Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OVINOCULTURA HIGIENE E PROFILAXIA O convívio com animais doentes ou infectados, assim como a utilização de seus produtos para a alimentação pode expor o ser humano a uma série de problemas de saúde. Deste modo, o cuidado com a saúde dos animais está intimamente relacionado com a saúde humana; Além disto, muitas perdas econômicas na criação são oriundas de problemas de saúde nos animais, ocasionando diminuição na produção, ou podendo levar o animal à morte. Além da perda econômica com a queda na produção, a utilização de medicamentos gera um alto custo ao produtor. O ideal é prevenir doenças para ter uma atividade produtiva e lucrativa. É importante que o criador tenha sempre em mente a necessidade de adotar medidas de caráter preventivo, para com isso não precisar gastar com medicamentos e não ter perdas econômicas, como queda na produção e morte de animais. Nesse sentido, a produção animal está diretamente relacionada com a saúde dos animais. Produção animal: instalação, raça, manejo, alimentação saúde animal. Fatores indicadores de saúde no rebanho: Vivacidade e altivez, apetite normal, velo (lã) em condição normal, pelos lisos e brilhantes, fezes e urina com coloração, odor e forma normais, ruminação presente e desenvolvimento corporal compatível com a raça e idade. Sanidade: Pele: normal = rósea. Orelhas: na maioria das raças – eretas. Nariz e boca: focinho frio e úmido. Pulso: varia de acordo com a idade (cordeiros 80-90 bpm/ adultos 60-70bpm). Respiração: movimento respiratório normal em animais adultos é de 15/min e nos animais jovens é de 20/min. Temperatura: varia entre 39-40 nos adultos e 40-41 nos cordeiros. Fezes: formato de pérolas e cor verde-azeitonadas. Medidas a serem tomadas 1) Qualificação da mão-de-obra: Uma mão-de-obra bem treinada pode render muito ao criador, que garante com isso a higiene dos seus produtos e de seus animais; 2) Saneamento ambiental: O cuidado com o ambiente também é papel do criador, o esterco dos animais deve ser colocado em lugar adequado (esterqueiras), os alimentos também devem ser bem armazenados e com isso deve-se evitar a presença de insetos e roedores na criação e nas proximidades; 3) Limpeza das instalações: As instalações devem oferecer um ambiente agradável para os animais e funcionários para que desta maneira a resposta em termos produtivos seja sempre favorável. Caso a instalação seja de piso ripado, este deve ser varrido freqüentemente, sendo as fezes retiradas; caso seja utilizada a cama, esta deve ser trocada sempre quando necessário (com excesso de fezes e umidade). Os comedouros e bebedouros também devem ser sempre limpos para garantir uma boa higiene; 4) Nutrição Um animal bem alimentado normalmente apresenta resistência orgânica para algumas enfermidades, desta forma, alimentar bem os animais (quantidade e qualidade adequadas) é um grande passo para o controle de enfermidades do rebanho; 5) Divisão do rebanho em categorias Facilita o manejo e evita que animais mais velhos transmitam doenças para os animais mais novos. A superlotação das baias e piquetes também deve ser evitada; 6) Cuidados na aquisição de animais Na hora da aquisição de novos animais, esses devem ser bem escolhidos e bem observados. Na chegada a propriedade eles devem ficar em quarentena num local próprio, com observação freqüente, dessa forma evita-se que novos animais tragam doenças ao rebanho; 7) Registro de dados Todos os acontecimentos devem ser acompanhados e anotados em uma criação, para evitar problemas futuros e programar manejos profiláticos; 8) Isolamento e tratamento dos animais doentes Os animais doentes devem ser tratados separadamente do rebanho para evitar a proliferação da doença; 9) Observação do rebanho O criador deve estar sempre observando seus animais, pois ele saberá muito bem quando algo diferente ocorrer. As enfermidades, normalmente apresentam sintomas específicos, cabe ao produtor observar e chamar um técnico para orientá-lo; 10) Vacinações Em todas as criações é comum, e necessária, a utilização de vacinas para evitar determinadas doenças. O esquema de vacinação varia conforme a situação do rebanho e sua localização geográfica. Algumas vacinas comumente utilizadas são: Enterotoxemia, Gangrena gasosa, Carbúnculo sintomático, Raiva, Leptospirose, Tétano, Ectima contagioso e outras, conforme orientação veterinária (em locais onde ocorre a doença). • Segue a seguir, um exemplo de programa de vacinações para ovinos: Cuidados a serem tomados nas vacinações - Verificar sempre a dose e a via de inoculação das vacinas, (sub-cutânea, intra-muscular, endovenosa); - Verificar no rótulo a validade das vacinas; - Nunca deixar as vacinas expostas ao sol; - Transportá-las sempre em caixas térmicas contendo gelo; - As seringas e agulhas devem ser esterilizadas antes de seu uso. PRINCIPAIS DOENÇAS E MEDIDAS PROFILÁTICAS • Embora sejam tomados os cuidados profiláticos para se evitar a ocorrência de doenças, como em toda a espécie animal, alguns problemas de enfermidades interferem na criação de ovinos. O aparecimento e a difusão destas enfermidades, por sua vez, estão diretamente relacionados não só com o meio ambiente, mas também com o sistema criatório: extensivo ou intensivo; • Animais criados em condições intensivas sempre apresentam maiores problemas sanitários do que os criados extensivamente. Por esta razão, animais que serão concentrados em sistemas produtivos merecem atenção especial; • As principais doenças que acometem os ovinos podem ser divididas em três grupos: 1. Enfermidades causadas por macroparasitos (Parasitóses); 2. Enfermidades causadas por microparasitos; 3. Distúrbios metabólicos. DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITOS • Podemos definir os macroparasitos como seres invertebrados, organizados, visíveis a olho nu, capazes de permanente ou periodicamente parasitar um hospedeiro, prejudicando-o, desencadeando as chamadas doenças parasitárias; • Dois grandes grupos interessam ao ovinocultor: artrópodes e helmintos. HELMINTÍASES (VERMINOSES) • Definição Com esta denominação, são denominadas as diversas infestações por helmintos, nos organismos animais. Sem dúvida alguma, nas helmintíases encontramos os grandes problemas da criação de ovinos provocando sérios prejuízos aos criadores. A taxa de crescimento diminui e a perda de peso é comum, ocorre redução na produção de lã, diminuição da performance reprodutiva, a produção de leite diminui, tendo como conseqüência baixos pesos dos cordeiros, gastos com medicamentos e alta mortalidade. • Principais sintomas de verminoses: - fraqueza geral e debilidade do animal; - adelgaçamento; - anemia visível pelas pálpebras e mucosas da boca; - diarréia (churriu); - magreza; - o animal cansa e deita ao ser tocado; - papeira (edema sub-mandibular); - Tosse e secreção nasal. Identificação visual de contaminação • Em linhas gerais, a primeira medida a tomar será naturalmente verificar quais os helmintos que mais incidem sobre o mesmo; • Pelo exame clínico de alguns animais, já podemos ter uma certa orientação, pois sabemos que se os animais se apresentarem com: - anemia, fezes ressequidas, é quase certo que estamos diante de uma infestação de helmintos hematófagos, estando em primeiro plano os haemonchus, principalmente na primavera e verão. - Casos de distúrbios intestinais, enfraquecimento e fezes diarréicas e fétidas, nos levam a crer em tricostrongilideos ou estrongilideos. - Cordeiros enfraquecidos nos dirão da possível infestação por moniezias. - Animais anêmicos, com corrimento nasal e tosse, nos dizem da possibilidadede uma dictiocaulose. - Corrimento nasal com estrias de sangue, pode indicar uma oestrose. Haemonchus contortus • Ação hematófica: anemia e hipoproteinemia (destruição de hemáceas). (mucosa da boca e pálpebras) • Sinais Clínicos - Anemia - Edema submandibular - Fraqueza Métodos para avaliação da contaminação parasitária do rebanho: • Exame de fezes (OPG) • Método Famacha O exame de fezes também nos poderá oferecer uma orientação aproximada da contaminação parasitária do rebanho; A coleta de fezes deve ser feita a cada 28 dias, por categoria e/ou por piquete. Em rebanhos pequenos devem ser colhidas no mínimo 10 a 15 amostras. Em rebanhos grandes deve-se colher 10% de cada categoria ou lote. As fezes devem ser retiradas diretamente do reto, acondicionadas individualmente em frascos ou sacos de plásticos identificados e preservadas no gelo até a chegada no laboratório; Quando a contagem média de OPG (ovos por grama de fezes) for superior a 500, a aplicação de vermífugo é recomendada. Sete dias após a desverminação deve-se realizar outra coleta de fezes, dos mesmos animais, para verificar a eficácia do verrmífugo utilizado, que deverá ser superior a 90%. Em casos de dúvidas quanto ao resultado do OPG, principalmente quando não há redução do mesmo na coleta de fezes seguinte, recomenda-se fazer o cultivo de larvas, para se verificar o gênero do helminto responsável pelo suposto fracasso da medicação utilizada. O uso de vermífugos através deste critério permite a manutenção de uma carga residual de vermes no rebanho que funciona como uma pré-munição e permite a sobrevivência de vermes sensíveis à medicação, os quais competem naturalmente com as estirpes resistentes, o que não acontece com as medicações regulares supressivas. Tem-se verificado que quanto maior for a pressão anti-helmíntica nos rebanhos, mais rapidamente se estabelece à resistência. Por isso, a desverminação mensal do rebanho não é adequada, por tornar os vermes resistentes aos diferentes tipos de vermífugos. MÉTODO FAMACHA • O método Famacha é um recurso importante no controle da verminose, principalmente do haemoncus contortus, e sua vantagem mais significativa é a redução do número de tratamentos aplicados, o que auxilia na diminuição do desenvolvimento da resistência a antihelmínticos; • É um método de tratamento seletivo, ou seja, objetiva vermifugar somente os animais do rebanho que apresentam anemia, facilmente visualizada na mucosa ocular dos ovinos; • O método se baseia em informações científicas normalmente ignoradas pelo método de vermifugação tradicional, de que somente parte do rebanho necessita realmente de vermifugação. • Este exame, chamado de hematócrito, é o método rotineiramente usado como indicador de saúde animal. Cinco graus de coloração, ilustrados em um cartão, direcionam a vermifugação dos animais; • Os graus 1 e 2 são de animais com coloração bem vermelha, ou seja, praticamente sem traços de anemia. No grau 3, já é indicada a vermifugação. Nos graus 4 e 5, a vermifugação é imprescindível, pois a mucosa apresenta palidez intensa, além do fato de que no grau 5 é indicado que o animal receba suplementação alimentar (Tabela 2); • Para a verificação da cor da mucosa ocular, o examinador deve expor a conjuntiva, pressionando a pálpebra superior com um dedo polegar e abaixar a pálpebra inferior com o outro. TESTE DE RESISTÊNCIA OU DE EFICÁCIA FATORES QUE INTERFEREM NAS CONTAMINAÇOES • É sabido que uma série de fatores interferem na proliferação dos helmintos. Entre eles podemos citar: a) Condições climáticas condições ótimas de calor e umidade, propiciam o desenvolvimento de helmintos. É natural que em um ano onde estes dois fatores favoreçam a eclosão dos ovos e desenvolvimento de suas larvas, necessitaremos de dar uma maior assistência e melhor controle sanitário do que em épocas de seca ou frio; b) Lotação do campo sabemos que num rebanho com infestação mínima, encontramos de 100 a 300 ovos de helmintos por grama de fezes e num rebanho altamente infestado, chegamos a encontrar 20 a 30 mil ovos por grama. Desta forma, vemos que em um campo cuja lotação não ultrapasse 1 ovino por hectare, haverá um reinfestação muito menor do que em outro que esteja com 2, 3 ou mais animais. Portanto a contaminação por verminose em sistemas intensivos de produção, tende a ser um problema maior do que em sistemas extensivos; c) Condições dos campos Em um campo seco e com pastagens baixas se torna muito mais fácil controlar o superparasitismo do que em campos úmido, planos e de pastagens altas. É sabido que em campos de pastagens baixas pela falta de abrigo para as larvas infestantes e a sua conseqüente esterilização pelos raios solares, dentro de 30 dias haverá uma satisfatória limpeza do campo, ao passo que em pastagens mais altas, as larvas se conservam protegidas, podendo resistir meses à ação destruidora do sol; d) Idade e condição fisiológica Os animais adultos são mais resistentes do que os animais jovens. As fêmeas no final da gestação e início da lactação também são mais propensas a uma maior infestação. CONTROLE DAS VERMINOSES ATRAVÉS DAS PASTAGENS • Algumas medidas práticas podem ser adotadas para interromper o ciclo biológico dos helmintos: • Sabendo-se que os ovos e larvas se encontram nas pastagens, podendo ser destruídos pela ação dos raios solares, e que as formas adultas e imaturas se encontram no hospedeiro, podemos interromper o ciclo biológico de quatro formas diferentes, nas seguintes fases: a) Fase parasitária é aquela em que os helmintos se encontram no hospedeiro, parasitando-a e realizando postura de ovos. Para interrompê-la, devemos realizar dosificações específicas; b) Fase de contaminação das pastagens é aquela em que os ovos são eliminados pelo hospedeiro e depositados nas pastagens. Interrompemos reduzindo a postura dos helmintos por dosificações corretas e realizando rotações de pastagens; c) Fase de vida livre é aquela em que os ovos eclodem e dão origem às larvas que evoluem nas pastagens e se tornam infestantes. Podemos interrompê-la mantendo as pastagens baixas por um bom manejo, ou ceifando-as, pois sabemos que nessas condições, pela ação dos raios solares que nelas incidem, mais de 90% das larvas são destruídas num período de 20 a 30 dias; d) Fase de infestação é aquela em que a larva infestante é ingerida pela ovelha, onde completará sua evolução, tornando-se adulta e realizando postura de ovos. Podemos interrompê-la através de um bom manejo de pastoreio, associando animais não ou pouco sensíveis à infestação parasitária, como bovinos e eqüinos adultos. • Uma das práticas auxiliares no combate aos helmintos, indiscutivelmente é a de rotação de pastagens. • Sabemos que em um campo onde há mais de trinta dias não são não são depositadas fezes infestadas, há uma grande diminuição de larvas infestantes. Sabemos também que animais adultos são muito resistentes a helmintos. • Vamos nos aproveitar destes conhecimentos para associarmos á medicação uma pequena rotação de pastagem, que é possível realizar na maioria de nossos estabelecimentos pastoris. • O que se observa, é que um rebanho bem dosificado, entrando para um campo que está com um índice baixo de larvas infestantes e com uma pastagem recuperada, se mantém em muito melhor estado de nutrição e cria melhor o seu cordeiro. Ovinos 6 meses após início do pastejo: transferidos para piquete B. Bovinos para piquete A. DOSIFICAÇÕES ESTRATÉGICAS • Não devemos esperar para dosificar quando notarmos o rebanho perdendo peso e emagrecendo, porque nesta altura, já temosum alto nível de verminose e a sua recuperação é muito mais difícil; • Entretanto, muitas vezes o criador não dispõem de meios técnicos para precisar a oportunidade da medicação. Para isso são indicadas algumas dosificações que são chamadas ESTRATÉGICAS e TÁTICAS, e que empiricamente sempre a recomendamos, quando desconhecemos em absoluto o rebanho a ser tratado. HIDATIDOSE A hidatidose é uma enfermidade crônica, atingindo não só os animais domésticos, como o homem, caracterizando essa zoonose pelo aparecimento de cistos múltiplos, preferentemente nos pulmões e fígado, podendo se localizar em outros órgãos, como cérebro, rins, coração, pâncreas etc. Estes cistos, de tamanho variável, são formas larvárias de uma pequena tênia do cão, denominada Taenia echinococcus. Estas tênias, medindo em média cinco milímetros, são encontradas às centenas no intestino delgado dos cães parasitados. Os ovos são eliminados com as fezes dos cães, infestando o meio ambiente. Os hospedeiros intermediários, homem e animais, se infestam ingerindo estes ovos liberados nas pastagens, verduras, aguadas etc. Prevenção: jamais alimentar cães com vísceras cruas. Miíases (Bicheiras): São infestações ocasionadas por larvas de mosca (ectoparasitas) com destruição e necrose dos tecidos, ocasionando grandes prejuízos aos criadores. A enfermidade é causada por larvas de moscas de diversos gêneros como Lucilia, Caliphora, Cachliomya (ovos) e Sarcophaga (larvas). A incidência de moscas é maior em período de alta temperatura e alta umidade, diminuindo para baixas umidades, mesmo com altas temperaturas, reduzindo ainda mais, em épocas de baixas temperaturas. Sintomas: Animais inquietos, caminhar desordenado, tentativas de morder as partes afetadas, originando-se grandes feridas. Procuram evitar novos ataques de moscas abrigando-se em lugares sombrios ou de pastagens mais altas (moitas), o que não raro dificulta encontrá-los. Não se alimentam, sofrem emagrecimento progressivo e podem morrer por toxemia, dentro de poucos dias. Tratamento e Profilaxia: Inicialmente proceder a limpeza completa da zona atingida pelas larvas, inclusive corte da lã. Aplicar larvicida para destruir os parasitas, preferencialmente duas vezes ao dia, até constatação de eliminação total das larvas. O larvicida deve ser atóxico, não irritante para os tecidos, sem manchar a lã, de aplicação prática e bom poder parasiticida e residual, para evitar reinfestações. Deve-se combater as moscas produtoras de miíases, evitar cortes excessivos da pele durante a tosquia, cascarreio das fêmeas antes da parição, tratamento dos umbigos dos recém nascidos, evitar cirurgias em épocas de alta temperatura e examinar periodicamente todo o rebanho. Oestroses (Bicho da cabeça): Enfermidade caracterizada por uma renite parasitária, produzida pela infestação de larvas de mosca do gênero Oestrus Ovis. A larva se instala no interior das narinas e ocorre principalmente a partir do início do verão (épocas das chuvas). Sintomas: Animais inquietos; Apresentam fluxo nasal mucopurulento como reflexo da renite traumática, às vezes sanguinolento; Espirram frequentemente; Dificuldade respiratória; Cegueira; Incordenação motora; Movimentos em círculo; Perda de peso. Tratamento e Profilaxia: Nas regiões onde ocorre a existência da mosca Oestrus ovis os animais devem ser medicados com produtos específicos para oestrose no início do verão e/ou época das chuvas. Os fosforados e as ivermectinas e/ou doramectinas funcionam muito bem no seu controle. Sarna Ovina: Definição: Afecção cutânea, causada por pequenos ectoparasitas (ácaros), principalmente pelos Psoroptes ovis, Dermotex ovis e Sarcoptes ovis que ao picarem a pele dos ovinos, causam-lhes imensa coceira, descamação, perda de peso e da qualidade da lã, levam ao enfraquecimento e elevada mortalidade dos ovinos jovens, proporcionando grande prejuízo econômico ao rebanho. O contágio pode ocorrer de animal para animal ou de maneira indireta, por intermédio de abrigos, instalações e instrumentos. Sintomas: Normalmente os animais parasitados se tornam inquietos e procuram coçar-se, mordendo ou pateando no lugar do prurido ou se rascando em árvores, postes, aramados, etc. Ocorre irritação da pele, a lã se rompe formando crostas e feridas e ocorre o emagrecimento progressivo do animal. As lesões produzidas pelos ácaros podem aparecer em todas as partes do corpo que estão cobertas de lã, porém aparecem com mais freqüência no pescoço, paletas, prega da cauda, e nos ovinos tosados, no entreperna e escroto. As lesões mais antigas se revelam facilmente por causa da perda da lã e da presença destas crostas. Em alguns casos, podem estar afetadas grandes regiões do corpo do animal, causando a queda de grandes partes do velo, parecendo “véu de noiva”. Abrindo a lã, encontra-se crostas sobre a pele e debaixo estão instalados os parasitos, pois eles abrem extensas galerias, migrando para a periferia das crostas, onde se reproduzem. Tratamento e Profilaxia: Cura das lesões, associado a banhos antisárnicos e ao tratamento com produtos à base de Ivermectin (via oral ou injetável). Em propriedades com problemas, devem-se tosquiar os animais e realizar 2 a 3 banhos sarnicida em intervalos de 14 dias, queimar todos os restos de lã encontrados propriedade, pulverizar todas as instalações com sarnicida e fazer quarentena dos animais que serão introduzidos no rebanho. O tratamento consiste na aplicação de acaricidas, como o triclorfon (Neguvon®), o amitraz (Triatox®), o diazinon (Diazinon®). - Alguns cuidados devem ser tomados no banho, tais como: observar um período mínimo de 10 dias, após a tosquia; separar os animais por categoria e banhar primeiramente os animais mais pesados; não banhar ovelhas e cordeiros juntos; nunca banhar animais com sede e nem muito tarde (após 16 horas); cuidados especiais no passar no banheiro ovelhas em adiantado estado de gestação; mergulhar a cabeça dos animais na solução. Em regiões com problemas, deve-se banhar o rebanho, duas vezes por ano, com intervalos de 10 a 14 dias. Piolho dos ovinos: Enfermidade ectoparasitária caracterizada por pruridos, empastamento e queda da lã e emagrecimento progressivo dos ovinos. Sintomas: A picadura bem como a mordedura, causam irritações que determinam coceiras, rascados e mordiscos, aglutinando e feltrando a lã. Os animais tornam-se inquietos, não se alimentam bem e seu enfraquecimento torna-os susceptíveis a outras enfermidades. O ato de se rascarem pode produzir feridas ou erosões na pele do animal e os ovinos perdem a lã ou ficam com mechas de lã puxadas e feltradas. A pele fica áspera e rugosa e, em casos mais intensos de parasitismo, estas lesões muito se assemelham às da sarna ovina. Tratamento e Profilaxia: O tratamento é o mesmo indicado para a sarna ovina, preferencialmente depois dos animais esquilados. As ivermectinas funcionam nos hematófagos. A profilaxia consiste em evitar o contágio de animais indenes com os parasitados. Ao adquirir novos animais, estes deverão proceder de rebanhos livres da parasitose. Caso contrário, os animais devem ser banhados e deixados em quarentena, só admitindo-os no rebanho da propriedade depois de ter certeza que não estão parasitados.
Compartilhar