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Prof. Ms. Lourenço Torres proflourencotorres@yahoo.com.br Centro universitário Maurício de Nassau – graças - Recife - PE TEORIA GERAL DO DIREITO Dimensões das Normas Jurídicas Plano de tópicos O conceito de validade jurídica. Aspectos formais. Aspectos materiais. O conceito de vigência. Eficácia como expressão da norma jurídica. A norma jurídica “A norma jurídica é a expressão de um dever ser de organização ou de conduta” (Roubier). “São padrões obrigatórios de conduta e de organização social. Fixam pautas de comportamento interindividual e por elas também o Estado dispõe quanto à sua própria organização” (Betioli). Uma norma jurídica é “a proposição enunciativa de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória (Reale). A norma jurídica Uma norma jurídica é uma proposição. Proposição é um conjunto de palavras que possuem um significado em sua unidade. Uma norma jurídica contém um enunciado ou dispositivo. A forma gramatical e linguística pela qual um determinado significado é expresso. Quanto a seu aspecto formal a norma jurídica se apresenta como proposição ou dispositivo, grupos de palavras com significado próprio que prescrevem um determinado tipo de comportamento ou organização social, reconhecendo direitos e deveres. Dimensões da norma jurídica A norma jurídica tem dimensões a partir de sua validade: A validade é uma qualidade da norma jurídica. Uma norma é válida, quando faz parte de um ordenamento jurídico. A validade formal ou vigência A validade social ou eficácia A validade ética ou fundamento O conceito de validade jurídica A validade formal ou vigência Vigência é a validade técnico-formal da norma jurídica legal. Vigência pode significar o período (o período temporal – validade material) durante o qual um lei tem, teve e terá a possibilidade de ser exigida num determinado lugar. A validade social ou eficácia A validade ética ou fundamento A validade formal (legitimidade subjetiva) As normas jurídicas só tem vigência (validade formal) quando podem ser executadas porque elaboradas com obediência aos requisitos essenciais exigidos. Emanadas de órgão competente. União: o Congresso Nacional e o Presidente da República. Estados e Municípios Distrito Federal. Com obediência aos trâmites legais. São as fases e atos desde a apresentação do projeto até sua publicação. Sobre matéria de competência do órgão elaborador. (Segue...) Atos do processo legislativo e validade formal (legitimidade do procedimento) Iniciativa Iniciativa concorrente ou geral (art. 60, I, II, III; art. 61, caput e § 2º, CF). Iniciativa reservada ou exclusiva (art. 61, § 1º; art. 93 e art. 96, CF). Iniciativa popular representada à Câmara (art. 61, § 2º, CF). Discussão A discussão passa por três etapas: pela Comissão de Constituição e Justiça para se verificar a constitucionalidade da proposição, por uma ou mais comissões temáticas cujo papel é verificar a conveniência e a oportunidade da lei, e a discussão em plenário. Emendas parlamentares Propostas apresentadas como acessórios das primeiras proposições de um projeto de lei. Podem ser: supressivas, aglutinativas, substitutivas (substancial e formal), modificativas (não substancial) e aditivas. Há ainda o caso de subemendas de uma Comissão. Deliberação – Votação É o ato decisório por meio do qual se aprova ou não o projeto apreciado. Princípio da colegialidade x voto de liderança. Sanção e veto É de competência exclusiva do chefe do Poder Executivo (art. 66, CF) A sanção pode ser expressa (art. 66, caput, CF) ou tácita (art. 66, § 3º, CF). O veto é a discordância expressa do Executivo (art. 66, §§ 1º e 2º, CF). Promulgação e publicação (no Diário Oficial). É a declaração oficial (comunicação aos destinatários) de que a lei existe, é autêntica e está pronta para ser executada. É obrigatória cabe ao Presidente da Republica (art. 66, CF), ou ao presidente do Senado (art. 66, § 7º, CF). A validade material (legitimidade objetiva) Sobre matéria de competência do órgão elaborador. Competência exclusiva É a delimitação de atribuições e ações a um determinado ente ou órgão (art. 21, CF). Não admitem delegação. Competência privativa É a atribuição legislativa determinada apenas a um ente federativo (art. 22, CF). A CF permite que a União delegue aos Estados, por lei complementar, o poder de legislar sobre questões específicas das matérias objeto de sua competência legislativa própria (art. 22, parágrafo único, CF). Competência comum É a delimitação de atribuições e ações a vários entes ou órgãos para disporem sobre matérias que exigem um esforço conjunto, simultâneo e paralelo de todas elas (art. 23, CF). Competência concorrente são as atribuições legislativas determinadas a todos ou vários entes para tratarem a respeito de um mesmo assunto, mas em níveis distintos; porém, à União cabe elaborar somente normas gerais, que estabelecem diretrizes sobre aquela determinada matéria (art. 24, CF). Competência suplementar: são aquelas em que a CF permite complementação de outras leis. Os Estados Membros podem suplementar as leis federais quando estas se omitem a dispor sobre regras gerais de matérias de competência concorrente. Aos Municípios, por sua vez, a CF prevê a possibilidade de suplementar as leis federais e as estaduais para adequá-las aos seus interesses. A Eficácia ou validade social Eficácia é o reconhecimento e a vivência do direito pela sociedade. É a observância, vivência e aplicabilidade da norma jurídica enquanto conduta humana. Obs:. Uma norma jurídica pode ser vigente e não ser eficaz. Tipos de eficácia: Eficácia espontânea. Eficácia compulsória. Eficácia nula. A Eficácia ou validade social Eficácia espontânea: Quando seu reconhecimento e vigência resultam de uma adesão racional deliberada dos obrigados ou de mera intuição de sua conveniência ou oportunidade. Eficácia compulsória: Quando seu cumprimento só é logrado de maneira compulsória, ou por comportamento desrespeitoso, ou por contrariarem as tendências e inclinações dominantes numa comunidade. Obs:. Os tribunais não podem se recusar a aplicar norma vigente, a não ser em casos de efetivo desuso. Eficácia nula: Ocorre quando a norma jurídica cai em efetivo desuso, ou seja, quando nunca foi, ou a partir de determinado momento deixou de ser aplicada e vivida. NOTA: as causas e formas de cessação da validade serão vistas em aula posterior. A validade ética - O fundamento (justiça) Fundamento é o valor ou o fim visado pela norma jurídica. A norma jurídica deve ser um meio para alcançar um valor ou afastar um desvalor no meio social. É fundamental para o direito construir uma sociedade livre, justa e solidária (CF, art. 3º, I). É função do direito garantir o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (CF, art. 5º). É o valor que “legitima uma norma jurídica. Norma legal – é a que possui validade formal. Norma legítima – é a que possui validade ética. Estrutura tridimensional do Direito São três os aspectos essenciais da validade do Direito, três os requisitos para que a norma jurídica seja legitimamente obrigatória: o fundamento ético, a vigência e a eficácia social. A validade integral está simultaneamente: na vigência (obrigatoriedade formal das regras jurídicas), na eficácia (efetiva correspondência dos comportamentos sociais ao seu conteúdo) e no fundamento (valores capazes de legitimar a experiência jurídica). Assim, há uma correspondência com a teoria tridimensional do Direito de Miguel Reale: Fato Eficácia Valor Fundamento Norma Vigência Prof. Lourenço Torres proflourencotorres@yahoo.com.br Estudar é o segredo do sucesso.
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