Buscar

HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA - SISTEMA NERVOSO

Prévia do material em texto

ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
SOI II - embriologia e histologia
1. histologia da orelha 
Quando se fala de orelha, anatomicamente ela pode ser 
dividida em três partes: orelha externa, media e interna. 
Fazendo parte da orelha externa, tem-se o pavilhão 
auricular e o meato acústico externo. No final desse canal, 
existe uma membrana, a membrana timpânica, que está 
na interface entre orelha externa e orelha media. Em 
seguida, a cavidade timpânica (com os ossos articulados 
martelo, bigorna e estribo) já faz parte da orelha media, 
juntamente com a tuba auditiva e as cavidades ou celas 
mastoides. Mais internamente então, existe o labirinto 
ósseo e o labirinto membranoso, que juntos formam a 
orelha interna. 
 
As funções relacionadas a esse órgão estão relacionadas 
ao sistema auditivo, que capta o som, mas também a 
coletar, direcionar e transduzir esse som. Outra função é 
o equilíbrio, relacionado ao sistema vestibular da orelha. 
Esses pontos sensórios estão relacionados a orelha 
interna. 
 
© Orelha externa 
Sobre a orelha externa, ela é responsável principalmente 
pela localização e amplificação do som. O pavilhão 
auricular, que faz parte dessa parte externa, é revestido 
pela pele delgada, que apresenta uma epiderme 
constituída por epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado. O esqueleto dessa estrutura é de tecido 
cartilaginoso elástico, porém na região do lóbulo, existe 
tecido adiposo unilocular no lugar do cartilaginoso. Na 
região do meato acústico, existem algumas glândulas 
sudoríparas modificadas que produzem o cerúmen, a cera. 
Essa cera é responsável por reter pequenas partículas, e 
garantir uma certa impermeabilização desse canal. A 
membrana timpânica é constituída basicamente por três 
componentes: dois epitélios, um externo e um interno, e 
um tecido conjuntivo no meio. Esse epitélio externo é 
formado pelo mesmo do pavilhão auricular, e o interno é 
um epitélio simples, de cubico a pavimentoso. O tecido 
conjuntivo vai possuir áreas mais frouxas e áreas mais 
densas, onde existem subcamadas, em que na camada 
mais externa as fibras colágenas estão arranjadas 
radialmente, e na camada interna estão organizadas 
circularmente. Essa membrana possui em seu quinto 
superior uma parte flácida, em que só existe os dois 
epitélios e um conjuntivo frouxo. 
 
© Orelha média 
Já na orelha media, a cavidade timpânica conecta-se a 
nasofaringe através da tuba auditiva, que possui epitélio 
pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células 
caliciformes. Normalmente, essa cavidade é preenchida 
por ar, mas em casos de alguma infecção pode possuir 
algum liquido. Os três ossinhos dessa região são 
considerados articulados e revestidos por epitélio 
pavimentoso simples. Relacionados a eles existem 
músculos estriados esqueléticos tensores do tímpano e do 
estapédio. 
 
© Orelha interna 
A orelha interna possui um labirinto ósseo envolvido pelo 
endósteo e separado do labirinto membranoso pelo 
espaço perilinfatico, em que circula o liquido perilinfa, já a 
endolinfa circula dentro do labirinto membranoso. O 
estribo, quando vibra, gera ondas nesses líquidos, e são 
essas ondas que estimulam os sistemas sensoriais. 
 
Na região vestibular, existem duas áreas sensoriais, a 
macula do sáculo e a macula do utrículo. Nos canais 
semicirculares, a ampola é uma área mais dilatada, e 
dentro dela existem as cristas ampulares, que são a área 
sensorial. Por fim, no ducto coclear a área sensorial é o 
órgão de corte. No total são 6 áreas sensórias, sendo 3 
cristas, 2 maculos e 1 órgão de corte. Dessas 6, o órgão de 
corte e a única área sensorial auditiva, as outras 5 são 
áreas sensoriais vestibulares. 
 
Essas áreas sensoriais vestibulares são constituídas por 
células sensoriais (do tipo I e II) e células de suporte. A 
célula sensorial do tipo I tem um formato mais caliciforme, 
e a II tem um formato mais cilíndrico, e as duas tem 
especializações de superfície apical: os esteriocilios, 
organizados em fileiras em ordem crescente, e um 
cinatocilio. Essas células tem um núcleo mais deslocado 
para a base, e nessa base existe um contato com fibras 
nervosas aferentes e eferentes. Normalmente a célula 
responsável pela transdução é a do tipo I. A área sensorial 
é coberta por uma membrana gelatinosa, a membrana 
otolítica. Quando a endolinfa passa por cima dessa 
membrana, ela promova a flexão dos cílios e estereocilios, 
promovendo a abertura de canais iônicos e assim o 
processo de transdução ocorre. A diferença entre a 
membrana otolitica da macula e da ampola, é que na 
macula existe a presença de cristais de carbonato, 
enquanto na da ampola não existem esses cristais
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
2. embriologia da orelha 
© Orelha interna 
O desenvolvimento da orelha interna acontece durante o 
fechamento do tubo neural, dorsalmente a notocorda 
(neurulação), na 4ª semana de desenvolvimento 
embrionário. 
 
Ectoderma de superfície fica espessado (mais 
estratificado) lateralmente ao local de fechamento do 
tubo neural, sendo então denominado como placóide. O 
placóide forma um sulco denominado fosseta ótica 
(primórdio da orelha interna). Enquanto isso, há a 
delaminação de neurônio jovens, em que migram para 
fora do epitélio e formam, ao se agregarem, um gânglio 
estatoacústico, e o fechamento da fosseta ótica em 
vesícula ótica/otocisto que se separa do ectoderma de 
superfície (apoptose do pedículo temporário). 
 
 
 
A vesícula ótica é o primórdio do labirinto membranoso 
(sáculo + utrículo + três ductos semicirculares). Na 
imagem a seguir é perceptível a presença do ectoderma 
de superfície, com suas células agrupadas na borda da 
vesícula e, dessa forma, mais corado. O tecido que o 
circunda é o mesenquimal, o qual possui menor 
concentração de células e, por isso, é pouco corado. 
 
O epitélio da vesícula, então, se projeta dorso-
ventralmente formando o apêndice endo encefálico. A 
vesícula então se estreita e o apêndice forma o tubo 
endolinfático (sem abertura). A região dorsal/superior da 
vesícula formará o utrículo e a ventral inferior o sáculo. 
 
 
 
 
A porção utricular superior da vesícula ótica origina o 
ducto endolinfático, o utrículo e ductos semicirculares 
(parte dorsal). O ducto coclear se enovela para formar a 
cóclea. O ducto semicircular dilata e começa a formar um 
orifício, o canal semicircular anterior, onde paredes de 
invaginação justapostas se unem e há morte celular, para 
formação dos orifícios (pontos de absorção). 
 
Dilatações dos ductos geram as ampolas, na parte central 
fica localizado o utrículo e o sáculo na parte ventral. Os 
canais semicirculares são compostos por tecido ósseo e 
os ductos semicirculares são compostos por tecido 
cartilaginoso. 
 
 
 
Na 9ª semana o mesênquima circunjacente ao labirinto 
membranoso se condrifica para formar a cápsula óssea - 
primeiro se diferenciam em cartilagem e depois há o 
processo de ossificação endocondral. Vacúolos da 
cápsula óssea formam as rampas vestibulares. 
 
 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
© Orelha média 
Acontece a partir do aparelho faríngeo, mais 
especificamente nos 1º e 2º arcos faríngeos (região 
mesodérmica com uma parede endotérmica e uma 
ectodérmica) na região de depressão do endoderma 
denominada bolsa faríngea, que é o primórdio da orelha 
média. O aparelho faríngeo, a medida em que vai 
acontecendo o desenvolvimento da orelha média e 
externa, vai se deslocando ventrodorsalmente e de 
inferior para superior, até chegar na posição anatômica 
dessas estruturas. 
 
Dessa forma, ocorrem duas condensações de células 
mesenquimais, uma no 1º arco faríngeo que formarão, 
posteriormente, o martelo e a bigorna; e outra no 2º 
arco, onde se formará o estribo. Há morte das células 
mesenquimais em volta dos ossículos e formação da 
cavidade timpânica, isto é, uma substituição do 
mesênquima não diferenciado, denominado recesso 
mesenquimal. Parte do mesênquima ainda se diferencia 
em músculo tensor do tímpano e trapézio.© Orelha externa 
Formado a partir da depressão do ectoderma do sulco 
faríngeo (primórdio da orelha externa). O meato acústico 
externo se desenvolve a partir da invaginação da 
extremidade dorsal do 1º sulco faríngeo durante a 6ª 
semana. O plugue do meato, que é uma estrutura 
cilíndrica sólida, sofre morte celular na área central por 
cavitação para a formação do meato acústico externo. 
 
A membrana timpânica é formada pelo estrato fibroso 
(mesênquima originário de células da crista neural), 
endoderma (orelha média, cavidade timpânica) e 
ectoderma (do tampão/plugue meatal). 
 
Proeminências auriculares formam 6 tubérculos 
auriculares no primeiro e segundo arcos faríngeos, os 
quais vão se modulando com a proliferação mesenquimal 
até formar o pavilhão auricular. O lóbulo é a última 
estrutura do pavilhão a se desenvolver. 
3. embriologia do olho 
Cada estrutura do olho possui uma origem embrionária 
diferente. O olho é um órgão sensorial, em que a 
informação que chega na região neural fotossensitiva, que 
é a retina, será levada para o encéfalo para ser 
decodificada, já que existe uma comunicação do olho com 
o sistema nervoso central. 
 
 
Quando o tubo neural se fecha, ele torna-se cilíndrico, e o 
fechamento é gradual. O tubo neural possui uma abertura 
anterior e uma posterior, chamados de neuroporo. Na 
imagem da esquerda o tubo neural fechado no final da 
terceira semana. Possuindo três dilatações anteriores: 
prosencéfalo, uma intermediaria mesencéfalo e uma 
terceira que é o rombencéfalo. Essas três vesículas serão 
visualizadas na 3ª semana. Na 5ª semana teremos o 
desenvolvimento para 5 vesículas: o prosencéfalo divide-
se em diencéfalo e telencéfalo, e o rombencéfalo se divide 
em mielencéfalo e metencéfalo. O telencéfalo tem duas 
protuberâncias que são os ventrículos laterais e o 
diencéfalo terá um terceiro ventrículo. O lúmen do 
mesencéfalo se afunila e forma o aqueduto cerebral. O 
rombencéfalo origina o quarto ventrículo. Na 5ª semana 
no diencéfalo temos uma mudança que dará origem à 
retina, a lente e o cristalino possuem origem diferente. 
 
 
 
O embrião acima está na 3ª semana de desenvolvimento, 
em que ocorre a neurulação e o fechamento do 
neuroporo, o que torna o tubo neural com fundo cego e. 
O neuroectoderma sofre uma depressão formando o sulco 
óptico. Na terceira imagem percebemos o assoalho e o 
teto. O epitélio marrom é tubo neural, e a parede do 
prosencéfalo é o neuroepitélio. O rosa na figura é 
mesênquima (tecido conjuntivo encontrado no embrião). 
Além disso, as invaginações se fecham e a região dos 
sulcos se dilatam e formam a vesícula óptica, que se 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
aproxima do ectoderma de superfície, e assim ele fica 
espessado. 
 
Os processos de formação da lente e retina neural e 
pigmentar estão descritos abaixo: 
1. Ectoderma de superfície (região azulada) está 
espessado vai levar a formação do placóide da lente → 
depressão → Fosseta da lente ou cristalino → forma a 
vesícula da lente → CRISTALINO 
2. Neuroectoderma → formação do sulco óptico→ 
formação das vesículas óptica → cálice óptico → RETINA 
NEURAL E PIGMENTAR 
 
 
O placóide da lente invagina e forma fosseta, o que resulta 
numa invaginação da vesícula optica formando o cálice 
óptico, que possui camada interna e externa. Começa a 
produção do corpo vítreo primário com células 
mesenquimais que vão produzir uma matriz gelatinosa, e 
as células mesenquimais se diferenciam hialócitos. A 
fosseta da lente cresce, e quando se tocam ocorre 
separação da estrutura esférica com ectoderma de 
superfície. Por fim, a vesícula da lente terá modificações 
para formar cristalino. 
 
As estruturas nervosas derivam do prosencéfalo do 
neuroectoderma. No prosencéfalo, mais precisamente no 
diencéfalo, com 22 dias haverá a formação do sulco 
óptico. Com o fechamento da prega neural, o sulco se 
fecha e forma a vesícula óptica. Vesícula invagina e forma 
o cálice. 
 
© Cálice óptico 
 
Possui uma abertura ventral e uma anterior. A ventral é a 
fissura coroide e permite que um vaso sanguíneo entre no 
cálice e faça a irrigação das estruturas, como a vesícula da 
lente. O cálice possui duas camadas, interna e externa. A 
primeira forma retina neural, a externa o epitélio 
pigmentado. O pedículo óptico forma o nervo óptico. 
Ainda nesse processo de formação, há fissura no pedículo 
e no cálice. Internamente, há mesênquima que se 
diferencia em artéria e veia hialoide, que em sua porção 
distal entrará em processo de degeneração, 
permanecendo só a proximal que se diferencia em veia e 
artéria central da retina. 
 
© Cristalino 
 
Origem embrionária do cristalino é do ectoderma de 
superfície. As células posteriores da vesícula do cristalino 
começam a se prolongar e alongar, perdendo seus núcleos 
e ficando translúcidas para não atrapalhar a passagem da 
luz. 
 
Inicialmente, cristalino é nutrido pela artéria hialoide, que 
degenera e quando isso acontece se nutre pelos humores 
aquoso e vítreo. Existe uma membrana pupilar na frente 
do cristalino que também irá degenerar com a 
degeneração da artéria hialoide. 
 
© Retina 
 
As pregas neurais irão se fusionar, e quando isso acontece, 
o sulco óptico será chamado de vesícula óptica. Essa 
vesícula é contínua com o prosencéfalo, e são ligadas pelo 
pedículo óptico. Esta sofre uma série de modificações e dá 
origem a retina e o pedículo irá originar o nervo óptico. A 
camada interna vai se espessar (forma parte sensorial da 
retina) e a externa vai ficar fina (forma epitélio 
pigmentado da retina). A vesícula da lente forma o 
cristalino. 4/5 da retina são sensoriais e células 
progenitoras neuroblásticas similar ao epitélio do tubo 
neural. 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
A fóvea primitiva é uma depressão da parte sensorial da 
retina, em que a luz entra e vai diretamente para uma 
região formada essencialmente por cones. 
Com o desenvolvimento do embrião, a artéria hieloide se 
degenera e fica um ponto de vestígio de sua existência 
(canal hieloide). A formação da vesícula que vai levar ao 
cálice óptico e a diferenciação da retina estão associadas 
ao redor dela e a diferenciação de outros tecidos. Esclera 
e coroide têm origem mesenquimal (mesoderma ou crista 
neural). 
 
© Córnea 
 
É uma estrutura transparente, translúcida, avascular e 
convexa. Possui um epitélio externo e um interno: 
1. Externo voltado para o meio externo – estratificado 
pavimentoso não queratinizado 
2. Interno voltado para a câmara posterior – pavimentoso 
cubico simples 
A córnea tem que ser transparente, pois sua formação tem 
entrada de células mesenquimais entre epitélio 
germinativo e o cristalino, que vão formar o epitélio, o 
estroma e endotélio. O estroma perde água e passa a ser 
transparente. 
 
A câmara Anterior vai ser continua com a esclera e a 
posterior com a coroide. A membrana pupilar degenera e 
passa a ter comunicação entre as câmaras. 
 
© Íris e corpo ciliar 
 
Tanto a íris quanto o corpo ciliar vão derivar de extensões 
das bordas do cálice óptico. Na região de corpo ciliar e na 
íris, não há estrutura nervosa. Mesmo a camada interna 
não se diferencia em neurônios. É a parte não neural da 
retina que derivou do cálice óptico. 
O corpo ciliar possui duas camadas epiteliais. Na imagem, 
o mais escuro é o epitélio pigmentado e a mais 
avermelhada, é a camada neural sem estruturas nervosas. 
Essas estruturas se apoiam em tecido conjuntivo que 
deriva do mesênquima. 
No processo ciliar, há músculos. Estes estão ligados ao 
cristalino, e fazem a acomodação da lente, puxando-a para 
ficar mais côncava ou convexa, possibilitando enxergar 
objetos de longe ou de perto. Esses músculos ciliares 
derivam do mesênquima. 
Na íris também existem músculos, o dilatador e o esfíncter 
da pupila, permitindo a passagem de mais ou menos luz. A 
musculatura do esfíncter da pupila tem origem no cálice 
óptico. Os músculos da íris derivam do neuroectoderma. 
A íris separa a câmara anterior da câmara posterior. Aanterior é a parte que está entre a córnea e a íris. A 
posterior está entre a íris e o cristalino. Nessas duas 
câmaras circula o humor aquoso, que é drenado por um 
vaso no seio venoso da esclera e vai para o sistema 
nervoso. A ausência da drenagem eficiente causa 
problemas de visão. As duas derivam da degeneração do 
mesênquima que estava preenchendo-as. 
 
O olho tem o corpo vítreo, em que há presença de humor 
vítreo, substancia colagenosa com ácido hialurônico. O 
primário é produzido por células mesenquimais. Com a 
formação do olho, do cálice óptico e da retina neural, na 
região do cálice óptico 
interno, surgem as chamadas células vítreas, que vão 
sintetizar o humor vítreo secundário. O canal hialoide está 
presente no corpo vítreo. 
 
© Pálpebras 
 
 
É formada através do dobramento do ectoderma 
epidermal e mesênquima. Entre a pálpebra e a córnea, há 
o espaço conjuntival. Conforme todas as estruturas são 
formadas, é possível delimitar câmaras aquosas 
preenchidas por humor aquoso. Há a câmara anterior 
entre a córnea e o cristalino, e a câmara posterior entre a 
íris e o cristalino. 
 
 
 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
4. histologia do olho 
O olho possui uma organização em túnicas: externa 
(fibrosa), média (vascular) e interna (sensorial), e cada 
túnica é constituído por diferentes componentes. No 
esquema abaixo observa cada túnica separada por cores: 
externa em azul, media em rosa e interna em amarelo. 
 
 
 
 
© Túnica externa 
A córnea e a esclera compõe a túnica externa. A túnica 
externa é chamada de fibrosa pois seu principal tecido 
constituinte é o conjuntivo. A córnea é uma estrutura 
transparente e avascular, e compõe 1/6 da túnica fibrosa. 
 
Ela é constituída por tecido epitelial e conjuntivo, e possui 
5 camadas: 
1. Epitélio anterior da córnea: epitélio pavimentoso 
estratificado não queratinizado 
2. Membrana de Bowman: fibrilas de colágeno I 
3. Estroma: tecido conjuntivo denso avascular (fibras de 
colágeno I e V e proteoglicanas) 
4. Membrana de Descemet: membrana basal 
5. Endotélio corneano: epitélio pavimentoso simples 
Se a córnea sofrer lesões no tecido epitelial, ela pode se 
regenerar, mas se for mais profundo e comprometer a 
membrana de Bowman ou o estroma, pode gerar 
cicatrizes que comprometem a refração do raio luminoso, 
ou seja, comprometem a visão. 
 
As células do epitélio posterior controlam o grau de 
hidratação da água na córnea, e o excesso elas mandam 
para o humor aquoso. O transplante de córnea é muito 
utilizado, e na maioria das vezes é bem-sucedido, pois 
como a estrutura é avascular, não ocorre rejeição do 
órgão. 
Já a esclera é a área branca, opaca do olho. Também é 
pouco vascularizada e recobre 5/6 da túnica fibrosa. É 
recoberta pela episclera de tecido conjuntivo frouxo, mas 
sua estrutura majoritariamente é de tecido conjuntivo 
denso. 
 
A região do limbo entre córnea e esclera tem varias 
trabéculas conjuntivas permeadas por seios vasculares, e 
o principal é o canal de Schlemm. Algumas patologias 
comprometem o processo de produção e drenagem do 
humor aquoso, que acontece nesse canal. O glaucoma é 
um exemplo dessas patologias, e pode comprometer a 
pressão intraocular. 
 
 
 
© Túnica média 
A túnica media, também chamada de vascular ou úvea é 
constituída pela íris, corpo ciliar, processos ciliares e 
coroide. 
A coroide é constituída por um tecido conjuntivo frouxo 
vascularizado. No seu estroma estão presentes 
melanócitos, que conferem a ela uma coloração forte. 
O corpo ciliar e os processos ciliares são revestidos por um 
epitélio duplo, pigmentado e não pigmentado. O músculo 
ciliar se encontra no estroma do corpo ciliar. Os processos 
ciliares possuem epitélio pigmentado e não pigmentado, 
sendo as células superficiais não-pigmentadas e as células 
profundas pigmentadas. A função dos processos ciliares é 
produção de humor aquoso e fibras da zônula ciliar. 
 
A íris é a parte colorida que vemos no olho. Ela possui uma 
região anterior, voltada para a câmara anterior, e uma 
região posterior, voltada para a câmara posterior. A 
anterior é revestida por fibroblastos e melanocitos, e a 
posterior por tecido epitelial duplo. Ela possui um estroma 
central formado por conjuntivo frouxo vascularizado, em 
que se encontram células pigmentadas. O que diferencia 
a cor de cada olho, é a quantidade de melanócitos, e o tipo 
de melanina na região estroma. Nessa região podemos 
encontrar os músculos esfíncter ou constritor da pupila, e 
dilatador da pupila. A inervação deles é independente, e 
estão relacionados a midríase e miose da pupila, ou seja, 
dilatação e constrição da pupila. 
 
O cristalino ou lente é uma estrutura biconvexa e 
transparente. Em pessoas com menos de 40 anos, o 
cristalino é bastante elástico, sendo capaz de modificar 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
seu formato para focalizar objetos situados a diferentes 
distâncias. Este mecanismo se chama acomodação e 
ocorre graças à participação da zônula, formada por uma 
rede de fibras elásticas. A catarata é uma doença 
progressiva que causa a opacificação (perda da 
transparência) do cristalino. Assim, a presença da catarata 
prejudica a visão, pois dificulta a entrada de luz no olho. 
 
 
 
© Túnica interna 
Por ultimo, a túnica interna ou sensorial é composta pela 
retina. A retina pode ser dividida em cega, mais anterior, 
e neural que ocupa quase toda sua extensão, e é 
responsável pela transdução. A parte cega é denominada 
assim pois não possui fotorreceptores. O ponto de 
transição entre retina cega e neural é chamado de ora 
serrata. Na retina neural encontramos a fóvea, uma 
depressão na retina circundada pela mácula, que possui a 
maior acuidade visual de todo o olho. Na fóvea 
predominam os cones, e no resto da retina predominam 
os bastonetes. 
A retina cega reveste o corpo ciliar, processos ciliares e a 
região posterior da íris. O ponto cego é no local da retina 
que encontramos o nervo optico, ou seja, onde saem os 
axônios para sua formação. Esse local, assim como a retina 
cega, não possui fotorreceptores. A retina é formada por 
neurônios, células da glia, e células epiteliais. Mais 
especificamente, pelos neurônios sensoriais, 
interneurônios e neurônios eferentes. 
 
O humor vítreo, interno à retina, da a forma ao globo 
ocular, além de manter a retina na sua devida posição, ou 
seja, também mantem os fotorreceptores conectados 
com o epitélio. Diferentemente do humor aquoso, ele não 
é constantemente produzido e absorvido, é apenas 
mantido pelos hialócitos. Externamente à retina 
encontramos o coróide. 
 
A retina possui as seguintes camadas: 
1. Epitélio pigmentar da retina 
2. Segmentos externos dos cones e bastonetes 
3. Membrana limitante externa 
4. Nuclear externa (núcleos dos fotorreceptores) 
5. Plexiforme externa (sinapse envolvendo 
fotorreceptores, células bipolares…) 
6. Nuclear interna (núcleos das células de Muller, 
bipolares, amácrinas e horizontais) 
7. Plexiforme interna (sinapses) 
8. Ganglionar 
9. Fibras do nervo óptico 
10. Membrana limitante interna 
Entre as camadas 1 e 2 é onde ocorre a transdução. 
O olho também pode ser divido em câmaras: anterior 
(atrás da córnea a frente da íris), posterior (atrás da íris e 
a frente dos processos ciliares) e vítrea. As câmaras 
posterior e anterior são preenchidas por humor aquoso, e 
a câmara vítrea é preenchida por humor vítreo. O 
cristalino é uma estrutura a parte, que se conecta com os 
processos ciliares através dos ligamentos suspensores. 
 
 
5. morfogênese da medula espinhal e meninges 
Na região mais caudal ao embrião, encontra-se a linha 
primitiva e o nó primitivo, região mais dilatada da linha. A 
gastrulação, formação do mesoderma, ocorre na região 
posterior. O mesoderma surge na região posterior e migra 
para a região mais anterior. Essa região anterior irá sofrer 
uma alteração, formando-se os somitos e tendo inicio a 
neurulação. 
 
Nessa imagem pode-se visualizar o processo de 
neurulação ocorrendoem um corte histológico. As células 
mais separadas umas das outras são do mesoderma, e as 
muito próximas são um epitélio cilíndrico simples. O sulco 
neural surge, pois, a placa neural se eleva, formando uma 
depressão, que é o próprio sulco. Por fim, o sulco se fecha. 
E assim, tem-se o tubo neural (azul escuro), e ectoderma 
de superfície (azul claro). A neurulação primaria é a 
formação do tubo neural a partir da placa neural, já a 
neurulação secundaria ocorre com um mecanismo 
diferente, na região caudal. Algumas células da crista 
neural migram, e contribuem para a formação de diversas 
estruturas, como a coroide no olho e o tímpano na orelha. 
 
O tubo neural, como mostrado na imagem, possui 3 
dilatações, ou vesículas. A primeira dilatação, anterior, é o 
prosencéfalo, a segunda é o mesencéfalo, a ultima, mais 
posterior, é o rombencéfalo. Esse processo de formação 
das vesículas ocorre na 3 semana. 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
 
O prosencéfalo cresce, e se separa em duas vesículas: 
dará origem ao telencéfalo e ao diencéfalo, em que o 
diencéfalo dará origem ao cálice óptico. Já o mesencéfalo 
não se separa, e o rombencéfalo se separa em 
metencéfalo e mielencéfalo. Cada região dessas contribui 
para a formação de uma estrutura do sistema nervoso. 
Todo esse processo de separação em 5 vesículas ocorre na 
5ª semana. 
 
A medula espinhal vai ser formada no final da 4ª semana, 
e começa a se diferenciar a partir do 4º somito. As 3 
camadas, ependimária presumível, do manto e marginal, 
são formadas de diferentes formas. 
 
A histogênese da medula espinhal é formada a partir de 3 
ondas de diferenciação, mostradas na imagem abaixo. No 
inicio do desenvolvimento, tem-se células neuroepiteliais, 
que sofrem mitose. Assim, a primeira onda de 
diferenciação, que ocorre principalmente na camada 
ventricular, forma neurônios, que vão se posicionar na 
camada do manto, formada de substância cinzenta. Essa 
camada abriga os pericários (corpo celular do neurônio). 
Os axônios crescem para a região periférica, formando a 
camada marginal, formada de substancia branca. Após 
isso, a segunda onda de diferenciação forma a linhagem 
de células que darão origem as células da glia, os 
gliobastos. Por fim, na terceira onda, as células 
ependimárias são formadas. 
 
Resumindo, a primeira onda de diferenciação forma 
neurônios, a segunda onda forma células da glia e a 
terceira onda forma as células ependimárias. 
 
Na imagem podemos perceber a camada do manto, em 
colorido, e a camada marginal, em branco. Nas regiões 
coloridas, encontram-se agrupamentos de neurônios, que 
são chamados de placas. Na região azul, tem-se a placa 
alar, na região dorsal, e na região vermelha, a placa basal, 
na região ventral. As duas posteriormente geram funções 
diferentes, já que nas placas basais encontram-se os 
neurônios motores, e nas alares os neurônios sensoriais. A 
placa do teto e a placa do assoalho são importantes 
regiões de passagem de projeções axonais. Apesar de 
todas se chamarem placas, na basal e alar encontram-se 
corpos celulares, e na do teto e do assoalho, projeções 
axonais. Resumindo, as placas ventrais possuem funções 
motoras, e as dorsais possuem funções sensoriais. 
 
Sobre o desenvolvimento dos gânglios espinhais, ele faz 
parte do sistema nervoso periférico, logo sua origem é de 
células da crista neural. Essas células se diferenciam em 
neurônios periféricos, sejam eles motores ou sensoriais. 
 
As meninges pia mater e aracnoide, se originam da crista 
neural, já a dura mater se origina do mesoderma. Quando 
o embrião está com cerca de 8 semanas, as meninges 
recobrem ate a altura de todas as vertebras. Com o passar 
do tempo, o esqueleto cresce, e a dura mater acompanha 
esse crescimento, mas a medula para de se alongar. Com 
isso, a medula vai ate cerca da altura da L1, e o filamento 
terminal terá só a dura mater. Resumindo, a coluna 
vertebral e a dura continuam crescendo conforme o 
embrião se desenvolve, mas a medula se limita ate L1. 
 
 
6. histologia da medula espinhal e meninges 
A medula espinhal tem cerca de 45 centímetros, e 
estende-se por todo o comprimento da coluna vertebral 
do feto, mas no adulto, termina no nível da borda inferior 
da primeira vertebra lombar (L1). A partir do cone 
terminal, um prolongamento das meninges fixa a medula 
na parte posterior da 1ª vertebra coccígea. 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
 
A medula espinhal pode ser dividida em diferentes 
segmentos medulares, assim como a coluna vertebral. São 
8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 
coccígeo, assim como as vertebras. De cada segmento 
medular, partem nervos. Os nervos (substancia branca no 
SNC) são acúmulos de axônios, e os gânglios (substância 
cinzenta NO SNC) são acúmulos de corpos de neurônios 
no sistema nervoso periférico. 
 
A substancia cinzenta fica interna, e substancia branca fica 
externa, no caso da medula espinhal. Essa organização 
esta diretamente relacionada com a projeção dos nervos, 
já que eles se projetam para a periferia, por isso faz mais 
sentido a substância branca estar mais externa. Saindo da 
substancia cinzenta, dos dois cornos, as projeções mais 
finas são chamadas de radículas nervosas. Essas radículas 
se agrupam e formam uma raiz nervosa, tanto anterior 
quanto posterior. As duas raízes, posterior e anterior, se 
fusionam e dão origem a um nervo. A principal diferença 
entre as raízes dorsais (posterior) e ventrais (anteriores), é 
que a primeira é sensitiva e aferente, e a segunda é 
motora e eferente. O nervo então, que se une com as 
raízes dorsais e ventrais, é considerado misto, já que 
possui tanto fibras aferentes e sensitivas, quanto fibras 
eferentes e motoras. 
 
Durante o prolongamento da medula, podem se encontrar 
duas intumescências, cervical (C4, C5, C6, C7, C8, T1) e 
lombar (L1, L2, L3, L4, L5, S1, S2 e S3), que estão 
relacionadas respectivamente a formação do plexo 
braquial e lombossacral. Nessas regiões, a inervação é 
maior gerando essa dilatação, já que está relacionada a 
inervação dos membros. 
 
O corno dorsal da coluna está relacionado a informação 
sensitiva, ou seja, as aferências, e no corno ventral a 
informação motora, ou seja, as eferências. Os neurônios 
mais importantes da região dorsal, relacionados a 
atividade sensitiva, não ficam no corno dorsal, mas sim no 
gânglio da raiz dorsal. Como exemplo, o dendrito desse 
neurônio está relacionado com o Corpúsculo de Pacini. A 
informação sensitiva será levada, por esse dendrito, até o 
corpo celular, no gânglio, e depois ate a medula espinhal 
pelo axônio, para levar a informação para o SNC. Por isso, 
esse neurônio é pseudounipolar. 
 
 
Na região ventral, como mostra a imagem, pode-se 
observar uma separação na substancia branca, a fissura 
mediana anterior. Já na parte posterior, observa-se 
apenas um sulco mediano posterior. Além disso, o corno 
ventral possui um formato mais triangular, enquanto o 
ventral é mais achatado. Unindo as duas substancias 
cinzentas, tem-se a comissura cinzenta, em que no meio 
existe um buraquinho, o canal central da medula. As 
células que revestem esse canal são as ependimárias, da 
glia, por isso ele pode ser chamado de canal ependimário. 
É importante ressaltar que a substancia branca é mais 
pronunciada em níveis mais altos da medula. Em 
compensação, a substancia cinzenta é maior na parte 
cervical e lombar, devido aos plexos braquial e 
lombossacral. 
 
Na imagem histológica, a fissura mediana anterior está 
bem evidenciada, e as estruturas escuras presentes no 
corno anterior são os corpos dos neurônios do neurônio 
motor. 
 
 
Já nessa imagem, pode-se perceber o canal medular, 
revestido pelas células ependimarias. Essas células podem 
possuir epitélio cubico simples ou cilíndrico, mas na 
imagem é cúbico. Na região apical, essas células 
apresentam microvilosidades e cílios, e essas 
especializações tem como função aumentar a área de 
superfície para reabsorção do liquor, emovimentação 
dele, respectivamente. 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
Da parte externa mais a mais interna, temos as meninges 
dura mater, aracnoide e pia mater. Todas elas são 
membranas conjuntivas, mas a dura é formada por 
conjuntivo denso, e as outras duas são formadas por 
tecido conjuntivo frouxo. 
 
A pia mater envolve toda a medula, as radículas e as raízes, 
e forma um ligamento dentado. Esse ligamento é uma 
projeção da pia mater na região entre raiz dorsal e ventral 
da medula, e ele ajuda na manutenção da posição da 
mesma. 
 
A maior parte da aracnoide está conectada a dura mater, 
e a partir dessa estrutura são projetadas algumas 
trabéculas em direção a pia mater. Essa projeção também 
possui conjuntivo frouxo, e fazem com que fique om 
aspecto de “aranha”, dai o nome. No espaço 
subaracnóideo, o liquor circula livremente. 
 
A dura mater, no encéfalo, esta diretamente ligada ao osso 
do crânio, tanto é que compõe o periósteo dos ossos do 
crânio. Na medula, ela não está diretamente ligada ao 
tecido ósseo, já que nessa região existe uma separação 
preenchida por tecido adiposo, chamado de gordura 
extradural. As meninges, principalmente a dura mater, se 
projetam inferiormente para formar o filamento terminal, 
e superiormente elas mesmas se fixam no forame magno. 
 
7. morfogênese do encéfalo e cerebelo 
 
A neurulação, na 3ª semana, ocorre na parte anterior do 
embrião, em que há formação do tubo neural a partir da 
placa neural (espessamento do ectoderma que 
convergem para linha media). Ocorre formação do cilindro 
que inicialmente tem duas aberturas (neuroporo anterior 
e posterior) que se fecham e forma cilindro oco, que tem 
lúmen. 
 
Assim como já dito antes, essas três dilatações são 
visualizadas na 3ª semana, e a parte inferior dará origem a 
medula espinal. 
O prosencéfalo se divide em: 
® Telencéfalo – responsável pelos hemisférios 
cerebrais 
® Diencéfalo – retina neural e pigmentar. 
O Mesencéfalo não se divide, e forma aqueduto cerebral, 
e principalmente o cerebelo. 
O Rombencéfalo se divide em: 
® Metencéfalo - diferencia em ponte 
® Mielencéfalo - diferencia em bulbo (funções 
autônomas, neurovegetativas) 
 
Os dobramentos (flexura) cefalocaudais que ocorrem a 
partir da 4ª semana, acontecem por conta da taxa de 
proliferação celular, e na região do tubo neural tem-se 3: 
1. Flexura mesencefálica (permanente) – as células da 
região ventral estão proliferando numa taxa menor e as 
células dorsais proliferam numa taxa maior, teto cresce 
mais que assoalho, logo, tem a flexura mesencefálica. 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
2. Flexura cervical – dobramento e ocorre porque as 
células dorsais proliferam mais que a da região ventral, do 
assoalho (altura final do rombencéfalo). 
3. Flexura pontina (oposta à ponte) – região do assoalho 
tem maior proliferação que o teto. 
 
Telencéfalo cresce e cobre estruturas mais caudais, o 
Diencéfalo, uma parte da ponte e o Mesencéfalo. Durante 
3º mês o telencéfalo é liso, conforme desenvolve e 
prolifera irá apresentar sulcos e giros, que apresenta 
maior número de neurônios em um menor volume. 
 
© Encéfalo 
 
Encéfalo pode se separado em: tronco encefálico 
(mesencéfalo, ponte e mielencéfalo) e centros superiores 
(cerebelo e prosencéfalo), com base na embriologia. 
As células neuroepiteliais em contato com lúmen e pia-
máter, dependendo da fase a posição dos corpos 
neuronais muda. Quando chega na ventricular prolifera. 
Fazem a primeira proliferação, na 1ª onda, em que 
formam a zona do manto (neurônios) e emitem as 
projeções para camada mais externa, a zona marginal 
(axônios). 
Quando outras células neuroepiteliais forem se dividir de 
novo, temos a 2ª onda, que forma as células da Glia 
(exceto Ependimárias). 
 A 3ª onda forma epitélio de revestimento interno com 
microvilosidades e cílios, e a célula ependimária. 
A zona do manto tem agrupamento de neurônios da placa 
alar (dorsal, função sensorial) e placa basal (está na base, 
função motora). 
 
 
© Tronco encefálico 
 
As células da placa alar vão migrar para diferentes regiões. 
Essa migração estabelece núcleos (aglomeração de soma 
no SNC), e assim diferentes núcleos são formados. 
 
A placa alar, com a migração, passa a ser chamada de 
coluna (agrupamento de corpos) e com desenvolvimento, 
essa coluna se separa e forma núcleos. Na figura acima 
tem-se 3 colunas motoras e 3 a 4 sensoriais. 
 
© Cerebelo 
 
A substância branca do cerebelo é envolvida pelo córtex 
cerebelar. Esse córtex se divide em três camadas: camada 
molecular (superficial), camada de purkinje (média) e 
camada granular (interna). 
Ele é formado a partir do teto das placas alares. As células 
vão se proliferando, e formam espessamentos que 
continuam crescendo e irão se projetar em direção ao 4º 
ventrículo. Essa proliferação leva a fusão dessas 
intumescências e produz o primórdio do cerebelo. Vai 
formando as folhas cerebelares. 
Ocorre formação do plexo coroide (importante para 
formação do liquor) através do teto ependimário em 
contato com pia-máter (forma tela coroide) que continua 
se proliferando, forma invaginações e passa a ser 
denominado de plexo coroide. As folhas cerebelares 
crescem muito de tamanho. 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
 
As células se proliferam e formam o manto, e as células da 
camada do manto migram para a marginal. Esses 
neurônios que migram para marginal, são do córtex 
cerebelar. Proliferação forma uma dobra, o lábio rômbico. 
As células do lábio migram e formam a camada 
germinativa externa. 
Essa camada tem células proliferando que vão migar para 
regiões mais profundas, que será a camada germinativa 
interna (com neurônios granulares). Alguns núcleos são 
formados por essas células que migraram para a camada 
mais profunda. 
 
© Prosencéfalo 
 
Tálamo, hipotálamo e epitálamo são originados das placas 
alares, da placa sensorial. O cérebro é integrador e 
coordenador de informações. Na região do prosencéfalo, 
as células das placas alares se desenvolvem e as placas 
basais regridem. 
 
© Telencéfalo 
Nas paredes epiteliais com células neuroepiteliais 
inicialmente há uma comunicação (forame 
intraventricular) e conforme células crescem o forame 
diminui, quando ocorre formação dos ventrículos laterais 
e 3º ventrículo (mais basal). 
 
O Neocórtex dos hemisférios apresenta uma diferente 
histogênese devido a um padrão de migração diferente. A 
substância cinzenta no cérebro fica externamente e na 
medula internamente devido a esses padrões. 
No Neocórtex, os axônios vão para região mais profunda, 
a zona ventricular. Outras células neuroepiteliais vão 
produzir uma 
2ª onda de migração para pré placa e vão se separar 
criando a placa cortical. (porção superficial e outra porção 
subplaca profunda). 
A migração dos neurônios é baseada nas células da glia 
radial, pois usam a glia como se fosse um trilho e chegam 
na placa cortical que terão células se proliferando. 
Formação das 6 camadas ocorre da seguinte maneira: 
num primeiro momento, tem-se neurônios da placa 
cortical migrando para as mais profundas (V e VI). As 
células da zona ventricular migrando para as mais 
superficiais (camada IV, V, III), e a camada I vem da zona 
marginal na formação da pré placa. Existem diferentes 
neurônios piramidais nas camadas. 
 
 
8. histologia do cerebelo 
 
É o componente mais caudal do encéfalo (posterior ao 
tronco encefálico), e está inferior ao lobo occipital. Se 
deriva do rombencéfalo, e forma o teto do 4º ventrículo. 
Ventral ao cerebelo está o teto do IV ventrículo e depois a 
ponte, e ele está ligado ao bulbo, ponte e mesencéfalo 
pelos pedúnculos cerebrais – inferior (bulbo), médio 
(ponte) e superior (mesencéfalo). 
Sua função é de controle da coordenação motora, 
equilíbrio e tônus muscular. 
 
 
© Divisão anatômica 
É formado por 2 hemisférios, e em sua linha média, existe 
uma área chamada vérmis, que divide os 
hemisférios. Apresenta várias faixas que são delimitadas 
por fissurasmais profundas e mais rasas que permitem 
perceber as folhas cerebelares (cada faixa entre as 
fissuras). As fissuras mais profundas geram os lobos 
cerebelares – anterior e posterior – delimitados pela 
fissura primária. Existe ainda o flóculo-nodular que ficam 
entre os dois mais inferiormente. 
 
A substância cinzenta do cerebelo ocupa a periferia, 
chamada de córtex cerebelar. O eixo central é de 
substância branca, e na profundidade do cerebelo, 
especificamente na substância branca, existem núcleos 
aglomerados de somas na substância branca. Existem 4 
pares de núcleos cerebelares que possuem conexões 
importantes com o córtex do cerebelo e outros núcleos. 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
Os núcleos profundos são: fastigial (1 par), globoso (2 
pares), emboliforme (1 par) e denteado/dentado (1 par), 
que vai de mais medial para lateral. 
 
Globoso e emboliforme podem ser chamados juntos de 
núcleo interposto ou interpósito. O cerebelo, como faz 
parte do SNC, é revestido pelas membranas conjuntivas 
(meninges), e em algumas imagens é possível ver a pia-
máter. Substância cinzenta do cerebelo possui áreas 
diferenciadas, e é dividida em camadas com tipos 
neuronais diferentes: 
 
1. Camada molecular: composta por células estreladas e 
em cesto, está localizada mais superficialmente no órgão. 
Contém poucos neurônios, mas é rica em fibras nervosas 
amielínicas. Além disso, possui oligodendrócitos em pouca 
quantidade, astrócitos protoplasmáticos e células 
estreladas e em cesto. 
2. Camada de células de Purkinje: é a camada média do 
cerebelo. É constituída por células muito grandes e 
distribuídas em uma única camada bastante fina. 
Enquanto o corpo do neurônio vai ficar na camada, os 
dendritos ramificados estão voltados para a molecular e o 
axônio calibroso atravessa a granulosa e vai para a 
substância branca. Os axônios mielínicos e as células da 
glia é por onde saem todas as eferências que vão formar o 
cerebelo. O Corpúsculo de Nissl faz síntese de proteínas 
no seu citoplasma. 
3. Camada granulosa: é a camada mais interna do 
cerebelo. É onde estão localizados os menores neurônios 
do corpo humano, chamados de célula granulosa, que 
possui axônios que ascendem até a camada molecular, se 
bifurcam e formam as fibras paralelas na camada 
molecular. 
 
Na primeira e últimas camadas existem neurônios que se 
misturam com outras células e não é possível discriminar 
muito bem, essas células são: 
® Célula eferente: sai do córtex, vai pra substância 
branca e chega nos núcleos profundos 
® Fibras musgosas: conjunto de axônios aferentes 
(que chegam no córtex) provenientes de: 
neurônios vestibulares ou da medula espinal ou 
de neurônios dos núcleos da ponte 
® Fibras trepadeiras: provenientes dos núcleos 
olivares inferiores (bulbo) e se enroscam nos 
dendritos das células de Purkinje 
® Células de purkinje: associadas a aferência (fibras 
trepadeiras/dendritos) e eferência (axônio se 
projeta em direção a substância branca) 
® Neuropilo: conjunto de dendritos e axônios de 
diversas células compondo a trama da camada 
granulosa e molecular 
 
© Circuito cerebelar 
 
O axônio de Purkinje se projeta para um núcleo profundo, 
podendo ser em qualquer região. Todas as informações 
que chegam ao córtex via fibras musgosas e trepadeiras, 
emitem colaterais para o núcleo profundo e depois 
encontram suas células. Na região desses núcleos 
profundos, a eferência se dá como uma somação de todas 
essas informações. Neurônio do núcleo profundo 
(eferência cerebelar); Purkinje, em cesto e Golgi liberam 
GABA que são inibitórios (a única célula excitatória é a 
granulosa). 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
© Classificação do cerebelo 
1. Divisão anatômica vertical do cerebelo: área 
mediana/vérmis, ao lado do vérmis é chamada de zona 
intermediária ou paravérmis, e lateral ao paravérmis, tem-
se o hemisfério lateral ou zona lateral, que não envolve o 
lobo floculo-nodular 
 
2. Divisão filogenética e classificação: neocerebelo, 
arquicerebelo e paleocerebelo 
3. Divisão funcional do cerebelo: 
® Vestibulocerebelo – equilíbrio postural e 
movimentos oculares 
® Espinocerebelo – regulação do tônus muscular e 
coordenação motora 
® Cerebrocerebelo – coordenação motora, força, 
planejamento do movimento e coordenação dos 
movimentos voluntários 
 
 
9. histologia do cérebro 
O hemisfério central é derivado do telencéfalo. A camada 
externa, composta de substância cinzenta, forma giros e 
sulcos, que servem para aumentar a área dessa substância 
cinzenta. Já a camada interna é composta por substância 
branca, que consiste de fibras aferentes e eferentes. Além 
dessas camadas, ainda existem os núcleos de 
profundidade. 
 
O que mantem os dois hemisférios unidos é a comissura 
do corpo caloso, e eles são separados pela fissura 
longitudinal do cérebro. Comissuras são constituídas por 
axônios de neurônios corticais de um hemisfério indo para 
os contralaterais. Hemisfério é dividido em lobos – frontal, 
parietal, temporal, occipital e insula – e os sulcos indicam 
divisões entre os lobos. Dentro de cada lobo existem áreas 
vinculadas a funções específicas não anatomicamente 
delimitadas; córtex visual, auditivo, área da linguagem e 
etc. 
 
© Neurônios do cérebro 
® Piramidais 
Recebem este nome pela forma do corpo do neurônio, 
conforme o tamanho (pequeno, médio ou grande ou 
gigante). Dendritos saem dos vértices e o axônio sai da 
base em direção descendente e, ganha a substância 
branca como fibra eferente do córtex. 
® Não piramidais 
1. Células granulares: possuem dendritos que se ramificam 
perto do corpo celular e um axônio curto que pode fazer 
sinapse com células de camadas vizinhas. É o principal 
interneurônio cortical. 
2. Células fusiformes: possuem axônio descendente que 
penetra na substância branca. 
 
A cápsula interna consiste em uma grande concentração 
de fibras aferentes e eferentes que não entram contato 
com os núcleos, mas diretamente com o córtex (ficam 
muito compactadas). Quando lesionada, essa cápsula 
pode gerar muitos 
problemas de eferência e aferência. 
 
Existem fibras que conectam giros, lobos, hemisférios e 
que se projetam para áreas sub-corticais: fibras intra-
hemisféricas (em um mesmo hemisfério) ou inter-
hemisféricas (entre hemisférios). 
 
© Organização filogenética 
1. NEOCÓRTEX: 95% das áreas cerebrais: também 
conhecido como isocórtex, regiões onde tem-se 6 
camadas de células. Essas camadas são: 
 
® Camada molecular: mais superficial, contém 
poucos corpos de neurônios, muitos dendritos e 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
fibras horizontais. Neurônio mais abundante (de 
Cajal) de axônio curto 
® Camada granular externa: possui neurônios 
piramidais muito pequenos que estabelecem 
conexões intracorticais 
® Camada piramidal externa: possui neurônios 
piramidais médios que dão origem as fibras de 
associação e comissurais 
® Camada granular interna: camada receptora do 
córtex, possui células com dendritos ramificados 
e axônios curtos, e é o local onde terminam fibras 
afrentes provenientes de núcleos talâmicos 
específicos 
® Camada piramidal interna: local de origem de 
fibras de projeção para alvos extracorticais como 
núcleos de base, o tálamo, o tronco encefálico e 
a medula espinhal. Camada bem desenvolvida no 
córtex motor primário, possuem neurônios 
piramidais gigantes 
® Camada polimórfica: possuem vários tipos de 
neurônios de associação ou projeção 
2. ARQUI E PALEOCÓRTEX: 5% das áreas cerebrais, 
possuem de 3 a 4 camadas de córtex (molecular, piramidal 
e polimórfica) também conhecida como alocórtex. 
Hipocampo e outras partes do lobo temporal mantém 
associação com o sistema olfatório. Possui papel 
importante no comportamento e memória. Junto com 
outras partes do córtex e alguns núcleos corticais, 
constituem o sistema límbico. 
 
No cérebro, a quantidade de camadas na maioria é a 
mesma, porém a densidade das camadas é diferente 
dependendo da funcionalidade da área.© Meninges 
Todo o SNC é envolvido pelas meninges dura-máter, 
aracnoide e pia-máter. 
 
A aracnoide possui uma parte membranosa de onde 
partem trabéculas que contatam a pia-máter. A pia e a 
dura-máter são vascularizadas, mas a aracnoide não 
possui vasos sanguíneos no seu tecido conjuntivo. Na 
região do cérebro, a dura-máter tem 2 folhetos, o 
meníngeo e a perióstica (mais externa). Pia-máter adentra 
o tecido nervoso junto com os vasos, já que é a camada 
mais interna. Os espaços encontrados entre as meninges 
são: 
 
1. Subaracnóideo: entre as trabéculas da aracnóide, onde 
existem vasos sanguíneos e onde circula o líquor 
2. Epidural: entre a dura-máter e osso 
3. Subdural: entre a dura-máter e a aracnóide 
 
A barreia plioglial na superfície do cérebro, é constituída 
por prolongamentos de astrócitos que ficam na periferia 
do tecido nervoso, e se unem por junções de oclusão. 
Esses astrócitos também estão induzindo a formação da 
barreira hematoencefálica. 
 
© Líquor 
O líquor, ou líquido cefalorraquidiano (LCR), é a substância 
que circula nos ventrículos (cavidades) e no espaço 
subaracnóideo, entre a meninge aracnóide e a meninge 
pia-máter, sendo responsável pela proteção mecânico-
físico (amortecedor) do encéfalo e da medula espinhal. 
Ele é produzido nos plexos coroides no assoalho dos 
ventrículos laterais, no teto do terceiro ventrículo e no 
teto do quarto ventrículo. Existe uma área próxima aos 
ventrículos com forames que permitem que o líquor caia 
no espaço subaracnóideo indo em direção ao córtex e a 
medula espinal. 
 
Além disso, o líquor é reabsorvido no seio sagital superior 
(vasos venosos) localizado na dura-máter. Se ocorre algum 
desequilíbrio, como tumores, isso pode afetar a 
funcionalidade dos ventrículos, o que pode causar 
obstruções que problematizam a produção e reabsorção 
do líquor. 
 
 
Através das aberturas medianas e laterais do IV ventrículo, 
o liquor passa para o espaço subaracnóideo, sendo 
reabsorvido principalmente pelas granulações 
aracnóideas que se projetam para o interior da dura-
máter. Como essas granulações predominam no eixo 
sagital superior, a circulação do liquor se faz de baixo para 
cima, devendo atravessar o espaço entre a incisura da 
tenda e o mesencéfalo. No espaço subaracnóideo da 
medula, o liquor desce em direção caudal, mas apenas 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
uma parte volta, pois, a reabsorção liquórica ocorre nas 
pequenas granulações aracnoideas existentes nos 
prolongamentos da dura-máter que acompanham as 
raízes dos nervos espinhais. 
 
Em alguns pontos da aracnoide, formam-se pequenos 
tufos que penetram no interior dos seios da dura-máter, 
constituindo as granulações aracnoideas, mais 
abundantes no seio sagital superior. As granulações 
aracnoideas levam pequenos prolongamentos do espaço 
subaracnóideo, nos quais o liquor está separado do 
sangue apenas pelo endotélio do seio e uma delgada 
camada de aracnoide. São estruturas adaptadas à 
absorção do liquor, que neste ponto, vai para o sangue.

Continue navegando

Outros materiais