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Unidade 4

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17/08/2020 Ead.br
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LINGUAGEM VISUALLINGUAGEM VISUAL
TEXTURA E SÍNTESETEXTURA E SÍNTESE
VISUALVISUAL
Autor: Me. Eva Lacerda
Revisor : A ly Dav id
IN IC IAR
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introdução
Introdução
Caro(a) estudante, nesta unidade você aprofundará seus estudos sobre um
importante elemento da linguagem visual, a textura. Para isso, serão abordadas as
caracterís�cas da textura, considerando especialmente a qualidade sensível da
imagem como possibilidade associa�va com o sen�do tá�l. Você conhecerá
questões relacionadas a criação visual e representação atreladas ao sen�do tá�l e à
textura e sua ar�culação com os demais elementos da linguagem visual, como
forma e cor. Além disso, nesta unidade apresentaremos os conceitos de síntese e
es�lo visual, estabelecendo relações entre os seus saberes sobre elementos da
linguagem visual com obje�vo de conhecer estratégias de composição imagé�ca e
possibilidades de ordenação destas.
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Os estudos sobre a percepção visual apontam para uma capacidade de associação
de sensações dos demais sen�dos humanos com a visão. A imagem tem a
potencialidade de provocar sensações que remetem a sen�dos como o olfato e o
tato, por exemplo, por meio de imagens que apresentam elementos e
caracterís�cas associadas a esses sen�dos. Santaella (2005) discute a semió�ca da
imagem de embalagens de produtos destacando seu caráter sinestésico. Para a
autora, “[...] as imagens visão produzir sensações não só visuais, como também
sensações táteis e, principalmente, sensações de cheiro, o cheiro da limpeza e
visualidade do brilho” (SANTAELLA, 2005, p. 53). Ou seja, o conteúdo visual tece
inter-relações de sen�dos que resultam em uma experiência sinestésica. As cores,
por exemplo, podem provocar associações com a sensação de frio ou calor,
dependendo de como são ordenadas e ar�culadas na composição. Assim como o
elemento visual da cor, a textura é um elemento visual que pode levar o espectador
a associar a imagem com sensações vinculadas ao sen�do do tato. Nas palavras de
Dondis (2003, p. 70):
A textura é o elemento visual que com freqüência serve de subs�tuto
para as qualidades de outro sen�do, o tato. Na verdade, porém,
TexturaTextura
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podemos apreciar e reconhecer a textura tanto através do tato quanto
da visão, ou ainda mediante uma combinação de ambos.
Dondis (2003) define a textura como uma variação mínima que se apresenta na
super�cie do material. Para a autora, a textura pode apresentar apenas qualidades
óp�cas ou pode possuir qualidades táteis. Contudo, o olho julga a qualidade tá�l,
mas somente a experiência do tato confirma o julgamento do olho, assim, a
sensação causada pela textura percebida pelo olho e a sensação causada pela
experiência tá�l tem valores diferentes. Isso pode ser pensado quando nos
deparamos com uma imagem e ficamos em dúvida a respeito de sua textura. Por
exemplo, quando vemos a foto de uma estampa e não sabemos se trata-se de uma
ilustração com efeito de realce ou de um desenho entalhado que apresenta relevo.
Dessa forma, a experiência tá�l com a textura enriquece nosso repertório de
sensações sobre as imagens, e é por meio dela que estabelecemos sen�dos para a
textura tá�l.
Apesar de o tato exercer uma importante função nos processos percep�vos
humanos, nossa sociedade se inclina para uma supressão cada vez maior nesse
sen�do. Isso pode ser observado quando nos deparamos com as placas “favor não
tocar”, que podem ser encontradas em lojas, museus e diversos locais onde somos
condicionados a estabelecer uma posição privilegiada à percepção visual em
detrimento da tá�l. Dessa forma, aprendemos a reprimir o tato e privilegiar a visão.
O comportamento da criança, que explora o mundo com todos os sen�dos, na vida
adulta tende a ser suprimido no sen�do da visão, contudo, esse comportamento
leva a uma redução do repertório de sensações associadas ao tato.
A maior parte de nossa experiência com a textura é ó�ca, não tá�l, A
textura não só é falseada de modo bastante convincente nos plás�cos,
nos materiais impressos e nas peles falsas, mas, também, grande parte
das coisas pintadas, fotografadas ou filmadas que vemos nos
apresentam a aparência convincente de uma textura que ali não se
encontra. Quando tocamos a foto de um veludo sedoso não temos a
experiência tá�l convincente que nos prometem as pistas visuais. O
significado se baseia naquilo que vemos (DONDIS, 2003, p.71).
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Na fase adulta, o sen�do da visão se sobrepõe ao sen�do tá�l. A imagem
representa a sensação da experiência corporal com os objetos e muitas vezes o faz
sem que apresente uma relação real com esses elementos.
Dessa forma, podemos compreender o elemento visual da textura em duas
possibilidades: textura óp�ca e tá�l. A noção de textura óp�ca está relacionada à
textura que é produzida apenas com elementos visuais, que simulam texturas
táteis, ao passo que a textura tá�l apresenta variações e caracterís�cas que podem
ser percebidas quando tocadas, assim, as texturas táteis apresentam qualidades
que são óp�cas e táteis simultaneamente. Além disso, a noção de textura pode ser
classificada ainda entre texturas naturais e ar�ficiais. As variações mínimas na
super�cie de uma folha, por exemplo, podem ser classificadas como uma textura
natural. Por outro lado, a textura encontrada no coador de uma peneira é um
exemplo de textura ar�ficial criada pelo homem. Observe a Figura 4.1.
Nessa obra do ar�sta do renascimento nórdico Dürer, o pintor u�liza estratégias
visuais para produzir uma textura óp�ca que causa no olhar do espectador a
sensação de que o animal representado apresenta um pelo macio tal qual o animal
real, ainda que a pintura não apresente a textura tá�l representada. Trata-se,
portanto, de um exemplo de emprego da textura óp�ca na arte.
Figura 4.1 - Lebre (1528) - Albrecht Dürer 
Fonte: Dürer (1528).
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praticar
Vamos Praticar
Assim como a cor é um elemento visual que pode ser associado a sensações que
extrapolam o sen�do da visão, como é o caso das cores frias e quentes, a textura
enquanto elemento visual tem o potencial de ser associada às sensações vinculadas ao
sen�do tá�l. Considerando isso, assinale a alterna�va correta a respeito da textura.
a) Em sociedade, a experiência tá�l se sobrepõe à experiência visual, sendo este
sen�do mais valorizado.
b) O conceito de textura pode ser definido como uma variação mínima na
super�cie de um elemento material.
c) A textura percebida pelo sen�do da visão e a textura experienciada pelo tato
possuem o mesmo valor.
d) A textura só pode ser percebida pelo tato, uma vez que o que se percebe na
visão não corresponde ao objeto material.
e) A percepção da textura só é possível pela visão ou pelo tato, não há coexistência
das sensações na percepção de uma textura.
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O processo de ver, perceber e ler uma mensagem visual implica a noção de
percepção dos elementos da linguagem visual como impregnados de sen�dos que
remetem a sensações que extrapolam a visão. As linhas apresentam ressonâncias
que se inter-relacionam com a noção de passividade e a�vidade, sendo
classificadas por Kandinsky (1970) como quentes e frias. Da mesma forma, as cores
apresentam qualidades que são associadas a significados par�lhados socialmente.
Além disso, as texturas remetem a sensações táteis que são experienciadaspelo
sen�do do tato e associadas e vinculadas a percepção da variação mínima da
super�cie dos objetos percebidos pelo sen�do da visão. Dessa forma, a elaboração
de mensagens visuais e a compreensão destas estão atreladas à capacidade de
compreender justamente como as qualidades dos elementos da linguagem visual se
ar�culam e se inter-relacionam.
Dessa forma, neste tópico vamos discu�r como a forma, a cor e a textura se
relacionam e como esses elementos foram ar�culados ao longo da história da arte.
Primeiramente, é relevante compreender o que se entende por forma. O termo
forma possui múl�plos sen�dos quando consideramos seu significado filosófico,
epistemológico e esté�co. Segundo Gomes (2009), Platão u�lizou o termo forma
Forma, Cor eForma, Cor e
TexturaTextura
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para definir aquilo que pertence ao mundo meta�sico das ideias, sendo assim, algo
conceitual e não material. Considerando o sen�do esté�co, forma e conteúdo são
elementos dis�ntos.
Em um sen�do Aristotélico, a forma é a parte visível de algo, é o que informa a
aparência material de determinada coisa.
reflita
Reflita
Segundo Gomes (2009), o termo forma
apresenta cinco sen�dos dis�ntos, são
eles: filosófico, lógico, esté�co,
epistemológico e do termo “forma” na
língua. O problema em torno do sen�do
de forma e como essa noção está
relacionada com a percepção dos
objetos materiais ou intelectuais do
mundo foi abordado em diferentes
perspec�vas ao longo da história. Isso
evidencia a relevância da discussão da
percepção do mundo e das imagens,
apesar de, socialmente, a discussão da
percepção das imagens ser relegada a
um segundo plano nas ins�tuições
formais de ensino.
Fonte: Gomes (2009).
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Por outro lado, a forma possui propriedades que a consubstanciam per
si ou por inteira. Ou seja, a forma pode se cons�tuir num único ponto
(singular), ou numa linha (sucessão de pontos), ou num plano (sucessão
de linhas) ou, ainda, num volume (uma forma completa contemplando
todas as propriedades citadas) (GOMES, 2009, p. 39).
A forma é, portanto, a percepção visual do objeto, ou seja, é o resultado do
processo no qual a luz incide sobre o objeto e é percebida pelo órgão da visão,
possível graças às variações de es�mulos visuais que possibilitam a iden�ficação
das formas. Observe a Figura 4.2.
Na Figura 4.2, a forma que vemos é a de um menino, porém, também percebemos
uma infinidade de outras formas, como as linhas do cabelo, a forma do rosto,
sobrancelhas, boca e nariz. As diferentes formas são segregadas pelos seus
contrastes e pela combinação de cores e texturas. Na imagem, a combinação de
formas, linhas, pontos e cores produz ar�ficialmente a sensação de volume e
textura. Ou seja, por meio da ar�culação dos elementos da linguagem visual, como
ponto, linha e cor, o ar�sta cria ar�ficialmente a sensação de estarmos diante de
Figura 4.2 - Menino tocando violino - Frans Hals
Fonte: Hals (s.d.).
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um objeto tridimensional. Isso só é possível pelo emprego de tons e cores que,
devido às suas qualidades, causam a sensação de volume ou recuo.
Observe, nessa figura, como o ar�sta ar�culou as linhas e cores do cabelo para dar
a sensação de volume e texturização de um cabelo humano. Ele u�liza tons
quentes que remetem ao sombreamento e à luminosidade e diferentes gradações
de linhas para segregar os fios uns dos outros causando uma sensação de
mul�plicidade de fios. Observe como o ar�sta diferencia as texturas do cabelo e da
pele, criando duas formas dis�ntas e segregando-as por meio da aplicação de
diferentes tonalidades. Da mesma forma, percebemos a forma do nariz por meio
dos contrastes que o segregam do restante da pele do rosto. O ar�sta u�liza
estratégias de aplicação de cores luminosas e esbranquiçadas em determinados
pontos para ressaltar áreas de volume, bem como u�liza cores com baixa
luminosidade e pouca saturação para conferir recuo à forma.
Assim, as qualidades dos elementos visuais, das cores, formas e texturas podem ser
ordenadas e ar�culadas na representação imagé�ca para criar combinações que
produzam novas sensações no espectador. Desse modo, o ar�sta ordena e ar�cula
as qualidades e ressonâncias dos elementos da linguagem visual, compondo um
todo complexo para comunicar e expressar mensagens visuais.
praticar
Vamos Praticar
A noção de forma está vinculada à ar�culação dos demais elementos da linguagem visual.
Tendo em vista que a linha, o ponto, o plano e a cor apresentam qualidades específicas e
provocam sensações e associação de sen�dos, a ar�culação das ressonâncias desses
elementos é o que possibilita a comunicação por meio da imagem. Considerando isso,
assinale a alterna�va correta.
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a) O conceito de forma só pode ser empregado para designar a composição total
da imagem.
b) A noção de forma u�lizada na linguagem visual está atrelada ao sen�do
platônico meta�sico.
c) A forma designa o resultado do processo no qual a luz incide sobre o objeto e é
percebida pela visão.
d) A noção de forma designa uma concepção intelectual dos objetos em
detrimento de sua aparência visual.
e) O termo forma só pode ser u�lizado para se referir a um objeto visual complexo
e não a elementos simples.
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Uma vez que compreendemos as relações entre os elementos da linguagem visual e
como a ar�culação destes produz as imagens e a forma como são percebidas,
convém conhecer algumas possibilidades de estratégias visuais que partem da
noção da aplicação de técnicas visuais. Assim, neste tópico você conhecerá
estratégias de aplicação de técnicas visuais que contribuem para um maior domínio
da linguagem visual para quem vê mas também para quem cria imagens. Para isso,
conheceremos alguns conceitos básicos de composição, tais como:
clareza;
simplicidade;
complexidade;
minimidade;
profusão;
coerência;
transparência �sica; e
ambiguidade.
Estratégias VisuaisEstratégias Visuais
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A aplicação do conceito de clareza se dá na composição que privilegia a
compreensão e decodificação rápida da imagem resultante da u�lização dos
princípios de harmonia e do equilíbrio. Essa técnica pode ser empregada em
imagens simples ou complexas, tendo como foco uma clareza de percepção das
unidades, mesmo que estas sejam numerosas. No exemplo da Figura 4.3, a
fotografia apresenta a estratégia da clareza, uma vez que apresenta apenas duas
unidades principais, a figura e o fundo. O equilíbrio e a harmonia visual da imagem
fazem com que sua leitura seja rápida e clara.
saibamais
Saiba mais
Além das estratégias visuais apresentadas nesta
unidade, ainda existem outras possibilidades
estratégicas de composição visual, como ruído
visual, ajuste óp�co, sobreposição,
sequencialidade, superficialidade, profundidade,
distorção, difusidade, su�leza, fragmentação,
aleatoriedade, espontaneidade, redundância,
opacidade, exageração, coerência e
arredondamento.
Você pode conhecer outras estratégias visuais
por meio do link a seguir.
Fonte: Gomes (2009).
ACESSAR
https://docente.ifrn.edu.br/carlosdias/informatica/programacao-visual/tecnicas-de-comunicacao-visual-donis-a.-dondis
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A estratégia visual da simplicidade é fortemente associada à noção de clareza, uma
vez que busca a forma mais harmoniosa e simples possível. Busca ordenar, na
composição, um baixo número de unidadesque devem ser facilmente assimiladas
pelo espectador. A Figura 4.4 apresenta a obra Onement VI, do ar�sta Barne�
Newman, expoente do movimento da pintura ColorField. A composição apresenta
um reduzido número de elementos, que se diferenciam entre si pela
descon�nuidade das cores e o contraste entre elas.
Figura 4.3 - David - Michelangelo
Fonte: Andrey Cherkasov / 123RF.
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A técnica da complexidade, por outro lado, estabelece o uso de numerosas
unidades visuais, opondo-se assim à estratégia da simplicidade. Essa estratégia visa
construir uma composição que necessita de um maior tempo de observação para a
compreensão por parte do espectador. Observe um exemplo de complexidade na
figura a seguir.
Figura 4.4 - Onement VI - Barne� Newman 
Fonte: Anton Havelaar / 123RF.
Figura 4.5 - Nany Antes de Osíris, Ísis e Né�is 
Fonte: Xennex / Wikiart.
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A minimidade u�liza de um minimalismo de elementos que está vinculado à noção
de clareza e simplicidade. Trata-se da composição que privilegia apenas elementos
essenciais com uma ordenação de fácil compreensão. Busca comunicar por meio do
mínimo possível de unidades, como o exemplo a seguir.
A estratégia visual da profusão pode ser associada também à complexidade, visto
que busca apresentar um alto número de elementos na composição. Enfa�za
adornos e detalhes na imagem que necessitam de uma atenção maior, e sua
ornamentação pode enfa�zar a ideia de luxuosidade e riqueza pela exuberância de
detalhamento, como em alguns es�los ar�s�cos arquitetônicos. É o caso do
detalhamento da Igreja Gó�ca de Notre Dame, exibida na figura a seguir.
Figura 4.6 - Placa de banheiro minimalista
Fonte: Lillitve / Freepik.
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A transparência �sica u�liza a sobreposição por meio de estratégias que causam a
sensação de transparência e translucidez. Essa estratégia pode funcionar para
comunicar a leveza do objeto representado, levando a uma sensação de suavidade.
A estratégia da transparência e da sobreposição foi u�lizada na fotografia
apresentada na figura a seguir.
Figura 4.7 - Fotografia de detalhe da catedral Notre Dame - Paris
Fonte: Tang90246 / 123RF.
Figura 4.8 - Transparência
Fonte: Loulouvonglup / 123RF.
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A estratégia da ambiguidade é u�lizada para produção de uma composição
visualmente interessante, que pode ser interpretada de perspec�vas dis�ntas. Isso
faz com que a técnica não seja adequada quando se busca uma funcionalidade da
imagem. Contudo, essa técnica pode ser aplicada quando o obje�vo da imagem é
ins�gar o espectador psicologicamente, causando uma surpresa visual. A imagem a
seguir mostra a aplicação da estratégia visual da ambiguidade por meio de uma
composição que pode ser compreendida em diferentes perspec�vas.
Desta forma, existem inúmeras estratégias visuais que podem ser empregadas na
elaboração de uma composição. O ar�sta visual deve ponderar quais são as
estratégias mais adequadas, considerando o obje�vo da produção.
praticar
Vamos Praticar
Figura 4.9 - Labirinto
Fonte: Andrii Vorobyov / 123RF.
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Vamos Praticar
Ao longo dos estudos desta Unidade você pode perceber como os princípios
fundamentais das leis da Gestalt vinculados a percepção visual das coisas podem ser
aplicados na elaboração de imagens e também na sua leitura e interpretação. A aplicação
destes princípios, podem ser consideradas estratégias visuais que apresentam diferentes
maneiras de ordenar os elementos visuais visando alcançar diferentes efeitos e sensações
no espectador. Observe as duas imagens a seguir:
Figura 4.10 - Batalha do Avaí (1874-1877) - Pedro Américo
Fonte: Wikiart
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A primeira imagem apresenta a obra A batalha do Avaí (1874-1877) do ar�sta brasileiro
Pedro Américo. A segunda imagem apresenta a obra Quadrado vermelho (1915) do ar�sta
russo Kazimir Malevich. Enquanto a obra de Pedro Américo apresenta uma profusão de
figuras, rica em detalhes, a obra de Malevich traz poucos elementos em sua composição.
Agora vamos pra�car, observe e analise as duas imagens. Com base no conteúdo que
você estudou nesta unidade, reflita sobre quais foram as estratégias visuais u�lizadas
pelos ar�stas em cada imagem apresentada, e quais são os efeitos visuais que elas causam
no espectador.
Figura 4.11 - Quadrado vermelho (1915) Kazimir Malevich
Fonte: Wikiart
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Estudos da teoria da Gestalt buscaram compreender o processo de leitura visual
dos objetos, discriminando o procedimento em duas partes. Nessa perspec�va
teórica, compreende-se que esse processo sofre influência do repertório cultural e
social, e o grau de proximidade e conhecimento sobre os elementos visuais do
indivíduo que decodifica a imagem. Contudo, é possível estabelecer alguns
procedimentos padrões.
A apreensão rápida do sistema e a maior facilidade de proceder à leitura visual da
forma do objeto, por parte de qualquer leitor, vão depender principalmente, da sua
maior ou menor sensibilidade, obviamente, de seu repertório cultural, técnico e
profissional (GOMES, 2009, p.103).
Apesar das variações derivadas das diferenças de repertório social, cultural e
técnico, que mudam de indivíduo para indivíduo, é possível estabelecer algumas
etapas da leitura visual. De maneira sinté�ca, a primeira etapa aborda as seguintes
leis da Gestalt: unidade, segregação, unificação e boa con�nuação. Assim, o
primeiro passo da leitura visual consiste em etapas básicas, que são a examinação
do objeto e a iden�ficação de unidades em partes principais para, em um segundo
Síntese VisualSíntese Visual
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momento, a segregação minuciosa de outras partes e unidades. Por fim, nessa
etapa da leitura visual, busca-se analisar e interpretar, por meio das leis da Gestalt
citadas, todas as partes e unidades segregadas. Por úl�mo, a leitura visual é
concluída por meio da interpretação da composição, considerando o objeto total e
suas caracterís�cas.
Após isso, a segunda etapa da leitura visual busca uma leitura visual mais detalhada
a respeito da organização visual dos elementos na imagem. Para isso, o indivíduo,
primeiramente, analisa a ar�culação visual das qualidades dos elementos que
compõe a imagem, considerando o todo e as partes separadas. Em um segundo
momento, o leitor realiza uma interpretação conclusiva, julgando se a imagem
apresenta os princípios de harmonia, equilíbrio, clareza ou se apresenta
desorganização e incoerência.
praticar
Vamos Praticar
A leitura visual é a prá�ca de decodificar uma imagem, buscando, para isso, analisar os
seus elementos visuais e obje�vando compreender como suas qualidades e ressonâncias
foram ar�culadas para comunicar uma mensagem visual ao espectador. Sobre leitura de
imagem, assinale a alterna�va correta.
a) Na teoria da Gestalt, a leitura de imagem prevê apenas uma etapa, que é a
iden�ficação e a decodificação das unidades da composição.
b) A primeira etapa da leitura visual das imagens se baseia na aplicação de duas leis
da Gestalt, a boa con�nuação e a segregação.
c) A leitura visual das imagens acontece de maneira igual e invariável, e em mesmo
grau de precisão para todos os indivíduos.
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d) A etapa final da leitura visual consiste em analisar os elementos segundo os
princípios de unidade, unificação, segregação e boa con�nuação.
e) A primeira etapa da leitura visual consiste na iden�ficação de partes principais
na imagem e decomposição dessas partes em outras.
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indicações
Material
Complementar
FILME
Documentário Alexandre Wollner e a
Formação do Design Moderno no Brasil
Ano: 2005
Comentário: Trata-se de um documentário que entrevista o
designer Alexandre Wollner sobre o seu trabalho de criação.
No documentário, o designer fala sobre suas referências
visuais e seu processo de criação, evidenciando como ele
ar�cula elementos visuais e considera as leis da Gestalt nas
suas elaborações visuais.
Você pode acessar o vídeo no link a seguir.
TRAILER
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L IVRO
Universo da Arte
Editora: Editora da Unicamp
Autor: Fayga Ostrower
ISBN: 8526810189
Comentário: A autora Fayga Ostrower é uma relevante
teórica no campo das artes, que, diante de uma nova
experiência com ensino de artes visuais para operários, se
debruça sobre o obje�vo de um ensino da linguagem visual
para pessoas que nunca �veram contato com a arte. Para
isso, a autora apresenta de maneira didá�ca os princípios
composi�vos básicos e as relações entre os elementos da
linguagem visual. A leitura é indicada considerando, em
especial, a parte III do livro, in�tulada Elementos Visuais, na
qual há uma abordagem das caracterís�cas e qualidades
dos elementos visuais, e a parte IV, Composição, na qual a
autora discute as possibilidades de ar�culação dos
elementos básicos e produções composi�vas.
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conclusão
Conclusão
Caro(a) estudante, nesta unidade você conheceu as qualidades do elemento visual
da textura, sua vinculação com o sen�do tá�l e suas variações em texturas óp�cas
e táteis. Você compreendeu como são ar�culados os elementos visuais como
forma, cor e textura na composição das imagens, por meio de exemplos prá�cos de
como esses elementos contribuem para uma imagem que representa texturas,
volumes e sen�dos. No tópico Estratégias Visuais, apresentamos algumas
possibilidades de aplicação dos elementos visuais e dos princípios da Gestalt,
analisando composições que possibilitam uma eficácia na leitura visual, ou
ar�culam princípios da Gestalt considerando as dis�ntas finalidades das imagens.
Por fim, você conheceu as etapas da leitura visual que sinte�zam e ar�culam todos
os princípios estudados.
referências
Referências
Bibliográficas
DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2003.
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DÜRER, A. Lebre. 1528. Disponível em: h�ps://www.wikiart.org/pt/albrecht-
durer/hare-1528. Acesso em: 21 maio 2020.
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HALS, F. Menino tocando violino. [s.d.]. Disponível em:
h�ps://www.wikiart.org/pt/frans-hals/boy-playing-a-violin. Acesso em: 21 maio
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17/08/2020 Ead.br
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17/08/2020 Ead.br
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