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EXAME CLÍNICO COMPLETO: • Anamnese; • Exame físico geral; • Exame extra e intra-oral • Exames complementares. ANAMNESE: - Em relação a anamnese ou história clínica, os dados são normalmente catalogados em questionário próprio, anexado de maneira direta ao prontuário clinico. - A investigação deve incluir o motivo pelo qual o paciente procurou atendimento (dor, estética, função, prevenção...), bem como detalhes da doença atual, tempo de instalação decorrido de seu início e possíveis doenças sistêmicas. - Permite ainda uma avaliação geral do estado de saúde, dos antecedentes familiares, das causas de óbitos na família e dos problemas odontológicos com complicações nos descendentes, bem como dados sobre ocupação, hábitos, personalidade e sua possível relação com problemas apresentados. -Não colocar o paciente sentado na cadeira odontológica para fazer a anamnese. Realizar FRENTE A FRENTE, por isso, sentar o paciente no mocho e aluno no outro. - Caso ele sente na cadeira odontológica não deixar ele reclinar no encosto. Dessa forma, ninguém fica em posição de superioridade e consequentemente outro em inferioridade – Mesmo que o paciente não se sinta desconfortável. - Silêncio do paciente durante anamnese: pode ter uma série de significados, ele pode estar tentando organizar os pensamentos ou lembrar de detalhes, ou simplesmente tentando decidir quais informações julga importantes e ainda avaliando se confia no profissional. Esse momento deve ser respeitado, aguardando ou encorajando o paciente a expor seus pensamentos. Outras razões para o silencio envolvem a espera por outras perguntas ou também se ofendido com algo que foi perguntado ou falado. - Pacientes prolixos: quando usa a cadeira odontológica de maneira a desabafar. Se ele se estendeu demais, devemos interromper conduzindo a uma outra pergunta: “mas então, com relação aquela situação que a senhora me falou sobre seu dente....” INFORMAÇÕES QUE DEVEM CONSTAR NA ANAMNESE 1. Identificação: o mais completa possível. o Nome completo para cadastro – para transexuais que não tenham nome social cadastrado, devemos da mesma forma anotá-lo para não causar constrangimento na hora de chamar na sala de espera. o Gênero – alguns nomes são dúbios e após algum tempo o profissional pode não lembrar quem é; também algumas patologias tem maior ocorrência em determinado gênero o Idade – cada faixa etária apresenta maior incidência de determinada patologia. o Raça – perguntar como o paciente se define, uma vez que patologias também estão mais presentes em determinada raça o Naturalidade – brasil é um país muito grande, apresenta áreas endêmicas de certas patologias, ou ainda, pacientes da colônia possuem pele muito clara e trabalham em condições expostas ao sol o Profissão – por exemplo, se o paciente é pedreiro/lavoura/pintor (pessoas expostas ao sol) possui mais riscos de câncer de boca; padeiros, confeiteiros que podem apresentar consumo maior de açúcar... Ou ainda, saber o grau de escolaridade do paciente implica na linguagem que vamos usar com o paciente. 2. Queixa principal: O motivo que fez com que o paciente nos procurasse. o Motivo da consulta espaço Há quanto tempo ocorre a queixa o “por que procurou atendimento? O que sente? Há quanto tempo?” o Utilizar as palavras do paciente para anotar no prontuário e podemos anotar entre aspas, mas deve-se tomar cuidado de não aceitar diagnósticos já formulados. Exame clinico completo + diagnóstico + planejamento de tratamento = SUCESSO Exame clinico completo + diagnóstico + planejamento de tratamento = SUCESSO 3. História da doença atual (HDA): Às vezes os pacientes perdem a noção de tempo, se é a primeira vez do paciente não temos como saber com certeza, mas através da situação da reclamação talvez podemos identificar... se o paciente já vem a mais tempo é possível ver isso através do prontuário. o Perguntar tudo o que está relacionado a queixa principal espaço Se está com dor: como iniciou, qual foi a evolução, dói quando mastiga, dói com frio, dói com calor, dói em um lugar específico, a dor é latejante, dói o tempo todo... o Localização e irradiação – se consegue identificar onde dói o Intensidade da dor – queimação, pontada, uniforme... dói quanto de um a dez? o Relação com funções orgânicas – tosse, respiração, deglutição, posição do paciente, esforço físico, ingestão de alimentos (frios, quentes, ácidos) o Fatores atenuantes ou de cessação – alimentos ou bochechos quentes ou frios, uso de analgésicos ou anti-inflamatórios, posição do paciente que são capazes de aliviar essa dor 4. • Antecedentes Pessoais: o Histórico médico: investiga-se a presença de doenças anteriores e o estado atual de saúde como a presença de doenças crônicas; uso de medicamentos de uso contínuo, uso de medicamentos sem prescrição médica e para que, saúde mental, uso de serviços odontológicos, medo odontológico, cirurgias e acidentes, cicatrização, alergias... o Hábitos, estilo de vida e vícios: quantas vezes escova os dentes, tabagismo (quanto de cigarro ele fuma, há quanto tempo e o tipo de cigarro, se com ou sem filtro. Podendo perguntar “geralmente, quando fuma o primeiro cigarro do dia?” “costuma acordar no meio da noite para fumar?” “acontece de sair do recinto onde está para fumar?” “depois que utiliza o primeiro cigarro do dia, consegue ficar mais de duas horas sem fumar?”), etilismo (mesmas perguntas do tabagismo, em que duas ou mais respostas positivas sugerem alcoolismo), drogas recreacionais (maconha, heroína, crack, anfetaminas... cuidar para não exprimir nenhuma recriminação), hábito de mordiscar objetos, higiene, alimentação, vida sexual (alterações bucais como a sífilis; cuidado para não causar constrangimento ainda mais se o paciente estiver acompanhado), roer as unhas, etc.. 5. Antecedentes Familiares: perguntar sobre as pessoas com quem ele convive e sobre a família. Principalmente em relação a doenças hereditárias. Se reside em condições insalubres, presença de animais dentro de casa... 6. Observações: espaço Dados que acreditamos ser importantes e que ainda não foram estudados; o “paciente se sentiu envergonhado, com a mão na boca durante toda anamnese” o Se o paciente ficou agressivo, se mentiu, se é inquieto... o Avaliação do humor do paciente – ansiedade, preocupação, desinteresse e indiferenças... o “paciente questionador” EXAME FÍSICO GERAL: - Inicia a partir do momento em que o paciente entra pela porta. - Idade aparente maior do que a cronológica pode indicar uma vida sofrida, com privações, além de conflitos de ordem psicológica. - Linguagem não verbal pelo paciente pode demonstrar dor, frio, cansaço. o Estado geral - bom, regular, mal o Nível de consciência- Analisar a capacidade de o paciente perceber, compreender e relacionar-se com o “mundo exterior”. Para isso são utilizados parâmetros: perceptividade (capacidade de responder perguntas simples, como informar o endereço ou o nome de familiares) e reatividade (capacidade de reagir a estímulos inespecíficos, como virar a cabeça). o Fala e linguagem- Alterações na fala em relação à quantidade, ritmo, sonoridade, articulação de palavras e fluência do paciente. o Estado de hidratação/nutrição: Hidratação: No estado de hidratação a pele de apresenta elástica, as mucosas são úmidas. Nutrição: Relacionado ao índice de massa corporal. Essa informação pode trazer outras sobre consumo de carboidratos e açúcares, frequência alimentar, risco para doença cárie, gengivite. Salivação. o Sinais vitais EXAME CLÍNICO EXTRA-ORAL E INTRA-ORAL 1. Exame clínico extra-oral: O exame físico inicia-se pelo extra-oral, momentoem que se tenta obter dados sobre possíveis alterações nos tecidos moles e duros. Para isso utiliza-se os procedimentos de palpação, percussão e ausculta. 2. Exame clínico intra-oral: Lábios: Primeiramente avaliados com a boca fechada e depois com a boca aberta, tracionando-os para verificar textura, elasticidade, transparência da mucosa, inserção de freios, etc... Mucosa bucal: Deve ser palpada com muita atenção principalmente em locais edêntulos ou de interesse protético. Analisar fundo de sulco, mucosa alveolar, rebordo alveolar, mucosa jugal, língua, assoalho bucal, palato duro, palato mole. Condições necessárias para o exame clínico: Iluminação: * A luz natural é sempre a que fornece dados mais reais. * Lâmpadas incandescentes ou fluorescentes podem falsear dados relativos à coloração. * No exame intrabucal, um bom foco de luz é imprescidivel. Frequentemente precisamos utilizar aparelhos clínicos para melhor incidência de luz. * O refletor não precisa estar em cima do paciente, pode estar mais distante e inclinado, para que o paciente possa ter mobilidade ao cuspir e não perceba de perto o calor da luz. Afastamento das estruturas: *A necessidade de afastamento da língua, lábios e mucosas geralmente é realizado com abaixadores de língua ou mesmo com a ajuda de espelho clinico. * Remover aparelhos moveis, piercing intraoral, próteses removíveis. Utiliza-se espelho, afastador, espátulas de madeira. * Segurar a ponta da língua com uma gaze, para conseguir tracionar. Secagem das estruturas: *Permite melhor visualização. * Usa-se gaze em vez de algodão, já que o algodão tem fibras que podem grudar na mucosa, ou um suave jato de ar. Exame clínico periodontal: - IPV: - Faz-se em todos os pacientes: secar os dentes com jato de ar da seringa tríplice, iluminar a superfície do dente, e avaliar a presença de placa aderida ao dente a partir de visualização. - Nesse exame são avaliadas 4 faces de cada dente. Se eu tenho um paciente com 10 dentes em boca, terei 40 superfícies avaliadas, esses 40 correspondem a 100%. - Faz-se uma regra de três para determinar a porcentagem de sítios que há presença de biofilme. - Há dois estágios: grau zero e grau um. O grau zero é quando não há biofilme visível na superfície dentária, já o grau um é quando há presença de biofilme. Anotar se há ou se não há presença. - É importante lembrar que é um índice momentâneo, permitindo avaliar o quanto o paciente higienizou a cavidade naquele momento, assim podemos avaliar também sua capacidade de remoção do biofilme. -ISG: - Faz-se em todos os pacientes: com o uso de sonda milimetrada percorre-se a margem gengival, penetrando o sulco gengival aproximadamente 1mm, com a sonda em um ângulo de 45º em relação ao longo eixo do dente, iniciando-se pela face distal, depois média, e depois mesial do dente. - Permite avaliar as condições inflamatórias da margem gengival, revela a frequência de remoção do biofilme pelo paciente. - Vai nos dizer se o paciente remove diariamente o biofilme, mostrando o histórico do paciente. Se eu tiver um ISG positivo, ou seja, presença de sangramento, significa que o paciente não realiza a remoção do biofilme diariamente, e se eu tiver um ISG negativo, ou seja, ausência de sangramento, demonstra que ele realiza a remoção do biofilme diariamente. - É necessário anotar a região que sangrou. - Para realizar o índice, se observa o total de sítios na cavidade, e o total de sítios com sangramento, fazendo regra de 3. - Cada dente possui 6 sítios: 3 sítios para vestibular e 3 sítios para lingual. Exame dos dentes: - ICDAS: é um sistema de escores baseado na inspeção visual auxiliado por uma sonda ball-point, sendo que maiores escores indicam lesões mais severas. -Análise de oclusão: -Após exame minucioso do periodonto e das estruturas dentais, deve ser examinada a inter-relação entre os arcos dentários em movimento, para chegarmos em um diagnóstico conclusivo visando ao tratamento reabilitador - Para a análise da oclusão é necessário compreender a inter- relação dentária nos movimentos funcionais e a interação dos relacionamentos oclusais estático e dinâmico baseados no fundamento da oclusão. Dessa forma, ferramentas devem ser criadas para orientar a busca de sinais e posteriormente a análise de sintomas. DIAGNÓSTICO: Processo analítico de todos os dados anteriores para se chegar a uma conclusão, identificando qual a provável doença ou o conjunto delas. Então estabelecemos o tratamento e prognóstico e explicamos ao paciente, tanto as possibilidades de tratamento quanto o prognóstico. PLANEJAMENTO DO TRATAMENTO: - O planejamento antecipa todas as relações, hierarquizando prioridades e otimizando resultados e minimizando tempo. É preciso devolver saúde, estética e função ao paciente. - O plano de tratamento é individualizado, sendo necessário analisar o que é melhor para o específico paciente, analisando condições sistêmicas e muitas vezes financeiras. -O plano é em etapas, com uma sequência lógica e eficiente: Fase I: Controle da dor, eliminação e controle de doenças bucais e preservação da relação dos dentes e da saúde dos tecidos oral. - Devolver saúde Fase II: Restauração ou substituição estética ou funcional- Reabilitar Fase III: Manutenção e controle do tratamento realizado. – Manter Prioridades da clínica: 1- Atendimento de urgências 2- Exame clínico e radiográfico 3- Educação em saúde e medidas de prevenção 4- Procedimentos básicos periodontais 5- Procedimentos periodontais cirúrgicos 6- Exodontias 7- Restaurações diretas 8- Procedimentos endodônticos 9- Restaurações indiretas 10- Fase protética 11- Manutenção Próteses: O planejamento de próteses removíveis ou fixas unitárias e múltiplas pode auxiliar no controle e no tratamento das doenças do periodonto. Em situações clínicas com grande número de dentes ausentes, o uso de próteses temporárias permitirá antecipar o equilíbrio oclusal e a correta distribuição de cargas oclusais entre os dentes remanescentes e as mucosas, bem como ajudar na motivação do paciente para a manutenção do programa de higienização. O que é considerado urgência? • Dor odontológica aguda decorrente de inflamação da polpa – Pulpite; • Pericoronarite ou dor relacionada a processos infecciosos envolvendo os terceiros molares retidos; • Alveolite pós-operatória, controle ou aplicação medicamentosa local; • Remoção de suturas; • Abscessos (dentário ou periodontal) ou infecção bacteriana, resultando em dor localizada e edema; • Fratura de dente resultando em dor ou causando trauma ao tecido mole bucal; • Tratamento odontológico necessário prévio a tratamento médico crítico. FICHA DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO DE TRATAMENTO: -Diagnóstico: Descrever todas as alterações de normalidade que o paciente apresenta. Ex: Paciente com doença cárie em atividade, paciente com periodontite grau x estágio y, paciente com oclusopatia, paciente com Pulpite irreversível, paciente com necrose pulpar... - Planejamento de tratamento: Sequenciar as fases que julgo necessária para o tratamento do paciente. Ex: Primeira consulta raspagem do quadrante 1 e 2 e orientação de higiene; segunda consulta raspagem subgengival do sextante 5 e orientação de higiene; terceira consulta exodontia de raiz residual do dente 26 e orientação de higiene; quarta consulta restauração oclusal do 16 e orientação de higiene; Quinta consulta reavaliação do paciente e orientação de higiene; sexta consulta alta clínica eorientação de higiene.
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