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HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO

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FUNDAÇÃO ASSISTENCIAL E EDUCATIVA CRISTÃ DE ARIQUEMES – FAECA
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE ARIQUEMES – IESUR
FACULDADES ASSOCIADAS DE ARIQUEMES – FAAr
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO
ANNA MARIA DE ARAÚJO CIUFA
BRUNO HENRIQUE SILVA DO NASCIMENTO
CÍCERA PEREIRA DA SILVA
FELIPE OLIVEIRA DE MELO
SELMA DE CASTRO ALBUQUERQUE
VANESSA DE ANDRADE PINTO
ARIQUEMES
2019
ANNA MARIA DE ARAÚJO CIUFA
BRUNO HENRIQUE SILVA DO NASCIMENTO
CÍCERA PEREIRA DA SILVA
FELIPE OLIVEIRA DE MELO
SELMA DE CASTRO ALBUQUERQUE
VANESSA DE ANDRADE PINTO
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO
Trabalho apresentado como requisito avaliativo para obtenção de nota parcial na disciplina de Direito Processual do Trabalho do 7º Período de Direito nas Faculdades Associadas de Ariquemes – FAAr.
Docente: Juliana Maia Ratti.
ARIQUEMES
2019
1. INTRODUÇÃO
Diante das alterações no Direito Processual Trabalhista, chamada de Reforma Trabalhista, pela Lei 13.467/2017, está uma das mais comentadas inovações que é a dos honorários de sucumbência no âmbito da Justiça do Trabalho, que a partir desta, é considerada como regra geral e não como algo singular, como ocorria antes.
Posto isto, seus instrumentos residem do acesso à justiça aos trabalhadores, analisadas as assimetrias referentes à relação empregado-empregador e a indispensabilidade dos direitos buscados em juízo, de modo a garantir que a prestação jurisdicional garanta a igualdade de armas entre os litigantes e que o rito processual seja dotado de celeridade e informalidade compatível com a natureza das pretensões de ambas as partes. 
Com efeito, somente após profundos estudos e reflexões sobre o tema poderão os operadores do Direito, colher os frutos prometidos com a instituição dos honorários advocatícios na Justiça do Trabalho, com a necessária e justa remuneração aos advogados pelos bons serviços prestados a seus clientes, sem que tenhamos com isso uma desnaturação da essência e razão de ser do próprio Processo do Trabalho.
2. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA: NATUREZA JURÍDICA
 
A partir do Código de Processo Civil de 2015, houve importante alteração no que diz respeito à essência do instituto. O legislador buscou fazer uma extensa regulamentação da figura, a ponto de o art. 85, que primeiramente trata da verba honorária, contar com incríveis 19 (dezenove) parágrafos. À primeira vista, o caput do art. 85 do diploma adjetivo manteve a inteligência anterior, como se pode inferir de sua leitura: “Art. 85 A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor”.
Todavia, quando nos debruçamos sobre os parágrafos do dispositivo, que esmiúçam o regramento da temática, deparamo-nos com o teor do § 14, que contém relevante novidade em relação à essência jurídica dos honorários advocatícios: “§ 14 Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial”.
Com efeito, nova ordem processual identifica os honorários advocatícios como autêntica remuneração do advogado atuante no pólo vencedor da demanda. Portanto, à luz do que se depreende do histórico do ordenamento jurídico pátrio, houve inequívoca evolução normativa acerca da natureza jurídica dos honorários advocatícios para consagrá-los como remuneração do profissional da advocacia atuante no processo judicial. Em coerência como tal raciocínio, percebe-se que a utilização do instituto como instrumento de punição da parte que sucumbe, constitui indiscutível retrocesso no que diz respeito à essência da figura.
3. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO 
No âmbito do Processo do Trabalho, o instituto dos honorários advocatícios seguiu um caminho peculiar. Ao oposto do que ocorre no processo civil, no ramo laboral o acesso ao judiciário, aos pobres na forma da lei, historicamente se dava através da estrutura sindical, o que inclusive gerou o reconhecimento constitucional do papel dos sindicatos na “defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas”, (art. 8º, III, da CF), e mediante acesso direto do trabalhador ao judiciário, não importando o valor da demanda, por meio do jus postulandi, como inscrito no art. 791 da CLT. Tais particularidades, se é certo que em grande medida se apresentam coerentes com a simplicidade inerente ao rito trabalhista, e à maioria das demandas nesta área, e com o papel histórico dos sindicatos no processo de formação e defesa dos direitos dos trabalhadores, acabaram por inicializar uma situação de seu próprio gênero no direito processual brasileiro no que tange à temática da sucumbência. 
A inteira compreensão da polêmica não prescinde da análise do conteúdo do art. 14 da Lei 5.584/70 e do art. 11 da Lei 1.060/50, ambos dispositivos voltados à regulação da assistência judiciária no Direito Brasileiro. Referidos dispositivos enunciam:
Art 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer ao trabalhador.
§ 1º A assistência é devida a todo aquele que perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assegurado igual benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.
§ 2º A situação econômica do trabalhador será comprovada em atestado fornecido pela autoridade local do Ministério do Trabalho e Previdência Social, mediante diligência sumária, que não poderá exceder de 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3º Não havendo no local a autoridade referida no parágrafo anterior, o atestado deverá ser expedido pelo Delegado de Polícia da circunscrição onde resida o empregado. (Art. 14 da Lei 5.584/70)
Art. 11. Os honorários de advogados e peritos, as custas do processo, as taxas e selos judiciários serão pagas pelo vencido, quando o beneficiário de assistência for vencedor na causa. 
§ 1º. Os honorários do advogado serão arbitrados pelo juiz até o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o líquido apurado na execução da sentença. 
§ 2º. A parte vencida poderá acionar a vencedora para reaver as despesas do processo, inclusive honorários do advogado, desde que prove ter a última perdido a condição legal de necessitada. (Art. 11 da Lei 1.060/50) 
Todavia, ambos dispositivos formam o alicerce normativo referente à assistência judiciária no Direito Brasileiro. A Lei 5.584/70, que “dispõe sobre normas de Direito Processual do Trabalho”, traz o art. 14 na sua seção “Da Assistência Judiciária”, claramente se prestando a registrar o papel das entidades sindicais na prestação do serviço de assistência jurídica aos trabalhadores, em substituição às defensorias públicas, garantia inscrita na Lei 1.060/50, que “estabelece normas para a concessão de assistência judiciária aos necessitados”. Já o art. 11 da Lei 1.060/50 apenas tem o poder de definir que, no aspecto da assistência judiciária, os honorários advocatícios serão limitados ao percentual de 15% (quinze por cento) sobre o líquido apurado na execução da sentença. 
Ao tempo da edição da Lei 1.050/50, o legislador tratou como "assistência judiciária" uma figura que englobava tanto a assistência jurídica prestada aos necessitados, que não pudessem arcar com a contratação de defensor privado, como a isenção relativa às despesas do processo, como deixam claro os artigos 1º a 3º da Lei 1.050/50, em suas redações originais:
Art. 1º Os poderes públicos federal e estadual concederão assistência judiciária aos necessitados nos termos da presente Lei.
Art. 2º. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros residentes no país, que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar ou do trabalho. 
Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação econômicanão lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família. 
Art. 3º. A assistência judiciária compreende as seguintes isenções:
I - das taxas judiciárias e dos selos; 
II - dos emolumentos e custas devidos aos Juízes, órgãos do Ministério Público e serventuários da justiça; 
III - das despesas com as publicações indispensáveis no jornal encarregado da divulgação dos atos oficiais;
IV - das indenizações devidas às testemunhas que, quando empregados, receberão do empregador salário integral, como se em serviço estivessem, ressalvado o direito regressivo contra o poder público federal, no Distrito Federal e nos Territórios; ou contra o poder público estadual, nos Estados; 
V - dos honorários de advogado e peritos. 
Neste contexto, a Lei 5.584/70 tão somente deu cumprimento ao disposto no art. 2º da Lei 1.060/50, tratando da figura da "assistência judiciária" no quinhão da Justiça do Trabalho, expressamente conferindo tal necessidade às entidades sindicais. Por sua vez, a aplicação combinada do art. 14, caput e §1º, da Lei 5.584/70 e do art. 11, §3º, da Lei 1.060/50 conduz à inexorável conclusão de que nas demandas nas quais houver o deferimento da "assistência judiciária", que será exercida pelo ente sindical, o deferimento dos honorários advocatícios está limitado a 15% (quinze por cento). Não cuidam as normas, seja a de caráter geral, seja aquela específica ao rito laboral, dos casos em que a parte opta pela contratação de advogado particular.
Todavia, o quadro veio sofrer uma absoluta ruptura com a edição da Lei 13.467/2017, chamada de Reforma Trabalhista. Que dentre várias alterações empreendidas na legislação trabalhista processual, inseriu no seu contexto o art. 791-A, que dispõe:
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
§ 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.
Portanto, à luz da Reforma Trabalhista, a condenação no pagamento de honorários advocatícios passa a ser regra geral no âmbito processual trabalhista, garantindo assim, relativa equivalência remuneratória aos defensores das que atuam nesta área, sendo ainda induvidoso o reconhecimento do caráter alimentar da rubrica, à luz do art. 85, §14, do CPC, à míngua de disposição própria no texto consolidado (art. 769 da CLT). Não pode passar despercebido, contudo, que persiste injustificável discrepância frente ao regime do processo civil, na medida em que no novel regime sucumbencial trabalhista o limite percentual dos honorários é de 15%, ao passo que na Justiça Comum o teto é de 20%, patamar garantido desde o código processual de 1973. 
Ainda que a esperançosa inovação venha a atender antigos anseios da advocacia, a par de se respaldar nos pilares jurídicos, não se pode negar que represente diretamente transformação de quadro já há décadas consolidado na vida forense trabalhista, o que certamente gerará toda a sorte de controvérsia na aplicação do mesmo. 
Quantos as hipóteses de cabimento dos honorários de sucumbência no processo do trabalho, cabe destacar a súmula 219 do Tribunal Superior do Trabalho, que diz: 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.  CABIMENTO (alterada a redação do item I e acrescidos os itens IV a VI em decorrência do CPC de 2015) - Res. 204/2016, DEJT divulgado em 17, 18 e 21.03.2016 
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. (art.14,§1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305da SBDI-I).
II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista.
III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego.
IV – Na ação rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, a responsabilidade pelo pagamento dos honorários advocatícios da sucumbência submete-se à disciplina do Código de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e 90).
V - Em caso de assistência judiciária sindical ou de substituição processual sindical, excetuados os processos em que a Fazenda Pública for parte, os honorários advocatícios são devidos entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (CPC de 2015, art. 85, § 2º).
VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-ão os percentuais específicos de honorários advocatícios contemplados no Código de Processo Civil.
Também é importante salientar, que só podem ser concedido os honorários sucumbenciais nos processos iniciados após a vigência da Lei 13.467/2017; os processos anteriores a essa Lei não tem condenação sucumbencial de honorários. Nesse sentido, segue entendimento do Tribunal Regional Federal – TRF da 14º Região:
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. INAPLICABILIDADE AOS PROCESSOS EM CURSO. Em razão da natureza hibrida das normas que regem honorários advocatícios (material e processual), a condenação a verba sucumbencial só poderá ser imposta nos processos iniciados após a entrada em vigor da Lei 13.467/2017, tendo em vista a garantia de não surpresa, bem como em razão do principio da causalidade, uma vez que a expectativa de custos e riscos é aferida no momento da propositura da ação. (TRT – 14 RO: 00009186120175140141 RO-AC, Relator: Carlos Augusto Gomes Lobo, Segunda Turma, Data de Publicação: 25/04/2019)
4. BASE DE CÁLCULO DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS
Analisada a natureza jurídica dos honorários de sucumbência, segue-se tema de sensível importância para a correta aplicação do instituto, qual seja, a definição de sua base de cálculo. A questão é passível de suscitação de inúmeras polêmicas, notadamente no âmbito da Justiça do Trabalho, foro no qual, como visto, a verba sucumbencial teve aplicação historicamente restringida por força da jurisprudência dominante. 
Da leitura do art. 791-A da CLT, vê-se que o legislador definiu que os honorários de sucumbência no processo do trabalho devem ser apurados “sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa”. O texto não apresenta substancial diferença em relação ao que dispõe o art. 85, §2º, do CPC, que trata da questão no processo civil:“§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos”.
Outrossim, faz-se imperioso captar a essência dos elementos legalmente definidos como base de cálculo da verba honorária, notadamente para que se possa divisar as situações nas quais cabe a aplicação de cada um dos parâmetros expostos na norma e, mais ainda, em ordem a analisar sobre a cumulatividade ou não de tais variáveis em um mesmo caso concreto.
Com as alterações trazidas pelo CPC de 2015, tencionou o legislador formular enunciado legal que pudesse abarcar a totalidade das situações possíveis no contexto do processo judicial, não mais limitando sua previsão aos casos de condenação, como na legislação anterior. Assim, passou a norma processual a dispor que os honorários sucumbenciais serão calculados sobre o “valor da condenação”, o “proveito econômico obtido” ou, “não sendo possível mensurá-lo”, sobre o “valor atualizado da causa”. 
O valor da condenação se apresenta como critério de mais fácil compreensão, na medida em que representa precisamente o montante que emerge das obrigações imputadas a uma das partes no título judicial. Marca esse elemento a expressão pecuniária, coincidente com as obrigações de pagar, característica que se faz ainda mais presente na correspondente versão celetista da norma (art. 791-A, caput, da CLT), ao mencionar a base de cálculo como “o valor que resultar da liquidação da sentença”.
Em conclusão, definem ambas as normas, CPC e CLT, que não sendo possível mensurar o valor da condenação, ou mesmo o proveito econômico obtido pelo vencedor com a prestação deferida no título judicial, os honorários serão calculados sobre o valor atualizado da causa. Esse critério incide naquelas situações nas quais, pela própria natureza do provimento judicial, não se consegue obter vantagem econômica direta ou indireta da parte vencedora. Nessas esferas, constata-se a aplicação prática desta base de cálculo nos casos de diligência meramente declaratória, notadamente nas situações em que não se verificar sequer algum proveito econômico que possa resultar da declaração perseguida em juízo. 
Assim, chega-se à conclusão de que os parâmetros dispostos em lei devem ser aplicados em ordem conseguinte; primeiramente, perquirindo-se acerca da existência ou não de condenação em pecúnia; num segundo momento, explorando eventual proveito econômico obtido pelo vencedor; e, por fim, frustrados os dois primeiros pensamentos, adota-se o valor da causa como base de cálculo da verba honorária. A referida conclusão, entretanto, não exclui a plausível aplicação cumulativa dos parâmetros em um mesmo caso concreto, principalmente nos casos de cumulação objetiva (vários pedidos numa mesma demanda), acontecimento bastante comum no âmbito da Justiça do Trabalho.
 Por esse ponto de vista, caso uma das partes esteja representada por advogado, em ordem a garantir a necessária conformidade no regime jurídico-processual aplicável aos litigantes, deverá ser assegurada a ambos a ocorrência do regime de sucumbência, cabendo o pagamento dos honorários de sucumbência ao vencedor, independentemente de estar ou não representado por um advogado. Por óbvio, caso ambas as partes litigantes se encontrem desassistidas por advogado, não há de se falar na condenação em verba sucumbencial, posto que desde já garantida a igualdade de direitos pelas circunstâncias próprias do caso. 
5. CONCLUSÃO
Por meio do presente trabalho, buscou-se revisitar as origens do instituto dos honorários advocatícios, mormente como medida a permitir uma melhor compreensão de sua essência jurídica. 
Entretanto, o intuito primordial do presente texto foi o de problematizar o instituto dos honorários advocatícios no âmbito do Processo do Trabalho à luz da recente Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), que trouxe profundas transformações no regime jurídico sucumbencial, as quais inevitavelmente gerarão reflexos no dia a dia forense trabalhista. Diante do caráter restritivo dado aos honorários sucumbenciais até a Reforma Trabalhista, são inúmeros os problemas que surgirão na aplicação do instituto no processo do trabalho, seja diante dos princípios e valores próprios a este ramo processual, seja mesmo ante o caráter lacônico da Lei 13.467/2017, cuja tramitação foi marcada pelo açodamento e pela falta de debate, deixando de enfrentar várias questões que emergem da aplicação ampla dos honorários advocatícios no Processo do Trabalho. 
Por fim, vale salientar que o debate acerca da aplicação dos honorários sucumbenciais no âmbito do processo do trabalho é de extrema importância para o futuro de tal ramo processual, como instrumento de efetivação dos direitos sociais dos trabalhadores. 
6. REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS
ABDO, Helena Najjar. O (Equivocadamente). Denominado “Ônus Da Sucumbência” No Processo Civil, Revista de Processo.
CAHALI, Yussef Said. Honorários Advocatícios. 3ª edição, São Paulo: Revista dos Tribunais.
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas De Direito Processual Civil – 2º volume. 23ª edição, São Paulo: Saraiva.
TRT - 14, Tribunal Regional do Trabalho da 14º Região. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA: INAPLICABILIDADE AOS PROCESSOS EM CURSO. [S. l.], 25 abr. 2019. Disponível em: https://trt-14.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/707122604/recurso-ordinario-ro-9186120175140141-ro-ac-0000918-6120175140141?ref=serp. Acesso em: 26 mar. 2020. 
TST, TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Súmula nº 219, de 17 de março de 2016. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO. [S. l.], 17 mar. 2016. Disponível em: http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_201_250.html#SUM-219. Acesso em: 26 mar. 2020.

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