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10 Quilombolas Atingidos Base Espacial

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Aru
Lago
Peru
Peru
Brito
Belém
Timbu
Retiro
Piquia
Murari
Cauaçu
Galego
Folhau
Mamuna
Tucaua
Pacuri
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Jardim Titica
Maruda
Maruda
Mutiti
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Raposa Jacaré
Espera
Espera
Jordoa
Bordão
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Tapuio
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Valério
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Iscoito
Ladeira
Outeiro
Manival
Caicaua
Pepital
Trajano
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Timbira
Itapuaua
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CapijubaPeri-Açu
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Tajurara
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Pirapema
Cajueiro
Iririzal
Jarucaia
Maracatí Coqueiro
Cajueiro
Mangueira
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São José
Barreiro
Guaribal
Rio Verde
Uru-Mirim
Rio Verde
São Paulo
Capoteiro
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quilha
Macajubal
Mocajubal
sa Boa
Conceição
Paquatira
Boa Vista
ua
São Miguel Arapiranga
Canelatíua
Bom de Ver
Canavieira
Marinheiro
Samucangana
Rio Grande
Itapiranga
Ponta Seca
Mato Grosso
Mãe Eugenia
Santa Maria
Águas Belas
Corre Prata
a do Rio
Porto do AruVila do Meio
Baracatatíua
Santa Helena
São Lourenço
São 
Baixa Grande
São Benedito
Santo Inácio
Boa Vista II
Ponta D’Areia
São Francisco
Apicum Grande
Porto do Meio
a de Cima
Campo de Pouso
Porto de Baixo
Baixo do Grilo
Vila Maranhense
Porto do
Retiro
Baixa Grande II
Centro
do Alegre
Farol de Pirajuba
Centro da
Eulalia
Farol de Itacolomi
São João de Cortes
Ilha Manoel Mulato
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Lançamento
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Maranhão
Quilombolas atingidos
pela Base Espacial
Alcântara
Movimento dos Atingidos pela Base Espacial de Alcântara – Mabe
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alcântara – STTR
10
2 Projeto Nova Cartografi a Social da Amazônia Série: Movimentos sociais, identidade coletiva e confl itos 
Projeto Nova Cartografi a Social da Amazônia 
Série: Movimentos sociais, identidade coletiva e confl itos 
FASCÍCULO 10
Quilombolas atingidos pela Base Espacial de Alcântara
São Luís, setembro 2007
ISBN: 85-86037-20-6
Ofi cina para elaboração da metodologia das ofi cinas 
de consulta para regularização do território étnico 
de Alcântara , 23 março 2007
Na foto há quatro visitantes dos Quilombos de Linharinho 
(ES), Kalunga (GO) e Oriximiná
Coordenação do PNCSA
Alfredo Wagner Berno de Almeida 
(PPGSCA-UFAM-CNPQ-FAPEAM) 
Equipe de pesquisa
Sean Mitchell
Patrícia Portela
Cynthia de Carvalho Martins
Aniceto Cantanhede Filho
Alfredo Wagner B. de Almeida
Cartografi a e geoprocessamento
Fabiano Saraiva
Cláudia I. S. dos Santos
Projeto gráfi co e editoração
Design Casa 8 
www.designcasa8.com.br
MOVIMENTO DOS ATINGIDOS PELA BASE ESPACIAL DE ALCÂNTARA – MABE
NOME
COORDENAÇÃO
PRESIDÊNCIA
COMUNIDADE
Inaldo Faustino Diniz Silva Coordenador Geral Quilombo de Espera
Dorinete Serejo Morais Secretária Quilombo de Canelatiua
Antonio Marcos Pinho Diniz Segundo Secretário Quilombo Perú
Leonardo dos Anjos Tesoureiro Quilombo do Brito
Leandra de Jesus Cerveira Segunda Tesoureira Quilombo do Peptal
Vicente Amaral Rodrigues Membro da Coordenação Quilombo de Peroba
José Ribamar Membro da Coordenação Quilombo de Só Assim
Maria Luzia Membro da Coordenação Quilombo de Marudá
Catarina Silva Membro da Coordenação Quilombo de Samucangaua
Maria da Anunciação Membro da Coordenação Quilombo de Itapuaua
SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE ALCÂNTARA – STTR
NOME
COORDENAÇÃO
PRESIDÊNCIA
COMUNIDADE
Aniceto Araújo Pereira Presidente Quilombo de Oitiua
Samuel Araújo Moraes Vice-presisdente Quilombo de Baixa Grande
Francisco Fernandes Nunes Inojosa Secretário Geral Quilombo de Oitiua
Antonio Marcos Pinho Diniz Sec. de Finanças e Administração Quilombo Perú
Gregório Xavier Costa Sec. Agrícola/Agrário Quilombo de Arenhengaua
Eliana da Conceição Ferreira Lima Secretário de Formação Sindical Quilombo Engenho 
Vicente Amaral Rodrigues Secretário de Ação Social Quilombo de Peroba
Valdirene Ferreira Mendonça Coordenação de Mulheres Quilombo de São Mauricio
Eliotério Gonçalves Ferreira Secretário de Assalariados Quilombo de Terra Mole
3Quilombolas atingidos pela Base Espacial de Alcântara
O que é o MABE?
O Movimento dos Atingidos pela Base Espacial de Alcântara, MABE, é uma organização que une 
as comunidades do território étnico de Alcântara na defesa dos seus direitos e de sua dignidade 
face aos danos sócio-ambientais provocados pela instalação da Base de Lançamento de Fogue-
tes empreendida pela Aeronáutica e pela Agencia Espacial Brasileira.
Fundado em 1999, a partir do seminário “Alcântara: a Base Espacial e os Impasses Sociais”, 
realizado em maio daquele ano, o MABE, veio a fortalecer uma luta que existe desde 1980 ca-
pitaneada pelo STTR de Alcântara e que tem raízes na resistência histórica à escravidão pelos 
indígenas e quilombolas alcantarenses. 
O que é o STTR?
O Sindicato dos Trabalhadores e Tra-
balhadoras Rurais de Alcântara, STTR, 
foi fundado em 1971. A entidade se 
consolidou a partir de dois atos co-
letivos: resistência às medidas de co-
lonização do Governo Estadual, em 
1975, que tentaram parcelar em lotes 
de 50ha as antigas terras dos Car-
melitas, as “terras de Santa Tereza”, 
e derrubada de cercas em resposta 
às medidas de cercamento arbitrário 
de terras públicas em 1978 e 1979 a 
partir do povoado de Frederico e na 
divisa do município de Bequimão.
O seminário “Alcântara: a Base 
Espacial e os Impasses Sociais” foi 
organizado pelo STTR de Alcântara 
com apoio da CONTAG, da FETAEMA, 
do então prefeito municipal José Wil-
son Bezerra de Farias e do advogado 
Domingos Dutra. Este evento reu-
niu quilombolas de toda Alcântara e 
também estudiosos, políticos e ad-
vogados, além de militantes do mo-
vimento negro (CCN, PVN-SDDH) e 
associações voluntárias da sociedade 
civil para discutir os problemas eco-
nômicos, sociais, ambientais e cultu-
rais causados pela implantação da Base, e para defi nir estratégias de defesa dos direitos territo-
riais e étnicos das comunidades quilombolas. O MABE foi fruto deste processo de mobilização.
Quem compõe o MABE?
O MABE representa as comunidades de todo o território étnico dos quilombolas de Alcântara. 
Nas ofi cinas e reuniões realizadas nos povoados do interior do Município a participação é ampla 
Nojosa, Graça, Gregório, Vicente, Martinho – Dirigentes do STTR
Aniceto Araujo Pereira, ao centro, Presidente do STTR ladeado por 
Valmir e Ribamar do Quilombo de Santa Maria
4 Projeto Nova Cartografi a Social da Amazônia Série: Movimentos sociais, identidade coletiva e confl itos 
– crianças, jovens, adultos e idosos, ho-
mens e mulheres participam. A cada dia 
na pequena sede do MABE, localizada na 
zona urbana do município, chegam qui-
lombolas vindos da zona rural para dis-
cutir seus problemas e buscar soluções. 
“A coordenação do MABE é composta de 
dez fi lhos e fi lhas das comunidades qui-
lombolas de Alcântara que foram preju-
dicadas de diferentes formas pela Base 
espacial”. Inaldo Faustino-MABE
O MABE tem coordenadores volun-
tários que vem das agrovilas. Em 1986 
e 1987, 312 famílias de 23 povoados qui-
lombolas foram compulsoriamente des-
locadas pela Aeronáutica e colocadas em 
sete agrovilas, onde até hoje se encontram, enfrentando fome e privações de toda ordem. As 
agrovilas foram instaladas longe do mar, privando-as da pesca, e foram organizadas em lotes 
agrícolas individualizados que desestruturaram as formas tradicionais de uso comum da terra.
Outros coordenadores do MABE vêm de comunidades que perderam terra com a implan-
tação destas agrovilas. Uma destas comunidades é Manival, que está cercada por glebas de ter-
ras que a Aeronáutica destinou às agrovilas. Nessas terras os mais velhos de Manival faziam as 
suas roças. O deslocamento compulsório prejudicou a pesca no igarapé que passa por Manival. 
Nos quilombos de Samucangaua, Manival, Iririzal, Rio Grande eoutros, os pescadores sempre 
protegiam os peixes e mariscos dos igarapés e manguezais. Estabeleciam regras de quando 
pegar ostra, sururu e caranguejo e de quando evitar essas práticas para que as novas gerações 
de peixes e mariscos pudessem fl orescer. Com o deslocamento de tantas famílias para as pro-
ximidades das nascentes dos igarapés, muita gente tem que pescar no mesmo lugar seja para 
consumo doméstico, seja para venda. Isso impossibilita a regra tradicional de uso. Hoje em dia, 
quase ninguém acha ostra no igarapé. Os caranguejos diminuíram e o peixe fi cou escasso.
Apesar dos confl itos que os deslocamentos tem causado nos povoados atingidos, existem 
fortes relações de parentesco, troca e amizade entre os membros das comunidades. É por causa 
destas relações que as pessoas atingidas estão conseguindo se organizar para defender sua 
terra e os seus direitos.
Também na coordenação do MABE há pessoas que moram naquelas comunidades onde 
a Agencia Espacial Brasileira pretende construir novos sítios de lançamento, principal-
mente para uso de potências estrangeiras. Assim, desde 1986, planejavam o deslocamento 
compulsório das comunidades de Baracatatiua, Mamuna, Mamuninha, Brito, Itapera, Folhau, 
Uru-Mirim, Uru-grande, Mato Grosso, Bom Viver, Rio Verde, Vista Alegre, Lago, Canelatiua, Ara-
piranga, Santa Maria e Retiro. Em virtude da resistência dos quilombolas nenhum povoado foi 
deslocado nos últimos 20 anos. Todos reconhecem que a mudança para as agrovilas foi um 
desastre sócio-econômico, além de uma tragédia ecológica. Até as nascentes de muitos iga-
rapés e o rio de Pepital estão hoje contaminados comprometendo as condições de moradia e 
ameaçando o abastecimento da própria sede municipal conforme constatou localmente, em 
2003, o relator da ONU sobre “Moradia Adequada”, Miloon Khotari, cujo relatório foi favorável 
ao reconhecimento dos direitos das comunidades quilombolas.
Representantes de comunidades que se encontram ameaçadas de receber os novos des-
locados, como Itapuaua, também fazem parte da coordenação do MABE.
Reunião do MABE em Canelativa
5Quilombolas atingidos pela Base Espacial de Alcântara
Qual é a luta do MABE?
Sérvulo de Jesus Morais Borges, um fi lho de Alcântara que faz parte do MABE, desde o seu co-
meço, explica assim:
“Durante longos séculos estamos resistindo ao cruel tratamento dado por esta sociedade que 
nos escravizou, nos alijou do processo de construção da cidadania. Aqui em Alcântara, nós ne-
gros estamos secularmente na resistência pela posse da terra. Há vinte e três anos estamos 
aguardando que o projeto da Base Espacial traga resultados positivos para nossa sociedade. 
Neste tempo de espera aprendemos que se fi cássemos parados, esperando o governo resolver 
os problemas sociais que ele mesmo causou, estaríamos até hoje de braços atados sem se ter 
uma solução. Estamos na luta, então, pelos nossos direitos, e não só da terra e dos territórios 
quilombolas, mas por uma vida digna dentro da sociedade.”
Para Borjão, como ele é conhecido em Alcântara, o trabalho do MABE tem dois aspectos. O 
MABE trabalha para que os quilombolas possam manter o que os antepassados conquistaram 
– a posse da terra e do direito de viver uma forma de vida própria, autônoma, caracterizada por 
intensas relações de troca de produtos agrícolas, extrativos e artesanais; por relações de paren-
tesco entre membros de diferentes comunidades, pelas tradições religiosas e festivas e pelo uso 
comum dos recursos naturais. Mas 
os quilombolas não são apenas “re-
manescentes” de um passado. O 
MABE também trabalha para que 
os quilombolas possam ter os direi-
tos que a sociedade brasileira nun-
ca lhes permitiu – uma participação 
justa na sociedade, com educação, 
emprego e participação política.
Nos últimos anos a Agência 
Espacial Brasileira tem pretendido 
uma expansão do Centro de Lan-
çamento de Alcântara, através de 
um projeto de construção de vários 
sítios de lançamento para países 
como Estados Unidos, Ucrânia e 
Rússia. O MABE tem se mobilizado 
também contra essa pretensão que 
viola os direitos territoriais das co-
munidades quilombolas.
História da resistência
Os eventos a seguir resumem os principais passos na luta dos quilombolas pelos seus direitos a 
partir de 1980, sem esquecer da resistência de todo dia e dos pequenos atos, como o daquela 
moradora da agrovila de Pepital que entra escondida, na área de onde foi deslocada pela força, 
para colher caju nos cajuais plantados por seus avós ou como o de um morador da comunidade 
de Mamuna que continua roçando nas terras onde a Agência Espacial pretende construir plata-
formas de lançamento para a Ucrânia ou ainda como o das quebradeiras de coco babaçu que, 
durante a safra, tem que entrar cotidianamente nos babaçuais arbitrariamente interditados.
Dirigentes do MABE: Inaldo, Borges, Neta e Danilo
Janã
São Francisco
Codo
Croa
Cavem
Pavão
Belém
Brito
Lopes Japéu
Camboa
Jerijo
Lisboa
Oitiua
Cajiba
Jeruss
Guandá
Esteio
Cabrau
Prainha
Florida
Ladeira
Engenho
Itauaçu
Castelo
Traquaí
Caçador
Timbira
TiquaráIbituba
Guariba
Goiabal
Paraíso
Tubarão
Goiabal
Samaúma
Itapuaua
Cajutiua
Iririz
Cajapari
Guaribal
Segurado
Portugal
Beju-Açu
Itaperaí
Pratitá
Esperança
Perizinho
Forquilha
Trapucaia
Bom Jardim
Bebedouro
Coisa Boa
Mocajubal
Marmorana
Itacunhém
Quiritiba
Palmeiras
Jararaitá
Itapitiua
Timbotiua
Baiacuaua
Esperança
Cigadilho
Bacurijuba
Terra Nova
Mar
Peri-Mirim
Terra Mole
Santa Rita
Ibitubinha
Rio Baiano
Rio Grande Camuritiua
Peri-Mirim
Macajituba
Boca do Rio
Cajueiro II
Arenhengaua
Itamatatiua
Corre Fresco
Vai com Deus
Porto do Boi
São Benedito
Santo Inácio
São Raimundo
São Benedito
São Maurício
São Raimundo
Raimundo Su
Pedra Grande
Vila do Meio
Ap
São Fran
São Francisco
Praia de Baixo
Peroba de Cima
Porto da Cinza
Centro da Vovó
Porto de B
Centro Alegre
Ilha das Pacas
Santa Catarina
Ilha do MacacoBoca de Salina
Peroba
de Baixo
Baixa Gra
Desembarc
Ilha das Cutias
Centro da
Eulalia
Centro das Bananas
Santana dos
Caboclos
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C A R VA L H O
Agrovila
Colônia de Pesca
Fabricação Artesanal de Rede de Pesca
Fabricação de Adobe
Fabricação Artesanal de Tapiti (Tipiti)
Babaçual
Incidência de Murici
Juçaral (açaízal)
Cemitério
Povoado
Povoado deslocado pela BASE (CLA – MAer)
Povoado com energia elétrica
Povoado com Estabelecimento de Ensino até 4ª Série
Povoado com Estabelecimento de Ensino até 8ª Série
Projetos de Assentamentos
Construção e Reparos de Barcos e Canoas
Delegacias Sindicais
Farol
Portos (Todos os povoados acham-se referidos a Portos)
Ruínas de Moendas e Ruínas de Casa Grande 
Ruínas de Engenho de Açúcar
Ruínas de Casa Grande
Perímetro urban
“Terras de Preto
Área da Base CL
às “Terras de Pre
Convenções ca
Limite municipa
Estrada não pav
Estrada pavime
Divisor de água
Hidrografia
Corpo d’água
Manguezal
Alcântara, MA
TERRITORIALIDADE, 
USO DE RECURSOS NATURAIS, 
SÍTIO HISTÓRICO 
E CONFLITOS SOCIAIS
Território das Comunidades
Remanescentes de Quilombo
540000540000
540000530000
97
20
00
0
97
30
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50
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0
Aru
Lago
Peru
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Brito
Belém
Timbu
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Piquia
Murari
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Galego
Folhau
Mamuna
Tucaua
Pacuri
Itauaú
Jardim Titica
Maruda
Maruda
Mutiti
Raposa Jacaré
Espera
Espera
Jordoa
Bordão
Tapuio
Cujupe
Jacroa
Curuçásu
Itaúna
Itapera
Flechal
Carmina
Acetiua
Valério
Pepital
Iscoito
Outeiro
Manival
Caicaua
Pepital
Trajano
Bacanga
Rascado
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Taturoca
CapijubaPeri-Açu
Tajurara
Camarajo
Pirapema
Cajueiro
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Jarucaia
Maracatí Coqueiro
Cajueiro
Mangueira
So-Assim
São José
Barreiro
Rio Verde
Uru-Mirim
Rio Verde
São Paulo
Capoteiro
Macajubal
Mocajubal
ConceiçãoPaquatira
Boa Vista
São Miguel Arapiranga
Canelatíua
Bom de Ver
Canavieira
rinheiro
Samucangana
Rio Grande
Itapiranga
Ponta Seca
Santa Rita
Mato Grosso
Mãe Eugenia
Santa Maria
Águas Belas
Corre Prata
Maria Preta
Santa Luzia
Vista Alegre
Porto do AruVila do Meio
Baracatatíua
Santa Helena
São Lourenço
São Raimundo
Baixa Grande
Boa Vista II
São Benedito
Ponta D’Areia
São Francisco
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Porto do Meio
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Santa Bárbara
Campo de Pouso
Baixo
Baixo do Grilo
Fora Cativeiro
Ilha do Cajual
Vila Maranhense
Ponta do Murici
Porto do
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do Alegre
Farol de Pirajuba
Farol de Itacolomi
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no
o” – Terra das Comunidades Remanescentes de Quilombo 
LA – MAer (Decreto 08/08/1991 – 62.000,00ha) em superposição 
eto” – Terra das Comuniades Remanescentes de Quilombo
rtográficas
al
vimentada
ntada
s
Mapa elaborado para fins de Perícia Antropológica 
determinada pela Procuradoria Geral da República
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL: Alfredo Wagner Berno de Almeida
SELEÇÃO DE FONTES E LEVANTAMENTO DE DADOS: Aniceto Cantanhede, 
Cynthia de Carvalho Martins, Patrícia Portela Nunes, 
Silvianete Matos Carvalho e Wilson de Barros Bello Filho
EQUIPE TÉCNICA DE DELIMITAÇÃO: Francisco José Lopes de Souza, 
Vamilson Freire Fontes e Rossana Coeli de Oliveira Moura
PRODUÇÃO CARTOGRÁFICA: Vamilson Freire Fontes
COMPLEMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA: Fabiano Saraiva
FONTES
DGS, 1981 (Mapeamento Sistemático – esc. 1:100.000) 
folhas: SA.23-Z-A-I, SA.23-Z-A-II, SA.23-Z-A-IV e SA.23-Z-A-V
SEMA – MA, 1997 “Carta de uso e cobertura do município de Alcântara” (esc. 1:100.000)
ITERMA, 2001 ”Alcântara”. INCRA, 2002 – (esc.1:100.000)
INCRA, 2002 “PA. Portugal /Bituba”– (esc.1:400.000)
UEMA. S/D “Mapa político de Alcântara”– (esc. 1:170.000)
Área aproximada: 85.537,3601ha Perímetro: 350.207,19m
Escala 1:100 000
Projeção universal transversa de mercator, meridiano central 45° W.Gr., 
datum horizontal SAD-69/MG, datum vertical Imbituba/SC
NOVEMBRO 2005
550000 560000 570000550000 560000 570000
570000
550000 560000
9720000
9730000
9740000
9750000
9760000
8 Projeto Nova Cartografi a Social da Amazônia Série: Movimentos sociais, identidade coletiva e confl itos 
19801. Em 12 de setembro de 1980, sem qualquer consulta prévia aos moradores de Alcântara, 
o Decreto Estadual nº 7.820 declarou de utilidade pública para fi ns de desapropriação uma área 
de 52.000 hectares, para a instalação da Base de Lançamento de Foguetes. Em agosto de 1991, 
o presidente Collor assinou um outro Decreto aumentando a área desapropriada para 62.000 
hectares, equivalentes a 62% do município de Alcântara. Nesta área declarada, moram e traba-
lham a séculos, mais de três mil famílias, constituídas de pescadores, agricultores, extrativistas, 
pequenos comerciantes e artesãos. Hoje o governo federal tem uma visão comercial desta área 
da Base, prevendo a construção de sítios de lançamento para potências estrangeiras, e desvian-
do-se da fi nalidade ofi cial de utilidade pública. 
1982. Trinta jovens das comunidades de Alcântara foram levados para São Paulo com promessa 
de emprego no governo federal. Ao chegarem em São Paulo, os jovens descobriram que agora 
eram militares da Aeronáutica. Treinados em São Paulo, estes jovens retornaram a Alcântara em 
1983 e foram utilizados posteriormente, em 1986, para efetivar os deslocamentos compulsórios 
das famílias de suas próprias comunidades.
1983. O então Ministério da Aeronáutica (hoje é Comando da Aeronáutica, que faz parte do 
Ministério da Defesa) aceitou as reivindicações das comunidades, assinando em cartório um 
documento encaminhado pelo STTR e a Paróquia de Alcântara que garantia para os moradores: 
“1) terra boa e sufi ciente para trabalhar e fora da área de decreto da desapropriação; 2) praia, pois a 
grande maioria de nós também tira da pesca parte do sustento da família; 3) fi car juntos por causa 
dos laços de parentesco e amizade que nos unem em nossos povoados; 4) água que nunca falta onde 
estamos; 5) lugar para pastos de animais; 6) título defi nitivo de propriedade desta terra, uma vez 
aprovado por nós o novo local”. Estas promessas nunca foram cumpridas.
1986. Manifestando-se contra a possibilidade de receber apenas pequenos lotes de terra nas 
agrovilas, moradores de Alcântara fi zeram uma barricada na estrada que dá acesso à sede do 
município, no momento em que os Ministros da Justiça, do EMFA e do MIRAD – Incra visitavam 
a Base.
1986. O então Presidente da República, José Sarney, junto com os Ministros da Aeronáutica, 
EMFA e MIRAD assinou um decreto reduzindo o módulo rural dentro da área decretada, de 35 
para 15 hectares. A diminuição do módulo rural dentro da área desapropriada não levou em 
conta as realidades sociais e ecológicas das comunidades quilombolas e resultou em terras in-
sufi cientes para as famílias forçadas a mudarem para as agrovilas. O STTR de Alcântara então 
presidido pelo Sr. Benedito Masson protestou contra essa arbitrariedade e enviou comissões a 
Brasília.
1986 e 1987. 312 famílias quilombolas de 23 povoados foram remanejadas compulsoriamente 
para 7 agrovilas, já com módulo rural de apenas 15 hectares, apesar das denúncias de se tratar 
de um ato ilegal.
1988. A nova Constituição, promulgada no centenário da abolição da escravidão, assegura 
no artigo 68 do Ato Das Disposições Constitucionais Transitórias, que: “aos remanescentes das 
comunidades dos moradores quilombolas que estejam ocupando suas terras é reconhecida a pro-
priedade defi nitiva, devendo o estado emitir-lhes os títulos respectivos”. Este artigo constitucional 
1 Este breve histórico é baseado em depoimentos de participantes de várias ofi cinas realizadas em Alcântara entre 
abril de 2004 e março de 2007. Algumas ofi cinas foram registradas pelos pesquisadores Patrícia Portela Nunes e 
Sean T. Mitchell, como a primeira Ofi cina do Movimento dos Atingidos da Base Espacial de Alcântara realizada em 
abril de 2004. É baseado também nos folhetins publicados pela Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, orga-
nizados pelos advogados Aton Fon Filho e Roberto Rainho, e nas publicações divulgadas, entre 2001 e 2003, pelo 
deputado Domingos Dutra, principalmente “Quem aluga seus olhos não dorme a hora que quer”.
9Quilombolas atingidos pela Base Espacial de Alcântara
garante o direito à terra para os moradores do território étnico de Alcântara. O Centro de Cultu-
ra Negra do Maranhão, CCN, e a SMDH, através do PVN, registram isso no seu relatório “Terras 
de Preto no Maranhão: Quebrando o Mito do Isolamento” de 1989.
1992. Os Movimentos das Mulheres Trabalhadoras Rurais de Alcântara (MOMTRA) foi criado, 
juntando a luta para a “igualdade das mulheres” com a luta pelos direitos das comunidades no 
território étnico de Alcântara.
1993. Quilombolas das comunidades atingidas pela Base ocuparam a sede do INCRA, reivindi-
cando a desapropriação por interesse social de terra para assentamento dos fi lhos dos residen-
tes nas agrovilas. Até hoje os fi lhos das famílias deslocadas para as agrovilas tem que dividir 
os pequenos lotes de 15ha concedidos aos seus pais. Sem possibilidade concreta de sobrevi-
vência, muitos jovens vão para os centros urbanos, principalmente para os bairros de Camboa, 
Liberdade e Vila Embratel da capital São Luis.
1997. A partir do V encontro das Comunidades Negras Rurais, Quilombolas e Terras de Preto 
do Maranhão, foi fundada a Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Mara-
nhão (ACONERUQ).1998. Respondendo às demandas das comunidades, a Fundação Cultural Palmares autorizou 
uma pesquisa preliminar para a identifi cação das comunidades remanescentes de quilombolas 
em Alcântara. Os levantamentos identifi caram 26 povoados como comunidades remanescen-
tes de quilombos e indicaram dezenas de outros.
1999. O Movimento dos Atingidos pela Base Espacial de Alcântara (MABE) foi criado informal-
mente, a partir do seminário: “Alcântara: A Base Espacial e os Impasses Sociais”. O reconheci-
mento do fator étnico no confl ito tornou explícito os direitos territoriais das comunidades de 
quilombo. 
Em 7 de julho de 1999, o Ministério Público Federal no Maranhão instalou o Inquérito Civil 
Publico nº. 08.109.000324/99-28, com o objetivo de apurar possíveis irregularidades verifi cadas 
na implantação da Base Espacial.
2000. Os Governos do Brasil e dos Estados Unidos assinaram um acordo de Salvaguardas Tec-
nológicas para o uso do Centro de Lançamento, com cláusulas que não respeitam a soberania 
brasileira. Esse acordo foi arquivado posteriormente ao tramitar no Congresso Nacional.
2001. Uma ação denunciando a: “desestruturação sóciocultural e violação ao direito de proprieda-
de e ao direito à terra de Comunidades remanescentes de quilombos” foi encaminhada à Comissão 
Interamericana de Direitos Humanos por representantes das comunidades de Samucangaua, 
Iririzal, Só Assim, Santa Maria, Canelatiua, Itapera e Mamuninha, e pelo Centro de Justiça Global, 
a Sociedade Maranhense de direitos Humanos (SMDH), o Centro de Cultura Negra do Maranhão 
(CCN), a Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão (ACONERUQ), e 
a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Maranhão (FETAEMA). 
2002. Em despacho de 12 de abril de 2002 o Procurador da República no Maranhão, Dr. Nicolau 
Dino de Castro da Costa Neto, nomeou o antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida “para 
proceder à perícia antropológica, no interesse da instrução do inquérito civil público”. 
O Laudo Antropológico “Identifi cação das Comunidades Remanescentes de Quilombo em 
Alcântara (MA)”, de autoria do mencionado antropólogo, produzido a partir do Convênio da As-
sociação Brasileira de Antropologia com o Ministério Público Federal, foi divulgado em setem-
bro, evidenciando que as comunidades quilombolas de Alcântara fazem parte de um abran-
gente território étnico.
10 Projeto Nova Cartografi a Social da Amazônia Série: Movimentos sociais, identidade coletiva e confl itos 
2003. O Ministério Público Federal moveu uma Ação Civil Pública contra a Fundação Palmares 
e a União, baseado no referido Laudo Antropológico. A ação defende a titulação do território 
étnico de Alcântara como um todo.
2003. Em 22 de agosto ocorreu uma tragédia na Base agravando o clima de tensão na área. 
A explosão da plataforma de lançamento de foguetes e do próprio veículo lançador ainda no 
solo, resultou na morte de 21 técnicos e impactos sócio-ambientais ainda não aclarados. Segun-
do dados veiculados pela imprensa o veículo lançador pesava 50 tonelada, sendo 90% de com-
bustível líquido. O perclorato de amônia ao queimar atingiu mais de mil graus tornando quase 
impossível a identifi cação dos corpos. A explosão atingiu um raio de um quilômetro, levando 
pânico e insegurança aos povoados e agrovilas.
2004. Miloon Kothari, o Relator Especial das Nações Unidas para o Direito à Moradia Adequada 
visitou Alcântara, participando de uma audiência pública com representantes de comunidades 
e de reuniões na agrovila Marudá e na comunidade Mamuna, ameaçada pela construção de 
novas plataformas de lançamento de foguetes.
2005. O governo federal apresentou um novo projeto para o Centro. Ao lado do já existente 
Centro de Lançamento de Alcântara, sob o controle militar do Comando da Aeronáutica, e ocu-
pando menos de 8.000 hectares dos 62.000 desapropriados, o governo pretende construir o 
Centro Espacial de Alcântara, uma base sob o controle civil da Agencia Espacial Brasileira (AEB), 
do Ministério da Ciência e Tecnologia, e com amplas facilidades para lançamentos de países 
estrangeiros. Nos mapas já apresentados pela AEB, estes sítios de lançamento para a Ucrânia 
e outros países aparecem indicados nas terras tradicionalmente ocupadas pelas comunidades 
quilombolas. 
As mobilizações organizadas pelo STTR e pelo MABE levaram o governo a garantir que não 
haverá deslocamentos compulsórios de comunidades. 
2006. O Comando da Aeronáutica tentou impedir no mês de março que as famílias de mora-
dores das agrovilas e de povoados como Peru, Pepital, Marudá, Trajano e Mamuna colocassem 
suas roças nas terras que tradicionalmente ocupam. Em Audiência realizada em 27 de setembro 
em São Luis, o Juiz federal Dr. José Carlos do Vale Madeira determinou que o INCRA deverá no 
prazo de 180 dias promover o andamento e a conclusão do processo administrativo voltado 
para a titulação defi nitiva das terras ocupadas pelos remanescentes de quilombo identifi cados 
no Laudo Antropológico, devendo este trabalho ser realizado nos moldes do Decreto nº. 4887-
2007. 
2007. Em sentença nº. 27/JCM/JF/MA de 13 de fevereiro a Justiça Federal assegurou o direito 
das comunidades quilombolas colocarem seus roçados nas áreas que tradicionalmente ocu-
pam e que são pretendidas pela base. 
De 21 a 23 de março de 2007 foi realizada em Alcântara, sob a coordenação do MABE e da 
Associação de Moradores de Arenhengaua, com apoio da ACONERUQ, da CONAQ e do MMA, 
a ofi cina para “Elaboração da metodologia das ofi cinas de consulta para a regularização do 
território étnico”.
Hoje a Base só tem vocação de Base de aluguel: seus objetivos são comerciais, voltados para o 
mercado internacional de lançamento de satélites e não se caracterizam atividade pública. A 
Base continua sem licenciamento ambiental. As relações entre o Brasil e a Ucrânia ao criarem 
em 2005 a fi rma “Alcântara Cyclone Space” evidenciam um “negócio espacial” que objetiva ofe-
recer ao mercado de lançamentos comerciais uma alternativa competitiva. Esse “negócio” nada 
tem a ver com interesse ou segurança nacional, porque resulta de ato autoritário que menos-
preza as especifi cidades culturais das comunidades quilombolas.
11Quilombolas atingidos pela Base Espacial de Alcântara
Militana, Manuel, de Itapuana, Sebastiana, Sr. Samel Sá, 
de Baixa Grande, e Conceição, do Quilombo do Pavão
Vivo na comunidade e a comunidade é minha vida, 
para tê-la por completo sou capaz de perdê-la.
Dorinete Serejo – MABE 
Comunidade Quilombola de Canelatiua
Tambor-de-crioula da comunidade de Só Assim
CONTATOS
MABE 
telefone 98. 3337-1454 
mabealcantara@yahoo.com.br
STTR de Alcântara 
telefone 98. 3337-1154
12 Projeto Nova Cartografi a Social da Amazônia Série: Movimentos sociais, identidade coletiva e confl itos 
Janã
São Francisco
Codo
Croa
Cavem
Pavão
Belém
Camboa
Jerijo
Oitiua
Prainha
Florida
Engenho
Itauaçu
Castelo
Ca
Cajutiu
Cajapari
G
Segurado
Perizinho
Forq
Trapucaia
Bom Jardim
Bebedouro
Cois
Mocajubal
Marmorana
Itacunhém
Quiritiba
Palmeiras
Itapitiua
Timbotiu
Bacurijuba
Terra Nova
Peri-Mirim
Terra Mole
Santa Rita
Boc
Cajueiro II
Corre Fresco
Vai com Deus
Porto do Boi
S
São Raimundo
São Benedito
Praia de Baixo
Peroba
Porto da Cinza
Centro da Vovó
Peroba
de Baixo
Santana dos
Caboclos
G U I M A R Ã E S
B E Q U I M Ã O
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I G A R A P É D O
C A R VA L H O
Alcântara, MA
TERRITORIALIDADE, 
USO DE RECURSOS NATURAIS, 
SÍTIO HISTÓRICO 
E CONFLITOS SOCIAIS
97
30
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REALIZAÇÃO
APOIO
MABE
STTR de Alcântara 
CONAQ
ACONERUQ
CCN-MA
Projeto Nova Cartografia Social da 
Amazônia
Série: Movimentos Sociais, Identidade 
Coletiva e Conflitos
 1 Quebradeiras de coco babaçu do Piauí
 2 Quebradeiras de coco babaçu do Mearim
 3 Quebradeiras de coco babaçu do Tocantins
 4 Quebradeiras de coco babaçu 
da Baixada Maranhense5 Quebradeiras de coco babaçu do Pará
 6 Quebradeiras de coco babaçu de Imperatriz
 7 Quilombolas da ilha de Marajó
 8 Quilombolas do Maranhão
 9 Quilombolas de Codó, Peritoró 
e Lima Campos
 10 Quilombolas atingidos pela Base 
Espacial de Alcântara
 11 Quilombolas de Bujaru e Concórdia
1 2 Mulheres do arumã do Baixo Rio Negro
1 3 Grupo TucumArte – Artesanato de Tucumã
14 Quebradeiras de Coco do Quilombo de 
Enseada da Mata – Bairro Novo
15 Quilombolas do Tambor,
Parque Nacional do Jaú
Novo Airão, Amazonas
16 Ribeirinhos da região 
do Zé Açu 
17 Piaçabeiros do Rio Aracá
Barcelos, Amazonas

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