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BCMOL I Citologia Lucas Silva A membrana plasmática é responsável por separar o meio intracelular do meio extracelular e é a principal responsável pelo controle da penetração e saída de substancias das células. ▪ Manutenção da constância do meio intracelular, que é diferente do meio extra. Para o bom funcionamento da célula é necessário que as substancias adequadas sejam selecionadas e transferidas para dentro da célula e as desnecessárias sejam impedidas de penetrar ou sejam eliminadas. ▪ Reconhecimento de outras células e diversos tipos de moléculas através dos receptores específicos, como os hormônios. ▪ Fornecem suporte físico para a atividade ordenada das enzimas que nelas se encontram, possibilitando uma ordenação sequencial da atividade enzimática e aumentando a eficiência desse sistema. ▪ Auxiliam no transporte de moléculas pela formação de pequenas vesículas transportadoras. Obs.: Uma mesma membrana, como a membrana plasmática, pode mostrar áreas diferenciadas. Por exemplo, a membrana dos microvilos das células do epitélio do revestimento intestinal contém dipeptidases e dissacaridases, enzimas responsáveis pelas fases finais da digestão das proteínas e glicídios, respectivamente, e que não existem no resto da membrana plasmática dessas células ▪ Todas as membranas celulares apresentam a mesma organização básica sendo constituídas por duas camadas lipídicas fluidas e contínuas onde estão inseridas moléculas proteicas, constituindo um mosaico fluido. ▪ As moléculas da camada dupla de lipídios estão organizadas com suas cadeias apolares voltadas para o interior da membrana, enquanto as cabeças polares (hidrofílicas) ficam voltadas para o meio extracelular ou para o citoplasma, que são meios aquosos. ▪ As proteínas da membrana apresentam resíduos hidrofílicos e hidrofóbicos, e ficam mergulhados na camada lipídica, de modo que: o Os resíduos hidrofóbicos estão no mesmo nível das cadeias hidrofóbicas dos lipídios o Os resíduos hidrofílicos ficam na altura das cabeças polares dos lipídios, em contato com o meio extracelular ou citoplasma. ▪ As proteínas, exceto quando fixadas pelo citoesqueleto, se deslocam com facilidade no plano da membrana. ▪ As moléculas de carboidratos associam-se a proteínas da membrana, para formar glicoproteínas, e a lipídios, formando glicolipídios que, na membrana plasmática, aparecem na face externa da membrana como componentes do glicocálice. ▪ Os lipídios da MP são moléculas longas com uma extremidade hidrofílica e uma cadeia hidrofóbica. ▪ As macromoléculas que apresentam características hidrofílicas (solúvel em meio aquoso) e hidrofóbicas (insolúveis em meio aquoso e solúveis em lipídios) são denominadas moléculas anfipáticas. BCMOL I Citologia Lucas Silva ▪ Tipos: Fosfoglicerídios (fosfatidilcolina, fosfatidiletanolamina, fosfatidilserina e fosfatidiltreonina), esfingolipídios e colesterol. o Os Fosfoglicerídios e esfingolipídios contêm radical fosfato e são chamados fosfolipídios. ▪ Glicolipídios são todos aqueles lipídios que contêm carboidratos, com ou sem radical fosfato. Os glicoesfingolipidios são os mais abundantes e compõe muitos receptores da superfície celular. ▪ As membranas das células animais contêm colesterol e quanto maior a concentração de esteróis, menos fluida é a membrana. ▪ Os fosfolipídios se movimentam dentro da bicamada; ▪ A membrana se comporta como um liquido bidimensional; permitindo que a membrana exerça sua função. ▪ Os movimentos dos lipídios: ➢ Rotação: Movimento do fosfolipídio em torno do próprio eixo. ➢ Difusão lateral: Ocorre quando um fosfolipídio troca de lugar com outro fosfolipídios NA MESMA MONOCAMADA. ➢ Flip-Flop: Ocorre quando o fosfolipídio muda de lugar com outro fosfolipídio EM CAMADAS DIFERENTES (EXTERNA → INTERNA). ➢ Flexão: movimento da calda do fosfolipídio e não é depende tanto da temperatura. ▪ Rápida difusão das proteínas de membrana no plano da bicamada; ▪ Interação com outras proteínas (sinalização celular); ▪ Difusão de lipídios e proteínas dos locais da membrana nos quais são inseridos logo após sua síntese; ▪ Fusão de membranas diferentes; ▪ Assegura que moléculas da membrana sejam distribuídas igualmente na divisão celular. ▪ A presença de colesterol na membrana promove rigidez na molécula, uma vez que o colesterol dificulta o movimento dos fosfolipídios nas membranas. ▪ Estão em menor proporção na membrana ▪ Em células animais é representado pelo colesterol ▪ Interferem na fluidez da membrana plasmática deixando-a menos fluida. BCMOL I Citologia Lucas Silva ▪ O movimento dos lipídios pode ser influenciado por: o Temperatura o Porcentagem de colesterol o Saturação de ácidos graxos o Ácidos graxos saturados fazem com que os lipídios fiquem mais compactos, dificultando sua movimentação o Ácidos graxos insaturados fazem com que os lipídios fiquem mais afastados, facilitando seu movimento. ▪ A atividade metabólica das membranas depende principalmente das proteínas. Cada tipo de membrana apresenta suas proteínas características e são as principais responsáveis pelas funções da membrana. ▪ Auxiliam no transporte de nutrientes, metabolitos e íons ▪ Ancoram macromoléculas na membrana ▪ Funcionam como receptores para sinais químicos As proteínas da membrana podem ser integrais (intrínsecas) ou periféricas (extrínsecas): ➢ Proteínas integrais: ▪ As proteínas integrais estão firmemente associadas aos lipídios e inseridas na MP. Incluem a maioria das enzimas da membrana, as glicoproteínas responsáveis pelos grupos sanguíneos M-N, proteínas transportadoras e receptores químicos. ▪ As moléculas das proteínas integrais, graças às regiões hidrofóbicas situadas na sua superfície, prendem-se aos lipídios da membrana por interações hidrofóbicas, deixando expostas ao meio aquoso apenas suas partes hidrofílicas ▪ As proteínas periféricas se prendem à superfície externa ou interna da membrana celular por meio de vários mecanismos. ➢ Proteínas integrais transmembranas: ▪ Atravessam a bicamada lipídica ▪ Possuem regiões hidrofóbicas e hidrofílicas ▪ Podem ser: Unipasso, quando atravessa a MP uma única vez ou Multipasso, quando a passagem ocorre diversas vezes. ➢ Proteínas a-hélice ▪ Estão localizadas inteiramente no citosol ▪ Estão associadas à metade interna da bicamada lipídica por meio de uma alfa- hélice (estrutura secundária). ➢ Proteínas liadas por meio de lipídios ▪ Estão inteiramente eternas a bicamada lipídica ▪ Estão presentes na face externa e interna ▪ São ligadas à membrana por um ou mais grupos lipídicos ➢ Proteínas ligadas por meio de proteínas ▪ Estão ligadas indiretamente a uma das faces da membrana ▪ São mantidas por interações com outras proteínas de membrana. BCMOL I Citologia Lucas Silva ▪ Os hidratos de carbonos presentes na MP auxiliam na proteção e na lubrificação da célula, além de proporcionar o reconhecimento e adesão entre as células. ▪ Os carboidratos de membrana variam conforme o tipo celular, de acordo com a atividade funcional da célula e segundo a localização da membrana na célula. ➢ Glicocálice ▪ A superfície externa da MP apresenta uma região rica em hidratos de carbono ligados a proteínas ou lipídios, denominada glicocálice. ▪ O glicocálice é uma extensão da própria MP e não uma camada separada, sendo constituída por: o Porções glicídicas das moléculas de glicolipídios da MP, que provocam saliência na superfície da membrana. o Glicoproteínas integrais da membrana ou adsorvidas após secreção o Por algumas proteoglicanos secretados e adsorvidos pela superfície celular ▪ A composição do glicocálice não é estática e varia de um tipo celular para outro e, na mesma célula, varia com a região da membrana e conforme a atividade funcionalda célula. ▪ O glicocálice têm como funções o Proteção e lubrificação da superfície celular o Determinação dos limites entre as células, inibindo a sua proliferação por contato o Reconhecimento célula-célula e adesão celular o Alteração da superfície em células cancerígenas o Ligação de toxinas, vírus e bactérias o Propriedades enzimáticas (peptidase/glicosidase) o Especificidade do sistema sanguíneo ABO BCMOL I Citologia Lucas Silva ▪ Para a maioria das substâncias, existe uma relação direta entre sua solubilidade nos lipídios e sua capacidade de penetração nas células. ▪ De modo geral, os compostos hidrofóbicos, solúveis nos lipídios, atravessam facilmente a membrana. Já as substancias hidrofílicas, insolúveis nos lipídios, penetram nas células com mais dificuldade, dependendo do tamanho da molécula e, também, de suas características químicas. ▪ A membrana celular é muito permeável à água ▪ Solução hipotônica: aumentam de volume em razão da penetração de água. ▪ Solução hipertônica: diminuem de volume em razão da saída de água. ▪ Solução Isotônica: volume e forma não alteram. Obs.: A membrana também é muito permeável à água e a determinadas substâncias hidrófilas e insolúveis em lipídios, como a ureia e o glicerol, graças a moléculas proteicas localizadas na espessura da membrana. Essas proteínas transmembrana formam "poros funcionais", isto é, caminhos hidrofílicos pelos quais passam muitos íons e moléculas que não conseguem atravessar a barreira lipídica ▪ O soluto penetra na célula quando sua concentração é menor no meio intracelular do que no meio extracelular, e sai da célula no caso contrário. ▪ A difusão passiva não gasta energia. Trata-se de um processo físico de difusão a favor de um gradiente. Obs.: Fibrose cística – Doença autossômica recessiva que afeta glândulas exócrinas (produtoras de muco). A proteína afetada é responsável pela passagem de Cloro (Cl-) e de sódio (Na+) pela membrana. Quando o cloro sai a água vai por osmose. ▪ A difusão facilitada se processa a favor de um gradiente de concentração (glicose e alguns AA), porém em velocidade maior que na difusão passiva. ▪ Também não há gasto de energia e ocorre combinada a uma molécula ou proteína transportadora ou permeasse. ▪ Há consumo de energia fornecida por ATP e a substancia pode ser transportada contra o gradiente de concentração, ou seja, de uma região menor concentrada para uma região mais concentrada. ▪ Ocorre quando a célula utiliza a energia potencial de gradiente de íons, geralmente Na+, para transportar moléculas e íons através da membrana. ▪ Ocorre no transporte de glicose nas células epiteliais do revestimento intestinal. A glicose penetra em conjunto com o sódio, trata-se de um cotransporte, realizado com gato de energia fornecida pelo gradiente de Na+. ▪ Nome dado ao processo pelo qual a célula, graças à formação de pseudópodes, engloba no seu citoplasma partículas solidas. BCMOL I Citologia Lucas Silva ▪ A partícula se fixa a receptores específicos da MP, capazes de desencadear uma resposta da qual participa o citoesqueleto. ▪ Corresponde ao englobamento de gotículas de liquido. Ocorre invaginação da MP formando-se pequenas vesículas que são puxadas pelo citoesqueleto e penetram no citoplasma. ▪ Pode ser não seletiva ou seletiva, que ocorre em duas etapas: o Na primeira, a substância a ser incorporada adere a receptores da superfície celular; na segunda, a membrana se afunda e o material a ela aderido passa para uma vesícula ▪ Corresponde ao transporte de grandes quantidades de material do meio intracelular para o extracelular. ▪ Permite que a célula excrete produtos do seu metabolismo, como da digestão intracelular (clasmocitose) Existem especializações especificas para cada parte de célula (Apical, Lateral e Base) ▪ Superfície apical da célula (parte de cima) 1. Microvilosidades 2. Cílios/Flagelos 3. Estereocílios ▪ Superfície baso-lateral da célula 1. Junções celulares ▪ São projeções cilíndricas do citoplasma, envolvidas por membranas que se projetam da superfície apical da célula ▪ Prolongamentos citoplasmáticos contendo um núcleo de filamentos de actina ligados pela vilina e fimbrina ▪ Auxilia aumentando a área da membrana e consequentemente a superfície de contato. ▪ São parecidos com as microvilosidades, porém são mais longas e ramificadas. ▪ São imóveis e aumentam a área de superfície das células. ▪ Apresentam filamentos de actina mais discretos que nas microvilosidades ▪ São encontrados, por exemplo, no epidídimo e nas células pilosas do ouvido interno. ▪ Os Estereocílios aumentam a superfície das células, facilitando o transporte de água e outras moléculas. ▪ São prolongamentos longos e moveis presentes em muitas células epiteliais ▪ São envolvidas por membrana plasmática e apresentam 2 microtúbulos centrais cercados de 9 pares periféricos (unidos entre si). ▪ Estão inseridos em corpúsculos basais (centro de organização de microtúbulos) situados no ápice das células. ▪ Cílios modificados: flagelos BCMOL I Citologia Lucas Silva ▪ São divididas em três grupos: o 1º, estruturas cuja função principal é unir fortemente as células umas às outras ou à matriz extracelular (desmossomos e junções aderentes); o 2º, estrutura que promove a vedação entre as células (zônula oclusiva); o 3º, estrutura que estabelece comunicação entre uma célula e outra (nexos, junção comunicante ou gap junction) ▪ Ocorre de forma variável nas células, porém em uma sequência especifica. ▪ São locais onde o citoesqueleto se prende à membrana celular, e, como as células aderem umas às outras, forma-se um elo de ligação do citoesqueleto de células adjacentes. ▪ Depende da presença de proteínas transmembranas caderinas (desmogleínas e desmocolinas), que exibem adesividade na presença de Calcio. Ou seja, os desmossomos só possuem poder de fixar as células quando a concentração de cálcio no espaço extracelular é normal. ▪ Na porção citoplasmáticas interagem com placoglobinas e desmoplaquinas que ancoram o desmossomo aos filamentos intermediários Obs.: Pênfigo vulgar – Quando anticorpos se ligam a essas proteínas dos desmossomos, em especial as desmogleínas, e rompem a adesão celular, ocorre a formação de bolhas na epiderme, causando perdas de líquidos teciduais, e se não tratado pode levar a morte. Essa doença autoimune é controlada através de imunossupressores e esteroides sistêmicos. ▪ Circunda a parte apical das células, como um cinto continuo (zônula de adesão). ▪ A junção aderente, como os desmossomos, também são sensíveis aos níveis de cálcio, sendo desorganizadas quando a concentração desses íons é muito baixa, o que acarreta a separação das células. ▪ Suas moléculas de adesão interagem com a rede de filamentos de actina no interior da célula. ▪ São dependes das caderinas proteínas transmembranares de ligação dependentes de cálcio. ▪ Faixa contínua em torno da porção apical de determinadas células que veda, total ou parcialmente, o trânsito de íons e moléculas por entre as células. ▪ São impermeáveis e permitem que as células epiteliais funcionem como uma barreira. BCMOL I Citologia Lucas Silva ▪ Limitam o movimento de água e outras moléculas através do espaço intercelular – mantém a separação físico-química entre compartimentos teciduais (rota paracelular). ▪ Proteínas transmembranas: ocludina, claudina e molécula de adesão juncional. ▪ Trata-se de uma estrutura cuja função principal é estabelecer comunicação entre as células, permitindo que grupos celulares funcionem de modo coordenado e harmônico, formando um conjunto funcional. ▪ Constituída por um conjunto de tubos proteicos paralelos que atravessam as membranas das duas células. ▪ Estruturas celulares que permitem a passagemdireta de moléculas sinalizadoras entre células adjacentes (epiteliais, musculares lisa e cardíaca e nervos). ▪ Consiste em um acumulo de canais ou poros transmembrana (conexons – conexinas) que permitem que as células troquem íons, moléculas reguladoras e pequenos metabolitos.
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