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Classificação de materiais e bens patrimoniais_02

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DEFINIÇÃO
Apresentação da diferença entre os diversos tipos de bens de uma empresa. Bens materiais de
produção. Bens patrimoniais em geral.
PROPÓSITO
Identificar os conceitos fundamentais de distinção entre os materiais dos bens patrimoniais de uma
empresa, dando especial importância a suas características individuais, e também das suas
principais formas de classificação, seja quanto ao processo produtivo ou à estrutura da empresa.
OBJETIVOS
OBJETIVO 1
Distinguir os tipos de bens de uma empresa
OBJETIVO 2
Identificar os diversos tipos de materiais dentro do processo produtivo
OBJETIVO 3
Identificar as diversas formas de classificação dos bens patrimoniais da empresa
INTRODUÇÃO
Classificar os materiais e os bens patrimoniais de uma empresa é uma das tarefas mais importantes
para a boa administração. A empresa moderna é composta por uma gama de fatores que, reunidos,
a compõem. Entre esses fatores encontramos a natureza, o capital, o trabalho e a tecnologia. O
capital é o fator em que os materiais e bens patrimoniais se encaixam. Esse fator é de propriedade
dos sócios e usado para auferir remuneração aos sócios.
Dentro do conceito de capital temos os insumos e os bens patrimoniais, que devem ser classificados
e geridos de tal foma que proporcionem o maior ganho possível aos sócios. Além dessa
remuneração, a empresa precisa atender a sua designição como tendo um capital social, ou seja,
deve atender aos anseios da sociedade, proporcionando emprego e renda para seus colaboradores
e stakeholders. Com essa premissa em mente é que estudaremos as diferenças e as classificações
dos insumos e Bens Patrimoniais.
A classificação dos materiais e dos bens patrimôniais ganhou importância já no fim da Idade Média,
com a formação dos grupos de artesãos. Esse movimento intensificou-se a partir do momento em
que o conceito de empresa se estabeleceu.
A partir de então surgiu uma discussão sobre os limites dos patrimônios da empresa e o
patrimônio dos sócios, tornando necessário uma conceituação clara de um e de outro. Esse
conceito de separação surgiu também nos aspectos políticos quando Montesquieu introduziu o
conceito de Estado separado do rei.
Uma frase famosa de Luiz XIV (1638-1715), rei da França, “O Estado sou Eu”, indicava a confusão
entre o patrimônio particular e o patrimônio público, ou o que depois veio a se chamar de
capital social da empresa.
 Luiz XIV.
Com a Revolução Francesa esse conceito de separação começou a surgir na política, e,
posteriormente, instalou-se nas empresas, gerando segregação entre os bens dos sócios e
os da empresa. Esse movimento ocorreu devido ao crescimento das empresas e do grande
número de sócios.
Quando o conceito de bens patrimoniais de uma empresa estava estabelecido e a confusão
entre bens pessoais dos sócios e bens da empresa já estava esclarecida, surgiu a
necessidade de se controlar a remuneração desses sócios, que não mais podiam dispor do
patrimônio da empresa de forma pessoal.
Essa necessidade precipitou o dever de controlar com precisão a geração de renda pela
empresa, como forma de remunerar os sócios pela perda do poder de uso de uma parte de
seu patrimônio.
Dessa necessidade surgiu a importante função de diferenciar os materiais e os bens
patrimoniais, pois existem diferentes dentro da organização da produção. É dessa
delimitação e diferenciação que trataremos aqui, definindo cada uma delas, listando suas
características e classificando-as conforme a necessidade de gerenciamento.
MÓDULO 1
 Distinguir os tipos de bens de uma empresa
Assista ao vídeo a seguir para conhecer a importância da gestão de estoque.
DIFERENÇA ENTRE OS DIVERSOS TIPOS DE
BENS DE UMA EMPRESA
Como abordado na introdução, a diferenciação entre os bens dos sócios e os bens da
organização empresarial é muito importante.
Inicialmente essa divisão não existia. Os proprietários eram tidos como detentores de todos
os direitos sobre os bens pessoais e da empresa, podendo dispor deles de forma não
segregada, como uma única massa. Com a evolução do conceito de empresa essa
segregação tornou-se necessária, e assim se deu.
A partir dessa segregação o patrimônio da empresa e dos sócios tornou-se independente, o
que possibilitou sua administração também de forma independente. Para que os sócios
fossem remunerados, porém, a identificação dos lucros da empresa era necessária. Isso só
foi possível com a identificação dos bens que formavam esse patrimônio e os que eram
trabalhados por ela e vendidos para geração de lucro.
Essa segregação era necessária, pois as empresas não podiam vender todos os seus bens
patrimoniais de forma contínua, o que inviabilizaria a produção de novos materiais, produtos
para uma venda futura.
Com isso, essa segregação garantia um controle dos bens que podiam ser dispostos pela
empresa e aqueles que eram necessários para a transformação em novos bens e produtos
para venda. Esse conceito pode parecer bem simples hoje em dia, mas sua completa
definição não foi tão simples assim.
AGORA, PENSE EU UM GALPÃO ONDE PRODUTOS
SÃO PRODUZIDOS.
 
O “ABC” DA CLASSIFICAÇÃO REFERE-SE ÀS
TRÊS CLASSES OU CATEGORIAS USADAS NO
SISTEMA:
CATEGORIA A CATEGORIA B CATEGORIA C
CATEGORIA A
O “A” é a categoria de itens que são extremamente importantes ou críticos para os
negócios.
CATEGORIA B
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
O “B” é a classificação para itens de importância média.
CATEGORIA C
A categoria “C” é a designação para itens relativamente sem importância.
 
QUE TIPO DE BEM ELE REPRESENTA?
RESPOSTA
RESPOSTA
Quando pensamos em um galpão onde os produtos serão produzidos, facilmente nós o
classificamos como um bem patrimonial, pois ele é usado para acomodar as máquinas e
os equipamentos que produzirão os bens para venda.
Podemos observar outro exemplo quando pensamos em máquinas de produção. Para a
empresa que as produz, ela é um bem-acabado e não faz parte do patrimônio imobilizado da
empresa, ou seja, não é um bem patrimonial.
No entanto, para a empresa que as adquire e as incorpora a seu pátio fabril, essas máquinas
passam a fazer parte de seus bens patrimoniais, pois serão usadas para a produção de
novos materiais ou produtos a serem vendidos.
 SAIBA MAIS
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No Brasil, a organização formal das empresas teve seu pontapé inicial na época do Império.
Em 1850, foi promulgado o Código Comercial—Lei nº 556—, que regeu todo o mercado até
1976, estando partes dele em vigor até nossos dias. Esse código tem conceitos mais gerais
sobre a organização das empresas e não traz grandes definições a respeito.
Em 1977, entrou em vigor a Lei nº 6.404, que dispõe sobre as empresas S.A. — Sociedades
Anônimas. Essa lei reorganizou toda a parte formal das empresas, trazendo uma estrutura
que, aos poucos, foi incorporada pela maioria das empresas, mesmo as que não eram S.A.
Essa incorporação ocorreu porque o Regulamento do Imposto de Renda (RIR)—a partir do
artigo 159, que trata das Pessoas Jurídicas — passou a impor essas formas de organização à
maioria das empresas. Esse documento também nos fornece grande parte das definições
utilizadas nas empresas.
Ainda que todos esses marcos tenham sido apenas fiscais e não tenham tornado obrigatório
seu uso nas definições administrativas e gerenciais, eles servem como referência, pois
pegaram emprestadas diversas definições desenvolvidas pela administração em seu escopo.
Sintetizando, a construção histórica das definições e a diferenciação entre materiais e bens
patrimoniais tiveram por função organizar a empresa, tornando possível sua melhor
administração. A boa definição desses elementos foi essencial à classificação e organização
da empresa moderna.
Essa conceitualização demonstrou que cada um desses elementos deve ser tratado de forma
diferente e por departamentos distintos. Enquanto os materiais e produtos devem ser
tratados pelo almoxarifado e pela produção, os bens materiais devem ser administrados pelo
departamentoque cuida do imobilizado, tendo essas formas diferenças em sua gerência.
DEFINIÇÃO DE MATERIAIS
Material é definido como todo bem da empresa que pode ser rentabilizado, ou seja, que pode
ser transformado em dinheiro por sua venda, sem que isso implique perda de capacidade de
produção da empresa ou perda de seu patrimônio.
Todos esses bens são classificados como bens ou ativos circulantes, pois têm sua venda
considerada iminente, ou seja, estão em estoque para venda o mais rápido possível.
Os materiais de escritório também entram nessa categoria, pois, apesar de não fazerem parte
do processo produtivo, são consumidos de forma contínua e têm reposição cíclica nos
escritórios. Seu fluxo em uma empresa é constante, e seu ciclo é normalmente curto.
No entanto, existem produtos que demoram mais de um ano para serem produzidos.
 EXEMPLO
Um exemplo disso é um navio. Para o estaleiro que está produzindo o navio, ele não passa de
um produto a ser entregue a seu cliente o mais rápido possível. Essa produção normalmente
leva mais de um ano.
Em alguns casos, os controles financeiros da empresa, como apuração dos lucros, podem
seguir um ciclo diferente do habitual para se conformar com a finalização do produto.
OUTRO EXEMPLO DESSE TIPO DE PRODUTO É A
FABRICAÇÃO DE AVIÕES, QUE PODE DEMORAR
MESES ANTES QUE FIQUEM TOTALMENTE
PRONTOS.
O fluxo de materiais por meio da empresa é demonstrado na figura a seguir:
 Fluxo de materiais e de serviços em uma empresa.
Esse fluxo acompanha todo o processo da produção pela empresa, tendo como entrada os
insumos (materiais, produtos e serviços) que serão transformados em produtos acabados.
Esse processo de transformação é o principal foco da empresa e deve ter preponderância
sobre os demais processos, recebendo toda a atenção dos gestores, pois garante a
sobrevivência da empresa em longo prazo.
Quando olhamos para as empresas comerciais, sabemos que os materiais a elas entregues
não passam por um processo de produção. No entanto, eles podem receber algum tipo de
beneficiamento, como a despaletização e a embalagem, além do picking de produtos para
entrega direta ao consumidor e outras formas simples de beneficiamento estético.
DESPALETIZAÇÃO
Processo de desmontagem de produtos paletizados, ou seja, separação dos produtos que
são transportados em lotes sobre paletes para facilitar seu transporte e armazenamento.
A palavra “palete” (do inglês pallet) corresponde a “uma plataforma de madeira,
metal ou plástico muito utilizada para movimentação de cargas em supermercados,
varejo, armazéns e transportadoras”.
Fonte: E-PALETES, 2015.
PICKING
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javascript:void(0)
Processo de separação de bens em lotes menores e variados para atendimento de
pedidos dos clientes finais, ou seja, de clientes no varejo. Esses processos podem ser
manuais ou automatizados, o que ocorre em grandes empresas como a Natura.
A empresa de serviço também dispõe de materiais em sua oferta. Eles são considerados
insumos para que a empresa possa atuar de forma competente e com qualidade.
Esses materiais podem incorporar o serviço de forma não independente ou podem ser
fornecidos separadamente, mas devem ser essenciais para sua execução, de modo que não
configurem simplesmente uma venda comercial.
 EXEMPLO
Um exemplo de serviço que depende de insumos é a troca de uma peça em uma máquina
qualquer. Para que o conserto seja realizado, é necessário que a peça nova seja fornecida e
instalada. Sem esse insumo, não é possível executar o serviço.
DEFINIÇÃO DE BENS PATRIMONIAIS
Os bens patrimoniais são todos os bens da empresa usados para a produção de outros bens
ou serviços que serão vendidos por ela.
Nesse grupo estão, por exemplo, os prédios usados para abrigar a produção e os escritórios,
as máquinas e os equipamentos utilizados para a produção de novos bens.
A frota de carro e caminhões usados para a entrega dos materiais ou produtos
industrializados pela empresa também faz parte dessa classificação de bens.
Todos esses recursos são classificados como imobilizados, pois não fazem parte dos bens
circulantes da empresa.
Além dessa definição de bens patrimoniais, também podemos classificá-los como bens
permanentes, ou seja, aqueles que não são dispostos para venda. Eles normalmente
permanecem por grandes períodos na empresa, integrando-sea seucapital de forma fixa,
imobilizada.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (ADAPTADO DE: COLÉGIO PEDRO II – 2019) O PONTO CRUCIAL DO
CONTROLE PATRIMONIAL RESIDE NA CORRETA DIFERENCIAÇÃO ENTRE
MATERIAL PERMANENTE E MATERIAL DE CONSUMO. É CORRETO
CLASSIFICAR COMO MATERIAIS DE CONSUMO:
A) Caneta e lápis.
B) Copiadora e fogão.
C) Veículos diversos e freezer.
D) Mesa de escritório e cartucho.
2. (ADAPTADO DE:UEPA/PA – 2020)A GESTÃO DE MATERIAIS ENVOLVE UM
CONJUNTO DE ATIVIDADES ESTREITAMENTE RELACIONADO À ÁREA DE
PRODUÇÃO E OPERAÇÕES DE MUITAS ORGANIZAÇÕES. NESTE SENTIDO,
O PROCESSO PRODUTIVO:A ANÁLISE ABC É UMA DAS TÉCNICAS DE SE
CONTROLAR ITENS DE ESTOQUES. SOBRE ESTA ANÁLISE
É CORRETO AFIRMAR:
A) Diz respeito unicamente a empresas industriais, pois somente elas têm a tecnologia e as
condições necessárias para produzir bens e serviços.
B) Representa toda e qualquer movimentação de materiais que saem do almoxarifado a fim
de serem disponibilizados para comercialização.
C) Inclui todos os bens que compõem o patrimônio da empresa e que serão usados para a
fabricação dos produtos que rentabilizarão o investimento dos sócios.
D) É a contínua transformação de matérias-primas, materiais, energia e informações em
produtos acabados ou em serviços prestados.
GABARITO
1. (Adaptado de: Colégio Pedro II – 2019) O ponto crucial do controle patrimonial reside na
correta diferenciação entre material permanente e material de consumo. É correto classificar
como materiais de consumo:
A alternativa "A " está correta.
 
A tinta da caneta será consumida e acabará com o uso. O lápis também será utilizado,
consumido e acontecerá o mesmo. Para classificar um bem como material (de consumo) ou
patrimonial (permanente), é importante conhecer suas características e formas de
conceitualização.
2. (Adaptado de:UEPA/PA – 2020)A gestão de materiais envolve um conjunto de atividades
estreitamente relacionado à área de produção e operações de muitas organizações. Neste
sentido, o processo produtivo:A análise ABC é uma das técnicas de se controlar itens de
estoques. Sobre esta análise é correto afirmar:
A alternativa "D " está correta.
 
A principal característica da classificação de algum bem como material ou produto é o fato de
ele estar diretamente relacionado ao processo de produção como insumo, como
apresentamos na figura Fluxo de materiais e de serviços em uma empresa.
MÓDULO 2
 Identificar os diversos tipos de materiais dentro do processo produtivo
BENS MATERIAIS DE PRODUÇÃO
Os materiais de produção são formados de diversos tipos de materiais e de produtos
utilizados na produção de novos bens materiais ou produtos acabados.
O que todos esses bens têm em comum é que fazem parte dos bens circulantes da empresa
e são bens rentáveis, ou seja, voltados para a rentabilização do capital dos sócios por meio
de sua venda. Esses bens podem ser subclassificados por reunião de características
semelhantes.
“GRANDE PARTE DO SUCESSO NO GERENCIAMENTO
DE ESTOQUES DEPENDE FUNDAMENTALMENTE DE BEM
CLASSIFICAR OS MATERIAIS DA EMPRESA.”
VIANA (2006).
Agora, assista ao vídeo do módulo abordando a importância da classificação dos materiais.
CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS DE PRODUÇÃO
Os bens materiais de produção podem ser classificados de diversas formas e essa
classificação deve conter os seguintes atributos:
ABRANGÊNCIA
FLEXIBILIDADE
PRATICIDADE
ABRANGÊNCIA
No dicionário, significa “ato de abranger”. Em nossa aplicação, uma classificação de
materiais deve ser abrangente o suficiente para dar conta das necessidades de
gerenciamento dos materiais da empresa.
FLEXIBILIDADE
No dicionário, significa “propriedadedaquilo que pode mudar sem perder a essência”. Em
nossa aplicação, a classificação dos materiais tem de comportar mudanças e adaptações
suficientes para acomodar qualquer tipo de material utilizado na empresa.
PRATICIDADE
No dicionário, significa “característica daquilo que pode ser facilmente aplicado”. Em nossa
aplicação, a classificação dos materiais deve facilitar o trabalho dos usuários da informação.
Essa praticidade deve ter em mente a redução do tempo necessário para o uso da
informação ali contida.
TRAJETO DOS MATERIAIS DE PRODUÇÃO NA
ORGANIZAÇÃO
Diversos setores da empresa lidam com os materiais e são responsáveis por diversas fases
de seu trajeto na organização.
Veja a trajetória:
1
ENGENHARIA DE MATERIAIS
SETOR DE COMPRAS
2
3
ALMOXARIFADO
PRODUÇÃO
4
5
PONTOS DE VENDA
 SAIBA MAIS
Sua porta de entrada é a recepção de materiais no almoxarifado. No entanto, antes desse
primeiro estágio a engenharia de materiais já os especificaram com todas as suas
características e o setor de compras já os cotaram e fez o pedido.
 
Após passar pelo almoxarifado os materiais seguem para a produção, quando requisitados
ou de forma contínua, dependendo de suas características, quando serão transformados em
produtos finais. Esses produtos finais serão estocados e distribuídos para os pontos de
venda e, por fim, vendidos e entregues aos clientes.
 
Esse é todo o caminho que os materiais percorrem em uma empresa, com algumas possíveis
variações, mas sempre como objetivo de venda e rentabilização do capital dos sócios.
MAS O QUE ACONTECE EM CADA UM DESSES
SETORES?
ALMOXARIFADO
Como receptor e primeiro conferidor dos materiais e produtos que servirão de insumos para
a produção, o almoxarifado tem uma função muito importante na garantia de que os materiais
recebidos apresentem as especificações determinadas pela engenharia. Essa preocupação
garante a qualidade dos insumos e que a produção não terá de inspecioná-los novamente.
 
O almoxarifado também é responsável pela guarda dos materiais até seu encaminhamento à
produção. Essa responsabilidade implica a guarda desse material em bom estado e em
sequência lógica de uso.
SETOR DE COMPRAS
Setor de compras é responsável por adquirir os produtos de acordo comas especificações
requisitadas pela engenharia e garantir o melhor custo/benefício. Isso significa quea compra
não deve pautar-se apenas pelo menor preço unitário do produto na comparação entre os
fornecedores, mas sim considerar a qualidade e outros elementos de custos, como frete,
impostos etc.
SETOR DE ENGENHARIA OU DE PRODUÇÃO
Já o setor de engenharia ou de produção em empresas menores deve catalogar todos os
materiais que serão utilizados pela produção, construindo manuais com uma visão de uso
prático pelos diversos setores da empresa.
 
Esses catálogos serão a base para o setor de compras fazer as cotações e homologações de
produtos e empresas, bem como o manual que o almoxarifado utilizará para a recepção e
aprovação dos testes dos produtos que recepcionar.
 
O próprio almoxarifado e o controle de qualidade utilizarão esses catálogos para testar os
produtos e para identificar as formas de armazenamento possíveis para cada produto,
observando as características descritas nos manuais e catálogos.
 
Por todas essas necessidades apresentadas devemos entender bem como as diversas
formas de categorização dos materiais terão sua utilidade.
AGORA REFLITA.
 
POR QUE É IMPORTANTE CATEGORIZAR OS
MATERIAIS?
RESPOSTA 1 RESPOSTA 2
RESPOSTA 1
Quando classificamos um material por sua aplicação no processo produtivo, podemos
utilizar essa informação para organizarmos melhor nosso estoque e, assim, ganharmos
agilidade e precisão.
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RESPOSTA 2
Quando classificamos nossos materiais pelo método da Curva ABC— do qual trataremos
mais adiante —, podemos priorizar os materiais com maior custo e importância no
processo de produção, garantindo melhor administração das compras de materiais e
reduzindo o custo de oportunidade de nossos estoques.
Esses dois exemplos nos mostram como uma boa classificação dos materiais é essencial
para seu correto e ágil gerenciamento.
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS QUANTO
AO TIPO DE DEMANDA
Quanto ao tipo de demanda, os materiais podem ser classificados como:
MATERIAIS NÃO DE ESTOQUE
Existem materiais dentro de uma empresa que não são estocados. Essa classe de produtos
dentro do processo produtivo pode aparecer por características tanto do produto quanto do
arranjo de produção.

MATERIAIS DE ESTOQUE
São classificados:
Quanto à aplicação;
Quanto ao valor do consumo;
Quanto à importância operacional;
Materiais críticos.
MATERIAIS NÃO DE ESTOQUE
Não ter estoque é o objetivo teórico de qualquer empresa, mesmo sabendo que não se pode
chegar a esse objetivo sem que problemas maiores sejam causados. Os produtos que não
têm estoque são comprados e utilizados de forma imediata na produção ou em seu destino,
não passando por estocagem.
Na administração moderna do supply chain, ou cadeia de produção integrada, existem
arranjos em que a responsabilidade pelos estoques é transferida para o fornecedor, ficando a
empresa sem estoques desses produtos.
Como isso funciona?
Essa prática só é possível a partir de dois aspectos:
 
Fonte: Freepik
 
Fonte: Freepik
RELACIONAMENTO SÓLIDO
O desenvolvimento de um relacionamento sólido e duradouro com os fornecedores, que, em
alguns casos, é desenvolvido pelo próprio comprador, tornando-se seu principal — às vezes
exclusivo — fornecedor de determinado material ou produto.
 
Fonte: Freepik
COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES
Além do relacionamento é necessário o compartilhamento das informações de ambos, para
que sejam possíveis o controle e a formação de uma parceria.
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Outra forma de não precisar gerenciar os estoques é terceirizar essa administração. Para a
empresa, é como se não houvesse estoques. Existem empresas de logística que executam
esse trabalho e podem otimizar bastante a gestão dos estoques de empresas médias e
pequenas. Isso acontece porque se pode ter ganho de escala, desde a compra e o transporte
até a armazenagem, gerando, assim, economia e maior lucratividade.
Essa opção, no entanto, deve ser tomada de forma muito consciente, pois a empresa abre
mão de certo grau de controle em favor de outra que pode ter objetivos diferentes e, assim,
não atender com precisão a novas necessidades ou supri-las em momentos de intempéries
ocasionais.
MATERIAIS DE ESTOQUE
Classificação do material quanto à aplicação no processo produtivo
Vamos iniciar a classificação dos materiais de estoque levando em consideração sua
aplicação no processo produtivo. Essa classificação pode ser utilizada para o melhor
planejamento da distribuição dos materiais pelos diversos estoques em uma grande empresa
e pode ser essencial para aquelas cuja produção não é contínua.
Diferenciar os materiais dos produtos acabados garante melhor organização dos estoques e
pode proporcionar ganhos enormes em todo o processo produtivo, reduzindo custos e, em
consequência, transformando-se em vantagem competitiva ou em lucro/rentabilidade do
negócio.
Essa classificação segue a seguinte ordem:
Materiais produtivos
Compostos por todos os materiais e produtos utilizados direta ou indiretamente no processo
de produção.
MATÉRIAS-PRIMAS
Materiais e produtos básicos utilizados como insumos, normalmente constituindo os itens
iniciais do processo de produção. Uma das principais características das matérias-primas é
serem materiais e produtos comprados pela empresa para inclusão em seu processo de
produção, objetivando sua transformação em novos produtos.
PRODUTOS EM FABRICAÇÃO
Também conhecidos como materiais em processamento, são todos os materiais e produtos
que já receberam algum tipo de tratamento dentro da produção, mas ainda não estão
finalizados.
 
Esses materiais e produtos têm outros insumos na composição de seuvalor, como mão de
obra, horas-máquina etc. Normalmente, estão espalhados pelos diversos pontos de
produção, mas podem estar em estoques de produtos semifaturados, esperando a próxima
etapa ou mesmo a venda do produto para serem concluídos. 
PRODUTOS ACABADOS
Resultado do processo de produção. É o produto que será entregue ao comprador. Ele pode
tanto ser um produto de consumo final quanto um produto que será utilizado como matéria-
prima de um novo processo.
 
Um exemplo de produto que será matéria-prima em outro processo é a empresa que produz
chapa de aço. Para ela, a chapa é o produto acabado, pois entrou como minério no processo
de produção e, ao final, saiu transformada em chapa. Todavia, para a empresa que produz
carros, por exemplo, ela é a matéria-prima para o setor de estamparia.
MATERIAIS DE MANUTENÇÃO
Materiais destinados à manutenção do parque fabril, dos galpões ou escritórios. Não fazem
parte do processo produtivo como insumos.
MATERIAIS DE CONSUMO GERAL
Todos os materiais utilizados de forma repetitiva na empresa e que não se encaixam em
nenhuma das classificações anteriores.
Materiais improdutivos
Materiais não utilizados como insumo para produção nem como materiais de manutenção,
mas sim com utilização repetitiva. Eles compreendem uma classe de materiais normalmente
de baixo valor. São exemplos desses materiais os de escritório e de limpeza.
Classificação do material quanto ao valor do consumo anual
A próxima forma de classificar os materiais de uma empresa é utilizando a Curva ABC, que
leva em conta os valores gastos de forma anualizada de cada tipo de material.
O QUE É CURVA ABC?
Esse método de classificação está baseado na teoria do italiano Vilfredo Pareto (1848-1923),
que, ao estudar a renda e a riqueza de uma nação, descobriu que 20% da população
concentrava 80% da riqueza. A essa descoberta foi dado o nome de sua relação 80/20 ou
Teorema de Pareto.
VILFREDO PARETO
Doença causada pelo novo coronavírus, que atingiu o mundo em 2020.
A Curva ABC segue essa premissa de que 20% dos bens ocupa 80% dos custos e do esforço
gerencial dos estoques dos produtos de produção. Além do uso desse conceito para a
alocação dos esforços de administração aos estoques, ele também é utilizado na empresa
para a administração das vendas, o estabelecimento de prioridades etc.
Quando aplicada na gestão dos estoques, essa forma de classificação é utilizada para a
aquisição dos insumos do processo de produção, organizando-os em graus de importância
versus custo. Para a consideração do impacto na produção são acrescidos à curva ABC os
fatores XYZ.
 
Fonte: Freepik
Na avaliação dos estoques são levados em conta diversos fatores, entre eles:
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Fonte:Shutterstock
NÍVEL DE LUCRATIVIDADE.
 
Fonte:Shutterstock
GRAU DE REPRESENTATIVIDADE NO FATURAMENTO DA
ORGANIZAÇÃO.
 
Fonte:Shutterstock
GIRO DOS ITENS NO ESTOQUE ETC.
A operacionalização desse método começa com a reunião dos dados dos itens que serão
catalogados. Cada item deve ter seu valor de consumo anual determinado, seguindo a
política de produção da empresa e suas projeções, bem como o cálculo das porcentagens do
valor de cada item em relação ao total dos itens do estoque.
Na sequência passa-se à classificação dos materiais nas divisões A, B e C, seguindo
normalmente a proporção de:
20% ITENS A + 75% ITENS B + 5% ITENS C
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A
B
C
MATERIAL A
Os itens na faixa A são essenciais para a redução de custos da empresa e devem ter maior
atenção em sua programação e gerenciamento, pois consomem a maior parte dos recursos
aplicados aos estoques. Esses itens devem ficar o menor tempo possível em estoque, pois
representam grandes quantidades de capital investido em uma pequena quantidade de
materiais e produtos. A partir dessa visão é possível dispender menor esforço e obter
maiores resultados.
MATERIAL B
A faixa B é formada pelos produtos que ficam na faixa intermediária de valor e quantidade.
Normalmente essa é uma faixa que requer menor atenção, pois representa grande trabalho
para pouco retorno. Pode-se, no entanto, desenvolver sistemas de controle mais
automatizados para o gerenciamento desses produtos, principalmente aqueles que estão
mais próximo da faixa C. Nessa faixa encontram-se a maioria dos produtos, como matérias-
primas e insumos de uma produção.
MATERIAL C
A faixa C é formada por produtos que normalmente são de valor muito baixo, como
parafusos, porcas e outros de pequena monta, que são utilizados em quantidades variadas
pela produção. Esse grupo é tratado de forma mais agrupada e tem suas compras
normalmente acompanhadas apenas pelas quantidades necessárias para grandes períodos.
A classificação apenas pela Curva ABC deixa de considerar um aspecto muito importante na
gestão de materiais:
autor/shutterstock
Classificação do material quanto à importância operacional
Uma forma de classificar o material quanto à sua importância para a produção é por meio dos
fatores XYZ, que classificam a importância do material para a produção.
Essa forma de classificação inclui:
MATERIAIS X
Materiais com menor importância para o processo produtivo, com possibilidade de
substituição por similares sem prejuízo do bom andamento da produção.

MATERIAIS Y
Materiais com média importância para o processo produtivo, com ou sem possibilidade de
substituição por similares dentro da empresa.

MATERIAIS Z
Materiais de importância crucial para o processo de produção, ou seja, sua falta pode causar
a interrupção da produção, causando prejuízo para a empresa.
Todos os materiais devem ser analisados por esses fatores e classificados combinando-se
os fatores XYZ com a curva ABC. Assim, chegamos a um ranking de prioridades a serem
observadas para o bom gerenciamento de todos os insumos em estoque. Essa classificação
também deve ser utilizada para o gerenciamento das compras e dos pontos mínimo e
máximo da quantidade de produtos nos estoques.
Veja como Vianna(2006) organiza na Figura 1 as formas de classificação quanto ao tipo de
demanda:
 Figura 1 – Classificação da demanda.
MATERIAIS CRÍTICOS
Os materiais considerados críticos devem ter tratamento diferenciado, pois sua falta pode
acarretar enormes problemas para o processo de produção.
Essa é uma classificação utilizada normalmente em empresas industriais, que possuem
máquinas ou grupo de máquinas cuja falta de alguma peça pode comprometer toda a cadeia
produtiva.
 EXEMPLO
Um exemplo desse tipo de produto é o sensor de temperatura de um forno de fusão de metal.
Seu custo é relativamente baixo, mas, se um deles falhar e não for rapidamente substituído,
além de causar a perda do produto em seu interior, pode-se perder também todo o forno,
causando um prejuízo absurdo a uma empresa.
 
Além da perda financeira, podemos ter acidentes com perdas de muitas vidas de operários
do forno. Assim, o estoque é tratado como se fosse um seguro, pois se o temos, não
desejamos utilizá-lo.
Esse tipo de estoque é de baixa quantidade e, em alguns casos, pode representar grandes
somas de valor. Sua identificação para gestão dentro do estoque pode ser feita levando-se
em consideração as seguintes questões:
Problemas de
obtenção
Razões
econômicas
Problemas de
armazenagem e
transporte
Problemas
de
previsão
Razões de
segurança
Material
importado;
Existência
de um
único
fornecedor;
Escassez
no
mercado;
Material
estratégico;
Material de
difícil
Material de
elevado valor;
Material com
elevado custo
de
armazenagem;
Material com
elevado custo
de transporte.
Material
perecível;
Material de alta
periculosidade;
Material de
elevado peso;
Material de
grandes
dimensões.
Material
com
utilização
de difícil
previsão.
Material de
reposição de
alto custo;
Material
como
equipamento
vital da
produção.
fabricação
ou
obtenção.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize arolagem horizontal
 Gestão do estoque de materiais críticos/Fonte: Autor.
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS MATERIAL
QUANTO À PERECIBILIDADE
O critério de perecibilidade de um material é utilizado normalmente para produtos como
alimentos, que têm data de validade. No entanto, a maioria dos produtos tem ciclo de vida:
alguns são mais longos e outros, mais curtos. A ação do tempo acontece em todos os
materiais e produtos, mas sua classificação como perecíveis ou não depende de quão longo
é esse tempo.
Outra questão a ser observada é o tempo em que a empresa utilizará esses produtos em
estoque. Se eles têm data certa para uso e não foram utilizados, podem perder sua utilidade e
não mais fará sentido mantê-los em estoque.
 EXEMPLO
Um exemplo dessa situação é quando há peças de reparo para um equipamento e este deixa
de ser utilizado na produção. Não faz mais sentido manter essas peças de reposição em
estoque, já que o equipamento não está mais em uso.
Outra questão relacionada à perecibilidade dos materiais está atrelada à forma de seu
armazenamento nos estoques. A maioria dos produtos tem instruções de sua acomodação,
levando em consideração quantidade de empilhamento, grau de umidade que suportam,
exposição à luz etc.
ESSES FATORES PODEM ALTERAR AS
COMPOSIÇÕES DOS MATERIAIS, INVIABILIZANDO
SEU USO EM PROCESSOS DE PRODUÇÃO, GERAR
DETERIORAÇÃO OU MESMO CRIAR DISTORÇÕES
QUE INUTILIZEM OS PRODUTOS ACABADOS POR
FALTA DE QUALIDADE.
Um exemplo desse problema é a produção de alimentos com insumos fora da validade. Esse
procedimento levará à perda de todo o lote produzido, pois a vigilância sanitária embargará o
lote, se a empresa não o fizer. Isso pode gerar responsabilidade civil e criminal no caso de
algum consumidor ter prejuízo financeiro ou de saúde ao ingerir o produto.
Outro exemplo é um lote de cabos que contêm ferro em sua composição e que ficam
expostos à umidade. A ferrugem resultante da ação da umidade sobre o cabo o tornará, em
última instância, inútil.
A classificação dos produtos perecíveis é feita com base nos seguintes critérios:
Critérios de
classificação
Produtos perecíveis Exemplos
Ação
higroscópica
Materiais que possuem grande
afinidade com o vapor de água e
podem ser retirados da atmosfera.
Sal marinho, cal virgem etc.
Limitação do Materiais com prazo de validade Remédios, alimentos etc.
tempo claramente definido.
Instabilidade
Produtos químicos que se
decompõem ou se polimerizam
espontaneamente ou têm outro tipo
de reação na presença de algum
material catalítico ou puro.
Peróxido de éter, óxido de
etileno etc.
Volatilidade
Produtos que se reduzem a gás ou
vapor, evaporando naturalmente e
perdendo-se na atmosfera.
Amoníaco.
Contaminação
pela água
Materiais que se degradam pela
adição direta de água.
Óleo para transformadores.
Contaminação
por partículas
sólidas
Materiais que, em contato com
partículas sólidas, como areia e
poeira, poderão perder parte de
suas características físicas e
químicas.
Graxas.
Ação da
gravidade
Materiais que, estocados de forma
incorreta, podem sofrer
deformações.
Eixos de grande comprimento.
Queda,
colisão ou
vibração
Materiais de grande fragilidade ou
sensibilidade.
Cristais, vidros, instrumentos
de medição etc.
Mudança de Materiais que perdem suas Selantes para vedação, anéis
temperatura características para aplicação, se
mantidos em temperatura diferente
da requerida.
de vedação em borracha etc.
Ação da luz
Materiais que se degradam por
incidência direta da luz.
Filmes fotográficos.
Ação de
atmosfera
agressiva
Materiais que sofrem corrosão
quando em contato com atmosfera
com grande concentração de gases
ou vapores.
A corrosão atmosférica pode
ocorrer principalmente por
vapores de água e ácidos,
como sulfúrico, fosfórico,
nítrico, sais, cloro, flúor etc.
Ação de
animais
Materiais sujeitos ao ataque de
insetos e outros animais durante a
estocagem.
Grãos, madeiras, peles de
animais etc.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Classificação dos produtos perecíveis/Fonte: VIANA, 2006.
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS QUANTO À
PERICULOSIDADE
Os materiais classificados como perigosos devem ter seu tratamento dado de acordo com as
especificações dessa classificação. Quando estamos tratando de materiais como gases,
produtos químicos etc., a classificação indicará como estes serão manuseados,
transportados e armazenados.
 
Fonte: Freepik
A Resolução nº 5.848/2019 aborda o transporte de cargas perigosas, e a Norma ABNT
NBR17505, numerada de 1 a 7, classifica os líquidos inflamáveis, bem como seu tratamento,
desde a armazenagem até o descarte.
 RECOMENDAÇÃO
Cada tipo de produto com algum grau de periculosidade deve ter seu tratamento
condicionado às regras próprias de suas categorias.
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS QUANTO À
POSSIBILIDADE DE FAZER OU COMPRAR
Produzir ou não determinado material ou componente que será utilizado como insumo para a
linha de produção da empresa é uma decisão estratégica. Para além da decisão baseada
apenas nos custos de produção ou de compra do material ou produto, essa é uma decisão
que deve considerar diversos outros fatores.
Como decisão estratégica, ela deve ser tomada pela alta direção, uma vez que pode
representar renunciar a uma posição de vantagem competitiva, tanto na escolha de produção
quanto na escolha de não produção.Um produto que deixamos de produzir poderá tornar-se
um problema se nosso fornecedor estiver em um local onde aconteça algum imprevisto.
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Fonte: Freepik
 EXEMPLO
Um exemplo dessa decisão estratégica e da consequência da escolha de deixar de produzir
certo tipo de produto foi a suspensão das atividades de diversas fábricas de produtos
eletrônicos pelo mundo. As indústrias de componentes eletrônicos na China, por exemplo,
deixaram de produzir insumos para essas fábricas por causa da COVID-19.
 
Essa quebra da cadeia de produção provocou um repensar dessa decisão de produção local
ou compra. Países como o Japão anunciaram propostas de trazer de volta a produção de
componentes estratégicos para seu próprio território.
COVID-19
Doença causada pelo novo coronavírus, que atingiu o mundo em 2020.
Como já mencionado em relação ao componente da tomada de decisão custo, este deve ser
inferior à produção interna do material, levando-se em conta todos os custos de
armazenagem, fretes, impostos etc.
javascript:void(0)
Para que a avaliação seja eficiente é necessário considerar as três formas de se obter o
material necessário:
1
2
3
1
Fazer internamente;
2
Comprar;
3
Recondicionar.
CLASSIFICAÇÃO DOS MATÉRIAIS QUANTO
AO TIPO DE ESTOCAGEM
Outra forma útil de classificar os materiais de um estoque é verificar se estes são materiais
com estocagem permanentes ou temporárias.
Estocagem permanente
É composta de materiais utilizados de forma constante no processo de produção e têm seus
parâmetros de ressuprimento padronizados, com novos pedidos executados de forma
automática, quando sua quantidade no estoque chega ao ponto de ressuprimento.
javascript:void(0)

Estocagem temporária
São aqueles que serão utilizados durante um tempo limitado ou apenas uma vez e que não
terão novas compras até que surja a necessidade novamente. 
Exemplo
PONTO DE RESSUPRIMENTO
Quantidade mínima de segurança acrescida do consumo durante o tempo gasto para a
confecção de um pedido e sua entrega.
EXEMPLO
Exemplos desse tipo de material ou produto são os insumos necessários para a produção
de um pedido especial, que não se realizará novamente ou cuja realização dependerá de
um novo pedido que acontece esporadicamente.
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS QUANTO À
DIFICULDADE DE AQUISIÇÃO
Conforme Viana (2006), devemos considerar apenas as características intrínsecas da
obtenção difícil, deixando de lado as extrínsecas, que refletem problemas internos de
organização da empresa, tais como:
javascript:void(0)
Excesso de burocracia;
Pobrezade especificações;
Recursos humanos não qualificados;
Falta de poder de decisão do órgão de compras.
Com essas premissas em mente, as dificuldades que devem ser consideradas são as
intrínsecas aos materiais e produtos, que serão os insumos para a produção.
Assim, criou-se uma classificação para o melhor gerenciamento desses materiais, que
envolve:
FABRICAÇÃO ESPECIAL
Materiais e produtos com ciclos de fabricação longos e que dependem de acompanhamento
do processo de fabricação com vistorias intermediárias. Encaixam-se aqui produtos com
desenvolvimento exclusivo para a empresa compradora, produtos inovadores e produtos
desenvolvidos por pesquisas em conjunto.
ESCASSEZ NO MERCADO
Produtos e materiais que não dispõem de grande oferta no mercado. Encaixam-se aqui
produtos fornecidos por empresas que têm o monopólio do mercado por diversas razões e
que não são exclusivas quanto ao fornecimento. Outra característica importante é que esses
produtos não sejam commodities, como o petróleo.
SAZONALIDADE
Produtos cuja oferta depende de períodos específicos durante o ano.Exemplos são as frutas,
que têm sua produção durante um período exclusivo do ano.
TECNOLOGIA EXCLUSIVA
O produto é fornecido por um único fornecedor autorizado a operar essa tecnologia, o que o
transforma em ditador do preço, que não depende tanto das leis da concorrência. O fato de a
tecnologia ser exclusiva impede que novos entrantes ofereçam concorrência à empresa
detentora da patente.
IMPORTAÇÕES
javascript:void(0)
Muitos materiais e produtos dependem de liberação governamental para a importação. Além
desse entrave, ainda há produtos que dependem de liberação excepcional de financiamento e
de verbas. Outros dependem de aprovação de organismos internacionais, como produtos
controlados, sendo um exemplo matéria-prima para usinas nucleares.
COMMODITIES
São produtos padronizados e de fácil substituição (fungíveis) que normalmente
funcionam como matéria-prima, produzidos em grande escala. Esses produtos podem ser
facilmente estocados sem que sofram modificações significativas, como os combustíveis.
Commodity vem do inglês e tem significado de “mercadoria”.
Essas dificuldades inerentes aos produtos conduzem a procedimentos especiais para seu
tratamento no momento da compra e de dimensionamento de seus níveis de estoque de
segurança, necessários para garantir o suprimento das quantidades à produção, sem haver
percalços.
No entanto, seu bom gerenciamento pode garantir melhor dimensionamento dos estoques,
aumento do subsídio de informações aos gestores, tornando-os mais capazes de lidar com
as dificuldades durante a gestão desses produtos.
Esse tipo de produto depende de mais agilidade e de priorização em sua administração, pois,
muitas vezes, são a parte mais sensível de um processo de produção.
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS QUANTO
AO MERCADO FORNECEDOR
A CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PELO
MERCADO FORNECEDOR ESTÁ
DIAMETRALMENTE RELACIONADA À
CLASSIFICAÇÃO ANTERIOR.
Isso acontece, pois, ao se classificar pelo mercado, estamos identificando os produtos que
teremos maior ou menor dificuldade de adquirir.
Cada mercado tem suas características, o que, em muitos casos, depende de conhecimento
prévio de seu funcionamento para a correta compra desse material. As classificações mais
comuns são:
MERCADO NACIONAL

MERCADO INTERNACIONAL
Os produtos do mercado internacional podem ser nacionalizados por meio do
desenvolvimento de fornecedores internos ao país onde a empresa está instalada. O inverso
também pode ser feito, como acontece com empresas que passam parte de suas produções
às empresas chinesas como forma de ganhos de volume e redução de custos.
SÍNTESE DOS TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO
Para ajudá-lo no entendimento e fixação das classificações do estudadas neste módulo, veja
a síntese dos tipos de classificação de material:
Classificação Objetivo Vantagem Desvantagem Aplicações
Valor de Materiais de Demonstra os Não fornece Fundamental.
consumo maior consumo
(valor); 
Método ABC.
materiais de
grande
investimento no
estoque.
análise da
importância
operacional
do material.
Deve ser
utilizada em
conjunto com
"importância
operacional".
Importância
operacional
Importância dos
materiais para o
funcionamento
da empresa.
Demonstra os
materiais vitais
para a empresa.
Não fornece
análise
econômica
dos
estoques.
Fundamental.
Deve ser
utilizada em
conjunto com
"valor de
consumo".
Perecibilidade
Se o material é
perecível ou
não.
Identifica os
materiais sujeitos
à perda por
perecimento,
facilitando
armazenamento e
movimentação.
Básica. Deve ser
utilizada com a
classificação de
"periculosidade".
Periculosidade
Grau de
periculosidade
do material.
Determina
incompatibilidade
com outros
materiais,
facilitando seu
armazenamento e
movimentação.
Básica. Deve ser
utilizada com a
classificação de
"perecibilidade".
Possibilidade
de fazer ou
Se o material
deve ser
Facilita a
organização da
Complementar
para os
comprar comprado,
fabricado
internamente
ou
recondicionado.
programação e
planejamento de
compras.
procedimentos
de compra.
Dificuldade de
aquisição
Materiais de
fácil e de difícil
aquisição.
Agiliza a
reposição dos
estoques.
Complementar
para os
procedimentos
de compra.
Mercado
fornecedor
Origem dos
materiais
(nacional ou
importado).
Auxilia a
elaboração dos
programas de
importação.
Complementar
para os
procedimentos
de compra.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro sinóptico dos tipos de classificação/Fonte: VIANA, 2006.
 Critérios de classificação dos materiais.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (FUNDEP – 2016)NA ÁREA FUNCIONAL DA ADMINISTRAÇÃO DE
MATERIAIS, A ADMINISTRAÇÃO É DESENVOLVIDA POR MEIO DA ATUAÇÃO
GERENCIAL E DE EXERCÍCIOS DIÁRIOS DAS ATRIBUIÇÕES E
RESPONSABILIDADES DE CADA FUNCIONÁRIO DA ÁREA. A ROTINA
DEPENDE DO USO DAS TÉCNICAS E DOS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA
A REALIZAÇÃO DOS TRABALHOS. 
 
EM RELAÇÃO AOS ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA A REALIZAÇÃO DAS
ROTINAS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS, ASSINALE A
ALTERNATIVA INCORRETA:
A) O almoxarifado é o departamento responsável pela guarda física dos materiais em
estoque.
B) O setor de compras preocupa-se também em realizar a aquisição de materiais e
mercadorias ao preço mais favorável possível.
C) Arquivos, prateleiras, paletes e veículos são os recursos que serão transformados para a
produção de bens ou realização dos serviços.
D) Os materiais são todos os artigos essenciais para a atividade produtiva da organização
empresarial (matérias-primas, máquinas, equipamentos, ferramentas, utensílios etc.).
2. CONSIDERANDO O CONTEXTO DA CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS,
QUE É UM ELEMENTO DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA AUXILIAR A TOMADA
DE DECISÃO EM RELAÇÃO À SUA GESTÃO, ASSINALE A ALTERNATIVA
CORRETA:
A) A classificação quanto à perecibilidade restringe-se aos materiais que possuem um prazo
de validade claramente definido.
B) Na classificação XYZ, os materiais de classe X representam os materiais de alta
importância operacional.
C) Na classificação XYZ, os materiais de classe Z representam os materiais de baixa
importância operacional.
D) A Curva ABC refere-se à classificação dos materiais pertencentes ao estoque,
considerando a relevância dos materiais em relação ao seu valor anual e ao consumo.
GABARITO
1. (FUNDEP – 2016)Na área funcional da administração de materiais, a administração é
desenvolvida por meio da atuação gerencial e de exercícios diários das atribuições e
responsabilidades de cada funcionário da área. A rotina depende do uso das técnicas e dos
recursos necessários para a realização dos trabalhos. 
 
Em relação aos elementos necessários para a realização das rotinas da administração de
materiais, assinale a alternativa incorreta:
A alternativa "C " está correta.
 
Esses equipamentos não fazem parte dos materiais de uma empresa, mas estão relacionados
aos bens patrimoniais,pois não se encaixam em nenhuma das classificações aqui
mencionadas para os materiais e produtos, ou seja, insumos vinculados à produção ou à sua
gestão.
2. Considerando o contexto da classificação dos materiais, que é um elemento de suma
importância para auxiliar a tomada de decisão em relação à sua gestão, assinale a alternativa
correta:
A alternativa "D " está correta.
 
A classificação pelo valor anual dos bens é mais bem feita por meio da Curva ABC, pois
assim gerimos os produtos da melhor forma possível, direcionando nossa atenção e esforço
àqueles quedarão maior retorno.
MÓDULO 3
 Identificar as diversas formas de classificação dos bens patrimoniais da empresa
Assista ao vídeo do módulo e veja um panorama com as diferenças entre os tipos de
classificacão de materiais que acabamos de estudar.
BENS PATRIMONIAIS EM GERAL
Como já vimos, o conceito de bens patrimoniais de uma empresa é algo bem simples: trata-
se de todos os bens usados para a produção de outros bens ou serviços que serão vendidos
pela empresa.
Ao analisarmos as possíveis classificações dos bens patrimoniais, observamos alguns
fatores que podem influenciar esse trabalho. A primeira classificação, já abordada de forma
introdutória, é se o bem patrimonial é tangível ou intangível.
Como definição, todo bem patrimonial é parte integrante do patrimônio próprio da empresa e
pode ser utilizado diretamente na produção ou em outras atividades de suporte à produção,
como o prédio utilizado pelo departamento de vendas. Assim, passaremos a listar e discorrer
sobre cada uma dessas classificações e suas implicações.
Considerando as características intrínsecas dos bens patrimoniais, concluímos que todo
bem patrimonial tem valor, pois os bens da empresa que não podem ser precificados não são
considerados patrimoniais.
Nessa categoria, encaixam-se, por exemplo, as marcas desenvolvidas pela própria empresa e
que ganharam força com o passar do tempo, não tendo um custo diretamente relacionado
com seu desenvolvimento. Essas marcas não podem ser apontadas como bens patrimoniais,
pois, em tese, não geraram custos para sua formação, mas, no entanto, têm um considerável
valor de mercado.
 
Fonte: Freepik
BENS TANGÍVEIS, INTANGÍVEIS E
PATRIMONIAIS FINANCEIROS
A classificação de bens tangíveis e intangíveis orienta a forma como esses bens serão
gerenciados dentro da empresa, ditando desde a forma de avaliação de seu valor até a forma
como seus custos serão tratados na precificação dos produtos a serem vendidos.
BENS TANGÍVEIS
Os bens classificados como tangíveis são bens corpóreos, ou seja, aqueles que possuem um
corpo físico. Nessa definição encaixam-se todos os prédios, as máquinas e os equipamentos.
BENS INTANGÍVEIS
Outra categoria de bens utilizados com a mesma função é a de bens intangíveis. Eles são
definidos como bens patrimoniais não corpóreos, ou seja, aqueles que não têm um corpo
físico, mas geram valor para a empresa.
Veja alguns exemplos de bens intangíveis
 
Fonte: Google
Um exemplo desse tipo de bem é a marca de uma empresa. Quando pensamos na marca
Coca-Cola, já nos vem à mente um refrigerante de cola gelado. Essa marca, Coca-Cola,
remete-nos a sensações e nos faz procurar por esse produto de forma quase que automática.
Imagine o valor que isso tem para a fabricante de refrigerante! A simples rotulação de uma
bebida com essa marca já aumenta a venda de forma expressiva.
 
Fonte: Google
Outro exemplo é a marca Disney. Todo produto vinculado a essa marca tende a vender de
forma mais expressiva do que um mesmo produto sem ligação com ela. Isso traz ganhos
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javascript:void(0)
para a empresa simplesmente pelo seu uso. Essa expectativa de ganhos leva-a a adquirir
valor de mercado independentemente da empresa a que pertence e, com isso, torna-se um
bem, chegando a figurar como parte de sua representação financeira, quando for adquirida
em uma transação no mercado.
Quando têm seu valor determinado e um tempo finito de uso previsível, os bens intangíveis
são tratados como finitos. Por consequência, seus valores são amortizados.
AMORTIZADOS
Amortização é a alocação sistemática do valor amortizável de ativo intangível aos custos
de produção ao longo de sua vida útil.
Esse processo busca adequar o valor do bem a seu potencial de geração de receitas para a
empresa e deve ser considerado como um patrimônio que terá seu fim em prazo
determinado.
BENS PATRIMONIAIS FINANCEIROS
Há ainda os bens patrimoniais financeiros que fazem parte do patrimônio das empresas.
Esses bens são formados por investimentos feitos pelas empresas em outras empresas. Para
a empresa detentora do direito, tais bens patrimoniais são considerados financeiros.
 Fonte: Freepik.
Apesar de não fazerem parte do processo produtivo da empresa, esses bens e direitos
podem trazer rentabilidade para a empresa, devendo ser considerados na administração de
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javascript:void(0)
seu patrimônio. Exemplos desse tipo de bem são as ações de outras organizações que ela
possui.
Existem também as participações societárias em outras organizações, que recebem
tratamento diferenciado na forma de administração de seus patrimônios. Essas empresas
podem ser:
DIREITOS
Valores que a empresa tem a receber e que são equiparados a bens, pois fazem parte do
patrimônio que ela tem à sua disposição.
COLIGADAS
Empresas em que existe uma participação no capital não suficiente para que sejam
controladas, ou seja, a empresa tem uma participação no capital de outra sem que haja
interferência em sua administração.
CONTROLADAS
De acordo com o Código Civil:
“Art. 1.098. É controlada:
a sociedade de cujo capital outra sociedade possua a maioria dos votos nas deliberações
dos quotistas ou da assembleia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores;
a sociedade cujo controle, referido no item antecedente, esteja em poder de outra,
mediante ações ou quotas possuídas por sociedades ou sociedades por esta já
controladas.”
BENS MÓVEIS E IMÓVEIS
Outra forma de classificar os bens patrimoniais se dá pela definição de eles serem móveis ou
imóveis. Todos os bens patrimoniais dessa categoria são tangíveis. Quando um bem
patrimonial é classificado como imóvel, ele se encaixa em uma categoria específica de bens.
Essa classificação é utilizada pela Receita Federal para determinar os percentuais de
depreciação que serão usados para a declaração dos custos alocados à produção.
DEPRECIAÇÃO
Alocação sistemática do valor depreciável de um ativo aos custos de produção ao longo
da sua vida útil.
O QUE SÃO BENS PATRIMONIAIS IMÓVEIS?
Os bens patrimoniais imóveis são os prédios e as instalações fixas das empresas. Todos os
bens móveis incorporados de forma permanente a um bem imóvel passam a ser
considerados parte deste e, como tal, serão tratados dentro da gestão patrimonial como bens
imóveis.
Essa forma de tratamento facilita o gerenciamento desses itens, que poderiam formar
grandes quantidades se fossem gerenciados individualmente. Tal modo de apresentar os
bens é aceito pelo fisco e geralmente utilizado também na administração desses bens.
 
Fonte: Freepik
Existem bens incorporados a bens patrimoniais imóveis que, mesmo tendo características de
bens imóveis, são administrados de forma independente. Essa forma de administração é
utilizada para facilitar seu gerenciamento, uma vez que pode precisar de tratamento
diferenciado de depreciação ou mesmo de gestão independente por tratar-se de componente
sensível ao processo de produção.
Na outra ponta dessa classificação temos os bens patrimoniais móveis. São bens que podem
se locomover de um ponto a outro com independência.
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 EXEMPLO
Um exemplo desses bens são os automóveis de uma empresa, máquinas como uma
empilhadeira ou os caminhões de uma empresa de transportes. Todos esses bens têm por
principal característica não serem fixos em um lugar, não serem estáticos. Eles são
gerenciados de forma diferentedos bens imóveis e possuem taxas de depreciação bem
superiores às dos bens imóveis.
 
Fonte: Freepik
Dentro dessa classificação de bens móveis e imóveis temos uma particularidade importante,
pois os terrenos, apesar de serem bens imóveis, não sofrem depreciação. Seus valores são
preservados nos registros da administração por seu valor histórico. Esse procedimento
acontece, pois o terreno não perde o valor pelo uso como base para os prédios da empresa
e, por isso, não tem razão para que seu valor seja depreciado.
Existe outro grupo de bens imóveis que não são depreciados ou se exaurem: os bens da
natureza, pois oferecem uma quantidade de recursos finita a ser explorada.
 EXEMPLO
Um exemplo desse tipo de bem é uma plantação de árvores para corte, como acontece com
pinheiros para a produção de compensados e Medium Density Fiberboards(MDFs) ou Placas
de Fibra de Média Densidade. Sua exploração leva à finitude e o tratamento financeiro de
alocação de seus custos para produção é por exaustão. A exploração de minerais também
segue essa metodologia.
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EXAUSTÃO
Alocação sistemática do valor exaurível de um ativo biológico ou da natureza aos custos
de produção ao longo de seu consumo.
Temos ainda os bens semoventes, que se encaixam como bens móveis com propriedade de
movimentação própria. Enquadram-se nessa classificação bens como animais selvagens,
domésticos ou domesticados.
 EXEMPLO
Exemplos desse tipo de bem são os animais de fazenda, como bois e vacas. Eles são
utilizados como produtores de novos bens, novos semoventes, quando são utilizados como
matrizes em um rebanho. Esses bens não são considerados mercadorias, mas bens
patrimoniais em sua essência.
Já os animais criados para o abate são tratados como mercadorias que rentabilizam o
patrimônio da empresa, como os insumos da produção industrial.
BENS FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS
Vamos tratar, agora, da classificação dos bens patrimoniais em fungíveis e infungíveis. Essa
classificação é dada no Código Civil, em seu art. 85, que define bem fungível como aquele
bem móvel que pode ser substituído por outro bem “da mesma espécie, qualidade e
quantidade”.
O mesmo Código Civil não define o bem infungível, mas, por exclusão, chegamos à
conclusão de que o bem infungível é aquele que não pode ser substituído por bem igual em
espécie, qualidade e quantidade.
 EXEMPLO
São exemplos de bens infungíveis as obras de arte, os bens produzidos em série que foram
personalizados ou os objetos raros dos quais restam um único exemplar, como um livro de
edição antiga.
Os bens infungíveis são assim caracterizados, pois detêm peculiaridades que os tornam
únicos. Eles podem conter características intrínsecas ou extrínsecas únicas que não podem
ser facilmente copiadas ou imitadas. Normalmente, seu valor está relacionado a essa
característica e à dificuldade de sua imitação.
 
Fonte: Freepik
Um bem como um carro Ferrari de 1970, por exemplo, é único, pois foram produzidos poucos
exemplaresque não podem mais ser produzidos. Só o fato de terem sido produzidos em 1970
já os torna únicos. Quanto mais raros forem, maior valor terão, e sua venda normalmente
acontece em sistema de leilão, devido ao grande número de interessados em adquiri-los.
Outra característica dos bens fungíveis é que todos são bens móveis, pois, para que possam
ser substituíveis, não podem estar presos a um único lugar. São bens em que podem ser
feitas avaliações de equivalência com os bens substitutos.
PARA QUE UM BEM SEJA FUNGÍVEL ELE PRECISA
SER AVALIÁVEL E, ASSIM, COMPARÁVEL COM
RESULTADO IDÊNTICO EM ITENS COMO VALOR
ECONÔMICO, SOCIAL E JURÍDICO.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (INSTITUTO AOCP – 2019) LUIZA PRECISA INCORPORAR E REGISTRAR
UM EQUIPAMENTO FOTOCOPIADOR RECEBIDO PELO INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE) NA FORMA DE DOAÇÃO
DE UMA INDÚSTRIA PRODUTORA. PARA REGISTRAR ESSE BEM, EM QUAL
GÊNERO PATRIMONIAL EM QUE ELE DEVERÁ SER CLASSIFICADO?
A) Bem novo e infungível.
B) Bem móvel e fungível.
C) Bem cedido e fungível.
D) Bem doado e infungível.
2. (CÂMARA DE SALVADOR/BA – ANALISTA LEGISLATIVO MUNICIPAL –
2018) DENTRO DO CONTEXTO DA GESTÃO PATRIMONIAL DAS EMPRESAS,
OS BENS CORPÓREOS DESTINADOS À MANUTENÇÃO DAS ATIVIDADES DE
UMA COMPANHIA OU EXERCIDOS COM ESSA FINALIDADE SÃO
CLASSIFICADOS COMO:
A) Materiais de consumo.
B) Bens intangíveis.
C) Insumos.
D) Bens patrimoniais tangíveis ou imobilizado.
GABARITO
1. (Instituto AOCP – 2019) Luiza precisa incorporar e registrar um equipamento fotocopiador
recebido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na forma de doação de
uma indústria produtora. Para registrar esse bem, em qual gênero patrimonial em que ele
deverá ser classificado?
A alternativa "B " está correta.
 
Uma fotocopiadora faz parte dos bens patrimoniais da empresa, mas não se incorpora ao
prédio em que é instalada.Por isso, é classificada como bem móvel.Além disso, esse
equipamento é um bem fungível, podendo ser substituído por outro com a mesma qualidade
e quantidade e da mesma espécie.
2. (Câmara de Salvador/BA – Analista Legislativo Municipal – 2018) Dentro do contexto da
gestão patrimonial das empresas, os bens corpóreos destinados à manutenção das
atividades de uma companhia ou exercidos com essa finalidade são classificados como:
A alternativa "D " está correta.
 
Os bens corpóreos empregados na produção são máquinas, equipamentos e prédios— todos
são tangíveis e fazem parte dos bens imobilizados da empresa.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o estudo desenvolvido neste tema, passamos aentender melhor como os materiais e
bens patrimoniais são classificados em uma empresa.
Neste trajeto, compreendemos os conceitos que norteiam a diferenciação entre materiais e
bens patrimoniais, suas formas mais comuns de classificação e como tratá-los nessa
classificação.
Ao desenvolvermos os objetivos propostos criamos a base que servirá para você continuar
seu caminho pela gestão dos materiais e dos bens patrimoniais.
Essas definições fundamentam qualquer classificação de materiais e resumem bem as
funções que cada um desempenha na empresa. Seu gerenciamento depende de uma boa
classificação que pode ser útil ou não, dependendo de sua abrangência, flexibilidade e
praticidade.
Assim, esperamos ter colaborado com essa construção de conhecimento e aprimoramento,
que pode levá-lo ao crescimento em sua carreira.
REFERÊNCIAS
ACCIOLY, F.; AYRES, A. de P. S.; SUCUPIRA, C. Gestão de estoques. Rio de Janeiro: FGV,
2008.
CERQUEIRA, R. S. Administração de materiais e bens materiais. São Paulo: Senac, 2019.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2012.
E-PALETES – Bioenergia. Pallet ou palete? – descubra a diferença. Maceió: E-Paletes, 2015.
GONÇALVES, P. S. Administração de materiais. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus-Elsevier, 2014.
MARTINS, P. G. Administração de materiais e recursos patrimoniais.3ed.rev. e atual.São
Paulo: Saraiva, 2009.
PAOLESCHI, B. Almoxarifado e gestão do estoque. 2. ed. São Paulo: Érica, 2014.
SILVA, B. W. Gestão de estoques: planejamento, execução e controle. 2.ed. João Monlevade:
BWS Consultoria, 2019.
VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque prático. 1. ed.São Paulo: Atlas, 2006.
EXPLORE+
Pesquisa e assista ao vídeo institucional da empresa de equipamentos SSI Schafer, que
projetou e montou os sistemas de recebimento e armazenagem automáticos da empresa de
Cosméticos Natura: HUB Natura (2015).
Pesquise e acesse o Portal da Legislação – Planaltopara consultar toda a legislação
atualizada, tanto aquela originalmente publicada no Diário Oficial da União (DOU) quanto às
leis consolidadas, ou seja, com as alterações posteriores indicadas e o trecho legal que
deixou de vigorar.
CONTEUDISTA
Ettore de Carvalho Oriol
 CURRÍCULO LATTES
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