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Livro de Botânica - Vidal

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BOTÂNICA 
ORGANOGRAFIA 
Quadros Sinóticos Ilustrados de Fanerógamos 
Waldomiro Nunes Vidal 
Maria Rosária Rodrigues Vidal 
4 a Edição 
BOTÂNICA - ORGANOGRAFIA 
QUADROS SINÓTICOS ILUSTRADOS DE FANERÓGAMOS 
UÊPB/BC/Bib!ioteca Campus V 
•mu 
FORHcC: 
ftJBUOTECA CAMPUS V 
Vice-Rei tor 
Pró-Rei tor de Extensão e 
Cultura 
Diretora da Editora U F V 
Conse lho Editorial 
Univers idade Federal de Viçosa 
Reitor Carlos Sigueyuki Sediyama 
Cláudio Fur tado Soares 
Gera ldo Antônio de Andrade Araújo 
Rizele Mar ia de Castro Reis 
Afonso Augusto Teixeira de Freitas de 
Carvalho Lima (Presidente) , Antônio Alber to 
da Silva, Luiz Cláudio de Almeida Barbosa, 
Luiz Eduardo Dias, Mar ia Crist ina Baracat 
Pereira, Or lando Pinheiro da Fonseca 
Rodrigues , Paulo Henr ique Alves da Silva, 
Ricardo Corrêa Gomes e Rizele Mar ia de 
Castro Reis 
A Edi tora U F V é filiada à 
(Associação Brasileira das Editoras Universi tárias) 
WALDOMIRO NUNES VIDAL 
MARIA ROSÁRIO RODRIGUES VIDAL 
BOTÁNICA - ORGANOGRAFIA 
QUADROS SINÓTICOS ILUSTRADOS DE FANERÓGAMOS 
4 5 Edição 
Revista e ampl iada 
ÜEPB/BC/Biblioteca Campus V 
Ed ¡TORA 
UFV 
Universidade Federal de Viçosa 
2006 
© 1979 by Waldomiro Nunes Vidal e Maria Rosária Rodrigues Vidal 
1* edição: 1979 
2 a edição: 1983 
3 a edição: 1984 
1" reimpressão: 1986; 2 a reimpressão: 1990; 3 a reimpressão: 1992; 4 a reimpressão: 
1995; 5 a reimpressão: 1999 
4 a edição: 2000 
I a reimpressão: 2001; 2 a reimpressão: 2002; 3 a reimpressão: 2003; 4 a reimpressão: 2004; 
5 a reimpressão: 2004; 6 a reimpressão: 2005; 7 a reimpressão: 2006; 8 a reimpressão: 2006 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida sem a 
autorização escrita e prévia dos detentores do copyright.. 
Impresso no Brasil 
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e Classificação 
da Biblioteca Central da UFV 
Vidal, Waldomiro Nunes. 
V649b Botânica - Organografia; quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos / 
2003 Waldomiro Nunes Vidal, Maria Rosária Rodrigues Vidal. - 4.ed. rev. ampl. 
-Viçosa : UFV, 2003. 
124p.:il. 
ISBN: 85-7269-054-9 
1. Morfologia vegetal. 2. Anatomia vegetal. 3. Fanerógamos -
Morfologia. I. Vidal, Maria Rosária Rodrigues. II. Universidade Federal 
de Viçosa. II. Título. 
CDD 19.ed. 581.4 
CDD 20.ed. 581.4 
Capa 
Layout: Aguinaldo Pacheco 
Fotolito: Fotoprint 
Revisão lingüística: Nelson Coeli 
Editoração eletrônica: José Roberto da Silva Lana 
Ilustração: Antônio Fernando Gomes 
Impressão e acabamento: Divisão de Gráfica Universitária da UFV 
Editora UFV 
Edifício Francisco São José, s/n 
Universidade Federal de Viçosa 
36570-000 Viçosa, MG, Brasil Pedidos 
Tels. (0xx31) 3899-3139/2220 Tels. (0xx31 ) 3899-2234/1517 
Fax (0xx31) 3899-2143 Fax (0xx31) 3899-2143 
E-mail: editora@ufv.br E-mail: editora@ufv.br 
Livraria Virtual: www.livraria.ufv.br Livraria Virtual: www.livraria.ufv.br 
mailto:editora@ufv.br
mailto:editora@ufv.br
http://www.livraria.ufv.br
http://www.livraria.ufv.br
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
(Canção do Exílio - Gonçalves Dias) 
ÜEPB/BC/Biblioteca 
Aos nossos Pais e Filhos, 
vivos símbolos da continuidade saudável 
da Família. 
Ao saudoso botânico Alberto Castellanos, 
nosso mestre inesquecível. 
SUMÁRIO 
Prefácio 9 
S P E R M A T O P H Y T A - Organização Geral 11 
FLOR 
Introdução 12 
Caracterização e constituição 13 
Nomenclatura 14 
Brácteas 18 
Perianto 20 
Androceu 26 
Gineceu 31 
Inflorescencia 38 
Inflorescencia racimosa 39 
Inflorescencia cimosa 40 
Inflorescencia composta 42 
Prefloração 43 
Diagrama e fórmula floral 44 
Esporogênese e gametogênese nas Angiospermas 46 
Formação do óvulo 48 
Fecundação 50 
F R U T O 
Fruto e semente 56 
Constituição 57 
Tipos e classificação 58 
Frutos simples secos 60 
Frutos simples carnosos 64 
Frutos múltiplos, pseudofrutos e infrutescencias 65 
S E M E N T E 
Definição, constituição e desenvolvimento 67 
Tegumentos, reservas e embrião 68 
Partes consti tuintes 69 
Disseminação 71 
Germinação 74 
FOLHA 
Introdução 76 
Generalidades 77 
Nomencla tura 78 
L imbo 82 
Folha composta 90 
Filotaxia 91 
Folhas reduzidas 92 
Folhas modificadas 94 
ÜEPB/BC/Biblioteca Csmmir.V 
CAULE 
Introdução 96 
Generalidades 97 
Classificação quanto ao habitat 98 
Classificação quanto à ramificação 104 
Classificação quanto ao desenvolvimento 105 
Classificação quanto à consistência e à forma e adaptações 106 
RAIZ 
Introdução 108 
Generalidades 109 
Morfologia 110 
Classificação quanto à origem e ao habitat 111 
Classificação quanto ao habitat 112 
Classificação quanto ao habitat e adaptações 114 
Raiz e Caule - Diferenças 116 
PLANTA 
Classificação quanto à longevidade e ao sexo 116 
Í N D I C E DE FIGURAS 117 
R E F E R Ê N C I A S BIBLIOGRÁFICAS 124 
PREFÁCIO 
O c a m p o de e s t u d o da B o t â n i c a , ou C i ê n c i a das P l a n t a s , é m u i t o a m p l o e 
d ive r s i f i cado . P o r m e i o da i nves t i gação desc r i t i va e c o m p a r a t i v a da m o r f o l o g i a 
dos vege ta i s , p r o c u r a - s e c h e g a r à c o m p r e e n s ã o da h i s t ó r i a evo lu t i va de t o d o o 
R e i n o Vegeta l , n o s d i f e r en t e s p e r í o d o s geo lóg icos , d u r a n t e o d e s e n v o l v i m e n t o 
d e n o s s o p l a n e t a . 
A O r g a n o g r a f i a Vegeta l , q u e se d e d i c a ao e s t u d o da m o r f o l o g i a e x t e r n a 
das p l a n t a s , r e p r e s e n t a n ã o só um p l a n o bás i co p a r a o c o n h e c i m e n t o da B o t â n i c a 
n o seu m a i s a m p l o s e n t i d o , c o m o t a m b é m c o n s t i t u i - s e n u m c a m p o f e c u n d o p a r a 
o t r a b a l h o b o t â n i c o . 
E s t a o b r a , q u e t r a t a e s p e c i a l m e n t e das p l a n t a s s u p e r i o r e s , c o n s t i t u i u m 
p r e p a r o b á s i c o e um t r e i n a m e n t o na t e r m i n o l o g i a p a r a o s q u e i n i c i a m o e s t u d o 
d a B o t â n i c a , c o m espec ia l ênfase p a r a o s q u e u t i l i z a m chaves d e iden t i f i cação d e 
famí l i as , n o c a p í t u l o d a T a x o n o m i a . 
A e x p e r i ê n c i a o b t i d a p o r vár ios a n o s c o m e s t u d a n t e s l e v o u - n o s a o r d e n a r 
a m a t é r i a de m o d o s i m p l e s , p r á t i c o e ob je t ivo , a f im de q u e o a l u n o p u d e s s e 
a s s i m i l a r o a s s u n t o c o m re la t iva fac i l idade . D e s s e m o d o , a m a t é r i a é t o t a l m e n t e 
a p r e s e n t a d a s o b a f o r m a de q u a d r o s s i n ó t i c o s , a c o m p a n h a d o s , i n t e g r a l m e n t e , de 
e x e m p l o s b e m fami l i a res e d a s r e spec t ivas i l u s t r ações . Es t a s se e n c o n t r a m , ge -
r a l m e n t e , na m e s m a folha do t ex to ou na p á g i n a em f ren te , o q u e faci l i ta , s o b r e -
m a n e i r a , a c o n s u l t a e a c o m p r e e n s ã o . 
As i l u s t r ações , cujo n ú m e r o é e l evado , são em gera l b a s e a d a s em e x e m p l a -
res de p l a n t a s v ivas e a c o m p a n h a d a s dos n o m e s c ient í f icos . Os t í t u lo s d o s a s s u n -
tos , b e m c o m o os n ú m e r o s das f iguras e das p á g i n a s , es tão co locados de m o d o a 
faci l i tar sua p e s q u i s a e seu m a n u s e i o . 
A s s i m , e s p e r a m o s q u e es ta 4a e d i ç ã o , r ev i sada e a m p l i a d a , m a s c o m a 
m e s m a e s t r u t u r a da l a , 2a e 3a, s i rva , a e x e m p l o das ed i ções a n t e r i o r e s , de g r a n d e 
aux í l io aos e s t u d a n t e s dos ciclos s e c u n d á r i o e s u p e r i o r e c o n s t i t u a , t a m b é m , fon-
t e d e r e c u r s o s p a r a p ro fessores . 
A g r a d e c e m o s à D r a Graz i e l a M a c i e l B a r r o s o e ao D r . L u i z E m y g d i o de 
M e l l o F i l h o pe l a a t e n ç ã o ep a c i ê n c i a na l e i tu ra de s t e l iv ro e pe las c r i t e r io sas e 
e n r i q u e c e d o r a s suges tões . E s t e n d e m o s t a m b é m nossos r e c o n h e c i m e n t o s aos p r o -
fessores d a área d e B o t â n i c a S i s t e m á t i c a d a U F V pe la rev i são c u i d a d o s a des ta 
ed i ção . F i n a l m e n t e , m a s n ã o em ú l t i m o lugar , a g r a d e c e m o s a t o d o s q u e , de al-
g u m m o d o , d e r a m a sua c o n t r i b u i ç ã o nes t a s p á g i n a s . 
O s A u t o r e s . 
ÜEPB/BC/Biblio teca Campus V 
SPERMATOPHYTA - Organização Geral 11 
Figura 1 - Planta completa - Crotalaria zanzibarica Benth. (xiquexique ou guizo-de-cascavel). 
Os vegetais superiores apresentam, na sua organização geral, órgãos essencialmente 
vegetativos, como raiz, caule e folhas, e órgãos essencialmente reprodutores, como flores e 
frutos (Fig. 1). Por apresentarem flores, são chamados de Fanerógamos (Phanerogamae) e, 
por apresentarem sementes, são denominados Espermatófitos {Spermatophyta). 
ÜEPB/BC/Bik"»---- - * 
14 FLOR - Nomenclatura 
NOMENCLA-
TURA F L O -
RAL 
Quanto ao 
pedúnculo 
e pedicelo 
Quanto à 
disposição 
das peças 
florais 
Quanto ao 
número de 
peças do 
perianto 
Quanto à 
homogenei-
dade do 
perianto 
Quanto ao 
sexo 
Quanto ao 
número de 
estames 
em relação < 
ao de 
pétalas 
Quanto à 
posição 
relativa do 
gineceu' 
Nota 
pedunculada e pedicelada - com pedúnculo (Fig. 3) e com 
pedicelo. Ex.: xiquexique (Fig. l i a ) . 
séssil - sem pedúnculo e sem pedicelo. Ex.: cordão-de-
frade (Fig. 12e). 
cíclica - peças florais dispostas em círculos concêntricos 
no receptáculo, formando verticilos. Ex.: Angiospermae: lí-
rio, quaresma, flor de couve (Fig. 4a). 
acíclica ou espiralada - peças florais, dispostas em espiral, 
em to rno do receptáculo . Ex. : magnol ia (F ig . 4b) , 
Gymnospermae. 
aperiantada, aclamídea ou nua - ausência dos dois verti-
cilos protetores. Ex.: Gramineae, pimenta-do-reino (Fig. 4c). 
monoperiantada, monoclamídea ou haploclamídea - au-
sência de um deles. Ex.: mamona (Fig. 4e, f). 
diperiantada, diclamídea ou diploclamídea - presença de 
cálice e corola. Ex.: lírio (Fig. 4d), brinco-de-princesa (Fig. 
4g). 
homoioclamídea ou homoclamídea - sépalas e pétalas se-
melhantes em número, cor e forma, sendo chamadas tépalas. 
Ex.: lírio (Fig. 4d). 
heteroclamídea - sépalas e pétalas diferentes entre si. Ex.: 
brinco-de-princesa (Fig. 4g). 
unissexual feminina - ausência do androceu e presença do 
gineceu. Ex.: mamona (Fig. 4e). 
unissexual masculina - ausência de gineceu e presença de 
androceu. Ex.: mamona (Fig. 40-
hermafrodita - dois sexos na mesma flor. Ex.: lírio (Fig. 
4d), brinco-de-princesa (Fig. 4g). 
estéril e neutra - androceu e gineceu não-funcionais e au-
sentes, respectivamente. Exr.Arum sp., margarida (Fig. 4m). 
oligostêmone - número de estames menor que o de pétalas 
(ou sépalas). Ex.: cardeal. 
isostêmone - número de estames igual ao de pétalas. Ex.: 
café, fumo. 
diplostêmone - número de estames em dobro ao de péta-
las. Ex.: quaresma, lírio, feijão. 
polistêmone - número de estames superior (exceto o du-
plo) ao de pétalas. Ex.: goiaba. 
hipógina - receptáculo plano a convexo; demais verticilos 
abaixo do gineceu; ovário supero (Fig. 9i). 
períg ina - r ecep tácu lo escavado l ivre ou às vezes 
concrescente até a metade do ovário; demais verticilos em 
torno do gineceu; ovário supero ou semi-ínfero (Fig. 9h, k). 
epígina - receptáculo escavado concrescente com todo o 
ovário; demais verticilos acima do gineceu; ovário infero, 
(Fig. 9j). 
flor calcarada - aquela dotada de uma espora ou calcar, 
situada no cálice, na corola ou em ambos. Ex.: chagas (Fig. 
|_4n). 
16 
FLOR - Nomenclatura 
gineceu 
Flor aperiantada 
c) Piper nigrum L. (pimenta-
do-reino) 
tépala 
interna 
androceu 
antera 
F lo r t r í m e r a , d i p e r i a n t a d a , 
homoclamídea, hermafrodita 
d) Hemerocallis flava L. (lirio) 
estigma 
estâmes 
ramificados 
e) Flor Ç 
Flor unissexual, monoperiantada 
e, f) Ricinus communis L. (mamona) 
Figura 4 - Classificação das flores quanto ao número de peças do peças do perianto e quanto ao sexo. 
FLOR -Nomenclatura 17 
Flor pentâmera, diperiantada, heteroclamídea, hermafrodita 
g) Hibiscus rosa-sinensis L. (brinco-de-princesa) 
Figura 4 - Flor - perianto e sexo; calcar; androceu monadelfo com andróforo. 
18 FLOR - Brácteas 
TIPOS DE 
BRÁCTEAS 
N O T A 
férteis - brácteas com flores nas axilas. Ex.: três-marias (Fig. 4h), lírio (Fig. 
4d). 
vazias - sem flores nas axilas. São também chamadas estéreis ou não-fér-
teis . 
calículo - também chamado epicálice; um conjunto de brácteas dispostas 
em círculo, na base do cálice, dando a impressão de um cálice suplementar. 
Ex.: brinco-de-princesa (Fig. 4g). 
cúpula - brácteas endurecidas persistentes na base de alguns frutos. Ex.: 
carvalho (Fig. 4i). 
espata - bráctea desenvolvida, protegendo uma inflorescencia. Ex.: bana-
na-de-macaco (Fig. 4j). 
glumas - duas brácteas estéreis que protegem a espigueta ou espícula, que é 
a inflorescencia elementar das Gramineae. Ex.: arroz (Fig. 4k). 
invólucro - conjunto de brácteas próximo à flor ou inflorescencia, que as 
rodeiam em maior ou menor grau. Ex.: salsa (Fig. 41). 
periclínio - conjunto de brácteas que circundam a inflorescencia em capí-
tulo. Ex.: margarida (Fig. 4m). 
cúpula - chama-se também cúpula a porção que envolve a base de certos 
frutos em maior ou menor grau, formada pelo eixo floral ou tubo do perianto. 
Ex.: sassafrás (Fig. 241). 
hipsofilo 
Inflorescencia 
h) Bougainvillea glabra Choisy (três-marias) 
Bráctea fértil com flor 
monoperiantada 
Figura 4 - Tipo de bráctea. 
FLOR - Brácteas 19 
Figura 4 - Tipos de brácteas. 
FLOR - Perianto 
CALICE 
I o verticilo 
ou verticilo 
protetor 
externo 
C O R O L A 
2° verticilo 
ou verticilo 
protetor 
interno 
Quanto à 
cor 
Quanto à 
soldadura 
das sépalas 
Quanto ao 
número de 
sépalas 
Quanto à 
duração 
Quanto à 
simetria 
Quanto à 
cor 
Quanto à 
soldadura 
das pétalas 
Quanto ao 
número de 
pétalas 
Quanto à 
duração 
Quanto à 
simetria 
geralmente verde; quando da mesma cor que a da corola, 
o cálice é chamado petalóide. Ex.: lírio (Fig. 4d). 
gamossépalo, sinsépalo ou monossépalo - quando as 
sépalas estão soldadas entre si, em maior ou menor ex-
tensão. Ex.: cardeal (Fig. 61). 
dialissépalo, corissépalo ou polissépalo - quando as 
sépalas são livres ou isoladas. Ex.: flor de couve (Fig. 
6a). 
trímero - quando as sépalas são em número de três ou 
de seus múltiplos. Ex.: Monocotyledoneae (Fig. 4d). 
tetrâmero ou pentâmero - com quatro ou cinco sépalas 
ou seus múltiplos. Ex.: Dicotyledoneae (Fig. 4g). 
caduco - quando cai antes de a flor ser fecundada, 
persistente - quando persiste no fruto. Ex.: laranja (Fig. 
5a). 
marcescente - persistente, porém murcha. Ex.: goiaba 
(Fig. 5b). 
decíduo - quando cai logo após a corola. Ex.: mostarda, 
acrescente - além de persistente, desenvolve-se e cerca 
o fruto. Ex.: juá-de-sapo (Fig. 5c). 
actinomorfo ou radial - com vários planos de sime-
tria. 
zigomorfo ou bilateral - um só plano de simetria, 
assimétrico - sem plano de simetria. 
branca ou diversamente colorida; quando verde, a corola 
é chamada sepalóide. 
gamopétala, simpétala ou monopétala - quando as pé-
talas estão soldadas entre si, em maior ou menor exten-
são (Fig. 61). 
dialipétala, coripétala ou polipétala - quando as péta-
las estão livres entre si (Fig. 6a). 
trímera - pétalas em n ú m e r o de três ou múl t ip los . 
Monocotyledoneae (Fig. 4d). 
tetrâmera ou pentâmera - quando as pétalas são em 
número de quatro, cinco ou seus múltiplos. Dicotyle-
doneae (Fig. 4g). 
" caduca. 
marcescente - rara ocorrência. Ex.: chapéu-de-couro. 
actinomorfa ou radial -
zigomorfa ou bilateral 
assimétrica. 
rosa (Fig. 5d). 
ervilha (Fig. 5e). 
Morfologia 
da pétala 
FLOR -Perianto 
- DURAÇÃO DO CÁLICE -
21 
fruto 
Cálice persistente Cálicemarcescente Cálice acrescente 
VCitrusaurantiumL. b) Psidium guajava L. c) Physalis sp 
(laranja) (goiaba) 
- S IMETRIA F L O R A L -
Flor actinomorfa 
cálice 
Completa 
Completa 
e) Pisum sativum L. 
(ervilha) 
f) Dianthus 
chinensis L. 
(cravina) 
Desmembrada 
Figura 5 - Duração do cálice (a - e); simetria floral (d - e); morfolog.a da pétala (f). 
22 FLOR - Perianto 
f D I A L I P É T A L A S E A C T I N O M O R F A S : 
crucífera ou cruciforme - pétalas em cruz, opostas 2 a 
2. Ex.: flor de couve (Fig. 6a). 
rosácea - cinco pétalas de unha curta e bordo arredon-
dado. Ex.: rosa (Figs. 5d; 6b). 
cariofilácea ou cariofilada - cinco pétalas de unha lon-
ga e bordos lacinulados. Ex.: cravina (Figs. 5f; 6c). 
D I A L I P É T A L A S E Z I G O M O R F A S : 
orquidácea ou orquidiforme - com três pétalas: duas 
laterais, as asas e uma mediana, o labelo. Ex.: orquídea 
(Fig. 6d). 
p a p i l i o n a d a , p a p i l i o n á c e a , m a r i p o s a d a o u 
amar iposada - com cinco pétalas desiguais: uma maior 
e superior, chamada estandarte ou vexilo; duas menores 
laterais, chamadas asas; duas inferiores mais internas, 
envolvidas pelas asas, chamadas carena ou quilha. Ex.: 
ervilha (Figs. 5e; 6e). 
G A M O P É T A L A S E A C T I N O M O R F A S : 
tubulosa ou tubular - pétalas formando um tubo cilín-
drico ou quase, comprido, enquanto o l imbo da corola é 
curto ou quase nulo. Ex.: margarida (Fig. 6f). 
ro tácea , ro tada ou rotata - tubo curto, l imbo plano, cir-
cular, ordinariamente inteiro ou lobos arredondados (se-
melhante a uma roda). Ex.: tomate (Fig. 6g). 
infundibuliforme - tubo alargando-se gradualmente, da 
base para o cimo (afunilado). Ex.: enrola-semana (Fig. 
6h). 
c a m p a n u l a d a - tubo alargando-se rapidamente na base, 
mantendo, depois, o diâmetro constante (em forma de 
sino ou campainha). Ex.: campainha (Fig. 6i). 
u rceo lada - tubo alargando-se rapidamente na base e 
estreitando-se para o cimo (em forma de jarro ou urna). 
Ex.: Érica sp. (Fig. 6j). 
h ipocra te r i forme - tubo comprido, alargando-se rapi-
damente na parte superior com o limbo plano (em for-
ma de taça ou salva). Ex.: vinca (Fig. 6k). 
G A M O P É T A L A S E Z I G O M O R F A S : 
labiada - l imbo dividido em um ou dois lábios. Ex.: 
cardeal (Fig. 61). 
pe r sonada , masca r ina ou mascar i l a - com dois lábios 
justapostos; o lábio inferior tem uma dilatação que fe-
cha a abertura da corola. Ex.: boca-de-leão (Fig. 6m). 
l igu lada - l imbo em forma de l íngua , com o ápice 
denteado. Ex.: margarida (Fig. 6n). 
digital iforme - forma de dedal ou dedo de luva. Ex.: 
dedaleira (Fig. 6o). 
A N Ô M A L A - não se enquadra em n e n h u m dos tipos 
. anteriores. Ex.: cana-da-índia (Fig. 6p). 
C O R O L A 
', (cont.) 
Tipos 
FLOR -Perianto 
- D I A L I P É T A L A S A C T I N O M O R F A S (a - c) -
23 
Figura 6 - Corolas dialipétalas - actinomorfas (a - c) e zigomorfas (d - e). 
24 FLOR - Perianto 
- G A M O P É T A L A S A C T I N O M O R F A S (f - k) -
Figura 6 - Corolas gamopétalas actinomorfas (f - k). 
FLOR -Perianto 
- G A M O P É T A L A S Z I G O M O R F A S (1 - o) -
25 
Figura 6 - Corolas gamopétalas zigomorfas (1 - o) e corola anômala (p). 
26 FLOR - Androceu 
A N D R O C E U 
Conjunto de 
estâmes 
Morfologia do 
estame 
(Fig. 7a) 
Quanto ao 
tamanho 
relativo de 
estâmes 
Quanto à 
soldadura dos 
estâmes 
ESTAMES 
Órgãos 
masculinos 
produtores de 
grãos de 
pólen, donde 
se originam os 
gametas 
masculinos 
(tubo 
polínico) 
Quanto à 
adelfia 
Quanto à 
ramificação do 
filete 
Quanto à 
soldadura da 
antera 
Quanto à 
posição em 
relação à 
corola e à 
soldadura 
Nota 
filete - haste geralmente filamentosa encimada pela 
antera. 
conect ivo - tecido pouco ou muito desenvolvido, que 
une as tecas da antera. 
an te ra - porção dilatada, geralmente com duas tecas, 
onde são formados os grãos de pólen. 
homodínamo - estames do mesmo tamanho. Ex.: to-
mate (Figs. 6g; 7g). 
he te rod ínamo - estames de diferentes tamanhos. Ex.: 
enrola-semana (Fig. 7b). 
d id ínamo - quatro estames, dois maiores e dois meno-
res. Ex.: Bignoniaceae (Fig. 7c). 
t e t rad ínamo - seis estames, quatro maiores e dois me-
nores. Ex.: flor de couve (Fig. 7d). 
dial is têmone - estames livres entre si (Fig. 7b). 
gamostêmone ou adelfo - estames com filetes solda-
dos entre si, formando um ou mais feixes (Figs. 4g; 7f). 
sinfisandro ou s inandro - estames totalmente solda-
dos entre si em um só corpo (Fig. 7e). 
monadelfo - filetes soldados em maior ou menor ex-
tensão em um único feixe. Ex.: brinco-de-princesa (Fig. 
4g). 
diadelfo - filetes soldados em dois feixes ou um feixe e 
um estame livre. Ex.: ervilha (Fig. 7f)-
triadelfo - filetes soldados em três feixes, 
poliadelfo - filetes soldados em mais de três feixes. 
Ex.: laranja (Fig. 7h). 
s imples - filete não-ramificado (Fig. 7b, c). 
composto (meris têmone) - filete ramificado, termi-
nando cada ramo numa antera. Ex.: mamona (Fig. 4f). 
livres - anteras livres entre si (Fig. 7b, c). 
s inanteros ou singenéticos - estames soldados pelas 
anteras, sendo livres os filetes. Ex.: margarida (Fig. 7g). 
coniventes - filetes livres, e as anteras encostam-se 
. umas às outras. Ex.: tomate (Fig. 6g). 
inclusos - estames que não aparecem na garganta da 
corola ou do cálice. Ex.: AUamanda sp., vinca, 
excertos - estames que sobressaem na garganta do cá-
lice ou da corola. 
_ epipétalos - estames adnatos às pétalas (Fig. 7b). 
' es taminóides ou es taminódios - são estames estéreis 
geralmente de tamanho reduzido, sem anteras ou com 
anteras sem pólen; por vezes se assemelham a pétalas 
(Fig. 7c). 
andróforo - coluna formada por filetes concrescentes 
de um androceu monadelfo (Fig. 4g). 
FLOR - Androceu 27 
estamesjiiaiores (4) 
estames menores (2) 
> 
04 
a 
CS 
U 
o 
CO 
O 
ca 
ca 
p 
Diadelfo 
f) Pisum sativum L. 
(ervilha) 
Sinantero 
g) Chrysanthemum 
leucanthemum L. 
(margarida) 
Heterodínamo 
b) Ipomoea cairica L. Sweet. 
(enrola-semana) 
Figura 7 - Estames - morfologia (a), tamanhos (b - d) e soldaduras (e - g). 
28 FLOR - Androceu 
Figura 7 - Androceu poliadelfo. 
A N T E R A 
Quanto à 
inserção do 
fdete na 
antera 
Tipos de 
deiscência 
(abertura) 
Posição de 
acordo com a 
deiscência 
Quanto ao 
número de 
tecas 
apicefixa - inserção do filete no ápice da antera (Figs. 
7c; 8a). 
dorsiíixa - inserção do filete na região dorsal da antera 
(Fig. 8b, d). 
basifixa - inserção do filete na base da antera. Ex.: 
fedegoso (Fig. 8c, f). 
longitudinal ou rimosa - por meio de uma fenda lon-
gitudinal em cada teca e é a mais comum. Ex.: couve 
(Fig. 8d). 
valvar - por meio de pequenas valvas. Ex.: abacate 
(Fig. 8e). 
poricida - por meio de poros apicais. Ex.: quaresma, 
fedegoso (Fig. 8f). 
introrsa - abertura da antera voltada para o eixo da 
flor (para dentro). 
extrorsa - abertura voltada para fora. 
monoteca - com uma só teca (Fig. 4g). 
diteca - com duas tecas (Fig. 8d). 
tetrateca - com quatro tecas (Fig. 8e). 
FLOR -Androceu 
- D E I S C Ê N C I A (d - f) - I N S E R Ç Ã O ( a - c ) -
29 
Figura 8 - Anteras - inserção dos filetes (a - c), número de tecas (d - e) e tipos de 
deiscência (d - 0-
50 FLOR - ANDROCEU 
A N T E R A 
(cont.) Pólen ' 
caracteres 
definição 
morfologia 
estrutura 
(Fig. 8j) 
apresenta número haplóide de cromossomos; o pó-
len, em geral, tem coloração amarelada, 
é o corpúsculo que dará origem aos gâmetas mas-
culinos. 
forma - variável, em geral arredondada ou ovóide, 
quanto ao agrupamento - a) isolado ou simples: 
é o mais comum (Fig. 8g); b) em massas chama-
das políneos: o políneo possui um pedículo, cha-
mado caudícula, preso a um disco glanduloso cha-
mado retináculo (Fig. 8h); c) agrupado ou com-
posto: quando os grãos se agrupam de 2 em 2, 4 
em 4, 8 em 8 etc. (Fig. 8i). 
apresenta duas membranas: a externa, chamada 
exina, é lisa ou possui configurações variáveis e 
poros (os poros germinativos), e a interna, cha-
mada intina; no seuinterior, o grão de pólen apre-
senta, em geral, dois núcleos no seio do citoplasma, 
um menor, reprodutivo, e outro maior, nutr i t ivo; 
a d m i t e - s e que o m a c r o n ú c l e o e n v o l v i d o de 
citoplasma constitui uma célula: a célula forma-
dora do tubo polínico; o micronúcleo dará ori-
gem aos dois microgametas. 
exina 
núcleo vegetativo 
ou 
macronúcleo 
mtina 
poro 
"núcleo reprodutivo 
ou 
Esquema micronúcleo 
j) Grão de pólen 
políneo 
Esquema 
g) Pólen simples 
caudícula 
retináculo 
Políneos 
h) Cattleya sp. e Orchis sp. 
(orquídeas) 
Esquema 
i) Pólen agrupado 
Figura 8 - Pólen - morfologia (g - i) e estrutura (j). 
FLOR - Gineceu 31 
GINECEU 
Conjunto de 
carpelos, 
órgãos 
femininos da 
flor que 
formam um 
ou mais 
pistilos 
E S T I L E T E 
Por onde 
passa o tubo 
polínico 
ESTIGMA 
Com papilas 
que recebem 
o pólen 
Morfologia 
do pistilo 
(Fig. 9a) 
Quanto à 
soldadura 
dos carpelos 
Quanto ao 
número de 
carpelos 
Quanto à 
forma 
Quanto à 
inserção 
Quanto à 
forma 
Quanto à 
divisão 
estigma (5) 
pistilo (1) 
estilete 
ovario 
ovário - parte basilar dilatada, delimitando um ou mais 
lóculos, onde se acham os óvulos. 
estilete - parte tubular, mais ou menos alongada, em conti-
nuação ao ovário. 
.estigma - parte geralmente superior que recebe o pólen. 
dialicarpelar ou apocárpico - constituído de carpelos livres 
entre si, formando outros tantos pistilos. Ex.: rosa, folha-da-
fortuna (Fig. 9a 2). 
gamocarpelar ou s incárpico - gineceu const i tuído de 
carpelos concrescentes entre si, formando um só pistilo (Fig. 
9a,); pode ser de carpelos abertos, ovário unilocular (Fig. 9g), 
ou fechados, ovário com mais de um lóculo. Ex.: espatódea 
(Fig. 9d). 
unicarpelar _ C O m um carpelo (Fig. 9c). 
bicarpelar - com dois carpelos (Fig. 9d). 
tricarpelar - com três carpelos (Fig. 9e). 
pluricarpelar - mais de três carpelos (Fig. 9f). 
•[variável - mais comumente cilíndrico. 
terminal - quando sai do ápice do ovário. Ex.: alamanda 
(Fig. 9b,). 
lateral - quando sai lateralmente ao ovário. Ex.: oiti. 
ginobásico - quando sai aparentemente da base do ovário. 
Ex.: cardeal (Fig. 9b 2). 
£ variável - globosa, ovóide, foliácea etc. 
indiviso - estigma único. 
ramificado - com divisões: bífido, bigloboso etc. (Fig. 9b,, 
9b 2 e 9b 4 ) . 
estigma 
Gamocarpelar (5 carpelos) 
a,) Hibiscus rosa-sinensis 
L. (brinco-de-princesa) 
Dialicarpelar (4 carpelos) 
a 2) Kalanchoë pinnata Pers. 
(folha-da-fortuna) 
Figura 9 -Gineceu - morfologia do pistilo e soldadura dos carpelos (a ,e a 2). 
32 FLOR - Gineceu 
b,) Bidens pilosa 
L. (picão) 
b 2 ) Salvia splendens 
Ker-Gawl. (cardeal) 
cathartica L. (alamanda) 
Figura 9 - Gineceu - tipos de estilete e de estigmas. 
b 4 ) Trimezia 
fosteriana 
Steyerm. (iris) 
OVARIO 
Encerra os 
óvulos no 
interior de 
cavidades (os 
lóculos) 
Quanto ao 
número de 
lóculos 
(cavidades) 
Quanto à 
posição 
un i locu la r - com um só lóculo, vindo de um carpelo 
(xiquexique, Fig. 9c) ou mais (cravina, Fig. 9g). 
b i l o c u l a r - com dois lóculos. Ex.: espatódea (Fig. 9d). 
t r i locular - com três lóculos. Ex.: lírio (Fig. 9e). 
p l u r i l o c u l a r - mais de três lóculos. Ex.: brinco-de-prince-
sa (Fig. 9f). 
supero - ovário livre; demais verticilos abaixo (hipóginos: 
fumo, Fig. 9i) ou em torno do gineceu (períginos: cereja, 
rosa, Fig. 9h). 
infero - ovário aderente ao receptáculo; demais verticilos 
acima do gineceu (epíginos: Fuchsia sp., Fig. 9j). 
semi-ínfero - ovário semi-aderente ao receptáculo; demais 
verticilos em torno do gineceu (períginos: quaresma, Fig. 
9k). 
FLOR - Gineceu 
33 
Ovário bicarpelar e bilocular 
d) Spathodea campanulata 
Beauv. (espatódea) 
Ovário tricarpelar e trilocular 
e) Hemerocallis flava L. (lírio) 
> 
PS 
6 
03 
u 
<_> 
-a 
ca 
ca 
a* 
P 
Ovário unicarpelar e 
unilocular 
c) Crotalaria zanzibarica 
Benth. (xiquexique) 
Ovário unilocular, 
bicarpelar 
g) Dianthus chinensis L. 
(cravina) 
Ovário pluricarpelar e 
plurilocular 
f) Hibiscus rosa-sinensis 
L. (brinco-de-princesa) 
Figura 9 - Gineceu - ovários quanto ao número de carpelos e de lóculos, v.stos em secção 
transversal. 
34 
FLOR - Gineceu 
Esquema 
Flor perígina, ovário supero 
h) Rosa sp. (rosa) Flor hipógina, ovário supero 
i) Nicotiana tabacum L. (fumo) 
Flor epígina, ovário infero 
j) Fuchsia sp. 
Figura 9 - Gineceu - posição de ovários, 
de flores. 
Esquema 
Flor perígina, ovário semi-ínfero 
k) Tibouchina sp. (quaresma) 
vistos em esquemas e em secções longitudinais 
FLOR - Gineceu 35 
corpúsculo onde se forma o gameta feminino; após a fecunda-
ção, transforma-se em semente. 
funículo - cordão que liga o óvulo à placenta, 
hilo - inserção do funículo ao óvulo. 
integumentos - geralmente dois, primina e secundina, envol-
vendo a núcela, deixando entre si uma abertura, a micrópila. 
núcela - tecido sem vasos, cuja base unida aos integumentos 
se chama calaza. No seu interior está o saco embrionário 
com: seis células (uma oosfera, duas s iné rg idas e t rês 
antípodas) e dois núcleos (os núcleos polares, que geralmen-
te se fundem em um só, chamado mesocisto ou núcleo se-
cundário do saco embrionário, que vai originar o albume). 
A oosfera é o gameta feminino, que, após a fecundação, vai 
formar o embrião da semente. 
ortótropo - micrópila, saco embrionário, hilo e calaza acham-se 
no prolongamento da mesma linha reta; micrópila voltada para 
cima (Fig. 10a2). 
anátropo - micrópila aproxima-se da placenta, ficando no ex-
tremo oposto ao da calaza; o funículo, um pouco alongado, tem 
grande curvatura e une-se aos integumentos, formando uma li-
4. nha de soldadura, a rafe (Fig. 10b). 
campilótropo - eixo da núcela e integumentos curvam-se em 
ferradura; assim, a micrópila aproxima-se do hilo, da calaza (Fig. 
10c). 
anfítropo - o eixo é reto, mas paralelo à placenta; o funículo, 
encurvado junto ao óvulo, parece inserido na sua parte média 
(Fig. 10d). 
a,) Esquema 
Figura 10 - Estrutura do óvulo. 
Definição 
O V U L O < 
Morfologia 
(Fig. 10a,) 
Tipos 
FLOR - Gineceu 37 
PLACENTA {Definição { região interna do ovário onde se inserem os óvulos. 
Definição { distribuição das placentas no ovário. 
axial - óvulos presos ao eixo central, em ovário septado. Ex.: 
lírio (Figs. 9e; lOf). 
central - óvulos presos numa coluna central, em ovário 1 -locular. 
Ex.: cravina (Figs. 9g; 10e). 
parietal - óvulos presos na parede ovariana. Ex.: xiquexique 
(Figs. 9c; 10i , i 2). 
apical - óvulos presos no ápice do ovário. Ex.: abacate (Fig. 
10g). 
basilar - óvulos presos na base do ovário. Ex.: girassol (Figs. 
10h; 24i). 
PLACEN-
TAÇÃO 
Tipos 
Nota 
Há quem considere que todo gineceu unicarpelar e dialicarpelar 
possui placentação marginal; outros estendem este tipo de 
placentação para alguns gamocarpelares (Cucurbitales). Aqui con-
sidera-se placentação parietal aquela situada na parede do ová-
rio ou no prolongamento desta parede. 
PLACENTAÇÃO 
Esquemas: 
e) Central g) Apical 
> 
c/s 
Í 3 
CU 
6 
cr. 
«O; 
CQ, 
ca' 
PU , 
¡S3 i 
f) Axial i,) Parietal 1-carpelar i 2) Parietal 3-carpelar 
Figura 10 - Ovários em secções longitudinais (esquerda) e transversais (direita), mos-
trando diferentes tipos de placentações. 
38 INFLORESCENCIA 
D E F I N I Ç Ã O -[é a disposição dos ramos florais e das flores sobre eles. 
Q U A N T O A 
POSIÇÃO 
Q U A N T O AO 
N Ú M E R O 
P L U R Í F L O -
RAS 
axilares - inflorescencia na axila de folhas, 
t e rmina i s - inflorescencia no fim do ramo. 
"unifloras - uma flor na extremidade do pedúnculo ou eixo. Ex.: brin-
co-de-princesa. 
plurífloras - várias flores no mesmo pedúnculo ou eixo. Ex.: uva. 
s imples - eixo primário produz pedicelos com uma flor, 
compos ta s - eixo primário produz pedicelos que se ramificam. 
T I P O S 
I N D E F I N I -
DAS OU 
RACIMOSAS 
(SIMPLES) 
i n d e f i n i d a , r a c i m o s a , c e n t r í p e t a o u 
monopodial - quando as flores se abrem, de 
baixo para cima (Fig. 11 a-e) ouda periferia para 
o centro (Fig. llf-g). 
definida, cimosa, centrífuga ou simpodial -
quando o extremo do eixo primário, cessando 
o seu crescimento, termina numa flor que é a 
primeira a abrir-se, o mesmo ocorrendo com 
eixos secundários, que aparecem sucessivamen-
te (Fig. 12a-c) ou quando as flores se abrem do 
centro para a periferia (Fig. 12d-g). 
cacho ou racimo - flores situadas em pedicelos, 
saindo de diversos níveis no eixo primário e 
a t ing indo diferentes a l turas . Ex. : couve, 
xiquexique (Fig. 11a). 
corimbo - flores situadas em pedicelos saindo 
de vários níveis do eixo primário e atingindo 
todas a mesma altura. Ex.: espatódea (Fig. 11b). 
espiga - flores sésseis ou subsésseis, situadas 
em diversas alturas sobre um eixo primário. 
Ex.: língua-de-vaca (Fig. 11c). 
espádice - variação da espiga em que o eixo 
primário é carnoso, as flores são geralmente 
unissexuais e o conjunto é envolvido por uma 
grande bráctea chamada espata. Ex.: Araceae, 
banana-de-macaco (Fig. l l d ) . 
amento - variação da espiga em que o eixo pri-
mário geralmente é flexivel e pendente e em 
geral apresenta flores unissexuais. Ex.: casta-
nheira, rabo-de-macaco (Fig. l ie) , 
umbela - flores situadas em pedicelos que saem 
do mesmo ponto do ápice do eixo primário, 
atingindo uma altura aproximadamente igual. 
Ex.: falsa-erva-de-rato (Fig. llf). 
capítulo - quando o eixo se alarga na extremi-
dade superior, formando um receptáculo côn-
cavo, plano ou convexo, o toro, onde se insere 
um conjunto de flores, rodeado por um con-
junto debrácteas, opericlínio. Ex.: Compositae, 
margarida (Figs. 4m; l lg) . 
Esquemas: 
INFLORESCENCIA RACIMOSA 
espata 
Espádice 
d) Monstera deliciosa Liebm. 
(banana-de-macaco) 
Amento 
e) Acalypha sp. 
(rabo-de-macaco) 
Umbela 
f) Asclepias curassavica L. 
(falsa-erva-de-rato) Espiga 
c) Plantago major L. 
(língua-de-vaca) 
Corimbo 
b) Spathodea campanulata 
Beauv. (espatódea) 
Cacho 
a) Crotalaria zanzibarica Benth. 
(xiquexique) 
Capítulo 
g) Chrysanthemum leucanthemum L. 
(margarida) 
Figura 11 - Tipos de inflorescencias racimosas. 
40 INFLORESCENCIA CIMOSA 
D E F I N I D A S O U 
CIMOSAS 
(SIMPLES) 
c i m a unipara ou 
monocásio - quan-
do, abaixo do eixo 
primário terminado 
po r flor, fo rma-se 
um só eixo secundá-
rio lateral, t ambém 
terminado por flor, e 
assim sucessivamen-
te. 
escorpióide - os ei-
xos secundários saem 
s e m p r e do mesmo 
lado. Ex.: miosótis 
(Fig. 12a). 
helicóide - os eixos 
secundários saem de 
um lado e do outro, 
alternadamente. Ex.: 
lírio (Fig. 12b). 
Esquemas: 
cima bípara ou dicásio - sob a flor terminal 
do eixo primário, partem dois secundários 
opostos, também terminados por flor, os quais 
podem igualmente originar dois outros, e as-
sim sucessivamente; o dicásio pode carecer de 
flor t e r m i n a l . Ex. : begón ia (Fig . 12c), 
CatyophyUaceae. 
cima multípara ou pleiocásio - eixo primário 
termina por uma flor, do qual partem vários 
secundários, também terminados por uma flor, 
que podem, igualmente, originar vários outros, 
e assim sucessivamente. Ex.: ixora, jardineira 
(Fig. 12d). 
glomérulo - flores sésseis ou subsésseis, mui-
to próximas entre si, aglomeradas, de configu-
ração mais ou menos globosa. Ex.: cordão-de-
frade(Fig. 12e). 
ciátio - formado por uma flor feminina, nua, 
pedicelada, rodeada por várias masculinas, 
constituídas por um estame e todo o conjunto 
envolvido por um invólucro caliciforme de 
brácteas, alternando-se com glândulas. Ex.: 
coroa-de-cristo (Fig. 12f). 
sicônio - o receptáculo é escavado, formando 
uma cavidade quase fechada, onde se inserem 
flores unissexuais. Ex.: figo (Fig. 12g). 
receptáculo 
brácteas 
coloridas 
hipsofilS 
(brácteas) 
Sicônio 
g) Ficus carica 
L.(figo) 
Figura 12 - Tipos de inflorescencias cimosas. 
F iord" ' 
Ciátio 
f) Euphorbia splendens Bojer. 
(coroa-de-cristo) 
41 
CQ 
Figura 12 - Tipos de inflorescencias cimosas. 
INFLORESCENCIA CIMOSA 
42 IN 1'LORESCÊNCIA COMPOSTA 
homogêneas - ramificação da racimosa, 
porém do mesmo tipo. Ex.: umbela de 
umbelas (Fig. 13a): panícula (cacho de 
cachos, Fig. 13b). 
C O M P Ô S - J heterogêneas - ramificação racimosa ou 
j A g { cimosa, porém entre diferentes tipos. Ex.: 
dicásio de ciátios, como na coroa-de-cristo 
(Fig. 13c). 
mistas - mistura entre racimosa e cimosa. 
Ex.: dicásio de capítulos, como no botão-
_de-ouro (Fig. 13d). 
Esquemas: 
- INFLORESCENCIAS H O M O G Ê N E A S 
Figura 13 - Inflorescencias compostas - homogêneas (a, b), heterogênea (c) e mista (d). 
PREPLORAÇÃO 43 
P R E F L O R A Ç Ã O 
OU ESTIVAÇÃO 
Esquemas: 
Definição 
Tipos 
é a disposição das peças florais (sépalas e pétalas) no 
botão (antes da antese). 
valvar - quando as peças florais (sépalas, pétalas) não se 
recobrem, mas apenas se tocam pelos bordos (Fig. 14a). 
'simples - margens não dobradas (Fig. 14a). 
induplicada - bordos dobrados para dentro 
valvar \ (Fig. 14b). 
reduplicada - bordos dobrados para fora 
.(Fig. 14c). 
torcida, espiralada ou contorta - todas as peças florais 
são semi-internas (Fig. 14d). 
imbricada - uma peça externa, uma interna e três semi-
internas (Fig. 14e). 
quincuncial - duas peças externas, duas internas e uma 
semi-interna (Fig. 14f). 
coclear - imbricada, em que a peça externa não é ime-
diata à interna. 
[vexilar- o vexilo é a peça externa (Fig. 14g). carenal - uma das peças da carena é a exter-
na (Fig. 14h) 
vexilo 
carenas 
g) C. vexilar 
Figura 14 - Tipos de preflorações. 
h) C. carenal 
44 DIAGRAMA E FÓRMULA FLORAL 
Definição 
é a representação esquemática de um corte transver-
sal do botão floral, projetada num plano e represen-
tando o número, a soldadura, a disposição das peças e 
a simetria floral. 
DIAGRAMA 
F L O R A L 
Representa-
ção 
(Fig. 15a-c) 
cortes t ransversais medianos de: r amo, brácteas , 
sépalas, pétalas, anteras e ovário; sépalas e pétalas por 
meio de arcos simples, podendo diferenciar-se as pri-
meiras por uma proeminência dorsal ou pela cor; a 
ligação entre peças dos verticilos pode ser feita por 
meio de traços radiais ou laterais; peças abortadas total 
ou parcialmente podem ser representadas por simples 
pontos ou círculos, respectivamente. 
F O R M U L A 
F L O R A L 
Definição 
Representa-
ção 
(Fig. 15d-f) 
é a representação floral por meio de letras, números e 
símbolos. 
Os verticilos florais, por meio de suas iniciais maiús-
culas: 
K ou S = cálice ou sépalas 
C ou P = corola ou pétalas 
A ou E = androceu ou estâmes 
G ou C = gineceu ou carpelos 
P ou T = perigônio ou tépalas 
- o número é escrito à esquerda ou à direita de cada 
um, usando o zero, quando não existir um verticilo 
qualquer e um ponto para peças atrofiadas; quando o 
número de peças for muito grande ou indefinido, usa-
se o símbolo infinito (oo). 
- quando há dois verticilos da mesma natureza, inter-
põe-se o sinal + entre os números. 
- a soldadura entre elementos do mesmo verticilo ou 
de verticilos diferentes é representada por parênteses 
para os números e por colchetes para as letras, respec-
tivamc para a sinanteria e adelfia, pode-se usar 
um ar^ ou traço sobre e sob o número, respectiva-
mente; a posição do ovário leva um traço de fração 
acima ou abaixo da letra ou do número, conforme seja 
infero ou supero, respectivamente. 
- a simetria floral pode ser representada por símbo-
los: * para flor actinomorfa ou de simetria radial; I 
ou % para zigomorfa ou bilateral; para assimétrica; 
e @ para acíclica ou espiralada. 
DIAGRAMA E FÓRMULA FLORAL 
45 
a) Diagrama de: Hypoxis decumbens L. (falsa-tiririca) 
Flor homoclamídea trímera (Monocotyledoneae) 
d ) Fórmula: S 3 P 3 E 3 + 3 C (3 ) o u T 3 + 3 E 3 + 3 C (3 ) 
b) Diagrama de: Crotalaria zanzibarica gamopétala (Dicotyledoneae) 
Benth. (xiquexique) 
Flor heteroclamídea pentâmera dialipétala 
(Dicotyledoneae) f> Fórmula: S( 5 ) | P ( 5 ) E5 | C ( 2 ) 
e ) Fórmula: S 5 P 5 E I Q 
Figura 15 - Tipos de diagramas e fórmulas florais. 
46 ESPOROGÉNESE E GAMETOGÊNESENAS ANGIOSPERMAS 
D E F I N I Ç Ã O 
ESPORO-
GÉNESE 
MICROSPO-
R O G Ê N E S E 
(MICROGA-
M E T O -
... GÊNESE) 
E S T R U T U R A 
DA ANTERA 
(Fig. 16a-b) 
é o processo de formação de esporos e gametas, respectivamente, nestes 
vegetais. 
microsporogênese - processo que conduz à formação do grão de pó-
len. 
macrosporogênese - processo que conduz à formação do saco embrio-
nário do óvulo. 
exotécio - camada externa ou epiderme da antera. 
endotécio ou camada mecânica - subepidérmica, esclerificada, que 
exerce papel importante na deiscência da antera. 
estrato médio - uma ou mais camadas transitórias, entre o endotécio e 
o tapete. 
tapete ou camada nutritiva - situada em torno dos sacos polínicos. O 
tapete e o estrato médio desaparecem na maturidade ao serem, em ge-
ral, absorvidos pelas células germinativas. 
sacos polínicos - que contêm as células-mãe dos grãos de pólen, cada 
uma das quais, após sofrer meiose, irá formar quatro grãos de pólen. Na 
antera madura, os quatro sacos polínicos, por fusão dos laterais, são, em 
geral, em número de dois e contêm os grãos de pólen maduros. 
a célula-mãe do grão de pólen sofre meiose; após a citocinese, for-
m a m - s e qua t ro micrósporos (hap ló ides , Fig. 16c); o núc leo do 
micrósporo sofre uma divisão mitótica, resultando em dois núcleos, o 
reprodut ivo ou m i c r o n ú c l e o ou germinat ivo e o nutri t ivo ou 
m a c r o n ú c l e o ou v ege ta t ivo ; o m i c r ó s p o r o sofre modi f icações 
morfológicas, transformando-se em grão de pólen adulto: exina, com 
configurações e poros; int ina, núcleo ou célula reprodutora, núcleo 
vegetativo ou célula formadora do tubo polínico; o núcleo ou célula 
reprodutora divide-se em dois e forma os núcleos sexuais masculinos: 
os núcleos gametas ou espermáticos (Fig. 16d). 
- FORMAÇÃO DO P Ó L E N -
sacos polínicos 
estâmes 
MICROSPOROGÊNESE 
(2n) 
c é l u l a - m ã e do 
grão de pólen ou 
microsporócito 
M I C R O G A M E T O G E N E S E 
núcleos 
espermáticos 
grãos de pólen jo- ¿ 
vens ou micrós-
poros (n) 
grão de pólen 
célula (ou núcleo) _ 
reprodutora 
ESPOROGÉNESE E GAMETOGÊNESE NAS ANGIOSPERMAS • VI 
Esquemas: 
tapete 
exotecio 
feixe líbero-lenhoso 
a) Corte transversal da antera jovem b) Corte transversal da antera adulta
 5 
Célula-mãe 
c) Microsporogênese (formação de grãos de pólen) 
Micrósporos 
CO 
Cu 
EU 
P 
d) Microgametogênese (formação de microgametas ou núcleos espermáticos) 
Figura 16 - Estrutura da antera (a, b), formação do pólen e do tubo polínico (c, d). 
48 FORMAÇÃO DO ÓVULO 
F O R M A Ç Ã O D O 
Ó V U L O 
Formação da núcela e dos integumentos (Fig. 17a): 
Núcela 
Integu-
mentos 
surge na parede interna do ovário (região placentária) 
pequeno mamilo que, cont inuando o seu desenvolvi-
m e n t o , acaba po r f o r m a r u m m a c i ç o t e c i d o 
parenquimatoso, chamado nucela. 
em seguida, forma-se, em torno do referido mamilo, 
um bordolete circular e, logo após, mais outro, os 
quais, crescendo, vão formar os integumentos que 
envolvem a nucela, deixando apenas uma abertura, a 
micrópila. 
Formação do saco embrionário (Fig. 17b-c): 
paralelamente a este desenvolvimento anteriormente 
referido, no interior da nucela em formação, observa-
se, próximo à micrópila, uma célula que se destaca 
pelo seu maior volume: a célula-mãe do saco embri-
onário. 
a célula-mãe do saco embrionário sofre meiose; após 
a c i t o c i n e s e , f o r m a m - s e q u a t r o m a c r ó s p o r o s 
(haplóides, Fig. 17b); três destas células degeneram-
se e o núcleo da quarta divide-se, formando dois, de-
pois quatro e depois oito núcleos; destes, seis cercam-
se de citoplasma e dispõem-se da seguinte maneira: 
três células ficam próximas da micrópila: a central é 
a oosfera e as duas laterais, sinérgidas; no pólo oposto 
ficam as três antípodas; enquanto os dois núcleos 
consti tuem os núcleos polares ou mesocisto. Está 
assim formado o saco embrionário, que contém o 
gameta feminino ou oosfera (Fig. 17c). 
Macrospo-
rogênese 
(macroga-
metogê-
nese) 
F O R M A Ç Ã O DO SACO E M B R I O N A R I O • 
nucela 
óvulo 
M A C R O S P O R O G E N E S E 
(2n) 
célula-mãe do saco 
e m b r i o n á r i o ou 
macrosporócito 
M A C R O G A M E T O G E N E S E 
oosfera 
saco embrionário jo-
vem ou macrósporo 
(n) 
saco 
embrionário 
FORMAÇÃO DO ÓVULO 
Esquemas: 
49 
-2l<crd 
Visto'em secção longitudinal 
célula-mãe do 
saco embrionário 
integumentos 
Visto não em secção (completo) 
a) Formação da nucela e dos integumentos 
Célula-mãe 
Ovulo 
b) Macrosporogênese (célula-mãe - macrósporo) 
meiose Macrósporo 
W1 
Macrósporo 
c) Macrogametogênese (macrósporo - saco embrionário - oosfera) 
Óvulo 
mitose 
Figura 17 - Formação do óvulo (a - c). 
50 FECUNDAÇÃO 
- A F E C U N D A Ç Ã O REALIZA-SE NO I N T E R I O R DAS F L O R E S -
Esquema: 
FASES DA 
F E C U N D A Ç Ã O 
NAS ANGIOS-
PERMAE (Fig. 
18) 
polinização - transporte do pólen da antera ao estigma da flor. 
formação do tubo polínico - o grão de pólen caído no estigma floral 
germina, através do estilete, formando um tubo, chamado tubo 
polínico. 
fecundação - fusão dos núcleos sexuais. 
Figura 18 - Fases da fecundação nas Angiospermae. 
FECUNDAÇÃO 51 
A - P O L I N I Z A Ç Ã O 
S Í N D R O -
MES D E 
P O L I N I -
ZAÇÃO 
Anemofilia 
Definição f c l u a n C 1 0 0 agente po l in izador é o ven to . Ex.: 
LGramineae ( 
Caracteres 
' (Fig. 4k). 
flores pequenas; perianto nulo ou quase nulo, sem 
aroma, cor e néctar; anteras bem expostas ao ar 
sobre filetes longos, finos e flexíveis; pólen em 
grande quantidade; grãos pequenos, lisos e leves; 
estigma em geral penado, de grande superfície. 
Zoofilia 
Definição -Tos agentes polinizadores são animais. 
Caracteres 
Tipos 
flores com perianto de cores e formas variadas, 
por vezes bizarras ou de conformação apropriada 
ao pouso; com aroma e néctar. 
entomófilas - quando são os insetos. Ex.: Salvia sp. 
ornitófilas - quando são os pássaros. Ex.: Fuchsia 
sp. (Fig. 19a). 
quiropterófi las - quando são os morcegos. Ex.: 
Mabea fistulifera Mart. 
Hidrofilia Definição f
í í u a n d o a polinização é feita com auxílio da 
l_Ex.: pinheir inho-d 'água (Fig. 19b). 
agua. 
> 
c/j 
CU 
fruto 
Flor hidrófila 
b) Ceratophyllum demersum L. 
(pinheir inho-d 'água) 
Flor zoófila ornitófila 
a) Fuchsia sp. (brinco-de-princesa) 
Figura 19 - Polinização - ornitofilia (a), hidrofilia (b). 
50 FECUNDAÇÃO 
- A F E C U N D A Ç Ã O REALIZA-SE NO I N T E R I O R DAS F L O R E S -
Esquema: 
Figura 18 - Fases da fecundação nas Angiospermae. 
FECUNDAÇÃO 51 
A - P O L I N I Z A Ç Ã O 
S Í N D R O -
MES D E 
P O L I N I -
ZAÇÃO 
Anemofilia 
Zoofilia 
Definição r i u a n ^ 0 0 a g e n t e po l in izador é o ven to . Ex. : 
IGramineae (Fig. 4k). 
flores pequenas; perianto nulo ou quase nulo, sem 
aroma, cor e néctar; anteras bem expostas ao ar 
Caracteres i sobre filetes longos, finos e flexíveis; pólen em 
grande quantidade; grãos pequenos, lisos e leves; 
estigma em geral penado, de grande superfície. 
Definição {os agentes polinizadores são animais. 
Caracteres 
Tipos 
flores com perianto de cores e formas variadas, 
por vezes bizarras ou de conformação apropriada 
ao pouso; com aroma e néctar. 
entomófilas - quando são os insetos. Ex. : Salvia sp. 
ornitófilas - quando são os pássaros. Ex.: Fuchsia 
sp. (Fig. 19a). 
quiropterófilas - quando são os morcegos. Ex.: 
Mabea fistulifera Mart. 
Hidrofilia ÍDefinição í q u a n d ° a polinização é feita com auxílio da água. 
|_ |_Êx.: pinheir inho-d 'agua (Fig. 19b). ^ 
fruto 
Flor hidrófila 
b) Ceratophyllum demersum L. 
(pinheir inho-d 'água) 
Flor zoófila ornitófila 
a) Fuchsia sp. (brinco-de-princesa) 
Figura 19 - Polinização - ornitofilia (a), hidrofilia (b). 
52 FECUNDAÇÃO 
T I P O S D E 
P O L I N I Z A Ç Ã O 
FATORES Q U E 
FAVORECEM A 
P O L I N I Z A Ç Ã O 
C R U Z A D A 
autopolinização - quando o pólen é recebido no estigma da mesma 
flor; ocorre em plantasautógamas. Ex.: em flores cleistógamas (flores 
que possuem os órgãos sexuais ocultos na corola, propiciando a 
polinização na mesma flor, como em ervilha (Fig. 20a). 
polinização cruzada - quando a polinização se faz entre flores dife-
rentes de um mesmo indivíduo (geitonogamia) ou de indivíduos di-
ferentes (xenogamia); ocorre em plantas alógamas. Ex.: plantas dióicas. 
["quando as plantas têm flores unissexuais sobre o mes-
Lmo indivíduo. Ex.: milho, mamona (Fig. 20b). monoic ia 
dióicia 
dicogamia 
heterostilia 
auto-incom-
patibilidade 
J~ quando as plantas têm flores unissexuais sobre indi-
Lvíduos diferentes. Ex.: tamareira. 
quando os órgãos sexuais da mesma flor amadurecem 
em tempos diferentes: 
protandria - quando o androceu amadurece primeiro 
que o gineceu. Ex.: Compositae. 
protoginia - quando for o gineceu o primeiro a ama-
durecer. Ex.: cachimbo-de-turco (Fig. 20c). 
q u a n d o há b a r r e i r a que i m p e d e ou d i f i cu l t a a 
Ex.: orquídea, íris (Fig. 20d) 
quando uma espécie apresenta dois ou mais tipos de 
indivíduos com flores de estames e pistilos de dimen-
sões diferentes (Fig. 20e): 
longestilia - quando o estilete é longo e os filetes são 
curtos. 
brevestilia - quando as flores têm estilete curto e file-
tes longos. 
q u a n d o as f lores não são f e c u n d a d a s ao s e r e m 
polinizadas por seu próprio pólen. 
. . T q u a n d o há ba: 
h e r c ° S a m l a [autopol in ização 
FECUNDAÇÃO 53 
Figura 20 - Monoicia (b), hercogamia (d) e heterostilia (e). 
54 
FECUNDAÇÃO 
B - FORMAÇÃO DO T U B O P O L Í N I C O 
F O R M A Ç Ã O D O 
T U B O P O L Í N I -
CO (Fig. 20f) 
T I P O S D E 
P E N E T R A Ç Ã O 
D O T U B O 
P O L Í N I C O 
o grão de pólen, retido no estigma por substâncias mucilaginosas aí 
existentes, germina. A intina projeta-se através de um dos poros da 
exina, formando um tubo, o tubo pol ín ico. 
o núc leo vegetativo, que dá origem ao tubo polínico, fica localiza-
do próximo da extremidade do tubo. 
o tubo pol ínico desce através do estilete floral, em direção ao ová-
rio, atravessando o canal ou digerindo o tecido condutor do estilete. 
(Fig. 20g). 
o núc leo germinat ivo do pólen dá origem, por divisão, a dois nú-
cleos cspermáticos; há a penetração do tubo polínico no óvulo e o 
desaparecimento do núcleo vegetativo. 
[caso mais geral, quando a penetração no óvulo se dá Porogamia ^ m i c r ó p ü a ( F i g 2 0 g ) 
Aporogamia 
m e s o g a m i a - q u a n d o a p e n e t r a ç ã o se faz pe los 
integumentos. 
calazogamia - quando a penetração se faz pela calaza. 
Figura 20 - Formação e penetração do tubo polínico. 
FECUNDAÇÃO 55 
C - FECUNDAÇÃO 
D U P L A 
F E C U N D A Ç Ã O 
N O T A 
os dois núcleos espermáticos penetram no saco embrionário; nas 
Angiospermae ocorre uma dupla fecundação (Fig. 21); um dos nú-
cleos espermáticos funde-se com o núcleo da oosfera, formando o 
zigoto (diplóide), que dará origem ao embrião da semente. 
o ou t ro núcleo espermát ico funde-se com os núcleos polares 
(mesocisto) e de tal fecundação se originará o albume das sementes, 
que é um tecido de reserva de natureza triplóide. 
o albume, também chamado endosperma secundário, é um tecido 
triplóide e pode estar ou não presente nas-sementes, sendo, quando 
ausente, absorvido durante a formação do embrião. 
após a fecundação, em geral, as sinérgidas e as antípodas se desinte-
gram. 
s e m e n t e - origina-se do óvulo fecundado. 
fruto - é originado do desenvolvimento do ovário, após ter ocorrido 
a fecundação. 
pa r t enogênese - é o desenvolvimento do óvulo, sem fecundação, 
ou seja, é o desenvolvimento de um indivíduo a partir de um óvulo 
não fecundado. 
Esquema 
oosfera 
sinérgidas 
saco embrionário 
núcleos polares 
semente 
albume (3n) embrião (2n) 
T 
zigoto (2n) 
^ ~ ~ n ú c l e o espermático (n) -4 
polínico 
espermático 
espermático 
antípodas 
oosfera (n) < 7
s a c ° . , . 
/ embrionario 
núcleos polares (2n) 
núcleo espermático (n) ^ 
tubo polínico 
Figura 21 - Fecundação nas Angiospermae. 
56 FRUTO E SEMENTE 
Figura 22 - Diásporos - frutos e sementes 
A finalidade biológica do fruto é ser um envoltorio protetor 
para a semente, ao mesmo tempo que assegura a propagação e perpe-
tuação das espécies. Como os animais, em seu amor maternal, as plan-
tas protegem a sua prole e cuidam de sua sobrevivência. 
Realmente, durante o amadurecimento, muitos frutos adqui-
rem cores chamativas e aromas agradáveis ou tornam-se sucosos, e 
seu sabor é apreciado por animais que, ao se al imentarem deles, des-
pejam as suas sementes à maior ou menor distância. Outros, ao con-
trário, tornam-se frutos secos, porém sofrem diferentes processos de 
abertura que permitem a libertação das suas sementes, havendo mes-
mo casos de deiscência explosiva, sendo aquelas lançadas a distância 
relativamente grande, na dispersão. 
Mui tas vezes os próprios frutos apresentam configurações 
morfológicas que lhes permitem participar ativamente na dissemina-
ção das sementes. Assim, são encontrados frutos com espinhos, gan-
chos e outras excrecencias que facilmente aderem aos corpos dos ani-
mais ou apresentam-se plumosos ou leves, o que vem, então, facilitar 
o seu transporte, em virtude do vento. 
Os frutos têm grandes variações estruturais. Estas, por sua vez, 
dependem da natureza ou das variações que existem na organização 
do gineceu das flores. Mais ainda, muitas vezes o fruto não é formado 
unicamente pelo ovário da flor, visto que outras peças podem estar 
representadas nos frutos, como: pedúnculo , receptáculo, cálice e 
brácteas. 
FRUTO - Constituição 57 
D E F I N I Ç Ã O 
C O N S T I T U I -
ÇÃO (Fig. 23a-d) 
é o ovário desenvolvido com as sementes já formadas; ou pode ser 
ainda constituído de diversos ovários e ter ou não estruturas acessó-
rias (indúvias). 
epicarpo - camada mais externa proveniente da 
epiderme externa da parede ovariana. 
mesocarpo- camada intermediária proveniente do 
mesófilo carpelar. Quase sempre de grande espes-
sura, podendo ou não acumular reservas nos frutos 
carnosos ou secos, respectivamente; em geral, é a 
parte comestível. 
endocarpo - camada mais interna proveniente da 
epiderme interna da parede ovariana que se acha 
em contato com as sementes. Quando lenhificado, 
constitui o caroço (nas drupas), podendo ser a par-
. te comestível, como na laranja. 
Pericarpo 
(parede do 
fruto) 
endocarpo 
semente (embrião) 
Drupa 
Simples monocárpico, 
carnoso indeiscente. 
b) Mangifera indica L. (manga) 
endocarpo 
epicarpo 
semente 
mesocarpo 
Baga 
Simples sincárpico, 
carnoso indeiscente 
Hesperídeo 
Simples sincárpico, 
carnoso indeiscente 
a) Citrus aurantium L. (laranja) 
c) Lycopersicum esculentum Mill. 
(tomate) 
Figura 23 - Partes consti tuintes dos frutos, vistos em secções (a - c). Frutos simples, 
carnosos. 
5 S FRUTO - Tipos e classificação 
CLASSIFICA-
ÇÃO 
Quanto ao 
número de 
sementes 
Quanto à 
consistência 
\ do pericarpo 
Quanto à 
deiscência 
Quanto ao 
número de 
carpelos 
Simples 
(Fig. 23a-e) 
Múltiplos 
(Fig. 23f) 
Compostos 
(Fig. 23g) 
monospérmicos - com uma só semente, 
dispérmicos - com duas sementes, 
trispérmicos - com três sementes, 
polispérmicos - com várias sementes. 
secos - com pericarpo não-suculento. 
carnosos - com pericarpo espesso e suculento. 
deiscentes - abrem-se, quando maduros, 
indeiscentes - não se abrem. 
monocárpicos- provenientes de gineceu unicarpelar. 
apocárpicos - provenientes de gineceu dialicarpelar. 
sincárpicos - provenientes de gineceu gamocarpelar. 
resul tam de um ovário apenas, de uma só f lor 
( m o n o c á r p i c o ou s incá rp i co ) . Ex . : l e g u m e 
(monocárpico), hesperídeo (sincárpico). 
ou agregados; resultam dos diversos ovários de uma 
flor dialicarpelar (apocárpicos). Cada ovário dá ori-
gem a um aquênio ou uma drupa ou um folículo etc. 
Ex.: framboesa, morango. 
ou infrutescencias; resultam da concrescência dos 
ovários das flores de uma inflorescencia. Ex.: abaca-
Complexos(Fig. 23h) 
ou pseudofrutos; resultam de uma só flor, quando 
outras partes florais (indúvias), além do ovário, parti-
cipam da sua constituição. Ex.: pêra, caju. 
partenocarpia - é o desenvolvimento do fruto sem que haja fecun-
dação. Ex.: banana, laranja-da-bahia etc. 
Drupa 
Simples monocárpico, 
carnoso, indeiscente 
—testa 
albume 
endocarpo 
•epicarpo 
mesocarpo 
embrião 
Legume 
Simples monocárpico, 
seco, deiscente 
valvas 
semente 
d) Cocos nucifera L. (coco) e) Crotalaria zanzibarica Benth. 
(xiquexique) 
Figura 23 - Fruto indeiscente (d) e deiscente (e) com diagrama da deiscência. 
FRUTO - Tipos e classificação 59 
Fruto isolado 
(drupa) 
drupas 
receptáculo 
Corte longitudinal 
do fruto 
Pseudofruto 
h) Pyrus communis L. (pêra) 
Infrutescencia 
g) Ananas comosus (L.) 
Merril . (abacaxi) 
Figura 23 - Fruto múlt iplo com detalhes em secção longitudinal e com o pequeno fruto 
isolado (f); infrutescencia (g); pseudofruto em secção longitudinal (h). 
60 FRUTOS SIMPLES SECOS 
FRUTOS 
SIMPLES 
SECOS 
Deiscentes 
folículo 
legume 
síliqua 
Indeiscen-
tes 
cápsula 
opecarpo 
pixídio 
aquenio 
canopse 
un iva lvo , com uma de iscência l o n g i t u d i n a l , 
monocá rp i co , ge ra lmen te po l i spé rmico . Ex. : 
magnólia, chichá (Fig. 24a). 
bivalvo, com duas deiscências l ong i tud ina i s , 
monocárpico, geralmente polispérmico. Ex.: fei-
jão, xiquexique (Fig. 23e). 
fruto capsular bivalvo, com quatro deiscências lon-
g i t u d i n a i s , a b r i n d o - s e de ba ixo pa ra c ima , 
sincárpico, geralmente polispérmico. Ex.: mostar-
da, couve (Fig. 24b). 
n ú m e r o de va lvas e de c a r p e l o s v a r i á v e i s , 
sincárpico, em geral polispérmico. 
cápsula denticida - fendas por 
dentes apicais. Ex.: cravina (Fig. 
24d). 
c. loculicida - fendas ao longo das 
n e r v u r a s d o r s a i s das fo lhas 
carpelares. Ex.: lírio (Fig. 24e). 
deiscência 
longitudinal 
glande 
c. septicida - fendas ao longo dos 
septos, isolando cada lóculo. Ex.: 
fumo (Fig. 24f). 
c. septífraga - rutura dos septos 
paralela ao eixo dos frutos. Ex.: 
estramônio (Fig. 24g). 
fruto capsular por í fero , de iscente por po ros , 
sincárpico, geralmente polispérmico. Ex.: papou-
L la (Fig. 24c). 
fruto capsular com urna e opérculo, com uma 
deiscência transversal , s incárpico, gera lmente 
polispérmico. Ex.: sapucaia (Fig. 24h). 
monocárpico ou sincárpico, monospérmico, se-
mente presa a um só ponto do pericarpo. Ex.: gi-
rassol, picão, serralha (Fig. 24i). 
sincárpico, monospérmico, tegumento da semen-
te totalmente ligado ao pericarpo. Ex.: arroz, tri-
go, milho (Fig. 24j). 
m o n o c á r p i c o ou s i ncá rp i co , m o n o s p é r m i c o , 
pericarpo com expansão alada. Ex.: olmeiro, cipó-
de-asa (Fig. 24k). 
também chamado bolota, geralmente sincárpico, 
monospérmico, pericarpo envolvido na base por 
uma cúpula. Ex.: carvalho, sassafras (Fig. 241). 
FRUTOS SIMPLES SECOS 61 
Cápsula denticida Síliqua 
d) Dianthus chinensis L. (cravina) b) Brassica olerácea L. (couve) 
Figura 24 -Frutos simples, secos, deiscentes (a - d) e com diagramas da deiscência (a - b). 
FRUTOS S'IMPLES SECOS 
Figura 24 - Frutos simples, secos, deiscentes, com respectivos detalhes em secção trans-
versal' - cápsulas (e - g); pixídio (h). 
i 
Figura 24 - Frutos simples, secos, indeiscentes (i -1). Três tipos diferentes de aquênios (i), 
o do girassol em secção longitudinal, mostrando o único lóculo e a única 
semente. 
(»4 FRUTOS SIMPLES CARNOSOS 
F R U T O S 
SIMPLES <¡ 
CARNO-
SOS 
Indeis-
centes 
drupa 
baga 
hesperídeo 
peponídeo 
g e r a l m e n t e m o n o c á r p i c o , m o n o s p é r m i c o , 
endocarpo endurecido, concrescente, com a se-
mente formando o caroço. Ex.: azeitona, manga 
(Fig. 23b), coco (Fig. 23d), pêssego (Fig. 25a). 
"geralmente sincárpico, polispérmico e endocarpo, 
não formando osso ou caroço. Ex.: uva, mamão, 
goiaba, café, tomate (Fig. 23c). 
Há bagas com nomes especiais: hesper ídeo e 
peponídeo. 
s incárpico, proveniente de um ovário supero. 
Epicarpo com essências; endocarpo membranoso 
revestido, no seu interior, por numerosos pêlos 
repletos de suco, que constituem a parte comestí-
vel. Ex.: limão, laranja (Fig. 23a). 
sincárpico, proveniente de um ovário ínfero. Às 
vezes, pela reabsorção dos septos e da polpa, for-
ma-se uma grande cavidade central. Ex.: melão, 
melancia, abóbora (Fig. 25b). 
Figura 25 - Frutos simples, carnosos, em cortes longitudinais. 
FRUTOS MÚLTIPLOS, PSEUDOFUTOS E INFRUTESCENCIAS 65 
F. M Ú L T I P L O S 
P S E U D O -
F R U T O S 
Como exemplos, têm-se rosa (poliaquênio, Fig. 25e), magnólia 
(polifolículo, Fig. 25g), framboesa (polidrupa, Fig. 230 etc. 
Como exemplos, têm-se caju (Fig. 25d) e hovênia (Fig. 25f); com-
preendem tipos que, por vezes, recebem nomes especiais: 
pomo 
balausta 
"sincárpico, p r o v e n i e n t e de um ovário ínfero , 
indeiscente, carnoso, sendo a parte carnosa forma-
da pelo receptáculo. Ex.: maçã, pêra (Fig. 23h). 
s incá rp ico , p r o v e n i e n t e de um ovár io ínfero , 
indeiscente; o receptáculo tem grande desenvolvi-
mento, mas o pericarpo é seco. Tem vários lóculos 
dispostos em dois ou mais andares. A parte comes-
tível é o episperma das sementes, que é sucoso. Ex.: 
romã (Fig. 25c). 
I N F R U T E S -
CENCIAS 
Como exemplos, têm-se jaca e amora; compreendem tipos que, por 
vezes, recebem nomes especiais, a saber: 
ovário, demais peças florais e eixo da inflorescencia 
tornam-se carnudos. Ex.: abacaxi (Fig. 23g). 
receptáculo carnoso, internamente oco, dentro do 
qual acham-se os frutos. Ex.: figo (Fig. 25h). 
Balausta 
(Pseudofruto) 
c) Púnica granatum L. (romã) 
Pseudofruto 
d) Anacardium occidentale L. (caju) 
Figura 25 - Tipos de pseudofrutos. 
66 FRUTOS MÚLTIPLOS, PSEUDOFUTOS E INFRUTESCENCIAS 
(magnólia) 
Figura 25 - Frutos múltiplos (e, g) com detalhes em secção longitudinal (e) e de um fruto 
isolado (g); pseudofruto (f); infrutescencia (h). 
SEMENTE - Definição, Constituição e Desenvolvimento 67 
D E F I N I Ç Ã O 
C O N S T I T U I -
ÇÃO DA SE-
M E N T E (Fig. 27) 
DESENVOLVI-
M E N T O D A 
S E M E N T E 
(Fig. 26) 
Amêndoa 
embrião 
é o óvulo desenvolvido após a fecundação, contendo o embrião, com 
ou sem reservas nutrit ivas, protegido pelo tegumento. 
Tegumento . testa 
tégmen ou tegma 
radícula 
caulículo 
gêmula 
.cotilédones 
reservas: albume ou endosperma ou perisperma 
Formação do embrião: 
o zigoto diplóide (proveniente da fusão do microgameta com a 
oosfera) divide-se em duas células. A mais externa, encostada à 
micrópila, por divisões sucessivas, forma um cordão, o suspensor, 
ligado por um lado ao saco embrionário, por onde recebe substânci-
as nu t r i t ivas ; o suspensor tem vida efêmera. A mais in te rna , 
concomitantemente, por divisões sucessivas, forma o embrião, que 
é a futura planta. 
Formação de reservas: 
ao mesmo tempo em que os fenômenos acima se verificam, o núcleo 
triplóide (proveniente da fusão do microgameta com o mesocisto), 
por divisões sucessivas, formará um tecido de reserva, o albume. 
Formação do tegumento: 
os integumentos dos óvulos, geralmente, vão originar o tegumento, 
que é o revestimento protetor da semente. 
Figura 26 - Esquema de formação do embrião e do albume. 
68 
T I P O S D E 
S E M E N T E S 
Q U A N T O AO 
N Ú M E R O D E 
T E G U M E N T O S 
T E G U M E N T O 
S U P L E M E N T A R 
SEMENTES - Tegumentos, Reservas e Embrião 
- T E G U M E N T O S -
bitegumentadas - constituídas de testa (externo) e tegma (inter-
no). Ex.: Angiospermae. 
u n i t e g u m e n t a d a s - c o n s t i t u í d a s de um t e g u m e n t o . Ex . : 
Gymnospermae. 
ategumentadas - sem tegumento, estando a amêndoa protegida di-
retamente pelo pericardo do fruto. Ex.: Loranthaceae. 
arilo - excrescência carnosa que se forma no funículo ou no hilo, 
cobrindo a semente total ou parcialmente. Ex.: maracujá (Fig. 27d). 
arilóide - excrescência que se origina do tegumento em tornoda 
micrópila. Ex.: noz-moscada (Fig. 27e). 
carúncula - excrescência do tegumento, de pequenas dimensões, 
junto à micrópila. Ex.: mamona (Fig. 27a). 
RESERVAS DA S E M E N T E • 
T I P O S D E 
RESERVA 
S E M E N T E S 
Q U A N T O À 
FRESENÇA D E 
A L B U M E 
albume ou 
endosperma 
secundário 
perisperma 
endosperma 
ou end. 
primário 
já definido anteriormente. É posterior à fecunda-
ção. Pode ocorrer na semente ou desaparecer du-
.rante a formação do embrião. Ex.: milho. 
tecido originado pela parte da nucela, persistente, 
durante a formação do albume. O perisperma pode 
ser a única reserva da semente (Cannaceae) ou ocor-
re juntamente com o albume (Piperaceae). 
t ec ido o r i g inado do m a c r ó s p o r o e , p o r t a n t o , 
h a p l ó i d e . É a n t e r i o r à f e c u n d a ç ã o . Ex . : 
Gymnospermae. 
albuminadas {com tecidos de reservas. 
exalbumi-
nadas 
sem t e c i d o s de r e s e r v a s . E x . : o r q u í d e a s , 
Leguminosae. 
EMBRIÃO 
PARTES CONS-
T I T U I N T E S 
(Fig. 27a-b) 
N U M E R O D E 
C O T I L É D O N E S 
radícula -[raiz rudimentar. 
gêmula ou 
plúmula 
cotilédo-
ne (s) 
é o cone vegetativo apical, com os primórdios das 
primeiras folhas propriamente ditas. 
é a p r i m e i r a ou são as p r i m e i r a s fo lhas das 
Phanerogamae. 
caul ículo £é a porção caulinar do embrião, 
o embrião pode ter: 
um cotilédone: caracteriza as Monocotyledoneae. 
dois cotilédones: caracterizam s&Dicotykdoneae. 
vários cotilédones: em muitas Gymnospermae. Ex.: Pinus sp. 
SEMENTES - Partes Constituintes 69 
- PARTES C O N S T I T U I N T E S -
a) Corte longitudinal de perfil 
Figura 27 - Partes constituintes da semente da mamona (a) e do feijão (b). 
70 SEMENTES - Partes Constituintes 
e) Myristica fragans Hout t 
(noz-moscada) 
Embrião 
c) Zea mays L 
(milho) 
coleóptila 
plúmula 
coleorriza 
N O T A 
plántula 
hipocótilo 
epicótilo 
coleóptila 
(Fig. 27c) 
coleorriza 
(Fig. 27c) 
escutelo 
L(Fig. 27c) 
["embrião já desenvolvido em conseqüência da ger-
j m i n a ç ã o ; plantinha recém-nascida. 
Teixo do embrião ou de uma plântula, abaixo da in-
SERÇÃO dos cotilédones. 
T" primeiro entrenó da plântula, acima da inserção dos 
|_ cotilédones. 
bainha fechada do embrião das Gramineae e de ou-
tras Monocotyledoneae que representa a pr imeira 
folha da plântula (excluindo o escutelo), dentro da 
qual está a plúmula. 
["bainha fechada do embrião das Gramineae, dentro 
|_da qual está a radícula. 
ĵ é o cotilédone das Gramineae. 
Figura 27 - Tipos de tegumento suplementar das sementes (d, e) e secção longitudinal do 
milho mostrando o embrião e a reserva da semente (c). 
SEMENTE - Disseminação 71 
DISSEMINAÇÃO DAS SEMENTES E DOS F R U T O S (DIASPOROS) 
Processo pelo qual os diásporos são dispersados, isto é, são transportados 
ou lançados a maior ou menor distância da planta que os originou. Os 
diásporos são as unidades orgânicas (sementes, frutos ou propágulos) desti-
nadas à propagação das plantas. 
S Í N D R O -
MES D E 
DISSEMI-
NAÇÃO 
Antropo-
coria 
definição quando é feita pelo homem, acidental ou espon-
taneamente (Fig. 28a). 
Zoocoria 
Anemocoria' 
Hidrocoria 
Autocoria 
Barocoria 
definição -[quando feita com auxílio dos animais. 
frutos e sementes com pêlos e espinhos que ade-
rem ao corpo dos animais. Ex.: carrapicho (Fig. 
28b), picão (Fig. 28c) e carrapicho-de-carneiro 
caracteres \ (Fig. 28d). Outras vezes, são ingeridas por aves, 
macacos e outros animais, sendo as sementes dis-
seminadas junto com as fezes. Ex.: erva-de-pas-
sarinho. 
definição .[ quando feita com auxílio do vento. 
sementes e frutos leves ou minúsculos. Ex.: semen-
tes de orquídeas. Outras podem ter expansões 
caracteres \ aliformes: pente-de-macaco (Fig. 28e), ou pêlos com 
aspecto de pára-quedas: paineira (Fig. 28h), ofi-
cial-de-sala (Fig. 28g) e língua-de-vaca (Fig. 28f). 
definição [ quando feita com auxílio da água. 
sementes e frutos com cutícula impermeável. Ex.: 
coco. E comum apresentarem flutuadores espe-
caracteres ciais, como tecido esponjoso ou sacos aeríferos. 
Ex.: Hernandia guianensis (ventosa) e pinheirinho-
d'água (Fig. 19b). 
definição -[quando feita pelo próprio vegetal. 
caracteres 
frutos que se abrem com grande pressão, lançan-
do as sementes a distância. Ex.: beijo-de-frade 
(Fig. 28i). 
definição -[quando feita pela ação da gravidade, 
caracteres -[sementes ou frutos pesados. Ex.: abacate. 
Geocarpia j^definição 
quando os pedúnculos, após a fecundação, enter-
ram no solo os próprios frutos, onde amadure-
cem. Ex.: amendoim (Fig. 28)). 
72 SEMENTE - Disseminação 
b) Zornia diphylla Pers. Anemocoria 
(carrapicho) e) Pithecoctenium echinatum (Jacq.) 
Schum. (pente-de-macaco) 
Figura 28 - Disseminação de sementes e frutos (diásporos). 
SEMENTE - Disseminação 73 
h) Chorisia speciosa St. Hill . 
(paineira) 
Figura 28 - Disseminação de sementes e frutos (diásporos). 
74 SEMENTE - Germinação 
GERMINAÇÃO DAS SEMENTES -
D E F I N I Ç Ã O 
CARACTERES 
T I P O S D E GER-
MINAÇÃO 
G E R M I N A Ç Ã O 
EPÍGEA (FEI-
JÃO) (Fig. 29a) 
G E R M I N A Ç Ã O 
H I P Ó G E A 
( M I L H O ) 
(Fig. 29b) 
consiste na retomada do processo de desenvolvimento do em-
brião e da conseqüente saída da plántula do interior da semen-
te. 
I o ) O alimento para a plántula crescer e desenvolver-se é, na 
primeira fase da germinação, retirado das reservas contidas na 
própria semente. 
2 o ) Esgotadas as reservas alimentares da semente, a plántula, 
nesta segunda fase da germinação, já possui pêlos radiculares e 
parênquima clorofiliano nas folhas, de tal modo que já pode 
retirar do solo água e princípios minerais e transformá-los em 
matérias orgânicas. 
epígea - quando os cotilédones saem da semente e se elevam 
acima do solo. Ex.: feijão, mamona. 
hipógea - quando os cotilédones permanecem sob a terra. Ex.: 
milho, ervilha. 
a semente começa a amolecer e intumescer-se, em virtude da 
hidratação, o que provoca a rutura do tegumento. 
a radícula exterioriza-se em direção geotrópica positiva; o 
caulículo expõe-se num geotropismo negativo, elevando os 
cotilédones acima do solo. 
aparecem, na raiz jovem, pêlos absorventes e radicelas, perma-
necendo a raiz principal axial, típica das Dicotykdoneae. 
a gêmula desenvolve-se, formando as folhas permanentes; a 
radícula transforma-se em raiz; o caulículo, em hipocótilo e, a 
seguir, na base do caule; os cotilédones, após serem consumidas 
as reservas, atrofiam-se e caem; e a gêmula dá origem ao 
epicótilo e ao caule propriamente dito com folhas. 
a semente começa a amolecer e intumescer-se, por causa da 
hidratação, o que provoca a rutura do tegumento. 
a radícula perfura a coleorriza e, aprofundando-se no solo, co-
bre-se de pêlos absorventes; após um pequeno período funcio-
nal, atrofia-se, sendo substituída por novas e definitivas raízes, 
q u e i rão fo rmar as ra ízes f a sc i cu l adas , t í p i ca s das 
Monocotyledoneae. 
há o alongamento do epicótilo, acima da inserção do cotilédone, 
de modo que este permanece soterrado. 
a coleóptila desenvolve-se em direção à luz, para cima, deixan-
do, posteriormente, as primeiras folhas aparecerem. 
SEMENTE - Germinação 75 
(Germinação do milho) 
Figura 29 - Germinação da semente do feijão (a) e do milho (b). 
76 
- A F O L H A -
FOLHA - Introdução 
Figura 30 - Folha e detalhe de sua anatomia. 
Tudo nas folhas - a sua forma achatada favorável à exposição solar; a sua cor 
verde fornecida pela clorofila, que possibilita a fotossíntese ou elaboração de alimentos; 
as suas nervuras , que contêm células especializadas para transporte da seiva; os seus 
"poros" microscópicos, os estômatos, que permitem a circulação de ar e a eliminação de 
vapor d'água - mostra estar este órgão perfeitamente adaptado ao exercício das funções 
metaból icas das p l an ta s : fotossíntese e d i s t r ibu ição dos a l imen tos , respi ração e 
transpiração. 
Graças a esses órgãos verdes que desprendem o oxigênio parao ar atmosférico, 
purificando-o, é que foi possível ao homem aparecer sobre a superfície da terra. 
Jamais algum outro órgão vegetativo das plantas alcançou extensa variedade de 
formas e de estruturas; tais variações estão na dependência de fatores externos e inter-
nos: desde as folhas inferiores e incolores, tais como os cotilédones das sementes e as 
escamas dos órgãos subterrâneos, até as folhas superiores normais e verdes, para não se 
referir à metamorfose das folhas em flores ou às adaptações a condições extremas de vida, 
como as folhas insetívoras das plantas carnívoras! 
A seguir, serão estudadas mais detalhadamente as folhas e suas variações estrutu-
rais. 
FOLHA - Generalidades 77 
IMPORTANCIA 
CARACTERES 
GERAIS 
F U N Ç Õ E S 
ORIGEM 
D E F I N I Ç Ã O 
PARTES CONS-
T I T U I N T E S 
(Fig. 31a-b) 
metabolismo da planta; 
purificação do ar; 
uso alimentar, medicinal, 
industrial , em adubação etc. 
expansão lateral do caule; 
órgão laminar com simetria bilateral; 
crescimento l imitado; 
coloração verde (clorofilado); 
inserção nodal; 
gemas nas axilas. 
fotossíntese (nutrição); 
respiração e transpiração; 
_ condução e distribuição da seiva. 
gêmula do embrião da semente; 
exógena, como expansões laterais dos caules. 
expansão lateral e laminar do caule, de simetria bilateral e cresci-
mento limitado, constituindo-se num órgão vegetativo com im-
portantes funções metabólicas. 
l imbo - parte laminar e bilateral, 
pecíolo - haste sustentadora do limbo. 
ba inha ou est ipulas - bainha é a parte basilar e alargada da folha 
que abraça o caule. Ex.: t inhorão (Fig. 31a). 
Chama-se estipula cada um dos apêndices, geralmente laminares 
e em número de dois, que se formam de cada lado da base foliar. 
Ex.: brinco-de-princesa (Fig. 31b). 
l imbo 
> 
to 
S3 
A< 
a 
ca 
cd 
o 
cu 
PQ 
O 
PQ 
P J 
P 
bainha 
a) Caladium sp. (tinhorão^ 
Figura 31 - Partes constituintes da folha. 
b) Hibiscus rosa-sinensis L. 
(brinco-de-princesa) 
78 FOLHA - Nomenclatura 
N O M E N C L A T U -
RA F O L I A R 
folha incompleta - quando falta uma das três partes constituin-
tes (Fig. 32a). 
folha peciolada - quando apresenta pecíolo. Ex.: abóbora (Fig. 
32a). 
folha séssi l - sem pecíolo. Ex.: espada-de-são-jorge (Fig. 32b). 
folha amplexicaule - folha cuja base do limbo abraça o caule. Ex. 
serralha (Fig. 32c). 
folha perfolhada ou perfoliada - quando as duas metades da base 
do l imbo desenvolvem-se, circundando o caule, de modo que este 
parece atravessar o limbo. Ex: Specularia sp. (Fig. 32d). 
folhas adunadas - são folhas opostas, sésseis, soldadas por suas 
bases, aparentando ser perfuradas pelo caule. Ex.: barbasco (Fig. 
32e). 
folhas fenestradas - limbo com perfurações. Ex.: costela-de-adão 
(Fig. 32f). 
folhas invaginantes - com bainha que envolve o caule em grande 
extensão. Ex.: Gramineae, como capim-pé-de-galinha (Fig. 32g). 
filódio - pecíolo dilatado e achatado, assemelhando-se ao limbo 
que, em geral, é ausente totalmente. Ex.: Acácia sp. (Fig. 32j). 
heterofilia - é o polimorfismo marcante das folhas normais. Ex.: 
cabomba (Fig. 32k), eucalipto (Fig. 321) e macaé (Fig. 32m). 
pecíolo alado - pecíolo com expansões aliformes foliáceas late-
rais. Ex.: laranjeira (Fig. 32h) 
peciólulo - é o pecíolo dos folíolos das folhas compostas. Ex.: 
espatódea (Fig. 32i) e carrapicho (Fig. 38g). 
pseudocaule - falso caule, consti tuído dos restos das bainhas 
foliares densamente superpostas. Ex.: bananeira (Fig. 32n). 
pulvino ou pulvínulo - é uma porção espessada da base foliar ou 
foliolar que provoca, nas folhas, mov imen tos de curva turas 
(nastias). Ex.: sensitiva, carrapicho (Fig. 38g). 
(abóbora) 
Figura 32 - Folha - tipos e nomenclatura. 
FOLHA - Nomenclatura 79 
Figura 32 - Folha - tipos e nomenclatura. 
Figura 32 - Heterofilia (1) e pseudocaule formado pelas bainhas foliares (n). 
82 FOLHA - Limbo 
E S T U D O D O 
L I M B O 
Quanto às 
faces 
Quanto à 
nervação 
Quanto à 
consistência 
Quanto à 
superfície 
superior, ventral ou adaxial (Fig. 33a); 
inferior, dorsal ou abaxial (Fig. 33a). 
folhas uninérveas - com uma única nervura. Ex.: 
sagu-de-jardim (Fig. 33b). 
folhas paralelinérveas - com nervuras secundári-
as paralelas à principal, quando esta existe. Ex.: 
Gramineae, como capim-pé-de-galinha (Fig. 33c). 
folhas peninérveas - com nervuras secundárias ao 
longo da principal. Ex.: laranjeira, vinca (Fig. 33d). 
folhas pa lminérveas ou d ig i t inérveas - com 
nervuras que saem todas do mesmo ponto, diver-
gindo em várias direções. Ex.: brinco-de-princesa 
(Fig. 31b), mamoeiro (Fig. 33e). 
folhas curvinérveas - com nervuras secundárias 
curvas, em relação à principal. Ex.: língua-de-vaca 
(Fig. 33f). 
folhas peltinérveas - nervuras das folhas peitadas, 
com nervuras irradiando do pecíolo que se insere 
no centro ou próximo, na face dorsal do limbo. Ex.: 
mamoneira, chagas (Fig. 33a). 
"carnosa ou suculenta - abundante em sucos, em 
geral, com reservas d'água. Ex.: Crassulaceae. 
coriacea - lembrando couro. Ex.: abacateiro, 
herbácea - consistência de erva. 
membranácea - consistência dc membrana, sutil 
e flexível. Ex.: escamas de rizoma de espada-de-
são-jorge (Fig. 43a). 
glabra - desprovida de pêlos, 
pilosa - revestida de pêlos 
lisa - sem acidentes, 
rugosa - enrugada. 
Figura 33 - Folha peltinérvea. Faces foliares ventral e dorsal. 
FOLHA - Limbo 83 
84 FOLHA - Limbo 
E S T U D O D O 
L I M B O QUAN-
TO À F O R M A 
acicular - forma de agulha longa, fina, rígida e pontiaguda (Fig. 33 g). 
cordiforme - forma de coração, base mais larga, reentrante, com 
lobos arredondados. Ex.: capeva (Fig. 33p). 
de l tó ide - forma de delta, triangular. Ex.: cardeal (Fig. 331). 
el í t ica - forma de elipse, mais larga no meio, comprimento duas 
vezes a largura. Ex.: ficos (Fig. 33k). 
ens i forme - forma de espada, longa, bordos paralelos, afilados. Ex.: 
espada-de-são-jorge (Fig. 32b). 
e scamiforme - forma e aspecto de escamas. (Fig. 33h). 
espatulada - forma de espátula, ápice mais largo, comprimento maior 
que duas vezes a largura. Ex.: escama-de-sapo (Fig. 33s). 
falciforme - forma de foice, plana e encurvada (Fig. 3212). 
has tada ou a labard ina - forma de seta, semelhante à sagitada, po-
rém com lobos basilares voltados para os lados (Fig. 33q). 
l anceolada - forma de lança, mais larga no meio ou perto da base, 
geralmente estreitando-se nas extremidades, comprimento maior que 
duas vezes a largura (Fig. 33j). 
l inear - forma estreita e comprida, bordos paralelos ou quase, com-
pr imento acima de quatro vezes a largura (Fig. 33c). 
oblonga - forma mais longa que larga, bordos quase paralelos, com-
pr imento 3 - 4 vezes maior que a largura (Fig. 33d). 
obovada - forma ovada com a parte mais larga no ápice, isto é, ovada 
invertida. Ex.: amendoeira, buxo (Fig. 33n). 
o r b i c u l a r - forma mais ou menos circular (Fig. 33a). 
ovada - forma de ovo, mais larga perto da base, comprimento 1-2 
vezes maior que a largura. Ex.: vassoura (Fig. 33m). 
pe i tada - forma de escudo, com o pecíolo inserido no meio ou pró-
ximo, na face dorsal do l imbo, à maneira de um cabo. Ex.: chagas 
(Fig. 33a). 
ren i forme - forma de rim, mais largo que longo (Fig. 33o). 
sagi tada - forma de seta, base reentrante, com os lobos pontiagudos 
voltados para baixo. Ex.: Caladium sp. (Fig. 33r). 
subulada - cilíndrica, estreitando-se para o ápice pontiagudo. Ex.: 
cebola (Fig. 33i). 
escamas - . 8 
Acicular 
g) Araucaria excelsa R. 
Br. (árvore-de-natal) Escamiforme 
h) Cupressus sp. 
(cipreste) 
Lanceolada 
j) Nerium oleander 
(espirradeira) 
Subulada 
i) Allium cepa L. 
(cebola) 
Elítica 
k) Ficus microcarpa' 
L.f. (ficus) 
Figura 33 - Folha - classificação quanto à forma do l imbo. Figura 33 - Folha - classificação quanto à forma do limbo. 
86 FOLHA - Limbo 
aculeado - com pontas agudas e rígidas na margem do limbo. Ex.: 
abacaxi (Fig. 34a). 
crenado - com dentes obtusos ou arredondados. Ex.: folha-da-
fortuna

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