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- -1 LOGÍSTICA REVERSA NORMAS E LEIS AMBIENTAIS - -2 Olá! Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Conhecer as Normas e Leis Ambientais. 2. Conhecer sua história e aplicação no Brasil. Introdução Nesta aula, vamos conhecer as normas e Leis Ambientais que regulamentam todas as atividades que impactam a natureza e o meio ambiente. Vamos também conhecer a sua aplicabilidade e dimensões. Ética ambiental e cidadania A educação ambiental deve estar fundamentada na ética ambiental. A ética ambiental é o estudo do juízo de valor da conduta humana em relação ao meio ambiente. É, em outras palavras, a compreensão que o homem tem da necessidade de preservar ou conservar os recursos naturais essenciais à perpetuação de todas as espécies de vida existentes no planeta Terra. O risco da extinção de todas as formas de vida deve ser uma das preocupações do estudo da ética ambiental. Essa ética deve ser alcançada com a consciência ecológica fundamentada na educação ambiental. Antes do advento da Constituição Federal, a proteção ambiental era regida pelas seguintes leis: • Lei n° 6.938, de 31 de Agosto de 1981, que dispõe sobre a Política e o Sistema Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. • Lei n° 5.197, de 3 de janeiro de 1967 (Código de Caça). • Decreto n° 24.643, de 10 de julho de 1934 (Código das Águas). • Decreto Lei n° 227, de 28 de fevereiro de 1967 (Código de Mineração). • Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985. • Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, disciplinando as sanções civis, penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Em 5 de outubro de 1988, foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil. A existência de inúmeras leis disciplinando a matéria ambiental levou os legisladores à criação do Código Ambiental Brasileiro. O Código visa unificação de toda a legislação nacional de forma harmoniosa e sistemática. Direito Ambiental – Definição Ciência jurídica que estuda, analisa e discute as questões e os problemas ambientais e sua relação com o ser humano, tendo por finalidade a proteção do meio ambiente e a melhoria das condições de vida no planeta. (Luís Paulo Sirvinskas) • • • • • • - -3 Conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos organicamente estruturados para assegurar um comportamento que não atente contra a sanidade mínima do meio ambiente. (Sérgio Ferraz) Conjunto de normas e princípios editados objetivando a manutenção de um perfeito equilíbrio nas relações do homem com o meio ambiente. (Tycho Fernandes Neto) Conjunto de normas e institutos jurídicos pertencentes a vários ramos do Direito, reunidos por sua função instrumental para a disciplina do comportamento humano em relação ao seu meio ambiente. (Toshio Mukai) O bem ambiental não pode ser classificado como bem público e nem como bem privado (art. 98 do Código Civil Brasileiro de 2002). Trata-se de uma terceira categoria de bem que não se classifica como público nem como privado. O bem ambiental é um bem difuso Pertence a cada um e a todos ao mesmo tempo. Não há como identificar o seu titular e o seu objeto é insuscetível de divisão. Exemplo: o ar. A questão do meio ambiente tem sido a grande preocupação da maioria dos países desenvolvidos nos últimos anos desta década, levando-os a se reunirem em conferências para lançar postulados ou princípios norteadores de uma convivência pacífica, harmoniosa e proveitosa na relação do homem com a natureza. Desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, conhecida como Convenção de Estocolmo, realizada entre 5 e 16 de junho de 1972, na Suécia, que se declarou solenemente a necessidade de proteger o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. O Brasil, dentro desta perspectiva de proteção ao meio ambiente, editou a Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, dispondo acerca do parcelamento do solo urbano; A Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, dispondo sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental; e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, dispondo sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, tendo como objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental estabelecendo princípios e instrumentos de execução dessa política. Do texto do art. 225, da CF, seus incisos e parágrafos, emergem vários princípios de Direito Ambiental que tutelam a questão do meio ambiente. Podemos assim alinhá-los: 1 O Princípio da Responsabilidade Pública Este princípio emerge do disposto no art. 225, caput, “in fine“, da Constituição Federal que impõe ao Poder Público o dever de defender e preservar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. - -4 Trata-se de obrigação de fazer conferindo-se à coletividade o direito de exigir do Estado a implementação da política ambiental inclusive através dos meios judiciais. NOTA: deve-se entender como Poder Público a todas as entidades territoriais públicas, notadamente a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 2 O Princípio do Desenvolvimento Econômico Sustentável É o princípio que norteia toda a tese da preservação do meio ambiente como um direito de todos, nos termos do disposto no art. 225, caput, da Constituição Federal. 3 O Princípio da Responsabilidade Ambiental ou Princípio do Poluidor-Pagador Este princípio visa impor aos responsáveis a obrigação de reparar os danos causados ao meio ambiente, tenha que tomar para eliminar a contaminação ouseja pagando os custos das medidas que o Poder Público para reduzir aos padrões estabelecidos pelo próprio Poder Público a fim de assegurar a qualidade de vida de todos, não importando se o agente causador do dano é pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. Assim, tem este princípio também um caráter preventivo, na medida em que impõe sanções, quer de , por desestimular aqueles que exercem açãonatureza civil, administrativa ou penal aos agentes infratores potencialmente danosa ao meio ambiente. 4 O Princípio da Prevenção ou da Precaução 5 O Princípio da Participação ou da Cooperação O princípio da participação ou da cooperação pressupõe a atuação conjunta do Poder Público e da sociedade civil, seja estabelecendo prioridades nas políticas públicas em matéria ambiental, seja estabelecendo formas de atuação em parceria. O princípio da cooperação deflui da interpretação do art. 225, da Carta Magna, quando declarou expressamente ser dever de toda a coletividade atuar na defesa e proteção do meio ambiente. Releve-se, neste aspecto, a participação necessária das Organizações Não-Governamentais (ONGs), nos órgãos colegiados, bem com a participação de outros ou instituições, como escolas, universidades, além de pessoas de notório saber que devem participar dos conselhos ambientais. 6 O Princípio da Publicidade 7 O Princípio da Universalidade ou da Ubiquidade 8 O Princípio da Acumulação das Sanções 9 O Princípio da Educação Ambiental Preocupado em preparar as gerações futuras para preservar o meio ambiente dispôs o legislador que compete ao Poder Público promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e realizar a conscientização pública (inciso VI, do § 1º, do art. 225, da CF/88 ). - -5 A educação deve ser calcada em postulados positivos capazes realmente de mudar a consciência refratária do brasileiro sempre arredio às mudanças de costumes, diga-se maus costumes, arraigados na sua cultura. Política nacional de meio ambiente Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981; Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Art. 1º- Esta lei estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. Art. 2º- A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propíciaà vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: I - Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo. II - Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar. III - Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais. IV - Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas. V - Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras. VI - Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais. VII - Acompanhamento do estado da qualidade ambiental. VIII - Recuperação de áreas degradadas. V - Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras. X - Educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. Diretrizes Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação dos governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no Art. 2º desta Lei. Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I - O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; - -6 II- O zoneamento ambiental III - A avaliação de impactos ambientais. IV - O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. V - Os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental. VI - A criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 18.07.89.) VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental; IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. X - A instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; (Inciso acrescentado pela Lei nº 7.804, de 18.7.89) XI - A garantia da prestação de informações relativas ao meio ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi- las, quando inexistentes; (Inciso acrescentado pela Lei nº 7.804, de 18.7.89) XII - O Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. (Inciso acrescentado pela Lei nº 7.804, de 18.7.89) XIII - Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. Resolução CONAMA nº 237/97 I. Licença Prévia (LP) - Na fase preliminar do planejamento de atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais do uso do solo. II. Licença de Instalação (LI) – Autorizando o início da implantação, de acordo com as especificações constantes do Projeto Executivo aprovado. III. Licença de Operação (LO) – Autorizando, após as verificações necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto nas Licenças Prévia e de Instalação. EIA – Estudo de Impacto Ambiental; RIMA – Relatório de Impacto Ambiental. RIMA é elaborado com base nas conclusões do EIA e por isso são sempre citados em conjunto. - -7 A Licença Ambiental para empreendimentos e atividades consideradas potencial ou efetivamente causadoras de significativa do meio depende de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação. Hoje, o Brasil e toda a América Latina têm a oportunidade histórica de abrir um novo caminho para o desenvolvimento humano equitativo e sustentável e de liderar a ofensiva para a transformação da industrialização primitiva dando um salto sobre os modelos insustentáveis do passado. Hazel Henderson, 2003 “Diz-se que o novo desenvolvimento deve ser sustentável. Ora não existe desenvolvimento em si, mas uma sociedade que opta por um desenvolvimento que quer e que precisa. Dever-se-ia falar de sociedade sustentável ou de um planeta sustentável como pré-condições indispensáveis para um desenvolvimento verdadeiramente integral.” Leonardo Boff Saber Cuidar - Ética do Humano - Compaixão pela Terra CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Verificou as Leis e normas Ambientais Brasileiras. • Atentou para que ainda faltam muitas ações para que essas Leis sejam respeitadas. • • Olá! CONCLUSÃO
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