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FERNANDA CAUS PRADO FERNANDA CAUS PRADO FEUDALISMO O feudalismo foi um sistema socioeconômico dominante na Idade Média. É derivado de feudo: área de direito do senhor sobre as pessoas, coisas e terras. O feudalismo ocorre entre o século V e XV, após a queda do Império Romano e a crise do escravismo. Podemos formular sua periodização da seguinte maneira: dentre o século III e VIII ocorre a formação do feudalismo, com as primeiras invasões bárbaras; entre os séculos VIII e XI se dá o apogeu do sistema feudal; a partir do século XI até o século XV verifica-se a decadência do feudalismo. Com a crise econômica e as invasões bárbaras, muitos dos grandes senhores romanos participaram de um êxodo urbano, deixando as cidades para trás e indo morar em suas propriedades no campo. Esses centros rurais deram origem aos feudos medievais. A partir disso, romanos com menos condições financeiras buscaram trabalho e proteção nas terras desses grandes senhores. Para poderem usar da terra, deveriam entregar ao proprietário parte do que produziam: isso se chamava colonato. O abandono da condição escravista deu espaço a condição servil: o regime de servidão. No sistema feudal, o rei concedia terras a grandes senhores. Estes, por sua vez, davam terras a outros senhores menos poderosos, chamados cavaleiros, que, em troca lutavam a seu favor. Quem concedia a terra era um suserano, e quem a recebia era um vassalo. As relações estabelecidas entre suserano e vassalo eram de obrigações mútuas, através de um juramento de fidelidade. O clero rezaria pela salvação de todos, a nobreza lutaria para proteger o povo, os camponeses alimentariam os demais com seu trabalho. O sistema feudal se origina de uma mistura de instituições tanto do mundo romano como do mundo germânico. A unidade econômica de produção era o feudo. O feudo era dividido em três partes: o manso senhoril, que era a propriedade privada do senhor; o manso servil, correspondia à porção de terra arrendada aos camponeses em lotes denominados Rei Clero Nobreza Servos A sociedade feudal era formada pela aristocracia proprietária de terras (composta pelo alto clero e pela nobreza) e pela massa de camponeses (servos e vilões não proprietários). O clero ocupa papel de extrema relevância na sociedade feudal. A Igreja procurava legitimar o modo de agir da aristocracia, afirmando que Deus tinha distribuído tarefas específicas para cada homem. FERNANDA CAUS PRADO FERNANDA CAUS PRADO tenências; o manso comunal, terras coletivas, pastos e bosques, usados pelo senhor e pelos sevos. A sociedade feudal era denominada estamental, formada por camadas sociais que se diferenciavam pelos privilégios que possuíam. Uma sociedade sem mobilidade social, ou seja, passar de uma classe para outra era praticamente impossível. A sociedade era hierarquizada e uma série de obrigações entre os tratos dos nobres. As relações eram baseadas no costume e variavam de região para região. Weber, por exemplo, estuda as regiões germânicas. Quem concede um grau de unidade a estas regiões é a Igreja romana, a única instituição internacional da época. A burguesia tenta adaptar o mundo aos seus interesses e características. No que lhe concerne, a Igreja detinha de grande poder, não apenas econômico, mas também político e cultural. O imperador do continente, do antigo Império Romano, era o papa. Toda a liturgia do papado é muito romana. Até a primeira metade do século XX, as missas eram rezadas em latim. A primeira parte do período feudal foi caracterizado pela extrema miséria. A economia era realizada pelo sistema de trocas, o escambo. O feudo buscava produzir tudo o que era necessário para a manutenção da comunidade, afinal o comércio era praticamente inexistente, o abastecimento deveria ocorrer de forma interna. As principais atividades econômicas tinham características de subsistência, manutenção das pessoas, como a produção agrícola e a criação de animais. Na Baixa Idade Média, com o fim das invasões e o surgimento de novas técnicas agrícolas, surge o excedente e a possibilidade de comércio. O aumento do comércio impulsionou o desenvolvimento das cidades medievais. Aos poucos, o progresso do comércio e das cidades foi tornando a burguesia mais rica e poderosa, passando a disputar interesses com a nobreza feudal. Além disso, a expansão do comércio também influenciou na mentalidade da população camponesa, contribuindo para desorganizar o feudalismo Ao final do processo de três séculos de crescimento do continente europeu, em torno de séc. XIV, ocorre uma crise ambiental, decorrida do abuso dos recursos. A fase de expansão se finaliza com a pandemia da Peste Negra.
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