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Praticas Breves em Psicologia • Psicoterapia breve: Fundamentos teóricos - Não é uma ‘psicanálise breve’. Não é uma ‘psicoterapia de apoio’; - A teoria Freudiana e a questão dos objetivos da análise e a necessidade ‘do povo’. - Possibilitar a assistência psicológica a um número crescente de pessoas; - Os psicanalistas deveriam adotar medidas para estender o tratamento psicanalítico a grandes massas da população. • Fins terapêuticos - Na psicanálise é tornar consciente o inconsciente; ‘reconstrução’ (resolução de conflitos básicos e de seus derivados através da elaboração) da estrutura da personalidade. Ganho de sensação de bem estar, com o qual se pretende eliminar ou aliviar sintomas de modo franco e duradouro. - Os objetivos na PB são mais modestos (através dos insights é possível buscar a solução de problemas atuais e imediatos e o alívio dos sintomas) • A temporalidade - Na psicanálise normalmente não há a fixação de tempo (começo, meio e fim) podendo prolongar-se durante anos. - Nas PB’s, é comum a fixação prévia de um tempo limite, sendo sempre mais curta. Para Stekel a questão da temporalidade estimularia o progresso da terapia. - Quando se favorece um prazo de encerramento, isso se torna um traço diferencial importante; e influencia de modo decisivo aspectos do vínculo terapêutico, da estrutura que se torna mais definida, introduzindo na relação terapêutica um novo e necessário elemento de realidade; e isso favorece o esmorecimento das fantasias regressivas onipotentes de união permanente do paciente com o terapeuta. • A técnica • Trabalho com conflitos: - Conflito original na psicanálise (situações conflitivas atuais estão relacionadas aos conflitos infantis. - Na PB não é possível abrir feridas de maneira indiscriminada na estrutura defensiva; não se deve produzir excessiva mobilização afetiva ou favorecer a regressão, mas sim permitir uma elaboração focalizada em alguns aspectos do conflito (aqueles que são emergenciais ou que estejam ligados diretamente aos sintomas atuais). Conflitos são previamente escolhidos e parcialmente interpretados. - Em alguns tratamentos breves o autor defende que o paciente deva ser confrontado com o conflito original, quando o terapeuta percebe que de outra maneira não se obterá progresso, ou quando o conflito original está na superfície psíquica do paciente (as vezes é o próprio paciente que relaciona o conflito atual com o conflito infantil – em algum tipo de insight) - O terapeuta, no entanto, deverá fazer um trabalho interpretativo cauteloso de certos componentes do conflito básico, em especial daqueles que estejam vinculados á problemática focal (pensando-se em alcançar a clarificação e a superação de tal problemática) COMO SABER ATÉ ONDE NOS APROFUNDARMOS? - Baseado no tato e experiência para avaliar cada caso em particular e se usar da interpretação sem se afastar das metas terapêuticas propostas. Quando se trata de uma PB o terapeuta deve estar atento para não se sentir pressionado pelo tempo e acabar caindo em interpretações prematuras sobre os conflitos infantis. - Nas PB’s trata-se de uma resolução parcial ou incompleta, que consistem certas mudanças dinâmicas nos conflitos (benefícios importantes). CONCEITOS • Regressão (psicanálise): Entendida como o processo pelo qual readquirem vigência estados ou modos de funcionamento psíquico pertencentes a etapas anteriores do desenvolvimento do indivíduo. - Freud ocupou-se da regressão de modos distintos (na enfermidade mental, na transferência com o analista, nos sonhos). - No fenômeno de transferência com o analista, o próprio processo analítico favorece a regressão. Trata-se da posição deitada no divã, associação livre, silêncio do analista, frequência às sessões. - Uma regressão vivencial é útil, a qual representa um meio essencial para se alcançar o objetivo terapêutico. • Transferência (psicanálise): Processo em virtude do qual os desejos inconscientes se atualizam sobre certos objetos, dentro de um determinado tipo de relação estabelecida com eles, e, de um modo especial, dentro da relação analítica. Trata-se de uma repetição de protótipos infantis, vivida com marcado sentimento de atualidade. • Neurose transferencial (psicanálise): Reprodução da neurose infantil na relação com o analista. Reedição seletiva de determinadas situações e mecanismos infantis na relação terapêutica. O PROBLEMA DA RESISTÊNCIA - Resistência seriam os vários obstáculos que o analisado opõe ao acesso ao seu próprio inconsciente, isto é, ao trabalho terapêutico e a cura. Freud sistematizou as resistências da repressão, as da transferência e aos do ganho secundário da doença (procedem do ego); e as resistências do inconsciente (id) e do superego. Psicanálise: análise exaustiva das resistências, e elaboração. Na terapia breve também surgem resistências no paciente, que podem ser consideradas como obstáculos ao avanço do processo psicoterápico – insight. No entanto a análise das resistências não apresenta o mesmo caráter intensivo que em uma psicanálise. A limitação temporal, quando existe, é um dos motivos para que isso ocorra, ainda que não o único; basicamente a própria índole do procedimento não contempla fins tão ambiciosos. • O tratamento das resistências em PB a) Algumas defesas são combatidas (analisadas) b) Outras são respeitadas ou ainda reforçadas pelo trabalho terapêutico, de acordo com o que pareça indicado em cada caso, com bases na condição do paciente e enquadramento (algumas são necessariamente reforçadas, outras são conservadas para evitar mobilização afetiva que não seja possível manejar nesse tipo de tratamento). - Menninger fala a respeito da resistência em PB como sendo menos intensa uma vez que há mais proximidade afetiva* por parte do terapeuta e um vinculo ‘real’, assim, consequentemente a hostilidade seria menor. INSIGHT E ELABORAÇÃO • Insight: A aquisição do conhecimento da própria realidade psíquica (Grinberg). Não se trata apenas de conhecer no sentido intelectual, mas principalmente experimentar emocionalmente o contato com os aspectos inconscientes. • Elaboração ou trabalho elaborativo – é um contexto de significado complexo, e em resumo pode ser visto como ‘o processo pelo qual um paciente em análise descobre, gradualmente, através de um lapso de tempo prolongado, as conotações totais de alguma interpretação ou insight. * Proximidade afetiva NÃO é o terapeuta passar sempre a mão na cabeça do paciente, mas sim uma relação que s estabelece em terapia como aceitação mútua... um processo de a=escuta e aceitação mútua; um espaço onde o paciente pode colocar as questões sem que seja bombardeado pelas próprias questões particulares e pessoais do terapeuta. - Tanto insight quanto elaboração demandam de tempo e de investimento no trabalho regressivo, por isso, esses são os pontos obscuros em PB de orientação psicanalítica. - Mas os autores concordam que em PB a busca do insight aponta para questões interpretativas baseadas no conflito atual e no reforçamento do ego para enfrentar situações conflitivas. - Com respeito a extensão as PBs possuem limitações de enquadramento e podem proporcionar apenas experiências iniciais de insights (um autoconhecimento limitado ás dificuldades habitualmente contidas no foco terapêutico). Podem oferecer mudanças dinâmicas favoráveis estimulando a auto- observação e a marcha do processo mesmo depois de finalizado o tratamento. - Quanto ao tipo e profundidade: a busca de insight está dirigida, com mais frequência, para as relações do sujeito com os objetos externos de sua vida cotidiana e presente, ainda que não despreze os fenômenos transferenciais maisnotórios. Em PB o insight possui maior participação cognitiva que afetiva, mas não se trata de um insight meramente intelectual. - A questão da elaboração também é controvertida e delicada uma vez que aponta para uma ‘auto-elaboração’ iniciada pelo terapeuta; seguindo um caminho progressivo até a consolidação dos resultados. FORTALECIMENTO E ATIVAÇÃO DAS FUNÇÕES EGÓICAS - A aquisição do insight por parte do paciente, conseguida através da interpretação do terapeuta, pode ser considerado com um ponto de fortalecimento de seu ego. - Outras formas de fortalecimento são denominadas de psicoterapia de apoio. - Outras vezes é necessário certificar o paciente de que está no caminho certo... ‘alguns pacientes necessitam da experiência de sentir que estão no caminho certo. Necessitam da experiência de que se reconheçam e respeitem suas funções egóicas e suas relações objetais adequadas’. O paciente deve emergir reconfortado e reafirmado em suas capacidades egóicas e recuperando sua facilidade resolutiva nas situações de conflito. FOCALIZAÇÃO - Está ‘enfocado’ para determinada problemática do paciente, que adquire prioridade, dada sua urgência ou importância, deixando de lado demais dificuldades. É focal. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS TERAPÊUTICOS - Todos os recursos e elementos que se mostrarem úteis podem ser incorporados ao processo desde que estejam claros os objetivos a serem atingidos (outros profissionais de saúde mental, psicodrogas, grupos, intervenções de reasseguramento, assinalamentos, sugestões etc). PLANEJAMENTO - Outro traço diferencial da PB é o planejamento que faz fixando-se os pontos fundamentais do processo terapêutico; que compreende um plano de tratamento prévio ao desenvolvimento do mesmo, e que chega a cobrir até a etapa final da avaliação de resultados. - Conceitos de especial aplicação em PB: - Situação- problema, foco, ponto de urgência e hipótese psicodinâmica inicial. - Situação problema: situação em que se torna presente na vida do indivíduo, diante da qual e por motivo de cuja ação descompensadora surgem ou podem surgir nele dificuldades de pindole psíquica que operam como obstávulo para alcançar um desenvolvimento adequado. - A situação problema, pode ser provocada por ocorrências tais como um exame, uma viagem ou uma intervenção cirúrgica próximas, a perda de um ser querido, um acidente, uma crise evolutiva como a adolescência, uma gravidez, o nascimento de um filho, uma mudança de trabalho, etc. Implica então, que são fatos MANIFESTOS OBJETIVÁVEIS. Psicanálise PB oriente. psicanalític a Fins terapêuticos Exploração do INC. Resolução Limitados. Superação de conflitos básicos e seus derivados. Reestruturaçã o da PD. de sintomas e problemas atuais. Duração indeterminada limitada Trabalho com conflitos Conflitos básicos Conflitos derivados Regressão. Dependência São favorecidas Não são favorecidas Desenv. e análise da neurose de transf. sim não Análi. de resistência intensiva limitada Insight sim SIM. Limitado, referindo- se mais “ao de fora”, mais cognitivo que afetivo Elaboração SIM NÃO. Processos geradores de mudanças. Fort. e ativaç. das funções egóicas. NÃO, OU MT POUCO SIM Focalização NÃO SIM Multiplicidad e dos rec. terapêuticos. NÃO SIM Planejamento NÃO SIM Entrevistas iniciais em PB - Estabelecimento da relação terapêutica • Interesse pelo problema do paciente • Oferta de ajuda • Confiança no método terapêutico • Clareza na comunicação • Finalidade das primeiras entrevistas (conhecimento mútuo, estudo mais completo possível e decisão sobre conduta) • Objetivo (de forma geral): verificar as resistências, combater ambiguidades (regressão e condutas resistenciais) - Elaboração da história clínica • Indagação exaustiva dos dados do paciente • Anamnese: como ponto de referência – modelo. • Indagação do motivo da consulta; • Momentos livres da entrevista: dirigida e semidirigida - Avaliação diagnóstica e prognóstica • Não deve ser circunscrita ao diagnóstico clínico • Escolha de objetivos • Planejamento do tratamento • Definir hipótese psicodinâmica inicial • Organização do plano terapêutico • Elementos: entrevista clínica, testes, somados a outros exames. • Diagnóstico após as entrevistas e o emprego dos diferentes meios auxiliares de diagnóstico podem favorecer o ‘rapport’ com o paciente • Impressões gerais a respeito da problemática: devolutiva - Contrato sobre metas terapêuticas e duração do tratamento • Quais os pontos de vista do paciente acerca das metas do tratamento? • Quais as expectativas? • Em que supõe que tem de consistir essa ajuda? • Objetivos: primordiais e secundários; imediatos e mediatos; explícitos e implícitos. - Explicação do método de tratamento e fixação de demais normas contratuais • Quais as funções do paciente; • Quais as funções do terapeuta; • Quais as funções da equipe terapêutica.
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