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TGD aula 3_2021 1

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Prof. Ms. Lourenço Torres
proflourencotorres@yahoo.com.br
Centro universitário Maurício de Nassau – graças - Recife - PE
TEORIA GERAL DO DIREITO
Dimensões das Normas Jurídicas 
Plano de tópicos
O conceito de validade jurídica.
Aspectos formais.
Aspectos materiais.
O conceito de vigência.
Eficácia como expressão da norma jurídica.
A norma jurídica
“A norma jurídica é a expressão de um dever ser de organização ou de conduta” (Roubier).
“São padrões obrigatórios de conduta e de organização social. Fixam pautas de comportamento interindividual e por elas também o Estado dispõe quanto à sua própria organização” (Betioli).
Uma norma jurídica é “a proposição enunciativa de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória (Reale).
A norma jurídica
Uma norma jurídica é uma proposição.
Proposição é um conjunto de palavras que possuem um significado em sua unidade.
Uma norma jurídica contém um enunciado ou dispositivo.
A forma gramatical e linguística pela qual um determinado significado é expresso.
Quanto a seu aspecto formal a norma jurídica se apresenta como proposição ou dispositivo, grupos de palavras com significado próprio que prescrevem um determinado tipo de comportamento ou organização social, reconhecendo direitos e deveres.
Dimensões da norma jurídica
A norma jurídica tem dimensões a partir de sua validade:
A validade é uma qualidade da norma jurídica. Uma norma é válida, quando faz parte de um ordenamento jurídico.
A validade formal ou vigência
A validade social ou eficácia
A validade ética ou fundamento
O conceito de validade jurídica
A validade formal ou vigência
Vigência é a validade técnico-formal da norma jurídica legal.
Vigência pode significar o período (o período temporal – validade material) durante o qual um lei tem, teve e terá a possibilidade de ser exigida num determinado lugar.
A validade social ou eficácia
A validade ética ou fundamento
A validade formal (legitimidade subjetiva)
As normas jurídicas só tem vigência (validade formal) quando podem ser executadas porque elaboradas com obediência aos requisitos essenciais exigidos.
Emanadas de órgão competente.
União: o Congresso Nacional e o Presidente da República.
Estados e Municípios
Distrito Federal.
Com obediência aos trâmites legais.
São as fases e atos desde a apresentação do projeto até sua publicação.
Sobre matéria de competência do órgão elaborador.
(Segue...)
Atos do processo legislativo e validade formal (legitimidade do procedimento)
Iniciativa
Iniciativa concorrente ou geral (art. 60, I, II, III; art. 61, caput e § 2º, CF).
Iniciativa reservada ou exclusiva (art. 61, § 1º; art. 93 e art. 96, CF).
Iniciativa popular representada à Câmara (art. 61, § 2º, CF).
Discussão
A discussão passa por três etapas: 
pela Comissão de Constituição e Justiça para se verificar a constitucionalidade da proposição, 
por uma ou mais comissões temáticas cujo papel é verificar a conveniência e a oportunidade da lei, e
a discussão em plenário.
Emendas parlamentares
Propostas apresentadas como acessórios das primeiras proposições de um projeto de lei.
Podem ser: supressivas, aglutinativas, substitutivas (substancial e formal), modificativas (não substancial) e aditivas. Há ainda o caso de subemendas de uma Comissão.
Deliberação – Votação
É o ato decisório por meio do qual se aprova ou não o projeto apreciado.
Princípio da colegialidade x voto de liderança.
Sanção e veto
É de competência exclusiva do chefe do Poder Executivo (art. 66, CF)
A sanção pode ser expressa (art. 66, caput, CF) ou tácita (art. 66, § 3º, CF).
O veto é a discordância expressa do Executivo (art. 66, §§ 1º e 2º, CF).
Promulgação e publicação (no Diário Oficial).
É a declaração oficial (comunicação aos destinatários) de que a lei existe, é autêntica e está pronta para ser executada.
É obrigatória cabe ao Presidente da Republica (art. 66, CF), ou ao presidente do Senado (art. 66, § 7º, CF).
A validade material (legitimidade objetiva)
Sobre matéria de competência do órgão elaborador.
Competência exclusiva
É a delimitação de atribuições e ações a um determinado ente ou órgão (art. 21, CF). Não admitem delegação.
Competência privativa
É a atribuição legislativa determinada apenas a um ente federativo (art. 22, CF).
A CF permite que a União delegue aos Estados, por lei complementar, o poder de legislar sobre questões específicas das matérias objeto de sua competência legislativa própria (art. 22, parágrafo único, CF).
Competência comum
É a delimitação de atribuições e ações a vários entes ou órgãos para disporem sobre matérias que exigem um esforço conjunto, simultâneo e paralelo de todas elas (art. 23, CF).
Competência concorrente
são as atribuições legislativas determinadas a todos ou vários entes para tratarem a respeito de um mesmo assunto, mas em níveis distintos; porém, à União cabe elaborar somente normas gerais, que estabelecem diretrizes sobre aquela determinada matéria (art. 24, CF).
Competência suplementar: 
são aquelas em que a CF permite complementação de outras leis. Os Estados Membros podem suplementar as leis federais quando estas se omitem a dispor sobre regras gerais de matérias de competência concorrente. Aos Municípios, por sua vez, a CF prevê a possibilidade de suplementar as leis federais e as estaduais para adequá-las aos seus interesses.
A Eficácia ou validade social
Eficácia é o reconhecimento e a vivência do direito pela sociedade.
É a observância, vivência e aplicabilidade da norma jurídica enquanto conduta humana.
Obs:. Uma norma jurídica pode ser vigente e não ser eficaz.
Tipos de eficácia:
Eficácia espontânea.
Eficácia compulsória.
Eficácia nula.
A Eficácia ou validade social
Eficácia espontânea:
Quando seu reconhecimento e vigência resultam de uma adesão racional deliberada dos obrigados ou de mera intuição de sua conveniência ou oportunidade.
Eficácia compulsória:
Quando seu cumprimento só é logrado de maneira compulsória, ou por comportamento desrespeitoso, ou por contrariarem as tendências e inclinações dominantes numa comunidade.
Obs:. Os tribunais não podem se recusar a aplicar norma vigente, a não ser em casos de efetivo desuso.
Eficácia nula:
Ocorre quando a norma jurídica cai em efetivo desuso, ou seja, quando nunca foi, ou a partir de determinado momento deixou de ser aplicada e vivida.
NOTA: as causas e formas de cessação da validade serão vistas em aula posterior.
A validade ética - O fundamento (justiça)
Fundamento é o valor ou o fim visado pela norma jurídica.
A norma jurídica deve ser um meio para alcançar um valor ou afastar um desvalor no meio social. 
É fundamental para o direito construir uma sociedade livre, justa e solidária (CF, art. 3º, I).
É função do direito garantir o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (CF, art. 5º).
É o valor que “legitima uma norma jurídica.
Norma legal – é a que possui validade formal.
Norma legítima – é a que possui validade ética.
Estrutura tridimensional do Direito
São três os aspectos essenciais da validade do Direito, três os requisitos para que a norma jurídica seja legitimamente obrigatória: o fundamento ético, a vigência e a eficácia social.
A validade integral está simultaneamente: na vigência (obrigatoriedade formal das regras jurídicas), na eficácia (efetiva correspondência dos comportamentos sociais ao seu conteúdo) e no fundamento (valores capazes de legitimar a experiência jurídica).
Assim, há uma correspondência com a teoria tridimensional do Direito de Miguel Reale:
 
	Fato	Eficácia
	Valor	Fundamento
	Norma	Vigência
Prof. Lourenço Torres
proflourencotorres@yahoo.com.br
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