Buscar

Aula 6 - DIREITO AMBIENTAL - Espac_os especialmente protegidos - parte 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO	AMBIENTAL	
(aula	06)	
	
Prof.:	Marcelo	Timbó.	
	
	
	
	
Espaços	territoriais	especialmente	protegidos	(parte	II)	
	
	
1) Reserva	Legal		
	
O	 conceito	 de	Reserva	 Legal	 está	 no	 art.	 3º,	 III,	 do	 novo	 Código	
Florestal	(Lei	n.	12.651/2012)	–	ver	dispositivo.		
Do	 conceito,	 nota-se	 que	 a	 área	 da	 reserva	 legal	 está	 inserida	 em	
posse	ou	propriedade	rural.		
Oportuno	 observar	 que,	 nos	 termos	 do	 art.	 19	 do	 CFlo,	 a	mera	
inserção	 do	 imóvel	 rural	 em	 perímetro	 urbano	 definido	 mediante	 lei	
municipal	(ou	seja,	a	cidade	cresceu	e	“invadiu”	o	que	antes	era	considerado	área	
rural)	não	desobriga	o	proprietário	ou	posseiro	da	manutenção	da	área	de	
Reserva	 Legal,	 que	 só	 será	 extinta	 concomitantemente	 ao	 registro	 do	
parcelamento	 do	 solo	 para	 fins	 urbanos,	 aprovado	 segundo	 a	 legislação	
específica	e	consoante	as	diretrizes	do	plano	diretor.			
Assim,	 o	 proprietário	 de	 um	 imóvel	 originariamente	 rural	 só	 verá	
extinta	a	reserva	legal	quando	o	município	aprovar	o	registro	de	parcelamento	do	
solo	urbano,	não	bastando	a	mera	inserção	do	imóvel	rural	em	perímetro	urbano.		
Para	 o	 STJ,	 tanto	 as	 APPs	 quanto	 as	 Reservas	 Legais	 visam	 a	
assegurar	 o	 mínimo	 ecológico	 do	 imóvel,	 ou	 seja,	 garantir	 seus	 processos	
ecológicos	essenciais	e	a	diversidade	biológica.		
Deste	modo,	entende-se	que	a	natureza	jurídica	da	Reserva	Legal	é	
de	limitação	ao	uso	da	propriedade	(limitação	administrativa),	técnica	jurídica	
de	 intervenção	 estatal	 nas	 atividades	 humanas,	 na	 propriedade	 e	 na	 ordem	
econômica	 em	 favor	 do	 interesse	 público,	 sem	 que	 se	 configure	
desapossamento	 ou	 desapropriação	 indireta,	 operando-se	 por	 meio	 de	
obrigação	de	não	fazer,	de	fazer	e	de	suportar	(REsp.	1.240.122,	de	28/06/2011).	
Por	esta	natureza,	de	limitação	do	uso	da	propriedade,	a	instituição	
de	 uma	 Reserva	 Legal	 não	 é	 indenizável,	 devendo	 ser	 suportada	 pelo	
proprietário	rural.	
Para	 entender	 o	 que	 são	 as	 reservas	 legais,	 precisamos	
primeiramente	entender	o	que	é	a	Amazônia	Legal.		
A	Amazônia	 Legal	 corresponde	 à	 totalidade	 dos	 estados	 do	Acre,	
Amapá,	Amazonas,	Pará,	Roraima,	Rondônia	e	Tocantins	e	parte	dos	estados	
do	Mato	Grosso	e	Maranhão	–	área	de	ocorrência	das	vegetações	amazônicas.	A	
Amazônia	 Legal	 abriga	 todo	 o	 bioma	 Amazônia,	 correspondendo	 a	 1/3	 das	
florestas	tropicais	úmidas	do	planeta	e	1/5	da	disponibilidade	mundial	de	água	
potável.	Vejamos	no	mapa	a	extensão	desta	área:	
	
	
	
	
	
As	áreas	de	Reserva	Legal	já	têm	percentuais	mínimos	definidos	no	
art.	12	do	novo	CFlo	(são	áreas	que	têm	existência	ex	lege),	que	depende	apenas	
da	vegetação	e	da	localização.		
Assim,	 será	Reserva	Legal	 a	 área	 localizada	na	Amazônia	 Legal	 em	
percentual	mínimo	de:	
a)	80%	(oitenta	por	cento),	no	imóvel	situado	em	área	de	florestas;	
b)	35%	(trinta	e	cinco	por	cento),	no	imóvel	situado	em	área	de	cerrado;	
c)	20%	(vinte	por	cento),	no	imóvel	situado	em	área	de	campos	gerais;	
Se	 a	 área	 rural	 não	 estiver	 na	 Amazônia	 Legal,	 a	 área	 do	 imóvel	
correspondente	à	Reserva	Legal	será	de	um	percentual	mínimo	de	20%	(vinte	
por	cento).	
Entretanto,	na	forma	do	art.	12,	§§	4º	e	5º,	do	CFlo,	as	áreas	de	Reserva	
Legal	 localizadas	 em	 floresta	 poderão	 ser	 diminuídas	 para	 até	 50%,	 caso	
algumas	exigências	legais	sejam	obedecidas.	
Assim	como,	as	áreas	de	Reserva	Legal	poderão	ser	ampliadas,	em	
até	50%,	para	cumprimento	de	metas	nacionais	de	proteção	à	biodiversidade	ou	
de	redução	de	emissão	de	gases	de	efeito	estufa	(art.	13,	II,	do	novo	CFlo).		
Para	 se	 determinar	 a	 localização	 da	 área	 de	 Reserva	 Legal	 no	
imóvel	rural,	tarefa	do	órgão	estadual	integrante	do	SISNAMA	(não	é	o	próprio	
proprietário	 do	 imóvel	 que	 estabelece	 a	 área),	 devem	 ser	 considerados	 os	
critérios	estabelecidos	no	art.	14	do	CFlo.		
Oportuno	observar	também	que	será	admitido	o	cômputo	das	APPs	
no	cálculo	do	percentual	da	Reserva	Legal	do	imóvel	rural,	nos	termos	do	art.	
15	do	CFlo,	desde	que:	i)	o	benefício	não	implique	em	novos	desmatamentos;	ii)	a	
área	 computada	 esteja	 conservada	 ou	 em	 processo	 de	 recuperação;	 ou	 iii)	 o	
proprietário	ou	possuidor	da	terra	tenha	postulado	a	inscrição	do	imóvel	rural	no	
Cadastro	Ambiental	Rural	(CAR).	
Também	 é	 importante	 observar	 os	 empreendimentos	 e	 atividades	
que	 não	 estão	 sujeitos	 à	 constituição	 de	 Reserva	 Legal:	 nas	 áreas	 onde	 se	
localizem	empreendimentos	de	abastecimento	público	de	água	e	tratamento	
de	 esgoto,	 áreas	 nas	 quais	 funcionem	 empreendimentos	 de	 exploração	 de	
potencial	de	energia	hidráulica,	de	geração	de	energia	elétrica,	subestações	
ou	 sejam	 instaladas	 linhas	 de	 transmissão	 e	 de	 distribuição	 de	 energia	
elétrica;	 áreas	 para	 implantação	 e	 ampliação	 de	 capacidade	 de	 ferrovias	 e	
rodovias	(art.	12,	§§§	6º,	7º,	8º,	do	CFlo).	
Observação.	 A	 Reserva	 Legal	 necessitava	 sempre	 de	 inscrição	
obrigatória	do	título	no	Cartório	de	Imóveis,	mediante	averbação,	nos	termos	do	
antigo	CFlo.	Entretanto,	esta	obrigatoriedade	 foi	extinta	pelo	atual	CFlo,	que	
instituiu	apenas	o	dever	de	o	proprietário	registrar	a	reserva	legal	no	Cadastro	
Rural	Ambiental	(art.	18,	do	CFlo).	
Na	área	de	Reserva	Legal	é	defeso	o	corte	raso	da	vegetação,	sendo	
possível	a	exploração	por	meio	do	manejo	florestal	sustentável	(exploração	que	
respeita	os	mecanismos	de	sustentação	ecossistêmica).	
Observação.	Quando	um	imóvel	é	desapropriado	pelo	Poder	Público,	
regra	 geral	 o	 proprietário	 deve	 ser	 indenizado	 e	 tal	 cálculo	 do	 valor	 da	
indenização	levará	em	consideração	a	produtividade	da	área,	sendo	que	a	Área	de	
Reserva	Legal,	para	ser	excluída	do	cálculo	da	produtividade	do	imóvel,	deve	ter	
sido	averbada	no	registro	imobiliário	antes	da	vistoria	feita	pelo	poder	público.	
Neste	 sentido,	 existem	 precedentes	 do	 STF	 e	 do	 STJ.	 Assim,	 não	 bastará	 a	
averbação	genérica,	sendo	que,	se	não	se	encontrar	individualizada	na	averbação,	
a	 Área	 de	 Reserva	 Legal	 não	 poderá	 ser	 excluída	 da	 área	 total	 do	 imóvel	
desapropriado	 para	 efeito	 de	 cálculo	 da	 produtividade	 (AgRg	 no	 REsp.	
1.301.751/MT,	Rel.	Ministro	Herman	Benjamin,	Segunda	Turma,	j.	08/04/2014,	
Dje	25/09/2014).	
	
2) Apicuns	e	Salgados		
	
Os	 Apicuns	 e	 Salgados	 estão	 disciplinados	 no	 art.	 11-A	 do	 CFlo,	
sendo	áreas	de	uso	ecologicamente	sustentável	localizadas	na	Zona	Costeira.		
	
Apicuns	e	Salgados	são	locais	próximos	às	praias,	onde	normalmente	
é	feita	a	carcinicultura	(criação	de	camarão)	ou	instituídas	salinas,	desde	que	
observados	os	requisitos	estabelecidos	no	§1º,	do	art.	11-A,	do	CFlo.	
Os	 Salgados	 também	 são	 chamados	 de	 marismas	 tropicais	
hipersalinos,	onde	pode	ocorrer	a	presença	de	vegetação	herbácea	específica	
(solo	cuja	salinidade	varia	entre	100	e	150	partes	por	1.000).		
Já	 os	Apicuns	 são	 áreas	 com	 salinidade	 ainda	maior	 do	 que	 os	
Salgados	(salinidade	acima	de	150	partes	por	1.000),	desprovidas	de	vegetação	
vascular,	sendo	uma	espécie	de	brejo	de	água	salgada	perto	do	mar.		
Nos	 termos	 do	 §	 2º,	 do	 art.	 11-A,	 a	 licença	 ambiental	 para	
empreendimentos	 de	 carcinicultura	 nestes	 locais	 será	 de	 5	 (cinco)	 anos,	
renovável	 apenas	 se	 o	 empreendedor	 cumprir	 com	 as	 exigências	 da	
legislação	ambiental	e	com	as	condicionantes	do	próprio	licenciamento.		
Também	 existem	 hipóteses	 em	 que	 o	 legislador	 presumiu	 a	
possibilidade	 de	 significativa	 degradação	 ambiental,	 exigindo	 o	 EPIA-RIMA	
(Estudo	Prévio	de	Impacto	Ambiental)	e	o	seu	Relatório	de	Impacto	Ambiental,	
para	os	empreendimentos	nas	dimensões	previstas	no	art.	11-A,	§	3º,	do	CFlo.		
	
3) Áreas	de	Uso	Restrito	
	
A	 criação	 das	 Áreas	 de	 Uso	 Restrito	 (art.	 10,	 CFlo)	 foi	 uma	 das	
poucas	inovações	positivas	do	Código	Florestal,	sendo	áreas	que	se	destinam	aproteger	 e	 fomentar	 o	 desenvolvimento	 de	 pantanais	 e	 planícies	
pantaneiras	 no	 Brasil,	 ecossistemas	 enquadrados	 como	 áreas	 úmidas,	 tendo	
como	grande	exemplo	o	Bioma	do	Pantanal	Mato-Grossense,	considerado	como	
patrimônio	nacional	pelo	art.	225,	§	4º,	da	Constituição	de	1988.	
Nestes	 locais	 é	 permitida	 a	 exploração	 economicamente	
sustentável,	de	 acordo	 com	 as	 recomendações	 técnicas	 dos	 órgãos	 oficiais	 de	
pesquisa	(art.	10),	bem	como	o	manejo	florestal	sustentável	e	o	exercício	de	
atividades	agrossilvipastoris	(art.	11),	em	áreas	de	inclinação	entre	25º	e	45º.	
	
	
4) Áreas	Verdes	Urbanas	
	
As	Áreas	Verdes	Urbanas	estão	definidas	como	espaços	públicos	ou	
privados,	 com	predomínio	 de	 vegetação,	 preferencialmente	 nativa,	 natural	 ou	
recuperada,	previstos	no	Plano	Diretor,	nas	Leis	de	Zoneamento	Urbano	e	Uso	
do	Solo	do	Município,	indisponíveis	para	construção	de	moradias,	destinadas	
a	 propósitos	 de	 recreação,	 lazer,	 melhoria	 da	 qualidade	 ambiental	 urbana,	
proteção	dos	recursos	hídricos,	manutenção	ou	melhoria	paisagística,	proteção	
de	bens	e	manifestações	culturais.		
As	 novas	 Áreas	 Verdes	 Urbanas	 poderão	 ser	 criadas	 pelos	
instrumentos	previstos	no	art.	25	do	CFlo.		
O	PDDU	de	Salvador,	Lei	Municipal	n.	9.069/2016,	prevê,	em	várias	
passagens	a	necessidade	de	inserção	ou	preservação	de	áreas	verdes,	como,	por	
exemplo,	quando	estabelece	as	diretrizes	das	ZUE	(Zonas	de	Uso	Especial),	art.	
188,	I,	“e”;	ou	ainda	no	art.	333,	III	(estruturação	dos	parques	urbanos)	etc.		
	
5) Unidades	de	Conservação	
	
As	Unidades	 de	 Conservação	 são	mais	 um	 espaço	 especialmente	
protegido,	 mas	 que	 têm	 sua	 regulamentação	 pela	 Lei	 n.	 9.985/2000,	 lei	 que	
aprovou	o	SNUC	(Sistema	Nacional	das	Unidades	de	Conservação	da	Natureza)1,	
regulamentado	 parcialmente	 pelo	 Decreto	 4.340/2002,	 prevendo	 doze	
modalidades	de	unidades	de	conservação2.	
Entretanto,	mesmo	antes	da	Lei	do	SNUC,	já	havia	algumas	Unidades	
de	 Conservação	 previstas	 no	 antigo	 Código	 Florestal	 (Lei	 n.	 4.771/1965),	 que	
tratava	 das	 florestas	 nacionais,	 bem	 como	 na	 Lei	 6.902/1981,	 a	 exemplos	 das	
Áreas	de	Proteção	Ambiental	e	das	Estações	Ecológicas.		
No	 Brasil,	 a	 primeira	 unidade	 de	 conservação	 foi	 criada	 em	 1937,	
instituída	oficialmente	pelo	Decreto	1.713	(Getúlio	Vargas),	o	Parque	Nacional	
de	 Itatiaia.	 Mundialmente,	 os	 EUA	 foram	 os	 pioneiros	 na	 criação	 de	 Parque	
 
1	Lei	do	SNUC:	Art.	3o	O	Sistema	Nacional	de	Unidades	de	Conservação	da	Natureza	-	SNUC	é	constituído	pelo	conjunto	
das	unidades	de	conservação	federais,	estaduais	e	municipais,	de	acordo	com	o	disposto	nesta	Lei.	
2	Este	rol	é	Taxativo,	salvo	a	possibilidade	prevista	no	art.	6º,	parágrafo	único	da	Lei	do	SNUC.	
 
Nacional,	o	famoso	Parque	de	Yellowstone,	em	1872,	conhecido	por	ser	a	mordia	
do	Urso	Zé	Colmeia.		
Nos	termos	da	Lei	n.	9.985/2000	(Lei	do	SNUC):	
Art. 2o Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, 
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, 
legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites 
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias 
adequadas de proteção; 
As	Unidades	de	Conservação	poderão	ser	criadas	por	ato	do	Poder	
Executivo	 (lei	 ou	decreto),	 mas	 apenas	 extintas	 ou	 reduzidas	 por	 lei,	 nos	
termos	do	art.	225,	§	1º,	III,	da	CF/88.	
Nos	termos	do	art.	22,	§2º	da	Lei	do	SNUC,	a	criação	de	uma	unidade	
de	conservação	deve	ser	precedida	de	estudos	técnicos	e	de	consulta	pública	
que	permitam	identificar	a	localização,	a	dimensão	e	os	limites	mais	adequados	
para	 a	 unidade,	 conforme	 se	 dispuser	 em	 regulamento,	 sendo	 dispensável	 a	
consulta	pública	para	a	criação	de	Estação	Ecológica	ou	Reserva	Biológica,	
nos	termos	do	§	4º,	do	mesmo	artigo	22.	(Obs.:	a	Estação	Ecológica	e	a	Reserva	
Biológica	são	Unidades	de	Proteção	Integral,	nos	moldes	do	art.	8º,	I	e	II	da	Lei	
do	SNUC).	
Observação:	 segundo	 o	 STF,	 o	 parecer	 emitido	 pelo	 Conselho	
Consultivo	do	Parque	não	pode	substituir	a	consulta	pública	quando	exigida	
na	 lei	 (STF,	 MS	 24.184/DF,	 de	 13/08/2003),	 assim	 como	 a	 ampliação	 dos	
limites	 territoriais	 de	 unidade	 de	 conservação	 também	 necessitará	 de	
consulta	pública	e	estudos	técnicos	(STF,	MS	24.665/DF,	de	01/12/2004).	
As	Unidades	de	Conservação	se	dividem	em	dois	grandes	grupos	ou	
duas	grandes	categorias	(art.	7º	da	Lei	do	SNUC):	
	
1) Unidades	 de	 Proteção	 INTEGRAL,	 cujo	 objetivo	 básico	 é	
preservar	a	natureza,	sendo	admitido	apenas	o	uso	indireto3	dos	
 
3 Uso indireto é aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. 
seus	recursos	naturais,	 com	exceção	dos	casos	previstos	nesta	
Lei	do	SNUC	(art.	7º,	§	1º),	 sendo	considerada	como	zona	rural	
para	os	efeitos	legais	(art.	49).		
	
2) Unidades	 de	 USO	 SUSTENTÁVEL,	 cujo	 objetivo	 básico	 das	
Unidades	 de	 Uso	 Sustentável	 é	 compatibilizar	 a	 conservação	 da	
natureza	 com	 o	 uso	 sustentável	 de	 parcela	 dos	 seus	 recursos	
naturais	(art.	7º,	§	2º).		
	
	
O	 grupo	 das	 Unidades	 de	 Proteção	 Integral	 é	 composto	 pelas	
seguintes	 categorias	 de	 unidade	 de	 conservação:	 I	 -	 Estação	 Ecológica;	 II	 -	
Reserva	Biológica;	III	-	Parque	Nacional;	IV	-	Monumento	Natural;	V	-	Refúgio	
de	Vida	Silvestre	(art.	8º	da	Lei	do	SNUC).	
Especificamente:		
a) Art.	 9o	A	Estação	Ecológica	 (ESEC)	 tem	 como	 objetivo	 a	preservação	 da	
natureza	e	a	realização	de	pesquisas	científicas.	§	1o	A	Estação	Ecológica	é	
de	posse	e	domínio	públicos,	sendo	que	as	áreas	particulares	incluídas	
em	seus	limites	serão	desapropriadas,	de	acordo	com	o	que	dispõe	a	lei.	§	
2o	 É	 proibida	 a	 visitação	 pública,	 exceto	 quando	 com	 objetivo	
educacional,	de	acordo	com	o	que	dispuser	o	Plano	de	Manejo	da	unidade	ou	
regulamento	 específico.	 §	 3o	 A	 pesquisa	 científica	 depende	 de	 autorização	
prévia	do	órgão	responsável	pela	administração	da	unidade	e	está	sujeita	às	
condições	e	restrições	por	este	estabelecidas,	bem	como	àquelas	previstas	em	
regulamento.	
Exemplo	de	Estação	Ecológica	na	Bahia:	Estação	Ecológica	Veracel	(entre	os	
municípios	 de	 Santa	 Cruz	 Cabrália	 e	 Porto	 Seguro,	 extremo	 sula	 da	 Bahia);	
Estação	Ecológica	do	Rio	Preto	(entre	os	municípios	de	Formosa	do	Rio	Preto	
e	Santa	Rita	de	Cássia).	
b) Art.	 10.	 A	 Reserva	 Biológica	 (REBIO)	 tem	 como	 objetivo	 a	 preservação	
integral	da	biota	e	demais	atributos	naturais	existentes	em	seus	limites,	
sem	 interferência	 humana	 direta	 ou	 modificações	 ambientais,	
excetuando-se	as	medidas	de	recuperação	de	seus	ecossistemas	alterados	e	
as	 ações	 de	 manejo	 necessárias	 para	 recuperar	 e	 preservar	 o	 equilíbrio	
natural,	 a	 diversidade	 biológica	 e	 os	 processos	 ecológicos	 naturais.	 §	 1o	 A	
Reserva	 Biológica	 é	 de	 posse	 e	 domínio	 públicos,	 sendo	 que	 as	 áreas	
particulares	incluídas	em	seus	limites	serão	desapropriadas,	de	acordo	
com	o	que	dispõe	a	lei.	§	2o	É	proibida	a	visitação	pública,	exceto	aquela	
com	objetivo	 educacional,	 de	 acordo	 com	 regulamento	 específico.	 §	 3o	A	
pesquisa	científica	depende	de	autorização	prévia	do	órgão	responsável	
pela	administração	da	unidade	e	está	sujeita	às	condições	e	restrições	por	este	
estabelecidas,	bem	como	àquelas	previstas	em	regulamento.	
c) Art.	11.	O	Parque	Nacional	(PN)	tem	como	objetivo	básico	a	preservação	de	
ecossistemas	naturais	de	grande	relevância	ecológica	e	beleza	cênica,	
possibilitando	a	realização	de	pesquisas	científicas	e	o	desenvolvimento	
de	atividades	de	educação	e	interpretação	ambiental,	de	recreação	em	
contato	com	a	natureza	e	de	turismo	ecológico.	§	1o	O	ParqueNacional	é	
de	posse	e	domínio	públicos,	sendo	que	as	áreas	particulares	incluídas	
em	seus	limites	serão	desapropriadas,	de	acordo	com	o	que	dispõe	a	lei.	§	
2o	 A	 visitação	 pública	 está	 sujeita	 às	 normas	 e	 restrições	 estabelecidas	 no	
Plano	de	Manejo	da	unidade,	às	normas	estabelecidas	pelo	órgão	responsável	
por	sua	administração,	e	àquelas	previstas	em	regulamento.	§	3o	A	pesquisa	
científica	 depende	 de	 autorização	 prévia	 do	 órgão	 responsável	 pela	
administração	da	unidade	e	está	sujeita	às	condições	e	restrições	por	este	
estabelecidas,	bem	como	àquelas	previstas	em	regulamento.	
d) Art.	 12.	 O	 Monumento	 Natural	 (MONAT)	 tem	 como	 objetivo	 básico	
preservar	sítios	naturais	raros,	singulares	ou	de	grande	beleza	cênica.	§	
1o	 O	 Monumento	 Natural	 pode	 ser	 constituído	 por	 áreas	 particulares,	
desde	 que	 seja	 possível	 compatibilizar	 os	 objetivos	 da	 unidade	 com	 a	
utilização	 da	 terra	 e	 dos	 recursos	 naturais	 do	 local	 pelos	 proprietários.	 §	
2o	Havendo	incompatibilidade	entre	os	objetivos	da	área	e	as	atividades	
privadas	 ou	 não	 havendo	 aquiescência	 do	 proprietário	 às	 condições	
propostas	 pelo	 órgão	 responsável	 pela	 administração	 da	 unidade	 para	 a	
coexistência	do	Monumento	Natural	com	o	uso	da	propriedade,	a	área	deve	
ser	desapropriada,	de	acordo	com	o	que	dispõe	a	lei.	§	3o	A	visitação	pública	
está	 sujeita	 às	 condições	 e	 restrições	 estabelecidas	no	Plano	de	Manejo	da	
unidade,	 às	 normas	 estabelecidas	 pelo	 órgão	 responsável	 por	 sua	
administração	e	àquelas	previstas	em	regulamento.	
Exemplo	de	MONAT	na	Bahia:	Cachoeira	do	Ferro	Doido,	localizada	a	18km	do	
município	 de	Morro	 do	 Chapéu,	 sendo	 uma	 queda	 d’água	 de	 118	metros	 de	
altura.	
	
(Foto:	Rui	Rezende)	 	
	
e) Art.	 13.	O	Refúgio	 de	 Vida	 Silvestre	 (RVS)	 tem	 como	 objetivo	proteger	
ambientes	 naturais	 onde	 se	 asseguram	 condições	 para	 a	 existência	 ou	
reprodução	 de	 espécies	 ou	 comunidades	 da	 flora	 local	 e	 da	 fauna	
residente	 ou	 migratória.	 §	 1o	 O	 Refúgio	 de	 Vida	 Silvestre	 pode	 ser	
constituído	 por	 áreas	 particulares,	 desde	 que	 seja	 possível	
compatibilizar	os	objetivos	da	unidade	com	a	utilização	da	terra	e	dos	
recursos	 naturais	 do	 local	 pelos	 proprietários.	 §	 2o	 Havendo	
incompatibilidade	entre	os	objetivos	da	área	e	as	atividades	privadas	ou	não	
havendo	 aquiescência	 do	 proprietário	 às	 condições	 propostas	 pelo	 órgão	
responsável	pela	administração	da	unidade	para	a	coexistência	do	Refúgio	de	
Vida	Silvestre	com	o	uso	da	propriedade,	a	área	deve	ser	desapropriada,	de	
acordo	 com	 o	 que	 dispõe	 a	 lei.	 §	 3o	A	 visitação	 pública	 está	 sujeita	 às	
normas	e	 restrições	estabelecidas	no	Plano	de	Manejo	da	unidade,	 às	
normas	 estabelecidas	 pelo	 órgão	 responsável	 por	 sua	 administração,	 e	
àquelas	previstas	em	regulamento.	§	4o	A	pesquisa	científica	depende	de	
autorização	prévia	do	órgão	responsável	pela	administração	da	unidade	
e	 está	 sujeita	 às	 condições	 e	 restrições	 por	 este	 estabelecidas,	 bem	 como	
àquelas	previstas	em	regulamento.	
	
Já	 nas	Unidades	 de	Uso	 Sustentável	 é	possível	 a	 exploração	 do	
ambiente,	desde	que	se	garanta	a	perenidade	dos	recursos	ambientais	renováveis	
e	dos	processos	ecológicos,	mantendo-se	a	biodiversidade	e	os	demais	atributos	
ecológicos.	 É	 composto	 pelas	 seguintes	 categorias:	 I	 -	 Área	 de	 Proteção	
Ambiental;	II	-	Área	de	Relevante	Interesse	Ecológico;	III	-	Floresta	Nacional;	
IV	 -	 Reserva	 Extrativista;	 V	 -	 Reserva	 de	 Fauna;	 VI	 –	 Reserva	 de	
Desenvolvimento	 Sustentável;	 e	 VII	 -	 Reserva	 Particular	 do	 Patrimônio	
Natural.	
Especificamente:		
a) Art.	 15.	 A	 Área	 de	 Proteção	 Ambiental	 (APA)	 é	 uma	 área	 em	 geral	
extensa,	com	um	certo	grau	de	ocupação	humana,	dotada	de	atributos	
abióticos,	bióticos,	estéticos	ou	culturais	especialmente	importantes	
para	a	qualidade	de	vida	e	o	bem-estar	das	populações	humanas,	e	
tem	 como	 objetivos	 básicos	 proteger	 a	 diversidade	 biológica,	
disciplinar	o	processo	de	ocupação	e	assegurar	a	sustentabilidade	do	
uso	 dos	 recursos	 naturais.	 §	 1o	 A	 Área	 de	 Proteção	 Ambiental	 é	
constituída	por	terras	públicas	ou	privadas.	§	2o	Respeitados	os	limites	
constitucionais,	 podem	 ser	 estabelecidas	 normas	 e	 restrições	 para	 a	
utilização	 de	 uma	 propriedade	 privada	 localizada	 em	 uma	 Área	 de	
Proteção	Ambiental.	§	3o	As	condições	para	a	realização	de	pesquisa	
científica	 e	 visitação	 pública	 nas	 áreas	 sob	 domínio	 público	 serão	
estabelecidas	 pelo	 órgão	 gestor	 da	 unidade.	 §	 4o	 Nas	 áreas	 sob	
propriedade	privada,	cabe	ao	proprietário	estabelecer	as	condições	
para	 pesquisa	 e	 visitação	 pelo	 público,	 observadas	 as	 exigências	 e	
restrições	 legais.	 §	 5o	 A	 Área	 de	 Proteção	 Ambiental	 disporá	 de	 um	
Conselho	 presidido	 pelo	 órgão	 responsável	 por	 sua	 administração	 e	
constituído	por	representantes	dos	órgãos	públicos,	de	organizações	da	
sociedade	 civil	 e	 da	 população	 residente,	 conforme	 se	 dispuser	 no	
regulamento	desta	Lei.	
Exemplo	de	APA	na	Bahia:	APA	Litoral	Norte	(faixa	litorânea	com	10km	de	
largura	e	142km	de	extensão,	ao	longo	da	Linha	Verde,	indo	de	Praia	do	Forte	
até	Mangue	Seco),	APA	Baía	de	Todos	os	Santos,	APA	Baía	de	Camamu,	APA	
Lagoas	e	Dunas	do	Abaeté,	APA	Serra	Branca	Raso	da	Catarina	(próxima	aos	
municípios	 de	 Paulo	 Afonso,	 Jeremoabo,	 Canudos	 e	 Macururé,	 provável	
antigo	esconderijo	de	Lampião).	
b) Art.	16.	A	Área	de	Relevante	Interesse	Ecológico	(ARIE)	é	uma	área	em	
geral	de	pequena	extensão,	com	pouca	ou	nenhuma	ocupação	humana,	
com	 características	 naturais	 extraordinárias	 ou	 que	 abriga	
exemplares	 raros	 da	 biota	 regional,	 e	 tem	 como	 objetivo	manter	 os	
ecossistemas	 naturais	 de	 importância	 regional	 ou	 local	 e	 regular	 o	 uso	
admissível	dessas	áreas,	de	modo	a	compatibilizá-lo	com	os	objetivos	de	
conservação	da	natureza.	§	1o	A	Área	de	Relevante	Interesse	Ecológico	é	
constituída	por	terras	públicas	ou	privadas.	§	2o	Respeitados	os	limites	
constitucionais,	 podem	 ser	 estabelecidas	 normas	 e	 restrições	 para	 a	
utilização	 de	 uma	 propriedade	 privada	 localizada	 em	 uma	 Área	 de	
Relevante	Interesse	Ecológico.	
Exemplo	 de	 ARIE	 na	 Bahia:	 A	 ARIE	 Serra	 do	 Orobó,	 que	 se	 encontra	
inserida	nos	municípios	de	Rui	Barbosa	e	Itaberaba,	a	315km	de	Salvador	
(área	 total	de	7.397	ha),	possui	 representantes	de	 três	grandes	biomas:	a	
mata	atlântica,	a	caatinga	e	o	cerrado,	os	quais	possuem	grande	diversidade	
biológica	 e	 características	 especificas.	 Tem	 como	 objetivo	 garantir	 a	
preservação	 das	 florestas	 e	 o	 curso	 dos	 riachos,	 além	 de	 disciplinar	 as	
atividades	produtivas	ali	desenvolvidas,	garantindo	o	uso	racional	das	águas.	
Foi	criada	pelo	Decreto	Estadual	nº	8.267	de	06	de	junho	de	2002	
	
c) Art.	17.	A	Floresta	Nacional	(FONA)	é	uma	área	com	cobertura	florestal	
de	espécies	predominantemente	nativas	e	tem	como	objetivo	básico	o	
uso	 múltiplo	 sustentável	 dos	 recursos	 florestais	 e	 a	 pesquisa	
científica,	 com	 ênfase	 em	 métodos	 para	 exploração	 sustentável	 de	
florestas	nativas.	§	1o	A	Floresta	Nacional	é	de	posse	e	domínio	públicos,	
sendo	que	as	áreas	particulares	incluídas	em	seus	limites	devem	ser	
desapropriadas	 de	 acordo	 com	 o	 que	 dispõe	 a	 lei.	 §	 2o	 Nas	 Florestas	
Nacionais	é	admitida	a	permanência	de	populações	tradicionais	que	a	
habitam	 quando	 de	 sua	 criação,	 em	 conformidade	 com	 o	 disposto	 em	
regulamento	e	no	Plano	de	Manejo	da	unidade.	§	3o	A	visitação	pública	é	
permitida,	 condicionada	 às	 normas	 estabelecidas	 para	 o	 manejo	 da	
unidade	pelo	órgão	responsável	por	sua	administração.	§	4o	A	pesquisa	é	
permitida	e	incentivada,	sujeitando-se	à	prévia	autorização	do	órgão	
responsável	pela	administração	da	unidade,	às	condições	e	restrições	
por	este	estabelecidase	àquelas	previstas	em	regulamento.	§	5o	A	Floresta	
Nacional	 disporá	 de	 um	 Conselho	 Consultivo,	 presidido	 pelo	 órgão	
responsável	por	sua	administração	e	constituído	por	 representantes	de	
órgãos	públicos,	de	organizações	da	sociedade	civil	e,	quando	for	o	caso,	
das	 populações	 tradicionais	 residentes.	 §	 6o	A	 unidade	 desta	 categoria,	
quando	 criada	 pelo	 Estado	 ou	 Município,	 será	 denominada,	
respectivamente,	Floresta	Estadual	e	Floresta	Municipal.	
Exemplo	de	Floresta	Nacional	na	Bahia:	Floresta	Nacional	Contendas	do	
Sincorá	(em	Tanhaçu,	aproximadamente	a	90	km	de	Brumado/Ba).	
d) Art.	 18.	 A	 Reserva	 Extrativista	 (RESEX)	 é	 uma	 área	 utilizada	 por	
populações	 extrativistas	 tradicionais,	 cuja	 subsistência	 baseia-se	 no	
extrativismo	e,	complementarmente,	na	agricultura	de	subsistência	e	
na	criação	de	animais	de	pequeno	porte,	e	tem	como	objetivos	básicos	
proteger	os	meios	de	vida	e	a	cultura	dessas	populações,	e	assegurar	
o	uso	sustentável	dos	recursos	naturais	da	unidade.	§	1o	A	Reserva	
Extrativista	é	de	domínio	público,	com	uso	concedido	às	populações	
extrativistas	tradicionais	conforme	o	disposto	no	art.	23	desta	Lei	e	em	
regulamentação	específica,	sendo	que	as	áreas	particulares	incluídas	em	
seus	limites	devem	ser	desapropriadas,	de	acordo	com	o	que	dispõe	a	lei.§	
2o	A	Reserva	Extrativista	será	gerida	por	um	Conselho	Deliberativo,	
presidido		pelo	órgão	responsável	por	sua	administração	e	constituído	por	
representantes	de	órgãos	públicos,	de	organizações	da	sociedade	civil	e	
das	populações	tradicionais	residentes	na	área,	conforme	se	dispuser	em	
regulamento	e	no	ato	de	criação	da	unidade.	§	3o	A	visitação	pública	é	
permitida,	 desde	 que	 compatível	 com	os	 interesses	 locais	 e	 de	 acordo	
com	o	disposto	no	Plano	de	Manejo	da	área.	§	4o	A	pesquisa	científica	é	
permitida	 e	 incentivada,	 sujeitando-se	 à	 prévia	 autorização	 do	 órgão	
responsável	pela	administração	da	unidade,	às	condições	e	restrições	por	
este	estabelecidas	e	às	normas	previstas	em	regulamento.	§	5o	O	Plano	de	
Manejo	da	unidade	será	aprovado	pelo	seu	Conselho	Deliberativo.	§	6o	São	
proibidas	a	exploração	de	recursos	minerais	e	a	caça	amadorística	
ou	profissional.	§	7o	A	exploração	comercial	de	recursos	madeireiros	só	
será	 admitida	 em	 bases	 sustentáveis	 e	 em	 situações	 especiais	 e	
complementares	 às	 demais	 atividades	 desenvolvidas	 na	 Reserva	
Extrativista,	conforme	o	disposto	em	regulamento	e	no	Plano	de	Manejo	
da	unidade.	
Exemplo	de	RESEX	na	Bahia	(pesca,	coleta	de	caranguejo	e	extrativismo	
da	piaçava):	RESEX	Marinha	da	Baía	do	 Iguape,	RESEX	de	Canavieiras,	
RESEX	de	Cassurubá.	
e) Art.	 19.	 A	 Reserva	 de	 Fauna	 (REFAU)	 é	 uma	 área	 natural	 com	
populações	 animais	 de	 espécies	 nativas,	 terrestres	 ou	 aquáticas,	
residentes	ou	migratórias,	 adequadas	para	estudos	 técnico-científicos	
sobre	 o	 manejo	 econômico	 sustentável	 de	 recursos	 faunísticos.	 §	 1o	 A	
Reserva	de	Fauna	é	de	posse	e	domínio	públicos,	sendo	que	as	áreas	
particulares	incluídas	em	seus	limites	devem	ser	desapropriadas	de	
acordo	 com	 o	 que	 dispõe	 a	 lei.	 §	 2o	 A	 visitação	 pública	 pode	 ser	
permitida,	desde	que	compatível	com	o	manejo	da	unidade	e	de	acordo	
com	 as	 normas	 estabelecidas	 pelo	 órgão	 responsável	 por	 sua	
administração.	 §	 3o	É	 proibido	 o	 exercício	 da	 caça	 amadorística	 ou	
profissional.	 §	 4o	 A	 comercialização	 dos	 produtos	 e	 subprodutos	
resultantes	das	pesquisas	obedecerá	ao	disposto	nas	 leis	 sobre	 fauna	e	
regulamentos.	
f) Art.	20.	A	Reserva	de	Desenvolvimento	Sustentável	(RDS)	é	uma	área	
natural	que	abriga	populações	tradicionais,	cuja	existência	baseia-se	
em	 sistemas	 sustentáveis	 de	 exploração	 dos	 recursos	 naturais,	
desenvolvidos	ao	longo	de	gerações	e	adaptados	às	condições	ecológicas	
locais	 e	 que	 desempenham	 um	 papel	 fundamental	 na	 proteção	 da	
natureza	 e	 na	manutenção	 da	 diversidade	 biológica.	 §	 1o	 A	 Reserva	 de	
Desenvolvimento	 Sustentável	 tem	 como	 objetivo	 básico	 preservar	 a	
natureza	 e,	 ao	 mesmo	 tempo,	 assegurar	 as	 condições	 e	 os	 meios	
necessários	 para	 a	 reprodução	 e	 a	 melhoria	 dos	 modos	 e	 da	
qualidade	de	vida	e	exploração	dos	recursos	naturais	das	populações	
tradicionais,	 bem	 como	 valorizar,	 conservar	 e	 aperfeiçoar	 o	
conhecimento	 e	 as	 técnicas	 de	 manejo	 do	 ambiente,	 desenvolvido	 por	
estas	populações.	§	2o	A	Reserva	de	Desenvolvimento	Sustentável	é	de	
domínio	público,	sendo	que	as	áreas	particulares	incluídas	em	seus	
limites	devem	ser,	quando	necessário,	desapropriadas,	de	acordo	com	
o	 que	 dispõe	 a	 lei.	 §	 3o	 O	 uso	 das	 áreas	 ocupadas	 pelas	 populações	
tradicionais	será	regulado	de	acordo	com	o	disposto	no	art.	23	desta	Lei	e	
em	 regulamentação	 específica.	 §	 4o	 A	 Reserva	 de	 Desenvolvimento	
Sustentável	 será	 gerida	 por	 um	 Conselho	 Deliberativo,	 presidido	 pelo	
órgão	 responsável	 por	 sua	 administração	 e	 constituído	 por	
representantes	de	órgãos	públicos,	de	organizações	da	sociedade	civil	e	
das	populações	tradicionais	residentes	na	área,	conforme	se	dispuser	em	
regulamento	 e	 no	 ato	 de	 criação	 da	 unidade.	 §	 5o	 As	 atividades	
desenvolvidas	na	Reserva	de	Desenvolvimento	Sustentável	obedecerão	às	
seguintes	 condições:	 I	 -	 é	 permitida	 e	 incentivada	 a	 visitação	 pública,	
desde	que	compatível	com	os	interesses	locais	e	de	acordo	com	o	disposto	
no	 Plano	 de	Manejo	 da	 área;	 II	 -	 é	 permitida	 e	 incentivada	 a	 pesquisa	
científica	 voltada	 à	 conservação	 da	 natureza,	 à	 melhor	 relação	 das	
populações	residentes	com	seu	meio	e	à	educação	ambiental,	sujeitando-
se	 à	 prévia	 autorização	 do	 órgão	 responsável	 pela	 administração	 da	
unidade,	 às	 condições	 e	 restrições	 por	 este	 estabelecidas	 e	 às	 normas	
previstas	em	regulamento;	III	-	deve	ser	sempre	considerado	o	equilíbrio	
dinâmico	entre	o	tamanho	da	população	e	a	conservação;	e	IV	-	é	admitida	
a	exploração	de	componentes	dos	ecossistemas	naturais	em	regime	
de	 manejo	 sustentável	 e	 a	 substituição	 da	 cobertura	 vegetal	 por	
espécies	cultiváveis,	desde	que	sujeitas	ao	zoneamento,	às	limitações	
legais	e	ao	Plano	de	Manejo	da	área.	§	6o	O	Plano	de	Manejo	da	Reserva	
de	Desenvolvimento	Sustentável	definirá	as	zonas	de	proteção	integral,	de	
uso	 sustentável	 e	 de	 amortecimento	 e	 corredores	 ecológicos,	 e	 será	
aprovado	pelo	Conselho	Deliberativo	da	unidade.	
g) Art.	 21.	 A	 Reserva	 Particular	 do	 Patrimônio	Natural	 (RPPN)	 é	 uma	
área	 privada,	 gravada	 com	 perpetuidade,	 com	 o	 objetivo	 de	
conservar	 a	 diversidade	biológica.	 §	 1o	 O	 gravame	 de	 que	 trata	 este	
artigo	 constará	 de	 termo	 de	 compromisso	 assinado	 perante	 o	 órgão	
ambiental,	que	verificará	a	existência	de	interesse	público,	e	será	averbado	
à	margem	da	inscrição	no	Registro	Público	de	Imóveis.	§	2o	Só	poderá	ser	
permitida,	 na	 Reserva	 Particular	 do	 Patrimônio	 Natural,	 conforme	 se	
dispuser	 em	 regulamento:	 I	 -	 a	 pesquisa	 científica;	 II	 -	 a	 visitação	 com	
objetivos	 turísticos,	 recreativos	e	educacionais;	 III	 -	 (VETADO)4	§	3o	Os	
órgãos	integrantes	do	SNUC,	sempre	que	possível	e	oportuno,	prestarão	
orientação	 técnica	 e	 científica	 ao	proprietário	de	Reserva	Particular	 do	
Patrimônio	 Natural	 para	 a	 elaboração	 de	 um	 Plano	 de	 Manejo	 ou	 de	
Proteção	e	de	Gestão	da	unidade.	
	
A	transformação	de	uma	unidade	de	conservação	de	uso	sustentável	
em	proteção	integral	poderá	ser	feita	por	lei	ou	decreto,	mas	a	recíproca	só	poderá	
ocorrer	por	Lei,	após	realizada	a	consulta	pública.		
O	 art.	 25	 da	 Lei	 do	 SNUC,	 prevê	 que	 as	 unidades	 de	 conservação	
devem	ter	uma	zona	de	amortecimento	(uma	zona	de	transição,	definida	no	art.	
2º,	XVIII)	para	sua	proteção5,	que	serão	fixadas	no	ato	de	criação	da	unidade	de	
conservação,	 ou	 até	 mesmo	 posteriormente,	 ouvindo-seos	 proprietários	 ou	
possuidores	 afetados,	 pois	 terão	 algumas	 restrições	 ao	 uso	 da	 propriedade	 ou	
posse.		
Nos	 termos	 do	 art.	 30	 da	 Lei	 do	 SNUC,	 as	 UNIDADES	 DE	
CONSERVAÇÃO	poderão	ser	geridas	pelo	Poder	Público	bem	como	por	entidades	
do	terceiro	setor,	especificamente	as	OSCIPs	(Organizações	da	Sociedade	Civil	
de	 Interesse	 Público)6.	 Entretanto,	 esta	 previsão	 legal	 é	 questionada	 pela	
doutrina,	pois	aparenta	ser	inconstitucional,	uma	vez	que	delega	poder	de	polícia	
(não	apenas	atos	fiscalizatórios)	para	entes	privados.		
Nos	 termos	do	 art.	 36	da	Lei	 do	 SNUC,	 nos	 casos	de	 licenciamento	
ambiental	de	empreendimentos	em	UNIDADES	DE	CONSERVAÇÃO	que	possam	
causar	 significativo	 impacto	 ambiental,	 assim	 considerado	 pelo	 órgão	
 
4	Este	inciso	previa	o	EXTRATIVISMO	na	(RPPN).	Entretanto,	tal	dispositivo	foi	vetado	pelo	Presidente,	o	que,	na	prática,	
a	tornou	como	uma	área	com	regime	jurídico	de	PROTEÇÃO	INTEGRAL.	
5	Com	exceção	da	APA	e	da	RPPN.	
6	Ver	definição	das	OSCIPs	na	Lei	9.790/1999 
ambiental	 competente,	 com	 fundamento	 em	 estudo	 de	 impacto	 ambiental	 e	
respectivo	 relatório	 -	 EIA/RIMA,	 o	 empreendedor	 é	 obrigado	 a	 apoiar	 a	
implantação	 e	 manutenção	 de	 unidade	 de	 conservação	 do	 Grupo	 de	
Proteção	Integral.	
Nos	termos	do	§	1o	do	mesmo	art.	36,	o	empreendedor	era	obrigado	
a	destinar,	pelo	menos,	0,5%	dos	custos	totais	previstos	para	a	implantação	
do	empreendimento,	sendo	uma	espécie	de	indenização	ou	compensação	pelo	
impacto	ambiental	causado,	em	decorrência	do	Princípio	Poluidor-Pagador	e	do	
usuário	pagador.	Era	uma	espécie	de	reparação	por	danos	ambientais	futuros,	ou	
reparação	antecipada	(ex	ante).	
Entretanto	 o	 STF	 entendeu	 pela	 constitucionalidade	 parcial	 do	
mencionado	dispositivo,	afirmando	que	a	compensação	prévia	é	constitucional,	
entretanto,	o	piso	de	0,5%	dos	custos	 totais	do	empreendimento	 foi	declarado	
inconstitucional,	afirmando	a	Corte	Suprema	que	o	valor	da	compensação	deve	
ser	 fixado	 proporcionalmente	 ao	 impacto	 ambiental,	 após	 estudo	 em	 que	 se	
assegurem	o	contraditório	e	a	ampla	defesa,	sendo	prescindível	a	fixação	prévia	
de	 um	 percentual	 sobre	 os	 custos	 do	 empreendimento	 (ADI	 3.378,	 de	
31/10/2007).	 Assim,	 regra	 geral,	a	 compensação	 deve	 ser	 proporcional	 ao	
impacto,	não	devendo	possuir	patamar	mínimo	ou	máximo.		
Entretanto,	 em	 relação	 às	 unidades	 de	 conservação	 federal,	 o	
Decreto	 6.848/2009	 estabeleceu	 os	 critérios	 para	 fixação	 do	 valor	 da	
indenização.	O	anexo	deste	decreto	traz	uma	metodologia	de	cálculo	do	grau	de	
impacto	 ambiental,	 sendo	 que,	 na	 prática,	 a	 compensação	 do	 impacto	
ambiental	poderá	representar	o	equivalente	entre	0%	e	0,5%	dos	custos	
totais	do	empreendimento.		
Ou	seja,	atualmente,	para	as	unidades	de	conservação	federais	HÁ	UM	
TETO	MÁXIMO	de	0,5%,	o	que	se	revela	um	grave	retrocesso	ambiental,	pois	a	
compensação	deveria	 ser	 sempre	 proporcional	 aos	 impactos	 demonstrados	
pelos	estudos	cabíveis.	
	
	
Referências	Bibliográficas	
	
AMADO,	 Frederico.	 Direito	 ambiental.	 9ª	 ed.	 rev.,	 atual.	 e	 ampl.	 –	 Salvador:	
Juspodivm,	2018.	
ANTUNES,	Paulo	de	Bessa.	Direito	ambiental.	Rio	de	Janeiro:	Atlas,	2014.	
BAHIA,	 Secretaria	 do	 Meio	 Ambiente.	 Unidades	 de	 Conservação	 da	 Bahia.	
Salvador:	Santa	Marta,	2016.	
MACHADO,	 Paulo	 Affonso	 Leme.	 	 Direito	 ambiental	 brasileiro.	 São	 Paulo,	 SP:		
Malheiros,	2015.	
MILARÉ,	Édis.	Direito	do	ambiente.	São	Paulo,	SP:	Revista	dos	Tribunais	(20014,	
2011,	2013).	São	Paulo,	SP:	Revista	dos	Tribunais	(2004,	2011,	2013,	2014).

Continue navegando