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Resenha sobre a obra “Discurso Sobre a Servidão Voluntária” de La Boétie PARTE 1 As datas de sua publicação se confundem entre 1552 e 1576; Etienne de La Boétie(1530 - 1563), filósofo francês e reconhecido amigo de Montaigne (1533 - 1592), morreu jovem, deixando considerações pessoais sobre o governo, a tirania e a natureza da submissão dos povos em sua obra intitulada “Discurso Sobre a Servidão Voluntária”. E com esta estética discursiva trabalha suas ideias sem deixar espaços delimitados ou tópicos sobre cada aspecto tratado, permitindo-se, inclusive, perder-se em alguns trechos quando parece se empolgar. O trabalho tem, como principal objetivo, a defesa da liberdade dos homens, utilizando como argumento a definição da natureza humana, da liberdade, da tirania e da servidão - como descrita em título - voluntária. Primeiramente e antes de chegar à fonte de seus argumentos, exprime sua indignação diante da sujeição humana para com o chefe de estado, qualquer que seja. A infelicidade, como ele mesmo descreve, bebe na fonte da confiança que os povos mantém diante de seu único governante; assim, La Boétie questiona a validade de um governo monárquico desde que é difícil de imaginar que o rei tenha preocupações reais acerca do bem público. Tais alegações o levam a delimitar o objetivo principal já mencionado, afinal, impressiona-se com o fato de que somente um homem, dentre tantos outros homens - ainda mais estando em mínimo número - conseguir o poder de manejar suas vidas, desde que só se valeriam de suportar seus mandos; mas suportam, mesmo que abaixo de poder e atos de crueldade, um homem que, em tese, não lhe deveriam fazer medo algum. Aposta que, no valor que se atribui ao dever da amizade, provando um único homem ser capaz de guiar uma sociedade e possuir destaques de boa liderança, encanta outros homens que passam a obedecê-lo, desviando-o do caminho das boas ações para as más.
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