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Integração regional ou globalização

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Universidade Zambeze
Faculdade de Ciências e Tecnologias – Beira
Engenharia Informática (4o Ano)
Engenharia e Sociedade
Discentes:
Grace Glória Wanna
Imaculado João Merissão
Leucladia Da Vânia Nhamussua
Mário Aurélio Ofumane
	
Integração regional ou globalização
 
Beira, Dezembro de 2020
Universidade Zambeze
Faculdade de Ciências e Tecnologias – Beira
Engenharia Informática (4o Ano)
Engenharia e Sociedade
Discentes:	
Grace Glória Wanna
Imaculada João Merissão
Leucladia Da Vânia Nhamussua
Mário Aurélio Ofumane
		Docente:	 
MSc. Eng. Américo Msopela
Integração regional ou globalização
					
 
Beira, Dezembro de 2020
Índice
Abstract	4
CAPITULO I: INTRODUÇÃO	5
1. Objectivos:	6
1.1 Objectivo geral	6
1.2 Objectivo específicos	6
CAPITULO II: DESENVOLVIMENTO	6
2.1 Integração Regional – Conceitos	6
2.2 Integração Regional - Historial	7
2.3 Etapas de Integração Económica Regional	8
2.4 Regionalização	9
2.5 Integração Regional Realista e a Idealista	10
2.6 Globalização: Conceitos	12
2.6.1 Vantagens da Globalização	12
2.6.2 Desvantagens da Globalização	13
2.6.3 Características	14
2.6.4 Causas da Globalização	14
2.6.5 Desafios da Globalização	15
2.6.6. Consequências Da Globalização	16
2.6.7 Impactos da Globalização	17
CAPITULO III: CONCLUSÃO	20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	21
Resumo
A globalização é um processo de expansão económica, política e cultural a nível mundial. Sua origem remete ao período das grandes navegações no século xvi, momento em que as trocas comerciais se ampliaram para outras nações. No último século, o processo de globalização se acelerou bastante devido à terceira revolução industrial  (ou revolução técnico-científico-informacional). Ela promoveu a evolução das tecnologias de transporte e comunicação, de modo que a distância e as fronteiras geográficas se tornam cada vez menores. Isso contribuiu directamente para o aumento das trocas comerciais entre os países, sobretudo para a velocidade em que essas trocas acontecem. A Globalização pressupõe economia de mercado, desigualdade, capitalismo, mudança de paradigmas educativos e exige que o modelo de humanidade necessário aos homens que habitam o planeta seja repensado, a fim de que a vida na Terra seja garantida e que todos tenham as mesmas condições de formação tanto académica quanto profissional. E a Integração Regional consiste na formação de um bloco integrado de dois ou mais países, constituído a partir da eliminação de barreiras ao comércio podendo chegar à criação de instituições supranacionais voltadas para a coordenação de políticas macroeconómicas e até mesmo controle do papel do Estado como membro. A integração regional é um fenómeno surgido na segunda metade do século XX, resultante da necessidade de os países situados na mesma região se congregarem, reunindo capitais, tecnologias, recursos humanos, a fim de protegerem suas economias dos efeitos negativos da mundialização e promoverem medidas conjuntas nos vários campos de actividade para dinamizar o progresso material e social de seus povos e, por esse meio, lograrem o desenvolvimento económico com justiça social, que implica a melhoria de suas condições de vida. As organizações de integração regional, pois, traduzem uma reacção necessária dos Estados ao contexto económico internacional (MATIAS, 2005, p. 423).
Palavras-chave: globalização, política, social, tecnologia, revolução.
Abstract
Globalization is a process of economic, political and cultural expansion worldwide. Its origin goes back to the period of the Great Navigations in the sixteenth century, when trade expanded to other nations. In the last century, the globalization process has accelerated considerably due to the Third Industrial Revolution (or Technical-Scientific-Informational Revolution). It has promoted the evolution of transport and communication technologies, so that distance and geographical boundaries become smaller and smaller. This directly contributed to the increase in trade between countries, especially the speed at which these exchanges take place. Globalization presupposes market economy, inequality, capitalism, changing educational paradigms and requires that the model of humanity necessary for the men who inhabit the planet be rethought, so that life on Earth is guaranteed and that everyone has the same training conditions both academic and professional. And Regional Integration consists of the formation of an integrated bloc of two or more countries, constituted by the elimination of barriers to trade, which can reach the creation of supranational institutions aimed at the coordination of macroeconomic policies and even control of the role of the State as a member. . Regional integration is a phenomenon that emerged in the second half of the 20th century, resulting from the need for countries located in the same region to come together, bringing together capital, technologies, human resources, in order to protect their economies from the negative effects of globalization and to promote joint measures in the various fields of activity to stimulate the material and social progress of its peoples and, in this way, to achieve economic development with social justice, which implies the improvement of their living conditions. Regional integration organizations, therefore, reflect a necessary reaction by States to the international economic context (MATIAS, 2005, p. 423).
Keywords: globalization, politics, social, technology, revolution.
CAPITULO I: INTRODUÇÃO 
No Presente trabalho de investigação iremos abordar o tema Integração Regional ou globalização destacando acerca das vantagens, desvantagens, a sua importância, e também, as etapas da integração regional, vantagens e desvantagens. Os processos de integração regional são impulsionados pelos Estados e fazem parte de sua lógica estratégica, no entanto, à medida que evoluem, geram impactos que vão além dos governos nacionais participantes, influenciando o conjunto da sociedade e especialmente as unidades governamentais sub-nacionais.
1. Objectivos:
1.1 Objectivo geral
· Apresentar os conceitos de Integração Regional ou Globalização e seus teóricos mais importantes e os principais argumentos utilizados;
1.2 Objectivo específicos
· Apresentar os acontecimentos recentes da Globalização;
· Apresentar as causas da Globalização;
· Apresentar os Impactos da Globalização;
· Apresentar o historial da Integração Regional;
· Apresentar as etapas de Integração Económica Regional;
· Apresentar os diferentes Enfoques Mundiais;
· Apresentar as teorias relacionadas com a Integração Regional
CAPITULO II: DESENVOLVIMENTO
2.1 Integração Regional – Conceitos
 Integração regional é Processo caracterizado pela ampliação, interligação e integração dos sistemas internacionais de produção, financeiros e sociais, a Globalização conduz a crescente
Preocupação quanto à capacidade dos diferentes povos de avaliar correctamente os custos e os benefícios desses novos sistemas às sociedades não globalizadas e economicamente menos desenvolvidas. 
Integração regional é um fenómeno surgido na segunda metade do século XX, resultante da necessidade de os países situados na mesma região se congregarem, reunindo capitais, tecnologias, recursos humanos, a fim de protegerem suas economias dos efeitos negativos da mundialização e promoverem medidas conjuntas nos vários campos de actividade para dinamizar o progresso material e social de seus povos e, por esse meio, lograrem o desenvolvimento económico com justiça social, que implica a melhoria de suas condições de vida. As organizações de integração regional, pois, traduzem uma reacção necessária dos Estados ao contexto económico internacional (MATIAS, 2005, p. 423). 
Por sua vez, Ernst Haas, considera que Integração é uma tendência de criação voluntária de unidades políticas amplas, evitandoconscientemente o recurso à força em suas relações com outras unidades que participem do processo (BATTISTELLA, 2014).
A Integração Regional consiste na formação de um bloco integrado de dois ou mais países, constituído a partir da eliminação de barreiras ao comércio podendo chegar à criação de instituições supranacionais voltadas para a coordenação de políticas macroeconómicas e até mesmo controle do papel do Estado como membro de determinado bloco.
2.2 Integração Regional - Historial
Existem duas grandes correntes que analisam este fato por ópticas distintas, os liberais e os realistas. Para os liberais, o regionalismo deve ser visto como um estágio anterior à liberalização total, uma espécie de "globalização regionalizada" pois este permite que os Estados fortaleçam suas economias e se preparem para a globalização total da economia mundial. Para os realistas, o regionalismo se mostra uma corrente contrária a globalização pois, para estes, a partir da integração regional os Estados vão se "fechando" para o exterior do bloco, tornando-se cada vez mais proteccionistas, porém este seriam um proteccionismo da região para com as demais regiões do globo.
A maioria dos estudos elaborados por Liberais e Realistas sobre as vantagens e prejuízos provenientes da regionalização tomam por base o aspecto económico da mesma e suas consequências para as populações envolvidas nesta união. É consensual que um processo de regionalização facilita a inserção de economias em desenvolvimento no processo da globalização, pois, através deste, o Estado pode preparar sua economia para o impacto da liberalização total, pregada e defendida por aqueles que consideram a globalização como algo necessário e inevitável. Do ponto de vista económico, a regionalização traz ganhos para as economias envolvidas, pois gera um aumento de concorrência, aumento de investimentos e propicia a criação de maiores economias de escala. Por isso, (Por exemplo) com a possível criação do mercado da SADC, as nossas empresas devem preparar-se para a concorrência das grandes empresas da região e em particular dos grandes grupos sul-africanos que por sinal são os nossos principais concorrentes. Mas, o Estado Moçambicano ou um outro da Região, deve fortalecer sua economia, com base no aumento da competitividade. Importa realçar que, o aumento da concorrência quando realizado em função da integração regional, não chega a ser predatório como no caso de uma liberalização total da economia, pois esta colocaria Estados menos favorecidos a mercê de fluxos comerciais e de investimentos que iriam favorecer as economias mais desenvolvidas. Do ponto de vista político, a regionalização permite que os países envolvidos passem a negociar em blocos o que resulta em um maior poder nas negociações internacionais. Pois através desse processo, os países considerados “pequenos” podem unir-se em uma disputa com um Estado de maior poder económico-político, nivelando assim o que costumamos chamar de balança de poder.
2.3 Etapas de Integração Económica Regional
O autor Bela Balassa (1961), ao tratar sobre Integração Económica Regional, estabelece cinco
Etapas: 
· Zona de Livre Comércio
· União Aduaneira
· Mercado Comum
· União Económica
· Integração Económica Total
2.3.1 Etapa Zona de Livre Comércio
Os países participantes desta etapa eliminam as barreiras tarifárias e não-tarifárias de forma a favorecer a circulação de bens entre eles.
2.3.2 Etapa União Aduaneira
Nesta os países adoptam uma Tarifa Externa Comum (TEC). 
2.3.3 Etapa Mercado Comum
Nesta estabelece-se a livre circulação de pessoas, serviços e capitais e trabalho. 
2.3.4 Etapa União Económica 
Esta estabelece a harmonização das legislações nacionais que tenham relação com as áreas integradas previamente.
2.3.5 Etapa Integração Económica Total
Em que as políticas dos países integrados são comumente discutidas e adoptadas de forma integral. HAAS, pontua que a integração não deve ser vista como uma condição, mas como um processo. Faz parte do processo a interacção entre diferentes grupos para além de suas fronteiras nacionais, de forma a resolver problemas comuns (HAAS, 2004). Desta forma, Haas define a integração política como a mudança de lealdades e das expectativas políticas de grupos em direcção a um novo centro decisório, como órgãos supranacionais. Já o autor Andrew Moravcsik (1998) não foca na importância dos órgãos supranacionais, mas, sim, dos Estados. Nesta visão, os Estados são os atores centrais do processo de negociação e o processo avança através de negociações intergovernamentais, mais do que através de uma autoridade central que, caso exista, apenas toma e reforça decisões políticas já discutidas nas reuniões intergovernamentais
(MORAVCSIK, 1998). Hurrel (1995) auxilia a ter uma visão mais especificada do termo regionalismo, que pode ser entendido como a intensidade da coesão social, económica, política ou organizacional entre as unidades. 
Ele pontua cinco categorias que ao serem vistas em conjunto, ajudam no entendimento do que é regionalismo. (HURRELL, 1995). 
2.4 Regionalização
Caracterizando o aumento de circulação de pessoas e criações de canais de rede e comunicação, não necessariamente conduzidos de forma institucionalizada.
2.4.1 Consciência e Identidades Regionais
Com ênfase no discurso do regionalismo e nos processos políticos que procuram definir identidades em comum nas regiões.
2.4.2 Cooperação Regional entre Estados
Tanto formal como informal, que procuram responder aos desafios em comum dos países da região. 
2.4.3 Integração Económica Regional Promovida pelo Estado
Nesta existem decisões políticas de governo com o intuito de promover o comércio entre os atores, muitas vezes, eliminando barreiras comerciais. 
2.4.4 Coesão Regional
Consolidando a formação de uma unidade regional coesa que acumula de maneira aprofundada as categorias anteriores Logo, tanto a ideia de integração regional como a de regionalismo não devem ser entendidas de forma estanque. Dependendo de cada caso a ser estudado e analisado, a integração regional pode ter um viés mais económico, sendo válidas as etapas propostas por Bela Balassa como ponto de partida. Da mesma maneira, dependendo do caso analisado, as definições de Haas, Moravcsik, entre outros, podem ser de fundamental relevância. Há também casos em que a definição de regionalismo e suas etapas, propostas por Hurrel, são extremamente válidas. Desta forma, de acordo com Mariano (2015), os processos de integração regional, bem como os casos de regionalismo, podem se originar por diversas motivações, logo, cada iniciativa tem seus motivos e impulsos. Neste sentido, a integração regional é também uma cooperação entre países, mas que pode gerar mudanças e transformações institucionais entre ele, e, portanto, é mais ampla que uma mera cooperação regional (MARIANO, 2015).
2.5 Integração Regional Realista e a Idealista
A análise de um processo de Integração Regional pode ser feita sob duas ópticas: a realista e a idealista.
Na primeira, pensa-se o Estado como um actor único com interesses definidos e, de certo modo, constantes. Os diferentes atores e interesses presentes no campo nacional tendem a perder importância nessa perspectiva. Há uma grande dificuldade para incorporar em suas análises a actuação de um Estado sub-nacional. Essa óptica, também conhecida como paradigma Estado-cêntrico, coloca os Estados como atores centrais da política mundial, fazendo uma divisão entre a alta política (questões de defesa, conflitos, política externa etc.) e a baixa política (questões económicas, sociais etc.). As questões da alta política são hierarquicamente mais importantes e, assim, a baixa política é posta em segundo plano.
Os Estados nacionais são vistos como atores racionais que operam num ambiente internacional anárquico caracterizado pela luta em torno do poder. Isso faz do conflito o aspecto dominante deste paradigma. Esse enfoque assume os pressupostos de Morgenthau, mas apresenta como principal diferença em relação ao realismo o fato de consistirnum esquema teórico rigorosamente construído baseado na teoria sistémica da política internacional. Isso possibilitou ao neo-realismo não sofrer as críticas comumente feitas ao realismo, relativas à falta de um instrumental analítico capaz de sustentar seus pressupostos. O paradigma Estado-cêntrico é conhecido como o modelo clássico das relações internacionais ou, ainda, como modelo do actor racional. Esse agente racional, o Estado nacional, possui fins e objectivos (segurança nacional, interesses nacionais etc.) que devem ser adequados às opções ou aos cursos de acção possíveis. As consequências das opções tomadas são avaliadas tendo em conta os custos e benefícios para o alcance de um objectivo.
A integração regional é mais ampla que a cooperação internacional porque pode resultar em novas unidades ou entidades políticas ou, ainda, em uma mudança nessas últimas. É a representação dessa alteração, ao criar algo novo em que pode haver uma transferência formal ou informal de poder decisório para sua estrutura institucional. A integração regional, portanto, não se restringe à esfera governamental ou à cooperação intergovernamental, atinge a sociedade como um todo, gerando interacções que fogem ao controle estatal entre grupos de interesse e representantes das sociedades. A cooperação pode ser uma estratégia contextualizada e ser abandonada de acordo com a conveniência, enquanto a integração regional é menos flexível. Abandoná-la pode gerar resistências e altos custos para os governos desde que o processo tenha atingido um determinado patamar de interacção entre as sociedades envolvidas especialmente quando sua estrutura institucional ganha autonomia e legitimidade.
2.6 Globalização: Conceitos 
A Globalização é um termo elaborado na década de 1980 para descrever o processo de intensificação da integração económica e política internacional, marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e de comunicação. Por se caracterizar por um fenómeno de carácter mundial, muitos autores preferem utilizar o termo mundialização.
De acordo com David Held (1999) – A Globalização é uma força condutora central por trás das rápidas mudanças sociais, políticas e económicas que estão a remodelar as sociedades modernas e a ordem mundial, ainda para David Held (1999) o conceito de Globalização implica primeiro e acima de tudo um alongamento das actividades sociais, políticas e económicas através de fronteiras, de tal modo que acontecimentos, decisões e actividades numa região do mundo podem ter significado para indivíduos e actividades em regiões distintas do globo.
Segundo Mário Murteira (2003), Pode-se definir Globalização como um processo que tem conduzido ao condicionamento crescente das políticas económicas nacionais pela esfera mega económica, ao mesmo tempo que se adensam as relações de interdependência, dominação e dependência entre os actores internacionais e nacionais, incluindo os próprios governos nacionais que procuram pôr em prática as suas estratégias no mercado global.
Para a Comissão Mundial sobre a Dimensão Social da Globalização - A Globalização é um fenómeno complexo de muitas repercussões. Não é, por conseguinte, surpreendente que o termo “Globalização” tenha adquirido numerosas conotações emocionais (...). No limite ela é considerada como uma força irresistível e benéfica que trará a prosperidade económica a todos os habitantes do mundo. No outro extremo, vê-se nela a fonte de todos os males contemporâneos.
Por outras palavras, a globalização é a interdependência de todos os povos e países do mundo. É designada muitas vezes por “aldeia global”, pois parece que o planeta se está a tornar cada vez mais pequeno e todos têm conhecimento dos acontecimentos mundiais ao mesmo tempo.
2.6.1 Vantagens da Globalização
· Difusão dos ideais democráticos das nações desenvolvidas.
· A globalização promove o conhecimento de diferentes culturas, promove a tolerância e a multiculturalidade.
· Fomenta a modernização das economias pois estas assistem à entrada de vários produtos importados, muitas vezes mais baratos, o que obriga a uma maior competitividade entre os mercados.
· A globalização dos “media” tem reduzido substancialmente o espaço global, mantendo a população informada sobre todos os mais recentes acontecimentos internacionais através de canais de televisão diferentes.
· Melhoria nas redes de comunicação global leva a um fluxo rápido de informações importantes não só aos indivíduos, mas também a nível das empresas.
· Surgimento da noção de Economia Aberta que vai ao encontro da tal aldeia global.
· Um dos efeitos positivos da globalização é o transporte simples e rápido de pessoas e mercadorias entre os quatro cantos do mundo
· Difusão geográfica das empresas – expansão.
· Trouxe um aumento do fluxo de capitais.
2.6.2 Desvantagens da Globalização
· Aumento da probabilidade de perturbações económicas numa nação e que por consequência também se irá denunciar noutra (o melhor exemplo é a crise mundial que se vive actualmente).
· Maior risco de doenças a serem transportadas involuntariamente entre as nações.
· Disseminação de um estilo de vida materialista e uma atitude que vê o consumo como o caminho para a prosperidade.
· Há maior probabilidade de as reacções à globalização serem violentas, como tentativa de preservação do património cultural.
· Perda de identidade cultural por parte de países mais pequenos, os países com maior poder económico passa a impor os seus hábitos e os seus valores.
· Dificuldade na competição. Com a globalização passou a existir movimento comercial e concorrência não só com empresas nacionais, mas também com empresas internacionais.
· Os negócios, assim, exigem um clima mais rigoroso, exigente e competitivo para manter a continuidade do desenvolvimento.
· A necessidade de modernização e de aumento da competitividade das empresas produziu um efeito muito negativo, que foi o desemprego. Para reduzir custos e poder baixar os preços, as empresas tiveram de aprender a produzir mais com menos gente. Incorporando novas tecnologias e máquinas.
· Deslocalização das empresas para países com mão-de-obra mais barata.
· A globalização acentua a crescente dependência mútua entre todos os estados-nação em todo o mundo.
2.6.3 Características
· Novos mercados – mercados de câmbios e de capitais ligados mundialmente e operando 24 horas por dia, com negociações à distância em tempo real;
· Novos instrumentos – ligações via Internet, telefones celulares, redes de comunicação;
· Novos actores – a Organização Mundial do Comércio (OMC) com autoridade sobre os governos nacionais; empresas multinacionais com mais poder económico do que muitos Estados; redes mundiais de organizações não-governamentais (ONG) e outros grupos que transcendem as fronteiras nacionais;
· Nova regras – acordos multilaterais sobre comércio, serviços e propriedade intelectual, apoiados por fortes mecanismos de imposição e mais vinculativos para os governos nacionais, reduzindo o campo de acção da política nacional.
· Redução do espaço: a vida das pessoas os seus empregos, rendimentos e saúde são afectados por acontecimentos no outro lado do globo e, muitas vezes, por acontecimentos que desconhecem;
· Redução do tempo: os mercados e as tecnologias mudam actualmente a uma velocidade sem precedentes, com acção à distância em tempo real e com impactos sobre a vida de pessoas muito distantes;
· Desaparecimento de fronteiras: as fronteiras nacionais estão a desaparecer, não apenas para o comércio, capital e informação, mas, também, para as ideias, normas, cultura e valores.
2.6.4 Causas da Globalização
O fenómeno da globalização está a unir de tal forma o mundo que tudo tem influência um pouco por todo o lado. No Relatório do Desenvolvimento Humano de 1999, uma das conclusões a reter é que “a redução do espaço e do tempo e o desaparecimento de fronteiras estão a ligar as vidas das pessoas mais profundamente, mais intensamente e mais directamente do que alguma vez antes”. Toda a comunidade global é afectada por fenómenos sociais,económicos ou comerciais que ocorram em qualquer parte do mundo. A seguir estão alistadas causas da globalização:
· Desenvolvimento das redes de transporte e telecomunicações que possibilitam a transferência rápida de pessoas, informação, bens, serviços e capitais;
· A crescente liberalização dos mercados (abolição das fronteiras);
· Movimentos de integração económica (EU, ASEAN, NAFTA);
· As empresas transaccionais (ETN) com a deslocalização de segmentos do processo produtivo à escala global;
· Criação de organizações económicas intergovernamentais (BM, FMI, OMC);
2.6.5 Desafios da Globalização
O desafio da globalização no novo século não é travar a expansão dos mercados mundiais.
O desafio está em encontrar as regras e instituições para uma governação mais forte local, nacional, regional e mundial para proteger as vantagens dos mercados mundiais e da concorrência, mas, também para providenciar espaço suficiente para os recursos humanos, comunitários e ambientais necessários para assegurar que a globalização funciona para as pessoas não apenas para os lucros.
Globalização com:
· Ética – menos violação dos direitos humanos;
· Equidade – menos disparidade dentro e entre nações;
· Inclusão – menos marginalização de pessoas e países;
· Segurança humana – menos instabilidade das sociedades e menos vulnerabilidade das pessoas;
· Sustentabilidade – menos destruição ambiental;
· Desenvolvimento – menos pobreza e privação. Só se todos estes factores estiverem garantidos é que a Globalização será um êxito em todas as frentes.
2.6.6. Consequências Da Globalização
É claro que nem todos estão contentes com a globalização. Muitas pessoas não gostam da globalização porque esta permite que os ricos e poderosos interesses comerciais estrangeiros se intrometam numa cultura local, atropelem as tradições locais e ameaçam um modo de vida. Por outro lado, há alguns que se sentem muito bem com a globalização, portanto serão aqui citadas algumas consequências positivas e negativas da globalização.
Positivas:
· Com a globalização, os países têm acesso a novas tecnologias, o que permite que a população tenha mais conhecimento e se desenvolva cultural e economicamente.
· Culturalmente: o país acaba recebendo “influências” de outros países, absorvendo alguns de seus costumes e tradições.
· Economicamente: o país tem mais mercado para seus produtos e tem acesso a recursos que permitem que os mesmos melhorem; as indústrias têm maior reconhecimento e “aprendem” formas de diminuir seus gastos e aumentar os lucros; etc.
· O país tem melhoras, pois, conhecendo melhor os outros, acaba se espelhando em “ideias” que deram certo.
Negativas:
· A principal consequência negativa é a dominação que os países desenvolvidos (que possuem a tecnologia) exercem sobre os menos desenvolvidos. Um exemplo disso é a Crise Mundial que afectou todos os países, apesar de ter sido “iniciada” nos Estados Unidos. E da mesma maneira que as “boas ideias” são copiadas, as “más” também (a violência vem se “desenvolvendo” e aumentando).
· A Globalização também afecta o mercado de trabalho, pois funções antes realizadas por humanos vêm sendo automatizadas (realizadas por máquinas), o que faz milhares de pessoas perderem seus empregos.
· Ao final de tudo isso, se chega à conclusão de que, apesar dos pontos negativos, a Globalização ajuda no desenvolvimento de todos os países do mundo, e que, ao que parece, ela vai durar por muito tempo, e que de um certo ponto, isso será bom.
2.6.7 Impactos da Globalização
Sabe-se que actualmente vive se num mundo globalizado, e isso traz consigo certos impactos sobre a sociedade, assim como sobre o desenvolvimento das nações e do próprio planeta, portanto, é pertinente falar dos impactos da globalização nas áreas que se seguem:
2.6.7.1 Impacto da Globalização na Economia
Através da globalização é possível haver uma troca de ideias entre os governantes e as pessoas e empresas que fazem parte dos blocos económicos, que são grupos de países que se juntam e criam uma forma de encurtar as barreiras, facilitando assim as transacções comerciais entre eles. Por isso o processo de globalização é classificado como uma aldeia global, justamente por aproximar e formar uma rede que estreita as relações entre as pessoas encurtando os caminhos para que sejam conseguidos avanços económicos e culturais.
Um bom exemplo de efeito da globalização foi a criação do Mercosul e também da União Europeia, que são blocos económicos. As transformações sofridas na economia desses países são muito impactantes em vários aspectos, como por exemplo nas relações de comércio internacional, na liberdade de movimentação de produtos e pessoas entres os países e no mercado de trabalho e, dependendo do nível de desenvolvimento do país, isso interfere negativa o positivamente na qualidade de vida da população. Estes factos também causam as chamadas “desigualdades sociais” uma vez que provocam a concentração de riquezas gerando consequentemente o aumento do desemprego.
2.6.7.2 Impacto da Globalização no meio ambiente
A parte negativa do processo de globalização é observada na questão do meio ambiente. Pois os impactos do crescimento das cidades e do consumo e as consequências do capitalismo com economia baseada em benefícios para as corporações (empresas) fazem com que haja uma abundante exploração dos recursos naturais para obtenção de matéria-prima.
A agressão à natureza através da poluição e contaminação do meio ambiente é um dos principais impactos da globalização. A maioria das empresas pratica a exploração desordenada da matéria-prima sem a preocupação com a destruição do meio ambiente causa consequências quase irreparáveis, como as alterações no clima e eventos prejudiciais como os danos provocados pela poluição e contaminação. Estes eventos podem provocar catástrofes ou a perda natural desses recursos, como podemos perceber no caso da escassez de água potável que é o assunto mais discutidos hoje em dia. O homem causa danos à natureza sem se preocupar em estar prejudicando sua própria sobre vivência a de outros seres.
2.6.7.3 Impacto da Globalização no crime
Outra consequência gravíssima de todas estas transformações socioeconómicas é o crescimento da prática de vários tipos de crimes. Devido a esta diminuição nos obstáculos para a movimentação de dinheiro, pessoas e mercadorias entre os países, fica mais fácil o acesso de pessoas mal-intencionadas. Com os avanços da tecnologia e a facilitação de atravessar fronteiras, as práticas ilegais se tornam mais comuns. Um bom exemplo dessas práticas é a pedofilia (que é facilitada até pelo fácil acesso a internet), o tráfego de drogas e de armas, a prostituição e o tráfego de animais. Estas práticas contribuem para o surgimento de organização criminosas, que se aproveitam de certas facilidades para impor suas ameaças.
2.6.7.4 Impacto da Globalização na Comunicação
A globalização das comunicações tem sua face mais visível na internet, a rede mundial de computadores, possível graças a acordos e protocolos entre diferentes entidades privadas da área de telecomunicações e governos no mundo. Isto permitiu um grande fluxo de troca de ideias e informações sem paralelos na história da humanidade. Se, antes, uma pessoa estava limitada à imprensa local, agora ela mesma pode se tornar parte da imprensa e observar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas, como factor de limitação, a barreira linguística.
Outra característica da globalização das comunicações é o aumento da universalização do acesso a meios de comunicação, graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente celulares e os de infra-estrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e incremento geral da qualidade graças a inovação tecnológica. Hoje, uma inovação criada no Japão pode aparecer no mercado português ou brasileiro em poucos dias e virar sucesso de mercado.
2.6.7.5 Impacto da Globalização na Qualidade de vida
O acesso instantâneo de tecnologias, principalmente novos medicamentos, novos equipamentos cirúrgicos e técnicos, o aumentona produção de alimentos e o barateamento no custo têm causado, nas últimas décadas, um aumento generalizado da longevidade dos países emergentes e desenvolvidos.
Embora alguns estudos sugiram que, actualmente, a distribuição de renda ou está estável ou está melhorando, sendo que as nações com maior melhora são as que possuem alta liberdade económica pelo Índice de Liberdade Económica, outros estudos mais recentes da Organização das Nações Unidas indicam que "a 'globalização' e 'liberalização', como motores do crescimento económico e do desenvolvimento dos países, não reduziram as desigualdades e a pobreza nas últimas décadas".
2.6.7.6 Impacto da Globalização na política
Na política, uma das principais características trazidas pela Globalização Recente é a adopção de Regimes Democráticos. De acordo com a pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) 112 países adoptam, actualmente, o regime democrático. Mas é bom lembrar que o G7 (grupo internacional que reúne os sete países mais industrializados do mundo: EUA, Itália, Japão, Canadá, França, Alemanha e Grã-Bretanha) tem assumido cada vez mais seu papel na Globalização recente, e por vezes, as decisões tomadas durante seus encontros surtem grande efeito na política, e porque não dizer, na economia mundial.
2.6.7.7 Impacto da Globalização no desenvolvimento de Moçambique
Depois da independência, Moçambique sofreu alguns problemas relacionados com a economia e foi forçado a fazer parte do modelo capitalista. O modelo introduzido trouxe várias disparidades sociais. Os capitalistas depois de terem privatizado as empresas moçambicanas começaram a explorar os nativos. Tudo aconteceu quando nos anos 80, o FMI forçou Moçambique a implementar «programas de reajustamento estrutural» como pré-requisito para os empréstimos e ajuda para o desenvolvimento do país. As políticas de reajustamento estrutural forçaram Moçambique ao investimento estrangeiro e ao comércio internacional. Os salários dos trabalhadores governamentais como professores, enfermeiros, polícias e agrónomos tiveram de ser cortados dramaticamente. Para conseguirem manter um nível de vida aceitável, muitos trabalhadores governamentais tiveram que aceitar trabalhos extras, começando desta feita a aceitar subornos e corrupção.
CAPITULO III: CONCLUSÃO
Após a realização do presente trabalho, concluímos que, a integração é o conjunto de processos de constituição de uma sociedade a partir da combinação das suas componentes, sejam elas pessoas, organizações ou instituições. Na modernidade, a questão da integração tem particular relevância devido aos processos de individualização e de diferenciação, os quais se traduzem num aumento daquelas componentes. Enquanto, a globalização, é o processo de intensificação da integração económica e política internacional, marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e de comunicação. E por sua vez, a Integração Regional consiste na formação de um bloco integrado de dois ou mais países, constituído a partir da eliminação de barreiras ao comércio podendo chegar à criação de instituições supranacionais voltadas para a coordenação de políticas macroeconómicas e até mesmo controle do papel do Estado como membro de determinado bloco. E a globalização provoca mudanças importantes nos Estados, e que estas não se referem apenas aos aspectos económicos, afectando especialmente o modo como os governos respondem às pressões, as culturas vão se misturando, tudo está inter-relacionado e interdependente na era da globalização. Como em tudo na vida há sempre o lado bom e o lado mau, na globalização sucede o mesmo, é dever de todo o cidadão diminuir os efeitos negativos e perpetuar e alargar o lado positivo desta sã convivência a todos os povos. Muito mais haveria a dizer e a esclarecer sobre este tema tão vasto e atraente que é a globalização. Desde modo, fica a certeza que em globalização a política não pode estar dissociada da economia, nem da cultura, muito menos dos aspectos sociais. Por outro lado, a perspectiva do surgimento de um governo à escala mundial é também bastante aliciante, colocando novos desafios de relacionamento entre povos e culturas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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· BATTISTELLA, Dario. Teoria das Relações Internacionais / Dario Battistella; tradução de Camila do Nascimento Fialho. – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2014.
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· BALASSA, B. Teoria de la Integración Económica. Ciudad de México: Hispano Americano, 1980
· MARIANO, MARCELO PASSINI. As teorias de integração regional e os Estados subnacionais
· REINALDO, Gonçalves. Globalização Económica. Editora Record, Rio de Janeiro, 2002.
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· COSTA, Octávio Torres. A educação no mundo globalizado. Rio de Janeiro, 2004.
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