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U2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS - TEC DE ANALISES DAS DEMONSTRAÇÕES,DFC, DLPA, DVA E DRA

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
UNIDADE 2 – TÉCNICAS DE ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS, DFC, DLPA, 
DVA E DRA
Autoria: Aislan da Silva Nunes – Revisão técnica: Fábio Yojiro Wakamatsu
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Introdução
Prezado estudante do curso de ciências contábeis, iremos
estudar, nesta unidade, as técnicas de análises das
demonstrações contábeis muito utilizada para tomada de
decisões e fundamentação dos planejamentos estratégicos das
empresas com vistas à vida financeira e econômica. Você já
ouviu falar das análises das demonstrações contábeis? São
técnicas que evidenciam informações fundamentais sobre
diversos contextos da empresa, por exemplo, informações de
evolução da empresa com relação ao patrimônio da entidade, informações direcionadas aos lucros e, ainda,
informações referentes ao impacto de cada despesa ou fonte de renda em relação ao total do ativo ou passivo da
entidade. Veja que tais informações podem oferecer grande potencial para fundamentação das tomadas de
decisões estratégicas da entidade. Você conhece algum tipo de análise das demonstrações contábeis? Se conhece,
quantas e de quais tipos? Nesta unidade, veremos dois tipos de análise: as análises horizontais e as análises
verticais. Veremos que a análise horizontal evidencia informações com relação à evolução cronológica da
entidade, enquanto as análises verticais revelam o impacto de cada conta contábil ou grupo de conta com relação
ao patrimônio total da empresa. Além disso, iremos estudar sobre algumas demonstrações contábeis, que são tão
importantes quanto o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Estudaremos sobre Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
(DLPA), Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Demonstração do Resultado Abrangente (DMPL). Espero
que você tenha um excelente aproveitamento dessa disciplina.
Bons estudos!
2.1 Análise das demonstrações contábeis
Ao estudarmos as estruturas das demonstrações contábeis, podemos verificar que são compostas por contas
contábeis. Cada conta contábil é a somatória de vários fatos administrativos, que são acumulados e
contabilizados dentro das contas contábeis. Com isso, percebe-se que as contas contábeis, sendo reflexos dos
fatos administrativos, são também espelhos dos resultados financeiros e econômicos da entidade.
Desse modo, todo relatório contábil e financeiro revela fatos que estão diretamente relacionados aos recursos da
empresa, mesmo que por óticas diferentes (ASSAF NETO, 2009). Diante de tal constatação, utilizaremos a análise
voltadas às demonstrações contábeis para obtermos indicadores que serão objetos de análise sobre a situação
patrimonial da empresa. A análise das demonstrações contábeis e financeira é também denominada de análise
de balanços (HOJI, 2017). Assim, quando se fala em análise de balanço, os principais relatórios utilizados são:
Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstração de Fluxo de Caixa
Você quer ver?
O filme mostra um pouco da rotina dos profissionais que se dedicam aO Contador
essa área tão necessária e importante da sociedade. Além de narrar a superação de
uma doença, o filme apresenta as rotinas contábeis que o protagonista percorre.
- -3
Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstração de Fluxo de Caixa
(DFC). Mas nada impede que tais análise sejam feitas em outros tipos de relatórios contábeis.
Segundo Hoji (2017), podemos utilizar até mesmo as notas explicativas para análise, haja vista que são fontes de
informações que visam explicar melhor os dados encontrados nas demonstrações contábeis. Ainda é possível a
realização de análise de tendências, visto que podem auxiliar na análise da situação patrimonial e financeira da
empresa.
Veremos que alguns itens das demonstrações contábeis poderão ser analisados ao longo de um período. Com
isso, poderemos criar e , que são fundamentais para vários usuários datendências análise de percentuais 
contabilidade, como , , e .credores investidores gestores autoridades reguladoras
Criar linhas de significa acompanhar alguns itens-chaves das demonstrações contábeis, que vêm setendências 
firmando ao longo de um período. Isso possibilita verificar como que a empresa está em operação. Em geral,
essas linhas de tendências são utilizadas para obter informações com relação a receitas, margens de lucro bruta,
margens de lucro líquida, contas a receber e endividamentos (FERRARI, 2011).
As são voltadas para obter indicadores provenientes das razões entre os grupos deanálises de percentuais
contas contábeis para se verificar as dimensões contábeis. Por exemplo, podemos citar o quociente de liquidez,
que evidencia a capacidade de uma empresa sobre uma estimativa de quitação das obrigações de forma
imediata, utilizando os recursos disponíveis naquele momento. Ainda, pode-se mencionar a análise dos
pagamentos de dívidas com relação ao patrimônio líquido, para obter assim um índice que mensura a utilização
de empréstimos de terceiros em demasia.
Vejamos que tais análises são fundamentais para os usuários da contabilidade, assim como também são
ferramentas muito poderosas que podem ser utilizadas para diferentes objetivos e expressão de várias
informações com relação às circunstâncias financeiras da entidade. Iremos evidenciar alguns desses objetivos
Você o conhece?
Edison Carlos Fernandes é um professor e escritor da literatura contábil, doutor em
Direito das Relações Econômicas Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC-SP) e atualmente (em 2020) professor da Universidade Mackenzie.
Você sabia?
É preciso entender os números que estão por trás das demonstrações contábeis. Isso
quer dizer que os valores monetários que são apresentados nas demonstrações
contábeis refletem a realidade patrimonial da entidade. Porém, essa realidade está
atrelada à vivência de mundo da empresa. Ou seja, a realidade social, econômica e
financeira que está em torno da entidade influencia diretamente os resultados dela.
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informações com relação às circunstâncias financeiras da entidade. Iremos evidenciar alguns desses objetivos
voltados às necessidades de cada um dos usuários citados. Contudo, vale destacar que são apenas alguns
exemplos dos objetivos desses usuários, não se propondo a exauri-los.
Qualquer pessoa que tenha interesse em uma empresa ou que tenha alguma relação de empréstimo para
determinada empresa visará a uma análise sobre as possibilidades de retorno desse empréstimo. Para isso, é
fundamental que cada observe a capacidade de pagamento de dívidas da empresa, e, portanto, ele deverácredor
observar a demonstração de fluxo de caixa pra encontrar essas informações.
Por outro lado, temos os , que podem ser classificados como atuais ou potenciais. Seja qual for ainvestidores
classificação, é fundamental que seja apresentada a eles a capacidade da entidade na continuação de pagamento
dos dividendos e na geração de fluxo de caixa, visando ao crescimento da sua taxa histórica de retorno. Para isso,
é preciso um conjunto de análise sobre todas as demonstrações contábeis (GOMES, 2010).
Dentro das empresas, podemos ter os , que são profissionais voltados para a área de dacontrollers gestão 
empresa. Em geral, tais profissionais criam relatórios periódicos dos resultados financeiros, muitas vezes
voltando uma atenção especial a determinada métrica operacional, que não é vista por outras entidades externas
da empresa. Como exemplo dessas métricas operacionais, podemos citar custo por entregas, custo por canal de
distribuição, lucro por produto, entre outros.
Quando voltamos nossas atenções para empresas de capital aberto, as – como aentidades reguladoras
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – verificam a conformidade das análises das demonstrações contábeis
com regras e normas vigentes da contabilidade.
Portanto, já sabemos da enorme potencialidade que as demonstrações contábeis nos oferece e dagrande
necessidade de análise dessas informações nelas contidas. A seguir, evidenciaremos dois tipos de análise das
demonstrações contábeis, que são os dois principais métodos de análise.
Teste seus conhecimentos
(Atividade não pontuada)
O primeiro método chamaremos de análise horizontal, e o segundo é denominado análise vertical. Em suma, a
primeira é feita por comparação das informações contidas nas demonstrações contábeis da entidade em dois ou
mais períodos, enquanto na segunda obteremos um número-índice de um demonstrativo contábil. Esse número
é correspondente a cada item de linha das demonstrações que estaremos analisando, e sua comparação é com
relação a outro item contábil. Isso ocorre para evidenciar a importância de cada item com relação ao todo
(IUDÍCIBUS, 2017).
Desse modo, podemos ver a análise horizontal como a evolução cronológica de cada item em um espaço
Você quer ler?
O livro , escrito por EdisonDireito e Contabilidade: fundamentos do direito contábil
Carlos Fernandes, apresenta demonstrações contábeis e fatos sobre a contabilidade
de forma dinâmica e objetiva.
- -5
Desse modo, podemos ver a análise horizontal como a evolução cronológica de cada item em um espaço
temporal, entendendo a análise vertical como a importância relativa de cada conta contábil entre si dentro de
um mesmo período de análise.
2.1.1 Análise vertical
Nesta seção, abordaremos a análise vertical, que pode ser aplicada a várias demonstrações contábeis. Nesse tipo
de análise, obteremos um número-índice relativo a cada linha que é listada, como uma porcentagem com relação
a outro item. Nessa metodologia voltada a uma demonstração contábil, por exemplo, no BP, verificamos que essa
análise é direcionada para uma demonstração estática, ou seja, para um determinado período de análise apenas.
Isso não impede que a comparação temporal, ou seja, dos percentuais sobre determinadas contas contábeis,
possa ser feita no decorrer do tempo. Podemos, por exemplo, obter que o custo da mercadoria vendida nos
últimos quatro anos foi de aproximadamente 40% em relação às vendas. No entanto, em uma nova apuração dos
percentuais baseada na análise vertical de um novo período, podemos notar que o número-índice do custo da
mercadoria vendida em relação às vendas subiu para 50%. Isso nos indica um alerta, havendo necessidade de
uma verificação mais profunda das atividades operacionais para saber o motivo do aumento dos custos
(MATARAZZO, 2010).
A análise vertical, com relação a essa metodologia aplicada à DRE, pode mostrar vários resultados vinculados às
contas de despesas. Utilizando-se de uma porcentagem em relação às vendas líquidas, pode também ser usada
para evidenciar os percentuais com relação às diferentes receitas que compõem as vendas totais.
Evidenciaremos essa metodologia de análise em uma DRE de uma empresa fictícia e com valores. Na tabela a
seguir, apresentaremos um modelo de obtenção dos percentuais de análise.
Caso
Vamos imaginar uma empresa que possui 40 anos de experiência no mercado financeiro, cujos sócios a
receberam como uma herança familiar. Suponhamos que essa empresa é um restaurante que possui
uma caderneta de clientes significante. O sucesso desse empreendimento está aumentando tanto que
os sócios estão cogitando a hipótese de abrir uma filial na cidade vizinha. Para isso, os sócios fizeram
um estudo econômico desse novo empreendimento. Eles poderão fazer não só esse estudo econômico,
mas também o financeiro, tomando como base uma empresa similar que está localizada nessa nova
cidade. A análise horizontal e vertical poderão lhes auxiliar nesse processo de tomada de decisão.
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Tabela 1 - Análise vertical da DRE.
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).
#PraCegoVer: a tabela apresenta um relatório contábil denominado Demonstração do Resultado do Exercício
(DRE), dividido em três colunas, que apresentam, respectivamente: na primeira os tipos de receitas e despesas,
na segunda os valores e na terceira o número-índice correspondente de cada linha. Na primeira linha, é
apresentada a receita operacional bruta, seguida das deduções das receitas, resultando na receita operacional
líquida. Esta é seguida dos custos operacionais para obter o resultado operacional bruto. Após o abatimento das
despesas administrativas, comerciais e financeiras, é obtido o lucro líquido do exercício antes do abatimento do
IRPJ e da CSLL. Por fim, é apresentado o resultado líquido do exercício, e, na coluna de número-índice, fica
indicada a relação de cada uma das linhas com a receita operacional bruta.
É claro que toda empresa está envolvida em um contexto sociocultural. Há inúmeras variáveis que devemos
analisar e levar em consideração na análise, como objetivo da empresa, mercado financeiro, necessidade de
demanda, oferta e procura. Enfim, há uma infinidade de variáveis, que não conseguiremos levar em consideração
nesta unidade, por serem particulares de cada entidade. No entanto, de forma geral e desprezando essas
particularidades em nossa análise, podemos observar e analisar alguns percentuais dessa DRE. Vejamos que:
a) A receita bruta operacional corresponde a um indicador de 100% em nossa análise vertical. Isso significa que
toda a comparação feita entre as linhas está relacionada com essa receita.
b) Nesse exemplo, temos que os custos operacionais correspondem exatamente a 25% de toda a receita. Ou seja,
ainda sobram 75% dos recebimentos para cobertura de todas as despesas e dos tributos, o que, em tese, é um
excelente número-índice.
c) Verificamos que as receitas financeiras correspondem a 17,14%, o que de fato amenizou muito o impacto das
despesas administrativas e comerciais. Estas, somadas, correspondem a 14,76%. Veja que, embora não seja uma
situação muito comum, é possível que o rendimento seja advindo de aplicações financeiras consideráveis. Em
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situação muito comum, é possível que o rendimento seja advindo de aplicações financeiras consideráveis. Em
geral, não é muito comum as receitas financeiras absorverem tais custos, mas nesse caso temos condições
suficientes para fazer tal análise.
d) Ainda que haja valores significativamente altos de despesas e custos, o resultado líquido corresponde a mais
da metade do resultado bruto operacional. Isso quer dizer que há uma ótima margem de lucro nessa empresa.
Aos olhos de quem está interessado em investir nela, é uma empresa com grande potencial de retorno.
Poderíamos examinar vários comentários sobre esse relatório contábil e sobre os percentuais provenientes do
método de análise vertical da DRE. Porém, iremos nos ater a apenas esses pontos tratados, por se tratar apenas
de uma demonstração desse tipo de análise (RIBEIRO, 2015).
Teste seus conhecimentos
(Atividade não pontuada)
No entanto, podemos verificar que as informações que são fornecidas por esse tipo de análise e por esse
relatório contábil são úteis não apenas para evidenciar as oscilações das despesas, mas também para verificar
quais tipos de despesas são pequenas e irrelevantes frente a um planejamento estratégico empresarial, e quais
despesas devem ter uma atenção maior diante de tais planejamentos.
Mostraremos essa mesma metodologia de análise voltada para o BP. O objetivo principal dessa análise frente ao
relatório contábil é o fator que iremos usar em comparação às contas contábeis. Podemos verificar que o
denominador comum a todas as contas contábeis que estão distribuídas nas linhas é o total do ativo para o lado
esquerdo do relatório e o total do passivo juntamente com o patrimônio líquido do lado direito do relatório. Na
tabela a seguir, apresentaremos uma situação fictícia envolvendo o BP e os percentuais utilizados para análise
(ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2002).
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Tabela 2 - Análise vertical do BP.
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).
#PraCegoVer: a tabela apresenta um relatório contábil denominado de Balanço Patrimonial (BP). Nele
encontramos todas as contas do ativo ao seu lado esquerdo e todas as contas do passivo juntamente com o
patrimônio líquido no seu ladodireito. No lado esquerdo dessa tabela, existem três colunas, que apresentam,
respectivamente: na primeira as contas contábeis de forma sintetizada, na segunda os valores monetários de
cada conta contábil, e na terceira o número-índice de cada conta contábil em relação ao total do ativo. Da mesma
forma ocorre do lado direito: existem as três colunas com as contas contábeis do passivo e patrimônio líquido,
valores e percentuais com relação ao total do passivo e patrimônio líquido.
Assim como dito anteriormente, na análise vertical iremos desconsiderar as variáveis que correspondem a
situações particulares de mercado, operações específicas da empresa, entre outras, e nos atentaremos às
análises somente dos percentuais envolvidos nessa demonstração contábil. Dessa forma, podemos destacar que:
• O número-índice do total do ativo e do total do passivo juntamente com o patrimônio líquido 
correspondem a 100%, o que evidencia que todas as linhas dessa demonstração estão 
relacionadas com esse total.
• Um fato que podemos destacar com relação aos percentuais do BP é a comparação direta entre o 
ativo e o passivo. Veja que o equilíbrio contábil nos permite dizer que o valor total do ativo e o 
valor total do passivo juntamente com o patrimônio líquido são equivalentes. Assim, podemos 
concluir que os percentuais obtidos no lado esquerdo estão em sintonia com os percentuais 
obtidos no lado direito, haja vista que ambos têm como parâmetro de comparação o mesmo valor. 
O que podemos verificar é que, nessa demonstração, o valor correspondente ao ativo circulante é 
de 59,35%. Tal marca está quase equivalente ao valor do número-índice do passivo circulante, que 
é de 59,60%. Isso evidencia que essa empresa possui uma alta capacidade de quitar suas 
obrigações a curto prazo com os valores que estão disponíveis a curto prazo, com alto grau de 
liquidez. Por fim, isso revela uma alta capacidade de pagamento para aqueles credores que 
desejam dispor de valores para empréstimo, sendo uma empresa excelente para se investir.
• O mesmo pode ser afirmado sobre as contas que estão a longo prazo. Vejamos que, em 
•
•
•
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• O mesmo pode ser afirmado sobre as contas que estão a longo prazo. Vejamos que, em 
comparação com um elevado período de tempo, essa empresa supera os valores do ativo em 
comparação com os valores do passivo. Observe que o ativo não circulante corresponde a 40,65% 
do total do ativo, enquanto o passivo não circulante corresponde a apenas 7,13% do total do ativo 
juntamente com o patrimônio líquido. Essa é uma excelente margem a longo prazo.
• Podemos ainda evidenciar que, em comparação com o total do ativo, os valores que estão em 
estoque correspondem a aproximadamente 30%. Em uma rápida análise, podemos verificar que 
existe um bom volume de valores que estão atrelados aos estoques. Embora 30% seja uma 
excelente margem para estoques, em casos de empresas que possuem o número-índice do ativo 
inferior ao passivo, essa observação é relevante e serve de fundamentação para tomada de 
decisões estratégicas. Além disso, indica ser necessária uma atenção especial ao marketing do 
produto que está sendo vendido, para elevar as vendas e aumentar os valores em caixa.
Ainda com foco nessa análise, podemos comentar vários pontos que chamam nossa atenção. Mas, como dito
anteriormente, iremos nos concentrar apenas nesses pontos para exemplificar algumas análises dos percentuais
que são possíveis com relação ao BP.
Em suma, as informações que são oferecidas pelo BP e seus percentuais são importantes para notar as mudanças
nos investimentos de uma empresa, no capital de giro, no ativo imobilizado ao longo do tempo, e indicações
relativas ao modelo de negócio a ser adotado, que poderá requerer uma quantia diferente de valores a serem
financiados.
Em seguida, apresentaremos as análises horizontais dessas mesmas demonstrações contábeis. Iremos verificar
que, na análise financeira, as comparações são feitas de forma temporária, ou seja, levando em consideração a
evolução de uma empresa em determinado tempo (FERRARI, 2011).
2.1.2 Análise horizontal
A análise horizontal deverá ser usada quando se deseja analisar a evolução histórica das contas contábeis ou dos
grupos de contas contábeis em relação a um determinado período de tempo. É fundamental salientar que é
necessário que as demonstrações contábeis sejam ajustadas, quando for o caso, atualizadas por intermédio de
alguns índices econômicos, com o objetivo de preservar o valor da moeda no decorrer do tempo.
Tais ajustes se fazem necessários, mesmo em épocas ou locais em que a inflação média é controlada, e em muitos
casos não são superiores a 5% a.a. Isso porque a inflação em média dessa porcentagem não oferece grandes
impactos nos valores. Mesmo assim, são recomendadas as atualizações dos valores, em geral, utilizando-se um
índice de escolha do analista, com objetivo de estabelecer o melhor ajuste e uma maior qualidade nas análises.
Além de tais ajustes, as demonstrações contábeis devem ser padronizadas antes das efetivações das análises. A
partir dessa padronização, são realizadas as comparações entre os períodos, adotando-se, para fins de
representação, o critério dos números-índice.
Para a utilização de número-índice, adotaremos a base 100, que corresponderá ao primeiro ano de análise.
Assim, todas as análises realizadas irão referir-se ao primeiro ano. Apresenta-se um exemplo de análise
horizontal do grupo de contas contábeis referente a conta de disponíveis de uma determinada empresa. Esta
apresentou em seu primeiro ano o saldo de R$ 153.200,00, no segundo ano o saldo de R$ 185.372,00 e no
terceiro ano o saldo de R$ 116.432,00. A partir dessas informações, poderemos verificar na tabela a seguir o
exemplo da utilização do número-índice e ainda da obtenção dos percentuais para análise horizontal.
•
•
- -10
Tabela 3 - Análise horizontal da conta de disponíveis.
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).
#PraCegoVer: a tabela apresenta um quadro com quatro colunas: a primeira coluna apresenta a conta de
disponíveis e logo abaixo a utilização do número-índice que será utilizado para análise horizontal; na segunda
coluna está representado o primeiro ano, com o valor de disponíveis relativo (R$ 153.200,00) e ainda o valor de
100, que corresponde ao número-base; na terceira coluna está o segundo ano, com o valor correspondente de
disponíveis (R$ 185.372,00) e logo abaixo o número-índice relativo ao segundo ano (121); por fim, a quarta
coluna está apresentando os valores relativos ao terceiro ano (disponíveis: R$ 116.432,00), com o seu devido
número-índice.
Como já foi mencionado, no primeiro ano será apresentado sempre o valor de 100 para todos os itens, contas
contábeis, grupos e subgrupos das demonstrações contábeis, para obter o número-índice referente ao segundo e
aos demais anos que serão analisados. Dessa forma, para encontrar esses valores, deve-se dividir o valor
encontrado do segundo ano com o valor apresentado do primeiro ano e multiplicá-lo por 100. Matematicamente,
podemos representar a obtenção desse índice de acordo com a expressão:
Onde se refere ao índice em determinado ano de análise . Podemos evidenciar o que estamos falando,
utilizando os dados da tabela anterior para apresentar um exemplo numérico objetivando facilitar nosso
entendimento. Vejamos que queremos determinar o índice com relação ao segundo ano, portanto temos que 
e assim:
Podemos interpretar que esse número se refere a um número-índice de 121% em relação ao primeiro ano. Desse
modo, temos como crescimento do número-índice do primeiro para o segundo ano de 21%, que se refere à
diferença entre .
Por outro lado, o resultado apresentado no terceiro ano corresponde ao número-índice igual a 62,81. Ao fazer a
leitura desse número-índice, devemos subtraí-lo de 100, como fizemos anteriormente, e nesse caso temos que 
. Isso representa uma diminuição de 37,19% das disponibilidades dessa empresa. Podemos
verificar resumidamente essas informações de acordo com a tabelaa seguir.
Tabela 4 - Análise horizontal da conta de disponíveis utilizando percentual e número índice.
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).
- -11
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).
#PraCegoVer: a tabela apresenta um quadro com quatro colunas: a primeira apresenta a conta de disponíveis, e
logo abaixo a utilização do número-índice que será utilizado para análise horizontal; na segunda coluna está
representado o primeiro ano, com o valor de disponível correspondente (R$ 153.200,00), o valor de 100, que
corresponde ao número-base, e na última linha o percentual de 100%; na terceira coluna está o segundo ano,
com o valor de disponíveis referente (R$ 185.372,00), logo abaixo o número-índice relativo (121), seguido do
percentual de análise (21%); por fim, a quarta coluna apresenta os valores relativos ao terceiro ano (disponíveis:
R$ 116.432,00), com o seu devido número-índice (62,81), seguido do percentual de análise (-37,19%).
Agora que entendemos melhor a obtenção dos números-índices e dos percentuais, apresentaremos a utilização
desses dados referentes à DRE para fins de análise horizontal, conforme podemos verificar na tabela a seguir.
Tabela 5 - Análise horizontal da DRE.
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).
#PraCegoVer: a tabela apresenta uma Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), compreendendo três
anos consecutivos. A primeira coluna elenca os itens da DRE (seguidos pelo valor, número-base e percentual de
cada ano). Para o , temos: receita operacional bruta, da qual faz parte a receita bruta das vendasprimeiro ano
(valor: R$ 840.00,00); (-) deduções, abatimentos e impostos, categoria da qual faz parte deduções da receita
bruta (valor: R$ 20.00,00); (=) deduções, abatimentos e impostos (valor: R$ 820.00,00), fazendo parte (-) custo
operacional (R$ 210.000,00) e custo da mercadoria vendida (CMV) (R$ 210.000,00). Após, temos (=) resultado
operacional bruto (R$ 610.000,00), do qual fazem parte (-) despesas operacionais (R$ 124.000,00) – despesas
administrativas (R$ 94.000,00) e despesas vendas (R$ 30.000,00) –, (+) outros ganhos (R$ 144.000,00) –
despesas financeiras (R$ 144.000,00); outra categoria é (=) lucro líquido antes do IR e da CSLL (R$ 630.000,00),
do qual faz parte Imposto de Renda (R$ 139.546,50); por fim, (=) resultado líquido do exercício (R$ 490.453,50).
As demais colunas, além do valor, indicam o número-base (100 para todas as linhas) e o percentual (100% para
todas as linhas) referente ao respectivo ano. No , temos: receita operacional bruta, da qual faz partesegundo ano
a receita bruta das vendas (valor de ambas: R$ 980.00,00, número-base 116,67, 16,67%); (-) deduções,
abatimentos e impostos, categoria da qual faz parte deduções da receita bruta (valor de ambas: R$ 22.00,00,
número-base 110, 10%); (=) deduções, abatimentos e impostos (valor: R$ 958.00,00, número-base 116,83,
16,83%), fazendo parte (-) custo operacional (R$ 300.000,00, número-base 142,86, 42,86%) e custo da
- -12
16,83%), fazendo parte (-) custo operacional (R$ 300.000,00, número-base 142,86, 42,86%) e custo da
mercadoria vendida (CMV) (R$ 300.000,00, número-base 142,86, 42,86%). Após, temos (=) resultado
operacional bruto (R$ 658.000,00, número-base 107,87, 7,87%), do qual fazem parte (-) despesas operacionais
(R$ 63.000,00, número-base 50,81, -49,19%) – despesas administrativas (R$ 53.000,00, número-base 56,38,
-43,62%) e despesas vendas (R$ 10.000,00, número-base 33,33, -66,67%) –, (+) outros ganhos (R$ 120.000,00,
número-base 83,33, -16,67%) – despesas financeiras (R$ 120.000,00, , número-base 83,33, -16,67%); outra
categoria é (=) lucro líquido antes do IR e da CSLL (R$ 715.000,00, número-base 113,49, 13,49%), do qual faz
parte Imposto de Renda (R$ 139.546,50, número-base 100, 0%); por fim, (=) resultado líquido do exercício (R$
575.453,50, número-base 117,33, 17,33%). Por último, para o , temos: receita operacional bruta, daterceiro ano
qual faz parte a receita bruta das vendas (valor de ambas: R$ 530.00,00, número-base 54,08, - 62,59%); (-)
deduções, abatimentos e impostos, categoria da qual faz parte deduções da receita bruta (valor de ambas: R$
5.00,00, número-base 22,73, -87,27%); (=) deduções, abatimentos e impostos (valor: R$ 525.00,00, número-base
54,80, -62,03%), fazendo parte (-) custo operacional (R$ 100.000,00, número-base 33,33, -109,62%) e custo da
mercadoria vendida (CMV) (R$ 100.000,00, número-base 33,33, -109,62%). Após, temos (=) resultado
operacional bruto (R$ 425.000,00, número-base 69,59, -43,28%), do qual fazem parte (-) despesas operacionais
(R$ 95.000,00, número-base 150,79, 99,99%) – despesas administrativas (R$ 75.000,00, número-base 141,51,
85,13%) e despesas vendas (R$ 20.000,00, número-base 200, -166,67%) –, (+) outros ganhos (R$ 95.000,00,
número-base 79,17, -4,17%) – despesas financeiras (R$ 95.000,00, , número-base 79,17, -4,17%); outra
categoria é (=) lucro líquido antes do IR e da CSLL (R$ 425.000,00, número-base 59,44, -54,05%), do qual faz
parte Imposto de Renda (sem valor, número-base 0, -100%); por fim, (=) resultado líquido do exercício (R$
425.000,00, número-base 73,85, -43,48%).
As análises que podemos fazer nessa DRE será feita por meio de comparação entre os percentuais de cada ano.
Desse modo, podemos evidenciar alguns aspectos relevantes nesse índice:
a) É notório que há uma variação considerável nos resultados líquidos apresentados entre os três anos de
atividades analisados: no segundo ano, houve um aumento de 17,33%, seguido de uma queda muito preocupante
de -43,48%.
b) Podemos verificar que os fatores mais preocupantes do terceiro ano referem-se à queda no faturamento bruto
dessa empresa, que chega a ter o percentual de - 109,52%. Isso, atrelado à variação considerável nas despesas
com vendas, que teve um aumento de 166,67%, são fatores primordiais que resultaram no decréscimo do valor
líquido do terceiro ano.
c) No mesmo sentido, o bom resultado apresentado no segundo ano decorre de um aumento no faturamento
bruto de 16,67%, seguido de um decréscimo nas despesas operacionais, que corresponde a -49,19%.
Podemos evidenciar vários pontos de análise dessa demonstração, mas iremos nos direcionar apenas com esses
pontos mencionados, que foram objeto de estudo. Essa análise poderá ser feita em outras demonstrações
contábeis, seguindo a mesma lógica que a apresentada até o momento (GOMES, 2010).
Uma vez que já evidenciamos suficientemente as técnicas de análise horizontais e verticais, passaremos a
apresentar a estrutura de outras demonstrações contábeis, a saber: a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), a
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), a Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) e a
Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL). Isso se dá como forma de complementar nossos
estudos e conhecimentos sobre as estruturas das demonstrações contábeis, complementando assim nossos
conhecimentos para aplicação das técnicas de análise estudadas até o momento.
- -13
2.2 Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)
O objetivo principal desse relatório contábil é mostrar informações que são relevantes sobre o recebimento e os
pagamentos realizados em dinheiro ocorridos em determinado período. A finalidade da DFC é demonstrar para
os investidores, credores e outros usuários quanto a empresa pode gerar caixa com saldos positivos, capacidade
de pagamento quanto às suas obrigações, liquidez, flexibilidade financeira, entre outros aspectos.
Marion (2012) destaca a DFC como um dos principais relatórios contábeis para fins gerenciais. No Brasil, com a
publicação da Lei nº 11.638/2007, a DFC tornou-se obrigatória para as companhias abertas e as de grande porte
(as grandes limitadas). Ela veio substituir a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).
Diferentemente da DOAR, a DFC classifica as movimentações do caixa por grupos e atividades, enquanto a DOAR
classificava os recursos das origens e aplicações. A DFC é uma expressão dinâmica e pode ser apresentada de
duas formas. Uma delas é o formato direto que apresentaas demonstrações financeiras da empresa no período,
sendo que essas informações são explicadas e essa forma é utilizada no planejamento financeiro da entidade.
Enquanto no formato indireto ela é demonstrada de maneira extensa, segue o método do DOAR, mas é um
formato mais simples de apresentação, sendo muito utilizada pela sua simplicidade. Podemos verificar na figura
a seguir um modelo padronizado desse relatório contábil.
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Quadro 1 - Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC).
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).
#PraCegoVer: na imagem está apresentada uma Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC): ingressos ou entradas
de caixa, seguidos de caixa das atividades de investimentos, financiamentos e operacionais, resultando na
apuração do fluxo de caixa final.
Visto a DFC, passaremos a apresentar a DLPA.
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2.3 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados 
(DLPA)
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) tem a finalidade de explicitar o lucro do exercício
e a sua destinação, os ajustes contábeis referentes aos exercícios anteriores, o saldo da conta lucros ou prejuízos
acumulados e as reversões de reservas.
A Lei nº 11.638/2007 excluiu a conta lucros ou prejuízos acumulados do BP, mantendo apenas a conta de
prejuízos acumulados. Ou seja, as empresas devem dar um destino a todo lucro apurado no fim do exercício
social, utilizando-o na compensação de prejuízos acumulados, no aumento de capital, na distribuição aos
acionistas ou na constituição de reservas (BRASIL, 2007).
As sociedades por ações não podem apresentar saldo credor na conta de lucros ou prejuízos acumulados ou
lucros acumulados no BP, pois todo lucro líquido apurado no fim do exercício deve possuir alguma destinação:
na compensação de prejuízos acumulados, na constituição de reservas, no aumento de capital ou na distribuição
aos acionistas. Todavia, as demais sociedades podem manter em seus balanços a conta de lucros ou prejuízos
acumulados ou a conta de lucros acumulados com saldo credor para destinações futuras. Pela Lei das Sociedades
Anônimas (Lei nº 6.404/1976), o lucro apurado no exercício que não tenha sido pago aos os acionistas deve
permanecer na entidade para reinvestimentos em seus ativos (BRASIL, 1976).
2.4 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) informa todo valor criado pela entidade (empresa) e de que forma
essa riqueza foi distribuída. Essa demonstração não pode ser comparada ou confundida com a DRE, pois as
informações da DRE são direcionadas para os sócios e acionistas, prioritariamente na publicação do lucro líquido.
A DVA é considerada um importante instrumento quanto à capacidade de geração de valor da empresa. Essa
riqueza gerada pode ser medida contabilmente pela diferença do valor das vendas e dos insumos adquiridos por
terceiros. A Lei nº 11.638/2007 estabeleceu que todas as companhias abertas têm a obrigação de elaborar e
divulgar a DVA. Essa divulgação permite que as informações contábeis, prestadas para os usuários e
interessados, mostrem o valor da distribuição de riqueza gerada pela empresa.
O DVA é demonstrado pela receita menos os custos (de terceiros). Mostra quanto a empresa criou de riqueza e
como esse valor foi distribuído entre os agentes econômicos que contribuíram com sua criação. Essa
demonstração também pode ser utilizada como forma de avaliação de desempenho, para medir quanto essa
empresa acrescentou de valor em relação à sociedade (MATARAZZO, 2010).
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Quadro 2 - Demonstrativo do valor agregado.
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).
#PraCegoVer: na imagem temos um Demonstrativo do Valor Adicionado (DVA), referente ao ano 1. Na primeira
coluna, a descrição de cada valor, e na segunda seu número correspondente. 1. Receitas (R$ 6.928,00), das quais
fazem parte prestação de serviços (R$ 3.610,00) e venda de mercadorias (R$ 3.318,48); 2. Insumos adquiridos
de terceiros (R$ 1.614,94), dos quais fazem parte custo da mercadoria vendida (R$ 1.421,47) e custos dos
serviços vendidos (R$ 193,47); 3. Valor adicionado bruto (R$ 5.313,54); 4. Retenções, dentro das quais
depreciação, amortização e exaustão (ambas sem valor); 5. Valor adicionado líquido produzido (R$ 5.313,54); 6.
Valor adicionado recebido em transferência, do qual fazem parte resultado de equivalência patrimonial e
receitas financeiras (todos sem valor); 7. Valor total adicionado a distribuir (R$ 5.313,54); 8. Distribuição do
valor adicionado (R$ 5.313,54), composta por pessoal e encargos (R$ 8.751,55), impostos, taxas e contribuições
(R$ 1.871,90), juros e aluguéis (R$ 3.479,84) e lucros retidos / prejuízo do exercício ((R$ 8.789,75)).
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Outra importância da DVA é que ela é também um instrumento macroeconômico capaz de medir a riqueza e
contribui para o desenvolvimento do PIB do país. Não podemos deixar de citar que a sua base de formação é a
DRE.
Conclusão
Chegamos ao final desta unidade. A análise das demonstrações contábeis é uma importante ferramenta, que
serve de fundamentação para as tomadas de decisões, principalmente com referência ao planejamento
estratégico da entidade.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer a importância das análises em contexto gerencial e para os usuários das informações contábeis;
• aprofundar sobre as técnicas de análise horizontal e vertical, além de evidenciar os objetivos de tais 
análises;
• conhecer algumas demonstrações contábeis, como a DFC, a DVA e a DLPA.
Referências
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econômico-financeiro. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
BRASIL. . Dispõe sobre asLei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976
Sociedades por Ações. Brasília, DF: Presidência da República, [2020].
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis
. Acesso em: 3 dez. 2020./l6404consol.htm
BRASIL. . Altera eLei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007
revoga dispositivos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da
Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de
grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de
demonstrações financeiras. Brasília, DF: Presidência da República, [2007]. Disponível em: http://www.planalto.
. Acesso em: 3 dez. 2020.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
FERRARI, E. L. . 4. ed. Rio de Janeiro: Campus; Elsevier, 2011.Análise de balanços
GOMES, A. . Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2010.Contabilidade Intermediária
IUDÍCIBUS, S. D. . 7. ed. São Paulo: Atlas, 2017.Análise de balanços
MARION, J. C. : contabilidade empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.Análise das demonstrações contábeis
MATARAZZO, D. C. : abordagem gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.Análise financeira de balanços
RIBEIRO, O. M. : fácil. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.Estrutura e análise de balanços
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. . 2. ed. São Paulo:Princípios de administração financeira
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SANTOS, L. J. M. D. . Rio de Janeiro: SESES, 2016.Estrutura das demonstrações contábeis
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SANTOS, L. J. M. D. . Rio de Janeiro: SESES, 2016.Estrutura das demonstrações contábeis
	Introdução
	2.1 Análise das demonstrações contábeis
	Você quer ver?
	Você o conhece?
	Você sabia?
	Você quer ler?
	Teste seus conhecimentos
	2.1.1 Análise vertical
	Caso
	Teste seus conhecimentos
	2.1.2 Análise horizontal
	2.2 Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)
	2.3 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
	2.4 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
	Conclusão
	Referências

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