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Times amadores ajudam jovens a buscar a profissionalização no futebol Os clubes realizam ações sociais e educacionais com os atletas das comunidades Time do Verônia treinando no Centro Desportivo de Ermelino Matarazzo. / Foto por: Júlia Silva Por Júlia Silva e Luana Nascimbene O futebol de várzea é uma tradição do esporte brasileiro. Jogado inicialmente pelos operários das fábricas paulistanas, tornou-se a opção daqueles que não tiveram condições de atuar em times profissionais. A Jardim Verônia da Zona de Leste de São Paulo, formada em 1962 por moradores da região, passou a ser um meio dos jovens atletas continuarem nos campos. No outro lado, o Paulista de Jundiaí, que já esteve nas grandes competições nacionais e internacionais, luta para retomar o alto nível. A equipe do Jardim Verônia é tradicional no bairro de Ermelino Matarazzo com 57 anos de história. Diversas gerações já passaram pelo time que hoje acolhe crianças e adolescentes da comunidade. O técnico Neilton Gomes treina o grupo desde 2005 e é formado em pedagogia e educação física por conta do projeto. Ele afirma que o Verônia faz um papel social ao manter os jovens longe das e a sua principal função é conscientizar os atletas e formá-los como bons cidadãos. Revelar jogadores não é prioridade e sim fazer com que se tornem pessoas conscientes e responsáveis. Apesar disso, alguns meninos foram para times grandes como o Internacional e também fora do Brasil. Assim a várzea se torna a alternativa daqueles que não conseguem passar nas seletivas dos grandes clubes. “A várzea é um berço de grandes jogadores, Gabriel Jesus jogou na várzea (Zona Norte), Bruno Henrique (atual Flamengo), Pedrinho (atual Corinthians, jogou na várzea do estado de Alagoas).” Outra oportunidade de os jogadores mostrarem seu futebol é na Copa São Paulo de Futebol Júnior: a tradicional competição que completou 50 anos em 2019.Fazem parte do campeonato as equipes com os melhores desempenhos nos seus estados de origem e convidados da Federação Paulista de Futebol. A Copinha é televisionada pelos principais veículos de comunicação e proporciona visibilidade a atletas de times menos favorecidos de outras regiões do Brasil. Na última edição, participaram os nascidos de 2000 a 2004.Os clubes tinham direito a inscrever 30 jogadores. No total, atuaram 3.840 atletas. Entre eles estavam representantes do Paulista de Jundiaí. O clube já participou de Libertadores da América e conquistou uma Copa do Brasil em 2005, mas tem passado por dificuldades financeiras e hoje disputa a última divisão do futebol paulista. A tentativa de reerguer a equipe vem dos jogadores da base, entretanto muitos recebem propostas de outros times e saem de Jundiaí para atuar dentro e fora do país. Mesmo que essas chances pareçam positivas, segundo o técnico do Verônia, o Brasil e a várzea perdem muito com essas negociações. Possíveis talentos são desperdiçados por conta do dinheiro e da ganância dos empresários. Os jogadores deixam a base e seus times regionais com a promessa de ter uma grande carreira. Contudo, eles acabam se lesionando ou apresentam um rendimento menor que o esperado e têm de desistir da profissão.
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