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Condutas terapêuticas da dengue

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1 Condutas Terapêuticas da Dengue | Larissa Gomes de Oliveira. 
Febre, Inflamação e 
Infecção 
CONDUTAS TERAPÊUTICAS DA DENGUE 
As doenças exantemáticas são doenças infecciosas nas quais a erupção cutânea é a 
característica dominante, mas geralmente também apresentam manifestações sistêmicas. 
ATENDIMENTO AO PACIENTE COM SUSPEITA DE DENGUE 
Como identificar um caso suspeito de dengue? 
A apresentação típica da dengue inclui a presença de febre há menos de 7 dias, acompanhada 
de pelo menos dois dos seguintes sintomas: 
• Cefaléia ou dor retro-orbitária; 
• Mialgia; 
• Artralgia; 
• Prostração; 
• Exantema; 
• Náuseas ou vômitos; 
• Petéquias. 
ANAMNESE 
Na anamnese, deve pesquisar a presença de febre, referida ou medida, incluindo o dia anterior 
à consulta; pesquisar ainda: 
→ Data de início da febre e de outros sintomas. 
→ Presença de sinais de alarme, como: 
o Dor abdominal intensa 
(referida ou à palpação) e 
contínua. 
o Vômitos persistentes. 
o Acúmulo de líquidos (ascite, 
derrame pleural, derrame 
pericárdico). 
o Hipotensão postural e/ou 
lipotimia. 
o Hepatomegalia maior do que 2 
cm abaixo do rebordo costal. 
o Sangramento de mucosa. 
o Letargia e/ou irritabilidade. 
o Aumento progressivo do 
hematócrito. 
→ Alterações gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarreia, gastrite). 
 2 Condutas Terapêuticas da Dengue | Larissa Gomes de Oliveira. 
→ Alterações do estado da consciência: irritabilidade, sonolência, letargia, lipotimias, 
tontura, convulsão e vertigem. 
→ Diurese: frequência nas últimas 24 horas, volume e hora da última micção. 
→ Se existem familiares com dengue ou dengue na comunidade, ou história de viagem 
recente para áreas endêmicas de dengue (14 dias antes do início dos sintomas). 
→ Condições preexistentes, tais como lactentes menores (29 dias a 6 meses de vida), 
adultos maiores de 65 anos, gestante, obesidade, asma, diabetes mellitus, hipertensão 
etc. 
EXAME FÍSICO GERAL 
Valorizar e registrar os sinais vitais: temperatura, qualidade de pulso, frequência cardíaca, 
pressão arterial, pressão de pulso e frequência respiratória, pressão arterial média (PAM); 
avaliar: 
→ O estado de consciência com a escala de Glasgow. 
→ O estado de hidratação. 
→ O estado hemodinâmico: pulso e pressão arterial, determinar a pressão arterial média 
e a pressão de pulso ou pressão diferencial, enchimento capilar. 
→ Verificar a presença de derrames pleurais, taquipneia, respiração de Kussmaul (é um 
tipo de padrão respiratório. Nesses casos, a respiração do indivíduo é lenta e 
profunda, e, quando encontrada, deve alertar o médico para quadros de intoxicação 
no bulbo respiratório desses pacientes, podendo ser uma cetoacidose diabética 
(principal causa) ou uma acidose metabólica). 
→ Pesquisar a presença de dor abdominal, ascite, hepatomegalia. 
→ Investigar a presença de exantema, petéquias ou sinal de Herman "mar vermelho com 
ilhas brancas". 
→ Buscar manifestações hemorrágicas espontâneas ou provocadas (prova do laço, que 
frequentemente é negativa em pessoas obesas e durante o choque). 
 
 A partir da anamnese, do exame físico e dos resultados laboratoriais (hemograma 
completo), os médicos devem ser capazes de responder as seguintes perguntas: 
• É dengue? 
• Em que fase (febril/crítica/recuperação) o paciente se encontra? 
• Tem sinais de alarme? 
• Qual o estado hemodinâmico e de hidratação? Está em choque? 
• Tem condições preexistentes? 
• O paciente requer hospitalização? 
• Em qual grupo de estadiamento (grupos A, B, C ou D) o paciente se encontra? 
OBS: É IMPORTANTE SABER AS 3 FASES DA DENGUE: 
 
→ Fase Febril: 
A primeira manifestação é a febre que tem duração de dois a sete dias, geralmente alta (39ºC 
 3 Condutas Terapêuticas da Dengue | Larissa Gomes de Oliveira. 
a 40ºC), de início abrupto, associada à cefaleia, à adinamia, às mialgias, às artralgias e a dor 
retroorbitária. 
O exantema está presente em 50% dos casos, é predominantemente do tipo máculo-papular, 
atingindo face, tronco e membros de forma aditiva, não poupando plantas de pés e palmas de 
mãos, podendo apresentar-se sob outras formas com ou sem prurido, frequentemente no 
desaparecimento da febre. 
A diarreia está presente em percentual significativo dos casos, habitualmente não é 
volumosa, cursando apenas com fezes pastosas numa frequência de três a quatro evacuações 
por dia, o que facilita o diagnóstico diferencial com gastroenterites de outras causas. 
Após a fase febril, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente com melhora do 
estado geral e retorno do apetite. 
 
→ Fase Crítica: 
Esta fase pode estar presente em alguns pacientes, podendo evoluir para as formas graves e, 
por esta razão, medidas diferenciadas de manejo clínico e observação devem ser adotadas 
imediatamente. Tem início com a defervescência da febre, entre o terceiro e o sétimo dia do 
início da doença, acompanhada do surgimento dos sinais de alarme. 
▪ Dengue com sinais de alarme: Os sinais de alarme devem ser rotineiramente 
pesquisados e valorizados, bem como os pacientes devem ser orientados a procurar a 
assistência médica na ocorrência deles. 
A maioria dos sinais de alarme é resultante do aumento da permeabilidade vascular, a qual 
marca o inicio do deterioramento clínico do paciente e sua possível evolução para o choque 
por extravasamento de plasma. Os sinais de alarme que podem ocorrer são: 
a) Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua. 
b) Vômitos persistentes. 
c) Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico). 
d) Hipotensão postural e/ou lipotimia. 
e) Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal. 
f) Sangramento de mucosa. 
g) Letargia e/ou irritabilidade. 
h) Aumento progressivo do hematócrito. 
 
▪ Dengue grave: As formas graves da doença podem manifestar-se com 
extravasamento de plasma, levando ao choque ou acúmulo de líquidos com 
desconforto respiratório, sangramento grave ou sinais de disfunção orgânica como o 
coração, os pulmões, os rins, o fígado e o sistema nervoso central (SNC). O quadro 
clínico é semelhante ao observado no comprometimento desses órgãos por outras 
causas. 
▪ Choque: O choque ocorre quando um volume crítico de plasma é perdido através do 
extravasamento, o que geralmente ocorre entre os dias quatro ou cinco (com 
intervalo entre três a sete dias) de doença, geralmente precedido por sinais de 
alarme. 
O choque na dengue é de rápida instalação e tem curta duração. Podendo levar o paciente ao 
óbito em um intervalo de 12 a 24 horas ou a sua recuperação rápida, após terapia antichoque 
apropriada. 
▪ Hemorragias grave: Em alguns casos pode ocorrer hemorragia massiva sem choque 
prolongado e este sangramento massivo é critério de dengue grave. Este tipo de 
hemorragia, quando é do aparelho digestivo, é mais frequente em pacientes com 
histórico de úlcera péptica ou gastrites, assim como também pode ocorrer devido a 
ingestão de ácido acetil salicílico (AAS), anti-inflamatórios não esteroides (Aines) e 
anticoagulantes. 
 4 Condutas Terapêuticas da Dengue | Larissa Gomes de Oliveira. 
▪ Disfunções graves de órgãos: O grave comprometimento orgânico, como hepatites, 
encefalites ou miorcardites pode ocorrer sem o concomitante extravasamento 
plasmático ou choque. As miocardites por dengue são expressas principalmente por 
alterações do ritmo cardíaco (taquicardias e bradicardias), inversão da onda T e do 
segmento ST com disfunções ventriculares (diminuição da fração da ejeção do 
ventrículo esquerdo), podendo ter elevação das enzimas cardíacas. 
Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e 
irritabilidade. O acometimento grave do sistema nervoso pode ocorrer no período febril ou, 
mais tardiamente, na convalescença e tem sido relatado com diferentes formas clínicas: 
meningite linfomonocítica, encefalite, síndrome de Reye, polirradiculoneurite, 
polineuropatias (síndrome de Guillain-Barré) e encefalite.→ Fase de Recuperação: 
Nos pacientes que passaram pela fase crítica haverá reabsorção gradual do conteúdo 
extravasado com progressiva melhora clínica. É importante estar atento às possíveis 
complicações relacionadas à hiper-hidratação. Nesta fase o débito urinário se normaliza ou 
aumenta, podem ocorrer ainda bradicardia e mudanças no eletrocardiograma. Alguns 
pacientes podem apresentar um rash cutâneo acompanhado ou não de prurido generalizado. 
Infecções bacterianas poderão ser percebidas nesta fase ou ainda no final do curso clínico. 
Tais infecções em determinados pacientes podem ter um caráter grave, contribuindo para o 
óbito. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 
A classificação de risco do paciente com dengue visa reduzir o tempo de espera no serviço de 
saúde. Para essa classificação, foram utilizados os critérios da Política Nacional de 
Humanização do Ministério da Saúde e o estadiamento da doença. Os dados de anamnese e 
exame físico serão usados para fazer esse estadiamento e para orientar as medidas 
terapêuticas cabíveis. 
 
O manejo adequado dos pacientes depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, 
do contínuo acompanhamento, do reestadiamento dos casos (dinâmico e contínuo) e da 
pronta reposição volêmica. Com isso, se torna necessária a revisão da história clínica, 
acompanhada de exame físico completo a cada reavaliação do paciente. 
Todo paciente que apresente doença febril aguda com duração de até sete dias, acompanhada 
de pelo menos dois dos sintomas, como cefaléia, dor retroorbitária, mialgias, artralgias, 
prostração ou exantema, associados ou não à presença de hemorragias. Além de ter estado, 
 5 Condutas Terapêuticas da Dengue | Larissa Gomes de Oliveira. 
nos últimos 15 dias, em área onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a 
presença de Aedes aegypti. Todo caso suspeito de dengue deve ser notificado à Vigilância 
Epidemiológica. A presença de sinais de alarme, relacionados a seguir, indica a possibilidade de 
gravidade do quadro clínico e de evolução para dengue hemorrágica e/ou síndrome do choque 
da dengue. 
ESTADIAMENTO CLÍNICO E CONDUTA 
GRUPO A 
Caracterização: 
▪ Caso suspeito de dengue. 
▪ Ausência de sinais de alarme. 
▪ Sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais. 
Conduta: 
▪ Exames laboratoriais complementares a critério médico. 
▪ Prescrever paracetamol 
e/ou dipirona. 
▪ Não utilizar salicilatos 
ou anti-inflamatórios 
não esteroides. 
▪ Orientar repouso e 
prescrever dieta e 
hidratação oral. 
▪ Orientar o paciente 
para: 
o Não se 
automedicar. 
o Procurar 
imediatamente 
o serviço de 
urgência em 
caso de 
sangramentos 
ou 
sinais/sintomas 
de alarme. 
▪ Agendar o retorno para 
reavaliação clínica no dia de melhora da febre (possível início da fase crítica); caso não haja 
defervescência, retornar no quinto dia de doença. 
▪ Notificar, preencher “cartão da dengue” e liberar o paciente para o domicílio com 
orientações. 
▪ Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti. 
 6 Condutas Terapêuticas da Dengue | Larissa Gomes de Oliveira. 
▪ Os exames específicos para confirmação não são necessários para condução clínica. Sua 
realização deve ser orientada de acordo com a situação epidemiológica. 
GRUPO B 
Caracterização: 
▪ Caso suspeito de dengue. 
▪ Ausência de sinais de alarme. 
▪ Com sangramento espontâneo de pele (petéquias) ou induzido (prova do laço 
positiva). 
▪ Condições clínicas especiais e/ou de risco social ou comorbidades (lactentes – 
menores de 2 anos –, gestantes, adultos com idade acima de 65 anos, hipertensão 
arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, doença 
pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc), doenças hematológicas crônicas (principalmente 
anemia falciforme e púrpuras), doença renal crônica, doença ácido péptica, 
hepatopatias e doenças autoimunes). 
Conduta: 
▪ Solicitar exames complementares: 
o Hemograma completo, obrigatório para todos os pacientes. 
o Colher amostra no momento do atendimento. 
o Liberar o resultado em até duas horas, ou no máximo quatro horas. 
o Avaliar a hemoconcentração (que são os valores de referência do eritrograma). 
o Outros exames deverão ser solicitados de acordo com a condição clínica associada ou 
a critério médico. 
 
▪ O paciente deve permanecer em acompanhamento e observação até o resultado dos 
exames. 
▪ Prescrever hidratação oral conforme recomendado para o grupo A, até o resultado dos 
exames. 
▪ Prescrever paracetamol e/ou dipirona. 
▪ Seguir conduta conforme reavaliação clínica e resultados laboratoriais: 
o Paciente com hematócrito normal: 
- Tratamento em regime ambulatorial com reavaliação clínica diária. 
- Agendar o retorno para reclassificação do paciente, com reavaliação clínica e 
laboratorial diária, até 48 horas após a queda da febre ou imediata, na presença de 
sinais de alarme. 
- Orientar o paciente para não se automedicar, permanecer em repouso e procurar 
imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou sinais/sintomas de 
alarme. 
- Preencher “cartão da dengue” e liberar o paciente para o domicílio com orientações. 
- Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti. 
 
o Paciente com surgimento de sinais de alarme: 
 7 Condutas Terapêuticas da Dengue | Larissa Gomes de Oliveira. 
- Seguir conduta do grupo C. 
 
▪ Notificar o caso. 
▪ Os Exames específicos para confirmação não são necessários para condução clínica. Sua 
realização deve ser orientada de acordo com a situação epidemiológica. 
GRUPO C 
Caracterização: 
▪ Caso suspeito de dengue. 
▪ Presença de algum sinal de alarme. 
o Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua. 
o Vômitos persistentes. o Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame 
pericárdico). 
o Hipotensão postural e/ou lipotímia. 
o Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal. 
o Sangramento de mucosa. 
o Letargia e/ou irritabilidade. 
o Aumento progressivo do hematócrito. 
Conduta: 
▪ Para os pacientes do grupo C, o mais importante é iniciar a reposição volêmica imediata, 
em qualquer ponto de atenção, independente do nível de complexidade, inclusive durante 
eventual transferência para uma unidade de referência, mesmo na ausência de exames 
complementares conforme segue: 
o Reposição volêmica com 10 ml/kg de soro fisiológico na primeira hora. Devem 
permanecer em acompanhamento em leito de internação até estabilização – mínimo 
48 horas. 
 
▪ Realizar exames complementares obrigatórios: 
o Hemograma completo. 
o Dosagem de albumina sérica e transaminases. 
 
▪ Os exames de imagem recomendados são radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de 
Laurell) e ultrassonografia de abdome. O exame ultrassonográfico é mais sensível para 
diagnosticar derrames cavitários, quando comparados à radiografia. 
▪ Outros exames poderão ser realizados conforme necessidade: glicemia, ureia, creatinina, 
eletrólitos, gasometria, TPAE e ecocardiograma. 
▪ Proceder a reavaliação clínica (sinais vitais, PA, avaliar diurese: desejável 1 ml/kg/h) após 
uma hora, manter a hidratação de 10 ml/kg/hora, na segunda hora, até a avaliação do 
hematócrito que deverá ocorrer em duas horas (após a etapa de reposição volêmica). 
Sendo o total máximo de cada fase de expansão 20 ml/kg em duas horas, para garantir 
administração gradativa e monitorada. 
 8 Condutas Terapêuticas da Dengue | Larissa Gomes de Oliveira. 
▪ Se não houver melhora do hematócrito ou dos sinais hemodinâmicos, repetir a fase de 
expansão até três vezes. Seguir a orientação de reavaliação clínica (sinais vitais, PA, avaliar 
diurese) após uma hora, e de hematócrito em duas horas (após conclusão de cada etapa). 
▪ Se houver melhora clínica e laboratorial após a(s) fase(s) de expansão, iniciar a fase de 
manutenção: 
o Primeira fase: 25 ml/kg em 6 horas. Se houver melhora iniciar segunda fase. 
o Segunda fase: 25 ml/kg em 8 horas,sendo 1/3 com soro fisiológico e 2/3 com soro 
glicosado. 
OBS: Se não houver melhora clínica e laboratorial conduzir como grupo D. Pacientes do grupo 
C precisam de avaliação contínua, se necessário pela equipe de Enfermagem. Na presença de 
qualquer sinal de agravamento ou choque a reavaliação médica deve ser imediata. 
▪ Exames para confirmação de dengue são obrigatórios para os pacientes do grupo C, mas 
não são essenciais para conduta clínica. Na primeira coleta de sangue, solicitar realização 
destes exames, atentando para a necessidade de acondicionamento adequado: -20ºC para 
realização da sorologia (após o quinto dia) e -70ºC para realização do isolamento viral ou 
PCR (até o quinto dia de doença). 
▪ Prescrever paracetamol e/ou dipirona. 
▪ Notificar o caso. 
▪ Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica e laboratorial segue 
orientação conforme grupo B. 
▪ Preencher cartão de acompanhamento. 
▪ Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti e sobre a importância do 
retorno para reavaliação clínica. 
OBS: Os pacientes do Grupo C devem permanecer em leito de internação até estabilização e 
critérios de alta, por um período mínimo de 48 horas. 
GRUPO D 
Caracterização: 
▪ Caso suspeito de dengue. 
▪ Presença de sinais de choque, 
sangramento grave ou disfunção grave de 
órgãos. 
Conduta: 
▪ Reposição volêmica (adultos e crianças): 
Iniciar imediatamente fase de expansão rápida parenteral, com solução salina isotônica: 20 
ml/kg em até 20 minutos, em qualquer nível de complexidade, inclusive durante eventual 
transferência para uma unidade de referência, mesmo na ausência de exames 
complementares. 
Caso necessário, repetir por até três vezes, de acordo com avaliação clínica 
Sinais de choque 
a) Taquicardia. 
b) Extremidades distais frias. 
c) Pulso fraco e filiforme. 
d) Enchimento capilar lento (>2 segundos). 
e) Pressão arterial convergente (< 1,5 ml/kg/h ). 
h) Hipotensão arterial (fase tardia do choque). 
i) Cianose (fase tardia do choque). 
 9 Condutas Terapêuticas da Dengue | Larissa Gomes de Oliveira. 
OBS: Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e de hematócrito em 2 horas. Estes pacientes 
necessitam ser continuamente monitorados. 
Repetir fase de expansão até três vezes. Se houver melhora clínica e laboratorial após fases de 
expansão, retornar para a fase de expansão do grupo C e seguir a conduta recomendada para 
o grupo. 
OBS: Estes pacientes devem permanecer em acompanhamento em leito de UTI até 
estabilização (mínimo 48 horas), e após estabilização permanecer em leito de internação. 
▪ Realizar exames complementares obrigatórios: 
o Hemograma completo. 
o Dosagem de albumina sérica e transaminases. 
 
▪ Os exames de imagem recomendados são radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de 
Laurell) e ultrassonografia de abdome. O exame ultrassonográfico é mais sensível para 
diagnosticar derrames cavitários, quando comparados à radiografia. 
▪ Outros exames poderão ser realizados conforme necessidade: glicemia, ureia, creatinina, 
eletrólitos, gasometria, TPAE e ecocardiograma. 
▪ Exames para confirmação de dengue são obrigatórios, mas não são essenciais para 
conduta clínica. Na primeira coleta de sangue, solicitar realização destes exames, 
atentando para a necessidade de acondicionamento adequado: -20ºC para realização da 
sorologia (após o quinto dia) e -70ºC para realização do isolamento viral ou PCR (até o 
quinto dia de doença). 
▪ Acompanhamento em leito de terapia intensiva. 
▪ No caso de resposta inadequada, caracterizada pela persistência do choque, deve-se 
avaliar: 
o Se o hematócrito estiver em ascensão, após a reposição volêmica adequada – 
utilizar expansores plasmáticos (albumina 0,5-1 g/kg); preparar solução de 
albumina a 5% (para cada 100 ml desta solução, usar 25 ml de albumina a 20% e 
75 ml de SF a 0,9%); na falta desta, usar coloides sintéticos, 10 ml/kg/hora. 
o Se o hematócrito estiver em queda e houver persistência do choque – investigar 
hemorragias e avaliar a coagulação. 
o Na presença de hemorragia, transfundir concentrado de hemácias (10 a 15 
ml/kg/dia). 
o Na presença de coagulopatias avaliar necessidade de uso de plasma fresco (10 
ml/kg), vitamina K endovenosa e crioprecipitado (1 U para cada 5-10 kg). 
o Considerar a transfusão de plaquetas nas seguintes condições: sangramento 
persistente não controlado, depois de corrigidos os fatores de coagulação e do 
choque, e com trombocitopenia e INR maior que 1,5 vezes o valor normal. 
 
▪ Se o hematócrito estiver em queda com resolução do choque, ausência de 
sangramentos, mas com o surgimento de outros sinais de gravidade, observar: 
o Sinais de desconforto respiratório, sinais de insuficiência cardíaca congestiva e 
investigar hiperhidratação. 
 10 Condutas Terapêuticas da Dengue | Larissa Gomes de Oliveira. 
o Deve-se tratar com diminuição importante da infusão de líquido, uso de diuréticos 
e drogas inotrópicas, quando necessário. 
 
▪ A infusão de líquidos deve ser interrompida ou reduzida à velocidade mínima 
necessária se: 
o Houver término do extravasamento plasmático; 
o Normalização da pressão arterial, do pulso e da perfusão periférica; 
o Diminuição do hematócrito, na ausência de sangramento; 
o Diurese normalizada; 
o Resolução dos sintomas abdominais. 
▪ Notificar o caso. 
▪ Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica e laboratorial segue 
orientação conforme grupo B. 
▪ Preencher cartão de acompanhamento. 
▪ Orientar o retorno após a alta. 
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES PARA OS GRUPOS C E D 
→ Oferecer O2 em todas as situações de choque (cateter, máscara, Cpap nasal, ventilação 
não invasiva, ventilação mecânica), definindo a escolha em função da tolerância e da 
gravidade. 
→ Pacientes dos grupos C e D podem apresentar edema subcutâneo generalizado e derrames 
cavitários, pela perda capilar, que não significa, a princípio, hiper-hidratação, e que pode 
aumentar após hidratação satisfatória; o acompanhamento da reposição volêmica é feita 
pelo hematócrito, diurese e sinais vitais. 
→ Evitar procedimentos invasivos desnecessários, toracocentese, paracentese, 
pericardiocentese; no tratamento do choque compensado é aceitável catéter periférico de 
grande calibre; nas formas iniciais de reanimação o acesso venoso deve ser obtido o mais 
rapidamente possível. 
DISTÚRBIOS DE COAGULAÇÃO (COAGULOPATIAS DE CONSUMO E 
PLAQUETOPENIA), HEMORRAGIAS E USO DE HEMODERIVADOS . 
As manifestações hemorrágicas na dengue são causadas por alterações vasculares, 
plaquetopenia e coagulopatia de consumo, devendo ser investigadas clínica e 
laboratorialmente, com prova do laço, TAP, TTPA, plaquetometria, produto de degradação da 
fibrina, fibrinogênio e D-dímero. O estado prolongado de hipovolemia está associado com 
frequência aos sangramentos importantes. A reposição volêmica precoce e adequada é um 
fator determinante para a prevenção de fenômenos hemorrágicos, principalmente ligados a 
coagulopatia de consumo. 
O uso de concentrado de plaquetas fica a critério do médico assistente, mas poderá ser 
indicado nos casos de plaquetopenia menor de 50.000/mm3 com suspeita de sangramento do 
sistema nervoso central e em caso de plaquetopenia menor de 20.000/mm3, na presença de 
sangramentos importantes. 
 
 11 Condutas Terapêuticas da Dengue | Larissa Gomes de Oliveira. 
Plaquetas: 
 
→ Índice normal de plaquetas no sangue: O valor de referência das plaquetas é entre 150 000 e 450 
000 plaquetas/ µL de sangue. 
 
→ Os graus de trombocitopenia podem ser subdivididos em leve (contagem de plaquetas de 100.000 a 
150.000 / mm3), moderado (50.000 a 99.000 / mm3) e grave (<50.000 / mm3). Valores entre 100-150 
mil podem ser normais e constitucionais em alguns indivíduos. 
 
→ O aumento no número de plaquetas, pode ser chamado de plaquetose ou trombocitose. A contagem 
costuma ser maior que 450.000/mm³ em idosos, pessoas com colesterol alto ou quejá tiveram 
tromboses. Mas se as plaquetas ultrapassam 1.500.000/mm³, o risco de problemas de saúde é grande. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/colesterol
 12 Condutas Terapêuticas da Dengue | Larissa Gomes de Oliveira. 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
das Doenças Transmissíveis. Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança / 
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das 
Doenças Transmissíveis. – 5. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 
 
Gerência de Vigilância em Saúde e Informação. Protocolo para Atendimento aos Pacientes 
com Suspeita de Dengue. Prefeitura de Belo Horizonte, 2017. Disponível em: 
<https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-
governo/saude/2019/DENGUE/protocolo_atendimento_pacientes_dengue_2017.pdf>

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