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Parasitologia 1

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Parasitologia
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Franco Claudio Bonetti
Revisão Textual:
Aline Gonçalves
Revisão Técnica:
Prof.a Dr.ª Niara da Silva Medeiros
Relação Parasito-Hospedeiro e Ectoparasitas
Relação Parasito-Hospedeiro 
e Ectoparasitas
 
 
• Compreender as associações que ocorrem entre os seres vivos, com ênfase na relação desar-
mônica do parasitismo;
• Conhecer os principais artrópodes parasitas humanos.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• As Relações Ecológicas;
• Ectoparasitas.
UNIDADE Relação Parasito-Hospedeiro e Ectoparasitas
As Relações Ecológicas
Antes de iniciarmos nossa disciplina, gostaria de levar você a uma viagem rumo ao 
início da vida no planeta Terra.
Você já imaginou que há cerca de 3,5 bilhões de anos surgiu o primeiro ser vivo e que 
por muitos milhares de anos tudo o que existia no planeta era de tamanho microscópico?
Como então se desenvolveu a vida em nosso planeta, e o que isso tem a ver com a 
disciplina de Parasitologia. 
Estas e outras respostas você encontrará ao longo das próximas páginas, mas primei-
ro vamos assistir a um documentário que trata muito bem do assunto.
Pegue a pipoca e prepare-se para entrar em um mundo surpreendente...
Como a vida começou, disponível em: https://youtu.be/3AAgEbA6c_8
Todos os seres vivos, como pudemos ver, tem a mesma constituição básica, por isso 
conseguem interagir entre si.
Na disciplina de Parasitologia, estudamos as doenças causadas por protozoários, 
helmintos (vermes) e ectoparasitas (artrópodes causadores de doenças). Muitas dessas 
doenças são conhecidas pelos seres humanos há muitos séculos, outras são mais novas 
em nossa sociedade, desta forma, a Parasitologia é uma ciência que se estende por 
várias outras áreas da saúde, resultando em um conhecimento bastante multidisciplinar.
Leia sobre a história da Parasitologia no artigo “Uma abordagem histórica da trajetória 
da parasitologia”. Disponível em: https://bit.ly/3aJzF2A
Apesar disso, nem todas as relações entre os seres vivos resultam em doenças, algu-
mas são até benéficas para uma ou mais espécies. Essas relações entre os seres vivos 
podem, portanto, ser classificadas em harmônicas e desarmônicas.
São denominadas relações ecológicas e são classificadas como relações harmônicas 
aquelas em que ninguém é prejudicado, enquanto as desarmônicas são aquelas em que 
uma das espécies envolvidas é prejudicada de alguma maneira. Essas relações ainda são 
classificadas como inter ou intraespecíficas, ou seja, dentro de uma mesma espécie ou 
entre diferentes espécies.
Vejamos adiante como funcionam exatamente essas relações para podermos, poste-
riormente, estudar o parasitismo, uma das relações desarmônicas interespecíficas exis-
tentes entre os seres vivos de nosso planeta.
Na Tabela 1 a seguir, temos um resumo dos diferentes tipos de relações que podem 
ocorrer nas sociedades ecológicas.
8
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Tabela 1 – Relações ecológicas harmônicas e desarmônicas
Relações harmônicas Relações desarmônicas
Intraespecífi ca Interespecífi ca Intraespecífi ca Interespecífi ca
• Colônias;
• Sociedades.
• Mutualismo;
• Protocooperação;
• Comensalismo.
• Canibalismo;
• Competição 
intraespecífica.
• Competição 
interespecífica;
• Predatismo;
• Amensalismo;
• Esclavagismo;
• Parasitismo.
Colônias
Nesta relação ecológica harmônica, os indivíduos da mesma espécie são todos bene-
ficiados, sendo considerada, portanto, uma relação harmônica interespecífica.
Nas colônias, existe uma particularidade muito interessante que demonstra clara-
mente o velho ditado popular “a união faz a força”, pois nela os indivíduos unem-se 
fisicamente e trabalham juntos para garantir a sua sobrevivência. E por mais incrível que 
possa parecer, existe até uma divisão de trabalho.
As colônias podem ser chamadas de isomorfas ou heteromorfas, ou seja, os indivíduos 
são todos semelhantes ou diferentes entre si e ainda desempenham as mesmas funções. 
Como exemplo, podemos citar as bactérias do gênero Streptococcus (Figura 1), que são 
responsáveis por doenças como pneumonia e infeções na garganta. Outro exemplo clássi-
co de colônia são os corais (Figura 2), que juntos formam estruturas quilométricas denomi-
nadas recifes de corais, nos quais os pólipos e seus exoesqueletos de carbonato de cálcio 
convivem harmonicamente em diferentes oceanos do planeta.
Figura 2 – Recife de corais
Fonte: Getty Images
Figura 1 – Cadeia de bactérias do gênero Streptococcus sp.
Fonte: Wikimedia Commons
Já as colônias heteromórficas são aquelas com indivíduos que, além de possuírem dife-
renças morfológicas, possuem funções diferentes na relação. São bons exemplos desse tipo 
de colônia as caravelas (Figura 3), encontradas em diferentes oceanos e muitas vezes temidas 
pelos banhistas das praias de boa parte do mundo por causarem queimaduras na pele.
Apesar de seu aspecto sugerir que se trata de um único indivíduo, as caravelas são 
constituídas por diferentes indivíduos que possuem funções variadas, de acordo com 
suas adaptações.
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UNIDADE Relação Parasito-Hospedeiro e Ectoparasitas
Figura 3 – Caravela-Portuguesa
Fonte: Getty Images
Sociedades
Neste modelo de relação ecológica, os indivíduos da mesma espécie também coo-
peram entre si, realizando diferentes ou, às vezes, a mesma função dentro do conjunto. 
Entretanto, os indivíduos não são ligados entre si, o que os diferem das colônias, e os 
indivíduos possuem diferentes funções, de acordo com suas características.
São exemplos bons desse modelo as colmeias, os formigueiros (Figura 4), os cupin-
zeiros e alguns mamíferos, como os macacos e os suricatos. Nós, seres humanos, tam-
bém vivemos em sociedade.
Figura 4 – Formigueiro e as diferentes funções entre as formigas
Fonte: 9596.org
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Mutualismo
Nesta relação ecológica que há entre indivíduos de diferentes espécies, todos são 
beneficiados. É, portanto, uma relação harmônica interespecífica.
Pode ser classificada de diferentes maneiras: quanto à necessidade de cada uma das 
espécies, podemos dizer que é obrigatória ou facultativa. Na primeira, há uma depen-
dência entre as espécies para que haja sobrevivência de pelo menos uma delas; enquan-
to na facultativa os indivíduos podem também viver de forma independente.
Quanto à função da relação do mutualismo, ele pode dividir-se em: defensivo, trófico 
e dispersivo. No mutualismo defensivo, uma das espécies envolvidas dará proteção ao 
outro indivíduo, enquanto o indivíduo protegido, geralmente, fornece alimento. No mu-
tualismo trófico, ambos são responsáveis pela questão da nutrição. Já no último tipo, o 
dispersivo, podemos observar a relação entre plantas e animais, sendo que os animais 
atuam dispersando sementes ou transportando pólen e ganham em troca alimento, 
como néctar e frutos. No Quadro 1 a seguir temos bons exemplos dessas relações.
Quadro 1 – Exemplos dos diferentes tipos de mutualismo
Mutualismo obrigatório Líquen . 
Mutualismo facultativo Interação entre o caranguejo-eremita e a anêmona-do-mar.
Mutualismo trófi co Líquen (Figura 5) e micorrizas.
Mutualismo defensivo Interação entre formigas e acácias.
Mutualismo dispersivo Interação entre aves e algumas plantas com frutos (Figura 6).
Figura 5 – Foto com aproximação da presença de 
líquens em um galho de árvore
Fonte: Getty Images
Figura 6 – Ave comendo fruto e 
dispersando a semente
Fonte: Getty Images
Protocooperação
A protocooperação é outra denominação para o mutualismo facultativo, e um bom 
exemplo dessa relação é o que ocorre entre a Anêmona-do-mar e o caranguejo-eremita 
(Figura 7). O caranguejo-eremita transporta a anêmona-do-mar, enquanto ela lhe dá 
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UNIDADE Relação Parasito-Hospedeiro e Ectoparasitas
proteção contra os predadores devido à presença de seus tentáculos, cujas células 
liberam uma substância urticante. Por sua vez, locomovendo-se com o caranguejo, a 
anêmona aumenta sua área de busca por alimentos. Interessante, não é?
Figura 7 – Caranguejo-eremita carregando uma anêmona do mar
Fonte: Getty ImagesCanibalismo
E quem nunca ouviu falar sobre uma prática cruel e abominável chamada canibalismo? 
É uma relação desarmônica entre indivíduos da mesma espécie, na qual um se alimenta 
do outro. 
Se deixarmos de lado a prática aberrante, digna de filme de terror, é comum entre 
os animais e pode ser um mecanismo de sobrevivência de algumas espécies, como de 
répteis: aproximadamente 68% das cobras cascavéis, por exemplo, costumam comer 
seus filhotes recém-nascidos para recuperar a saúde.
Competição inter e intraespecífica
Ainda sobre as relações desarmônicas, vamos falar sobre a competição. Esta rela-
ção ecológica pode ocorrer tanto dentro de determinada espécie quanto entre duas 
espécies diferentes.
Dentro de uma mesma espécie essa competição ocorre pela busca de recursos dis-
poníveis no meio em que vivem, como água, luminosidade, alimento, espaço físico, mas 
também podem ocorrer por domínio de território, como é o caso dos grandes felinos.
Já entre indivíduos de espécies diferentes a competição é o mecanismo de sobrevi-
vência por meio da utilização dos recursos naturais. Ou seja, entre indivíduos da mesma 
espécie (Figura 8) ou de espécies diferentes, a competição é uma relação que está pre-
sente a todo instante, principalmente em biomas onde os recursos são mais escassos.
Onde você acredita que seja maior a competição entre dois indivíduos: na savana africana 
ou na floresta tropical sul-americana?
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Figura 8 – Dois leões disputam território na savana africana
Fonte: Getty Images
Predatismo
Certamente você já viu diversas vezes a imagem de um grande felino devorando sua 
caça, ou de hienas atacando outros animais e depois se alimentando deles. A esses ani-
mais nós damos o nome de predadores, e eles normalmente estão na escala mais alta, 
ou no maior nível trófico, dentro da teia alimentar.
O predatismo, também conhecido como predação, é uma relação ecológica desar-
mônica, interespecífico, na qual uma espécie caça e se alimenta de outra (Figura 9).
Apesar de sempre associarmos essa imagem aos animais grandes, em todos os níveis 
tróficos existe a predação, até mesmo entre os herbívoros, porém, neste caso, dá-se o 
nome de herbivorismo. 
Figura 9 – Os diferentes tipos de predatismo na natureza
Fontes: Adaptado de Getty Images
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UNIDADE Relação Parasito-Hospedeiro e Ectoparasitas
Amensalismo
O amensalismo é uma relação ecológica de caráter interespecífico e desarmônico, que 
também pode ser denominado antibiose. Como o próprio nome diz, determinada espécie 
prejudica a outra para desfrutar dos benefícios de um local em relação aos recursos que ele 
oferece, principalmente nos ambientes em que esses recursos são mais limitados.
Como exemplos de amensalismo podemos pensar em: fungos de algumas espécies 
como Penicillium notatum, que liberam substâncias que inibem o crescimento de de-
terminadas espécies de bactérias, não por acaso a penicilina é produzida a partir desse 
fungo para inibir algumas doenças causadas por bactérias.
Leia mais sobre a penicilina, disponível em: https://bit.ly/2Xi5wST
Existem ainda algumas plantas que liberam substâncias ao seu redor para bloquear 
o crescimento de outras espécies, é o caso do eucalipto. Por esse motivo, as plantações 
de eucalipto são chamadas “Florestas Silenciosas” (Figura 10). Da mesma maneira, al-
gumas algas denominadas dinoflagelados liberam toxinas no ambiente aquático onde 
vivem, impedindo o crescimento de outras espécies, facilitando assim sua busca por 
recursos naturais, é a chamada “Maré Vermelha”.
Figura 10 – Floresta de eucaliptos, onde apenas uma espécie de árvores sobrevive
Fonte: Getty Images
Esclavagismo (sinfilia)
Como o próprio nome sugere, é uma relação ecológica na qual uma espécie domi-
nante (esclavagista) se aproveita do trabalho, das atividades sociais e muitas vezes até 
mesmo do alimento de outra espécie. Um exemplo clássico dessa relação abusiva de 
poder entre espécies acontece com uma espécie de formigas se aproveitando dos restos 
alimentares dos pulgões (Figura 11).
Ocorre da seguinte maneira: os pulgões alimentam-se da seiva das plantas, que é 
rica em açúcares, mas pobre em aminoácidos, e assim os pulgões são obrigados a in-
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gerir grande quantidade de seiva para sintetizar proteínas. As formigas se aproveitam 
do excesso de açúcar eliminado pelos pulgões para se alimentarem, e para facilitar sua 
vida, elas levam os pulgões para dentro de seus formigueiros, normalmente construídos 
ao lado de plantas vivas. Nas raízes dessas plantas os pulgões continuam se alimen-
tando e extraindo a seiva elaborada, enquanto as formigas, lambendo seus abdomes, 
aproveitam-se do excesso de açúcares eliminado. 
Figura 11 – Formigas e pulgões interagindo
Fonte: Getty Images
Parasitismo
Por fim, porém não menos importante, muito pelo contrário, vamos falar sobre o para-
sitismo, relação ecológica, desarmônica, interespecífica, onde apenas uma das espécies se 
beneficia; a esta espécie dá-se o nome de parasita, e à outra, hospedeiro. Portanto, trata-se 
de uma relação parasita-hospedeiro. Deste ponto em diante, quando falarmos em parasita, 
sabemos que é o causador da doença, enquanto hospedeiro é aquele que fica doente.
Desta forma, daremos ênfase às relações parasita-hospedeiro que envolvem os seres 
humanos (sempre hospedeiros), e com isso abordaremos as doenças causadas por para-
sitas em seres humanos.
Os agentes causadores de doenças em seres humanos podem ser de diferentes es-
pécies, e até mesmo de diferentes Reinos, como as bactérias (Reino Monera), os fungos 
(Reino Fungi), os protozoários (Reino Protozoa), os ectoparasitas e os vermes (Reino 
Animalia), e até mesmo os vírus, que não pertencem a nenhum Reino, nem mesmo são 
considerados organismos vivos.
Para organizar esses agentes infecciosos, os cientistas dividiram os estudos em duas 
disciplinas: a Microbiologia, que estuda as bactérias, os fungos e os vírus; e a Parasitologia, que 
estuda os protozoários, os helmintos (vermes) e os artrópodes que agem como ectoparasitas.
E é exatamente com esse último grupo que daremos sequência ao nosso conteúdo.
Você sabe o que é, agente etiológico, hospedeiro intermediário e definitivo, parasito mono-
xênico e heteroxênico, vetor biológico e mecânico? Então acesso o glossário da Sociedade 
Brasileira de Parasitologia e confira estes e muitos outros conceitos importantes. 
Disponível em: https://bit.ly/35hYBxp 
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UNIDADE Relação Parasito-Hospedeiro e Ectoparasitas
Ectoparasitas
São considerados ectoparasitas aqueles que se instalam do lado externo do corpo. 
Em quase a totalidade das vezes são artrópodes que se grudam ao nosso corpo com a 
intenção de se alimentar de nosso sangue. Você se lembra de algum artrópode assim?
Mas não só artrópodes fazem isso, algumas espécies de vermes anelídeos e até 
mesmo um grupo específico de peixes podem ser ectoparasitas. Ficou curioso? 
Então vamos entender melhor quem são esses verdadeiros vilões que se aproveitam 
de nosso sangue e podem muitas vezes transmitir outras doenças bastante preocupantes 
do ponto de vista da Saúde Pública.
Piolho
São artrópodes (insetos) de corpo achatado dorso-ventralmente, que não possuem asas 
e se nutrem de restos de pele, secreções liberadas pelas glândulas sebáceas e sangue.
Existem diversas espécies desse artrópode que parasitam diferentes animais, incluin-
do os seres humanos.
Nos humanos há mais de uma espécie causadora da chamada pediculose: Pediculus 
humanus (Figura 12) é o mais comum em crianças, enquanto o Pediculus capitis é mais 
comum em adultos com maus hábitos de higiene. Por fim, temos o Phthirus pubis, também 
conhecido popularmente como “chato”, que normalmente é encontrado na região pubiana.
O tratamento para essa ectoparasitose se dá por meio de um processo chamado cata-
ção, que consiste basicamente na retirada mecânica dos indivíduos. Alguns produtos, como 
loções e xampus à base de Permetrina, principalmente, podem contribuir na remoção, mas 
devem ser prescritos por ummédico e seu uso normalmente se faz por três dias consecuti-
vos. Roupas e utensílios devem ser separados e tratados para eliminar os parasitas restantes.
Em casos de maior infestação, recorre-se ao uso de Ivermectina por via oral.
Figura 12 – Pediculus sp. na cabeça de uma pessoa
Fonte: Getty Images
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Ácaro
Este pequeno artrópode pertencente à classe dos aracnídeos, é um diminuto habitante 
da maioria das residências e sua presença é responsável por muitas doenças respiratórias 
e alérgicas.
São conhecidas mais de 48 mil espécies de ácaros e uma boa parte delas pode estar 
dentro dos domicílios. Eles se desenvolvem nos mais variados lugares da casa, como col-
chões, tapetes, almofadas, sofás, bonecos de pelúcia e roupas de camas, sendo bastante 
comuns em locais úmidos. Alimentam-se de escamas de pele humana e de animais, 
além de verdadeiras pragas domésticas por conta de sua rápida reprodução e elevado 
número de ovos colocados a cada oviposição; para se ter ideia da quantidade a que se 
pode chegar de indivíduos em uma residência, um metro quadrado de um tapete pode 
conter até 100 mil ácaros. Além disso, seus excrementos e os ácaros mortos dispersam-
-se em poeira fina, o que pode ser facilmente inalado, causando alergias (Figura 13).
Figura 13 – Ilustração de ácaros sobre a pele, com a 
perspectiva de tamanho deste ectoparasita
Fonte: Getty Images
O tratamento dessas alergias se faz principalmente por meio de anti-histamínicos, 
mas a prevenção por meio da limpeza regular dos lugares é que tem maior eficácia.
Existem outros tipos de ácaros que podem acometer os seres humanos, como o 
Sarcoptes escabiei, causador da escabiose, ou popularmente conhecida sarna humana 
(Figura 14), e pelo fato de esse ácaro perfurar a pele do seu hospedeiro para se alimen-
tar, causa erupções na pele, acompanhadas de intenso prurido, sendo os sintomas mais 
intensos durante a noite, devido à atividade do parasita.
O diagnóstico da sarna se faz pelo exame clínico, uma vez que as lesões da pele são bas-
tante características e sua confirmação se faz pela observação do parasita no microscópio.
O tratamento se dá pela aplicação de escabicidas no corpo inteiro, exceto acima da 
linha do nariz e das orelhas, por aproximadamente três dias. Após sete a dez dias, deve 
ser feita nova aplicação com a finalidade de combater o ácaro oriundo dos ovos que não 
haviam eclodido durante a primeira aplicação. Alguns fármacos por via oral também são 
úteis na terapêutica dessa infestação, sendo administrados em dose única, podendo ser 
necessária a repetição após uma semana.
17
UNIDADE Relação Parasito-Hospedeiro e Ectoparasitas
Figura 14 – Caso de sarna em criança
Fonte: melhorsaude.org
Pulga
Dentre os ectoparasitas, as pulgas são as mais comuns. Pertencentes a diferentes 
espécies. Esses insetos que não possuem asas são parasitas de animais silvestres, do-
mésticos e dos seres humanos.
A espécie de maior ocorrência entre os humanos é a Pulex irritans, que também 
transita entre aves e outros mamíferos, sendo responsável por até 90% das infestações 
domésticas. Uma única fêmea pode colocar até 600 ovos durante a vida com uma única 
cópula inicial, que normalmente acontece na pele do hospedeiro. Os ovos eclodem após 
12 dias da oviposição.
Altamente adaptada para saltar até 20 cm verticalmente e 40 cm na horizontal, elas 
saltam no ambiente buscando novos hospedeiros para se alimentar do sangue e, desta 
maneira, podem transmitir bactérias causadoras de doenças. A mais conhecida é a peste 
bubônica, que na Idade Média vitimou milhares de pessoas, no século XVI, na Europa, 
e chegou ao Brasil por meio dos “navios negreiros”. Além disso, a pulga pode causar 
dermatite alérgica em algumas pessoas sensíveis à sua presença.
O tratamento se baseia na eliminação do ninho das pulgas utilizando produtos de limpeza.
Quer saber mais sobe a peste? Então assista a “A peste negra – Praga da Idade Média”. 
Disponível em: https://youtu.be/fI0xnXtUl6U
Carrapato
Assim como os ácaros, os carrapatos pertencem ao grupo dos aracnídeos e parasi-
tam diversos animais, entre eles o ser humano. São responsáveis pela transmissão de 
inúmeras doenças, e alguns fósseis encontrados sugerem sua existência há pelo menos 
90 milhões de anos, com mais de 800 espécies conhecidas.
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Nos seres humanos os mais encontrados são do gênero Amblyomma (Figura 15), 
sendo o mais temido deles o A. cajennense, conhecido como carrapato estrela. Esta 
espécie é o hospedeiro da bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da doença conhecida 
como febre maculosa.
 Figura 15 – Carrapato do gênero Amblyomma sp .
Fonte: Getty Images
O tratamento se dá por meio da eliminação dos carrapatos do ambiente com uso de 
carrapaticidas, entretanto a eficácia desses carrapaticidas é limitada, uma vez que os car-
rapatos são parasitas capazes de desenvolver resistência a produtos químicos e passá-la 
para gerações seguintes. No que diz respeito aos cuidados pessoais ao entrar na mata 
(local onde normalmente se encontram os carrapatos), podemos citar algumas medidas 
que ajudam a evitar a presença do carrapato e, consequentemente, a contaminação pela 
bactéria da febre maculosa:
• Uso de roupas claras, camisa de manga comprida e botas de cano longo com a 
proteção de fita adesiva entre a calça e a bota ;
• Vistoriar o corpo e retirar os carrapatos imediatamente após terminar a atividade 
de campo.
• Matar os carrapatos com fogo, água fervente ou álcool e não esmagar entre as 
unhas para não correr o risco de contaminação. Para retirar os carrapatos da roupa 
pode ser usada fita adesiva e, em seguida, ferver as roupas antes de lavar.
Sanguessugas
As sanguessugas são vermes anelídeos, animais invertebrados e hermafroditas que 
têm uma enorme diversidade morfológica. 
São parasitas temporários que se alimentam de sangue quando estão grudados no 
hospedeiro (Figura 16). O formato do seu corpo é ligeiramente achatado, constituído de 
cabeça, tronco e cauda, e formado por diversos anéis. Possui ventosa bucal, equipada 
com dentes que usa para cortar a pele de suas vítimas enquanto suas glândulas salivares 
19
UNIDADE Relação Parasito-Hospedeiro e Ectoparasitas
secretam substâncias anticoagulantes (hirundina) para prolongar a hemorragia, vasodila-
tadoras e um anestésico local (para evitar que o animal atingido perceba sua presença), 
conseguindo assim se alimentar por mais tempo.
Muitas culturas utilizam as sanguessugas como terapias medicinais alternativas para 
correção de problemas circulatórios e imunológicos, entretanto existem outras espécies 
que podem transmitir o “Mal de Cadeiras”, doença de equinose que tem grande impor-
tância econômica no Brasil.
Figura 16 – Sanguessugas
Fonte: Getty Images
Você sabe o que é Hirudoterapia? É a terapia médica que utiliza a aplicação de sanguessu-
gas em determinados locais do corpo, pode ser utilizada na prevenção e no tratamento de 
doenças. Ficou curioso? Então acesse o link a seguir para saber mais. 
Disponível em: https://bit.ly/2Xi9zi3 
20
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Filmes
A origem das espécies e a seleção natural 
Neste documentário, você conhecerá a história de vida do britânico Charles Darwin 
e os estudos que resultaram na teoria da origem das espécies e da seleção natural. 
https://youtu.be/iAp4zwf60tc
 Vídeos
Relações ecológicas 
Todos os seres vivos interagem entre si, como pudemos aprender nesta disciplina e 
como podemos observar em grande parte das vezes no cotidiano. No vídeo, você 
verá explicações sobre as relações ecológicas.
https://youtu.be/kIOs52otPOQ
Febre maculosa brasileira: sintomas, diagnóstico e tratamento 
O carrapato-estrela transmite a bactéria da febre maculosa brasileira, doença que 
pode ser letal ao ser humano. Assista às explicações do médico e professor de in-
fectologia Dr. Eduardo Medeiros à respeito do assunto.
https://bit.ly/39FfYr6
Ectoparasitas
O professor Daniel Bini explicano vídeo sobre ectoparasitas, os quais, como já estudamos, 
ficam na região externa do hospedeiro. É um bom vídeo para retomar e fixar o assunto. 
https://youtu.be/Vt8i5qiXC3o
 Leitura
Alexander Fleming (1881-1955): da descoberta da penicilina (1928) ao Prémio Nobel (1945) 
No artigo, os autores Ana Leonor Pereira e João Rui Pita “sublinham o valor da 
descoberta e a transformação da penicilina em medicamento. Em seguida, expõem 
o resultado da sua investigação relativa à recepção da penicilina em Portugal na 
segunda metade dos anos quarenta” (PEREIRA ; PITA, 2005, p. 129). 
https://bit.ly/2JznGZi
Moderna visão da evolução da virulência 
No artigo, Selma Giorgio faz uma revisão de estudos a respeito das diferentes vi-
sões sobre a evolução da virulência.
https://bit.ly/3bGRsr8
Pulgas: higienização do ambiente é a melhor forma de prevenção
 A Fiocruz traz perguntas e respostar pertinentes sobre as pulgas e como podemos 
nos prevenir. 
https://bit.ly/2xOvVxS
Principais doenças causadas por ectoparasitos
As autoras Susana Muñoz e Ana Paula Fernandes trazem estudo referente a ec-
toparasitoses, verificando sua biologia, controle e prevenção, verificando as mais 
comuns na população. 
https://bit.ly/34atT7i
21
UNIDADE Relação Parasito-Hospedeiro e Ectoparasitas
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-geral de 
Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde. 1. ed. 
atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. v. 3. Disponível em: <https://www.hc.ufu.br/
sites/default/files/tmp/volume_3_guia_de_vigilancia_em_saude_2017.pdf>. Acesso em: 
18/11/2019. 
_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vi-
gilância das Doenças Transmissíveis. Guia Prático para o Controle das Geo-helmin-
tíases. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/publicacoes/guia_pratico_controle_geohelmintiases.pdf>. Acesso em: 18/11/2019.
COURA, J. R. Dinâmica das doenças infecciosas e parasitárias. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2013. (e-book)
FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2017. (e-book)
FREITAS, E. O.; GONÇALVES, T. O. F. Imunologia, parasitologia e hematologia 
aplicadas à biotecnologia. São Paulo: Érica, 2015. (e-book)
MARTINS, M. A. et al. (ed.). Clínica médica: alergia e imunologia clínica, doenças da 
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