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Higiene e Profilaxia - OVINOCULTURA 5

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OVINOCULTURA 
 
HIGIENE E PROFILAXIA 
 
 O convívio com animais doentes ou infectados, assim 
como a utilização de seus produtos para a alimentação 
pode expor o ser humano a uma série de problemas de 
saúde. Deste modo, o cuidado com a saúde dos animais 
está intimamente relacionado com a saúde humana; 
 Além disto, muitas perdas econômicas na criação são 
oriundas de problemas de saúde nos animais, 
ocasionando diminuição na produção, ou podendo levar 
o animal à morte. Além da perda econômica com a 
queda na produção, a utilização de medicamentos gera 
um alto custo ao produtor. 
 
O ideal é prevenir doenças para ter uma atividade 
produtiva e lucrativa. É importante que o criador tenha 
sempre em mente a necessidade de adotar medidas de 
caráter preventivo, para com isso não precisar gastar 
com medicamentos e não ter perdas econômicas, como 
queda na produção e morte de animais. 
 Nesse sentido, a produção animal está diretamente 
relacionada com a saúde dos animais. 
 
Produção animal: instalação, raça, manejo, alimentação 
 saúde animal. 
 
Fatores indicadores de saúde no rebanho: 
Vivacidade e altivez, apetite normal, velo (lã) em 
condição normal, pelos lisos e brilhantes, fezes e urina 
com coloração, odor e forma normais, ruminação 
presente e desenvolvimento corporal compatível com a 
raça e idade. 
 
Sanidade: 
Pele: normal = rósea. 
Orelhas: na maioria das raças – eretas. 
Nariz e boca: focinho frio e úmido. 
Pulso: varia de acordo com a idade (cordeiros 80-90 
bpm/ adultos 60-70bpm). 
Respiração: movimento respiratório normal em animais 
adultos é de 15/min e nos animais jovens é de 20/min. 
Temperatura: varia entre 39-40 nos adultos e 40-41 nos 
cordeiros. 
Fezes: formato de pérolas e cor verde-azeitonadas. 
 
Medidas a serem tomadas 
1) Qualificação da mão-de-obra: Uma mão-de-obra bem 
treinada pode render muito ao criador, que garante com 
isso a higiene dos seus produtos e de seus animais; 
 
2) Saneamento ambiental: O cuidado com o ambiente 
também é papel do criador, o esterco dos animais deve 
ser colocado em lugar adequado (esterqueiras), os 
alimentos também devem ser bem armazenados e com 
isso deve-se evitar a presença de insetos e roedores na 
criação e nas proximidades; 
 
3) Limpeza das instalações: As instalações devem 
oferecer um ambiente agradável para os animais e 
funcionários para que desta maneira a resposta em 
termos produtivos seja sempre favorável. Caso a 
instalação seja de piso ripado, este deve ser varrido 
freqüentemente, sendo as fezes retiradas; caso seja 
utilizada a cama, esta deve ser trocada sempre quando 
necessário (com excesso de fezes e umidade). Os 
comedouros e bebedouros também devem ser sempre 
limpos para garantir uma boa higiene; 
 
4) Nutrição  Um animal bem alimentado normalmente 
apresenta resistência orgânica para algumas 
enfermidades, desta forma, alimentar bem os animais 
(quantidade e qualidade adequadas) é um grande passo 
para o controle de enfermidades do rebanho; 
 
5) Divisão do rebanho em categorias  Facilita o 
manejo e evita que animais mais velhos transmitam 
doenças para os animais mais novos. A superlotação das 
baias e piquetes também deve ser evitada; 
 
6) Cuidados na aquisição de animais  Na hora da 
aquisição de novos animais, esses devem ser bem 
escolhidos e bem observados. Na chegada a propriedade 
eles devem ficar em quarentena num local próprio, com 
observação freqüente, dessa forma evita-se que novos 
animais tragam doenças ao rebanho; 
 
7) Registro de dados  Todos os acontecimentos 
devem ser acompanhados e anotados em uma criação, 
para evitar problemas futuros e programar manejos 
profiláticos; 
 
8) Isolamento e tratamento dos animais doentes  Os 
animais doentes devem ser tratados separadamente do 
rebanho para evitar a proliferação da doença; 
 
9) Observação do rebanho  O criador deve estar 
sempre observando seus animais, pois ele saberá muito 
bem quando algo diferente ocorrer. As enfermidades, 
normalmente apresentam sintomas específicos, cabe ao 
produtor observar e chamar um técnico para orientá-lo; 
 
10) Vacinações  Em todas as criações é comum, e 
necessária, a utilização de vacinas para evitar 
determinadas doenças. O esquema de vacinação varia 
conforme a situação do rebanho e sua localização 
geográfica. Algumas vacinas comumente utilizadas são: 
Enterotoxemia, Gangrena gasosa, Carbúnculo 
sintomático, Raiva, Leptospirose, Tétano, Ectima 
contagioso e outras, conforme orientação veterinária 
(em locais onde ocorre a doença). 
• Segue a seguir, um exemplo de programa de 
vacinações para ovinos: 
 
 
 
Cuidados a serem tomados nas vacinações 
- Verificar sempre a dose e a via de inoculação 
das vacinas, (sub-cutânea, intra-muscular, 
endovenosa); 
- Verificar no rótulo a validade das vacinas; 
- Nunca deixar as vacinas expostas ao sol; 
- Transportá-las sempre em caixas térmicas 
contendo gelo; 
- As seringas e agulhas devem ser esterilizadas 
antes de seu uso. 
 
PRINCIPAIS DOENÇAS E MEDIDAS PROFILÁTICAS 
• Embora sejam tomados os cuidados profiláticos 
para se evitar a ocorrência de doenças, como 
em toda a espécie animal, alguns problemas de 
enfermidades interferem na criação de ovinos. 
O aparecimento e a difusão destas 
enfermidades, por sua vez, estão diretamente 
relacionados não só com o meio ambiente, mas 
também com o sistema criatório: extensivo ou 
intensivo; 
• Animais criados em condições intensivas 
sempre apresentam maiores problemas 
sanitários do que os criados extensivamente. 
Por esta razão, animais que serão concentrados 
em sistemas produtivos merecem atenção 
especial; 
• As principais doenças que acometem os ovinos 
podem ser divididas em três grupos: 
1. Enfermidades causadas por macroparasitos 
(Parasitóses); 
2. Enfermidades causadas por microparasitos; 
3. Distúrbios metabólicos. 
 
 
 
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITOS 
• Podemos definir os macroparasitos como seres 
invertebrados, organizados, visíveis a olho nu, 
capazes de permanente ou periodicamente 
parasitar um hospedeiro, prejudicando-o, 
desencadeando as chamadas doenças 
parasitárias; 
• Dois grandes grupos interessam ao ovinocultor: 
artrópodes e helmintos. 
 
HELMINTÍASES (VERMINOSES) 
• Definição  Com esta denominação, são 
denominadas as diversas infestações por 
helmintos, nos organismos animais. Sem dúvida 
alguma, nas helmintíases encontramos os 
grandes problemas da criação de ovinos 
provocando sérios prejuízos aos criadores. A 
taxa de crescimento diminui e a perda de peso é 
comum, ocorre redução na produção de lã, 
diminuição da performance reprodutiva, a 
produção de leite diminui, tendo como 
conseqüência baixos pesos dos cordeiros, gastos 
com medicamentos e alta mortalidade. 
• Principais sintomas de verminoses: 
 - fraqueza geral e debilidade do animal; 
 - adelgaçamento; 
 - anemia visível pelas pálpebras e mucosas da 
boca; 
 - diarréia (churriu); 
 - magreza; 
 - o animal cansa e deita ao ser tocado; 
 - papeira (edema sub-mandibular); 
 - Tosse e secreção nasal. 
 
 
 
Identificação visual de contaminação 
• Em linhas gerais, a primeira medida a tomar 
será naturalmente verificar quais os helmintos 
que mais incidem sobre o mesmo; 
• Pelo exame clínico de alguns animais, já 
podemos ter uma certa orientação, pois 
sabemos que se os animais se apresentarem 
com: 
- anemia, fezes ressequidas, é quase certo que estamos 
diante de uma infestação de helmintos hematófagos, 
estando em primeiro plano os haemonchus, 
principalmente na primavera e verão. 
- Casos de distúrbios intestinais, enfraquecimento e 
fezes diarréicas e fétidas, nos levam a crer em 
tricostrongilideos ou estrongilideos. 
- Cordeiros enfraquecidos nos dirão da possível 
infestação por moniezias. 
- Animais anêmicos, com corrimento nasal e tosse, nos 
dizem da possibilidadede uma dictiocaulose. 
- Corrimento nasal com estrias de sangue, pode indicar 
uma oestrose. 
 
Haemonchus contortus 
• Ação hematófica: anemia e hipoproteinemia 
(destruição de hemáceas). (mucosa da boca e 
pálpebras) 
 
 
• Sinais Clínicos 
- Anemia 
- Edema submandibular 
- Fraqueza 
 
Métodos para avaliação da contaminação parasitária 
do rebanho: 
• Exame de fezes (OPG) 
• Método Famacha 
 
 O exame de fezes também nos poderá oferecer uma 
orientação aproximada da contaminação parasitária do 
rebanho; 
 A coleta de fezes deve ser feita a cada 28 dias, por 
categoria e/ou por piquete. Em rebanhos pequenos 
devem ser colhidas no mínimo 10 a 15 amostras. Em 
rebanhos grandes deve-se colher 10% de cada categoria 
ou lote. As fezes devem ser retiradas diretamente do 
reto, acondicionadas individualmente em frascos ou 
sacos de plásticos identificados e preservadas no gelo 
até a chegada no laboratório; 
 Quando a contagem média de OPG (ovos por grama 
de fezes) for superior a 500, a aplicação de vermífugo é 
recomendada. Sete dias após a desverminação deve-se 
realizar outra coleta de fezes, dos mesmos animais, para 
verificar a eficácia do verrmífugo utilizado, que deverá 
ser superior a 90%. Em casos de dúvidas quanto ao 
resultado do OPG, principalmente quando não há 
redução do mesmo na coleta de fezes seguinte, 
recomenda-se fazer o cultivo de larvas, para se verificar 
o gênero do helminto responsável pelo suposto fracasso 
da medicação utilizada. 
 O uso de vermífugos através deste critério permite a 
manutenção de uma carga residual de vermes no 
rebanho que funciona como uma pré-munição e permite 
a sobrevivência de vermes sensíveis à medicação, os 
quais competem naturalmente com as estirpes 
resistentes, o que não acontece com as medicações 
regulares supressivas. 
 Tem-se verificado que quanto maior for a pressão 
anti-helmíntica nos rebanhos, mais rapidamente se 
estabelece à resistência. Por isso, a desverminação 
mensal do rebanho não é adequada, por tornar os 
vermes resistentes aos diferentes tipos de vermífugos. 
 
 
 
MÉTODO FAMACHA 
• O método Famacha é um recurso importante no 
controle da verminose, principalmente do 
haemoncus contortus, e sua vantagem mais 
significativa é a redução do número de 
tratamentos aplicados, o que auxilia na 
diminuição do desenvolvimento da resistência a 
antihelmínticos; 
• É um método de tratamento seletivo, ou seja, 
objetiva vermifugar somente os animais do 
rebanho que apresentam anemia, facilmente 
visualizada na mucosa ocular dos ovinos; 
• O método se baseia em informações científicas 
normalmente ignoradas pelo método de 
vermifugação tradicional, de que somente parte 
do rebanho necessita realmente de 
vermifugação. 
 
• Este exame, chamado de hematócrito, é o 
método rotineiramente usado como indicador 
de saúde animal. Cinco graus de coloração, 
ilustrados em um cartão, direcionam a 
vermifugação dos animais; 
• Os graus 1 e 2 são de animais com coloração 
bem vermelha, ou seja, praticamente sem 
traços de anemia. No grau 3, já é indicada a 
vermifugação. Nos graus 4 e 5, a vermifugação é 
imprescindível, pois a mucosa apresenta palidez 
intensa, além do fato de que no grau 5 é 
indicado que o animal receba suplementação 
alimentar (Tabela 2); 
 
• Para a verificação da cor da mucosa ocular, o 
examinador deve expor a conjuntiva, 
pressionando a pálpebra superior com um dedo 
polegar e abaixar a pálpebra inferior com o 
outro. 
 
 
 
TESTE DE RESISTÊNCIA OU DE EFICÁCIA 
 
 
 
 
FATORES QUE INTERFEREM NAS CONTAMINAÇOES 
• É sabido que uma série de fatores interferem na 
proliferação dos helmintos. Entre eles podemos 
citar: 
a) Condições climáticas  condições ótimas de calor e 
umidade, propiciam o desenvolvimento de helmintos. É 
natural que em um ano onde estes dois fatores 
favoreçam a eclosão dos ovos e desenvolvimento de 
suas larvas, necessitaremos de dar uma maior 
assistência e melhor controle sanitário do que em 
épocas de seca ou frio; 
b) Lotação do campo  sabemos que num rebanho com 
infestação mínima, encontramos de 100 a 300 ovos de 
helmintos por grama de fezes e num rebanho altamente 
infestado, chegamos a encontrar 20 a 30 mil ovos por 
grama. Desta forma, vemos que em um campo cuja 
lotação não ultrapasse 1 ovino por hectare, haverá um 
reinfestação muito menor do que em outro que esteja 
com 2, 3 ou mais animais. Portanto a contaminação por 
verminose em sistemas intensivos de produção, tende a 
ser um problema maior do que em sistemas extensivos; 
 
c) Condições dos campos  Em um campo seco e com 
pastagens baixas se torna muito mais fácil controlar o 
superparasitismo do que em campos úmido, planos e de 
pastagens altas. É sabido que em campos de pastagens 
baixas pela falta de abrigo para as larvas infestantes e a 
sua conseqüente esterilização pelos raios solares, dentro 
de 30 dias haverá uma satisfatória limpeza do campo, ao 
passo que em pastagens mais altas, as larvas se 
conservam protegidas, podendo resistir meses à ação 
destruidora do sol; 
 
d) Idade e condição fisiológica Os animais adultos são 
mais resistentes do que os animais jovens. As fêmeas no 
final da gestação e início da lactação também são mais 
propensas a uma maior infestação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTROLE DAS VERMINOSES ATRAVÉS DAS PASTAGENS 
• Algumas medidas práticas podem ser adotadas 
para interromper o ciclo biológico dos 
helmintos: 
• Sabendo-se que os ovos e larvas se encontram 
nas pastagens, podendo ser destruídos pela 
ação dos raios solares, e que as formas adultas e 
imaturas se encontram no hospedeiro, podemos 
interromper o ciclo biológico de quatro formas 
diferentes, nas seguintes fases: 
a) Fase parasitária  é aquela em que os helmintos se 
encontram no hospedeiro, parasitando-a e realizando 
postura de ovos. Para interrompê-la, devemos realizar 
dosificações específicas; 
b) Fase de contaminação das pastagens  é aquela em 
que os ovos são eliminados pelo hospedeiro e 
depositados nas pastagens. Interrompemos reduzindo a 
postura dos helmintos por dosificações corretas e 
realizando rotações de pastagens; 
c) Fase de vida livre  é aquela em que os ovos eclodem 
e dão origem às larvas que evoluem nas pastagens e se 
tornam infestantes. Podemos interrompê-la mantendo 
as pastagens baixas por um bom manejo, ou ceifando-as, 
pois sabemos que nessas condições, pela ação dos raios 
 
solares que nelas incidem, mais de 90% das larvas são 
destruídas num período de 20 a 30 dias; 
d) Fase de infestação  é aquela em que a larva 
infestante é ingerida pela ovelha, onde completará sua 
evolução, tornando-se adulta e realizando postura de 
ovos. Podemos interrompê-la através de um bom 
manejo de pastoreio, associando animais não ou pouco 
sensíveis à infestação parasitária, como bovinos e 
eqüinos adultos. 
 
• Uma das práticas auxiliares no combate aos 
helmintos, indiscutivelmente é a de rotação de 
pastagens. 
• Sabemos que em um campo onde há mais de 
trinta dias não são não são depositadas fezes 
infestadas, há uma grande diminuição de larvas 
infestantes. Sabemos também que animais 
adultos são muito resistentes a helmintos. 
• Vamos nos aproveitar destes conhecimentos 
para associarmos á medicação uma pequena 
rotação de pastagem, que é possível realizar na 
maioria de nossos estabelecimentos pastoris. 
• O que se observa, é que um rebanho bem 
dosificado, entrando para um campo que está 
com um índice baixo de larvas infestantes e com 
uma pastagem recuperada, se mantém em 
muito melhor estado de nutrição e cria melhor o 
seu cordeiro. 
 
 
 
Ovinos 6 meses após início do pastejo: transferidos para 
piquete B. Bovinos para piquete A. 
 
DOSIFICAÇÕES ESTRATÉGICAS 
• Não devemos esperar para dosificar quando 
notarmos o rebanho perdendo peso e 
emagrecendo, porque nesta altura, já temosum 
alto nível de verminose e a sua recuperação é 
muito mais difícil; 
• Entretanto, muitas vezes o criador não dispõem 
de meios técnicos para precisar a oportunidade 
da medicação. Para isso são indicadas algumas 
dosificações que são chamadas ESTRATÉGICAS e 
TÁTICAS, e que empiricamente sempre a 
recomendamos, quando desconhecemos em 
absoluto o rebanho a ser tratado. 
 
 
 
 
 
HIDATIDOSE 
 A hidatidose é uma enfermidade crônica, atingindo 
não só os animais domésticos, como o homem, 
caracterizando essa zoonose pelo aparecimento de 
cistos múltiplos, preferentemente nos pulmões e fígado, 
podendo se localizar em outros órgãos, como cérebro, 
rins, coração, pâncreas etc. 
 Estes cistos, de tamanho variável, são formas larvárias 
de uma pequena tênia do cão, denominada Taenia 
echinococcus. Estas tênias, medindo em média cinco 
milímetros, são encontradas às centenas no intestino 
delgado dos cães parasitados. Os ovos são eliminados 
com as fezes dos cães, infestando o meio ambiente. 
 Os hospedeiros intermediários, homem e animais, se 
infestam ingerindo estes ovos liberados nas pastagens, 
verduras, aguadas etc. 
Prevenção: jamais alimentar cães com vísceras cruas. 
 
Miíases (Bicheiras): São infestações ocasionadas por 
larvas de mosca (ectoparasitas) com destruição e 
necrose dos tecidos, ocasionando grandes prejuízos aos 
criadores. A enfermidade é causada por larvas de 
moscas de diversos gêneros como Lucilia, Caliphora, 
Cachliomya (ovos) e Sarcophaga (larvas). A incidência de 
moscas é maior em período de alta temperatura e alta 
umidade, diminuindo para baixas umidades, mesmo com 
altas temperaturas, reduzindo ainda mais, em épocas de 
baixas temperaturas. 
 
Sintomas: Animais inquietos, caminhar desordenado, 
tentativas de morder as partes afetadas, originando-se 
grandes feridas. Procuram evitar novos ataques de 
moscas abrigando-se em lugares sombrios ou de 
pastagens mais altas (moitas), o que não raro dificulta 
encontrá-los. Não se alimentam, sofrem emagrecimento 
progressivo e podem morrer por toxemia, dentro de 
poucos dias. 
 
Tratamento e Profilaxia: Inicialmente proceder a 
limpeza completa da zona atingida pelas larvas, inclusive 
corte da lã. Aplicar larvicida para destruir os parasitas, 
preferencialmente duas vezes ao dia, até constatação de 
eliminação total das larvas. O larvicida deve ser atóxico, 
não irritante para os tecidos, sem manchar a lã, de 
aplicação prática e bom poder parasiticida e residual, 
para evitar reinfestações. Deve-se combater as moscas 
produtoras de miíases, evitar cortes excessivos da pele 
durante a tosquia, cascarreio das fêmeas antes da 
parição, tratamento dos umbigos dos recém nascidos, 
evitar cirurgias em épocas de alta temperatura e 
examinar periodicamente todo o rebanho. 
 
Oestroses (Bicho da cabeça): Enfermidade caracterizada 
por uma renite parasitária, produzida pela infestação de 
larvas de mosca do gênero Oestrus Ovis. A larva se 
instala no interior das narinas e ocorre principalmente a 
partir do início do verão (épocas das chuvas). 
 
Sintomas: Animais inquietos; Apresentam fluxo nasal 
mucopurulento como reflexo da renite traumática, às 
vezes sanguinolento; Espirram frequentemente; 
Dificuldade respiratória; Cegueira; Incordenação motora; 
Movimentos em círculo; Perda de peso. 
Tratamento e Profilaxia: Nas regiões onde ocorre a 
existência da mosca Oestrus ovis os animais devem ser 
medicados com produtos específicos para oestrose no 
início do verão e/ou época das chuvas. Os fosforados e 
as ivermectinas e/ou doramectinas funcionam muito 
bem no seu controle. 
Sarna Ovina: 
 Definição: Afecção cutânea, causada por pequenos 
ectoparasitas (ácaros), principalmente pelos Psoroptes 
ovis, Dermotex ovis e Sarcoptes ovis que ao picarem a 
pele dos ovinos, causam-lhes imensa coceira, 
descamação, perda de peso e da qualidade da lã, levam 
ao enfraquecimento e elevada mortalidade dos ovinos 
jovens, proporcionando grande prejuízo econômico ao 
rebanho. O contágio pode ocorrer de animal para animal 
ou de maneira indireta, por intermédio de abrigos, 
instalações e instrumentos. 
 Sintomas: Normalmente os animais parasitados se 
tornam inquietos e procuram coçar-se, mordendo ou 
pateando no lugar do prurido ou se rascando em 
árvores, postes, aramados, etc. Ocorre irritação da pele, 
a lã se rompe formando crostas e feridas e ocorre o 
emagrecimento progressivo do animal. As lesões 
produzidas pelos ácaros podem aparecer em todas as 
partes do corpo que estão cobertas de lã, porém 
aparecem com mais freqüência no pescoço, paletas, 
prega da cauda, e nos ovinos tosados, no entreperna e 
escroto. 
As lesões mais antigas se revelam facilmente por causa 
da perda da lã e da presença destas crostas. Em alguns 
casos, podem estar afetadas grandes regiões do corpo 
do animal, causando a queda de grandes partes do velo, 
parecendo “véu de noiva”. Abrindo a lã, encontra-se 
crostas sobre a pele e debaixo estão instalados os 
parasitos, pois eles abrem extensas galerias, migrando 
para a periferia das crostas, onde se reproduzem. 
Tratamento e Profilaxia: Cura das lesões, associado a 
banhos antisárnicos e ao tratamento com produtos à 
base de Ivermectin (via oral ou injetável). Em 
propriedades com problemas, devem-se tosquiar os 
animais e realizar 2 a 3 banhos sarnicida em intervalos 
de 14 dias, queimar todos os restos de lã encontrados 
propriedade, pulverizar todas as instalações com 
sarnicida e fazer quarentena dos animais que serão 
introduzidos no rebanho. 
O tratamento consiste na aplicação de acaricidas, como 
o triclorfon (Neguvon®), o amitraz (Triatox®), o diazinon 
(Diazinon®). 
- Alguns cuidados devem ser tomados no banho, tais 
como: observar um período mínimo de 10 dias, após a 
tosquia; separar os animais por categoria e banhar 
primeiramente os animais mais pesados; não banhar 
ovelhas e cordeiros juntos; nunca banhar animais com 
sede e nem muito tarde (após 16 horas); cuidados 
especiais no passar no banheiro ovelhas em adiantado 
estado de gestação; mergulhar a cabeça dos animais na 
solução. Em regiões com problemas, deve-se banhar o 
rebanho, duas vezes por ano, com intervalos de 10 a 14 
dias. 
Piolho dos ovinos: 
 Enfermidade ectoparasitária caracterizada por pruridos, 
empastamento e queda da lã e emagrecimento 
progressivo dos ovinos. 
 
 Sintomas: A picadura bem como a mordedura, causam 
irritações que determinam coceiras, rascados e 
mordiscos, aglutinando e feltrando a lã. Os animais 
tornam-se inquietos, não se alimentam bem e seu 
enfraquecimento torna-os susceptíveis a outras 
enfermidades. O ato de se rascarem pode produzir 
feridas ou erosões na pele do animal e os ovinos perdem 
a lã ou ficam com mechas de lã puxadas e feltradas. A 
pele fica áspera e rugosa e, em casos mais intensos de 
parasitismo, estas lesões muito se assemelham às da 
sarna ovina. 
 
Tratamento e Profilaxia: O tratamento é o mesmo 
indicado para a sarna ovina, preferencialmente depois 
dos animais esquilados. As ivermectinas funcionam nos 
hematófagos. 
A profilaxia consiste em evitar o contágio de animais 
indenes com os parasitados. Ao adquirir novos animais, 
estes deverão proceder de rebanhos livres da parasitose. 
Caso contrário, os animais devem ser banhados e 
deixados em quarentena, só admitindo-os no rebanho 
da propriedade depois de ter certeza que não estão 
parasitados.

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