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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL BÁSICA – QA253 CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS VÂNIA OLIVEIRA DOS SANTOS Boa Vista, RR 2019 VÂNIA OLIVEIRA DOS SANTOS SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS Relatório de aula prática realizada em laboratório didático do Curso de Química da Universidade Federal de Roraima, para obtenção de parte da nota da Disciplina de Química Orgânica Experimental Básica, sob a orientação da professora LUCIANA CHAVES HOLANDA Boa Vista, RR 2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3 2 OBJETIVO ........................................................................................................................ 4 3 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 5 3.1 MATERIAL ...................................................................................................................... 5 3.1.1 Vidrarias ........................................................................... Erro! Indicador não definido. 3.1.2 Outros materiais .............................................................. Erro! Indicador não definido. 3.2 REAGENTES ................................................................................................................... 5 3.3 PRECEDIMETO EXPERIMENTAL ............................................................................... 5 3.3.1 Teste de solubilidade de compostos orgânicos ........................................................... 5 3.3.2 Determinação do percentual de etanol na gasolina ................................................... 6 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 6 4.1 TESTE DE SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS .................................. 6 4.2 DETERMINAÇÃO DO PERCENTUAL DE ETANOL NA GASOLINA ..................... 9 5 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 10 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 11 3 1 INTRODUÇÃO O estudo da solubilidade dos compostos orgânicos possui grande importância no que diz respeito à variedade de fenômenos e propriedades químicas que estão envolvidas nesse processo. É um evento resultante da interação entre duas substâncias: a que se deseja solubilizar (soluto) e a substância que a dissolve (solvente). Desse modo, a solubilidade pode ser entendida como a quantidade de soluto que interage em certa quantidade de solvente, havendo assim um equilíbrio, processo denominado “dissolução” (MARTINS et al., 2013). O processo de solubilidade entre um soluto e um solvente depende principalmente das forças intermoleculares existentes entre as duas substâncias, sendo assim, compostos polares se dissolvem em solventes polares, o mesmo ocorre com os compostos apolares que se dissolvem em solventes apolares (FELTRE, 2004). A solubilidade pode ainda ser dividida em duas vertentes: a solubilidade em que uma reação química é a força determinante e a solubilidade na qual estão envolvidas as forças intermoleculares e até mesmo a superfície de contato entre as moléculas em uma solução, além de ser uma propriedade física dependente da temperatura, observando um valor padrão, sabendo se a molécula em questão é solúvel ou insolúvel (SOLOMONS; FRYHLE, 2012). 4 2 OBJETIVO Testar a solubilidade de alguns compostos orgânicos e determinar o percentual de etanol na gasolina. 5 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS 10 (dez) tubos de ensaio; 1 (uma) proveta de 10 mL; 9 (nove) pipetas volumétricas; 9 (nove) béqueres de 50 mL. 11 (onze) pipetas de Pasteur; 01 (uma) caneta marcadora; 01 (um) suporte para tubos de ensaio; 09 (nove) peras de sucção. 3.2 REAGENTES 03 mL de acetato de etila; 13 mL de água destilada; 01 mL de etanol; 07 mL de gasolina; 03 mL de hexano; 01 mL de metanol; 01 mL de n-butanol; 01 mL de n-hexanol; 01 mL de óleo de soja; 01 mL de sec-butanol; 01 mL de terc-butanol. 3.3 PRECEDIMETO EXPERIMENTAL 3.3.1 Teste de solubilidade de compostos orgânicos No primeiro momento, todos os tubos de ensaio foram enumerados de 1 (um) a 10 (dez) utilizando-se uma caneta marcadora. Cada uma das nove peras de sucção foram acopladas às extremidades superiores de cada uma das nove pipetas volumétricas, onde foi feita a pipetagem de cada reagente e transferida a cada um dos nove béqueres que foram identificados com caneta marcadora segundo o seu conteúdo reagente. 6 No tubo 1 (um) adicionou-se 01 mL de etanol, utilizando pipeta volumétrica e 01 mL de água, com pipeta de Pasteur; No tubo 2 (dois) adicionou-se 01 mL de n-butanol, utilizando pipeta volumétrica e 01 mL de água, com pipeta de Pasteur; No tubo 3 (três) adicionou-se 01 mL de sec-butanol, utilizando pipeta volumétrica e 01 mL de água, com pipeta de Pasteur. No tubo 4 (quatro) adicionou-se 01 mL de terc-butanol, utilizando pipeta volumétrica e 01 mL de água, com pipeta de Pasteur; No tubo 5 (cinco) adicionou-se 01 mL de n-hexanol, utilizando pipeta volumétrica e 01 mL de água, com pipeta de Pasteur; No tubo 6 (seis) adicionou-se 01 mL de hexano, utilizando pipeta volumétrica e 1 mL de água, com pipeta de Pasteur; No tubo 7 (sete) adicionou-se 01 mL de acetato de etila, utilizando pipeta volumétrica e 01 mL de água, com pipeta de Pasteur; No tubo 8 (oito) adicionou-se 01 mL de hexano e 01 mL de acetato de etila, ambos com pipeta volumétrica; No tubo 9 (nove) adicionou-se 01 mL de acetato de etila e 01 mL de metanol, ambos com pipeta volumétrica; No tubo 10 (dez) adicionou-se 01 mL de óleo de soja e 01 mL de hexano, ambos com pipeta volumétrica. Após esse procedimento, todos os tubos foram agitados, observando assim o comportamento dos compostos. Em seguida, nos tubos 1 até o 7 foram adicionados 1 mL de água, os tubos agitados e observados por três vezes. 3.3.2 Determinação do percentual de etanol na gasolina Foram adicionados 07 mL de gasolina a uma proveta de 10 ml, sendo em seguida completada com água destilada até o menisco. A proveta foi agitação e observou-se a parte solúvel em água, onde se calculou o percentual de etanol na gasolina. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 TESTE DE SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS No tubo 1 (um) o etanol solubilizou-se com a água, formando apenas uma fase. Quando se adicionou os 03 mL de água, não houve alteração na solução (Figura 1 A). 7 Segundo Martins et al. (2013), as moléculas de água são fortemente polares, estando unidas entre si por ligações de hidrogênio e o etanol é também um composto muito polar, lingando-se por ligações de hidrogênio às moléculas de água. Para esse teste, foi comprovado que a hidroxila do etanol e as moléculas de água formaram fortes ligações de hidrogênio, concordando com Solomons e Fryhle (2012), onde eles afirmam que o etanol por possuir uma cadeia contendo apenas dois carbonos seja fortemente solúvel em compostos polares como a água. No tubo 2, o n-butanol solubilizou-se parcialmente na água. Após a agitação, houve a formação de bolhas por toda a solução. Logoem seguida as bolhas foram assentando e observou-se a formação de duas fases, permanecendo assim, mesmo após a adição de mais 3 mL de água (Figura 1 B). O n-butanol é um álcool onde seu grupo hidroxila forma ligações de hidrogênio com a água, não conseguindo compensar as ligações de hidrogênio entre as moléculas de água para que ocorra o processo de dissolução, como também, o aumento da cadeia carbônica hidrofóbica com quatro átomos de carbono, tendendo-se a comportar-se como um hidrocarboneto apolar, o que explica a formação de duas fases na solução (MARTINS et al., 2013). No tubo 3, o sec-butanol também solubilizou-se parcialmente com a água, havendo a formação de bolhas após a agitação do tubo, por fim formando duas fases, permanecendo assim, mesmo após a adição de mais 3 mL de água (Figura 1 C). A explicação para tal comportamento de solubilidade se trata da mesma com o n- butanol, no entanto, o sec-butanol possui sua hidroxila ligada ao segundo carbono da cadeia hidrofóbica, levando esse composto apolar a fazer poucas ligações de hidrogênio com as moléculas polares de água (SOLOMONS; FRYHLE, 2012). No tubo 4 o terc-butanol solubilizou-se totalmente na água, havendo a formação de bolhas e por fim formando apenas uma fase. Após a adição de 3 mL de água não ocorreu nenhuma alteração (Figura 1 D). Álcoois com grupos alquila ramificado são mais solúveis em água que álcoois com grupos alquila sem ramificação com o mesmo número de carbonos, uma vez que ramificações reduzem ao mínimo a superfície de contato da porção apolar da molécula. Dessa forma, o álcool terc-butanol é mais solúvel em água do que o álcool n-butanol ou o sec-butanol (BRUICE, 2006). 8 No tubo 5 houve a formação de um sistema bifásico mesmo após a adição de 3 mL de água, onde o n-hexanol, apresentou uma coloração esbranquiçada e posicionou-se acima da água (Figura 1 E). O n-hexanol é menos denso que a água e apesar de possuir um grupo hidroxila (-OH) solúvel em água é formado por uma cadeia carbônica extensa, o que diminui sua solubilidade com a água, comportando-se como um hidrocarboneto (SOLOMONS; FRYHLE, 2012). No tubo 6 ocorreu o mesmo fenômeno que o anterior, porém não houve alteração de cor, o hexano por ser menos denso, comportou-se acima da água, mesmo após a adição de 3 ml de água (Figura 1 F). A explicação para tal resultado pode ser entendido pelo aumento da cadeia carbônica com seis átomos de carbono, tornando-a uma substância totalmente hidrofóbica, consequentemente insolúvel em água (BRUICE, 2006). No tubo 7, formou-se um sistema bifásico em que o acetato de etila solubilizou-se parcialmente com a água. Ao adicionar 3 ml de água, não houve alteração (Figura 1 G). O acetato de etila é o composto menos denso, sobrepondo-se à água e por tratar-se de um éter, pode ser comparado a um álcool em relação à solubilidade com a água, formando pontes de hidrogênio, porém assim como cresce sua cadeia carbônica, cresce também sua insolubilidade (SOLOMONS; FRYHLE, 2012). No tubo 8, o hexano solubilizou-se totalmente com o acetato de etila, como também no tubo 9, onde o acetato de etila solubilizou-se totalmente com o metanol (Figura 2 A e B). Por ser um composto com seis átomos de carbono em sua cadeia apolar, o hexano possui alta solubilidade em um composto também apolar como o éster acetato de etila (BRUICE, 2006). Já o álcool metanol constituído por apenas um átomo de carbono ligado a átomo de hidrogênio e a uma hidroxila (-OH) possui grande solubilidade com os ésteres, assim como exposto anteriormente, resultando em ligações de hidrogênio (SOLOMONS; FRYHLE, 2012). No tubo 10, o óleo de soja solubilizou-se totalmente com o hexano (Figura 2 C). Ambas são substâncias apolares, como ditas anteriormente, compostos apolares se dissolvem em solventes apolares (SOLOMONS; FRYHLE, 2012). 9 4.2 DETERMINAÇÃO DO PERCENTUAL DE ETANOL NA GASOLINA Para esse experimento foi possível observar que a água por ser uma substância polar, não interagiu com a gasolina, sendo observada na proveta a formação de três fases. A primeira fase possuía 6,8 mL e a segunda fase 3,2 mL como observado na figura 3. A gasolina é uma substância apolar e ainda um hidrocarboneto de cadeia aberta, formando assim um sistema bifásico, em que a gasolina por ser menos densa em contato com água, se comporta acima desta (SOLOMONS; FRYHLE, 2012). Para a verificação do percentual de etanol, foi usada a seguinte regra de três: 07 mL de gasolina inicial ----- 100% 3,2 mL de gasolina final ------- x 𝟕𝐱 = 𝟑𝟐𝟎 x = 𝟑𝟐𝟎 7 mL 𝐱 = 46% de gasolina. 100 – 46 = 54% de etanol na gasolina. 10 5 CONCLUSÃO Nesse experimento foi possível constatar a solubilidade de alguns compostos orgânicos utilizando a água como solvente e outros compostos orgânicos apolares. Nos testes onde a água foi utilizada como solvente, apenas o etanol e o terc-butanol solubilizaram em água. Os solutos apolares de cadeia hidrofóbica que não solubilizaram em água foram o n-butanol, o sec-butanol, o n-hexanol, o hexano e o acetato de etila. Nos testes onde o composto orgânico acetato de etila foi utilizado como solvente os solutos hexano e metanol solubilizaram totalmente, assim como óleo de soja e hexano formaram apenas uma fase, demonstrando que semelhante dissolve semelhante. No teste para a determinação da percentagem de etanol em água foi possível observar que a água por ser uma substância polar, não interagiu com a gasolina, sendo observada na proveta uma mistura heterogênea. A partir dos experimentos realizados, observou-se que a água é uma substância que solubiliza alguns compostos orgânicos, porém sua polaridade influencia na interação com compostos apolares, principalmente os hidrocarbonetos de cadeia carbônica longa. 11 REFERÊNCIAS BRUICE, P. Y. Química orgânica. 4. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2006. 704 p. FELTRE, Ricardo. Química: Química orgânica. 6. ed. São Paulo: Moderna, 2004. 428 p. MARTINS, C. R.; LOPES, W. A.; ANDRADE, J. B. De. Solubilidade das substâncias orgânicas. Química Nova, v. 36, n. 8, p. 1248–1255, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/qn/v36n8/v36n8a26.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2019. SOLOMONS, T. W. G.; GRAHAM FRYHLE, C. B. Química orgânica: volume 1. 10. ed. Rio de Janeiro: Grupo Gen - LTC, 2012. 644 p.
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