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TENTATIVA PREVISTO no art. 14, II, CP Considerado tentado quando iniciada a execução, o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Enquanto o tipo subjetivo se realiza completamente (o dolo é o mesmo), o tipo objetivo fica aquém da vontade do agente. Elementos: • Início da execução • Não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente • Dolo de consumação • Resultado possível Como se dá a punição? O CP adotou a teoria objetiva ou realística – de observar o aspecto objetivo do delito. A tentativa é objetivamente inacabada, autorizando punição menos rigorosa. Aplicaremos a mesma pena do crime consumado, reduzida de 1/3 a 2/3 Leva-se em consideração o iter corrido. Quanto mais perto de consumar o crime, pena mais grave, e vice-versa. Não se leva em conta qualquer outra circunstância, exemplo: crueldade. Utilização da Teoria subjetiva em alguns casos (casos dos chamados *crimes de atentado*) Punição da tentativa igual se pune o crime consumado: Expresso em lei: Art. 309 Lei 4737/65 – votar ou tentar votar mais de uma vez E há casos que se pune só a tentativa, sem previsão para o crime consumado. Exemplo: art. 11 lei 7170/83 “tentar desmembrar parte do território nacional para construir um país independente. Pena de 4 a 12 anos” Espécies de tentativa: A. Quanto ao iter criminis percorrido Tentativa imperfeita (ou inacabada): o agente é impedido de prosseguir, deixando de praticar todos os atos executórios. Ex.: João é impedido pela população, de continuar atirando em Hamilton. Tentativa perfeita ou acabada O agente apesar de praticar todos os atos executórios à disposição, não consegue consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade. João descarrega o pente da arma todo em Paulo, mas ainda assim não consegue consumar o homicídio e a vítima é socorrida de forma eficaz. B. Quanto ao resultado produzido (objeto material) Tentativa branca ou incruenta: o golpe *desferido* pelo agente não atinge o corpo da vítima. Tentativa Vermelha ou cruenta: a vítima é efetivamente atingida C. Quanto à possibilidade de alcançar o resultado Tentativa idônea – o resultado era possível de ser alcançado, mas não ocorre por questões alheias à vontade do agente; Tentativa inidônea – o crime se mostra impossível na consumação (art. 17 do CP), por absoluta ineficácia do meio empregado ou por absoluta impropriedade do objeto material. • impropriedade absoluta do objeto material - ocorre quando a conduta do agente não é capaz provocar qualquer resultado lesivo à vítima. • Os exemplos clássicos, como ineficácia absoluta do meio, são os da tentativa de homicídio por envenenamento com a aplicação de farinha em vez de veneno, ou o agente que aciona o gatilho, mas a arma encontra-se descarregada. Tentativa Supersticiosa ou irreal – o agente acredita que estar incurso numa situação típica que na prática não é realizável. (Mariana acreditar que pode matar Thiago com a força do pensamento, acreditando que assim ele será atropelado) O agente tem plena consciência a respeito do meio que emprega ou do objeto visado e acredita plenamente que o resultado será alcançado. E isso jamais acontecerá. Crimes que não admitem tentativa Crimes culposos, pois o agente não tem dolo de consumação; É possível tentativa na culpa imprópria? Boa parte da doutrina acredita que sim. Art. 20, §1º, CP. Hipótese que existe dolo de consumação. Exemplo do desafeto num beco. O agente responderá por tentativa de homicídio culposo. Crimes preterdolosos – *dolo na conduta antecedente e culpa no resultado consequente*. O agente age dolosamente mas não quer o resultado agravador, que lhe é imputado a título de culpa. Exemplo de crime preterdoloso: agressor espanca a vítima para rendê-la e subjugá-la; a vítima acaba sofrendo traumatismo craniano e morrendo, sendo sua morte consequência imprudente e não desejada da violência empregada. Pela mesma razão dos crimes culposos, não ocorrendo o resultado morte, inviável uma tentativa de homicídio pois o resultado morte não era abarcada por dolo de consumação. Ou o agente responde por lesão corporal seguida de morte, caso a vítima venha a falecer (art. 129, §3º, CP), ou, caso ela sobreviva, por lesão corporal grave (art. 129, §1º, II, CP). Namorado ministra medicação em sua namorada, com o consentimento dela, para lhe causar abortamento (art. 126, caput, CP). O feto se salvou e o aborto não ocorreu por circunstâncias alheias à vontade do agente, mas, a medicação provocou hemorragia interna grave na gestante. Tentativa de aborto provocado por terceiro com resultado (culposo) de lesão corporal grave. Exemplo do estupro qualificado pela morte culposa da vítima. O agente quer cometer o estupro com o emprego da violência, acaba matando a vítima, não conseguindo a conjunção carnal. Neste caso, TENTATIVA DE ESTUPRO QUALIFICADO PELA MORTE CULPOSA DA VÍTIMA Crimes Unissubsistentes – são crimes que se consumam com apenas um ato. Não tem como fracionar o iter. Crimes omissivos puros - Crimes omissivos próprios são crimes de mera conduta, vez que independem de resultado. Como exemplo, podemos citar o delito de omissão de socorro (artigo 135 do CP) Contravenções Penais – art. 4º da Lei de Contravenções Penais. contravenção é “a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. Não é PUNÍVEL, MAS É POSSÍVEL Crimes de Atentado – embora possível a tentativa, o legislador escolheu punir igual ao consumado. Evasão mediante violência contra a pessoa. Art. 352, CP Crimes Habituais – característica a reiteração de atos. Assim ou o crime se consuma ou não há reiteração. Flavio monteiro de barros: EXCEÇÃO – “alguns habituais admitem tentativa. 282, CP. Sujeito que sem ser médico instala um consultório e é detido quando da sua primeira conduta” Tentativa no dolo eventual? *Exemplo: sujeito fugindo da captura policial após a execução de um delito dispara tiros contra os agentes públicos* - *pode ser reconhecida tentativa de homicídio por dolo eventual em relação aos policiais?* DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA. Prevalece que há a possibilidade de tentativa em dolo eventual. Ver REsp STJ Tentativa nos crimes de ímpeto? Alguns dizem que não pois não há o fracionamento da conduta, e outros dizem que sim. Quando o agente atua por impulso. Há como ter o fracionamento da conduta: o agente atira contra alguém, é impedido por terceiros e não alcance o seu intento.
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