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Resumo: criação e expansão do Império Muçulmano

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CRIAÇÃO E EXPANSÃO DO IMPÉRIO ÁRABE
Entre a segunda metade do século VII e meados do VIII, os árabes montaram um império que se estendia de províncias da China aos Pirineus. A velocidade das conquistas foi tão rápida, que até hoje nos surpreendem. Expressões como “milagre árabe”, “gigantesca razia” ou “magia islâmica” foram usadas para descrever essa expansão. Logo após a morte de Maomé, seus sucessores, chamados Califas Perfeitos (632-660), após pacificarem a Arábia iniciam os avanços do Islã. Logo a palavra do Profeta chegava à Síria, Pérsia, Palestina e Egito. O caráter mais pastoral dos califas é substituído por uma monarquia árabe. A dinastia Omíada (660-750) confere ao poder uma característica mais política. A capital do império é instalada na cidade de Damasco, na Síria. Completa-se a ocupação da Palestina e da Pérsia. No Oriente, o Islã progride sobre o Turquestão e o vale do rio Indo; para o Ocidente, é a vez do norte da África e da península ibérica. 
Uma revolução depõe a dinastia das grandes conquistas. Os novos donos do poder, os Abássiadas (750-1258), transferem a capital para Bagdá e perseguem os remanescentes da dinastia anterior. Antes de seu desembarque, alguns acordos, emissões monetárias e expedições de reconhecimento atestam a intenção de prosseguir, a partir do norte da África, a expansão ocidental. Assim, não devemos entender a invasão do reino visigótico da Hispânia como um fato acidental, mas inseri-la como uma etapa no contexto mais amplo do “milagre árabe”.
POR QUE OS ÁRABES TOMARAM PARTE DO REINO VISIGODO NA PENÍNSULA? 
Existia um avançado estado de decomposição das estruturas dos reinos visigóticos naquela região. Havia monarquia eletiva que embora enfraquecida era disputada freneticamente pela aristocracia do reino, em virtude dos benefícios patrimoniais que dela se poderiam auferir. Uma sociedade cada vez mais bipolarizada com a contínua ampliação do fosso entre poderosos e humildes. Estes últimos, sofrendo uma dominação demasiadamente opressiva, não hesitaram em prestar colaboração aos invasores, diante da possibilidade de um regime mais brando. Diversas pragas afetam os campos; a moeda se desvalorizou e o comércio externo declinou rapidamente. Em meio ao clima de arbitrariedades e impotências da Hispânia visigótica, a morte do rei Vitiza em 710 acelera os acontecimentos. Seus herdeiros eram menores de idade, o que possibilitou a eleição de Rodrigo como novo rei. Esta eleição provocou dissidências na já dividida aristocracia goda.
Os partidários dos filhos de Vitiza, em clima de guerra civil, recorrem ao auxílio dos muçulmanos. Solidamente instalados no norte do Marrocos, os muçulmanos respondem favoravelmente. O governador Musa envia em seu lugar-tenente Tarik e algumas tropas, na maioria berberes. Em julho de 711, Tarik impõe decisiva derrota às tropas do rei Rodrigo. Logo Córdova foi conquistada. Em seguida, Toledo, a capital dos reis visigodos. As facilidades da empresa levaram os muçulmanos a transformar a expedição de auxílio em invasão organizada. Em 712, Musa desembarcou na Península com novos contingentes de árabes e berberes. Em 716, concluía-se de forma oficial a tomada de posse da Península pelos muçulmanos.
Os muçulmanos souberam explorar habilmente a situação do reino visigótico, estabelecendo acordos, aceitando condições vantajosas, aplicando fórmulas já testadas em suas conquistas anteriores. A situação dos dominados passou a variar conforme o tipo de submissão que haviam sofrido, ou seja, se haviam resistido ou não. Tarik reinterpreta seu acordo com os vitizianos: concede extenso patrimônio territorial em troca da abdicação de suas pretensões ao trono.
O avançado estado de decomposição do reino cristão possibilitou a efetivação de diversos acordos de capitulações isoladas, entre os invasores e a aristocracia semi-independente. A expectativa de melhoras das condições de vida incentivou a desafeição dos humildes para com a aristocracia visigótica. O certo é que se pode concluir que a “Hispânia não foi conquistada pelos muçulmanos, mas capitulou”.
Uma parcela da aristocracia goda retira-se para as regiões montanhosas do norte peninsular, de onde pretendem continuar a resistência.

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