Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO – UNISA Curso: Tecnologia em Gestão Comercial Aluno: Geiza Reis de Freitas RA: 4046862 Aluno: Rodrigo dos Santos Silva RA: 4138074 PROJETO INTEGRADOR EM GESTÃO COMERCIAL II: EMPRESA QUALIFICAR Guarulhos 2020 UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO – UNISA Curso: Tecnologia em Gestão Comercial Aluno: Geiza Reis de Freitas RA: 4046862 Aluno: Rodrigo dos Santos Silva RA: 4138074 PROJETO INTEGRADOR EM GESTÃO COMERCIAL II: EMPRESA QUALIFICAR Trabalho do curso de Tecnologia em Gestão Comercial da Universidade de Santo Amaro – UNISA, como requisito parcial para aprovação da disciplina Projeto Integrador em Gestão Comercial II, sob a orientação da Prof. Ms. Fabiola A. Barrella Guarulhos 2020 O presente trabalho de estágio tem por objetivo desenvolver um Plano de Marketing para projeção dos serviços e da marca Qualificar em seu mercado de atuação. Para que o referido plano de marketing fosse desenvolvido houve a necessidade de identificar os fatores externos que influenciam nas atividades da empresa, bem como conhecer seus pontos fortes e fracos. Desta forma, após conhecer seu ambiente e sua realidade, sugerir estratégias e ações de marketing que proporcionem alcançar o objetivo ao qual este trabalho se destina. Portanto, o trabalho caracteriza-se como um projeto de aplicação o qual teve como método de desenvolvimento o modelo de Plano de Marketing sugerido por Alexandre Las Casas, no qual o referido autor desenvolve uma metodologia simplificada para ser utilizada por empresas de pequeno porte. Assim, por meio de pesquisa qualitativa baseada em estudo de caso, com observação do macro e microambiente organizacional e por meio de entrevista informal com o superintendente da Qualificar chegou-se ao resultado da análise que mostra algumas ameaças e oportunidades da empresa no seu mercado, tais como: cursos profissionalizantes de formação técnica na área da saúde, cursos gratuitos oferecidos pelos órgãos governamentais, custos dos materiais didáticos e os destinados para as aulas práticas dos alunos de técnico em prótese odontológica, situação econômica dos odontólogos iniciantes, custo de manutenção dos cursos oferecidos pela Qualificar, projeção de crescimento da economia para os próximos anos supera o percentual de 5%, mercado de prestação de serviço cresceu e vêm crescendo a patamares superiores aos demais setores da economia, o mercado de trabalho na área da saúde odontológica vem crescendo, especialmente a partir de dezembro de 2003, a decisão do Conselho Federal de Odontologia – CFO de liberar o registro e a inscrição de Auxiliar de Consultório Dentário somente mediante a apresentação de certificado de qualificação profissional e as oportunidades criadas pelo PSF – Programa Saúde Família. Os pontos fortes e fracos analisados internamente demonstram que a empresa Qualificar é uma das maiores escolas de formação profissionalizante na área da saúde odontológica. Assim, sugere-se para a empresa estratégias e ações de marketing, para atingir os objetivos de projeção dos serviços e da marca Qualificar e que a empresa invista em novos mercados, fortaleça suas ações de marketing de relacionamento com seu público-alvo e divulgue os resultados profissionais que os seus alunos obtiveram ao participar dos cursos da Qualificar. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10 1.1 A Empresa ................................................................................................................ 11 1.1.1 Visão ................................................................................................................... 13 1.1.2 Missão ................................................................................................................. 14 1.2 Descrição da situação-problema ............................................................................. 14 1.3 Pergunta de pesquisa ............................................................................................... 14 1.4 Objetivos ................................................................................................................... 15 1.4.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 15 1.4.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 15 1.5 Justificativa .............................................................................................................. 15 1.6 Apresentação geral do trabalho ............................................................................. 16 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 18 2.1 A Administração e sua importância ....................................................................... 18 2.2 Marketing na Administração.................................................................................. 20 2.3 Planejamento e sua importância ............................................................................ 22 2.4 Planejamento Estratégico ....................................................................................... 24 2.5 A importância do marketing no planejamento estratégico .................................. 25 2.6 Plano de Marketing ................................................................................................. 26 2.6.1 Tipos de planos de marketing ............................................................................. 30 2.6.2 Modelos de planos de marketing e seus passos para elaboração ...................... 32 2.6.2.1 Análise ambiental ........................................................................................ 37 2.6.2.2 Objetivos de Marketing ............................................................................... 39 2.6.2.3 Estratégia de marketing ............................................................................... 40 2.6.2.4 Plano de ação ............................................................................................... 43 2.6.2.5 Projeção de vendas e lucros ......................................................................... 44 3. ASPECTOS METODOLÓGICOS .......................................................................... 45 4. RESULTADOS DO ESTUDO. ................................................................................ 49 4.1 Análise do ambiente externo da empresa .............................................................. 49 4.2 Análise do ambiente interno da empresa .............................................................. 53 4.3 Análise da concorrência: grupos estratégicos de concorrentes ........................... 57 4.4 Objetivos de Marketing........................................................................................... 58 4.4.1 Objetivos quantitativos ....................................................................................... 59 4.4.2 Objetivos qualitativos ........................................................................................ 59 4.5 Estratégias de Marketing ........................................................................................ 59 4.5.1 Público-alvo ....................................................................................................... 60 4.5.2 Posicionamento .................................................................................................. 60 4.5.3 Estratégia do composto ...................................................................................... 60 4.5.4 Estratégias sugeridas para alcançar os objetivos do plano..............................61 4.6 Plano de Ação ........................................................................................................... 62 4.7 Orçamento ................................................................................................................ 64 4.8 Controle .................................................................................................................... 65 4.9 Projeção de vendas e lucros .................................................................................... 66 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 67 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 69 10 1. INTRODUÇÃO Em decorrência das constantes mudanças políticas e socioeconômicas que são presenciadas em todo o mundo, percebe-se uma demanda generalizada por uma readaptação constante a estas mudanças. Especificamente, no mercado nacional em que as empresas de vários portes lutam contra fatores como: carga tributária super elevada, juros altos, entre outros fatores sabidamente desfavoráveis ao florescimento e ao estabelecimento de uma livre iniciativa saudável no país. As Pequenas e Médias Empresas (PMES), principalmente, são as que mais sofrem os efeitos deste cenário. Paralelo a este cenário, também, vivencia-se o avanço de novas tecnologias e a rapidez da disseminação das informações. Neste ínterim, é que está inserida a empresa Qualificar – Centro de Estudos Técnicos de Formação em Saúde Ltda., cuja principal atividade está relacionada a oferta de cursos em nível pós-médio de educação profissional. Seu objetivo é formar Técnicos em Laboratório de Prótese Odontológica e Técnicos em Higiene Dental, este último sendo o produto líder, em que obtém 86% de alunos matriculados. Apesar das dificuldades e incertezas das PMES na busca de um futuro promissor e sólido economicamente, conforme indicam as pesquisas, como as do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Qualificar vem crescendo aceleradamente. Assim, considerando-se a junção destes aspectos, faz-se necessário a freqüente elaboração de planos estratégicos, a alimentação deles com informações relevantes, o uso de tecnologias de última geração e a busca incessante por uma prestação de serviços eficiente e eficaz, com a máxima qualificação dos profissionais, pois a sobrevivência e a prospecção das instituições no mercado está atrelada a estes aspectos. O planejamento é algo que deve ser feito antes de agir, decidindo o que fazer e como fazê-lo. Então, se pode dizer, segundo vários autores como Oliveira (1999), Chiavenato (1993), Kwasnicka (1995), Churchill (2003) e Gracioso (1996), que planejamento é o processo de definição de objetivos, metas e busca dos caminhos mais seguros para alcançá-los, levando em conta as capacidades e habilidades. 11 O planejamento é a maneira mais segura de concentrar esforços e recursos para o alcance de objetivos preestabelecidos, de modos mais eficientes, eficazes e efetivos. (OLIVEIRA, 1999). Assim, considerando-se a importância de se planejar e levando em consideração que a Qualificar é consciente de seu crescimento e, também, de sua limitação no mercado, a instituição planeja as mudanças de acordo com as necessidades do mercado. Para sintonizar-se com estas necessidades e enfrentar seus concorrentes, prospectar uma maior fatia de mercado e consolidar sua marca, a instituição deve desenvolver um plano de marketing para a projeção dos seus serviços e da marca da empresa, pois o planejamento de marketing é o pensar, por parte da organização, sobre suas relações com o mercado, procurando traduzir as expectativas dos clientes e consumidores em ofertas de benefícios capazes de satisfazer suas necessidades e desejo, de acordo com os objetivos e as diretrizes emanadas do planejamento estratégico da empresa. (CARIONE, 2005). 1.1 A Empresa A empresa pesquisada é a QUALIFICAR – Centro de Estudos Técnicos de Formação em Saúde Ltda., localizada na Rua Felipe Schmidt, 657, no centro da cidade de Florianópolis. A Qualificar é uma empresa privada que foi fundada em 1º de março de 2003. Atualmente ocupa uma sala de 33m² onde estão localizados o escritório central – serviço de atendimento aluno e professor, os setores telemarketing e financeiro. Possui parcerias com o SEST - Serviço Social do Transporte, SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte e CEPEO - Centro de Estudos Protéticos Odontológicos em Florianópolis, SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e Clínica Odontoqualyt em Tubarão, IBES - Instituto Blumenauense de Ensino Superior e, Clínica Previdente em Blumenau e a Clínica Oral Esthetic em Lages, local onde funcionam as salas de aula para as aulas teóricas e aulas práticas dos cursos oferecidos. A Qualificar iniciou suas atividades com cursos de Auxiliar de Consultório Odontológico no interior do estado, curso de Administração e Marketing Odontológico e 12 cursos de atualização na área da prótese. Hoje, a principal atividade da empresa está relacionada à oferta de cursos em nível pós-médio de educação profissional, cujo objetivo é formar Técnicos em Laboratório de Prótese Odontológica e Técnicos em Higiene Dental, capacitados ao exercício de atividades produtivas, na área da saúde odontológica. O Técnico em Laboratório de Prótese Odontológica (TPD) atua em ações integradas de proteção e reabilitação da saúde dentária, restabelecendo, em conjunto com o cirurgião-dentista, a capacidade mastigatória e a estética bucal através do emprego de leis biomecânicas e científicas. O Curso é oferecido somente no município de Florianópolis. O Técnico em Higiene Dental (THD) atua conjuntamente com o cirurgião-dentista, colaborando em programas educativos de saúde bucal e nos levantamentos e estudos epidemiológicos, identificando problemas e propondo soluções. Este curso oportuniza para os alunos, uma qualificação intermediária de Auxiliar de Consultório Dentário. O curso de THD, além de ser oferecido no município de Florianópolis, também é descentralizado para os municípios de Tubarão, Lages, Blumenau e em Joinville. Têm como finalidade proporcionar a formação, teorico-prática, que habilita a preparação de profissionais éticos, solidários, flexíveis e com competência para trabalhar em equipes multiprofissionais, preparando-os para interagir com diferentes tipos de culturas e realidades sociais, capazes de inovar, criar e ousar em relação ao “saber fazer”, numa sociedade complexa e desigual. Assim, a Qualificar preocupa-se em formar profissionais aptos a colaborar em pesquisas, atuar de forma integrada com o cirurgião-dentista e desenvolver atividades ligadas a programas de prevenção, saúde pública e odontologia sanitária. O aluno deverá conhecer as competências diretamente voltadas à profissão, para que possa saber construir caminhos que fortaleçam a autonomia e a solidariedade. A Qualificar recebe alunos das mais variadas regiões do estado como também de outros estados brasileiros, como Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Fortaleza. Neste sentido, vale ressaltar que sua clientela é muito variada, por exemplo, alunos com o ensino médio completo ou cursando a terceira série do ensino médio, também, oriundos de cursos superiores e/ou de outras habilitações. Aproximadamente 99% dos alunos formados atuam no mercado de trabalho. Atualmente, a Qualificar está com 3 turmas de Técnico em Prótese Odontológica, localizadas em Florianópolis, em parceria com a CEPEO. Uma das turmas com estrutura 13 curricular especial no fim de semana, oferecida para profissionais da área de prótese, que atuam no mercado de trabalho sem qualificação; outra turma para alunos sem conhecimentos prévios, quefunciona de segunda a quinta-feira à noite e a última turma todos os fins de semana. Há, também, 16 turmas de Técnico em Higiene Dental: 2 em Florianópolis (na CEPEO), 3 em Florianópolis, no Colégio Lavosier, 3 em Blumenau, no IBES, 1 em Blumenau na Odontoqualyte, 3 em Tubarão, no SENAI, 1 em Tubarão, na Clínica Prevident, 1 em Lages, na Clínica Oral Esthetic e 2 em Joinville, em instalações próprias (salas alugadas). As aulas são realizadas aos sábados nos períodos matutino e vespertino. A concepção de educação, ensino e aprendizagem da Qualificar está fundamentada em princípios que consideram o conjunto de informações que tem o aluno. Assim, os professores trabalham teoria e prática de forma a fazer com que os alunos obtenham a vivência necessária ao desenvolvimento de competências para o desempenho da profissão, desenvolvendo habilidades que permitam o aprender para a vida. Atualmente, a instituição QUALIFICAR é a maior escola do estado em cursos técnicos na área da saúde odontológica e a única em Florianópolis. Existem cursos de qualificação em Auxiliar de Consultório Dentário oferecidos como o da Secretaria Municipal de Blumenau, que oferece cursos para seus funcionários. Aliado a estas premissas, a escola tem a preocupação com o investimento na melhoria da estrutura física, equipamentos, na capacitação dos professores e equipe administrativa e, também, na criação e desenvolvimento de projetos para benefício da comunidade. 1.1.1 Visão As empresas definem sua visão com base na imagem que pretendem passar para o seu mercado de atuação. A qualificar apresenta a seguinte visão: Ser o maior centro de estudos técnicos de formação em saúde odontológica no Brasil. 14 1.1.2 Missão A missão tende a ser um conceito muito mais amplo do que uma meta ou objetivo. Segundo Las Casas (1999, p.88), “a missão define a razão da existência da organização e ajuda a legitimizar sua função na sociedade.” Assim, a Qualificar apresenta a seguinte missão: Oferecer cursos de qualificação profissional na área da saúde odontológica através de um ensino de qualidade superando as exigências dos alunos e do mercado. Visando a melhoria na qualidade do atendimento odontológico e contribuindo para melhoria de vida dos nossos alunos e da comunidade. 1.2 Descrição da situação-problema Correlacionando a visão da empresa na qual ela pretende ser o maior centro de estudos técnicos de formação em saúde odontológica no Brasil, com as estratégias que estão sendo realizadas para alcançar tal objetivo, constatou-se a necessidade de formalizar um plano consistente para que o processo de projeção da empresa, dos serviços e da marca atinja suas finalidades. 1.3 Pergunta de pesquisa Diante do contexto apresentado no problema de pesquisa, elaborou-se a seguinte pergunta: Quais estratégias e ações do plano de marketing podem ajudar a Qualificar na projeção de sua marca e serviços? 15 1.4 Objetivos Este item apresenta os objetivos que delimitaram a pesquisa realizada neste trabalho de estágio. 1.4.1 Objetivo geral Elaborar um plano de marketing voltado para a projeção dos serviços e da marca Qualificar. 1.4.2 Objetivos específicos Identificar os fatores externos que influenciam as atividades da empresa; Identificar os pontos fortes e fracos da Qualificar; Sugerir estratégias e ações de marketing que estejam em consonância com o ambiente mercadológico da Qualificar. 1.5 Justificativa São vários os fatores que justificam a realização deste trabalho, entre eles o fato de que para a instituição é importante a parceria na realização deste trabalho, no sentido de viabilizar a troca de experiências entre o meio profissional e o acadêmico. Assim, a empresa é privilegiada ao mesmo tempo em que oportuniza um campo de aprendizagem profissional. 16 Com a realização do trabalho, obtém-se uma relação teórica versus prática, visando ao processo de formação profissional do acadêmico, capacitando-o para a compreensão, análise e intervenção na realidade administrativa, possibilitando o desenvolvimento e execução da prática da gestão na área administrativa. Busca-se contribuir para a empresa Qualificar, por meio desta pesquisa com maior entendimento do objetivo do desenvolvimento de um plano de marketing, bem como das práticas adotadas como respostas as demandas que imergem das múltiplas questões decorrentes do processo do plano em questão. O plano de marketing poderá vir a se posicionar como um instrumento de estabilidade econômica da empresa. Este plano tem por objetivo indicar como a empresa está posicionada no mercado e de que forma deve proceder para obter êxito com as metas já estabelecidas no processo de planejamento. 1.6 Apresentação geral do trabalho O estudo será dividido em partes, apresentadas a seguir: Parte 1 – consta a introdução, apresentação da empresa, descrição da situação problema, pergunta de pesquisa, objetivos, objetivos específicos e justificativa. Parte 2 – consta a fundamentação teórica com os seguintes tópicos: a administração e sua importância, marketing na administração, planejamento e sua importância, planejamento estratégico, a importância do marketing no planejamento estratégico, plano de marketing, tipos de planos de marketing, modelos de planos de marketing e seus passos para elaboração. Parte 3 – abrange os aspectos metodológicos da pesquisa. Parte 4 – consta o resultado do estudo. Nesta etapa foi efetuada a análise do ambiente externo e interno da empresa, análise da concorrência: grupos estratégicos de 17 concorrentes, objetivos de marketing, estratégias de marketing, plano de ação, orçamento, controle e projeção de vendas e lucros. Parte 5 – Considerações Finais. Parte 6 – Referências. 18 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo apresenta-se a teoria que dá base para o desenvolvimento do trabalho, no qual se pretende elaborar um plano de marketing para a projeção dos serviços e da marca Qualificar. Apresentar-se-á conceitos referentes ao que é administrar, considerando suas funções e identificando no marketing ações de forma a proporcionar vantagem competitiva para a empresa. 2.1 A Administração e sua importância Iniciando-se, então, pela administração nas organizações, é notório o fato que se vivencia-se hoje uma estrutura composta por organizações globalizadas em prol de uma sociedade com anseios e desejos por todas as atividades envolvidas para produção de bens ou para prestação de serviços, em que estas são conjuntamente planejadas, coordenadas, dirigidas e controladas dentro das organizações. A este respeito, Drucker (1981, p.36) afirma que é o consumidor que determina o que é uma empresa. Pois é ele, e somente ele, que por estar disposto a pagar por um bem ou serviço transforma recursos econômicos em riqueza, coisas em bens de consumo. O que uma empresa pensa que produz não é o mais importante – especialmente no que se refere ao seu futuro e seu sucesso. O que o consumidor acredita estar comprando, o que ele considera “valor” é decisivo – determina o que é uma empresa, o que produz e se irá ou não prosperar. As organizações são extremamente heterogêneas e diversificadas, com aspectos diferentes em relação ao tamanho, características de negócio, estruturas e objetivos. Dentre estas sociedades organizacionais globalizadas, há aquelas voltadas para fins lucrativos (chamadas empresas) e as organizações não-lucrativas, como: o Exército, a Igreja, os 19 Serviços Públicos de natureza gratuita, as Entidades Filantrópicas, etc. (CHIAVENATO, 1993). Ressalta-se que todas as organizações são compostas de pessoas e de recursos não- humanos. Os não-humanos são os recursos físicos e materiais,financeiros, tecnológicos, mercadológicos, entre outros. Paralelas a estas atividades estão inseridas as pessoas: elas nascem, crescem, aprendem, vivem, trabalham, divertem-se e morrem dentro de organizações. Neste contexto, a Administração é, conforme Chiavenato (1993, p.1), “algo imprescindível para a existência, sobrevivência e sucesso das organizações. Sem a Administração, as organizações jamais teriam condições de existir e crescer.” Segundo Kwasnicka (1995, p.17), “o termo administração é aquele em que ele é visto como um processo integrativo fundamental, buscando a obtenção de resultados específicos.” Portanto, a administração pode conduzir de forma eficiente e eficaz o planejamento, organização (estruturação), direção e o controle de todas as atividades inerentes às diversificadas atividades exercidas nos departamentos organizacionais: internos e externo. Em decorrência das aceleradas mudanças nos processos administrativos e tecnológicos, a Administração vem se revelando como uma das áreas do conhecimento humano com a maior absorção de complexidade e de desafios, oportunizando ao administrador uma vasta área de atuação, seja na Administração da Produção (bens ou serviços), na Administração Financeira, na Administração de Recursos Humanos, na Administração Mercadológica ou, ainda, na Administração Geral. Para Megginson, Mosley e Pietri, JR (1998, p.13), a “Administração pode ser definida como trabalho com recursos humanos, financeiros e materiais, para atingir objetivos organizacionais por meio do desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e controlar.” Administração não é, conforme Chiavenato (1993, p.3), uma “coisa mecânica que depende de certos hábitos físicos que devem ser superados ou corrigidos a fim de obter o comportamento correto.” Portanto, percebe-se a importância de o administrador buscar o aperfeiçoamento de suas habilidades e a concretização de uma base sólida especializada, facilitando assim a condução dos esforços organizacionais na conquista dos seus objetivos, conseqüentemente mantendo-se competitivo e com vida longa no mercado atuante. Deste modo, além de 20 dominar as diversas funções da administração, é importante conhecer suas áreas. Neste trabalho abordar-se-á, mais especificamente, a área e função do Marketing. 2.2 Marketing na Administração Percebe-se que o mercado consumidor de produtos tangíveis e intangíveis vem sofrendo mudanças significativas. Além da consolidação da globalização e do avanço no processo tecnológico, da disseminação das informações e das diferentes estratégias de retenção de mercado. (CARIONE, 2005). Conforme Drucker (1981, p.38), “a empresa só pode existir numa economia em expansão, ou em uma que no mínimo considere as mudanças algo natural e desejável. Ela é o órgão específico de crescimento, expansão e transformações.” Partindo desta premissa, constitui-se uma necessidade a criação de uma filosofia que venha a orientar as organizações no sentido de maximizar os custos, o crescimento e aceitação da marca, o aumento do faturamento e prospecção do mercado e de novos produtos. Assim, esta filosofia consiste em uma troca mútua entre o processo de criação e percepção de demanda com os demandantes por produtos tangíveis e intangíveis, como já citado. Para tal, faz-se necessário uma administração homogênea e consistente com pleno comprometimento entre as funções principais (operação, marketing e finanças) e de apoio (pessoal, contabilidade, manutenção, pesquisa e desenvolvimento, etc), em prol do objetivo geral da organização. Para melhor entendimento, inicia-se com a definição de marketing e seus objetivos. A este respeito, Kotler e Fox (1994, p.23) descrevem o marketing como: uma atividade central das instituições modernas, crescendo em sua busca de atender eficazmente alguma área de necessidade humana. Para sobreviver e tornar-se bem sucedidas, as instituições devem conhecer seus mercados, atrair recursos suficientes, converter esses recursos em programas, serviços e idéias apropriadas e distribuí-los eficazmente aos vários públicos consumidores. Reforçando, segue o conceito de marketing de Kotler (1998, p.27), que o define da seguinte maneira: “marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e 21 grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros.” Neste contexto, a administração de marketing torna-se vital para transformar os anseios das empresas em realidade e para que seus processos administrativos fluam de maneira positiva em relação às mudanças mercadológicas. Portanto, na organização de uma empresa, como descreve Drucker (1981, p.38) “a inovação – como o marketing – não pode ser considerado uma função à parte. Não se limita à engenharia ou à pesquisa, mas se estende a todos os setores da empresa, a todas as suas funções, a todas as suas atividades.” Kotler e Fox (Ibid., p.24) afirmam que o “marketing envolve programar as ofertas da instituição para atender às necessidades e aos desejos de mercados-alvo, usando preço, comunicação e distribuição eficazes para informar, motivar e atender a esses mercados.” Desta forma, o desenvolvimento do processo de marketing é imprescindível para concretizar o objetivo geral traçado estrategicamente no planejamento formal de qualquer organização. É um desafio sobressair-se de forma proativa em relação ao mundo globalizado, em plena abertura para o consumo de bens, serviço e a procriação considerável de concorrentes. Neste contexto, o campo voltado para administração de marketing é o mais consistente e vital para a concretização dos objetivos traçados. Para Kotler e Armstrong (1998, p.8) a “administração de marketing é definida como a análise, planejamento, implementação e controle dos programas destinados a criar, desenvolver e manter trocas de benefícios com os compradores-alvo, a fim de atingir objetivos organizacionais.” Segundo Kwasnicka (1995), a administração de marketing, mais especificamente, deve-se preocupar com atividades voltadas para: localizar e medir a demanda dos consumidores para produtos ou serviços em determinado prazo de tempo; representar essa demanda em produtos ou linha de produtos; produzir e implementar um plano que torne o produto disponível. Portanto, todas estas tarefas devem ser conduzidas com a máxima eficiência para gerar lucro e a satisfação do cliente, que é considerado o objetivo máximo em determinado tempo. 22 Os especialistas de marketing têm a responsabilidade de levar em consideração quatro fatores explícitos de tomada de decisão em marketing: necessidade, desejos, interesse a longo e curto prazo dos consumidores e da sociedade num todo. Esta orientação pode ser definida como orientação societal de marketing. (KOTLER; FOX, 1994). Para Kotler e Fox (1994, p.28), orientação societal de marketing é a determinação das “necessidades, desejos e interesses de seus consumidores e adaptar-se para entregar satisfações que preservem ou enriqueçam o bem-estar e interesse a longo prazo desses consumidores e da sociedade.” Logo, é importante que os gestores de marketing conscientizem-se de que são suas responsabilidades propagar as diretrizes do real objetivo da função marketing, que quebrem o velho paradigma de que o marketing moderno conduz a conotações negativas. Em relação a este contexto, Kotler e Fox (1994, p.31) descrevem que, nos tempos modernos, “especialistas de marketing são acusados de fazer com que as pessoas comprem coisas que não desejam ou necessitam, mesmo coisa que não podem se dar o luxo de possuir. Os consumidores são vistos como vítimas da venda de alta pressão e, às vezes, enganosa.” Desta forma, o marketing é considerado de fundamental importância à gestão administrativa e aos seus processos, na formalização e meiosde se alcançar os objetivos empresariais. Os conceitos anteriormente citados levam a crer que o marketing é uma das áreas mais dinâmicas dentro do contexto administrativo, e que não se preocupa só com a oferta de um produto ou serviço, mas com a busca de oportunidades no mercado. 2.3 Planejamento e sua importância Para se obter sucesso em um mercado que vem sofrendo contínuas mudanças, as empresas necessitam desenvolver de forma eficiente ferramentas de cunho estratégico, A fim de traçar planos que possibilitem o ajuste dos negócios da empresa em uma economia de variáveis oscilantes. O planejamento, como afirma Chiavenato (1993, p. 251), figura como “a primeira função administrativa, por ser exatamente aquela que serve de base para as demais funções.” Desta forma, a improvisação não faz parte do contexto administrativo 23 empresarial. Antes de se tomar qualquer decisão, a primeira medida a ser tomada é o planejamento antecipado. Para Megginson, Mosley e Pietri, JR (1998, p. 129), o planejamento pode ser definido como “o processo de estabelecer objetivos ou metas, determinando a melhor maneira de atingi-las. O planejamento estabelece o alicerce para as subseqüentes funções de organizar, liderar e controlar.” Percebe-se, portanto, que se faz necessário o planejamento na hora de determinar os métodos e tipos de controle para apontar quais são os objetivos da empresa e de que forma serão atingidos. Para Kotler e Armstrong (1998, p.23), “o planejamento estimula a administração a pensar adiante de forma sistemática, força a empresa a aguçar seus objetivos e políticas, leva a uma melhor coordenação de esforços e fornecer padrões mais claros de desempenho.” Conforme afirma Kwasnicka (1995, p. 169), “através do planejamento a organização escolhe metas baseadas em estimativas e previsões futuras, dando forma e direção aos esforços de administradores e trabalhadores dos demais níveis organizacionais.” Kwasnicka (1995, p.168) comenta, ainda, que a função de planejar tem atribuições como: “análise de informações relevantes do presente e do passado e a avaliação dos prováveis desenvolvimentos futuros, de forma que um custo de ação seja determinante e que torne possível à organização atingir seus objetivos já determinados.” O planejamento inicia-se com a determinação dos objetivos, metas e a definição dos planos para alcançá-los, seguindo caminhos mais seguros, levando em consideração as capacidades e habilidades. A apresentação dos objetivos é o primeiro ponto a ser colocado, para poder saber onde se pretende chegar e de que forma chegar até lá. (CHIAVENATO, 1993). Os objetivos empresariais são hierarquizados. Inicia-se dos objetivos globais (topo) até os objetivos denominados operacionais (base da hierarquia). Desta forma, o planejamento é composto por estratégias e políticas a longo prazo, como também por planos detalhando as atividades inerentes aos setores da empresa, para o alcance de seus objetivos imediatos. Partindo deste princípio, há um desdobramento dos objetivos em que a empresa fixa suas políticas, diretrizes, metas, programas, procedimentos, métodos e normas. (CHIAVENATO, 1993). 24 Além da hierarquia de objetivos, figura também a hierarquia do planejamento, dividida em três níveis: planejamento estratégico, planejamento tático e operacional, salientando que o planejamento tático e operacional são oriundos do planejamento estratégico. Para melhor entendimento distinguem-se os planejamentos da seguinte forma: Planejamento estratégico: o mais amplo e abrangente, caracterizado por efeitos e conseqüências alongadas por vários anos pela frente. Abrange todos os recursos e áreas de atividade, sua abrangência é feita de forma global e é determinado pelo topo da hierarquia na qual todos os demais estão subordinados; Planejamento tático – feito em nível departamental, com características de projeto para médio prazo (anual), preocupa-se em atingir os objetivos departamentais. Este planejamento é definido em cada departamento; Planejamento operacional – é elaborado para cada tarefa, caracterizando-se como projeto de curto prazo (imediato). As atividades são realizadas isoladamente no intuito de alcançar metas específicas e é constituído, geralmente, por metas, programas, procedimentos, métodos e normas. (CHIAVENATO, 1993). Assim, percebe-se que se faz necessário visualizar o futuro para obter sucesso em um mercado que vem sofrendo contínuas mudanças de forma globalizada. 2.4 Planejamento Estratégico Vistas as formas de planejamento citadas anteriormente transfere-se o foco para o planejamento estratégico, no intuito de enfrentar as variáveis decorrentes das mudanças de mercado, pois conforme Oliveira (1991, p.27) “estratégia empresarial é o ajustamento da empresa ao seu ambiente, em geral em constante mutação, quase sempre com a empresa alterando suas próprias características, tendo em vista este ajustamento.” Desta forma, Churchill e Peter (2003, p.87) afirmam que o planejamento estratégico começa quando “a administração usa informações sobre o ambiente externo e os pontos fortes e fracos da própria empresa para desenvolver uma visão de longo prazo dos rumos que a organização deve tomar – a missão.” 25 Segundo Oliveira (1991, p.62), “planejamento estratégico é um processo que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente.” Kotler e Armstrong (1999, p.23) definem o planejamento estratégico como “o processo de desenvolvimento e manutenção de uma referência estratégica entre os objetivos e capacidades da empresa e as mudanças de suas oportunidades no mercado.” Então, estas estratégias devem estar correlacionadas ao objetivo geral da organização, a fim de levá-la à sobrevivência e ao crescimento no mercado. A este respeito, Churchill e Peter (2003, p.86) afirmam que o planejamento estratégico “centra-se em objetivos de longo prazo, concentrando-se em atividades que resultem no desenvolvimento de uma missão organizacional clara, bem como de objetivos organizacionais e de estratégicas que permitam à empresa alcançar tais objetivos.” Gracioso (1996, p.37) comenta que: o planejamento estratégico define-se normalmente pela alocação de recursos calculados para atingir determinados objetivos, num ambiente competitivo e dinâmico. A essência do planejamento é preparar a empresa para competir com mais chances de êxito, contra concorrentes diretos ou indiretos, nacionais ou estrangeiros, que perseguem os mesmos objetivos. O que é preciso, porém, é definir com clareza, antes de começarmos o processo de planejamento, quais são os nossos objetivos precípuos; em outros termos, o que (demais importante) esperamos obter, através de nosso plano estratégico. Conforme foi contextualizado anteriormente, percebe-se que o planejamento estratégico é um conjunto de atividades e providências que devem ser tomadas com a finalidade de alcançar um objetivo, e, por isso, deve-se considerar no planejamento as constantes mudanças ambientais, a fim de assegurar a lucratividade de uma empresa. 2.5 A importância do marketing no planejamento estratégico O marketing exerce um papel fundamental no planejamento, pois é através do marketing que se obtém informações relevantes para a elaboração de plano estratégico, tudo em plena harmonia com as diretrizes do plano e da junção dos departamentos em prol dos objetivos gerais. 26 Kotler e Armstrong (1999, p.28) reforçam dizendo que a maioria dos planejamentos estratégicos organizacionais lida com “variáveis de marketing – participação, desenvolvimento e crescimento do mercado e é em geral difícil separar planejamento estratégico de planejamento de marketing.” Os autores ainda relatam que o marketing é fundamental noplanejamento estratégico das empresas sob várias formas. Primeiro, oportuniza uma filosofia de orientação (atender as necessidades de importantes grupos de consumidores); segundo, disponibiliza subsídios para os planejadores estratégicos em relação a oportunidades de mercado e, por último, define as estratégias para alcançar os objetivos das unidades. Para Las Casas (1999, p.13), planejar estrategicamente significa “estar em sintonia com o mercado, visando à adaptação da direção estratégica de uma empresa às mutantes oportunidades de mercado, considerando-se sempre os recursos disponíveis e objetivos perseguidos.” Por isso, o planejamento estratégico é o alicerce do planejamento. Ressaltando que o desenvolvimento de uma missão, a definição de objetivos e metas, um bom planejamento do portfólio de negócios e o planejamento das estratégias de marketing são pontos cruciais para um planejamento estratégico eficiente e eficaz. (KOTLER; ARMSTRONG, 1999). Kotler e Armstrong (1999) alertam que o planejamento, seja ele informal ou formal, é de fundamental importância para o auxílio em situações adversas, pois nenhuma empresa está livre de mudanças ambientais envolvendo aspectos internos ou externos. Neste contexto, visualiza-se que as empresas e seus gestores devem antecipar-se ao futuro de forma proativa no intuito de antevirem ameaças inerentes ao processo mercadológico e transformá-las em aspectos positivos, para a consolidação de seus negócios em um mercado globalizado e tão competitivo. Dentro deste contexto, está inserido o plano de marketing que se caracteriza como uma ferramenta fundamental para esta consolidação. 2.6 Plano de Marketing O plano de marketing se faz importante, pois pode ser considerado parte fundamental na instrução de como a empresa deve seguir suas diretrizes, estabelecidas pelo 27 processo do planejamento. Portanto, a formalização do plano resume as informações e análises referentes à proposta de uma estratégia e de que forma implantá-la. (LAS CASAS, 1999). O plano de marketing é importante para as empresas, uma vez que é resultado de um processo de planejamento. O processo de planejamento toma forma no momento em que o administrador escreve o plano. Por isso mesmo se diz que um bom plano não valida uma idéia de marketing, mas uma boa idéia de marketing é validada com um bom plano. Ele e usado para concretizar a criatividade, a imaginação é a inovação. (LAS CASAS, 1999, p. 20). Segundo Churchill (2003, p.19), os planos de marketing são “documentos criados por organizações para registrar os resultados e conclusões das análises ambientais e detalhar estratégias de marketing e os resultados pretendidos por elas.” Ainda, para Churchill (2003, p.101), os planos de marketing oferecem vários benefícios, de forma que “um plano de marketing bem feito ajuda os membros do departamento de marketing a reconhecer onde seus esforços devem estar concentrados e a observar e tirar o melhor proveito das oportunidades no mercado.” Já, Westwood (1996, p.5) define plano de marketing como “um mapa – ele mostra à empresa a onde ela está indo e como vai chegar lá. Ele é tanto um plano de ação como um documento escrito.” O autor ainda esclarece que um plano de marketing deve identificar as oportunidades de negócios mais promissoras para a empresa e esboçar como penetrar, conquistar e manter posições em mercados identificados. É uma ferramenta de comunicação que combina todos os elementos do composto mercadológico em um plano de ação coordenado. Ele estabelece quem fará o quê, quando, onde e como, para atingir suas finalidades. (WESTWOOD, 1996, p. 5). Para Las Casas (1999, p.18), “é um plano que faz parte do plano estratégico abrangente de uma empresa. Sua elaboração deverá estar em perfeita sintonia com os objetivos que forem estabelecidos pela alta administração e com que a empresa está pensando em atingir a longo prazo.” O autor apresenta está situação na Figura 1 da seguinte forma: Plano de marketing + Plano de produção + Plano financeiro + Plano de recursos humanos = Plano estratégico Figura 1: Formação do plano estratégico Fonte: Las Casas (1999, p. 18). 28 Logo, os objetivos, as metas e as estratégias do composto de marketing são estabelecidos no plano de marketing em plena harmonia com o plano estratégico geral da empresa. Desta forma, é fundamental a unificação dos setores na hora da elaboração do plano de marketing, pois todos os subsídios e informações em conjunto possibilitarão o alcance dos objetivos organizacionais. (LAS CASAS, 1999). Las Casas (1999, p.19) explica que “o plano de marketing é composto de vários subplanos. As atividades de propaganda, venda pessoal e promoção de vendas também têm planos respectivos para alcançar os objetivos de marketing.” Demonstra-se esta situação na Figura 2 da seguinte forma: Plano de vendas + Plano de propaganda + Plano de novos produtos + Plano de merchandising = Plano de marketing Figura 2: Composição do plano de marketing Fonte: Las Casas (1999, p. 19). Para Cobra (1992, p.88), “o plano de marketing identifica as oportunidades mais promissoras no negócio para empresa. Mostra como penetrar com sucesso, obter e manter as posições desejadas nos mercados identificados.” Kotler e Fox (1994, p.104) ensinam que “o planejamento formal de marketing resume as informações e análises referentes a uma estratégia proposta e explica os detalhes de como esta será implantada.” Sabe-se que o plano de marketing tem estrutura formal, mais nada impede que ele seja usado de forma informal. Conforme Westwood (1996, p.13), ele pode ser usado para: preparar o argumento para introduzir um novo produto; renovar a abordagem de marketing para os produtos existentes; agrupar um plano de marketing departamental, divisional ou empresarial a ser incluído no plano comercial ou corporativo da companhia. Assim, ao se elaborar o plano de marketing é necessário seguir alguns passos relevantes. Para tal, Las Casas (2001, p.274) cita os mais comuns, a seguir: levantamento de informações; listas de problemas e oportunidades; determinação de objetivos; 29 desenvolvimento de estratégias; determinação do orçamento; projeção de vendas e lucros. Las Casas (1999, p.21) afirma que “fazer plano de marketing é recomendável em qualquer situação. Uma estratégia é resultante das condições do mercado, é óbvio pensar que a maior ou menor necessidade de um planejamento depende muito das condições em que este ambiente se apresenta [...].” Para maior entendimento, ilustra-se no Quadro 1 algumas destas condições: Maior necessidade de estratégia Menor necessidade Oferta maior que a procura Procura maior que oferta Produtos diferenciados Produtos padronizados Concorrência aguda Concorrência limitada Mudanças tecnológicas rápidas Mudanças tecnológicas lenta Mudanças rápidas no produto Mudanças lentas no produto Mercados dinâmicos Mercados estáveis Quadro 1: Maiores e menores necessidades Fonte: Adaptado de Las Casas (1999, p.22). Neste sentido, entende-se que a empresa seja ela de pequeno ou grande porte poderá fazer um plano, desde que caracterize seus recursos ao seu ambiente mercadológico, seguindo de forma coerente os princípios do planejamento formal estratégico. Portanto, ao iniciar um plano de marketing deve-se levar em consideração aspectos ambientais e qual é a situação atual para definir uma estratégia em plena harmonia com as variáveis e oportunidades atuais e futuras de um mercado globalizado (LAS CASAS, 1999). Las Casas (1999) salienta que um plano de marketing desenvolvido para média, pequena e microempresa não terá a mesma desenvoltura do que àquele de uma grande empresa, porque os recursos e formas para elaboração do plano desta última serão de maior proporção que as demais. Isto não significaque o plano de marketing de empresas médias, pequenas e micros não possa ser tão eficiente como o de uma grande empresa. Para 30 justificar esta afirmação, Las Casas (1999) criou uma metodologia flexível e simplificada para a elaboração do plano de marketing destas categorias de empresas. Os tópicos de um plano são os seguintes: 1. Dados externos: determinação de situação favoráveis e desfavoráveis; 2. Dados internos e externos da empresa e concorrência: pontos fortes e fracos; 3. Determinação de pressuposições – o que poderá acontecer; 4. Objetivos e metas; 5. Estratégias de marketing e orçamento; 6. Projeção de lucros e perdas; 7. Controle. Além destes tópicos, outros conjuntos de regras devem ser visualizados no plano, regras estas que envolve as oportunidades e ameaças. O autor Richers (2000, p. 42) explana de forma sucinta o termo oportunidade como “a capacidade de olhar para o futuro em busca de novos nichos de mercado, novas formas de financiamento, novas tecnologias.” Richers (2000, p. 43) destaca que “a maioria das ameaças provém de concorrentes, ou de dentro do próprio setor, que se aproveitam de oportunidades mais rapidamente e entram num nicho antes que o percebamos.” Portanto, as empresas devem estar permanentemente focadas no seu ambiente externo de forma a não ficar dependendo somente da metodologia da investigação sistemática de problemas e soluções da empresa, pois as oportunidades e ameaças não avisam de que lado estão vindo. Assim, estruturado dentro desta contextualização será efetuado um levantamento de dados inerentes à empresa Qualificar, no intuito de evidenciar questões referentes a forças e fraquezas, oportunidades e ameaças, seu mercado-alvo, metas e objetivos principais da empresa. 2.6.1 Tipos de planos de marketing 31 São vários os tipos de planos de marketing existentes. Na visão de Ambrosio e Siqueira (2002), existem dois tipos básicos de planos de marketing: o plano anual de marketing e o plano de marketing para lançamento de um novo produto. Plano anual de marketing: embora contenha projeções para cinco ou mais anos, o plano anual é realizado a cada doze meses. Esse plano faz parte do orçamento anual da empresa e engloba todos os produtos, existentes e futuros, comercializados pela empresa. Plano de lançamento de novos produtos: visa aprovar o orçamento e a programação relativos ao lançamento de um produto novo específico ou de uma nova linha de produtos. Após a aprovação, o plano de lançamento do novo produto passa a fazer parte do plano anual de marketing da empresa e de seu orçamento anual. Para Cobra (1992, p.89), o plano anual de marketing “contém os objetivos básicos da empresa ou da marca para o próximo ano fiscal. E serve de base para a alocação de recursos para a implementação de estratégias e táticas.” Afirma, ainda, que o plano anual de marketing é o mais importante de todos os documentos administrativos nesta área. Ambrosio e Siqueira (2002, p.6) afirmam que “o plano de marketing é uma ferramenta muito útil para a empresa porque pode indicar se uma oportunidade de mercado vai ou não dar bons resultados.” Westwood (1996, p.28) comenta que “é importante que este seja claro e conciso, escrito de maneira simples e de fácil compreensão. Não deve emaranhar-se em detalhes excessivos ou irrelevantes, mas deve sumarizar a informação sucintamente.” Além dos planos anuais de marketing e dos planos ,de lançamento de novos produtos, como já citado, Westwood (1996) comenta que os planos de marketing podem seguir diferentes tipos de estruturas, tais como: Estrutura de plano completa: é apropriada para plano global de marketing da empresa e outros planos de marketing mais importantes. Estrutura de plano básica: seria a mais indicada para lidar com mercados bem delimitados e poderia ser útil ao tratar com um único produto. Nesta estrutura não é usual incluir informações sobre o orçamento e o demonstrativo de resultados consolidado. Estrutura de plano histórico: pode ser usada como primeira etapa na preparação de um plano global de marketing ou pode ser preparada para uma série de produtos diferentes a fim de se decidir qual deles tem o maior potencial de crescimento. 32 Assim, conforme Westwood (1996, p.28), “certos planos serão muito curtos e outros longos, mas um formato idêntico com seções-chave deve ser adotado para cada um, ainda que nem todos os planos tenham todas essas seções.” 2.6.2 Modelos de planos de marketing e seus passos para elaboração Partindo dos conceitos registrados anteriormente sobre planejamento estratégico e plano de marketing, segue-se caracterizando a metodologia de um plano de marketing para micros e pequenas empresas em conjunto com os seus respectivos passos, que servirá como base para a elaboração do plano de marketing da empresa pesquisada. Para tal, julga- se importante conhecer alguns tipos de planos, que os autores Westwood (1996), Cobra (1992), Kotler e Armstrong (1999), Ambrosio e Siqueira (1992) e Las Casas (1999) descrevem de formas diferentes. Conforme o Quadro 2, a metodologia desenvolvida por John Westwood (1996) é a seguinte: 33 Quadro 2: Um plano de marketing completo Fonte: Westwood (1996, p.29). Segundo Cobra (1992, p.111), “o plano deve ser apresentado com pormenores suficientes para que todos saibam o que se espera dele. Cada assunto pode ser tratado em partes separadas do plano.” No Quadro 3 descreve-se a metodologia sugerida pelo autor. - Conteúdo - Introdução - Sumário - Análise de Situação incluindo: Suposições Vendas (Histórico e Orçamento) Revisão dos Mercados Estratégicos Revisão dos Produtos-chave Revisão das Áreas-chave de Vendas - Objetivos de Marketing - Estratégias de Marketing - Prazos, Custos e Responsabilidades - Promoção de Vendas - Orçamentos - Demonstrativo de Resultados - Controles - Processos de Atualização 34 Quadro 3: Apresentação do conteúdo de um plano de marketing Fonte: Adaptado de Cobra (1992, p.112). Já, para Kotler e Armstrong (1999), é necessário um plano de marketing para cada negócio, produto ou marca, pois por melhores que sejam os planos, eles só serão eficazes se forem implementados de forma adequada. No Quadro 4 apresenta-se o conteúdo de um plano de marketing sugerido pelos autores. 1. Índice 2. Introdução 3. Sumário e executivo 4. Missão, escopo e objetivos da empresa 5. Análise de situação a) Suposições b) Recursos da empresa c) Potencias de mercado, previsões, fatos d) Participação no mercado e) Histórico de vendas f) Previsões de vendas (gastos e lucro) g) Oportunidades atuais e futuras 6. A atual organização de marketing 7. Objetivos de marketing 8. Estratégias políticas e procedimentos de marketing 9. Programas de marketing 10. Planejamento/delegações 11. Planos de pessoal e material 12. Orçamentos 13. Folha de balanço próforma 14.Controles 15. Continuidade 35 Parte I. Oportunidade Seção 1. Situação Seção 2. objetivos Parte II. Marketing estratégico Seção 3. Consumidor Seção 4. Mercado Seção 5. Aspectos legais Seção 6. Posicionamento do produto / serviços Parte III. Marketing tático Seção 7. Produto (serviço) Seção 8. Ponto Seção 9. Promoção Seção 10. preço Parte IV. Ação e controle Seção 11. Resultados financeiros Seção 12. Análise de equilíbrio Seção 13. Programação Quadro 4: Conteúdo de um plano de marketing Fonte: Adaptado de Kotler e Armstrong (1999, p.34). Ambrosio e Siqueira (2002) explicam que cada empresa tem características próprias, peculiaridades que devem refletir no formato do seu plano de marketing. O roteiro apresentado no Quadro 5 é perfeitamente adaptável a estas situações particulares, e pode ser aplicado em qualquer tipo de negócio com ou sem fins lucrativos. Quadro 5: Roteiroresumido do plano de marketing Fonte: Adaptado de Ambrosio e Siqueira (2002, p.27). Vistos os diferentes tipos de planos de marketing, constatou-se algumas peculiaridades entres eles, conforme ressalta Las Casas (1999, p.43), “todos os planos de marketing apresentam alguns aspectos comuns. O que os diferencia é a quantidade da Resumo executivo Situação atual do marketing Análise das ameaças e oportunidades Estratégias de marketing Programas de ação Orçamento Controles 36 5 Projeção de vendas e lucros 1 Análise ambiental A Ameaças e oportunidades B Pontos fortes e fracos 2 Objetivos A Quantitativos B Qualitativos 3 Estratégia de marketing A Público-alvo B Posicionamento C Estratégia do composto Produto Preço Distribuição Promoção 4 Plano de ação informação e alguns aspectos metodológicos que existem em cada uma das etapas do processo.” Ressaltando que alguns elementos de aspectos comuns são de suma importância, Las Casas (1999, p.44) destaca os principais: 1. determinação de situações favoráveis e desaforáveis, com base em dados externos; 2. análise de pontos fortes e fracos, com base em dados internos e externos e comparando a empresa com os concorrentes; 3. determinação de pressuposições acerca do que poderá ocorrer; 4. determinação de objetivos e metas; 5. escolha da estratégia de marketing e de orçamento; 6. projeção de lucros e perdas; 7. controle. A proposta de Las Casas (1999) é apresentar um formato simplificado com todos esses elementos. Este modelo é apresentado no Quadro 6. Quadro 6: Roteiro simplificado para um plano de marketing Fonte: Adaptado de Las Casas (1999, p.45). 37 Dentre os planos de marketing vistos anteriormente, utilizar-se-á, de forma adaptada, o roteiro simplificado para um plano de Marketing, proposto por Las Casas (1999), a fim de dar sustentação para o desenvolvimento de um plano de marketing para a projeção dos serviços e da marca Qualificar. Para tal, apresentar-se-ão os conceitos dos elementos desta metodologia. 2.6.2.1 Análise ambiental Seguindo o roteiro exposto anteriormente por Las Casas (1999), inicia-se o plano de marketing pela análise ambiental, que é o primeiro passo a ser abordado. Segundo Las Casas (1999, p.46), o planejador deve procurar nos fatos externos uma fonte de inspiração para seu plano. Os caminhos que surgem ou se alteram, com o passar do tempo, são dos mais variados possível. Com essas mudanças é que ocorrem as ameaças e oportunidades [...]. Para Churchill e Peter (2003, p.26), “todos os profissionais de marketing devem examinar todas as dimensões do ambiente externo. As informações resultantes podem ajudá-los a identificar as oportunidades para servir melhor seus mercados, criando valor superior.” Logo, as atenções da empresa não podem se limitar ao seu âmbito interno, mas em um composto dos aspectos externos e internos, pois são estes aspectos que analisados de forma eficiente e sintonizada com os acontecimentos envolvendo todo o processo mercadológico e suas influências, levarão a empresa a desempenhar suas atividades em conformidade com os fatores ambientais, que por sua vez formarão o ambiente futuro. Assim, do ponto de vista do marketing, as empresas devem se adaptar a variáveis incontroláveis de marketing para obter êxito em suas metas e objetivos. Para o autor Las Casas (1999), um ambiente empresarial é formado pelas variáveis: econômicas, demográficas, sociais, culturais, tecnológicas, políticas, legais, entre outras. Desta forma, faz-se necessário uma análise geral de todas essas variáveis para identificar as oportunidades e ameaças que existem para a empresa. Além da análise 38 ambiental se faz necessário realizar uma análise dos pontos fortes e fracos. As variáveis do ambiente empresarial citadas modificam-se constantemente. O mesmo acontece com as oportunidades e ameaças, por isso, para se defender das ameaças e aproveitar as oportunidades à empresa deve comparar seus recursos com os recursos de seus concorrentes antes de formalizar os objetivos e as estratégias do plano. (LAS CASAS, 1999). Cobra (1992, p. 80) ensina que ao avaliar periodicamente os pontos fortes e os fracos, “uma empresa estará apta a minimizar o impacto de suas vulnerabilidades ocasionais. Ao analisar as ameaças e as oportunidades, poderá evitar situações desagradáveis, ao mesmo tempo em que poderá viabilizar oportunidades únicas em seu negócio.” Westwood (1996, p.95) acrescenta que “as potencialidades e fragilidades referem- se à companhia e aos seus produtos, ao passo que as oportunidades e ameaças comumente são tomadas como fatores externos sobre os quais a companhia não exerce controle.” Segundo Las Casas (1999, p.66), “pontos fortes são todos os fatores que apresentam vantagem competitiva da empresa em relação aos concorrentes ou ao exercício de qualquer atividade. Para o mesmo autor, os pontos fracos são fatores que interferem negativamente nessa capacidade.” O autor argumenta, ainda, que: a empresa pode ter vantagens ou desvantagens em relação a seus concorrentes com base em uma série de fatores que interferem no desenvolvimento dos negócios, como estrutura organizacional, funcionários, recursos financeiros disponíveis, nível de tecnologia absorvida, entre outros. A comparação com a concorrência determinará se a empresa tem pontos fortes ou fracos para aproveitar oportunidades ou estabelecer objetivos para se defender de ameaças (LAS CASAS, 1999, p.67). De acordo com o propósito da análise, que é descrever a situação em que a empresa se encontra e qual será seu provável futuro, percebe-se a sua importância para a tomada de decisões, visando a correções, novos alvos estratégicos e, a longo prazo, a sobrevivência e a real situação para determinar e obter êxito dos objetivos. Objetivos estes que poderão ser estabelecidos quando o processo de análise da situação estiver completo, assim contribuindo para a realização de estratégias e táticas mais realísticas. (LAS CASAS, 1999). 39 2.6.2.2 Objetivos de Marketing Depois de feita a análise da situação, o passo seguinte é estabelecer os objetivos, que devem ser estruturados conforme a definição do negócio da empresa e de sua missão. Portanto, os objetivos que determinam aonde a empresa quer chegar, e devem estar em coerência com a missão. A este respeito, Grueck e Jauch (1984 apud LAS CASAS, 1999, p.88) esclarecem que a missão define a razão da existência da organização e ajudar a legitimizar sua função na sociedade. Objetivos são os fins que a organização pretende atingir através de sua existência e operações. Objetivos são parte integrada do processo de administração estratégica. Eles são os fins que a empresa procura e o critério para determinar sua efetividade. Por conseguinte, para ser fazer um plano de marketing é extremamente importante que se definam os objetivos antes de preparar uma estratégia de marketing, pois os objetivos são considerados responsáveis pelo sucesso ou fracasso do plano. São a essência do plano de marketing, uma vez que tudo nasce e morre neles. Segundo Churchill e Peter (2003, p.89), “os objetivos descrevem os resultados pretendidos com a realização da missão, como o nível de lucro desejado para a empresa, posição de mercado, reputação, responsabilidade social ou nível de qualidade.” Para Las Casas (1999 p.89), “objetivos são os resultados operacionais, financeiros ou qualquer outro que a empresa deseja atingir em determinado período com seu plano estratégico, podendo ser quantitativos ou qualitativos e determinados a curto, médio e longo prazo.” Para Westwood (1996, p.26), o “objetivo de marketing preocupa-se com o equilíbrio entre os produtos e seus mercados. Relaciona-se a quais produtos você quer vender e quais mercados.” Assim, conclui-se que a definição dosobjetivos é o ponto fundamental para o processo de marketing. Conforme Contursi (2003, p.11), “os objetivos devem ser encarados como parte de uma cadeia contínua de meios, fins e metas ao longo do caminho para o lucro.” 40 2.6.2.3 Estratégia de marketing Neste ponto esboça-se uma estratégia de marketing para atender às metas e aos objetivos da organização. Las Casas (1999, p.95) propõe algumas etapas para alcançar as metas e os objetivos. Os passos são os seguintes: determinação do mercado-alvo; determinação do posicionamento; escolha da estratégia do composto de marketing. Sabe-se que a competitividade entre as empresas é acirrada. Neste jogo de ganhar e perder clientes, a conotação de mais valor para o cliente torna-se a chave para o sucesso empresarial. Assim, é de fundamental importância conhecer as necessidades e desejos dos consumidores. Obter um mercado sólido requer uma cuidadosa análise dos consumidores: cada empresa deve destrinchar o mercado total, determinar os melhores segmentos e planejar estratégias na obtenção de maior lucratividade. (KOTLER; ARMSTRONG, 1999). Sendo assim, Cobra (1992, p.277) ressalta que “os produtos e serviços deverão ser cada vez mais adaptados para atender a necessidades específicas de agrupamentos homogêneos de consumidores.” Para Las Casas (1999, p.95), “segmentos são grupos de consumidores homogêneos entre si. Segmentação é o processo de separação desses grupos a parte de um mercado heterogêneo.” Segundo Kotler e Armstrong (1999, p.30), determinar o mercado-alvo “é avaliar a atratividade de cada segmento e selecionar um ou mais segmentos.” Os autores afirmam, ainda, que após separar os grupos e constituir os diversos segmentos de mercado para determinado produto, as empresas devem escolher àqueles segmentos mais indicados para atingir seus objetivos, porque a tendência das maiorias das empresas, ao entrar em um novo mercado, é optar por servir a um único segmento. Já, as empresas que lideram um determinado mercado, normalmente, dispõem os produtos no intuito de satisfazer específicas necessidades de cada segmento. Após a determinação do mercado-alvo, faz-se necessário decidir que posição a empresa deseja ocupar neste mercado. Richers (2000, p.103) explica que o 41 posicionamento é geralmente entendido como um lugar no mercado em que um produto é colocado com um mínimo de interferência de outras marcas do mesmo gênero. O lugar em si é determinado pela maneira como o consumidor percebe e entende o produto. Ele pode considerá-lo mais ou menos conveniente em razão de algumas características que o atraem, como o gosto ou a embalagem de um alimento, a forma e a cor de um automóvel, ou a localização e a área útil de um apartamento. O consumidor faz questão de escolher o que mais lhe agrada numa gama de ofertas no mercado. Entretanto, a determinação do posicionamento deve estar correlacionada à qualidade do produto ou serviço, não importa se seja de má ou boa qualidade. Por isso, o planejador deverá identificar quais atributos são mais importantes para desenvolver uma estratégia de posicionamento. (KOTLER; ARMSTRONG, 1999). Cobra (1992, p.321) ressalta que, se possível, “é interessante também uma avaliação de uma atitude mental dos consumidores como as características cognitivas, afetivas e de tendência de ação, como recurso para posicionar um dado produto com relação a seu mercado.” De acordo com Las Casas (1999, p.100), “um produto com boa qualidade pode ser posicionado com atributos de qualidade elevada. Um produto com má qualidade será identificado pelos consumidores como um produto de má qualidade.” O autor também lembra que os produtos de altos preços são na maioria das vezes identificados como de boa qualidade, já os de baixo preço são classificados como de baixa qualidade. Para Las Casas (1999, p.52), “em marketing, busca-se um posicionamento quando se procura por meio da comunicação enfatizar determinados atributos do produto ou características do processo de comercialização para torná-lo conhecido como tal.” Levando-se em consideração este contexto, os profissionais de marketing devem planejar de forma eficaz o posicionamento para seus produtos ou serviços de forma a diferenciá-los aos dos concorrentes e a dar-lhes a maior vantagem estratégica possível nos mercados de atuação. (KOTLER; ARMSTRONG, 1999). A próxima etapa da estratégia de marketing é desenvolver um composto de marketing, com os parâmetros citados anteriormente fica mais fácil o seu desenvolvimento. Para tal, faz-se necessário ter o conhecimento do mercado, do ambiente, dos principais concorrentes, do público-alvo e do posicionamento desejado. 42 Kotler e Fox (1994, p.181) definem composto de marketing como “a combinação particular de variáveis de marketing controláveis que a instituição utiliza para atingir seus objetivos no mercado-alvo.” Segundo Kotler e Armstrong (1999, p.31), composto de marketing ou mix de marketing consiste “em todas as ações da empresa com a intenção de influenciar a demanda do seu produto. As várias possibilidades podem ser reunidas em quatro grupos de variáveis, conhecidas como os 4 P’s: produto, preço, praça e promoção.” Conforme Las Casas (1999, p.52), nesta etapa o planejador “deve determinar o que espera vender e como será feita a comercialização, considerando como ponto de referência os 4 P’s.” A seguir, descreve-se o conceito de cada variável que compõe os 4 P’s, citados: produto – esta definição é dada por Kotler e Armstrong (1999, p.31): “produto é a combinação de bens e serviços que a empresa oferece ao mercado-alvo.” Segundo Etzel; Walker e Stanton (2001, p.197) um produto é um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis os quais podem incluir embalagem, cor, preço, qualidade e marca, mais os serviços e a reputação do vendedor. Um produto pode ser uma mercadoria, um serviço, um lugar, uma pessoa ou uma idéia. Ou seja, aquilo que é entregue ao consumidor e que gera satisfação na medida em que é consumido, apreciado ou utilizado. Portanto, os produtos são o que permitem às empresas auferirem lucros, uma vez que são pela sua comercialização que são geradas receitas. preço – conforme Kotler e Armstrong (1999, p.31), preço significa “a soma de dinheiro que os clientes devem pagar para obter o produto.” Para Etzel; Walker e Stanton (2001, p.279), “o preço é um regulador básico do sistema econômico porque ele influencia a distribuição dos fatores de produção: trabalho, terra, capital e empreendimento.” Desta forma, o preço, como um elemento central do composto de marketing, tem a responsabilidade de proporcionar à empresa padrões de lucratividade adequados aos seus objetivos ou de fazer aumentar sua participação no mercado. praça – para Kotler e Armstrong (1999, p.31), “praça envolve as atividades da empresa que tornam o produto disponível para os consumidores-alvo”. Etzel; Walker e Stanton (2001, p.348) reforçam argumentando que “o papel da distribuição dentro de um mix de marketing é levar o produto até seu mercado-alvo. Neste processo, a atividade mais importante é acertar sua venda e a transferência da propriedade, 43 do produtor ao consumidor final.” Assim, os profissionais de marketing são responsáveis por fazer com que isso aconteça de forma eficaz, e para isso têm de reconhecer as expectativas dos consumidores sobre a melhor maneira de dispor o produto/serviço e executar essa função em consonância com os objetivos da empresa. promoção – conforme Kotler e Armstrong (1999, p.31), “promoção significa as atividades que comunicam os atributos do produto e persuadem o consumidor-alvo a adquiri-los.” Para Etzel; Walker e Stanton (2001, p. 446) “a promoção é o elemento, no mix de marketing de uma empresa, que serve para informar, persuadir e lembrar o mercado de um produto e/ou da organizaçãoque o vende, tendo em vista influenciar os sentimentos, crenças ou comportamento do público.” Desta forma, a promoção tem grande destaque no mix de marketing, pois nada adianta ter um bom produto, com um preço adequado e ajustado ao perfil de um determinado público-alvo e disponível quando e onde for necessário, se não for do conhecimento dos consumidores a existência e os atributos característico da oferta. Apresentados estes aspectos sobre o composto mercadológico, o próximo item apresentará o plano de ação. 2.6.2.4 Plano de ação Conforme Kotler e Armstrong (1999, p.35), neste ponto “as estratégias de marketing devem transformar-se em programas de ação específicos que respondam as perguntas: O que será feito? Quem será responsável? Quanto irá custar?.” Os autores afirmam, ainda, que o plano de ação mostra quando as atividades devem ser iniciadas, revisadas e completadas. Segundo Westwood (1996, p.26), “são os planos de ação que lhe permitirão executar a estratégia de marketing definida e atingir seus objetivos de marketing.” Las Casas (1999, p. 114) comenta que o plano de ação é uma das principais etapas de um plano de marketing. Destaca ainda que: o formato final do plano de ação é praticamente o de um resumo das atividades pretendidas para o período. Por isso, como representa uma 44 espécie de cronograma de atividades mercadológicas, ele poderá ser considerado um componente-chave para a atividade de planejamento. Logo, as estratégias e os planos de ação relacionados aos produtos dizem respeito à necessidade de avaliação da adequação do portfólio de produtos e serviços da empresa e às expectativas dos diversos públicos-alvo atendidos. Depois da elaboração do plano de ação, o passo seguinte é estimar a projeção de vendas e lucros. 2.6.2.5 Projeção de vendas e lucros Nesta etapa, as atividades que envolvem a projeção de vendas e lucros devem ser amplas, ou seja, envolver todos os integrantes do processo desde o vendedor até os clientes. Conforme Las Casas (1999, p.131), “é necessário fazer uma projeção de vendas e lucros para justificar o investimento em um plano de marketing.” Ambrosio (1999, p.47) comenta que considerando as informações desenvolvidas para as partes do plano referente a marketing estratégico e a marketing tático, reuniram-se condições para a elaboração de uma previsão de vendas – a qual será, inclusive, utilizada no cálculo dos resultados financeiros, no planejamento operacional de compras, de finanças e de recursos humanos. Desta forma, a previsão deve ser desenvolvida com muito cuidado, baseada em critérios bem definidos. Segundo Westwood (1996, p.125), “trata-se de um processo iterativo no qual os objetivos são estabelecidos, as estratégias e planos de ação são desenvolvidos, e depois é decidido se os objetivos planejados são impossíveis, exeqüíveis ou fáceis.” Richers (2000, p.189) cita que qualquer previsão de vendas opera com dois tipos de variáveis: a dependente, que se refere às vendas, e as independentes, como população ou renda disponível, que são manipuladas, estatisticamente ou não, para servir de referencial para a variável dependente (venda). Portanto, neste processo deve ser feito acompanhamento minucioso do orçamento e do controle do plano para que a empresa atinja os seus objetivos propostos. 45 3. ASPECTOS METODOLÓGICOS Para a elaboração deste estudo, o acadêmico baseou-se no modelo de projeto de aplicação, buscando a melhor forma de unificar o conteúdo à realidade da empresa. Conforme Cervo e Bervian (1996, p.44), a pesquisa se caracteriza como “uma atividade voltada para solução de problemas, através do emprego de processos científicos [...] ela parte de uma dúvida ou problema e, com uso do método científico, busca uma resposta ou solução.” Segundo Lewin (apud ANDRÉ, 1995, p.31) “os passos essenciais da pesquisa-ação estão baseados na análise, coleta de dados e conceituação dos problemas, planejamento da ação, execução e nova coleta de dados para avaliação e repetição deste ciclo de atividades.” Esta pesquisa caracteriza-se pela abordagem qualitativa, do tipo descritivo e exploratório. Segundo Oliveira (2001, p.117), as pesquisas que: se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opinião de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. O autor afirma ainda que esta difere da abordagem quantitativa pelo fato de não empregar dados estatísticos como centro do processo de análise de um problema. O presente trabalho tem como método a pesquisa descritiva porque pretende apresentar com maior exatidão possível os fatos e fenômenos, com a exploratória procura- se descobrir idéias e percepções da situação em estudo. Conforme Mattar (2001, p.23) as pesquisas descritivas “são caracterizadas por possuírem objetivos bem definidos, procedimentos formais, serem bem estruturadas e dirigidas para solução de problemas ou avaliação de alternativas de cursos de ação.” Já, as pesquisas exploratórias, segundo Gil (1999, p.43), têm como principal finalidade “desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudo posteriores.” De acordo com Marconi e Lakatos (1999, p. 22), “estudos exploratórios enfatizam a descoberta de idéias e discernimentos.” 46 Também foi utilizado o estudo de caso, por oferecer significativas oportunidades, pois possibilita o estudo de inúmeros problemas de difícil abordagem por outros métodos. O método de estudo de caso, conforme Goode e Hatt (1969, p. 442), “não é uma técnica específica. É um meio de organizar dados sociais preservando o caráter unitário do objetivo social estudado.” Gil (1999, p.27) diz que o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetivos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados. A pesquisa também é do tipo bibliográfica. Conforme Oliveira (2001, p. 119), “a pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno.” Para Cervo e Bervian (1996, p.48), “a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental.” Os autores também cometam que ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema. A fomentação dos dados foi obtida por meio de entrevistas informais com a participação do gestor da empresa. A pesquisa foi desenvolvida no ambiente mercadológico em que está inserida a empresa Qualificar. Também, efetuou-se a análise participativa no contexto mercadológico tanto da empresa Qualificar como de seus concorrentes. Segundo Marconi e Lakatos (1999, p.34), “a coleta dos dados é a etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos.” Marconi e Lakatos (1999) explicam que são vários os procedimentos para a realização da coleta de dados, variam de acordo com as circunstâncias ou com o tipo de investigação. As técnicas de pesquisa são: coleta documental; observação; entrevista; questionário; formulário; medidas de opiniões
Compartilhar