Buscar

Artigo Ed Especial e Inclusão

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE COELHO NETO – CESCN
DEPARTAMENTO DE LETRAS
OS DIREITOS DOS ESTUDANTES PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
COELHO NETO-MA
OUT/2020
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE COELHO NETO – CESCN
DEPARTAMENTO DE LETRAS
OS DIREITOS DOS ESTUDANTES PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Elisangela de Sousa Braga
Janaína de Melo Silva
José Ribamar de França Silva
Luzia Samira de Lima Santiago
Maria Arcanja da Cruz Araújo Mota
Nathácila Brenda Medeiros Nunes
Railane de Sousa Bezerra
Trabalho apresentado à disciplina de Fundamentos da Educação Especial e Inclusiva, do Curso de Licenciatura em Letras da Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, para obtenção de nota parcial. Professora Orientadora Dr.ª Ivone Das Dores de Jesus.
COELHO NETO-MA
OUT/2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................4
2. DESENVOLVIMENTO ..................................................................................7
 3. CONCLUSÃO.................................................................................................... 10
 4. REFERÊNCIAS..................................................................................................0
OS DIREITOS DOS ESTUDANTES PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
1. INTRODUÇÃO
Queremos apresentar neste artigo estudo crítico de questões conceituais relativas as necessidades especiais no contexto da educação inclusiva, refletindo sobre as relações entre necessidades especiais e contexto social, caracterizando os diferentes tipos de necessidades especiais e analisando alternativas pedagógicas para o seu atendimento educacional e o papel dos professores da família e da comunidade.
A concepção de inclusão escolar é muito ampla e complexa. Em sua amplitude a inclusão não se restringe apenas a inclusão dos alunos com deficiência motora, sensorial ou cognitiva, mas se estende a todos os indivíduos no processo educacional, a importância de discutir este tema se justifica pelo fato de que, para as pessoas especiais, ainda a inclusão não é realidade em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas. Este artigo utilizara como metodologia de trabalho a pesquisa bibliográfica, fazendo uso de livros, artigos em revista, documentos oficiais e leis que tratam da inclusão no Brasil. 
Fazendo resgate da história da inclusão, veremos que ela é bem recente na sociedade, e, se mundo, a inclusão é recente, no brasil ela é mais ainda. O que fez com que esta inclusão demorasse tanto tempo para ocorrer, foi o preconceito. Entretanto, o preconceito para com as pessoas especiais não surgiu em nossa sociedade ele tão antigo como a própria existência humana. Existem registros históricos que revelam como as pessoas especiais eram tratadas.
A escola historicamente se caracterizou pela visão da educação que delimita a
escolarização como privilégio de um grupo, uma exclusão que foi legitimada nas políticas e
práticas educacionais reprodutoras da ordem social. A partir do processo de democratização
da educação se evidencia o paradoxo inclusão/exclusão, quando os sistemas de ensino
universalizam o acesso, mas continuam excluindo indivíduos e grupos considerados fora
dos padrões homogeneizadores da escola. Assim, sob formas distintas, a exclusão tem
apresentado características comuns nos processos de segregação e integração que
pressupõem a seleção, naturalizando o fracasso escolar.
No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência teve início na época do Império
com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual
Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, atual Instituto
Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século
XX é fundado o Instituto Pestalozzi - 1926, instituição especializada no atendimento às
pessoas com deficiência mental; em 1954 é fundada a primeira Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais – APAE e; em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional
especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff.
Em 1961, o atendimento educacional às pessoas com deficiência passa ser
fundamentado pelas disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº.
7
4.024/61, que aponta o direito dos “excepcionais” à educação, preferencialmente dentro do
sistema geral de ensino.
A Lei nº. 5.692/71, que altera a LDBEN de 1961, ao definir ‘tratamento especial’ para
os alunos com “deficiências físicas, mentais, os que se encontrem em atraso considerável
quanto à idade regular de matrícula e os superdotados”, não promove a organização de um
sistema de ensino capaz de atender as necessidades educacionais especiais e acaba
reforçando o encaminhamento dos alunos para as classes e escolas especiais.
Em 1973, é criado no MEC, o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP,
responsável pela gerência da educação especial no Brasil, que, sob a égide integracionista,
impulsionou ações educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às pessoas com
superdotação; ainda configuradas por campanhas assistenciais e ações isoladas do Estado.
Nesse período, não se efetiva uma política pública de acesso universal à educação,
permanecendo a concepção de ‘políticas especiais’ para tratar da temática da educação de
alunos com deficiência e, no que se refere aos alunos com superdotação, apesar do acesso
ao ensino regular, não é organizado um atendimento especializado que considere as
singularidades de aprendizagem desses alunos
Em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o
processo de ‘integração instrucional’ que condiciona o acesso às classes comuns do ensino
regular àqueles que "(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades
curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”.
Em 2003, o Ministério da Educação cria o Programa Educação Inclusiva: direito à
diversidade, visando transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais
inclusivos, que promove um amplo processo de formação de gestores e educadores nos
municípios brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos à escolarização, a
organização do atendimento educacional especializado e a promoção da acessibilidade.
Em 2004, o Ministério Público Federal divulga o documento O Acesso de Alunos com
Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo de disseminar
os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da
escolarização de alunos com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular.
O Decreto nº 10.502, de 30 de setembro de 2020, que institui a Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida, por meio da qual a União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, implementará programas e ações com vistas à garantia dos direitos à educação e ao atendimento educacional especializado aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
Estabelece a normativa que são objetivos da Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida:
- garantir os direitos constitucionais de educação e de atendimento educacional especializado aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;
- promover ensino de excelência aos educandos da educação especial, em todas as etapas, níveis e modalidades de educação, em um sistema educacional equitativo, inclusivo e com aprendizado ao longo da vida, sem a prática de qualquer forma de discriminação ou preconceito;
- assegurar o atendimento educacional especializado como diretriz constitucional, para além da institucionalização de tempos e espaços reservadospara atividade complementar ou suplementar;
- assegurar aos educandos da educação especial acessibilidade a sistemas de apoio adequados, consideradas as suas singularidades e especificidades;
- assegurar aos profissionais da educação a formação profissional de orientação equitativa, inclusiva e com aprendizado ao longo da vida, com vistas à atuação efetiva em espaços comuns ou especializados;
- valorizar a educação especial como processo que contribui para a autonomia e o desenvolvimento da pessoa e também para a sua participação efetiva no desenvolvimento da sociedade, no âmbito da cultura, das ciências, das artes e das demais áreas da vida; e
- assegurar aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação oportunidades de educação e aprendizado ao longo da vida, de modo sustentável e compatível com as diversidades locais e culturais.
O artigo fala sobre inclusão em nossa sociedade que é um desafio porque simplesmente, esta dita sociedade possui barreiras para separar as escolas regulares dos alunos com necessidades especiais, elas não estão preparadas para recebê-los, entretanto, se for esperar que ela se prepare literalmente, esta inclusão demora ainda mais para ocorrer. Desta forma é preciso que as escolas deem o primeiro passo para o processo de inclusão.
2. DESENVOLVIMENTO
Política de 2008 e o Decreto 10.502/20
No final do mês de Setembro, do decorrente ano, o presidente do país Jair Bolsonaro lançou, a partir do Decreto 10.502/20, a nova Política Nacional de Educação Especial (PNEE): Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida. Elaborada pelos ministérios da Educação e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a proposta vem sendo recebida com duras críticas pelas entidades que se mobilizam em torno dos direitos das pessoas com deficiência.
Um dos pontos trazidos pela PNEE e considerado um verdadeiro retrocesso é o incentivo para que se formem classes e escolas especiais a fim de acolher as crianças com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Isso fere a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), de 2008, que previa a matrícula de todos os alunos em turmas regulares e o acompanhamento complementar especializado àqueles que necessitassem. Contudo, a situação surreal apresentada somente se faz possível pelos anos de invisibilidade e coisificação das pessoas com deficiência. A situação que propõe o atual decreto reflete o desrespeito aos direitos fundamentais, a negação do direito à vida independente com autonomia para parte da população brasileira. O Decreto 10.502/20 fomenta a exclusão social de pessoas com e sem deficiência, considerando que a educação inclusiva favoreceu formações em ensino técnico profissionalizante e formação acadêmica de pessoas com deficiência, que hoje sustentam as suas famílias como todas as pessoas. 
2.1 Pontos convergentes e divergentes
 A nova política instituída no Decreto nº 10.502, no entanto, apresenta-se contrária às políticas educacionais que asseguram a diversidade social e igualdade de oportunidade no ambiente escolar, pois ao estabelecer a educação especializada como uma modalidade escolar, fragiliza os direitos das pessoas com deficiência e consolida a discriminação com o retorno de espaços segregados de educação.
Além disso, o referido Decreto, com o intuito de imprimir legitimidade e inovação ao texto, utiliza expressões que integram a gramática da inclusão e da diversidade, como “singularidades”, “especificidades” e “aspectos locais e culturais” desarticuladas de reflexões críticas sobre as práticas inclusivas. Essa nova política apresentada, portanto, distorce conceitos e conduz a interpretações que não reconhecem os avanços construídos a partir da PNEEPEI/2008.  A diferenciação para excluir, que motiva a discriminação, e a diferenciação para incluir, que promove a inclusão, têm sido exaustivamente explicitadas pelos que se dispõem a esclarecer as atuais pretensões da educação especial.
As iniciativas em favor do acesso dos alunos da educação especial às turmas das escolas comuns e aos novos serviços especializados propostos pela Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva, de 2008, visam à transposição das barreiras que os impediam de cursar com autonomia todos os níveis de ensino em suas etapas e modalidades, resguardado o direito à diferença, na igualdade de direitos. Munidos das prescrições de nosso ordenamento jurídico, é possível e urgente que se garanta a igualdade de direitos a uma educação, que livra o aluno de qualquer diferenciação para excluir e/ou inferiorizá-los e que assegure o direito à diferença, quando lhes é propiciado um atendimento especializado, que considera suas características e especificidades. A política de educação de 2008, trouxe novas concepções à atuação da educação especial, em nossos sistemas de ensino. Tem sido um eficiente instrumento de avanços conceituais, políticos e sociais, no âmbito da educação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
No entanto, a nova PNEE 2020 foi ampliada pelo Governo Federal trazendo uma perspectiva equitativa ao longo da vida. Ela garante às famílias e ao público da educação especial o direito de escolher em que instituição de ensino estudar, em escolas comuns inclusivas, escolas especiais ou escolas bilíngues de surdos. A nova política instituída no Decreto nº 10.502, no entanto, apresenta-se contrária às políticas educacionais que asseguram a diversidade social e igualdade de oportunidade no ambiente escolar, pois ao estabelecer a educação especializada como uma modalidade escolar fragiliza os direitos das pessoas com deficiência e consolida a discriminação com o retorno de espaços segregados de educação. Diante do exposto, diversas entidades vêm se repudiando contra a nova política de educação. O CFP (Conselho Federal de Psicologia) também declara razões pelo seu posicionamento contrário à este novo decreto. Segundo o mesmo, entende que ainda há muito o que avançar para que o país tenha de fato uma educação inclusiva. Porém, tal avanço não será conquistado sem o atendimento às normas constitucionais, sem investimentos na formação e capacitação de docentes, sem a garantia de acessibilidade que garante a chegada e permanência nas instituições de ensino e, em especial, sem o compromisso com a defesa irrestrita de uma sociedade na qual a diversidade, em todas as suas dimensões, é entendida como expressão de vidas humanas e que estas importam.
3. CONCLUSÃO
Tendo em vista os aspectos observados e levando em consideração a triste herança que temos desde a Idade Média, em que acreditava-se que as deficiências eram maldição e as pessoas com deficiência eram torturadas, violadas, amarradas, viviam em abandono e exclusão, um projeto educacional ou decreto fazem parte fundamental para uma sociedade inclusiva e igualitária. Entretanto é necessário pensar sobre justiça e valorização das diferenças para se experimentar de fato uma educação inclusiva nas escolas.
No dia 30 de Setembro deste ano, foi anunciado o decreto n° 10.502,
Saber que todos os indivíduos têm direito a uma educação está expressa em muita legislação, ter direito a essa mesma educação de qualidade já é por si só um grande desafio, mas, indo mais além o que podemos chamar de desafio dos desafios é ter direito a uma educação inclusiva de qualidade, ai sim abrange a todos de uma mesma sociedade, independentemente de deficiência ou não.
A educação do ponto de vista, como sendo o alicerce para o desenvolvimento de qualquer ser humano, incluindo os que necessitam de educação especial é uma forma de garantir respeito e dignidade a eles e também, por consequência possibilidade de crescimento, mas na prática, na realidade para alcançar esse objetivo o que existe é muita dificuldade, pois as críticas são obvias quando se coloca um aluno com deficiência numasala regular sem atender no que realmente ele necessita, pode ser qualquer coisa, menos inclusão.
Na realidade, percebesse que a inclusão, não deve ser vista apenas como um movimento ou um simples fato, mas principalmente como um processo de transformação, que deve obedecer todas as suas etapas, com planejamento e com muita análise em todo o seu decorrer e não menos importante às várias avaliações que devem também ocorrer, com responsabilidade e comprometimento.
Um ponto importante é que, para que ocorra a inclusão, não basta tão somente que esteja expresso nas leis, não desprezando-as, pois, servem de ponto de partida para as mudanças, mas é necessário que se vá mais além dos espaços definidos como regular ou especial.
A educação inclusiva nas escolas exige algumas mudanças como reformulação financeira dos sistemas e instituições porque será necessário implementar serviços e recursos no apoio aos dois lados da moeda, tanto professores como alunos.
Outro fator importante da inclusão, não é um movimento isolado não depende só de uma classe da sociedade, a mobilização deve ser geral, deve ocorrer em consenso entre: professores, pais, gestores e sociedade, para beneficiarem aqueles que estão na condição de educandos, a saber, os alunos.
Há que se falar dos professores, que independentemente da área ou série de atuação, necessita que sua formação seja continuada, principalmente acerca do processo de inclusão, sobre necessidades educacionais e o desenvolvimento cognitivo da aquisição do conhecimento, objetivo que deve ser alcançado pela escola, onde ele próprio, o professor, é mediador.
Esse processo de inclusão, não vem com uma fórmula pronta, não é concebível que do dia para noite escolas e professores vão estar pronto para receber alunos em condições de necessidade educacionais, de jeito nenhum, é mudança que ocorre aos poucos, natural que seja gradativa, interativa observando as particularidades de cada lugar, circunstância, cultural, dentre outros fatores e como foi falado anteriormente com a participação de todos. Tendo em mente que a principal mudança é justamente a de mentalidade que é a mais necessária e urgente.
Evidente que as dificuldades existem e são muitas, e não refletem somente aos alunos com necessidades especiais, mas são problemas estruturais de educação que vem se arrastando ao longo dos anos pelo país como um todo. É nesse contexto que a inclusão gera novas perspectivas e novos desafios, para implantar as mudanças necessárias, visto como um primeiro passo nessa longa caminhada de muitas lutas para garantir a todos as mesmas oportunidades de estudo, trabalho e lazer, resumindo ter acesso a todos os direitos sociais por todos os cidadãos.
Estamos vivendo um momento de ajustar as necessidades dos profissionais da educação às necessidades dos alunos. Para isso, direcionemos agora os nossos esforços na atuação dos gestores, no aproveitamento dos recursos, na reorganização dos sistemas de ensino para que seja possível guiar o professor, como propulsor que é; apoiá-lo a não esperar esquemas pré-definidos; acompanhá-lo na construção dos saberes - para que possa, com autonomia, efetivar a sala de aula inclusiva e tornar-se sujeito da aprendizagem e de sua atuação profissional.
É necessário acreditar na escola inclusiva, ter uma visão de que a inclusão não só aceita, mas valoriza a diferença, porque entende que é na diferença que as crianças crescem, se afirmam e se constituem.
 
4. REFERÊNCIAS 
1

Continue navegando