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Resumão salvador de Imunologia.

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THALIA SIQUEIRA
MEDICINA
@thaliasiqueira_
Tipos de parasitoses intestinais que realizam o ciclo pulmonar (NASA).
Antes de tudo, o que é parasitose intestinal? É a presença de parasitas (protozoários ou helmintos) no trato gastrointestinal.
As parasitoses intestinais são, desde sempre no Brasil, um importante problema de saúde pública. Sua prevalência depende das condições socioeconômicas de cada região, variando amplamente ao redor do globo, e até dentro de um mesmo país. Estima-se que no mundo, cerca de 3,5 bilhões de pessoas estejam infectadas com pelo menos um parasita, ou seja, metade da população possui parasitose. No Brasil, a prevalência das verminoses intestinais chega a 55% da população infantil.
Os elevados índices de prevalência das parasitoses são consequência de uma série de fatores, como: baixa qualidade da água consumida; aglomerados populacionais em condições precárias de habitação; proliferação e falta de combate aos vetores; insuficiente nível de educação sanitária; deficiência de destinação de dejetos humanos e inadequado controle de qualidade de alimentos. Por outro lado, geram grande prejuízo socioeconômico, como ganho de peso insuficiente em crianças, desnutrição, atraso escolar, absenteísmo, entre outros. Assim, a Organização Mundial de Saúde utiliza os dados de prevalência das parasitoses intestinais como instrumento para avaliação de miséria extrema de uma região.
Classificação
Várias são as maneiras de se classificar as parasitoses intestinais: pelo número de células do agente, pelas características morfológicas, ou até mesmo pelo ciclo evolutivo. A mais utilizada é pelo número de células: helmintos (pluricelulares) e protozoários (unicelulares). Entre as helmintoses, a mais prevalente em todo o mundo é a ascaridíase. Já nas protozoonoses, a amebíase é mais prevalente. 
Com relação aos tipos parasitoses que que realizam o ciclo pulmonar, também chamado de Ciclo de Loss, acontece em alguns parasitas que têm em seu ciclo de vida a necessidade de maturação das larvas no pulmão e assim recebem essa sigla NASA, que é o enfoque do objetivo que é a abreviação dos agentes Necator americanus, Ancylostoma duodenale, Strongyloides stercoralis e Ascaris lumbricoides. 
Ancilostomose: É causada pelos vermes Necator Americanus ou pelo Ancylostoma Duodenale. Eles são espécies de Nematodos, e, assim o Ancylostoma Duodenale é considerado como o Ancylostoma do velho mundo, pois é predominante em regiões temperadas, embora também ocorra em regiões tropicais. O Necator Americanus é conhecido como Ancilostoma do novo mundo, ocorre em regiões tropicais onde predominam temperaturas altas. Com relação a sua classificação e morfologia a família do ANCYLOSTOMIDAE é dividida em várias subfamílias, das quais o ANCYLOSTOMA duodenale é da ancylostomidae e o Necator americanos da Bunostominae. 
O Necator americanos causa a necatoríase que é considerado um tipo de helmintíase. E, assim, As infecções causadas por ambos os parasitas são coletivamente chamadas de ancilostomíase ou anti-espaciais. Isso ocorre porque em alguns lugares eles confundem as espécies desses vermes e geralmente os conhecem como uncinários. Necator americanus é um verme de forma cilíndrica e cor esbranquiçada. Possui uma cutícula com três camadas de colágeno e outros compostos secretados pela epiderme. A camada de cutícula protege o nematoide para que possa invadir o trato digestivo dos animais. As fêmeas têm uma abertura vulvar na parte de trás do corpo e os machos têm uma ampliação na parte de trás do corpo, chamada copulatrix bursa. Tanto fêmeas quanto machos têm uma estrutura bucal com dois pares de placas de corte: uma ventral e uma dorsal. Eles também têm glândulas que secretam substâncias importantes para o ciclo de vida do parasita, como enzimas protease que degradam as proteínas da pele do hospedeiro.
Seu tamanho varia entre 0,8 e 1,5 centímetros; no entanto, no estado adulto, as fêmeas são ligeiramente maiores que os machos. Por outro lado, os ovos variam em tamanho de 65 a 75 micrômetros x 36 a 40 micrômetros e são praticamente indistinguíveis dos de Ancylostoma duodenale .
A larva rabditiforme possui um bulbo grande no esôfago, separado do restante do esôfago por uma região chamada istmo. Por seu lado, a larva filariforme não possui bulbo no esôfago.
A ancilostomíase é a segunda infecção por helmintos mais comum em humanos, depois da ascaridíase. É também uma das infecções crônicas mais comuns no mundo, afetando bilhões de pessoas em áreas tropicais e subtropicais, principalmente na China e na África subsaariana. A distribuição geográfica desses parasitas é global; no entanto, eles são encontrados principalmente em regiões com climas quentes e úmidos. A presença de ambas as espécies, N. americanus e A. duodenale , foi registrada nos continentes africano, asiático e americano. As infecções por N. americanus podem ser tratadas efetivamente com medicamentos anti-helmínticos. No entanto, em áreas endêmicas, a reinfecção retorna rapidamente. As larvas de N. americanus possuem importantes propriedades físico-químicas que permitem uma infecção bem-sucedida do hospedeiro.
As infecções por ancilóstomos são tão comuns que excedem as condições causadas por diabetes e câncer de pulmão. Necator americanus é a espécie mais frequente de parasita humano e, portanto, a mais importante do ponto de vista da saúde pública.
Ciclo 
Os ancilostomídeos, como muitos outros nematóides parasitos, apresentam um ciclo biológico direto, não necessitando de hospedeiro intermediário. Durante o seu desenvolvimento duas fases são bem definidas: a primeira, que se desenvolve no meio exterior, é de vida livre, e a segunda que se desenvolve no hospedeiro definitivo de vida parasitária. Os ovos dos ancilostomídeos, depositados pelas fêmas, após a cópula, no intestino delgado do hospedeiro, são eliminados para o meio exterior através das fezes. No meio exterior, os ovos necessitam de um ambiente propício, principalmente boa oxigenação, alta umidade e temperatura elevada. Então, vai ocorre a formação da larva L1 do tipo rabtidoide que é aquela que abandona a casca do ovo passando a ter vida livre no solo , e depois da sua eclosão ela vai começar a se alimentar de matéria orgânica e de microorganismos, por via oral, e em seguida ela perde a sua cutícula , ganhando uma nova e transformando- se em larva no segundo estágio L2 que também é do tipo rabditoide. Em seguida, a Larva L2, também perde a sua cutícula e ganhando uma nova transformando-se em larva no estágio L3, do tipo Filarióide, denominada larva infectante. Ela não se alimenta, mas possui movimentos serpentiformes que ajudam na sua locomoção, sendo que a L3 é a única forma de ancylostomideos infectante para o hospedeiro. Então, quando ocorre a penetração no hospedeiro, a L3 começa a produzir enzimas semelhantes a colagenase, que facilita seu acesso por meio dos tecidos do hospedeiro. O tempo de penetração dura cerca de 30 minutos. Da pele, as larvas alcançam a circulação sanguínea e/ou linfática, chegando ao coração, indo das artérias pulmonares para os pulmões. E quando as larvas atingem os alvéolos, elas migram para os bronquíolos atingindo a traqueia, faringe e laringe, quando então são ingeridas alcançando o intestino delgado que é o seu habitat final. Então, durante a migração para os pulmões que dura de 2 a 7 dias a larva perde sua cutícula e adquire uma nova, transformando-se em larva L4. E, depois que chega ao intestino delgado ela começa a exercer o parasitismo hematófago, fixando a cápsula bucal na mucosa do duodeno. E, por fim, a transformação da larva l4 em l5, acontece 15 dias após a infecção e a diferenciação em adultos ocorre em 30 dias após a infecção. 
SINTOMAS
Antes do verme chagar ao intestino, os sintomas são discretos.  No local de penetração do verme na pele forma-se uma pequena reação inflamatória, que provoca coceira. Durante a passagem pelos pulmões, o paciente costuma apresentar tosse seca. O principal problema da ancilostomose é a anemia, e essa foi até uma questão da aberturaquando o senhor perguntou o por quê da anemia e a resposta é porquê os vermes estão grudados na parede intestinal com aqueles dentes e sugam o sangue da parede intestinal e assim fica-se anêmico, fraco, pois como produzimos energia ? a partir do oxigênio e dos acúcares que nos comemos que vai para todas as células e se falta sangue, falta ferro e sem ferro não há uma distribuição de oxigênio muito grande e a pessoa fica sem produzir muita energia e se estabelece a anemia. 
Diagnóstico
O diagnóstico da ancilostomose é realizado por meio de um exame microscópico das fezes, já que os vermes Ancylostoma duodenale e Necator americanus produzem ovos de formato oval e casca fina, que são detectados prontamente em fezes a fresco.
Tratamento da ancilostomose
O tratamento da ancilostomose é feito por meio da administração de vermífugos, pois sempre é importante tratar os doentes. No entanto, no caso de gestantes, é necessário pesar os benefícios do tratamento e os riscos consequentes. Andar calçados e a educação sanitária.
Strongyloides stercoralis 
A estrongiloidíase é uma doença intestinal causada pelo parasita Strongyloides stercoralis, que provoca sintomas como diarréia, dor abdominal e flatulência. No entanto, existe uma variante mais grave e disseminada da doença, que afeta o pulmão e a circulação, causando febre acima de 38ºC, vômitos, tosse e falta de ar.
Este verme infecta as pessoas através da pele, na forma de larva, e se espalha pelo corpo até chegar ao intestino, onde cresce e se reproduz. Para evitar esta doença, é recomendado andar calçado na rua e lavar bem os alimentos antes de comer, e o tratamento é feito com comprimidos vermífugos, como Albendazol e Ivermectina.
Principais sintomas
Quando o sistema imunológico não está comprometido ou quando a quantidade de parasitas é muito baixa, normalmente não surgem sintomas. No entanto, em alguns casos, principalmente quando a quantidade de parasitas é muito grande, podem surgir alguns sintomas, como por exemplo:
Manchas avermelhadas na pele, que surgem quando as larvas penetram na pele ou quando se movimentam através dela;
Diarreia, flatulência, dor abdominal, náuseas e falta de apetite surgem quando os parasitas estão no estômago e intestino;
Tosse seca, falta de ar ou crises de asma, quando a larva causa inflamações nos pulmões ao passar por esta região.
As pessoas com sistema imunológico comprometido, como pessoas com AIDS ou desnutridas, por exemplo, frequentemente desenvolvem a forma disseminada da doença, que se manifesta com febre acima de 38ºC, dor intensa na barriga, diarreias persistentes, vômitos, falta de ar, tosse com secreção ou até com sangue.
Além disso, como esse parasita consegue perfurar a parede do intestino, é provável que aconteça o transporte de bactérias intestinais para outros locais do corpo, resultando em infecção generalizada, por exemplo.
Ciclo de vida do Strongyloides stercoralis
As larvas infectantes do parasita, também chamadas de larvas filarioides, estão presentes no chão, principalmente no solo com areia e lama, e conseguem penetrar no corpo através da pele, mesmo que não exista uma ferida. A seguir, se espalham pela circulação sanguínea até chegar aos pulmões. Nesta região, as larvas se misturam ao muco e secreções respiratórias, e alcançam o estômago e intestino quando estas secreções são engolidas.
No intestino, os parasitas encontram locais favoráveis para crescer e se reproduzir, onde atingem o tamanho de até 2,5mm, e liberam ovos que dão origem a novas larvas. A estrongiloidíase é transmitida pelas pessoas, principalmente, mas também por cães e gatos, que liberam as larvas no ambiente através das fezes. Outras forma de infecção são pela ingestão de água e alimentos contaminados com larvas ou fezes de pessoas contaminadas. O período entre a contaminação até a liberação de larvas pelas fezes e início dos sintomas pode variar entre 14 e 28 dias.
Prevenção da Estrongiloidíase:
A prevenção da estrongiloidiase pode ser feita através de medidas simples, como:
Não andar descalço, principalmente em chão com areia e lama;
Lavar bem os alimentos antes de comer;
Lavar as mãos após ir ao banheiro;
Tratar corretamente a infecção para evitar voltar a pegar.
Além disto, lavar a região genital após defecar é uma boa forma de evitar que a larva volte a reinfectar o organismo ou que passe para outras pessoas.
Ascaris lumbricoides. 
A ascaridíase, conhecida popularmente por lombriga, é uma verminose causada pelo parasita Ascaris lumbricoides. É uma das infecções mais comuns transmitida através do contato com ovos do verme, que são excretados nas fezes do paciente. Essa é uma transmissão considerada fecal-oral, pois as outras pessoas só contraem a doença em contato com os ovos, ou seja, das fezes. Dessa forma, em regiões em que não há saneamento básico, onde fezes são usadas como esterco ou quando a pessoa possui uma higiene pessoal precária, os alimentos e a água podem ficar contaminados e a doença é transmitida.
CICLO
Os ovos eliminados nas fezes contêm embriões de Ascaris em seu interior. Após alguns dias em um ambiente propício, ainda dentro do ovo, o embrião transforma-se em larva, que, após passar por 2 mudas, torna-se apta a infectar quem a ingerir.
Portanto, o ovo do áscaris só é capaz de infectar o ser humano se contiver larvas maduras em seu interior, chamadas larvas L3, processo que leva de 2 a 4 semanas para ocorrer. Se as larvas dentro do ovo ainda estiverem em fase L1 ou L2, o verme não é capaz de sobreviver no trato digestivo, sendo improvável a contaminação de quem o ingeriu.
Os ovos infectantes ingeridos liberam as larvas L3 no duodeno, primeira parte do intestino delgado. Após tornarem-se livres, as larvas L3 atravessam a parede do intestino delgado e alcançam a corrente sanguínea, onde, dentro de 4 a 5 dias, migrarão para figado, coração e, finalmente, pulmões.
Nos pulmões, as larvas L3 sofrem mais 2 mudas ao longo de 10 dias e transformam-se em larvas L5. Após estarem maduras, as larvas migram para o sistema respiratório superior, até próximo à cavidade oral, podendo ser expelidas pela boca através da tosse ou deglutidas, voltando para o sistema digestivo. Novamente no intestino delgado, a larva L5 sofre sua última muda, tornando-se um verme adulto.
Um verme adulto costuma viver de 1 a 2 anos dentro do trato gastrointestinal. Os Ascaris adultos não se multiplicam dentro dos intestinos. Os ovos das fêmeas precisam ser eliminados no ambiente para desenvolverem larvas viáveis. Por isso, o número de vermes em uma pessoa só aumenta se ela ingerir novos ovos ao longo da sua vida. Caso não haja nova contaminação, após 2 anos, todos os vermes morrem e o paciente deixa de estar contaminado.
Entamoeba Histolytica 
Os protozoários são organismos unicelulares, eucarióticos e que apresentam nutrição heterotrófica.
Os protozoários, em sua grande maioria, apresentam vida livre e são encontrados em diferentes ambientes aquáticos e úmidos. Existem, no entanto, espécies que vivem em associação com outros organismos, como é o caso dos parasitas. Amebíase é o nome da doença causada pela ameba Entamoeba histolytica, um protozoário que pode causar graves sintomas gastrointestinais, como diarreia sanguinolenta e abscesso no fígado.
A amebíase é uma infecção que ocorre no mundo inteiro, mas é mais comum em regiões pobres e com saneamento básico precário.
Atenção: nem todas as amebas são patogênicas, ou seja, capazes de provocar doença. Não confunda a Entamoeba histolytica com outras amebas inofensivas, tais como Entamoeba dispar, Entamoeba moshkovskii, Endolimax nana ou Entamoeba coli.
COMO SE PEGA AMEBA?
A amebíase intestinal é uma doença que ocorre quando o indivíduo se contamina com a ameba Entamoeba histolytica. A transmissão é feita pela via fecal-oral, ou seja, uma pessoa contaminada elimina o parasita nas fezes, e outra, de algum modo, acaba engolindo-o.
Esse modo de transmissão pode se dar de diversas maneiras, principalmente através do consumo de água ou alimentos contaminados. A transmissão pode ocorrer, porexemplo, quando uma pessoa evacua, não lava as mãos adequadamente e vai preparar alimentos para outros. Banhar-se ou consumir água de locais com más condições sanitárias também são um fator de risco para amebíase.
Pessoas que moram no mesmo domicílio de pacientes infectados apresentam alto risco de contaminação, uma vez que os cistos da ameba são bastante resistentes, podendo contaminar objetos de uso comum e sobreviver neles durante vários dias.
Qualquer contato com fezes contaminadas pode causar a transmissão, incluindo pessoas que têm relação sexual anal, seguida de sexo oral.
CICLO DE VIDA DA ENTAMOEBA HISTOLYTICA
A Entamoeba histolytica eliminada nas fezes encontra-se na forma de cistos, que é muito resistente a meios hostis, podendo sobreviver no ambiente por vários meses. A ingestão de um único cisto de Entamoeba histolytica é suficiente para contaminar o paciente.
O cisto, após ser ingerido, passa incólume pela acidez do estômago, e muda para a forma trofozoíta ao chegar nos intestinos. Quando alcançam o cólon, os trofozoítas se aderem a sua parede e passam a colonizá-la. Na maioria dos casos a Entamoeba histolytica tem um comportamento comensal, isto é, vive em harmonia com o hospedeiro, alimentando-se do nossos alimentos e não produzindo sintomas.
Os trofozoítas se multiplicam no cólon de forma binária e voltam a formar cistos, que são eliminados nas fezes. O paciente contaminado elimina a Entamoeba histolytica em forma de cistos e trofozoítas, mas apenas os primeiros são capazes de sobreviver no ambiente. Mesmo que outro indivíduo venha a ingerir a forma trofozoíta, esta não é capaz de provocar doença, pois é destruída pela acidez estomacal. Portanto, apenas os cistos de Entamoeba histolytica são capazes de provocar doença.
DOENÇA AMEBÍASE
Em cerca de 90% dos casos, o paciente contaminado se torna um portador assintomático da ameba. Porém, por mecanismos ainda não totalmente esclarecidos, em uma pequena parte dos pacientes contaminados, a Entamoeba histolytica pode ter um comportamento agressivo, invadindo a parede do cólon, destruindo as células epiteliais e provocando grande inflamação intestinal, o que leva à diarreia sanguinolenta e outros sintomas de amebíase que serão expostos mais à frente.
A ameba também pode atravessar a parede do cólon e cair na circulação sanguínea, indo se alojar em outros órgãos, como fígado, pulmões e cérebro. Não se sabe exatamente por que em uma minoria dos casos a amebíase se torna uma doença agressiva, mas alguns fatores já estão esclarecidos, como a existências de cepas mais virulentas da ameba e alterações no estado imunológico do paciente.
Entre os fatores de risco para amebíase sintomática podemos citar:
Gravidez.
Uso de drogas imunossupressoras.
Uso de corticoides.
Alcoolismo.
Extremos de idade (bebês e idosos).
HIV.
Câncer.
Desnutrição.
SINTOMAS
Como já foi dito, mais de 90% dos pacientes contaminados com Entamoeba histolytica não apresentam sintomas. Quando há doença sintomática, ela geralmente surge entre 1 a 4 semanas após a contaminação pelo cistos do parasito.
Nos 10% dos pacientes que apresentam doença pela ameba, os sintomas mais comuns costumam ser dor abdominal, tenesmo (dor ao evacuar), diarreia aquosa e volumosa, com várias evacuações por dia, e perda de peso. O quadro costuma ser mais arrastado que os das gastroenterites virais ou intoxicação alimentar, com piora dos sintomas ao longo de 1 a 3 semanas. Não é incomum haver também febre e disenteria (diarreia sanguinolenta).
A maioria dos casos de amebíase é de leve a moderada intensidade, mas raramente, em cerca de 0,5% dos casos, a doença pode se apresentar de forma fulminante, com necrose intestinal, perfuração do cólon e peritonite grave. Nestes casos, a mortalidade ultrapassa os 40%.
A amebíase também pode ter uma forma crônica, com episódios recorrentes de cólicas e fezes sanguinolentas, um quadro muito parecido com o que ocorre nas doenças inflamatórias intestinas, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn.
AMEBÍASE EXTRA-INTESTINAL
O órgão extra-intestinal mais acometido pela Entamoeba histolytica é o fígado. A forma de apresentação mais comum é o abscesso hepático, que ocorre em até 5% dos pacientes com amebíase intestinal sintomática. Os sintomas mais comuns do abscesso hepático pela ameba são febre e dor na região do fígado (quadrante superior direito do abdômen).
 Funcionamento da resposta imune (inata e adaptativa) aos parasitas de modo geral.
Imunidade inata
A imunidade inata tem como uma das características uma rapidez em sua resposta, isso ocorre porque seu mecanismo de defesa já está preparado e seus componentes estão em vários lugares estratégicos do meio externo, como pele e mucosas, mesmo sem ter tido contato com agentes infecciosos, é composta por barreiras anatômicas, moléculas de secreção e componentes celulares, ou seja, estão a todo tempo preparados para atacar . Para formar este preparo existem células de defesas nos tecidos conjuntivos chamada de células residentes, como por exemplo, os macrófagos e mastócitos que possuem vida longa, quando necessário um aumento na quantidade dessas células no tecido, as células progenitoras vindas da medula hematopoiética são ativadas para uma maior produção. Além das células residentes, existem também as células transientes, que são células migratórias vindas do sangue para o tecido conjuntivo para a defesa do organismo. A atração dessas células se dá por sinais químicos transmitidos por células inflamatórias, por exemplo, que estimulam a saída dos leucócitos dos vasos sanguíneos para o tecido. Um dos mecanismos de defesa usado pelos leucócitos é a liberação de peptídeos como as defensinas e catelicidinas. As defensinas são produzidas pelas células epiteliais das superfícies mucosas e leucócitos no intestino a partir do estímulo de algumas citocinas, tem como finalidade controlar a quantidade de micro-organismos. Já as catelicidinas são produzidas pelos neutrófilos, células da barreira epitelial da pele, entre outros, a partir dos estímulos por citocinas e produtos microbianos, cuja função é proteger o organismo de múltiplos mecanismos, como a toxicidade direta e uma variedade de micro-organismos. Então, Protozoários e helmintos ativam mecanismos diferentes de imunidade inata. A principal resposta imunológica inata aos protozoários é a fagocitose, porém a maioria desses são resistentes à morte fagocítica, replicando-se dentro de macrófagos. Os helmintos são muito grandes para serem fagocitados e, além disso, possuem tegumentos espessos que os tornam resistentes às substâncias microbicidas secretadas pelos fagócitos (neutrófilos e macrófagos). 
Imunidade Adquirida 
Diferentemente da imunidade inata, a resposta adquirida tem a necessidade de uma ativação, ou seja, entrar em contato com um agente patogênico, essa ativação ocorre em células chamadas de linfócitos, que são células especializadas. Sua característica é a especificidade, reconhecimento diversificado, memória, entre outros. Os mecanismos de defesa dado pelos linfócitos T age contra patógenos intracelulares de células fagócíticas ou não fagocíticas, como macrófagos e eritrócitos. Os linfócitos B têm como característica a produção de anticorpos pós-contato com antígenos, criando memória, além dos linfócitos existem também as células apresentadoras de antígenos (APC) que apresentam antígenos por via molécula de complexo de histocompatibilidade (MHC) para os linfócitos.
O principal mecanismo de defesa contra protozoários intracelulares é semelhante à defesa contra bactérias intracelulares, ou seja, imunidade mediada por células, particularmente a ativação de macrófagos por citocinas derivadas de linfócitos Th1.
Protozoários que se replicam no interior de células do hospedeiro e causam lise dessas células, como por exemplo o Plasmodium sp., estimulam a produção de anticorpos específicos e ativação dos linfócitos T CD8+ (similar à resposta contra os vírus citopáticos).
A principal defesa contra os helmintos é mediada por linfócitos Th2, resultando na produçãode IgE e ativação de eosinófilos.
A interleucina 4 (IL-4) estimula a produção de anticorpos IgE e a IL-5 a ativação e desenvolvimento de eosinófilos e mastócitos. Os eosinófilos produzem enzimas oxidativas e hidrolíticas que são tóxicas para os parasitos.
Dentre os mecanismos de escape estão a mudança de antígenos de superfície; os protozoários “se escondem” do sistema imunológico (vivem dentro da célula ou formam cistos); e há estímulo de linfócitos T reguladores que suprimem a resposta imunológica.
Explicar a relação da Eosinofilia com as parasitoses intestinais. A eosinofilia em infecções por Ascaris lumbricoides, Necator americanus, Ancylostoma duodenale e Strongyloides stercoralis é muito frequente no Brasil. Todos esses parasitas fazem ciclo pulmonar e podem causar a síndrome de Loeffler, que é caracterizada pelo acúmulo de eosinófilos nos pulmões em resposta à infecção parasitária.  Nas infecções parasitárias, a eosinofilia costuma ser constante e proporcional à infestação. Existe aumento de eosinófilos em infecções por helmintos e protozoários. Existem graus diferentes de eosinofilia, dependendo do agente etiológico, do nível de infestação e da fase em que se encontra a patologia. As infecções por parasitas ocorrem geralmente em crianças e adultos jovens, o que pode provocar redução do estado nutricional, retardo no crescimento e baixo aproveitamento escolar, sendo a anemia um achado frequente.
Todos nematódeos teciduais causam eosinofilia, geralmente em quantidade superior a 2.000/uL. Nesse grupo estão Trichinella spiralis e Toxocara canis/catis. Ancylostoma brasiliense e caninus, causam larva migrans cutânea e, caso façam ciclo pulmonar, provocam eosinofilia. Wuchereria bancrofti causa eosinofilia constante. Taenia saginata e T. solium, se estiverem solitárias no intestino, podem causar eosinofilia moderada e inconstante. O mesmo acontece na cisticercose e no cisto hidático (Echinococcus granulosus). 
Durante a dermatite e na síndrome febril causada pelo Schistosoma mansoni a eosinofilia está presente. Quando está localizado nos tecidos, com hiperesplenismo e pancitopenia, o aumento de eosinófilos é inconstante.
Entre os protozoários, somente Dientamoeba fragilis e Isospora belli provocam eosinofilia.
Profilaxia contra os parasitas
Amebíase ou disenteria Amébica: Saneamento básico; Educação sanitária; Combate aos insetos sinantrópicos (pombos, ratos e mosquitos) - Lavar os alimentos com substâncias amebicidas (permanganato de potássio, iodo). 
Ascaridíase: Sendo o ovo extremamente resistente aos desinfetantes usuais e o peridomicílio(área externa de uma casa) funcionando como foco de ovos infectantes, as medidas profiláticas com efeito definitivo são: - Educação sanitária; - Construção de fossas sépticas; - Lavar as mãos antes de manipular alimentos; - Tratamento em massa da população doente; - Proteger os alimentos contra os insetos.
Ancilostomíase: Engenharia sanitária (saneamento básico); - Educação sanitária; - Suplementação alimentar com ferro e proteínas; - Utilização de anti-helmínticos; - Evitar as reinfecções: - Dar destino seguro às fezes humanas (privadas e fossas); - Lavar os alimentos que são consumidos crus; - Beber água filtrada ou fervida; - Usar calçados.
ESTRONGILOIDÍASE: Usar calçados, lavar bem os alimentos antes de comer e lavar as mãos após ir ao banheiro;
Parasitoses intestinais mais prevalentes (Mundo, Brasil e Pará).
São as NASA. Na Região Norte do Brasil a ocorrência de parasitoses intestinais é elevada na população ribeirinha, particularmente nas áreas com deficiência de saneamento básico. Os resultados revelaram positividade em 94,5%, ressaltando que em 57,17% dos casos positivos estavam biparasitados ou poliparasitados. Os helmintos foram os mais frequentes, destacando-se: Ascaris lumbricoides (57,14%) e Trichuris trichiura (41,76%). Entre os protozoários, os mais frequentes foram Entamoeba spp. (36,26%), Giardia intestinalis (24,17%) e lodamoeba butschlii (23,08%). 
Caracterizar morfologicamente, estruturalmente e funcionalmente as células do sistema imunológico (granulócitos e agranulócitos).
A principal célula do sistema imunológico são os leucócitos ou glóbulos brancos que se diferenciam em agranulócitos e granulócitos.
Agranulócitos
São células do sangue que fazem parte do sistema imunológico que têm como função defender o organismo de corpos estranhos tais como bactérias ou vírus, além de remover partículas estranhas e destruir células tumorais. São células de tamanho grande, com apenas um núcleo e ausência de grânulos em seu citoplasma.
O monócito é um dos cinco tipos principais de leucócitos existentes e originam-se na medula óssea. Após sua origem e diferenciação, os monócitos movem-se para a corrente sanguínea e permanecem nela por algumas horas até finalmente migrar para os tecidos, onde diferenciam-se em macrófagos; dependendo da localização, os macrófagos recebem diferentes nomes como micróglia no sistema nervoso, células de Kupfer no fígado e células de Langerhans na epiderme.
Os valores de referência podem variar de acordo com o laboratório, mas normalmente corresponde a 2 a 10% do total de leucócitos ou entre 300 e 900 monócitos por mm³ de sangue. Um aumento nos valores de monócitos (monocitose) pode indicar presença de infeções crônicas, como a tuberculose, ou problemas no sangue como a leucemia monocítica aguda. Em doenças autoimunes como o lúpus e a artrite reumatoide e alguns tipos de câncer como o mieloma múltiplo e a doença de Hodgkin também podem aumentar o número de monócitos circulantes no sangue.
A monocitopenia (diminuição de monócitos) geralmente indicam um enfraquecimento do sistema imune que pode ser ocasionado em diversos casos de infeções no sangue, tratamentos de quimioterapia e problemas na medula óssea como anemia aplástica e leucemia.
Geralmente as alterações no número de monócitos não causam sintomas, e o seu descobrimento somente é possível através de exames de sangue onde há a contagem de células (leucograma).
Linfócitos B e T.
Os linfócitos são células de formato esférico com diâmetro variável entre 6 e 10μm(micrometros) e possuem um grande núcleo esférico central com heterocromatina disposta na forma de grumos grosseiros fazendo com que o núcleo seja corado de maneira intensa em preparações de rotina, facilitando a identificação deste tipo celular. Seu citoplasma é escasso e em preparações de esfregaço aparecem como um anel em volta no núcleo. Quando observado com microscopia eletrônica o citoplasma apresenta-se pobre em organelas e uma quantidade moderada de ribossomos livres.
Linfócitos B
Os linfócitos B representam entre 5 e 10% dos linfócitos do sangue e são recobertos por moléculas receptoras de antígenos, quando são estimulados por algum antígeno, diferenciam-se em plasmócitos e iniciam a produção anticorpos. Neste estágio, este tipo celular apresenta citoplasma característico de células secretoras, rico em retículo endoplasmático e complexo de Golgi. Além da produção de anticorpos, as células B também são responsáveis pela apresentação de antígenos para as células T. Alguns linfócitos B ativados não se diferenciam em plasmócitos dando origem as células B da memória imunitária, que reagem rapidamente a uma segunda exposição ao mesmo antígeno.
Linfócitos B
A função deste tipo de linfócito é produzir anticorpos (imunoglobulinas). As imunoglobulinas são glicoproteínas que diferem em sua estrutura e função em IgM, IgD, IgG, IgA e IgE. Assim, apresentam as seguintes funções:
IgM. São encarregados da resposta imunológica primária.
IgD. São encontrados na superfície das células B.
IgG. Resposta imunológica secundária. São capazes de atravessar a placenta.
IgA. Ocorrem em mucosas e na saliva. Também podem ser encontrados no leite materno.
IgE. São ativados contra reações alérgicas.
O papel das imunoglobulinas é focado em:
Evitar a união dos antígenos com as células.
Revestir e aglutinar os antígenos.
Favorecer a fagocitose por macrófagos e neutrófilos.
Iniciar a inflamação e a mobilização de macrófagos.
Colaborarcom o sistema do complemento que destrói o antígeno (orifícios na parede celular).
Com isso, podemos observar que a resposta imunológica é complexa. Dependendo da ameaça identificada, certas células são iniciadas e algumas partes do sistema imunológico são ativadas. É assim que o sistema imunológico nos protege contra os diferentes antígenos que nos invadem diariamente.
Linfócitos T 
Os linfócitos T representam 65 a 75% dos linfócitos sanguíneos e, assim como os linfócitos B, também originam-se de células-tronco encontradas na medula óssea, porém, antes de se diferenciar completamente, eles migram para o timo onde, por fim, terminam seu processo de diferenciação celular. No timo, os linfócitos T diferenciam-se em diferentes subpopulações: célula T-helper, T-supressora e T-citotóxica (células NK – natural killer). Os linfócitos T-helper estimulam a transformação dos linfócitos B em plasmócitos. Os linfócitos T-supressores inibem as respostas humoral e celular e apressam o término da resposta imunitária. Linfócitos T-helper e T supressores são células reguladoras. Os linfócitos T-citotóxicos agem diretamente sobre as células estranhas e as infectadas por vírus.
Granulócitos
Basófilos: Os basófilos são células sanguíneas produzidas na medula óssea e têm meia vida no sangue estimada entre 1 e 2 dias. Em condições normais, os basófilos são bastante numerosos no sangue circulante de anfíbios, répteis e aves, enquanto que no homem correspondem a no máximo 2% dos leucócitos circulantes, sendo, por isso, difícil encontrá-los em lâminas de esfregaço. O aumento da população dessas células no sangue circulante, a basofilia, está diretamente relacionado com a defesa do organismo, os basófilos circulantes aumentam em cerca de duas vezes em indivíduos alérgicos ou em patologias mieloproliferativas como a leucemia granulocítica crônica.
Este tipo celular, quando analisado ao microscópio óptico apresenta um núcleo volumoso, segmentado com forma irregular e recoberto por grânulos grosseiros, enquanto que em análises realizadas com microscopia eletrônica de transmissão, o núcleo apresenta cromatina com aspecto denso e irregular.
O citoplasma dos basófilos é rico em grânulos citoplasmáticos maiores do que os encontrados em outros tipos de granulócitos, os quais muitas vezes dificultam a observação do núcleo celular. Ao microscópio eletrônico, estes grânulos apresentam-se muito elétron-densos e frequentemente têm em seu interior filamentos ou partículas alongadas. Os grânulos encontrados nos basófilos possuem entre 0,15-05μm de diâmetro e apresentam metacromasia quando corados pelo azul de toluidina. Eles contêm histamina, fatores quimiotáticos para eosinófilos e neutrófilos e heparina. A membrana plasmática dos basófilos apresenta receptores para a imunoglobulina E (IgE).
No homem os basófilos são comumente encontrados na pele ou nas mucosas em patologias que envolvem hipersensibilidade imediata, como dermatites alérgicas por contato, rinites alérgicas, eles também estão associados a alguns casos de hipersensibilidade tardia e têm sido encontrados em infiltrados inflamatórios, nefrites e casos de rejeição de transplante renal.
Neutrófilos: Os neutrófilos, também conhecidos por leucócitos polimorfonucleares fazem parte do sistema imunológico. Por possuírem capacidade de fagocitose eles acabam sendo os principais responsáveis na defesa primária contra bactérias e fungos, constituindo cerca de 60 a 70% dos leucócitos circulantes. Os neutrófilos possuem vida média de 6 a 7 horas, podendo viver até 4 dias no tecido conjuntivo, onde, após desempenharem sua função de defesa, morrem por um processo chamado apoptose.
A quantidade aproximada de neutrófilos em um adulto é de 2.300 a 8.100 por mm³. O aumento no número de neutrófilos, a neutrofilia, geralmente indica uma infecção bacteriana. Há, porém, exemplos de neutrofilia benigna associada ao estresse, prática elevada de exercícios físicos, ou até mesmo ingestão de medicamentos à base de cortisona e epinefrina. A diminuição no número de neutrófilos por sua vez é conhecida por neutropenia e pode ser causada por infecção viral ou tratamento farmacológico prolongado.
Os neutrófilos possuem formato arredondado com diâmetro variável entre 10 e 14μm e possuem núcleos multilobados formados por dois a cinco lóbulos ligados entre si por pontes de cromatina; quando jovem, a célula apresenta um núcleo em forma de bastonete curvo.
Em indivíduos do sexo feminino o núcleo apresenta frequentemente uma pequena estrutura com formato de raquete chamado de cromatina sexual. Porção do núcleo é constituída por um cromossomo X heterocromático (condensado) que não transcreve seus genes.
O citoplasma dos neutrófilos apresenta grânulos azurófilos (primários) e específicos (secundários). Enquanto os grânulos primários possuem em sua composição a fosfatase ácida, elastase, colagenase, mieloperoxidase, lisozima, e proteínas antibacterianas catiônicas, os grânulos específicos contêm lisozima, fosfatase alcalina, colagenase, lactoferrina e proteínas básicas antibacterianas não enzimáticas, além de componentes para reposição de membrana e agentes que atuam na proteção celular contra agentes oxidantes.
Quando são observados ao microscópio eletrônico, os grânulos azurófilos são maiores e mais elétron-densos quando comparados aos grânulos específicos. Por ser uma célula em estágio tardio de diferenciação e realizar pouca síntese proteica, o citoplasma dos neutrófilos possui uma baixa quantidade de retículo endoplasmático granuloso, ribossomos livres e mitocôndrias, além de um complexo de Golgi pouco desenvolvido.
Eosinófilos: Os eosinófilos, ou também conhecidos como acidófilos, são células do sistema imunológico responsáveis pela ação contra parasitas multicelulares e certas infecções nos vertebrados. Eles constituem uma pequena porcentagem (1-3%) dos leucócitos granulócitos circulantes de indivíduos normais sendo que em um adulto são encontrados entre 0 e 400 eosinófilos por milímetro cúbico de sangue. Tanto em parasitoses e casos de alergia há um aumento no número de eosinófilos, também chamado de eosinofilia.
Este tipo celular diferencia-se a partir de células precursoras da medula hematopoética e, quando totalmente diferenciadas, migram para o sangue. Uma vez na corrente sanguínea, os eosinófilos têm como principal destino os tecidos, o que faz que para cada eosinófilo encontrado na corrente sanguínea existam entre 100-1000 células nos diferentes tecidos.
Os eosinófilos possuem diâmetro médio de 10-15μm e são encontrados nas principais classes de vertebrados. Seu núcleo é geralmente bilobulado e apresenta cromatina condensada enquanto que seu citoplasma possui retículo endoplasmático, mitocôndrias e complexo de Golgi pouco desenvolvidos e uma grande quantidade de grânulos específicos que chegam a preencher cerca de um quinto do volume citoplasmático.
O eosinófilo recebe este nome devido a presença de granulações ovóides acidófilas que são coradas pela eosina e/ou outros corantes ácidos e foi utilizado pela primeira vez por Paul Ehrlich, em 1879. Essas granulações são maiores do que as encontradas nos neutrófilos e medem entre 0,5 e 1,5μm no seu maior eixo. Quando observados ao microscópio eletrônico de transmissão, encontramos no interior destes grânulos um cristalóide elétron-denso alongado rico em arginina denominado internum. O internum é circundado por uma matriz com menor elétron-densidade chamada extermun.
O cristalóide (internum) é constituído por uma proteína chamada proteína básica principal que é rica em resíduos de arginina, enquanto que na matriz do grânulo (externum) encontram-se a peroxidase eosinofílica, ribonucleases conhecidas como proteína catiônica dos eosinófilos e a neurotoxina derivada dos eosinófilos, além de outras proteínas com atividade enzimática, interleucinas e fatores de crescimento. As proteínas expressas pelos eosinófilos exercem atividade de defesa contra vermes, como, por exemplo, o Schistosoma mansoni, protozoários, bactérias e vírus.
Ao contrário dos neutrófilos, oseosinófilos não são células especializadas para a fagocitose de microrganismos, este tipo celular realiza a sua atividade defensiva liberando, de maneira seletiva, o conteúdo de seus grânulos para o meio extracelular e pela fagocitose e digestão de complexos antígenos-anticorpos.
Outras células importantes do Sistema imunológico são as APC (As células apresentadoras de antígenos): que são os monócitos, já falado, as células dendríticas e os macrófagos.
Os macrófagos são responsáveis por fagocitar os mais diversos antígenos no sistema imune. No entanto, eles também podem atuar na apresentação de antígenos aos linfócitos TCD4 e TCD8.
Ao fagocitar um patógeno, o macrófago o neutraliza, libera proteínas chamadas MHC -que irão se ligar a antígenos (partes do patógeno fagocitado) – e os apresenta em sua superfície. Os linfócitos TCD4 e TCD8 irão reconhecer o MHC na superfície do macrófago juntamente com as partes do patógeno, e, então, serão ativados para continuar com a resposta imune.
As células dendríticas: é uma APC Profissional. Possuem longas projeções membranosas e capacidade fagocítica e são amplamente distribuídas nos tecidos linfoides, epitélio mucoso e parênquima dos órgãos, além de fazer a conexão entre a imunidade inata e adquirida. Elas expressam receptores de reconhecimento de padrão e respondem aos micróbios secretando citocinas. Elas têm uma subpopulação chamada de células dendríticas plasmocitóides que são respondedoras celulares especializadas precoce à infecção viral. Elas reconhecem vírus endocitosados e produzem interferons tipo 1, os quais tem potente atividade antivirais. As células dendríticas podem ser imaturas coma função de procurar constantemente patógenos no meio que as rodeia mediante a receptores de reconhecimento de padrões e maduras que são eficientes na apresentação de antígenos, apresentando altos níveis de proteína exemplo o MHC de classe 2 que é responsável por apresentar antígeno ao linfócito TCD4 positivo. Então, as células dendríticas são muito importantes para o início e a coordenação da resposta imunológica adquirida. Tem também a célula dendrítica folicular encontradas nos centros germinativos( folículos linfoides) que aprisionam antígenos associados a anticorpos e os apresenta em sua superfície para serem reconhecidos pelos linfócitos B(para depois serem transportados para órgãos linfoides secundários) durante a fase da resposta imune humoral.
Outra célula importante que atua na imunidade inata são as células Natural killer(NK) que reconhece as células infectadas por vírus, bactérias e protozoários bem como células tumorais. As células NK são oriundas da medula óssea, linfócitos granulares grandes que correspondem a 5-15% das células mononucleares do sangue periférico. Possui tamanho ligeiramente maior que o do linfócito pequeno, e a presença do citoplasma granular abundante, permitem diferenciá-las do linfócito T. Comumente elas são referidas como linfócitos granulares grandes. Seu citoplasma, bem como o dos linfócitos T, é caracterizado por grânulos citotóxicos que contêm dois potentes mecanismos que medeiam a lise da célula-alvo. As células NK e os linfócitos T expressam numerosas moléculas de superfície semelhantes e exterminam as células infectadas e as células neoplásicas por meio de mecanismos similares. Duas moléculas encontradas na membrana, CD16 e CD56, são comumente utilizadas para identificação das células NK. Estas últimas também expressam receptores em sua membrana. Diferentemente dos linfócitos citotóxicos, as NK não são restritas por proteínas MHC (exibidas na superfície das células infectadas), são constitutivamente citolíticas e não desenvolvem células de memória. Por as células NK serem ativadas precocemente em uma resposta imune e não requererem sensibilização prévia para o desenvolvimento de células de memória após a sua ativação, elas são as células citotóxicas da imunidade inata, em contrapartida ao linfócito T citotóxico da resposta imune adaptativa. As células NK também facilitam a resposta precoce às infecções virais, não apenas respondendo às citocinas produzidas precocemente durante uma infecção viral, mas também pela produção de citocinas que auxiliam diretamente a reposta imune.
Outra célula importante são os mastócitos que são células de vida longa de linhagem hematopoiética que, após a sua maturação, ainda mantêm sua capacidade proliferativa. Tem grande ligação com os linfócitos T, sendo importantes na defesa contra helmintos e bactérias. Os mastócitos são encontrados no tecido conjuntivo e sua quantidade está relacionada com a função que exerce em cada local. São encontrados em abundância nos pulmões cerca de 4 mil por milímetros cúbicos, na pele 7 mil e no trato gastrointestinal 4 mil por milímetros cúbicos. Como eles estão próximos ao exterior do corpo, esse tipo celular geralmente é uma das primeiras células a entrar em contato com agentes patogênicos. Com relação a sua forma, se estão aderidos ao tecido conjuntivo são alongados e quando estão isolados em cavidades apresentam tamanhos arredondados.
Linfócito T (Citóxico, auxiliar e regulador)
Funcionalmente os linfócitos são separados em linfócito T-helper(ou célula T, ou célula T colaboradora ou LTCD4 positiva), linfócito T-citotóxico, linfócito T-supressor e linfócito T de memória. Cada um deles possui receptores característicos (além do TCR que é padrão para as células T), que são identificáveis por técnicas imunológicas e que tem funções específicas. Entretanto, todas as células T possuem os receptores TCR e o CD3.
Linfócitos T auxiliares (colaboradores). São aqueles que iniciam a resposta imunológica. Além disso, aumentam a eficácia da fagocitose dos macrófagos. Também são responsáveis ​​pela proliferação e diferenciação dos linfócitos T e B.
O linfócito T-helper possui receptor CD4 na superfície, que tem a função de reconhecer macrófagos ativados. É o principal alvo do Vírus HIV. Esta célula é o mensageiro mais importante do sistema imune. Ele envia mensagens de ataque para diversos Leucócitos para realizar a guerra imunológica contra o agente agressor. O linfócito T-helper é a célula que interage com os macrófagos, reconhecendo o epítopo que lhe é apresentado.A IL-1 estimula a expansão clonal de linfócito T-helper monoclonais que vão secretar diversas interleucinas, sendo portanto, dividido em LT helper 1 e LT helper 2. Esses subtipos de LT helper secretam interleucinas distintas, cada uma com uma função específica.
Algumas funções principais dos linfócitos T-helper:
- estimulação do crescimento e proliferação de linfócito T-citotóxicos e supressoras contra o antígeno;
- estimulação do crescimento e diferenciação dos Linfócitos B em plasmócitos para produzir anticorpos contra o antígeno;
- ativação dos macrófagos;
- auto estimulação (um linfócito T-helper pode estimular o crescimento da população de linfócito T- helpers.).
Linfócitos T supressores são linfócitos que tem a função de modular a resposta imune através da inibição da mesma. Ainda não se conhece muito a respeito desta célula, mas sabe-se que ele age através da inativação dos linfócitos T citotóxicos e helpers, limitando a ação deles no organismo numa reação imune. Sabe-se que o linfócito T-helper ativa o linfócito T-supressor que vai controlar a atividade destes linfócito T- helpers, impedindo que eles exerçam sua atividades excessivamente. Os linfócitos T-supressores também participam da chamada tolerância imunológica, que é o mecanismo por qual o sistema imune usa para impedir que os Leucócitos ataquem as próprias células do organismo. Portanto se houver deficiência na produção ou ativação dos linfócitos T supressores, poderá haver um ataque auto-imune ao organismo.
O linfócito T-citotóxico ou citolítico apresenta receptores TCR. Especializado para o reconhecimento de antígenos associados ao complexo MHC-I na superfície de outras células. Produz perforinas e outras proteínas que matam células estranhas, células infectadas por Vírus e algumas células cancerosas.
O linfócito T de memória apresentareceptores TCR, e é uma célula preparada para responder mais rapidamente e com maior intensidade, diante de nova exposição ao mesmo antígeno.
Linfócitos T reguladores (Tregs)
Além disso, há outro conjunto de células T que expressam receptores CD4 que são conhecidos como linfócitos T CD4 reguladores ou “Tregs”. Esses linfócitos produzem um fator de transcrição chamado FoxP3 e expressam outro marcador de CD em sua superfície chamado CD25. Seus mecanismos reguladores consistem em contatos intercelulares, expressão de moléculas de superfície, aumento da resposta a fatores de crescimento e produção alterada de citocinas reguladoras, como TGF-β1 e IL-10.
Órgãos e proteínas do sistema imunológico.
Órgãos Primários: Medula óssea e timo, uma glândula situada acima do coração e atrás do esterno são chamados de órgãos linfoides primários.
Medula Óssea
A medula óssea é um tecido esponjoso situado dentro da maioria dos ossos. A maioria das células de defesa é produzida e se multiplica nesse local. Então elas migram para a corrente sanguínea e alcançam órgãos e tecidos, nos quais as células maturam e se especializam.
Quando nascemos, a maioria dos nossos ossos contêm um tipo de medula óssea vermelha que continuamente produz células de defesa, mas durante o curso da vida, cada vez mais medula óssea vermelha é substituída por tecido adiposo, restando apenas em alguns ossos, como costelas, esterno, e osso da pelve.
Timo
O timo somente está totalmente desenvolvido nas crianças, e a partir da adolescência, ele é gradativamente transformado em tecido adiposo. Ele se situa atrás do esterno, acima do coração. Certas células de defesa, como os linfócitos do tipo T, são diferenciadas no timo, sendo responsáveis pela coordenação do sistema imune inato e adquirida.
Essas células se movem pelo corpo e constantemente checam a superfície de todas as células procurando modificações. Para estarem aptas a realizar essa função, elas aprendem no timo quais estruturas na superfície das células são do nosso próprio organismo e quais não são estranhas. Quando elas entram em contato com corpos estranhos, elas disparam e regulam diferentes reações de defesa (sobre os diferentes tipos de células vamos conversar em outra oportunidade).
Na infância o timo também produz dois hormônios, a timosina e a timopoietina, que regulam a maturação de células de defesa nos linfonodos.
Órgãos secundários
Os órgãos linfoides secundários são os locais nos quais as células de defesa desempenham seu verdadeiro trabalho, podem citar: os linfonodos, o baço, as tonsilas, e outros tecidos especializados nas membranas mucosas do intestino, por exemplo. Nesses locais as células de defesa têm contato constante com substâncias estranhas ao organismo, bem como patógenos.
 
Linfonodos
O sistema linfático, composto por linfonodos e vasos linfáticos, é muito importante para troca constante de substâncias entre o sangue e os tecidos do corpo. Os vasos linfáticos formam uma rede bem fina de vasos que constantemente drenam fluidos dos diferentes tecidos do corpo. Os linfonodos filtram e limpam o fluido linfático (linfa) e encaminham para a veia cava superior, entrando na corrente sanguínea.
Os linfonodos trabalham como estações de tratamento biológico, contendo diferentes células de defesa. Essas células aprisionam patógenos e ativam a produção de anticorpos específicos no sangue. Algumas vezes os linfonodos ficam inchados, dolorosos ou endurecidos. Isso pode ser um sinal de uma reação de defesa ativa, por exemplo uma infecção.
Baço
O baço se situa na parte superior esquerda do abdômen, logo abaixo do diafragma, e desempenha uma variedade de tarefas no sistema de defesa.
Antes do nascimento, o baço basicamente produz células sanguíneas e de defesa. Já após o nascimento, ele é sobretudo, responsável pela remoção das células sanguíneas e por algumas funções de defesa específicas, como: o armazenamento de células de defesa para serem liberadas quando necessárias (macrófagos que podem atacar substâncias estranhas e patógenos diretamente; linfócitos T que inspecionam a superfície das células e ajudam a controlar a defesa) e também podem destruir diretamente as células que forem reconhecidas como não próprias, como patógenos; linfócitos B que produzem anticorpos.
O baço também é responsável pela remoção de células vermelhas envelhecidas (eritrócitos), e pelo armazenamento e remoção das plaquetas (ou trombócitos), que participam da coagulação sanguínea.
Tonsilas
As tonsilas também pertencem ao sistema de defesa. Elas têm uma localização especial na garganta e no palato. Então suas células de defesa entram em contato com patógenos rapidamente. E podem ativar o sistema imunológico imediatamente. Seus tecidos são compostos primariamente por linfócitos. Além das tonsilas palatinas do lado direito e esquerdo, também existem as adenoides. Elas se situam na parte mais superior da garganta, acima do palato. Também existem as tonsilas linguais na base da língua. E mais tecidos linfáticos nos lados da garganta.
PROTEÍNAS DO SISTEMA IMUNE
Citocinas: citocinas são um grande grupo de proteínas, peptídeos ou glicoproteínas secretadas por células específicas do sistema imunológico.
As citocinas são uma categoria de moléculas sinalizadoras que mediam e regulam a imunidade, a inflamação e a hematopoiese.
As citocinas são produzidas em todo o corpo por células de diversas origens embriológicas.
Citocina é um nome geral; outros nomes são definidos com base em sua função presumida, célula de secreção ou alvo de ação. Por exemplo, citocinas produzidas por linfócitos também podem ser referidas como linfocinas.
As citocinas secretadas por monócitos ou macrófagos são denominadas monocinas.
E quimiocinas são citocinas com atividades quimiotáticas.
As citocinas e seus receptores exibem uma afinidade muito alta entre si. Devido a essa alta afinidade, as concentrações picomolares de citocinas podem mediar um efeito biológico.
Uma citocina específica pode exibir:
Ação autócrina pela ligação ao receptor na membrana da mesma célula que o secretou.
Ação parácrina que se liga aos receptores em uma célula-alvo muito próxima da célula produtora.
Atividade endócrina, viajando pela circulação e atuando nas células-alvo em partes distantes do corpo.
Elas estão presentes no sistema imunológico inato e adaptativo. Muitos tipos de células no corpo – não apenas as células do sistema imunológico – podem produzir citocinas, e a produção geralmente é estimulada pela presença de um antígeno.
As citocinas transmitem sinais de uma célula para outra, alteram o comportamento celular de várias maneiras e regulam a resposta imune do corpo a uma ameaça em potencial – que pode ser um patógeno, como vírus, bactéria ou parasita ou toxina.
Em alguns casos, a produção inadequada de citocinas ocorre em resposta a algo inofensivo, resultando em uma reação alérgica. Geralmente, as proteínas das citocinas não são armazenadas prontas, mas são sintetizadas quando necessário.
O papel dessas proteínas na resposta imune é complexo.
Uma única citocina pode influenciar vários tipos diferentes de células e pode executar mais de uma função, enquanto várias citocinas diferentes podem desempenhar a mesma função.
Diferentes tipos de células podem responder diferentemente à mesma citocina e as citocinas podem interagir entre si de várias maneiras – por exemplo, uma pode inibir os efeitos da outra; dois juntos podem produzir um efeito sinérgico; e uma citocina pode estimular a produção de outras.
As citocinas podem influenciar a célula que as produziu – conhecidas como autócrinas – ou podem influenciar as células próximas – conhecidas como parácrinas. Menos comumente, elas podem influenciar as células a alguma distância da corrente sanguínea – conhecidas como endócrinas.
Um número de citocinas diferentes está envolvido com o sistema imunológico inato. As quimiocinas influenciam o movimento das células imunes por quimiotaxia e podem atrair essas células para locais de lesão ou infecção.
O fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), interleucina1 (IL-1) e interleucina 6 (IL-6), conhecidos coletivamente como pirógenos endógenos, causam febre e uma resposta inflamatória à infecção por influenciar o controle de temperatura no hipotálamo e promover a quebra de gordura e proteína para gerar calor; eles também estimulam a produção de quimiocinas.
Os interferões têm uma variedade de funções, incluindo a prevenção da replicação viral e a ativação de macrófagos e células NK. A interleucina 10 (IL-10), em contraste, tem um efeito essencialmente inibitório na resposta imune.
Outros tipos de citocinas desempenham um papel no sistema imunológico adaptativo. As interleucinas 2, 4 e 5 (IL-2, IL-4 e IL-5) estimulam o crescimento e o desenvolvimento de uma variedade de células imunes.
O fator de crescimento transformador beta (TGF-ß) é principalmente inibitório em função, afetando a multiplicação de várias células imunes e também reduz a febre ao bloquear a ação de pirógenos endógenos.
O interferon gama (IFN-?) é ativo nas respostas imunes inata e adaptativa.
Na medula óssea, outro grupo de citocinas desempenha um papel importante. Esse grupo estimula a hematopoese – o crescimento e o amadurecimento dos leucócitos da medula óssea em diferentes tipos.
Exemplos são interleucinas 3 e 7 (IL-3 e IL-7) e fatores estimuladores de colônias (LCR).
Embora essas proteínas desempenhem um papel vital na coordenação da resposta imune para eliminar ameaças, às vezes podem agravar condições causadas por patógenos ou causar a própria doença.
A produção excessiva de citocinas, talvez em resposta a um patógeno novo e desconhecido, pode resultar no que é conhecido como tempestade de citocinas, que pode causar inflamação grave e potencialmente fatal dos tecidos.
Foi sugerido que a alta taxa de mortalidade durante a pandemia de influenza de 1918 se deveu a esse efeito, e não aos efeitos diretos do próprio vírus.
Outros problemas relacionados incluem choque tóxico, alergias e doenças auto-imunes. Algumas células cancerígenas produzem citocinas que ajudam a estimular seu crescimento.
Função
Como proteínas produzidas pelos glóbulos brancos, as citocinas desempenham várias funções importantes que permitem ao corpo operar em níveis ideais.
Eles são frequentemente criados em resposta à presença de algum tipo de infecção bacteriana.
Os glóbulos brancos liberam proteínas que funcionam como neurotransmissores para transmitir mensagens por todo o sistema nervoso.
Na verdade, existem vários tipos diferentes de citocinas, entre elas lumphokines, interleucinas e interferons.
Como as citocinas são essencialmente mensageiras químicas, elas podem ajudar a regular a natureza e a intensidade da resposta do sistema imunológico do corpo. Tomando pistas dos sinais transmitidos por essas proteínas, o sistema imunológico seria capaz de estimular a produção dos produtos químicos necessários para combater a infecção e tomar outras medidas para suprimir a disseminação de bactérias nocivas.
Um exemplo de como as citocinas influenciam o sistema imunológico é que o estímulo dessas proteínas pode fazer com que o sistema imunológico aumente temporariamente a produção de células T para combater uma infecção e depois sinalize para que o excesso de produção cesse quando a bactéria é controlada.
Como compostos de sinalização, as citocinas mantêm a comunicação celular funcionando o tempo todo.
Os hormônios são outro aspecto importante da função das citocinas. A regulação dos hormônios do crescimento é uma parte importante da manutenção da saúde equilibrada, e as proteínas fazem sua parte para garantir que ocorra uma taxa aceitável de crescimento, sem criar problemas que possam causar mau funcionamento dos sistemas endócrinos.
Os peptídeos na corrente sanguínea ajudam a manter o equilíbrio, carregando as mensagens e respostas apropriadas pelo sistema.
Devido ao papel que as citocinas desempenham na batalha contra infecções, os pesquisadores tentam fabricá-las em laboratório.
A base da pesquisa tem a ver com o tratamento de pessoas cujos sistemas imunológicos foram comprometidos por circunstâncias relacionadas ao HIV.
Replicar as condições do HIV e depois estimular artificialmente a produção de citocinas pode levar a opções que eventualmente ajudarão a restaurar a produtividade dos sistemas imunológicos danificados.
Embora as citocinas sejam um processo essencial dentro do corpo, elas também podem produzir algum efeito colateral indesejável. Excesso de estimulação deles pode levar a inflamação das articulações, surtos de febre e uma sensação geral de dor que pode ir e vir. Geralmente, os efeitos colaterais são de curta duração e desaparecem rapidamente à medida que a produção das proteínas diminui.
OBS: ação de uma citocina sobre outra citocina
Antagonista: uma citocina inibe a ação de outra citocina.
Sinérgica: a ação conjunta de duas citocinas (que têm a mesma ação) faz com que o efeito delas no corpo seja potencializado.
Redundante: duas citocinas produzem o mesmo efeito no corpo + a ação conjunta delas não potencializa o efeito.
SISTEMA COMPLEMENTO
O sistema complemento (SC) é composto por proteínas da membrana plasmática e solúveis no sangue, que participam das defesas inatas (natural) e adquiridas (memória) ao opsonizar( que permite a fagocitose) os patógenos e induzir uma série apropriada de respostas inflamatórias que auxiliam no combate à infecção. Inúmeras dessas proteínas reagem entre si para complemento, como proteases que se ativam por clivagem proteolítica. Para o Sistema completo exerca suas funções, ele deve ser ativado, originando assim uma série de fragmentos com diferentes características e funções específicas. E essa ativação ocorre por duas vias: a clássica e a alternativa. Sua ativação tanto pela via clássica quanto pela via alternativa leva à formação de complexo lítico de membrana (CLM), que destrói células. A opsonização leva ao reconhecimento das moléculas do SC pelos receptores para complemento nos fagócitos e pelas imunoglobulinas.
Imunoglobulinas: (anticorpos) são proteínas de importância vital que circulam o sangue e realizam grande variedade de tarefas. O anticorpo predominante no corpo é do tipo IgG a menor forma de imunoglobulina e está localizada em todos os fluidos corporais. É responsável por combater infecções bacterianas e virais e é o único anticorpo que atravessa a placenta para proteger o feto durante a gravidez.
IgM é o maior anticorpo. É o primeiro a responder à infecção e está localizado no sangue e no fluido linfático. Juntamente com a montagem de uma resposta inicial a corpos estranhos, o IgM também estimula outras células do sistema imunológico a combater a infecção. 
A IgD está localizada nos tecidos do tronco e do tórax e os pesquisadores não determinaram sua função.
A IgE está localizada nas várias membranas mucosas, na pele e nos pulmões. IgE é responsável pela reação do corpo a alérgenos, como pólen, fungos, pêlos e esporos. Também pode desencadear reações alérgicas quando exposto ao leite, medicamentos e venenos. Pessoas que sofrem de alergias muitas vezes têm níveis elevados de IgE.
O IgA está localizada no trato respiratório e digestivo, no nariz, nas orelhas, nos olhos e na vagina. A IgA é responsável por proteger o corpo dos invasores externos. É encontrado na saliva, sangue e lágrimas.
Caracterizar e diferenciar a resposta inata da resposta adquirida (humoral e celular)
Imunidade inata
A imunidade inata é a primeira linha de defesa do organismo, com a qual ele já nasce. É uma resposta rápida, não específica e limitada aos estímulos estranhos ao corpo. É representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células e moléculas, presentes em todos os indivíduos.
Os principais componentes da imunidade inata são:
1. Barreiras físicas e mecânicas: Retardam/impedem a entrada de moléculas e agentes infecciosos (pele, trato respiratório, membranas, mucosas, fluidos corporais, tosse, espirro).
2. Barreiras fisiológicas: Inibem/eliminam o crescimento de microrganismos patogênicos devido à temperatura corporal e à acidez do trato gastrointestinal; rompem as paredescelulares e lisam (rompem) células patogênicas através de mediadores químicos (lisozimas, interferon, sistema complemento);
3. Barreiras celulares: Endocitam/fagocitam as partículas e microrganismos estranhos, eliminando-os (linfócitos natural killer e leucócitos fagocíticos – neutrófilos, monócitos e macrófagos);
4. Barreira inflamatória: Reação a infecções com danos tecidulares; induzem células fagocitárias para a área afetada.
A resposta imune inata é capaz de prevenir e controlar diversas infecções, e ainda pode otimizar as respostas imunes adaptativas contra diferentes tipos de microrganismos. É a imunidade inata que avisa sobre a presença de uma infecção, acionando assim os mecanismos de imunidade adaptativa contra os microrganismos causadores de doenças que conseguem ultrapassar as defesas imunitárias inatas.
Imunidade adquirida
A imunidade adquirida ou adaptativa é ativada pelo contato com agentes infecciosos e sua resposta à infecção aumenta em magnitude a cada exposição sucessiva ao mesmo invasor. Existem dois tipos de imunidade adquirida: a imunidade humoral e a imunidade celular. A imunidade humoral gera uma resposta mediada por moléculas no sangue e nas secreções da mucosa, chamadas de anticorpos, produzidos pelos linfócitos B, sendo o principal mecanismo de defesa contra microrganismos extracelulares e suas toxinas. Os anticorpos reconhecem os antígenos (qualquer partícula estranha ao corpo), neutralizam a infecção e eliminam estes antígenos por variados mecanismos efetores. Por sua vez, a imunidade celular gera resposta mediada pelos linfócitos T. Quando microrganismos intracelulares, como os vírus e algumas bactérias, sobrevivem e proliferam dentro das células hospedeiras, estando inacessíveis para os anticorpos circulantes, as células T promovem a destruição do microrganismo ou a morte das células infectadas, para eliminar a infecção.
A imunidade adquirida ainda pode ser classificada em imunidade ativa e imunidade passiva. A imunidade ativa é aquela que é induzida pela exposição a um antígeno. Assim, o indivíduo imunizado tem um papel ativo na resposta ao antígeno. A imunidade ativa pode ser natural, quando adquirida através de doença, ou passiva, quando adquirida por meio de vacinas. A imunidade passiva é a imunização por meio da transferência de anticorpos específicos de um indivíduo imunizado para um não-imunizado. A imunidade passiva é chamada de natural, quando acontece, por exemplo, através da transferência de anticorpos maternais para o feto; é artificial quando há a passagem de anticorpos prontos, como num soro anti-ofídico (contra veneno de serpentes).
A resposta imune adquirida, mediada pelos linfócitos B e T, apresenta uma série de propriedades que administram a resposta destes. São elas:
· Especificidade: o sistema imunológico reconhece os diversos antígenos e produz uma resposta imunológica específica para cada um deles.
· Diversidade: o sistema imune é capaz de reconhecer milhares de antígenos diferentes e produzir uma resposta adequada para cada um deles.
· Memória imunológica: a exposição do sistema imunológico a antígenos faz aumentar sua habilidade em responder a esse mesmo antígeno novamente. As respostas subsequentes ao mesmo antígeno são normalmente mais rápidas, maiores e qualitativamente diferentes da primeira. Uma vez produzidas, as células de memória têm vida longa e são capazes de reconhecer esses antígenos por anos.
· Especialização: o sistema imune responde por vias distintas a diferentes antígenos, maximizando a eficiência dos mecanismos de defesa. Assim, os linfócitos B e T se especializam entre as diferentes classes de microrganismos ou pelos diferentes estágios da infecção do mesmo microrganismo.
· Discriminação ou Auto-tolerância: capacidade de reagir que os linfócitos B e T apresentam contra moléculas estranhas, mas não apresentam contra suas próprias moléculas.
· Auto-limitação da resposta: as células B e T ativadas produzem moléculas que auxiliam o término da resposta imune. Para B são as imunoglobulinas G4 (IgG4) e para T são as interleucinas 4 e 10 (IL-4 e IL-10).

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