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BOTÂNICA ORGANOGRAFIA Quadros Sinóticos Ilustrados de Fanerógamos Waldomiro Nunes Vidal Maria Rosária Rodrigues Vidal 4 a Edição BOTÂNICA - ORGANOGRAFIA QUADROS SINÓTICOS ILUSTRADOS DE FANERÓGAMOS UÊPB/BC/Bib!ioteca Campus V •mu FORHcC: ftJBUOTECA CAMPUS V Vice-Rei tor Pró-Rei tor de Extensão e Cultura Diretora da Editora U F V Conse lho Editorial Univers idade Federal de Viçosa Reitor Carlos Sigueyuki Sediyama Cláudio Fur tado Soares Gera ldo Antônio de Andrade Araújo Rizele Mar ia de Castro Reis Afonso Augusto Teixeira de Freitas de Carvalho Lima (Presidente) , Antônio Alber to da Silva, Luiz Cláudio de Almeida Barbosa, Luiz Eduardo Dias, Mar ia Crist ina Baracat Pereira, Or lando Pinheiro da Fonseca Rodrigues , Paulo Henr ique Alves da Silva, Ricardo Corrêa Gomes e Rizele Mar ia de Castro Reis A Edi tora U F V é filiada à (Associação Brasileira das Editoras Universi tárias) WALDOMIRO NUNES VIDAL MARIA ROSÁRIO RODRIGUES VIDAL BOTÁNICA - ORGANOGRAFIA QUADROS SINÓTICOS ILUSTRADOS DE FANERÓGAMOS 4 5 Edição Revista e ampl iada ÜEPB/BC/Biblioteca Campus V Ed ¡TORA UFV Universidade Federal de Viçosa 2006 © 1979 by Waldomiro Nunes Vidal e Maria Rosária Rodrigues Vidal 1* edição: 1979 2 a edição: 1983 3 a edição: 1984 1" reimpressão: 1986; 2 a reimpressão: 1990; 3 a reimpressão: 1992; 4 a reimpressão: 1995; 5 a reimpressão: 1999 4 a edição: 2000 I a reimpressão: 2001; 2 a reimpressão: 2002; 3 a reimpressão: 2003; 4 a reimpressão: 2004; 5 a reimpressão: 2004; 6 a reimpressão: 2005; 7 a reimpressão: 2006; 8 a reimpressão: 2006 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida sem a autorização escrita e prévia dos detentores do copyright.. Impresso no Brasil Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e Classificação da Biblioteca Central da UFV Vidal, Waldomiro Nunes. V649b Botânica - Organografia; quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos / 2003 Waldomiro Nunes Vidal, Maria Rosária Rodrigues Vidal. - 4.ed. rev. ampl. -Viçosa : UFV, 2003. 124p.:il. ISBN: 85-7269-054-9 1. Morfologia vegetal. 2. Anatomia vegetal. 3. Fanerógamos - Morfologia. I. Vidal, Maria Rosária Rodrigues. II. Universidade Federal de Viçosa. II. Título. CDD 19.ed. 581.4 CDD 20.ed. 581.4 Capa Layout: Aguinaldo Pacheco Fotolito: Fotoprint Revisão lingüística: Nelson Coeli Editoração eletrônica: José Roberto da Silva Lana Ilustração: Antônio Fernando Gomes Impressão e acabamento: Divisão de Gráfica Universitária da UFV Editora UFV Edifício Francisco São José, s/n Universidade Federal de Viçosa 36570-000 Viçosa, MG, Brasil Pedidos Tels. (0xx31) 3899-3139/2220 Tels. (0xx31 ) 3899-2234/1517 Fax (0xx31) 3899-2143 Fax (0xx31) 3899-2143 E-mail: editora@ufv.br E-mail: editora@ufv.br Livraria Virtual: www.livraria.ufv.br Livraria Virtual: www.livraria.ufv.br mailto:editora@ufv.br mailto:editora@ufv.br http://www.livraria.ufv.br http://www.livraria.ufv.br Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. (Canção do Exílio - Gonçalves Dias) ÜEPB/BC/Biblioteca Aos nossos Pais e Filhos, vivos símbolos da continuidade saudável da Família. Ao saudoso botânico Alberto Castellanos, nosso mestre inesquecível. SUMÁRIO Prefácio 9 S P E R M A T O P H Y T A - Organização Geral 11 FLOR Introdução 12 Caracterização e constituição 13 Nomenclatura 14 Brácteas 18 Perianto 20 Androceu 26 Gineceu 31 Inflorescencia 38 Inflorescencia racimosa 39 Inflorescencia cimosa 40 Inflorescencia composta 42 Prefloração 43 Diagrama e fórmula floral 44 Esporogênese e gametogênese nas Angiospermas 46 Formação do óvulo 48 Fecundação 50 F R U T O Fruto e semente 56 Constituição 57 Tipos e classificação 58 Frutos simples secos 60 Frutos simples carnosos 64 Frutos múltiplos, pseudofrutos e infrutescencias 65 S E M E N T E Definição, constituição e desenvolvimento 67 Tegumentos, reservas e embrião 68 Partes consti tuintes 69 Disseminação 71 Germinação 74 FOLHA Introdução 76 Generalidades 77 Nomencla tura 78 L imbo 82 Folha composta 90 Filotaxia 91 Folhas reduzidas 92 Folhas modificadas 94 ÜEPB/BC/Biblioteca Csmmir.V CAULE Introdução 96 Generalidades 97 Classificação quanto ao habitat 98 Classificação quanto à ramificação 104 Classificação quanto ao desenvolvimento 105 Classificação quanto à consistência e à forma e adaptações 106 RAIZ Introdução 108 Generalidades 109 Morfologia 110 Classificação quanto à origem e ao habitat 111 Classificação quanto ao habitat 112 Classificação quanto ao habitat e adaptações 114 Raiz e Caule - Diferenças 116 PLANTA Classificação quanto à longevidade e ao sexo 116 Í N D I C E DE FIGURAS 117 R E F E R Ê N C I A S BIBLIOGRÁFICAS 124 PREFÁCIO O c a m p o de e s t u d o da B o t â n i c a , ou C i ê n c i a das P l a n t a s , é m u i t o a m p l o e d ive r s i f i cado . P o r m e i o da i nves t i gação desc r i t i va e c o m p a r a t i v a da m o r f o l o g i a dos vege ta i s , p r o c u r a - s e c h e g a r à c o m p r e e n s ã o da h i s t ó r i a evo lu t i va de t o d o o R e i n o Vegeta l , n o s d i f e r en t e s p e r í o d o s geo lóg icos , d u r a n t e o d e s e n v o l v i m e n t o d e n o s s o p l a n e t a . A O r g a n o g r a f i a Vegeta l , q u e se d e d i c a ao e s t u d o da m o r f o l o g i a e x t e r n a das p l a n t a s , r e p r e s e n t a n ã o só um p l a n o bás i co p a r a o c o n h e c i m e n t o da B o t â n i c a n o seu m a i s a m p l o s e n t i d o , c o m o t a m b é m c o n s t i t u i - s e n u m c a m p o f e c u n d o p a r a o t r a b a l h o b o t â n i c o . E s t a o b r a , q u e t r a t a e s p e c i a l m e n t e das p l a n t a s s u p e r i o r e s , c o n s t i t u i u m p r e p a r o b á s i c o e um t r e i n a m e n t o na t e r m i n o l o g i a p a r a o s q u e i n i c i a m o e s t u d o d a B o t â n i c a , c o m espec ia l ênfase p a r a o s q u e u t i l i z a m chaves d e iden t i f i cação d e famí l i as , n o c a p í t u l o d a T a x o n o m i a . A e x p e r i ê n c i a o b t i d a p o r vár ios a n o s c o m e s t u d a n t e s l e v o u - n o s a o r d e n a r a m a t é r i a de m o d o s i m p l e s , p r á t i c o e ob je t ivo , a f im de q u e o a l u n o p u d e s s e a s s i m i l a r o a s s u n t o c o m re la t iva fac i l idade . D e s s e m o d o , a m a t é r i a é t o t a l m e n t e a p r e s e n t a d a s o b a f o r m a de q u a d r o s s i n ó t i c o s , a c o m p a n h a d o s , i n t e g r a l m e n t e , de e x e m p l o s b e m fami l i a res e d a s r e spec t ivas i l u s t r ações . Es t a s se e n c o n t r a m , ge - r a l m e n t e , na m e s m a folha do t ex to ou na p á g i n a em f ren te , o q u e faci l i ta , s o b r e - m a n e i r a , a c o n s u l t a e a c o m p r e e n s ã o . As i l u s t r ações , cujo n ú m e r o é e l evado , são em gera l b a s e a d a s em e x e m p l a - res de p l a n t a s v ivas e a c o m p a n h a d a s dos n o m e s c ient í f icos . Os t í t u lo s d o s a s s u n - tos , b e m c o m o os n ú m e r o s das f iguras e das p á g i n a s , es tão co locados de m o d o a faci l i tar sua p e s q u i s a e seu m a n u s e i o . A s s i m , e s p e r a m o s q u e es ta 4a e d i ç ã o , r ev i sada e a m p l i a d a , m a s c o m a m e s m a e s t r u t u r a da l a , 2a e 3a, s i rva , a e x e m p l o das ed i ções a n t e r i o r e s , de g r a n d e aux í l io aos e s t u d a n t e s dos ciclos s e c u n d á r i o e s u p e r i o r e c o n s t i t u a , t a m b é m , fon- t e d e r e c u r s o s p a r a p ro fessores . A g r a d e c e m o s à D r a Graz i e l a M a c i e l B a r r o s o e ao D r . L u i z E m y g d i o de M e l l o F i l h o pe l a a t e n ç ã o ep a c i ê n c i a na l e i tu ra de s t e l iv ro e pe las c r i t e r io sas e e n r i q u e c e d o r a s suges tões . E s t e n d e m o s t a m b é m nossos r e c o n h e c i m e n t o s aos p r o - fessores d a área d e B o t â n i c a S i s t e m á t i c a d a U F V pe la rev i são c u i d a d o s a des ta ed i ção . F i n a l m e n t e , m a s n ã o em ú l t i m o lugar , a g r a d e c e m o s a t o d o s q u e , de al- g u m m o d o , d e r a m a sua c o n t r i b u i ç ã o nes t a s p á g i n a s . O s A u t o r e s . ÜEPB/BC/Biblio teca Campus V SPERMATOPHYTA - Organização Geral 11 Figura 1 - Planta completa - Crotalaria zanzibarica Benth. (xiquexique ou guizo-de-cascavel). Os vegetais superiores apresentam, na sua organização geral, órgãos essencialmente vegetativos, como raiz, caule e folhas, e órgãos essencialmente reprodutores, como flores e frutos (Fig. 1). Por apresentarem flores, são chamados de Fanerógamos (Phanerogamae) e, por apresentarem sementes, são denominados Espermatófitos {Spermatophyta). ÜEPB/BC/Bik"»---- - * 14 FLOR - Nomenclatura NOMENCLA- TURA F L O - RAL Quanto ao pedúnculo e pedicelo Quanto à disposição das peças florais Quanto ao número de peças do perianto Quanto à homogenei- dade do perianto Quanto ao sexo Quanto ao número de estames em relação < ao de pétalas Quanto à posição relativa do gineceu' Nota pedunculada e pedicelada - com pedúnculo (Fig. 3) e com pedicelo. Ex.: xiquexique (Fig. l i a ) . séssil - sem pedúnculo e sem pedicelo. Ex.: cordão-de- frade (Fig. 12e). cíclica - peças florais dispostas em círculos concêntricos no receptáculo, formando verticilos. Ex.: Angiospermae: lí- rio, quaresma, flor de couve (Fig. 4a). acíclica ou espiralada - peças florais, dispostas em espiral, em to rno do receptáculo . Ex. : magnol ia (F ig . 4b) , Gymnospermae. aperiantada, aclamídea ou nua - ausência dos dois verti- cilos protetores. Ex.: Gramineae, pimenta-do-reino (Fig. 4c). monoperiantada, monoclamídea ou haploclamídea - au- sência de um deles. Ex.: mamona (Fig. 4e, f). diperiantada, diclamídea ou diploclamídea - presença de cálice e corola. Ex.: lírio (Fig. 4d), brinco-de-princesa (Fig. 4g). homoioclamídea ou homoclamídea - sépalas e pétalas se- melhantes em número, cor e forma, sendo chamadas tépalas. Ex.: lírio (Fig. 4d). heteroclamídea - sépalas e pétalas diferentes entre si. Ex.: brinco-de-princesa (Fig. 4g). unissexual feminina - ausência do androceu e presença do gineceu. Ex.: mamona (Fig. 4e). unissexual masculina - ausência de gineceu e presença de androceu. Ex.: mamona (Fig. 40- hermafrodita - dois sexos na mesma flor. Ex.: lírio (Fig. 4d), brinco-de-princesa (Fig. 4g). estéril e neutra - androceu e gineceu não-funcionais e au- sentes, respectivamente. Exr.Arum sp., margarida (Fig. 4m). oligostêmone - número de estames menor que o de pétalas (ou sépalas). Ex.: cardeal. isostêmone - número de estames igual ao de pétalas. Ex.: café, fumo. diplostêmone - número de estames em dobro ao de péta- las. Ex.: quaresma, lírio, feijão. polistêmone - número de estames superior (exceto o du- plo) ao de pétalas. Ex.: goiaba. hipógina - receptáculo plano a convexo; demais verticilos abaixo do gineceu; ovário supero (Fig. 9i). períg ina - r ecep tácu lo escavado l ivre ou às vezes concrescente até a metade do ovário; demais verticilos em torno do gineceu; ovário supero ou semi-ínfero (Fig. 9h, k). epígina - receptáculo escavado concrescente com todo o ovário; demais verticilos acima do gineceu; ovário infero, (Fig. 9j). flor calcarada - aquela dotada de uma espora ou calcar, situada no cálice, na corola ou em ambos. Ex.: chagas (Fig. |_4n). 16 FLOR - Nomenclatura gineceu Flor aperiantada c) Piper nigrum L. (pimenta- do-reino) tépala interna androceu antera F lo r t r í m e r a , d i p e r i a n t a d a , homoclamídea, hermafrodita d) Hemerocallis flava L. (lirio) estigma estâmes ramificados e) Flor Ç Flor unissexual, monoperiantada e, f) Ricinus communis L. (mamona) Figura 4 - Classificação das flores quanto ao número de peças do peças do perianto e quanto ao sexo. FLOR -Nomenclatura 17 Flor pentâmera, diperiantada, heteroclamídea, hermafrodita g) Hibiscus rosa-sinensis L. (brinco-de-princesa) Figura 4 - Flor - perianto e sexo; calcar; androceu monadelfo com andróforo. 18 FLOR - Brácteas TIPOS DE BRÁCTEAS N O T A férteis - brácteas com flores nas axilas. Ex.: três-marias (Fig. 4h), lírio (Fig. 4d). vazias - sem flores nas axilas. São também chamadas estéreis ou não-fér- teis . calículo - também chamado epicálice; um conjunto de brácteas dispostas em círculo, na base do cálice, dando a impressão de um cálice suplementar. Ex.: brinco-de-princesa (Fig. 4g). cúpula - brácteas endurecidas persistentes na base de alguns frutos. Ex.: carvalho (Fig. 4i). espata - bráctea desenvolvida, protegendo uma inflorescencia. Ex.: bana- na-de-macaco (Fig. 4j). glumas - duas brácteas estéreis que protegem a espigueta ou espícula, que é a inflorescencia elementar das Gramineae. Ex.: arroz (Fig. 4k). invólucro - conjunto de brácteas próximo à flor ou inflorescencia, que as rodeiam em maior ou menor grau. Ex.: salsa (Fig. 41). periclínio - conjunto de brácteas que circundam a inflorescencia em capí- tulo. Ex.: margarida (Fig. 4m). cúpula - chama-se também cúpula a porção que envolve a base de certos frutos em maior ou menor grau, formada pelo eixo floral ou tubo do perianto. Ex.: sassafrás (Fig. 241). hipsofilo Inflorescencia h) Bougainvillea glabra Choisy (três-marias) Bráctea fértil com flor monoperiantada Figura 4 - Tipo de bráctea. FLOR - Brácteas 19 Figura 4 - Tipos de brácteas. FLOR - Perianto CALICE I o verticilo ou verticilo protetor externo C O R O L A 2° verticilo ou verticilo protetor interno Quanto à cor Quanto à soldadura das sépalas Quanto ao número de sépalas Quanto à duração Quanto à simetria Quanto à cor Quanto à soldadura das pétalas Quanto ao número de pétalas Quanto à duração Quanto à simetria geralmente verde; quando da mesma cor que a da corola, o cálice é chamado petalóide. Ex.: lírio (Fig. 4d). gamossépalo, sinsépalo ou monossépalo - quando as sépalas estão soldadas entre si, em maior ou menor ex- tensão. Ex.: cardeal (Fig. 61). dialissépalo, corissépalo ou polissépalo - quando as sépalas são livres ou isoladas. Ex.: flor de couve (Fig. 6a). trímero - quando as sépalas são em número de três ou de seus múltiplos. Ex.: Monocotyledoneae (Fig. 4d). tetrâmero ou pentâmero - com quatro ou cinco sépalas ou seus múltiplos. Ex.: Dicotyledoneae (Fig. 4g). caduco - quando cai antes de a flor ser fecundada, persistente - quando persiste no fruto. Ex.: laranja (Fig. 5a). marcescente - persistente, porém murcha. Ex.: goiaba (Fig. 5b). decíduo - quando cai logo após a corola. Ex.: mostarda, acrescente - além de persistente, desenvolve-se e cerca o fruto. Ex.: juá-de-sapo (Fig. 5c). actinomorfo ou radial - com vários planos de sime- tria. zigomorfo ou bilateral - um só plano de simetria, assimétrico - sem plano de simetria. branca ou diversamente colorida; quando verde, a corola é chamada sepalóide. gamopétala, simpétala ou monopétala - quando as pé- talas estão soldadas entre si, em maior ou menor exten- são (Fig. 61). dialipétala, coripétala ou polipétala - quando as péta- las estão livres entre si (Fig. 6a). trímera - pétalas em n ú m e r o de três ou múl t ip los . Monocotyledoneae (Fig. 4d). tetrâmera ou pentâmera - quando as pétalas são em número de quatro, cinco ou seus múltiplos. Dicotyle- doneae (Fig. 4g). " caduca. marcescente - rara ocorrência. Ex.: chapéu-de-couro. actinomorfa ou radial - zigomorfa ou bilateral assimétrica. rosa (Fig. 5d). ervilha (Fig. 5e). Morfologia da pétala FLOR -Perianto - DURAÇÃO DO CÁLICE - 21 fruto Cálice persistente Cálicemarcescente Cálice acrescente VCitrusaurantiumL. b) Psidium guajava L. c) Physalis sp (laranja) (goiaba) - S IMETRIA F L O R A L - Flor actinomorfa cálice Completa Completa e) Pisum sativum L. (ervilha) f) Dianthus chinensis L. (cravina) Desmembrada Figura 5 - Duração do cálice (a - e); simetria floral (d - e); morfolog.a da pétala (f). 22 FLOR - Perianto f D I A L I P É T A L A S E A C T I N O M O R F A S : crucífera ou cruciforme - pétalas em cruz, opostas 2 a 2. Ex.: flor de couve (Fig. 6a). rosácea - cinco pétalas de unha curta e bordo arredon- dado. Ex.: rosa (Figs. 5d; 6b). cariofilácea ou cariofilada - cinco pétalas de unha lon- ga e bordos lacinulados. Ex.: cravina (Figs. 5f; 6c). D I A L I P É T A L A S E Z I G O M O R F A S : orquidácea ou orquidiforme - com três pétalas: duas laterais, as asas e uma mediana, o labelo. Ex.: orquídea (Fig. 6d). p a p i l i o n a d a , p a p i l i o n á c e a , m a r i p o s a d a o u amar iposada - com cinco pétalas desiguais: uma maior e superior, chamada estandarte ou vexilo; duas menores laterais, chamadas asas; duas inferiores mais internas, envolvidas pelas asas, chamadas carena ou quilha. Ex.: ervilha (Figs. 5e; 6e). G A M O P É T A L A S E A C T I N O M O R F A S : tubulosa ou tubular - pétalas formando um tubo cilín- drico ou quase, comprido, enquanto o l imbo da corola é curto ou quase nulo. Ex.: margarida (Fig. 6f). ro tácea , ro tada ou rotata - tubo curto, l imbo plano, cir- cular, ordinariamente inteiro ou lobos arredondados (se- melhante a uma roda). Ex.: tomate (Fig. 6g). infundibuliforme - tubo alargando-se gradualmente, da base para o cimo (afunilado). Ex.: enrola-semana (Fig. 6h). c a m p a n u l a d a - tubo alargando-se rapidamente na base, mantendo, depois, o diâmetro constante (em forma de sino ou campainha). Ex.: campainha (Fig. 6i). u rceo lada - tubo alargando-se rapidamente na base e estreitando-se para o cimo (em forma de jarro ou urna). Ex.: Érica sp. (Fig. 6j). h ipocra te r i forme - tubo comprido, alargando-se rapi- damente na parte superior com o limbo plano (em for- ma de taça ou salva). Ex.: vinca (Fig. 6k). G A M O P É T A L A S E Z I G O M O R F A S : labiada - l imbo dividido em um ou dois lábios. Ex.: cardeal (Fig. 61). pe r sonada , masca r ina ou mascar i l a - com dois lábios justapostos; o lábio inferior tem uma dilatação que fe- cha a abertura da corola. Ex.: boca-de-leão (Fig. 6m). l igu lada - l imbo em forma de l íngua , com o ápice denteado. Ex.: margarida (Fig. 6n). digital iforme - forma de dedal ou dedo de luva. Ex.: dedaleira (Fig. 6o). A N Ô M A L A - não se enquadra em n e n h u m dos tipos . anteriores. Ex.: cana-da-índia (Fig. 6p). C O R O L A ', (cont.) Tipos FLOR -Perianto - D I A L I P É T A L A S A C T I N O M O R F A S (a - c) - 23 Figura 6 - Corolas dialipétalas - actinomorfas (a - c) e zigomorfas (d - e). 24 FLOR - Perianto - G A M O P É T A L A S A C T I N O M O R F A S (f - k) - Figura 6 - Corolas gamopétalas actinomorfas (f - k). FLOR -Perianto - G A M O P É T A L A S Z I G O M O R F A S (1 - o) - 25 Figura 6 - Corolas gamopétalas zigomorfas (1 - o) e corola anômala (p). 26 FLOR - Androceu A N D R O C E U Conjunto de estâmes Morfologia do estame (Fig. 7a) Quanto ao tamanho relativo de estâmes Quanto à soldadura dos estâmes ESTAMES Órgãos masculinos produtores de grãos de pólen, donde se originam os gametas masculinos (tubo polínico) Quanto à adelfia Quanto à ramificação do filete Quanto à soldadura da antera Quanto à posição em relação à corola e à soldadura Nota filete - haste geralmente filamentosa encimada pela antera. conect ivo - tecido pouco ou muito desenvolvido, que une as tecas da antera. an te ra - porção dilatada, geralmente com duas tecas, onde são formados os grãos de pólen. homodínamo - estames do mesmo tamanho. Ex.: to- mate (Figs. 6g; 7g). he te rod ínamo - estames de diferentes tamanhos. Ex.: enrola-semana (Fig. 7b). d id ínamo - quatro estames, dois maiores e dois meno- res. Ex.: Bignoniaceae (Fig. 7c). t e t rad ínamo - seis estames, quatro maiores e dois me- nores. Ex.: flor de couve (Fig. 7d). dial is têmone - estames livres entre si (Fig. 7b). gamostêmone ou adelfo - estames com filetes solda- dos entre si, formando um ou mais feixes (Figs. 4g; 7f). sinfisandro ou s inandro - estames totalmente solda- dos entre si em um só corpo (Fig. 7e). monadelfo - filetes soldados em maior ou menor ex- tensão em um único feixe. Ex.: brinco-de-princesa (Fig. 4g). diadelfo - filetes soldados em dois feixes ou um feixe e um estame livre. Ex.: ervilha (Fig. 7f)- triadelfo - filetes soldados em três feixes, poliadelfo - filetes soldados em mais de três feixes. Ex.: laranja (Fig. 7h). s imples - filete não-ramificado (Fig. 7b, c). composto (meris têmone) - filete ramificado, termi- nando cada ramo numa antera. Ex.: mamona (Fig. 4f). livres - anteras livres entre si (Fig. 7b, c). s inanteros ou singenéticos - estames soldados pelas anteras, sendo livres os filetes. Ex.: margarida (Fig. 7g). coniventes - filetes livres, e as anteras encostam-se . umas às outras. Ex.: tomate (Fig. 6g). inclusos - estames que não aparecem na garganta da corola ou do cálice. Ex.: AUamanda sp., vinca, excertos - estames que sobressaem na garganta do cá- lice ou da corola. _ epipétalos - estames adnatos às pétalas (Fig. 7b). ' es taminóides ou es taminódios - são estames estéreis geralmente de tamanho reduzido, sem anteras ou com anteras sem pólen; por vezes se assemelham a pétalas (Fig. 7c). andróforo - coluna formada por filetes concrescentes de um androceu monadelfo (Fig. 4g). FLOR - Androceu 27 estamesjiiaiores (4) estames menores (2) > 04 a CS U o CO O ca ca p Diadelfo f) Pisum sativum L. (ervilha) Sinantero g) Chrysanthemum leucanthemum L. (margarida) Heterodínamo b) Ipomoea cairica L. Sweet. (enrola-semana) Figura 7 - Estames - morfologia (a), tamanhos (b - d) e soldaduras (e - g). 28 FLOR - Androceu Figura 7 - Androceu poliadelfo. A N T E R A Quanto à inserção do fdete na antera Tipos de deiscência (abertura) Posição de acordo com a deiscência Quanto ao número de tecas apicefixa - inserção do filete no ápice da antera (Figs. 7c; 8a). dorsiíixa - inserção do filete na região dorsal da antera (Fig. 8b, d). basifixa - inserção do filete na base da antera. Ex.: fedegoso (Fig. 8c, f). longitudinal ou rimosa - por meio de uma fenda lon- gitudinal em cada teca e é a mais comum. Ex.: couve (Fig. 8d). valvar - por meio de pequenas valvas. Ex.: abacate (Fig. 8e). poricida - por meio de poros apicais. Ex.: quaresma, fedegoso (Fig. 8f). introrsa - abertura da antera voltada para o eixo da flor (para dentro). extrorsa - abertura voltada para fora. monoteca - com uma só teca (Fig. 4g). diteca - com duas tecas (Fig. 8d). tetrateca - com quatro tecas (Fig. 8e). FLOR -Androceu - D E I S C Ê N C I A (d - f) - I N S E R Ç Ã O ( a - c ) - 29 Figura 8 - Anteras - inserção dos filetes (a - c), número de tecas (d - e) e tipos de deiscência (d - 0- 50 FLOR - ANDROCEU A N T E R A (cont.) Pólen ' caracteres definição morfologia estrutura (Fig. 8j) apresenta número haplóide de cromossomos; o pó- len, em geral, tem coloração amarelada, é o corpúsculo que dará origem aos gâmetas mas- culinos. forma - variável, em geral arredondada ou ovóide, quanto ao agrupamento - a) isolado ou simples: é o mais comum (Fig. 8g); b) em massas chama- das políneos: o políneo possui um pedículo, cha- mado caudícula, preso a um disco glanduloso cha- mado retináculo (Fig. 8h); c) agrupado ou com- posto: quando os grãos se agrupam de 2 em 2, 4 em 4, 8 em 8 etc. (Fig. 8i). apresenta duas membranas: a externa, chamada exina, é lisa ou possui configurações variáveis e poros (os poros germinativos), e a interna, cha- mada intina; no seuinterior, o grão de pólen apre- senta, em geral, dois núcleos no seio do citoplasma, um menor, reprodutivo, e outro maior, nutr i t ivo; a d m i t e - s e que o m a c r o n ú c l e o e n v o l v i d o de citoplasma constitui uma célula: a célula forma- dora do tubo polínico; o micronúcleo dará ori- gem aos dois microgametas. exina núcleo vegetativo ou macronúcleo mtina poro "núcleo reprodutivo ou Esquema micronúcleo j) Grão de pólen políneo Esquema g) Pólen simples caudícula retináculo Políneos h) Cattleya sp. e Orchis sp. (orquídeas) Esquema i) Pólen agrupado Figura 8 - Pólen - morfologia (g - i) e estrutura (j). FLOR - Gineceu 31 GINECEU Conjunto de carpelos, órgãos femininos da flor que formam um ou mais pistilos E S T I L E T E Por onde passa o tubo polínico ESTIGMA Com papilas que recebem o pólen Morfologia do pistilo (Fig. 9a) Quanto à soldadura dos carpelos Quanto ao número de carpelos Quanto à forma Quanto à inserção Quanto à forma Quanto à divisão estigma (5) pistilo (1) estilete ovario ovário - parte basilar dilatada, delimitando um ou mais lóculos, onde se acham os óvulos. estilete - parte tubular, mais ou menos alongada, em conti- nuação ao ovário. .estigma - parte geralmente superior que recebe o pólen. dialicarpelar ou apocárpico - constituído de carpelos livres entre si, formando outros tantos pistilos. Ex.: rosa, folha-da- fortuna (Fig. 9a 2). gamocarpelar ou s incárpico - gineceu const i tuído de carpelos concrescentes entre si, formando um só pistilo (Fig. 9a,); pode ser de carpelos abertos, ovário unilocular (Fig. 9g), ou fechados, ovário com mais de um lóculo. Ex.: espatódea (Fig. 9d). unicarpelar _ C O m um carpelo (Fig. 9c). bicarpelar - com dois carpelos (Fig. 9d). tricarpelar - com três carpelos (Fig. 9e). pluricarpelar - mais de três carpelos (Fig. 9f). •[variável - mais comumente cilíndrico. terminal - quando sai do ápice do ovário. Ex.: alamanda (Fig. 9b,). lateral - quando sai lateralmente ao ovário. Ex.: oiti. ginobásico - quando sai aparentemente da base do ovário. Ex.: cardeal (Fig. 9b 2). £ variável - globosa, ovóide, foliácea etc. indiviso - estigma único. ramificado - com divisões: bífido, bigloboso etc. (Fig. 9b,, 9b 2 e 9b 4 ) . estigma Gamocarpelar (5 carpelos) a,) Hibiscus rosa-sinensis L. (brinco-de-princesa) Dialicarpelar (4 carpelos) a 2) Kalanchoë pinnata Pers. (folha-da-fortuna) Figura 9 -Gineceu - morfologia do pistilo e soldadura dos carpelos (a ,e a 2). 32 FLOR - Gineceu b,) Bidens pilosa L. (picão) b 2 ) Salvia splendens Ker-Gawl. (cardeal) cathartica L. (alamanda) Figura 9 - Gineceu - tipos de estilete e de estigmas. b 4 ) Trimezia fosteriana Steyerm. (iris) OVARIO Encerra os óvulos no interior de cavidades (os lóculos) Quanto ao número de lóculos (cavidades) Quanto à posição un i locu la r - com um só lóculo, vindo de um carpelo (xiquexique, Fig. 9c) ou mais (cravina, Fig. 9g). b i l o c u l a r - com dois lóculos. Ex.: espatódea (Fig. 9d). t r i locular - com três lóculos. Ex.: lírio (Fig. 9e). p l u r i l o c u l a r - mais de três lóculos. Ex.: brinco-de-prince- sa (Fig. 9f). supero - ovário livre; demais verticilos abaixo (hipóginos: fumo, Fig. 9i) ou em torno do gineceu (períginos: cereja, rosa, Fig. 9h). infero - ovário aderente ao receptáculo; demais verticilos acima do gineceu (epíginos: Fuchsia sp., Fig. 9j). semi-ínfero - ovário semi-aderente ao receptáculo; demais verticilos em torno do gineceu (períginos: quaresma, Fig. 9k). FLOR - Gineceu 33 Ovário bicarpelar e bilocular d) Spathodea campanulata Beauv. (espatódea) Ovário tricarpelar e trilocular e) Hemerocallis flava L. (lírio) > PS 6 03 u <_> -a ca ca a* P Ovário unicarpelar e unilocular c) Crotalaria zanzibarica Benth. (xiquexique) Ovário unilocular, bicarpelar g) Dianthus chinensis L. (cravina) Ovário pluricarpelar e plurilocular f) Hibiscus rosa-sinensis L. (brinco-de-princesa) Figura 9 - Gineceu - ovários quanto ao número de carpelos e de lóculos, v.stos em secção transversal. 34 FLOR - Gineceu Esquema Flor perígina, ovário supero h) Rosa sp. (rosa) Flor hipógina, ovário supero i) Nicotiana tabacum L. (fumo) Flor epígina, ovário infero j) Fuchsia sp. Figura 9 - Gineceu - posição de ovários, de flores. Esquema Flor perígina, ovário semi-ínfero k) Tibouchina sp. (quaresma) vistos em esquemas e em secções longitudinais FLOR - Gineceu 35 corpúsculo onde se forma o gameta feminino; após a fecunda- ção, transforma-se em semente. funículo - cordão que liga o óvulo à placenta, hilo - inserção do funículo ao óvulo. integumentos - geralmente dois, primina e secundina, envol- vendo a núcela, deixando entre si uma abertura, a micrópila. núcela - tecido sem vasos, cuja base unida aos integumentos se chama calaza. No seu interior está o saco embrionário com: seis células (uma oosfera, duas s iné rg idas e t rês antípodas) e dois núcleos (os núcleos polares, que geralmen- te se fundem em um só, chamado mesocisto ou núcleo se- cundário do saco embrionário, que vai originar o albume). A oosfera é o gameta feminino, que, após a fecundação, vai formar o embrião da semente. ortótropo - micrópila, saco embrionário, hilo e calaza acham-se no prolongamento da mesma linha reta; micrópila voltada para cima (Fig. 10a2). anátropo - micrópila aproxima-se da placenta, ficando no ex- tremo oposto ao da calaza; o funículo, um pouco alongado, tem grande curvatura e une-se aos integumentos, formando uma li- 4. nha de soldadura, a rafe (Fig. 10b). campilótropo - eixo da núcela e integumentos curvam-se em ferradura; assim, a micrópila aproxima-se do hilo, da calaza (Fig. 10c). anfítropo - o eixo é reto, mas paralelo à placenta; o funículo, encurvado junto ao óvulo, parece inserido na sua parte média (Fig. 10d). a,) Esquema Figura 10 - Estrutura do óvulo. Definição O V U L O < Morfologia (Fig. 10a,) Tipos FLOR - Gineceu 37 PLACENTA {Definição { região interna do ovário onde se inserem os óvulos. Definição { distribuição das placentas no ovário. axial - óvulos presos ao eixo central, em ovário septado. Ex.: lírio (Figs. 9e; lOf). central - óvulos presos numa coluna central, em ovário 1 -locular. Ex.: cravina (Figs. 9g; 10e). parietal - óvulos presos na parede ovariana. Ex.: xiquexique (Figs. 9c; 10i , i 2). apical - óvulos presos no ápice do ovário. Ex.: abacate (Fig. 10g). basilar - óvulos presos na base do ovário. Ex.: girassol (Figs. 10h; 24i). PLACEN- TAÇÃO Tipos Nota Há quem considere que todo gineceu unicarpelar e dialicarpelar possui placentação marginal; outros estendem este tipo de placentação para alguns gamocarpelares (Cucurbitales). Aqui con- sidera-se placentação parietal aquela situada na parede do ová- rio ou no prolongamento desta parede. PLACENTAÇÃO Esquemas: e) Central g) Apical > c/s Í 3 CU 6 cr. «O; CQ, ca' PU , ¡S3 i f) Axial i,) Parietal 1-carpelar i 2) Parietal 3-carpelar Figura 10 - Ovários em secções longitudinais (esquerda) e transversais (direita), mos- trando diferentes tipos de placentações. 38 INFLORESCENCIA D E F I N I Ç Ã O -[é a disposição dos ramos florais e das flores sobre eles. Q U A N T O A POSIÇÃO Q U A N T O AO N Ú M E R O P L U R Í F L O - RAS axilares - inflorescencia na axila de folhas, t e rmina i s - inflorescencia no fim do ramo. "unifloras - uma flor na extremidade do pedúnculo ou eixo. Ex.: brin- co-de-princesa. plurífloras - várias flores no mesmo pedúnculo ou eixo. Ex.: uva. s imples - eixo primário produz pedicelos com uma flor, compos ta s - eixo primário produz pedicelos que se ramificam. T I P O S I N D E F I N I - DAS OU RACIMOSAS (SIMPLES) i n d e f i n i d a , r a c i m o s a , c e n t r í p e t a o u monopodial - quando as flores se abrem, de baixo para cima (Fig. 11 a-e) ouda periferia para o centro (Fig. llf-g). definida, cimosa, centrífuga ou simpodial - quando o extremo do eixo primário, cessando o seu crescimento, termina numa flor que é a primeira a abrir-se, o mesmo ocorrendo com eixos secundários, que aparecem sucessivamen- te (Fig. 12a-c) ou quando as flores se abrem do centro para a periferia (Fig. 12d-g). cacho ou racimo - flores situadas em pedicelos, saindo de diversos níveis no eixo primário e a t ing indo diferentes a l turas . Ex. : couve, xiquexique (Fig. 11a). corimbo - flores situadas em pedicelos saindo de vários níveis do eixo primário e atingindo todas a mesma altura. Ex.: espatódea (Fig. 11b). espiga - flores sésseis ou subsésseis, situadas em diversas alturas sobre um eixo primário. Ex.: língua-de-vaca (Fig. 11c). espádice - variação da espiga em que o eixo primário é carnoso, as flores são geralmente unissexuais e o conjunto é envolvido por uma grande bráctea chamada espata. Ex.: Araceae, banana-de-macaco (Fig. l l d ) . amento - variação da espiga em que o eixo pri- mário geralmente é flexivel e pendente e em geral apresenta flores unissexuais. Ex.: casta- nheira, rabo-de-macaco (Fig. l ie) , umbela - flores situadas em pedicelos que saem do mesmo ponto do ápice do eixo primário, atingindo uma altura aproximadamente igual. Ex.: falsa-erva-de-rato (Fig. llf). capítulo - quando o eixo se alarga na extremi- dade superior, formando um receptáculo côn- cavo, plano ou convexo, o toro, onde se insere um conjunto de flores, rodeado por um con- junto debrácteas, opericlínio. Ex.: Compositae, margarida (Figs. 4m; l lg) . Esquemas: INFLORESCENCIA RACIMOSA espata Espádice d) Monstera deliciosa Liebm. (banana-de-macaco) Amento e) Acalypha sp. (rabo-de-macaco) Umbela f) Asclepias curassavica L. (falsa-erva-de-rato) Espiga c) Plantago major L. (língua-de-vaca) Corimbo b) Spathodea campanulata Beauv. (espatódea) Cacho a) Crotalaria zanzibarica Benth. (xiquexique) Capítulo g) Chrysanthemum leucanthemum L. (margarida) Figura 11 - Tipos de inflorescencias racimosas. 40 INFLORESCENCIA CIMOSA D E F I N I D A S O U CIMOSAS (SIMPLES) c i m a unipara ou monocásio - quan- do, abaixo do eixo primário terminado po r flor, fo rma-se um só eixo secundá- rio lateral, t ambém terminado por flor, e assim sucessivamen- te. escorpióide - os ei- xos secundários saem s e m p r e do mesmo lado. Ex.: miosótis (Fig. 12a). helicóide - os eixos secundários saem de um lado e do outro, alternadamente. Ex.: lírio (Fig. 12b). Esquemas: cima bípara ou dicásio - sob a flor terminal do eixo primário, partem dois secundários opostos, também terminados por flor, os quais podem igualmente originar dois outros, e as- sim sucessivamente; o dicásio pode carecer de flor t e r m i n a l . Ex. : begón ia (Fig . 12c), CatyophyUaceae. cima multípara ou pleiocásio - eixo primário termina por uma flor, do qual partem vários secundários, também terminados por uma flor, que podem, igualmente, originar vários outros, e assim sucessivamente. Ex.: ixora, jardineira (Fig. 12d). glomérulo - flores sésseis ou subsésseis, mui- to próximas entre si, aglomeradas, de configu- ração mais ou menos globosa. Ex.: cordão-de- frade(Fig. 12e). ciátio - formado por uma flor feminina, nua, pedicelada, rodeada por várias masculinas, constituídas por um estame e todo o conjunto envolvido por um invólucro caliciforme de brácteas, alternando-se com glândulas. Ex.: coroa-de-cristo (Fig. 12f). sicônio - o receptáculo é escavado, formando uma cavidade quase fechada, onde se inserem flores unissexuais. Ex.: figo (Fig. 12g). receptáculo brácteas coloridas hipsofilS (brácteas) Sicônio g) Ficus carica L.(figo) Figura 12 - Tipos de inflorescencias cimosas. F iord" ' Ciátio f) Euphorbia splendens Bojer. (coroa-de-cristo) 41 CQ Figura 12 - Tipos de inflorescencias cimosas. INFLORESCENCIA CIMOSA 42 IN 1'LORESCÊNCIA COMPOSTA homogêneas - ramificação da racimosa, porém do mesmo tipo. Ex.: umbela de umbelas (Fig. 13a): panícula (cacho de cachos, Fig. 13b). C O M P Ô S - J heterogêneas - ramificação racimosa ou j A g { cimosa, porém entre diferentes tipos. Ex.: dicásio de ciátios, como na coroa-de-cristo (Fig. 13c). mistas - mistura entre racimosa e cimosa. Ex.: dicásio de capítulos, como no botão- _de-ouro (Fig. 13d). Esquemas: - INFLORESCENCIAS H O M O G Ê N E A S Figura 13 - Inflorescencias compostas - homogêneas (a, b), heterogênea (c) e mista (d). PREPLORAÇÃO 43 P R E F L O R A Ç Ã O OU ESTIVAÇÃO Esquemas: Definição Tipos é a disposição das peças florais (sépalas e pétalas) no botão (antes da antese). valvar - quando as peças florais (sépalas, pétalas) não se recobrem, mas apenas se tocam pelos bordos (Fig. 14a). 'simples - margens não dobradas (Fig. 14a). induplicada - bordos dobrados para dentro valvar \ (Fig. 14b). reduplicada - bordos dobrados para fora .(Fig. 14c). torcida, espiralada ou contorta - todas as peças florais são semi-internas (Fig. 14d). imbricada - uma peça externa, uma interna e três semi- internas (Fig. 14e). quincuncial - duas peças externas, duas internas e uma semi-interna (Fig. 14f). coclear - imbricada, em que a peça externa não é ime- diata à interna. [vexilar- o vexilo é a peça externa (Fig. 14g). carenal - uma das peças da carena é a exter- na (Fig. 14h) vexilo carenas g) C. vexilar Figura 14 - Tipos de preflorações. h) C. carenal 44 DIAGRAMA E FÓRMULA FLORAL Definição é a representação esquemática de um corte transver- sal do botão floral, projetada num plano e represen- tando o número, a soldadura, a disposição das peças e a simetria floral. DIAGRAMA F L O R A L Representa- ção (Fig. 15a-c) cortes t ransversais medianos de: r amo, brácteas , sépalas, pétalas, anteras e ovário; sépalas e pétalas por meio de arcos simples, podendo diferenciar-se as pri- meiras por uma proeminência dorsal ou pela cor; a ligação entre peças dos verticilos pode ser feita por meio de traços radiais ou laterais; peças abortadas total ou parcialmente podem ser representadas por simples pontos ou círculos, respectivamente. F O R M U L A F L O R A L Definição Representa- ção (Fig. 15d-f) é a representação floral por meio de letras, números e símbolos. Os verticilos florais, por meio de suas iniciais maiús- culas: K ou S = cálice ou sépalas C ou P = corola ou pétalas A ou E = androceu ou estâmes G ou C = gineceu ou carpelos P ou T = perigônio ou tépalas - o número é escrito à esquerda ou à direita de cada um, usando o zero, quando não existir um verticilo qualquer e um ponto para peças atrofiadas; quando o número de peças for muito grande ou indefinido, usa- se o símbolo infinito (oo). - quando há dois verticilos da mesma natureza, inter- põe-se o sinal + entre os números. - a soldadura entre elementos do mesmo verticilo ou de verticilos diferentes é representada por parênteses para os números e por colchetes para as letras, respec- tivamc para a sinanteria e adelfia, pode-se usar um ar^ ou traço sobre e sob o número, respectiva- mente; a posição do ovário leva um traço de fração acima ou abaixo da letra ou do número, conforme seja infero ou supero, respectivamente. - a simetria floral pode ser representada por símbo- los: * para flor actinomorfa ou de simetria radial; I ou % para zigomorfa ou bilateral; para assimétrica; e @ para acíclica ou espiralada. DIAGRAMA E FÓRMULA FLORAL 45 a) Diagrama de: Hypoxis decumbens L. (falsa-tiririca) Flor homoclamídea trímera (Monocotyledoneae) d ) Fórmula: S 3 P 3 E 3 + 3 C (3 ) o u T 3 + 3 E 3 + 3 C (3 ) b) Diagrama de: Crotalaria zanzibarica gamopétala (Dicotyledoneae) Benth. (xiquexique) Flor heteroclamídea pentâmera dialipétala (Dicotyledoneae) f> Fórmula: S( 5 ) | P ( 5 ) E5 | C ( 2 ) e ) Fórmula: S 5 P 5 E I Q Figura 15 - Tipos de diagramas e fórmulas florais. 46 ESPOROGÉNESE E GAMETOGÊNESENAS ANGIOSPERMAS D E F I N I Ç Ã O ESPORO- GÉNESE MICROSPO- R O G Ê N E S E (MICROGA- M E T O - ... GÊNESE) E S T R U T U R A DA ANTERA (Fig. 16a-b) é o processo de formação de esporos e gametas, respectivamente, nestes vegetais. microsporogênese - processo que conduz à formação do grão de pó- len. macrosporogênese - processo que conduz à formação do saco embrio- nário do óvulo. exotécio - camada externa ou epiderme da antera. endotécio ou camada mecânica - subepidérmica, esclerificada, que exerce papel importante na deiscência da antera. estrato médio - uma ou mais camadas transitórias, entre o endotécio e o tapete. tapete ou camada nutritiva - situada em torno dos sacos polínicos. O tapete e o estrato médio desaparecem na maturidade ao serem, em ge- ral, absorvidos pelas células germinativas. sacos polínicos - que contêm as células-mãe dos grãos de pólen, cada uma das quais, após sofrer meiose, irá formar quatro grãos de pólen. Na antera madura, os quatro sacos polínicos, por fusão dos laterais, são, em geral, em número de dois e contêm os grãos de pólen maduros. a célula-mãe do grão de pólen sofre meiose; após a citocinese, for- m a m - s e qua t ro micrósporos (hap ló ides , Fig. 16c); o núc leo do micrósporo sofre uma divisão mitótica, resultando em dois núcleos, o reprodut ivo ou m i c r o n ú c l e o ou germinat ivo e o nutri t ivo ou m a c r o n ú c l e o ou v ege ta t ivo ; o m i c r ó s p o r o sofre modi f icações morfológicas, transformando-se em grão de pólen adulto: exina, com configurações e poros; int ina, núcleo ou célula reprodutora, núcleo vegetativo ou célula formadora do tubo polínico; o núcleo ou célula reprodutora divide-se em dois e forma os núcleos sexuais masculinos: os núcleos gametas ou espermáticos (Fig. 16d). - FORMAÇÃO DO P Ó L E N - sacos polínicos estâmes MICROSPOROGÊNESE (2n) c é l u l a - m ã e do grão de pólen ou microsporócito M I C R O G A M E T O G E N E S E núcleos espermáticos grãos de pólen jo- ¿ vens ou micrós- poros (n) grão de pólen célula (ou núcleo) _ reprodutora ESPOROGÉNESE E GAMETOGÊNESE NAS ANGIOSPERMAS • VI Esquemas: tapete exotecio feixe líbero-lenhoso a) Corte transversal da antera jovem b) Corte transversal da antera adulta 5 Célula-mãe c) Microsporogênese (formação de grãos de pólen) Micrósporos CO Cu EU P d) Microgametogênese (formação de microgametas ou núcleos espermáticos) Figura 16 - Estrutura da antera (a, b), formação do pólen e do tubo polínico (c, d). 48 FORMAÇÃO DO ÓVULO F O R M A Ç Ã O D O Ó V U L O Formação da núcela e dos integumentos (Fig. 17a): Núcela Integu- mentos surge na parede interna do ovário (região placentária) pequeno mamilo que, cont inuando o seu desenvolvi- m e n t o , acaba po r f o r m a r u m m a c i ç o t e c i d o parenquimatoso, chamado nucela. em seguida, forma-se, em torno do referido mamilo, um bordolete circular e, logo após, mais outro, os quais, crescendo, vão formar os integumentos que envolvem a nucela, deixando apenas uma abertura, a micrópila. Formação do saco embrionário (Fig. 17b-c): paralelamente a este desenvolvimento anteriormente referido, no interior da nucela em formação, observa- se, próximo à micrópila, uma célula que se destaca pelo seu maior volume: a célula-mãe do saco embri- onário. a célula-mãe do saco embrionário sofre meiose; após a c i t o c i n e s e , f o r m a m - s e q u a t r o m a c r ó s p o r o s (haplóides, Fig. 17b); três destas células degeneram- se e o núcleo da quarta divide-se, formando dois, de- pois quatro e depois oito núcleos; destes, seis cercam- se de citoplasma e dispõem-se da seguinte maneira: três células ficam próximas da micrópila: a central é a oosfera e as duas laterais, sinérgidas; no pólo oposto ficam as três antípodas; enquanto os dois núcleos consti tuem os núcleos polares ou mesocisto. Está assim formado o saco embrionário, que contém o gameta feminino ou oosfera (Fig. 17c). Macrospo- rogênese (macroga- metogê- nese) F O R M A Ç Ã O DO SACO E M B R I O N A R I O • nucela óvulo M A C R O S P O R O G E N E S E (2n) célula-mãe do saco e m b r i o n á r i o ou macrosporócito M A C R O G A M E T O G E N E S E oosfera saco embrionário jo- vem ou macrósporo (n) saco embrionário FORMAÇÃO DO ÓVULO Esquemas: 49 -2l<crd Visto'em secção longitudinal célula-mãe do saco embrionário integumentos Visto não em secção (completo) a) Formação da nucela e dos integumentos Célula-mãe Ovulo b) Macrosporogênese (célula-mãe - macrósporo) meiose Macrósporo W1 Macrósporo c) Macrogametogênese (macrósporo - saco embrionário - oosfera) Óvulo mitose Figura 17 - Formação do óvulo (a - c). 50 FECUNDAÇÃO - A F E C U N D A Ç Ã O REALIZA-SE NO I N T E R I O R DAS F L O R E S - Esquema: FASES DA F E C U N D A Ç Ã O NAS ANGIOS- PERMAE (Fig. 18) polinização - transporte do pólen da antera ao estigma da flor. formação do tubo polínico - o grão de pólen caído no estigma floral germina, através do estilete, formando um tubo, chamado tubo polínico. fecundação - fusão dos núcleos sexuais. Figura 18 - Fases da fecundação nas Angiospermae. FECUNDAÇÃO 51 A - P O L I N I Z A Ç Ã O S Í N D R O - MES D E P O L I N I - ZAÇÃO Anemofilia Definição f c l u a n C 1 0 0 agente po l in izador é o ven to . Ex.: LGramineae ( Caracteres ' (Fig. 4k). flores pequenas; perianto nulo ou quase nulo, sem aroma, cor e néctar; anteras bem expostas ao ar sobre filetes longos, finos e flexíveis; pólen em grande quantidade; grãos pequenos, lisos e leves; estigma em geral penado, de grande superfície. Zoofilia Definição -Tos agentes polinizadores são animais. Caracteres Tipos flores com perianto de cores e formas variadas, por vezes bizarras ou de conformação apropriada ao pouso; com aroma e néctar. entomófilas - quando são os insetos. Ex.: Salvia sp. ornitófilas - quando são os pássaros. Ex.: Fuchsia sp. (Fig. 19a). quiropterófi las - quando são os morcegos. Ex.: Mabea fistulifera Mart. Hidrofilia Definição f í í u a n d o a polinização é feita com auxílio da l_Ex.: pinheir inho-d 'água (Fig. 19b). agua. > c/j CU fruto Flor hidrófila b) Ceratophyllum demersum L. (pinheir inho-d 'água) Flor zoófila ornitófila a) Fuchsia sp. (brinco-de-princesa) Figura 19 - Polinização - ornitofilia (a), hidrofilia (b). 50 FECUNDAÇÃO - A F E C U N D A Ç Ã O REALIZA-SE NO I N T E R I O R DAS F L O R E S - Esquema: Figura 18 - Fases da fecundação nas Angiospermae. FECUNDAÇÃO 51 A - P O L I N I Z A Ç Ã O S Í N D R O - MES D E P O L I N I - ZAÇÃO Anemofilia Zoofilia Definição r i u a n ^ 0 0 a g e n t e po l in izador é o ven to . Ex. : IGramineae (Fig. 4k). flores pequenas; perianto nulo ou quase nulo, sem aroma, cor e néctar; anteras bem expostas ao ar Caracteres i sobre filetes longos, finos e flexíveis; pólen em grande quantidade; grãos pequenos, lisos e leves; estigma em geral penado, de grande superfície. Definição {os agentes polinizadores são animais. Caracteres Tipos flores com perianto de cores e formas variadas, por vezes bizarras ou de conformação apropriada ao pouso; com aroma e néctar. entomófilas - quando são os insetos. Ex. : Salvia sp. ornitófilas - quando são os pássaros. Ex.: Fuchsia sp. (Fig. 19a). quiropterófilas - quando são os morcegos. Ex.: Mabea fistulifera Mart. Hidrofilia ÍDefinição í q u a n d ° a polinização é feita com auxílio da água. |_ |_Êx.: pinheir inho-d 'agua (Fig. 19b). ^ fruto Flor hidrófila b) Ceratophyllum demersum L. (pinheir inho-d 'água) Flor zoófila ornitófila a) Fuchsia sp. (brinco-de-princesa) Figura 19 - Polinização - ornitofilia (a), hidrofilia (b). 52 FECUNDAÇÃO T I P O S D E P O L I N I Z A Ç Ã O FATORES Q U E FAVORECEM A P O L I N I Z A Ç Ã O C R U Z A D A autopolinização - quando o pólen é recebido no estigma da mesma flor; ocorre em plantasautógamas. Ex.: em flores cleistógamas (flores que possuem os órgãos sexuais ocultos na corola, propiciando a polinização na mesma flor, como em ervilha (Fig. 20a). polinização cruzada - quando a polinização se faz entre flores dife- rentes de um mesmo indivíduo (geitonogamia) ou de indivíduos di- ferentes (xenogamia); ocorre em plantas alógamas. Ex.: plantas dióicas. ["quando as plantas têm flores unissexuais sobre o mes- Lmo indivíduo. Ex.: milho, mamona (Fig. 20b). monoic ia dióicia dicogamia heterostilia auto-incom- patibilidade J~ quando as plantas têm flores unissexuais sobre indi- Lvíduos diferentes. Ex.: tamareira. quando os órgãos sexuais da mesma flor amadurecem em tempos diferentes: protandria - quando o androceu amadurece primeiro que o gineceu. Ex.: Compositae. protoginia - quando for o gineceu o primeiro a ama- durecer. Ex.: cachimbo-de-turco (Fig. 20c). q u a n d o há b a r r e i r a que i m p e d e ou d i f i cu l t a a Ex.: orquídea, íris (Fig. 20d) quando uma espécie apresenta dois ou mais tipos de indivíduos com flores de estames e pistilos de dimen- sões diferentes (Fig. 20e): longestilia - quando o estilete é longo e os filetes são curtos. brevestilia - quando as flores têm estilete curto e file- tes longos. q u a n d o as f lores não são f e c u n d a d a s ao s e r e m polinizadas por seu próprio pólen. . . T q u a n d o há ba: h e r c ° S a m l a [autopol in ização FECUNDAÇÃO 53 Figura 20 - Monoicia (b), hercogamia (d) e heterostilia (e). 54 FECUNDAÇÃO B - FORMAÇÃO DO T U B O P O L Í N I C O F O R M A Ç Ã O D O T U B O P O L Í N I - CO (Fig. 20f) T I P O S D E P E N E T R A Ç Ã O D O T U B O P O L Í N I C O o grão de pólen, retido no estigma por substâncias mucilaginosas aí existentes, germina. A intina projeta-se através de um dos poros da exina, formando um tubo, o tubo pol ín ico. o núc leo vegetativo, que dá origem ao tubo polínico, fica localiza- do próximo da extremidade do tubo. o tubo pol ínico desce através do estilete floral, em direção ao ová- rio, atravessando o canal ou digerindo o tecido condutor do estilete. (Fig. 20g). o núc leo germinat ivo do pólen dá origem, por divisão, a dois nú- cleos cspermáticos; há a penetração do tubo polínico no óvulo e o desaparecimento do núcleo vegetativo. [caso mais geral, quando a penetração no óvulo se dá Porogamia ^ m i c r ó p ü a ( F i g 2 0 g ) Aporogamia m e s o g a m i a - q u a n d o a p e n e t r a ç ã o se faz pe los integumentos. calazogamia - quando a penetração se faz pela calaza. Figura 20 - Formação e penetração do tubo polínico. FECUNDAÇÃO 55 C - FECUNDAÇÃO D U P L A F E C U N D A Ç Ã O N O T A os dois núcleos espermáticos penetram no saco embrionário; nas Angiospermae ocorre uma dupla fecundação (Fig. 21); um dos nú- cleos espermáticos funde-se com o núcleo da oosfera, formando o zigoto (diplóide), que dará origem ao embrião da semente. o ou t ro núcleo espermát ico funde-se com os núcleos polares (mesocisto) e de tal fecundação se originará o albume das sementes, que é um tecido de reserva de natureza triplóide. o albume, também chamado endosperma secundário, é um tecido triplóide e pode estar ou não presente nas-sementes, sendo, quando ausente, absorvido durante a formação do embrião. após a fecundação, em geral, as sinérgidas e as antípodas se desinte- gram. s e m e n t e - origina-se do óvulo fecundado. fruto - é originado do desenvolvimento do ovário, após ter ocorrido a fecundação. pa r t enogênese - é o desenvolvimento do óvulo, sem fecundação, ou seja, é o desenvolvimento de um indivíduo a partir de um óvulo não fecundado. Esquema oosfera sinérgidas saco embrionário núcleos polares semente albume (3n) embrião (2n) T zigoto (2n) ^ ~ ~ n ú c l e o espermático (n) -4 polínico espermático espermático antípodas oosfera (n) < 7 s a c ° . , . / embrionario núcleos polares (2n) núcleo espermático (n) ^ tubo polínico Figura 21 - Fecundação nas Angiospermae. 56 FRUTO E SEMENTE Figura 22 - Diásporos - frutos e sementes A finalidade biológica do fruto é ser um envoltorio protetor para a semente, ao mesmo tempo que assegura a propagação e perpe- tuação das espécies. Como os animais, em seu amor maternal, as plan- tas protegem a sua prole e cuidam de sua sobrevivência. Realmente, durante o amadurecimento, muitos frutos adqui- rem cores chamativas e aromas agradáveis ou tornam-se sucosos, e seu sabor é apreciado por animais que, ao se al imentarem deles, des- pejam as suas sementes à maior ou menor distância. Outros, ao con- trário, tornam-se frutos secos, porém sofrem diferentes processos de abertura que permitem a libertação das suas sementes, havendo mes- mo casos de deiscência explosiva, sendo aquelas lançadas a distância relativamente grande, na dispersão. Mui tas vezes os próprios frutos apresentam configurações morfológicas que lhes permitem participar ativamente na dissemina- ção das sementes. Assim, são encontrados frutos com espinhos, gan- chos e outras excrecencias que facilmente aderem aos corpos dos ani- mais ou apresentam-se plumosos ou leves, o que vem, então, facilitar o seu transporte, em virtude do vento. Os frutos têm grandes variações estruturais. Estas, por sua vez, dependem da natureza ou das variações que existem na organização do gineceu das flores. Mais ainda, muitas vezes o fruto não é formado unicamente pelo ovário da flor, visto que outras peças podem estar representadas nos frutos, como: pedúnculo , receptáculo, cálice e brácteas. FRUTO - Constituição 57 D E F I N I Ç Ã O C O N S T I T U I - ÇÃO (Fig. 23a-d) é o ovário desenvolvido com as sementes já formadas; ou pode ser ainda constituído de diversos ovários e ter ou não estruturas acessó- rias (indúvias). epicarpo - camada mais externa proveniente da epiderme externa da parede ovariana. mesocarpo- camada intermediária proveniente do mesófilo carpelar. Quase sempre de grande espes- sura, podendo ou não acumular reservas nos frutos carnosos ou secos, respectivamente; em geral, é a parte comestível. endocarpo - camada mais interna proveniente da epiderme interna da parede ovariana que se acha em contato com as sementes. Quando lenhificado, constitui o caroço (nas drupas), podendo ser a par- . te comestível, como na laranja. Pericarpo (parede do fruto) endocarpo semente (embrião) Drupa Simples monocárpico, carnoso indeiscente. b) Mangifera indica L. (manga) endocarpo epicarpo semente mesocarpo Baga Simples sincárpico, carnoso indeiscente Hesperídeo Simples sincárpico, carnoso indeiscente a) Citrus aurantium L. (laranja) c) Lycopersicum esculentum Mill. (tomate) Figura 23 - Partes consti tuintes dos frutos, vistos em secções (a - c). Frutos simples, carnosos. 5 S FRUTO - Tipos e classificação CLASSIFICA- ÇÃO Quanto ao número de sementes Quanto à consistência \ do pericarpo Quanto à deiscência Quanto ao número de carpelos Simples (Fig. 23a-e) Múltiplos (Fig. 23f) Compostos (Fig. 23g) monospérmicos - com uma só semente, dispérmicos - com duas sementes, trispérmicos - com três sementes, polispérmicos - com várias sementes. secos - com pericarpo não-suculento. carnosos - com pericarpo espesso e suculento. deiscentes - abrem-se, quando maduros, indeiscentes - não se abrem. monocárpicos- provenientes de gineceu unicarpelar. apocárpicos - provenientes de gineceu dialicarpelar. sincárpicos - provenientes de gineceu gamocarpelar. resul tam de um ovário apenas, de uma só f lor ( m o n o c á r p i c o ou s incá rp i co ) . Ex . : l e g u m e (monocárpico), hesperídeo (sincárpico). ou agregados; resultam dos diversos ovários de uma flor dialicarpelar (apocárpicos). Cada ovário dá ori- gem a um aquênio ou uma drupa ou um folículo etc. Ex.: framboesa, morango. ou infrutescencias; resultam da concrescência dos ovários das flores de uma inflorescencia. Ex.: abaca- Complexos(Fig. 23h) ou pseudofrutos; resultam de uma só flor, quando outras partes florais (indúvias), além do ovário, parti- cipam da sua constituição. Ex.: pêra, caju. partenocarpia - é o desenvolvimento do fruto sem que haja fecun- dação. Ex.: banana, laranja-da-bahia etc. Drupa Simples monocárpico, carnoso, indeiscente —testa albume endocarpo •epicarpo mesocarpo embrião Legume Simples monocárpico, seco, deiscente valvas semente d) Cocos nucifera L. (coco) e) Crotalaria zanzibarica Benth. (xiquexique) Figura 23 - Fruto indeiscente (d) e deiscente (e) com diagrama da deiscência. FRUTO - Tipos e classificação 59 Fruto isolado (drupa) drupas receptáculo Corte longitudinal do fruto Pseudofruto h) Pyrus communis L. (pêra) Infrutescencia g) Ananas comosus (L.) Merril . (abacaxi) Figura 23 - Fruto múlt iplo com detalhes em secção longitudinal e com o pequeno fruto isolado (f); infrutescencia (g); pseudofruto em secção longitudinal (h). 60 FRUTOS SIMPLES SECOS FRUTOS SIMPLES SECOS Deiscentes folículo legume síliqua Indeiscen- tes cápsula opecarpo pixídio aquenio canopse un iva lvo , com uma de iscência l o n g i t u d i n a l , monocá rp i co , ge ra lmen te po l i spé rmico . Ex. : magnólia, chichá (Fig. 24a). bivalvo, com duas deiscências l ong i tud ina i s , monocárpico, geralmente polispérmico. Ex.: fei- jão, xiquexique (Fig. 23e). fruto capsular bivalvo, com quatro deiscências lon- g i t u d i n a i s , a b r i n d o - s e de ba ixo pa ra c ima , sincárpico, geralmente polispérmico. Ex.: mostar- da, couve (Fig. 24b). n ú m e r o de va lvas e de c a r p e l o s v a r i á v e i s , sincárpico, em geral polispérmico. cápsula denticida - fendas por dentes apicais. Ex.: cravina (Fig. 24d). c. loculicida - fendas ao longo das n e r v u r a s d o r s a i s das fo lhas carpelares. Ex.: lírio (Fig. 24e). deiscência longitudinal glande c. septicida - fendas ao longo dos septos, isolando cada lóculo. Ex.: fumo (Fig. 24f). c. septífraga - rutura dos septos paralela ao eixo dos frutos. Ex.: estramônio (Fig. 24g). fruto capsular por í fero , de iscente por po ros , sincárpico, geralmente polispérmico. Ex.: papou- L la (Fig. 24c). fruto capsular com urna e opérculo, com uma deiscência transversal , s incárpico, gera lmente polispérmico. Ex.: sapucaia (Fig. 24h). monocárpico ou sincárpico, monospérmico, se- mente presa a um só ponto do pericarpo. Ex.: gi- rassol, picão, serralha (Fig. 24i). sincárpico, monospérmico, tegumento da semen- te totalmente ligado ao pericarpo. Ex.: arroz, tri- go, milho (Fig. 24j). m o n o c á r p i c o ou s i ncá rp i co , m o n o s p é r m i c o , pericarpo com expansão alada. Ex.: olmeiro, cipó- de-asa (Fig. 24k). também chamado bolota, geralmente sincárpico, monospérmico, pericarpo envolvido na base por uma cúpula. Ex.: carvalho, sassafras (Fig. 241). FRUTOS SIMPLES SECOS 61 Cápsula denticida Síliqua d) Dianthus chinensis L. (cravina) b) Brassica olerácea L. (couve) Figura 24 -Frutos simples, secos, deiscentes (a - d) e com diagramas da deiscência (a - b). FRUTOS S'IMPLES SECOS Figura 24 - Frutos simples, secos, deiscentes, com respectivos detalhes em secção trans- versal' - cápsulas (e - g); pixídio (h). i Figura 24 - Frutos simples, secos, indeiscentes (i -1). Três tipos diferentes de aquênios (i), o do girassol em secção longitudinal, mostrando o único lóculo e a única semente. (»4 FRUTOS SIMPLES CARNOSOS F R U T O S SIMPLES <¡ CARNO- SOS Indeis- centes drupa baga hesperídeo peponídeo g e r a l m e n t e m o n o c á r p i c o , m o n o s p é r m i c o , endocarpo endurecido, concrescente, com a se- mente formando o caroço. Ex.: azeitona, manga (Fig. 23b), coco (Fig. 23d), pêssego (Fig. 25a). "geralmente sincárpico, polispérmico e endocarpo, não formando osso ou caroço. Ex.: uva, mamão, goiaba, café, tomate (Fig. 23c). Há bagas com nomes especiais: hesper ídeo e peponídeo. s incárpico, proveniente de um ovário supero. Epicarpo com essências; endocarpo membranoso revestido, no seu interior, por numerosos pêlos repletos de suco, que constituem a parte comestí- vel. Ex.: limão, laranja (Fig. 23a). sincárpico, proveniente de um ovário ínfero. Às vezes, pela reabsorção dos septos e da polpa, for- ma-se uma grande cavidade central. Ex.: melão, melancia, abóbora (Fig. 25b). Figura 25 - Frutos simples, carnosos, em cortes longitudinais. FRUTOS MÚLTIPLOS, PSEUDOFUTOS E INFRUTESCENCIAS 65 F. M Ú L T I P L O S P S E U D O - F R U T O S Como exemplos, têm-se rosa (poliaquênio, Fig. 25e), magnólia (polifolículo, Fig. 25g), framboesa (polidrupa, Fig. 230 etc. Como exemplos, têm-se caju (Fig. 25d) e hovênia (Fig. 25f); com- preendem tipos que, por vezes, recebem nomes especiais: pomo balausta "sincárpico, p r o v e n i e n t e de um ovário ínfero , indeiscente, carnoso, sendo a parte carnosa forma- da pelo receptáculo. Ex.: maçã, pêra (Fig. 23h). s incá rp ico , p r o v e n i e n t e de um ovár io ínfero , indeiscente; o receptáculo tem grande desenvolvi- mento, mas o pericarpo é seco. Tem vários lóculos dispostos em dois ou mais andares. A parte comes- tível é o episperma das sementes, que é sucoso. Ex.: romã (Fig. 25c). I N F R U T E S - CENCIAS Como exemplos, têm-se jaca e amora; compreendem tipos que, por vezes, recebem nomes especiais, a saber: ovário, demais peças florais e eixo da inflorescencia tornam-se carnudos. Ex.: abacaxi (Fig. 23g). receptáculo carnoso, internamente oco, dentro do qual acham-se os frutos. Ex.: figo (Fig. 25h). Balausta (Pseudofruto) c) Púnica granatum L. (romã) Pseudofruto d) Anacardium occidentale L. (caju) Figura 25 - Tipos de pseudofrutos. 66 FRUTOS MÚLTIPLOS, PSEUDOFUTOS E INFRUTESCENCIAS (magnólia) Figura 25 - Frutos múltiplos (e, g) com detalhes em secção longitudinal (e) e de um fruto isolado (g); pseudofruto (f); infrutescencia (h). SEMENTE - Definição, Constituição e Desenvolvimento 67 D E F I N I Ç Ã O C O N S T I T U I - ÇÃO DA SE- M E N T E (Fig. 27) DESENVOLVI- M E N T O D A S E M E N T E (Fig. 26) Amêndoa embrião é o óvulo desenvolvido após a fecundação, contendo o embrião, com ou sem reservas nutrit ivas, protegido pelo tegumento. Tegumento . testa tégmen ou tegma radícula caulículo gêmula .cotilédones reservas: albume ou endosperma ou perisperma Formação do embrião: o zigoto diplóide (proveniente da fusão do microgameta com a oosfera) divide-se em duas células. A mais externa, encostada à micrópila, por divisões sucessivas, forma um cordão, o suspensor, ligado por um lado ao saco embrionário, por onde recebe substânci- as nu t r i t ivas ; o suspensor tem vida efêmera. A mais in te rna , concomitantemente, por divisões sucessivas, forma o embrião, que é a futura planta. Formação de reservas: ao mesmo tempo em que os fenômenos acima se verificam, o núcleo triplóide (proveniente da fusão do microgameta com o mesocisto), por divisões sucessivas, formará um tecido de reserva, o albume. Formação do tegumento: os integumentos dos óvulos, geralmente, vão originar o tegumento, que é o revestimento protetor da semente. Figura 26 - Esquema de formação do embrião e do albume. 68 T I P O S D E S E M E N T E S Q U A N T O AO N Ú M E R O D E T E G U M E N T O S T E G U M E N T O S U P L E M E N T A R SEMENTES - Tegumentos, Reservas e Embrião - T E G U M E N T O S - bitegumentadas - constituídas de testa (externo) e tegma (inter- no). Ex.: Angiospermae. u n i t e g u m e n t a d a s - c o n s t i t u í d a s de um t e g u m e n t o . Ex . : Gymnospermae. ategumentadas - sem tegumento, estando a amêndoa protegida di- retamente pelo pericardo do fruto. Ex.: Loranthaceae. arilo - excrescência carnosa que se forma no funículo ou no hilo, cobrindo a semente total ou parcialmente. Ex.: maracujá (Fig. 27d). arilóide - excrescência que se origina do tegumento em tornoda micrópila. Ex.: noz-moscada (Fig. 27e). carúncula - excrescência do tegumento, de pequenas dimensões, junto à micrópila. Ex.: mamona (Fig. 27a). RESERVAS DA S E M E N T E • T I P O S D E RESERVA S E M E N T E S Q U A N T O À FRESENÇA D E A L B U M E albume ou endosperma secundário perisperma endosperma ou end. primário já definido anteriormente. É posterior à fecunda- ção. Pode ocorrer na semente ou desaparecer du- .rante a formação do embrião. Ex.: milho. tecido originado pela parte da nucela, persistente, durante a formação do albume. O perisperma pode ser a única reserva da semente (Cannaceae) ou ocor- re juntamente com o albume (Piperaceae). t ec ido o r i g inado do m a c r ó s p o r o e , p o r t a n t o , h a p l ó i d e . É a n t e r i o r à f e c u n d a ç ã o . Ex . : Gymnospermae. albuminadas {com tecidos de reservas. exalbumi- nadas sem t e c i d o s de r e s e r v a s . E x . : o r q u í d e a s , Leguminosae. EMBRIÃO PARTES CONS- T I T U I N T E S (Fig. 27a-b) N U M E R O D E C O T I L É D O N E S radícula -[raiz rudimentar. gêmula ou plúmula cotilédo- ne (s) é o cone vegetativo apical, com os primórdios das primeiras folhas propriamente ditas. é a p r i m e i r a ou são as p r i m e i r a s fo lhas das Phanerogamae. caul ículo £é a porção caulinar do embrião, o embrião pode ter: um cotilédone: caracteriza as Monocotyledoneae. dois cotilédones: caracterizam s&Dicotykdoneae. vários cotilédones: em muitas Gymnospermae. Ex.: Pinus sp. SEMENTES - Partes Constituintes 69 - PARTES C O N S T I T U I N T E S - a) Corte longitudinal de perfil Figura 27 - Partes constituintes da semente da mamona (a) e do feijão (b). 70 SEMENTES - Partes Constituintes e) Myristica fragans Hout t (noz-moscada) Embrião c) Zea mays L (milho) coleóptila plúmula coleorriza N O T A plántula hipocótilo epicótilo coleóptila (Fig. 27c) coleorriza (Fig. 27c) escutelo L(Fig. 27c) ["embrião já desenvolvido em conseqüência da ger- j m i n a ç ã o ; plantinha recém-nascida. Teixo do embrião ou de uma plântula, abaixo da in- SERÇÃO dos cotilédones. T" primeiro entrenó da plântula, acima da inserção dos |_ cotilédones. bainha fechada do embrião das Gramineae e de ou- tras Monocotyledoneae que representa a pr imeira folha da plântula (excluindo o escutelo), dentro da qual está a plúmula. ["bainha fechada do embrião das Gramineae, dentro |_da qual está a radícula. ĵ é o cotilédone das Gramineae. Figura 27 - Tipos de tegumento suplementar das sementes (d, e) e secção longitudinal do milho mostrando o embrião e a reserva da semente (c). SEMENTE - Disseminação 71 DISSEMINAÇÃO DAS SEMENTES E DOS F R U T O S (DIASPOROS) Processo pelo qual os diásporos são dispersados, isto é, são transportados ou lançados a maior ou menor distância da planta que os originou. Os diásporos são as unidades orgânicas (sementes, frutos ou propágulos) desti- nadas à propagação das plantas. S Í N D R O - MES D E DISSEMI- NAÇÃO Antropo- coria definição quando é feita pelo homem, acidental ou espon- taneamente (Fig. 28a). Zoocoria Anemocoria' Hidrocoria Autocoria Barocoria definição -[quando feita com auxílio dos animais. frutos e sementes com pêlos e espinhos que ade- rem ao corpo dos animais. Ex.: carrapicho (Fig. 28b), picão (Fig. 28c) e carrapicho-de-carneiro caracteres \ (Fig. 28d). Outras vezes, são ingeridas por aves, macacos e outros animais, sendo as sementes dis- seminadas junto com as fezes. Ex.: erva-de-pas- sarinho. definição .[ quando feita com auxílio do vento. sementes e frutos leves ou minúsculos. Ex.: semen- tes de orquídeas. Outras podem ter expansões caracteres \ aliformes: pente-de-macaco (Fig. 28e), ou pêlos com aspecto de pára-quedas: paineira (Fig. 28h), ofi- cial-de-sala (Fig. 28g) e língua-de-vaca (Fig. 28f). definição [ quando feita com auxílio da água. sementes e frutos com cutícula impermeável. Ex.: coco. E comum apresentarem flutuadores espe- caracteres ciais, como tecido esponjoso ou sacos aeríferos. Ex.: Hernandia guianensis (ventosa) e pinheirinho- d'água (Fig. 19b). definição -[quando feita pelo próprio vegetal. caracteres frutos que se abrem com grande pressão, lançan- do as sementes a distância. Ex.: beijo-de-frade (Fig. 28i). definição -[quando feita pela ação da gravidade, caracteres -[sementes ou frutos pesados. Ex.: abacate. Geocarpia j^definição quando os pedúnculos, após a fecundação, enter- ram no solo os próprios frutos, onde amadure- cem. Ex.: amendoim (Fig. 28)). 72 SEMENTE - Disseminação b) Zornia diphylla Pers. Anemocoria (carrapicho) e) Pithecoctenium echinatum (Jacq.) Schum. (pente-de-macaco) Figura 28 - Disseminação de sementes e frutos (diásporos). SEMENTE - Disseminação 73 h) Chorisia speciosa St. Hill . (paineira) Figura 28 - Disseminação de sementes e frutos (diásporos). 74 SEMENTE - Germinação GERMINAÇÃO DAS SEMENTES - D E F I N I Ç Ã O CARACTERES T I P O S D E GER- MINAÇÃO G E R M I N A Ç Ã O EPÍGEA (FEI- JÃO) (Fig. 29a) G E R M I N A Ç Ã O H I P Ó G E A ( M I L H O ) (Fig. 29b) consiste na retomada do processo de desenvolvimento do em- brião e da conseqüente saída da plántula do interior da semen- te. I o ) O alimento para a plántula crescer e desenvolver-se é, na primeira fase da germinação, retirado das reservas contidas na própria semente. 2 o ) Esgotadas as reservas alimentares da semente, a plántula, nesta segunda fase da germinação, já possui pêlos radiculares e parênquima clorofiliano nas folhas, de tal modo que já pode retirar do solo água e princípios minerais e transformá-los em matérias orgânicas. epígea - quando os cotilédones saem da semente e se elevam acima do solo. Ex.: feijão, mamona. hipógea - quando os cotilédones permanecem sob a terra. Ex.: milho, ervilha. a semente começa a amolecer e intumescer-se, em virtude da hidratação, o que provoca a rutura do tegumento. a radícula exterioriza-se em direção geotrópica positiva; o caulículo expõe-se num geotropismo negativo, elevando os cotilédones acima do solo. aparecem, na raiz jovem, pêlos absorventes e radicelas, perma- necendo a raiz principal axial, típica das Dicotykdoneae. a gêmula desenvolve-se, formando as folhas permanentes; a radícula transforma-se em raiz; o caulículo, em hipocótilo e, a seguir, na base do caule; os cotilédones, após serem consumidas as reservas, atrofiam-se e caem; e a gêmula dá origem ao epicótilo e ao caule propriamente dito com folhas. a semente começa a amolecer e intumescer-se, por causa da hidratação, o que provoca a rutura do tegumento. a radícula perfura a coleorriza e, aprofundando-se no solo, co- bre-se de pêlos absorventes; após um pequeno período funcio- nal, atrofia-se, sendo substituída por novas e definitivas raízes, q u e i rão fo rmar as ra ízes f a sc i cu l adas , t í p i ca s das Monocotyledoneae. há o alongamento do epicótilo, acima da inserção do cotilédone, de modo que este permanece soterrado. a coleóptila desenvolve-se em direção à luz, para cima, deixan- do, posteriormente, as primeiras folhas aparecerem. SEMENTE - Germinação 75 (Germinação do milho) Figura 29 - Germinação da semente do feijão (a) e do milho (b). 76 - A F O L H A - FOLHA - Introdução Figura 30 - Folha e detalhe de sua anatomia. Tudo nas folhas - a sua forma achatada favorável à exposição solar; a sua cor verde fornecida pela clorofila, que possibilita a fotossíntese ou elaboração de alimentos; as suas nervuras , que contêm células especializadas para transporte da seiva; os seus "poros" microscópicos, os estômatos, que permitem a circulação de ar e a eliminação de vapor d'água - mostra estar este órgão perfeitamente adaptado ao exercício das funções metaból icas das p l an ta s : fotossíntese e d i s t r ibu ição dos a l imen tos , respi ração e transpiração. Graças a esses órgãos verdes que desprendem o oxigênio parao ar atmosférico, purificando-o, é que foi possível ao homem aparecer sobre a superfície da terra. Jamais algum outro órgão vegetativo das plantas alcançou extensa variedade de formas e de estruturas; tais variações estão na dependência de fatores externos e inter- nos: desde as folhas inferiores e incolores, tais como os cotilédones das sementes e as escamas dos órgãos subterrâneos, até as folhas superiores normais e verdes, para não se referir à metamorfose das folhas em flores ou às adaptações a condições extremas de vida, como as folhas insetívoras das plantas carnívoras! A seguir, serão estudadas mais detalhadamente as folhas e suas variações estrutu- rais. FOLHA - Generalidades 77 IMPORTANCIA CARACTERES GERAIS F U N Ç Õ E S ORIGEM D E F I N I Ç Ã O PARTES CONS- T I T U I N T E S (Fig. 31a-b) metabolismo da planta; purificação do ar; uso alimentar, medicinal, industrial , em adubação etc. expansão lateral do caule; órgão laminar com simetria bilateral; crescimento l imitado; coloração verde (clorofilado); inserção nodal; gemas nas axilas. fotossíntese (nutrição); respiração e transpiração; _ condução e distribuição da seiva. gêmula do embrião da semente; exógena, como expansões laterais dos caules. expansão lateral e laminar do caule, de simetria bilateral e cresci- mento limitado, constituindo-se num órgão vegetativo com im- portantes funções metabólicas. l imbo - parte laminar e bilateral, pecíolo - haste sustentadora do limbo. ba inha ou est ipulas - bainha é a parte basilar e alargada da folha que abraça o caule. Ex.: t inhorão (Fig. 31a). Chama-se estipula cada um dos apêndices, geralmente laminares e em número de dois, que se formam de cada lado da base foliar. Ex.: brinco-de-princesa (Fig. 31b). l imbo > to S3 A< a ca cd o cu PQ O PQ P J P bainha a) Caladium sp. (tinhorão^ Figura 31 - Partes constituintes da folha. b) Hibiscus rosa-sinensis L. (brinco-de-princesa) 78 FOLHA - Nomenclatura N O M E N C L A T U - RA F O L I A R folha incompleta - quando falta uma das três partes constituin- tes (Fig. 32a). folha peciolada - quando apresenta pecíolo. Ex.: abóbora (Fig. 32a). folha séssi l - sem pecíolo. Ex.: espada-de-são-jorge (Fig. 32b). folha amplexicaule - folha cuja base do limbo abraça o caule. Ex. serralha (Fig. 32c). folha perfolhada ou perfoliada - quando as duas metades da base do l imbo desenvolvem-se, circundando o caule, de modo que este parece atravessar o limbo. Ex: Specularia sp. (Fig. 32d). folhas adunadas - são folhas opostas, sésseis, soldadas por suas bases, aparentando ser perfuradas pelo caule. Ex.: barbasco (Fig. 32e). folhas fenestradas - limbo com perfurações. Ex.: costela-de-adão (Fig. 32f). folhas invaginantes - com bainha que envolve o caule em grande extensão. Ex.: Gramineae, como capim-pé-de-galinha (Fig. 32g). filódio - pecíolo dilatado e achatado, assemelhando-se ao limbo que, em geral, é ausente totalmente. Ex.: Acácia sp. (Fig. 32j). heterofilia - é o polimorfismo marcante das folhas normais. Ex.: cabomba (Fig. 32k), eucalipto (Fig. 321) e macaé (Fig. 32m). pecíolo alado - pecíolo com expansões aliformes foliáceas late- rais. Ex.: laranjeira (Fig. 32h) peciólulo - é o pecíolo dos folíolos das folhas compostas. Ex.: espatódea (Fig. 32i) e carrapicho (Fig. 38g). pseudocaule - falso caule, consti tuído dos restos das bainhas foliares densamente superpostas. Ex.: bananeira (Fig. 32n). pulvino ou pulvínulo - é uma porção espessada da base foliar ou foliolar que provoca, nas folhas, mov imen tos de curva turas (nastias). Ex.: sensitiva, carrapicho (Fig. 38g). (abóbora) Figura 32 - Folha - tipos e nomenclatura. FOLHA - Nomenclatura 79 Figura 32 - Folha - tipos e nomenclatura. Figura 32 - Heterofilia (1) e pseudocaule formado pelas bainhas foliares (n). 82 FOLHA - Limbo E S T U D O D O L I M B O Quanto às faces Quanto à nervação Quanto à consistência Quanto à superfície superior, ventral ou adaxial (Fig. 33a); inferior, dorsal ou abaxial (Fig. 33a). folhas uninérveas - com uma única nervura. Ex.: sagu-de-jardim (Fig. 33b). folhas paralelinérveas - com nervuras secundári- as paralelas à principal, quando esta existe. Ex.: Gramineae, como capim-pé-de-galinha (Fig. 33c). folhas peninérveas - com nervuras secundárias ao longo da principal. Ex.: laranjeira, vinca (Fig. 33d). folhas pa lminérveas ou d ig i t inérveas - com nervuras que saem todas do mesmo ponto, diver- gindo em várias direções. Ex.: brinco-de-princesa (Fig. 31b), mamoeiro (Fig. 33e). folhas curvinérveas - com nervuras secundárias curvas, em relação à principal. Ex.: língua-de-vaca (Fig. 33f). folhas peltinérveas - nervuras das folhas peitadas, com nervuras irradiando do pecíolo que se insere no centro ou próximo, na face dorsal do limbo. Ex.: mamoneira, chagas (Fig. 33a). "carnosa ou suculenta - abundante em sucos, em geral, com reservas d'água. Ex.: Crassulaceae. coriacea - lembrando couro. Ex.: abacateiro, herbácea - consistência de erva. membranácea - consistência dc membrana, sutil e flexível. Ex.: escamas de rizoma de espada-de- são-jorge (Fig. 43a). glabra - desprovida de pêlos, pilosa - revestida de pêlos lisa - sem acidentes, rugosa - enrugada. Figura 33 - Folha peltinérvea. Faces foliares ventral e dorsal. FOLHA - Limbo 83 84 FOLHA - Limbo E S T U D O D O L I M B O QUAN- TO À F O R M A acicular - forma de agulha longa, fina, rígida e pontiaguda (Fig. 33 g). cordiforme - forma de coração, base mais larga, reentrante, com lobos arredondados. Ex.: capeva (Fig. 33p). de l tó ide - forma de delta, triangular. Ex.: cardeal (Fig. 331). el í t ica - forma de elipse, mais larga no meio, comprimento duas vezes a largura. Ex.: ficos (Fig. 33k). ens i forme - forma de espada, longa, bordos paralelos, afilados. Ex.: espada-de-são-jorge (Fig. 32b). e scamiforme - forma e aspecto de escamas. (Fig. 33h). espatulada - forma de espátula, ápice mais largo, comprimento maior que duas vezes a largura. Ex.: escama-de-sapo (Fig. 33s). falciforme - forma de foice, plana e encurvada (Fig. 3212). has tada ou a labard ina - forma de seta, semelhante à sagitada, po- rém com lobos basilares voltados para os lados (Fig. 33q). l anceolada - forma de lança, mais larga no meio ou perto da base, geralmente estreitando-se nas extremidades, comprimento maior que duas vezes a largura (Fig. 33j). l inear - forma estreita e comprida, bordos paralelos ou quase, com- pr imento acima de quatro vezes a largura (Fig. 33c). oblonga - forma mais longa que larga, bordos quase paralelos, com- pr imento 3 - 4 vezes maior que a largura (Fig. 33d). obovada - forma ovada com a parte mais larga no ápice, isto é, ovada invertida. Ex.: amendoeira, buxo (Fig. 33n). o r b i c u l a r - forma mais ou menos circular (Fig. 33a). ovada - forma de ovo, mais larga perto da base, comprimento 1-2 vezes maior que a largura. Ex.: vassoura (Fig. 33m). pe i tada - forma de escudo, com o pecíolo inserido no meio ou pró- ximo, na face dorsal do l imbo, à maneira de um cabo. Ex.: chagas (Fig. 33a). ren i forme - forma de rim, mais largo que longo (Fig. 33o). sagi tada - forma de seta, base reentrante, com os lobos pontiagudos voltados para baixo. Ex.: Caladium sp. (Fig. 33r). subulada - cilíndrica, estreitando-se para o ápice pontiagudo. Ex.: cebola (Fig. 33i). escamas - . 8 Acicular g) Araucaria excelsa R. Br. (árvore-de-natal) Escamiforme h) Cupressus sp. (cipreste) Lanceolada j) Nerium oleander (espirradeira) Subulada i) Allium cepa L. (cebola) Elítica k) Ficus microcarpa' L.f. (ficus) Figura 33 - Folha - classificação quanto à forma do l imbo. Figura 33 - Folha - classificação quanto à forma do limbo. 86 FOLHA - Limbo aculeado - com pontas agudas e rígidas na margem do limbo. Ex.: abacaxi (Fig. 34a). crenado - com dentes obtusos ou arredondados. Ex.: folha-da- fortuna
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