologia. São Paulo: Cengage Learning, 2015. 
REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. 
Homem e ambiente: degradação ambiental e sustentabilidade12
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