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1.1 Importância dos gases do efeito estufa Os gases estufas são responsáveis por não deixar escapar para o espaço o calor necessário para que as condições ótimas de várias formas de vida na terra sejam mantidas. Não permitindo, assim, o resfriamento da superfície terrestre. A maioria dos gases do efeito estufa é emitida naturalmente para a atmosfera e, no passado, essas emissões naturais deram origem ao efeito estufa, proporcionando a vida no planeta. O problema do efeito estufa se inicia quando a atmosfera começa a reter mais calor do que seria o necessário para garantir as condições favoráveis a vida na terra, devido ao aumento das concentrações dos gases estufas na atmosfera. Podemos usar como analogia uma estufa de plantas onde os vidros permitem a entrada da radiação solar, mas retém o calor proveniente da energia solar dentro da estufa, pois as plantas necessitam dessa energia para que se desenvolvam. Analogamente, os gases do efeito estufa permitem que a energia solar penetre na atmosfera e evitando que parte desse calor saia. Não sei se vocês já pararam para pensar porque o interior do carro com os vidros fechados se aquece tão rapidamente? Mas o motivo disso é que o sol emite radiações em todos os comprimentos de onda e maior parte está dentro da faixa da luz visível de 380 a 750 nm, que passa pelo vidro para dentro do carro. Parte dessa energia é absorvida pelos materiais no interior do carro e parte é refletida de volta. Essa energia refletida é a radiação infravermelha de 4 a 40 µm, que por ter um grande comprimento de onda não passa pelo vidro, ficando aprisionada. Analogamente, uma parcela da energia solar que chega a atmosfera terrestre é refletida imediatamente para o espaço, enquanto outra parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície da terra, proporcionando um aquecimento. Uma porção desse calor absorvido é irradiada para o espaço, mas os gases estufas funcionam como uma cortina que vai da superfície da Terra em direção ao espaço, sendo opacos a radiação terrestre que apresentam comprimentos de onda maiores que a energia irradiada pelo sol. Por isso, essa energia absorvida pela terra fica retida. Sem o efeito estufa proporcionado pelos gases estufas a terra seria inóspita. Essa diferença nos comprimentos de onda se deve às diferenças nas temperaturas do Sol e da superfície terrestre. O sol apresenta comprimento de onda menor porque tem maiores temperaturas, logo, maior energia do que a superfície da terra que tem menor temperatura e, por tanto, menor energia. e sabemos que quanto maior a energia menor o comprimento de onda. Podemos mostra isso de forma mais clara a partir de algumas equações. Pela equação do comprimento de onda, sabemos que: V=λ f Mas como a velocidade da luz é uma constante, então: λ = c/f Ou ainda, f = c/λ (Equação I) Assim, percebemos que o comprimento de onda é inversamente proporcional a frequência. Além disso, pela equação de Plank, vemos que a energia do fóton é diretamente proporcional a frequência, com podemos conferir abaixo: E=h f Portanto, usando a equação I teremos E=h c/λ Sendo assim, podemos afirmar que o comprimento de onda é inversamente proporcional a energia do fóton*. *Quando estamos em contato com a luz (qualquer luz do Sol, das estrelas, da lâmpada elétrica etc.) estamos, consequentemente, em contato com as partículas elementares da luz, os fótons. 1.2 Principais gases estufa: Tabela I: Gases causadores do efeito estufa e o valor correspondente para o Potencial de Aquecimento Global Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Na tabela I, são apresentados os principais gases causadores do efeito estufa. Para compará- los foi utilizado o Potencial de Aquecimento Global (Global Warming Potential – GWP) que expressa a quantitativamente a contribuição de um determinado gás para o efeito estufa. Serve como fator de ponderação, para alcançar uma unidade comum para todos os gases (o equivalente de dióxido de carbono) e, assim, poder compará-los quanto a contribuição com o efeito estufa. Dessa forma a tabela I mostra que os gases do efeito estufa não absorvem igualmente o calor. Uma molécula de metano, por exemplo, absorve 21 vezes mais calor do que uma molécula de gás carbônico. Nesse caso, devemos entender calor como raio infravermelho que é o que a radiação da terrestre. Já o óxido nitroso, por sua vez, absorve com uma eficiência 310 vezes maior a radiação infravermelha e é proveniente dos processos naturais devido às atividades biológicas no solo e nos oceanos. Entretanto, a manipulação do solo pelo homem, principalmente devido o uso de fertilizantes vem aumentando a emissão desse gás para a atmosfera. Nesse mesmo viés, podemos observar também pela tabela acima, o gás carbônico não é o único gás capaz de impedir que a radiação infravermelha emitida da Terra escape, mas está presente na atmosfera em maiores concentrações e vem aumentando rapidamente há algumas décadas. Isso porque: 1. É comum na maior parte das combustões 2. No desmatamento o gás carbônico que foi retirado da atmosfera pela planta, principalmente durante seu crescimento, é emitido em minutos 3. Pode ser emitido no processo de respiração e por atividade vulcânica 4. Estabilidade química do CO2 faz com que ele possa permanecer em média de um a quatro anos na atmosfera tempo suficiente para se espalhar globalmente formando ale semelhante a uma camada envolvente do planeta (pois é inerte as reações de oxidação da atmosfera) 1.3 Consequências do aumento dos gases estufa A previsão é que, em um futuro próximo, o mesmo efeito estufa que proporciona a vida no planeta nos leve a condições não ideias de vida. Isso graças ao ritmo acelerado de industrialização, o crescimento demográfico, o número de animais criados para alimentação, a decomposição de dejetos orgânicos em águas poluídas, dentre outros fatores que aumentam a concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera o que causa um aumento gradativo da temperatura terrestre. Essas ações antrópicas sem nenhuma medida efetiva de remediação dos danos causados implica em alguns eventos catastróficos como: 1. Aumento da temperatura global 2. Diminuição da capacidade dos oceanos de dissolver gás carbônico 3. O gelo das regiões polares poderá derreter 4. Inundações de grande parte da costa dos continentes podendo ocorrer até o desaparecimento das cidades litorâneas (como consequência do derretimento dos gelos das regiões polares) 5. Grandes regiões agrícolas poderão se tornar desertos 6. Tempestades violentas poderão ocorrer com mais freqüência por causa das variações climáticas 7. Condições não ideais a sobrevivência no planeta Os oceanos absorvem grande parte do gás carbônico da atmosfera por dois motivos: um porque o gás se dissolve na água e 2/3 do nosso planeta é coberto por água e outro porque as pequenas algas marinhas durante o processo de fotossíntese consomem CO2. Os oceanos podem ser considerados como o grande “consumidor” do CO2 atmosférico. Porém, é possível dissolver maiores quantidades de um gás em águas mais frias. Se a temperatura das águas dos oceanos aumentarem, como conseqüência do efeito estufa, sua capacidade de absorver o CO2 da atmosfera irá diminuir. As florestas também são muito importantes para a absorção de CO2, principalmente quando estão crescendo, pois estas também transformam o CO2 atmosférico em matéria orgânica sólida por meio da fotossíntese, “limpando” a atmosfera. Portanto, um aumento no número de árvores plantadas (e não derrubadas) pode ajudar a diminuir a concentração de CO2 na atmosfera. No processo de queima de florestas, o gás carbônico que estava armazenado durante anos e anos na forma de plantas, é emitido de volta para a atmosfera em minutos. A água tem grande capacidade para armazenar calor, mas não se enquadra nos ‘gases de efeito estufa’ propriamente dito porque a quantidadede água na atmosfera depende dos outros gases. Isto é, quanto maior a temperatura da atmosfera, maior a evaporação da água dos rios, oceanos e de outros reservatórios. Sendo assim, se a concentração dos gases de efeito estufa aumentar devido a ação do homem, o aumento do vapor de água da atmosfera será uma conseqüência disso.
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