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AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ENGENHARIA CIVIL (CCE-1449) Prof. Dr. Cochiran Pereira dos Santos Aracaju, 08 de Março de 2021 Cartografia Georreferenciamento Sistemas Georreferenciados Sensoriamento Remoto SIG – Sistema de Informações Geográficas Produtos cartográficos: mapear para que? - Desenvolvimento econômico - Planejar e construir - Monitorar o meio ambiente - Cadastrar e gerenciar infraestrutura e gerir recursos naturais - Quantificar produção agrícola, execução de obras públicas etc Cartografia É a ciência que representa graficamente uma área geográfica ou uma superfície plana. É o estudo que atua na concepção, produção, divulgação, representação e todo o processo referente aos mapas. Essa é a definição da Associação Cartográfica Internacional (ICA). Mapa da América do Sul (Johannes de Ram) A cartografia é um campo complexo, em mudança constante, e no sentido mais amplo, inclui desde a recolha até a avaliação e processamento dos dados de origem por meio de avaliação, processamento, concepção gráfica do mapa e desenho final. Além da representação física, a cartografia é utilizada para ilustrar a realidade social, econômica, histórica e cultural. O estudo dos mapas é, por vezes, traduzido como uma mistura única de ciência, arte e tecnologia que envolve mais de um indivíduo. A cartografia envolve, além da elaboração, a investigação científica, envolvendo a matemática, a história e a tecnologia. No modelo atual de civilização, a cartografia desempenha importante papel na compreensão de fenômenos sociais e geográficos. Está envolvida no uso da terra, na previsão do tempo, no manejo florestal e, até, na construção de estradas. O conhecimento sobre as riquezas minerais, a resposta a emergências e, até, a navegação dependem dos estudos cartográficos. Entre as características da cartografia está o dinamismo. Antes dependente de equipamentos manuais, como canetas e papel, hoje o trabalho é feito com os mais modernos softwares gráficos. O computador, como na maioria dos campos, dotou a cartografia de maior precisão e confiabilidade. Geoprocessamento: para geração de dados relacionados a cidades, regiões e países. Automação na Engenharia: simulação de todas as espécies de eventos físicos e químicos dos materiais envolvidos nos projetos em elaboração. Medicina: análise de exames como tomografia, radiografia, e mais recentemente o ultrassom, que consegue gerar a partir deste uma imagem em 3D. História da Cartografia A cartografia já era utilizada na pré-história para representar os territórios propícios à caça e pesca. Na Babilônia (a.C.), a ciência demonstrava o mundo achatado, em forma de disco. Foi Ptolomeu (100 d.C.) quem estabeleceu esboços em oito volumes para mostrar a forma esférica da Terra. Os modelos de Ptolomeu foram usados na Idade Média para demonstrar a distribuição dos continentes europeu, asiático e africano, que eram separados pelo Mar Mediterrâneo e o Rio Nilo. Foi a descoberta do Novo Mundo, na ocasião das Grandes Navegações, que impôs a busca de novas técnicas cartográficas e a representação sistemática da superfície. Modelo geocêntrico de Ptolomeu Entre os fatores que mais contribuíram para a cartografia, está a utilização do telescópio, que permite com maior precisão a determinação da “latitude” e “longitude”. Hoje, além do telescópio, os softwares se valem de fotografias para proceder o mapeamento com maiores detalhes e precisão. Coordenadas Geográficas As coordenadas geográficas são utilizadas para localizar um determinado ponto na superfície terrestre. Para isso são utilizadas as medidas que indicam a latitude e a longitude. Ambas indicam a medida em relação à “Linha do Equador” e ao “Meridiano de Greenwich”. A medida é representada em graus. A latitude representa os paralelos do Equador na latitude de 0º a qualquer ponto no sentido do Hemisfério Norte (N) ou Hemisfério Sul (S). A variação é de 0º a 90º. Quando a direção é o Hemisfério Norte é positiva e quando é o Hemisfério Sul, negativa. Já a longitude é usada para representar os meridianos, partindo de Greenwich, a qualquer ponto da superfície da Terra no sentido Leste (E) ou Oeste (W). A longitude varia de 0º a 180º. Quando parte do hemisfério oriental é positiva e negativa quando parte do hemisfério ocidental. Latitude: linha do Equador Sentido: Norte (N) ou Sul (S). Longitude: meridiano de Greenwich Sentido: Leste (E) ou Oeste (W). As coordenadas geográficas são obtidas a partir da intersecção dos paralelos com os meridianos Estas linhas imaginárias que formam as coordenadas geográficas seguem caminhos horizontais e verticais, os quais são definidos, como vimos, em latitude e longitude, respectivamente. A abreviatura “Lat” corresponde à “Latitude”, enquanto a abreviatura “Long” corresponde a “Longitude”. Longitudes: fusos horários mundiais Latitudes: tipos de clima da Terra Note que as longitudes determinam os fusos horários mundiais, enquanto as latitudes determinam os tipos de clima da Terra, devido à incidência dos raios solares. O GPS (Sistema de Posicionamento Global) informa nossa localização de acordo com as coordenadas de Latitude e Longitude. Portanto, a sobreposição destas duas linhas imaginárias determina a posição de uma coordenada geográfica. Algumas coordenadas geográficas: Berlim: 52º 30’ 00” N / 13º 25’ 48” E Hong Kong: 22º 15’ 00” N / 144º 10’ 48” E Jerusalém: 31º 46’ 48” N / 35º 13’ 12” E Tóquio: 35º 42’ 00” N / 139º 46’ 12” E Sidnei: 33º 32’ 24” S / 151º 49’ 12” E Brasília: 15° 50’ 00” S / 48º 02’ 06” W Londres: 43º 00’ 00” N / 81º 00’ 00” W Exemplo: minha Tese de Doutorado Escala cartográfica É a proporção de redução da área da paisagem real para sua representação no mapa. Este valor é necessário porque a reprodução não é feita de maneira aleatória, e sim, proporcional. Em outras palavras, a escala cartográfica é um valor empregado para representar distâncias da paisagem real sobre o papel. A escala nos ajuda a compreender os mapas e entender as medidas entre os territórios representados. Existem dois tipos de escalas cartográficas: numérica e gráfica. A escala numérica expressa o valor em números, enquanto a gráfica utiliza tanto números, como uma linha horizontal. Escala numérica A escala numérica é a representação das proporções entre a paisagem real e o mapa através de números. Exemplo: 1:100.000 Sempre encontraremos três elementos na escala cartográfica numérica: o número 1, dois pontos e um número variante cuja medida está sempre em “centímetros”. Assim temos: 1:100.000 A maneira correta de leitura é: “Um centímetro no mapa significa 1 quilômetro na paisagem real”. Afinal, 100.000 centímetros é igual a um quilômetro. Como calcular a escala numérica? Precisamos aplicar a regra de três e converter as medidas pedidas. Neste caso, transformaremos os centímetros em quilômetros e vice-versa. Vejamos o seguinte exemplo: Num mapa, uma estrada tem 6 (seis) centímetros e a escala indica 1:350.000. Quanto mede a estrada na paisagem real? Utilizamos a regra de três, em que: O número 1 vai equivaler a 350.000 centímetros. O número 6 corresponde a distância no mapa (d). X será o valor que queremos achar (D). Portanto, multiplicaremos 6 por 350.000 para obter o valor de X. Matematicamente, podemos expressar desta forma: 1 - 350.000 6 - X Depois disso, multiplicamos: 350.000 x 6 E encontramos a resposta: 2.100.000 centímetros Isso corresponde a 21 km. Escala gráfica A escala gráfica é uma representação usada nos mapas para expressar as medidas. Trata-se de uma linha horizontal, com retângulos brancos e negros, que indica os valores expressos no mapa equivalentes à paisagem real. Na escala gráfica precisamos observar quais são os valores expressos. Cada centímetro da escala vai corresponder a uma certa distância, expressa em metros ou quilômetros.Exemplos: Na primeira escala há o valor numérico: 1: 5 000. Isto significa que cada 1 centímetro nesta escala será equivalente a 5 000 centímetros na paisagem real. Se fizermos a conversão, temos que 5 000 centímetros são iguais a 50 metros. Na segunda escala há um valor numérico: 1: 200 000. Isto significa que cada 1 centímetro nesta escala será equivalente a 200 000 centímetros na paisagem real. Fazendo a conversão, temos que 200 000 centímetros são iguais a 2000 metros ou 2 quilômetros. Na terceira escala há o valor numérico: 1: 5 000 000. Isto significa que cada 1 centímetro nesta escala será equivalente a 5 000 000 de centímetros na paisagem real. Fazendo a conversão, temos que 5 000 000 centímetros são iguais a 50 quilômetros. Brasília Paris Cidade do Kwait Riyadh Toronto Dubai Tóquio Banco de Dados Georreferenciados Para entender o que é um banco de dados georreferenciados precisamos, primeiro, entender o que significam os termos “banco de dados” e “georreferenciados”: O banco de dados, ou base de dados, pode ser definido como um conjunto de dados logicamente relacionados e com algum significado. Georreferenciamento, de forma simplificada, é uma atividade que consiste em referenciar dados ou objetos com base em sua localização geográfica. Diz-se, portanto, que um Banco de Dados é Georreferenciado quando os dados constantes nele têm uma correspondência com o objeto real representado. Assim, o banco de dados georreferenciado é o principal componente do Sistema de Informações Geográficas (SIG), utilizado para possibilitar análises complexas das informações obtidas sobre determinado local, empreendimento, fenômeno climático, etc. Alguns modelos de bancos de dados utilizados para o SIG são: o modelo “relacional” e o modelo “orientado a objetos”. O banco de dados relacional é um modelo no qual os dados são organizados na forma de tabela (modelo de relação) em que as colunas correspondem aos atributos (ou campos) e as linhas, também chamadas de tuplas (linhas imutáveis), correspondem aos dados ou registros. Este modelo de base de dados é o mais utilizado para aplicações tradicionais e menos complexas (ex.: Vision GIS). Para que possam ser feitas operações comuns em SIGs neste tipo de modelo, são necessárias algumas extensões da linguagem SQL (utilizada nos Sistemas Gerenciadores de Bancos de Dados - SGBD), como a inclusão de operadores geográficos do tipo “contém”, “vizinho a”, etc.), além da implementação de mecanismos de indexação espacial (permitem organizar os dados de forma a manter sua relação com o espaço que ocupam). De forma geral, o modelo de banco de dados “orientado a objetos” é o mais utilizado para SIGs e outras aplicações específicas que exigem uma complexidade maior (ex.: ArcGIS, SPRING). Esri lança ArcGIS Pro 2.0 Esri lança ArcGIS Pro 2.0 Link: Esri lança ArcGIS Pro 2.0. Conheça as novidades! (geoeduc.com) http://geoeduc.com/2017/08/02/esri-lanca-arcgis-pro-2-0-veja-nossa-analise-e-conheca-as-novidades/ Neste tipo de banco de dados as informações são armazenadas na forma de objetos: “qualquer módulo que contém rotinas de dados e estruturas, é capaz de interagir com outros módulos similares, trocando mensagens”. Sistema de Informações Geográficas O SIG ou GIS (Geographic Information System) é um sistema composto por software, usuário, hardware, dados e metodologia (ou técnicas) de análise, que permite o uso integrado de dados georreferenciados com uma finalidade específica. O primeiro SIG foi criado na década de 60 no Canadá com o intuito de possibilitar a criação de um inventário de recursos naturais. Naquela época os programas ainda eram muito difíceis de se utilizar, exigiam mão de obra especializada, o que custava caro, e ainda não haviam programas específicos para os variados tipos de aplicação, estes tinham que ser desenvolvidos, tomando mais tempo e mais dinheiro. Entretanto, com o desenvolvimento da informática e de modelos matemáticos para aplicação da cartografia em meio computadorizado, os GIS foram se aperfeiçoando. Já na década seguinte, Ottawa (Canadá) sediaria o primeiro simpósio sobre Sistemas de Informações Geográficas do mundo. Desde a criação do primeiro sistema simples para aplicação da cartografia por meio de sistemas informatizados até a recente massificação do acesso à GIS (como o Google Earth), as tecnologias para captura, armazenamento, tratamento e recuperação de informações georreferenciadas têm melhorado cada vez mais e possibilitado um leque cada vez maior de aplicações. Google Earth e Maps: Divisores de águas para negócios imobiliários Link: Google Earth e Maps: Como usar em Negócios Imobiliários (rexperts.com.br) https://rexperts.com.br/google-earth/ Assim, podemos identificar três formas principais de se utilizar um SIG: - Para produção de mapas; - Como suporte para a análise espacial de fenômenos; - Como um banco de dados geográficos, com funções de armazenamento e recuperação de informação espacial. O georreferenciamento rural consiste na descrição do imóvel rural em suas características, limites e confrontações, realizando o levantamento das coordenadas dos vértices definidores dos imóveis rurais, georreferenciados ao sistema geodésico brasileiro, com precisão posicional fixada pelo INCRA. O trabalho de georreferenciamento envolve, além do levantamento de dados, cálculos, análises documentais, projetos e desenhos, em consonância com o disposto na legislação federal e na norma técnica do INCRA. O trabalho possui estreita relação com o processo gerencial da propriedade, pois é através deste que o proprietário atualiza a situação cartorial e cadastral da propriedade. Além disso, é com base nestes dados que o proprietário irá unificar e gerenciar de forma mais eficiente as informações da propriedade no que diz respeito ao INCRA, Receita Federal e cartório. A lei 10.267 de 28 de agosto de 2001, regulamentada pelo decreto 5.570 de 31 de outubro de 2005, criou o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR). A referida lei torna obrigatório o georreferenciamento do imóvel para inclusão da propriedade no CNIR, condição esta, necessária para que se realize qualquer alteração cartorial da propriedade. Drones Solução completa em monitoramento Drones profissionais para mapeamento topográfico e monitoramento agrícola para grandes e pequenas áreas. Voo fotogramétrico Voo fotogramétrico Tipos de produtos cartográficos: - Plantas (até escala 1:10.000) - Cartas (até escala 1:1000.000) - Mapas (menores que 1:1000.000) - Ortofotos/ortoimagens - Mosaicos semi-controlados - Modelos digitais do terreno - Modelos digitais de superfícies 3D de cidades Base cartográfica para GIS/WEB MAPPING/LBS Mapas de uso e ocupação do solo Mapas de curvas de nível Mapas de declividade Mapas de redes de drenagem Mapas de visibilidade (Viewshed) Ortofoto na Escala 1:5000 Geoprocessamento de um sistema de informações geográficas (SIG) Geoprocessamento: exemplo de serviços e mapas para cálculo de rotas para logística Geoprocessamento: exemplo de serviços de geoinformação como o Google Earth Recomendação de leitura: Geoinformação para não especialistas (Instituto de Engenharia), disponível em: http://www.iengenharia.org.br/site/videos/exibe/cod_video/ 4823/canal/491/geoinformacao-para-nao-especialistas http://www.youtube.com/watch?v=KZeCzm1ldTo Explore the South African Soccer Stadiums in 3D with Google Earth Procedimentos de Avaliação A disciplina possui apenas uma Nota Final. O processo de avaliação deve ser composto por uma avaliação teórica e uma avaliação prática. A avaliação teórica poderá ser realizada através de prova e/ou trabalho de pesquisa... Trabalho de pesquisa: Geoprocessamento na Engenharia Civil Mínimo: 3 páginas Data de entrega: até dia 05/04/202 Entrega: pelo Teams Nota: de 0 a 10 (zero a dez)Corresponde a 50% da Nota Final (NF) Próxima aula: Diferença entre SIG E CAD Boa noite a todos!
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