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O SUJEITO NA ATUALIDADE

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O SUJEITO NA ATUALIDADE
Para poder argumentar sobre o sujeito na atualidade, deve-se primeiro abrir espaço para um debate acerca da subjetividade como um todo. Dentro dos estudos, podemos entender que a subjetividade, segundo Kierkegaard, é resultado de uma relação dialética que se constrói enquanto os conteúdos internos (que surgem a partir da relação com o outro) adquirem consistência e certa dinamicidade, ou seja, é uma organização dinâmica entre consciente e inconsciente. 
Dessa forma, ainda segundo Kierkegaard, o sujeito toma elementos do Outro (linguagem) e constrói seus eventos psíquicos determinando, então, suas particularidades. Mesmo vivendo numa cultura e fazendo parte do geral/universal, o sujeito permanece com sua singularidade; toma decisões assumindo responsabilidade. Portanto, o sujeito é um ser pautado pelo desejo, que dispõe de uma linguagem psíquica e social, regido pelo inconsciente e que está em constante ressignificação. Com base nisso, a análise do sujeito na atualidade pode ser iniciada sobre uma discussão sobre o tempo do sujeito que difere do tempo cronológico. 
Nos tempos atuais, vemos uma humanidade imediatista e sujeitos que exigem velocidade no alívio de suas angústias; vemos um sujeito que vive uma verdade objetiva, segundo Kierkegaard, onde não há liberdade e as impulsões nos prendem ao prazer imediato (“estádio estético”). Esse imediatismo pode ser encontrado na clínica, na busca por um alívio rápido do mal-estar, mas percebe-se que não há uma preocupação em ressignificar esse mal-estar e colocá-lo no campo do simbólico, bem como não há uma ciência do mal-estar como uma dimensão de existência, ou seja, a ressignificação pode incluir felicidade, mas não exclui o mal-estar. 
A busca no Outro pelo alívio da angústia, pode ser, em alguns casos, perigosa para a integridade mental e física desse sujeito, podendo causar vários vícios (remédios, drogas, álcool, consumismo), doenças como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, etc. Com isso, é válido afirmar, então, que a pulsão de cada sujeito não se relaciona com o real, caracterizando o inconsciente como atemporal, não se enquadrando no tempo sucessivo e cronológico que vivemos. 
Aluna: Maria Eduarda Veloso Peixoto
Professor: Esperidião Barbosa Neto
Disciplina: Teoria da subjetividade II

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