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17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 1/29 LINGUAGEM VISUALLINGUAGEM VISUAL TEXTURA E SÍNTESETEXTURA E SÍNTESE VISUALVISUAL Autor: Me. Eva Lacerda Revisor : A ly Dav id IN IC IAR 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 2/29 introdução Introdução Caro(a) estudante, nesta unidade você aprofundará seus estudos sobre um importante elemento da linguagem visual, a textura. Para isso, serão abordadas as caracterís�cas da textura, considerando especialmente a qualidade sensível da imagem como possibilidade associa�va com o sen�do tá�l. Você conhecerá questões relacionadas a criação visual e representação atreladas ao sen�do tá�l e à textura e sua ar�culação com os demais elementos da linguagem visual, como forma e cor. Além disso, nesta unidade apresentaremos os conceitos de síntese e es�lo visual, estabelecendo relações entre os seus saberes sobre elementos da linguagem visual com obje�vo de conhecer estratégias de composição imagé�ca e possibilidades de ordenação destas. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 3/29 Os estudos sobre a percepção visual apontam para uma capacidade de associação de sensações dos demais sen�dos humanos com a visão. A imagem tem a potencialidade de provocar sensações que remetem a sen�dos como o olfato e o tato, por exemplo, por meio de imagens que apresentam elementos e caracterís�cas associadas a esses sen�dos. Santaella (2005) discute a semió�ca da imagem de embalagens de produtos destacando seu caráter sinestésico. Para a autora, “[...] as imagens visão produzir sensações não só visuais, como também sensações táteis e, principalmente, sensações de cheiro, o cheiro da limpeza e visualidade do brilho” (SANTAELLA, 2005, p. 53). Ou seja, o conteúdo visual tece inter-relações de sen�dos que resultam em uma experiência sinestésica. As cores, por exemplo, podem provocar associações com a sensação de frio ou calor, dependendo de como são ordenadas e ar�culadas na composição. Assim como o elemento visual da cor, a textura é um elemento visual que pode levar o espectador a associar a imagem com sensações vinculadas ao sen�do do tato. Nas palavras de Dondis (2003, p. 70): A textura é o elemento visual que com freqüência serve de subs�tuto para as qualidades de outro sen�do, o tato. Na verdade, porém, TexturaTextura 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 4/29 podemos apreciar e reconhecer a textura tanto através do tato quanto da visão, ou ainda mediante uma combinação de ambos. Dondis (2003) define a textura como uma variação mínima que se apresenta na super�cie do material. Para a autora, a textura pode apresentar apenas qualidades óp�cas ou pode possuir qualidades táteis. Contudo, o olho julga a qualidade tá�l, mas somente a experiência do tato confirma o julgamento do olho, assim, a sensação causada pela textura percebida pelo olho e a sensação causada pela experiência tá�l tem valores diferentes. Isso pode ser pensado quando nos deparamos com uma imagem e ficamos em dúvida a respeito de sua textura. Por exemplo, quando vemos a foto de uma estampa e não sabemos se trata-se de uma ilustração com efeito de realce ou de um desenho entalhado que apresenta relevo. Dessa forma, a experiência tá�l com a textura enriquece nosso repertório de sensações sobre as imagens, e é por meio dela que estabelecemos sen�dos para a textura tá�l. Apesar de o tato exercer uma importante função nos processos percep�vos humanos, nossa sociedade se inclina para uma supressão cada vez maior nesse sen�do. Isso pode ser observado quando nos deparamos com as placas “favor não tocar”, que podem ser encontradas em lojas, museus e diversos locais onde somos condicionados a estabelecer uma posição privilegiada à percepção visual em detrimento da tá�l. Dessa forma, aprendemos a reprimir o tato e privilegiar a visão. O comportamento da criança, que explora o mundo com todos os sen�dos, na vida adulta tende a ser suprimido no sen�do da visão, contudo, esse comportamento leva a uma redução do repertório de sensações associadas ao tato. A maior parte de nossa experiência com a textura é ó�ca, não tá�l, A textura não só é falseada de modo bastante convincente nos plás�cos, nos materiais impressos e nas peles falsas, mas, também, grande parte das coisas pintadas, fotografadas ou filmadas que vemos nos apresentam a aparência convincente de uma textura que ali não se encontra. Quando tocamos a foto de um veludo sedoso não temos a experiência tá�l convincente que nos prometem as pistas visuais. O significado se baseia naquilo que vemos (DONDIS, 2003, p.71). 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 5/29 Na fase adulta, o sen�do da visão se sobrepõe ao sen�do tá�l. A imagem representa a sensação da experiência corporal com os objetos e muitas vezes o faz sem que apresente uma relação real com esses elementos. Dessa forma, podemos compreender o elemento visual da textura em duas possibilidades: textura óp�ca e tá�l. A noção de textura óp�ca está relacionada à textura que é produzida apenas com elementos visuais, que simulam texturas táteis, ao passo que a textura tá�l apresenta variações e caracterís�cas que podem ser percebidas quando tocadas, assim, as texturas táteis apresentam qualidades que são óp�cas e táteis simultaneamente. Além disso, a noção de textura pode ser classificada ainda entre texturas naturais e ar�ficiais. As variações mínimas na super�cie de uma folha, por exemplo, podem ser classificadas como uma textura natural. Por outro lado, a textura encontrada no coador de uma peneira é um exemplo de textura ar�ficial criada pelo homem. Observe a Figura 4.1. Nessa obra do ar�sta do renascimento nórdico Dürer, o pintor u�liza estratégias visuais para produzir uma textura óp�ca que causa no olhar do espectador a sensação de que o animal representado apresenta um pelo macio tal qual o animal real, ainda que a pintura não apresente a textura tá�l representada. Trata-se, portanto, de um exemplo de emprego da textura óp�ca na arte. Figura 4.1 - Lebre (1528) - Albrecht Dürer Fonte: Dürer (1528). 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 6/29 praticar Vamos Praticar Assim como a cor é um elemento visual que pode ser associado a sensações que extrapolam o sen�do da visão, como é o caso das cores frias e quentes, a textura enquanto elemento visual tem o potencial de ser associada às sensações vinculadas ao sen�do tá�l. Considerando isso, assinale a alterna�va correta a respeito da textura. a) Em sociedade, a experiência tá�l se sobrepõe à experiência visual, sendo este sen�do mais valorizado. b) O conceito de textura pode ser definido como uma variação mínima na super�cie de um elemento material. c) A textura percebida pelo sen�do da visão e a textura experienciada pelo tato possuem o mesmo valor. d) A textura só pode ser percebida pelo tato, uma vez que o que se percebe na visão não corresponde ao objeto material. e) A percepção da textura só é possível pela visão ou pelo tato, não há coexistência das sensações na percepção de uma textura. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 7/29 O processo de ver, perceber e ler uma mensagem visual implica a noção de percepção dos elementos da linguagem visual como impregnados de sen�dos que remetem a sensações que extrapolam a visão. As linhas apresentam ressonâncias que se inter-relacionam com a noção de passividade e a�vidade, sendo classificadas por Kandinsky (1970) como quentes e frias. Da mesma forma, as cores apresentam qualidades que são associadas a significados par�lhados socialmente. Além disso, as texturas remetem a sensações táteis que são experienciadaspelo sen�do do tato e associadas e vinculadas a percepção da variação mínima da super�cie dos objetos percebidos pelo sen�do da visão. Dessa forma, a elaboração de mensagens visuais e a compreensão destas estão atreladas à capacidade de compreender justamente como as qualidades dos elementos da linguagem visual se ar�culam e se inter-relacionam. Dessa forma, neste tópico vamos discu�r como a forma, a cor e a textura se relacionam e como esses elementos foram ar�culados ao longo da história da arte. Primeiramente, é relevante compreender o que se entende por forma. O termo forma possui múl�plos sen�dos quando consideramos seu significado filosófico, epistemológico e esté�co. Segundo Gomes (2009), Platão u�lizou o termo forma Forma, Cor eForma, Cor e TexturaTextura 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 8/29 para definir aquilo que pertence ao mundo meta�sico das ideias, sendo assim, algo conceitual e não material. Considerando o sen�do esté�co, forma e conteúdo são elementos dis�ntos. Em um sen�do Aristotélico, a forma é a parte visível de algo, é o que informa a aparência material de determinada coisa. reflita Reflita Segundo Gomes (2009), o termo forma apresenta cinco sen�dos dis�ntos, são eles: filosófico, lógico, esté�co, epistemológico e do termo “forma” na língua. O problema em torno do sen�do de forma e como essa noção está relacionada com a percepção dos objetos materiais ou intelectuais do mundo foi abordado em diferentes perspec�vas ao longo da história. Isso evidencia a relevância da discussão da percepção do mundo e das imagens, apesar de, socialmente, a discussão da percepção das imagens ser relegada a um segundo plano nas ins�tuições formais de ensino. Fonte: Gomes (2009). 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 9/29 Por outro lado, a forma possui propriedades que a consubstanciam per si ou por inteira. Ou seja, a forma pode se cons�tuir num único ponto (singular), ou numa linha (sucessão de pontos), ou num plano (sucessão de linhas) ou, ainda, num volume (uma forma completa contemplando todas as propriedades citadas) (GOMES, 2009, p. 39). A forma é, portanto, a percepção visual do objeto, ou seja, é o resultado do processo no qual a luz incide sobre o objeto e é percebida pelo órgão da visão, possível graças às variações de es�mulos visuais que possibilitam a iden�ficação das formas. Observe a Figura 4.2. Na Figura 4.2, a forma que vemos é a de um menino, porém, também percebemos uma infinidade de outras formas, como as linhas do cabelo, a forma do rosto, sobrancelhas, boca e nariz. As diferentes formas são segregadas pelos seus contrastes e pela combinação de cores e texturas. Na imagem, a combinação de formas, linhas, pontos e cores produz ar�ficialmente a sensação de volume e textura. Ou seja, por meio da ar�culação dos elementos da linguagem visual, como ponto, linha e cor, o ar�sta cria ar�ficialmente a sensação de estarmos diante de Figura 4.2 - Menino tocando violino - Frans Hals Fonte: Hals (s.d.). 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 10/29 um objeto tridimensional. Isso só é possível pelo emprego de tons e cores que, devido às suas qualidades, causam a sensação de volume ou recuo. Observe, nessa figura, como o ar�sta ar�culou as linhas e cores do cabelo para dar a sensação de volume e texturização de um cabelo humano. Ele u�liza tons quentes que remetem ao sombreamento e à luminosidade e diferentes gradações de linhas para segregar os fios uns dos outros causando uma sensação de mul�plicidade de fios. Observe como o ar�sta diferencia as texturas do cabelo e da pele, criando duas formas dis�ntas e segregando-as por meio da aplicação de diferentes tonalidades. Da mesma forma, percebemos a forma do nariz por meio dos contrastes que o segregam do restante da pele do rosto. O ar�sta u�liza estratégias de aplicação de cores luminosas e esbranquiçadas em determinados pontos para ressaltar áreas de volume, bem como u�liza cores com baixa luminosidade e pouca saturação para conferir recuo à forma. Assim, as qualidades dos elementos visuais, das cores, formas e texturas podem ser ordenadas e ar�culadas na representação imagé�ca para criar combinações que produzam novas sensações no espectador. Desse modo, o ar�sta ordena e ar�cula as qualidades e ressonâncias dos elementos da linguagem visual, compondo um todo complexo para comunicar e expressar mensagens visuais. praticar Vamos Praticar A noção de forma está vinculada à ar�culação dos demais elementos da linguagem visual. Tendo em vista que a linha, o ponto, o plano e a cor apresentam qualidades específicas e provocam sensações e associação de sen�dos, a ar�culação das ressonâncias desses elementos é o que possibilita a comunicação por meio da imagem. Considerando isso, assinale a alterna�va correta. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 11/29 a) O conceito de forma só pode ser empregado para designar a composição total da imagem. b) A noção de forma u�lizada na linguagem visual está atrelada ao sen�do platônico meta�sico. c) A forma designa o resultado do processo no qual a luz incide sobre o objeto e é percebida pela visão. d) A noção de forma designa uma concepção intelectual dos objetos em detrimento de sua aparência visual. e) O termo forma só pode ser u�lizado para se referir a um objeto visual complexo e não a elementos simples. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 12/29 Uma vez que compreendemos as relações entre os elementos da linguagem visual e como a ar�culação destes produz as imagens e a forma como são percebidas, convém conhecer algumas possibilidades de estratégias visuais que partem da noção da aplicação de técnicas visuais. Assim, neste tópico você conhecerá estratégias de aplicação de técnicas visuais que contribuem para um maior domínio da linguagem visual para quem vê mas também para quem cria imagens. Para isso, conheceremos alguns conceitos básicos de composição, tais como: clareza; simplicidade; complexidade; minimidade; profusão; coerência; transparência �sica; e ambiguidade. Estratégias VisuaisEstratégias Visuais 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 13/29 A aplicação do conceito de clareza se dá na composição que privilegia a compreensão e decodificação rápida da imagem resultante da u�lização dos princípios de harmonia e do equilíbrio. Essa técnica pode ser empregada em imagens simples ou complexas, tendo como foco uma clareza de percepção das unidades, mesmo que estas sejam numerosas. No exemplo da Figura 4.3, a fotografia apresenta a estratégia da clareza, uma vez que apresenta apenas duas unidades principais, a figura e o fundo. O equilíbrio e a harmonia visual da imagem fazem com que sua leitura seja rápida e clara. saibamais Saiba mais Além das estratégias visuais apresentadas nesta unidade, ainda existem outras possibilidades estratégicas de composição visual, como ruído visual, ajuste óp�co, sobreposição, sequencialidade, superficialidade, profundidade, distorção, difusidade, su�leza, fragmentação, aleatoriedade, espontaneidade, redundância, opacidade, exageração, coerência e arredondamento. Você pode conhecer outras estratégias visuais por meio do link a seguir. Fonte: Gomes (2009). ACESSAR https://docente.ifrn.edu.br/carlosdias/informatica/programacao-visual/tecnicas-de-comunicacao-visual-donis-a.-dondis 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 14/29 A estratégia visual da simplicidade é fortemente associada à noção de clareza, uma vez que busca a forma mais harmoniosa e simples possível. Busca ordenar, na composição, um baixo número de unidadesque devem ser facilmente assimiladas pelo espectador. A Figura 4.4 apresenta a obra Onement VI, do ar�sta Barne� Newman, expoente do movimento da pintura ColorField. A composição apresenta um reduzido número de elementos, que se diferenciam entre si pela descon�nuidade das cores e o contraste entre elas. Figura 4.3 - David - Michelangelo Fonte: Andrey Cherkasov / 123RF. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 15/29 A técnica da complexidade, por outro lado, estabelece o uso de numerosas unidades visuais, opondo-se assim à estratégia da simplicidade. Essa estratégia visa construir uma composição que necessita de um maior tempo de observação para a compreensão por parte do espectador. Observe um exemplo de complexidade na figura a seguir. Figura 4.4 - Onement VI - Barne� Newman Fonte: Anton Havelaar / 123RF. Figura 4.5 - Nany Antes de Osíris, Ísis e Né�is Fonte: Xennex / Wikiart. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 16/29 A minimidade u�liza de um minimalismo de elementos que está vinculado à noção de clareza e simplicidade. Trata-se da composição que privilegia apenas elementos essenciais com uma ordenação de fácil compreensão. Busca comunicar por meio do mínimo possível de unidades, como o exemplo a seguir. A estratégia visual da profusão pode ser associada também à complexidade, visto que busca apresentar um alto número de elementos na composição. Enfa�za adornos e detalhes na imagem que necessitam de uma atenção maior, e sua ornamentação pode enfa�zar a ideia de luxuosidade e riqueza pela exuberância de detalhamento, como em alguns es�los ar�s�cos arquitetônicos. É o caso do detalhamento da Igreja Gó�ca de Notre Dame, exibida na figura a seguir. Figura 4.6 - Placa de banheiro minimalista Fonte: Lillitve / Freepik. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 17/29 A transparência �sica u�liza a sobreposição por meio de estratégias que causam a sensação de transparência e translucidez. Essa estratégia pode funcionar para comunicar a leveza do objeto representado, levando a uma sensação de suavidade. A estratégia da transparência e da sobreposição foi u�lizada na fotografia apresentada na figura a seguir. Figura 4.7 - Fotografia de detalhe da catedral Notre Dame - Paris Fonte: Tang90246 / 123RF. Figura 4.8 - Transparência Fonte: Loulouvonglup / 123RF. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 18/29 A estratégia da ambiguidade é u�lizada para produção de uma composição visualmente interessante, que pode ser interpretada de perspec�vas dis�ntas. Isso faz com que a técnica não seja adequada quando se busca uma funcionalidade da imagem. Contudo, essa técnica pode ser aplicada quando o obje�vo da imagem é ins�gar o espectador psicologicamente, causando uma surpresa visual. A imagem a seguir mostra a aplicação da estratégia visual da ambiguidade por meio de uma composição que pode ser compreendida em diferentes perspec�vas. Desta forma, existem inúmeras estratégias visuais que podem ser empregadas na elaboração de uma composição. O ar�sta visual deve ponderar quais são as estratégias mais adequadas, considerando o obje�vo da produção. praticar Vamos Praticar Figura 4.9 - Labirinto Fonte: Andrii Vorobyov / 123RF. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 19/29 Vamos Praticar Ao longo dos estudos desta Unidade você pode perceber como os princípios fundamentais das leis da Gestalt vinculados a percepção visual das coisas podem ser aplicados na elaboração de imagens e também na sua leitura e interpretação. A aplicação destes princípios, podem ser consideradas estratégias visuais que apresentam diferentes maneiras de ordenar os elementos visuais visando alcançar diferentes efeitos e sensações no espectador. Observe as duas imagens a seguir: Figura 4.10 - Batalha do Avaí (1874-1877) - Pedro Américo Fonte: Wikiart 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 20/29 A primeira imagem apresenta a obra A batalha do Avaí (1874-1877) do ar�sta brasileiro Pedro Américo. A segunda imagem apresenta a obra Quadrado vermelho (1915) do ar�sta russo Kazimir Malevich. Enquanto a obra de Pedro Américo apresenta uma profusão de figuras, rica em detalhes, a obra de Malevich traz poucos elementos em sua composição. Agora vamos pra�car, observe e analise as duas imagens. Com base no conteúdo que você estudou nesta unidade, reflita sobre quais foram as estratégias visuais u�lizadas pelos ar�stas em cada imagem apresentada, e quais são os efeitos visuais que elas causam no espectador. Figura 4.11 - Quadrado vermelho (1915) Kazimir Malevich Fonte: Wikiart 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 21/29 Estudos da teoria da Gestalt buscaram compreender o processo de leitura visual dos objetos, discriminando o procedimento em duas partes. Nessa perspec�va teórica, compreende-se que esse processo sofre influência do repertório cultural e social, e o grau de proximidade e conhecimento sobre os elementos visuais do indivíduo que decodifica a imagem. Contudo, é possível estabelecer alguns procedimentos padrões. A apreensão rápida do sistema e a maior facilidade de proceder à leitura visual da forma do objeto, por parte de qualquer leitor, vão depender principalmente, da sua maior ou menor sensibilidade, obviamente, de seu repertório cultural, técnico e profissional (GOMES, 2009, p.103). Apesar das variações derivadas das diferenças de repertório social, cultural e técnico, que mudam de indivíduo para indivíduo, é possível estabelecer algumas etapas da leitura visual. De maneira sinté�ca, a primeira etapa aborda as seguintes leis da Gestalt: unidade, segregação, unificação e boa con�nuação. Assim, o primeiro passo da leitura visual consiste em etapas básicas, que são a examinação do objeto e a iden�ficação de unidades em partes principais para, em um segundo Síntese VisualSíntese Visual 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 22/29 momento, a segregação minuciosa de outras partes e unidades. Por fim, nessa etapa da leitura visual, busca-se analisar e interpretar, por meio das leis da Gestalt citadas, todas as partes e unidades segregadas. Por úl�mo, a leitura visual é concluída por meio da interpretação da composição, considerando o objeto total e suas caracterís�cas. Após isso, a segunda etapa da leitura visual busca uma leitura visual mais detalhada a respeito da organização visual dos elementos na imagem. Para isso, o indivíduo, primeiramente, analisa a ar�culação visual das qualidades dos elementos que compõe a imagem, considerando o todo e as partes separadas. Em um segundo momento, o leitor realiza uma interpretação conclusiva, julgando se a imagem apresenta os princípios de harmonia, equilíbrio, clareza ou se apresenta desorganização e incoerência. praticar Vamos Praticar A leitura visual é a prá�ca de decodificar uma imagem, buscando, para isso, analisar os seus elementos visuais e obje�vando compreender como suas qualidades e ressonâncias foram ar�culadas para comunicar uma mensagem visual ao espectador. Sobre leitura de imagem, assinale a alterna�va correta. a) Na teoria da Gestalt, a leitura de imagem prevê apenas uma etapa, que é a iden�ficação e a decodificação das unidades da composição. b) A primeira etapa da leitura visual das imagens se baseia na aplicação de duas leis da Gestalt, a boa con�nuação e a segregação. c) A leitura visual das imagens acontece de maneira igual e invariável, e em mesmo grau de precisão para todos os indivíduos. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller23/29 d) A etapa final da leitura visual consiste em analisar os elementos segundo os princípios de unidade, unificação, segregação e boa con�nuação. e) A primeira etapa da leitura visual consiste na iden�ficação de partes principais na imagem e decomposição dessas partes em outras. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 24/29 indicações Material Complementar FILME Documentário Alexandre Wollner e a Formação do Design Moderno no Brasil Ano: 2005 Comentário: Trata-se de um documentário que entrevista o designer Alexandre Wollner sobre o seu trabalho de criação. No documentário, o designer fala sobre suas referências visuais e seu processo de criação, evidenciando como ele ar�cula elementos visuais e considera as leis da Gestalt nas suas elaborações visuais. Você pode acessar o vídeo no link a seguir. TRAILER 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 25/29 L IVRO Universo da Arte Editora: Editora da Unicamp Autor: Fayga Ostrower ISBN: 8526810189 Comentário: A autora Fayga Ostrower é uma relevante teórica no campo das artes, que, diante de uma nova experiência com ensino de artes visuais para operários, se debruça sobre o obje�vo de um ensino da linguagem visual para pessoas que nunca �veram contato com a arte. Para isso, a autora apresenta de maneira didá�ca os princípios composi�vos básicos e as relações entre os elementos da linguagem visual. A leitura é indicada considerando, em especial, a parte III do livro, in�tulada Elementos Visuais, na qual há uma abordagem das caracterís�cas e qualidades dos elementos visuais, e a parte IV, Composição, na qual a autora discute as possibilidades de ar�culação dos elementos básicos e produções composi�vas. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 26/29 conclusão Conclusão Caro(a) estudante, nesta unidade você conheceu as qualidades do elemento visual da textura, sua vinculação com o sen�do tá�l e suas variações em texturas óp�cas e táteis. Você compreendeu como são ar�culados os elementos visuais como forma, cor e textura na composição das imagens, por meio de exemplos prá�cos de como esses elementos contribuem para uma imagem que representa texturas, volumes e sen�dos. No tópico Estratégias Visuais, apresentamos algumas possibilidades de aplicação dos elementos visuais e dos princípios da Gestalt, analisando composições que possibilitam uma eficácia na leitura visual, ou ar�culam princípios da Gestalt considerando as dis�ntas finalidades das imagens. Por fim, você conheceu as etapas da leitura visual que sinte�zam e ar�culam todos os princípios estudados. referências Referências Bibliográficas DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2003. 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 27/29 DÜRER, A. Lebre. 1528. Disponível em: h�ps://www.wikiart.org/pt/albrecht- durer/hare-1528. Acesso em: 21 maio 2020. GOMES, J. F. Gestalt do objeto: Sistema de leitura visual da forma. 9. ed. São Paulo: Escrituras, 2009. HALS, F. Menino tocando violino. [s.d.]. Disponível em: h�ps://www.wikiart.org/pt/frans-hals/boy-playing-a-violin. Acesso em: 21 maio 2020. KANDINSKY, W. Ponto, linha, plano. Lisboa: Edições 70, 1970. SANTAELLA, L. Semió�ca aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. https://www.wikiart.org/pt/albrecht-durer/hare-1528 https://www.wikiart.org/pt/frans-hals/boy-playing-a-violin 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 28/29 17/08/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 29/29
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