Buscar

Aula+5+-+Direito+Civil+_+Parte+Geral+_++Alyne+Ribeirete+Pelisson

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL – Parte 
Geral
ALYNE RIBEIRETE PELISSON
1
Direitos da 
Personalidade
DIREITO À INTEGRIDADE 
FÍSICA
2
3
Integridade
 -proteção ao corpo vivo – art. 13
Proteção ao corpo morto – art 14
Autonomia do paciente ou livre consentimento 
informado
DIREITO À INTEGRIDADE FISICO E PSIQUICA
- Direito ao corpo vivo – tutela à vida
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de 
disposição do próprio corpo, quando importar diminuição 
permanente da integridade física, ou contrariar os bons 
costumes. 
Ex: amputação
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para 
fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. 
VOCÊ CONSEGUE 
PENSAR EM SITUAÇÕES 
QUE RELATIVIZAM ESSE 
ARTIGO, AMPLIANDO AS 
SITUAÇÕES?
5
Vamos 
pensar
6
Mitigação quando em confronto com outros valores
Reduções lícitas (esportes, estética...) – tem prevalecido a 
autonomia privada
Reprodução assistida heteróloga
Esterilização (lei 9.263/96)
Barriga de aluguel
Transexualidade (evolução do entendimento)
Barriga de aluguel
Transexualismo x transexualidade
- STJ ANTES entendia pela possibilidade de alteração do 
sexo e do nome no registro , considerando 
transexualismo doença, desde que comprovado por 
laudo médico e realizada a cirurgia
- A partir de 2017 o STJ passou se a entender pelo direito 
fundamental ao gênero (RESP 1626.739 RS) - não é 
considerado mais doença e permitia a alteração do 
registro independente da cirurgia prévia
Em 2018, STF na ADIn.4.275/DF e no RE 670/422/RS passou a
considerar que o transgênero tem direito fundamental à alteração
do prenome e de sua classificação de gênero independente de ação
e independente de cirurgia prévia, de laudo médico, ou da
realização de tratamentos hormonais ou patologizantes.
- Interpretação conforme a Constituição e o Pacto de São José da
Costa Rica
9
Tal valor (e princípio normativo) supremo envolve um complexo de direitos e deveres
fundamentais de todas as dimensões que protegem o indivíduo de qualquer tratamento
degradante ou desumano, garantindo-lhe condições existenciais mínimas para uma vida digna e
preservando-lhe a individualidade e a autonomia contra qualquer tipo de interferência estatal ou
de terceiros (eficácias vertical e horizontal dos direitos fundamentais). Sob essa ótica, devem ser
resguardados os direitos fundamentais das pessoas transexuais não operadas à identidade
(tratamento social de acordo com sua identidade de gênero), à liberdade de desenvolvimento e
de expressão da personalidade humana (sem indevida intromissão estatal), ao reconhecimento
perante a lei (independentemente da realização de procedimentos médicos), à intimidade e à
privacidade (proteção das escolhas de vida), à igualdade e à não discriminação (eliminação de
desigualdades fáticas que venham a colocá-los em situação de inferioridade), à saúde (garantia
do bem-estar biopsicofísico) e à felicidade (bem-estar geral). Consequentemente, à luz dos
direitos fundamentais corolários do princípio fundamental da dignidade da pessoa humana,
infere-se que o direito dos transexuais à retificação do sexo no registro civil não pode ficar
condicionado à exigência de realização da cirurgia de transgenitalização, para muitos inatingível
do ponto de vista financeiro (como parece ser o caso em exame) ou mesmo inviável do ponto de
vista médico.Ademais, o chamado sexo jurídico (aquele constante no registro civil de
nascimento, atribuído, na primeira infância, aspecto morfológico, gonádicoou cromossômico) não
pode olvidar o aspecto psicossocial defluenteda identidade de gênero autodefinido por cada
indivíduo, o qual, tendo em vista a ratioessendidos registros públicos, é o critério que deve, na
hipótese, reger as relações do indivíduo perante a sociedade
Disposição do Corpo Morto
- Alguém em vida dispõe da integridade física para produção de efeitos 
após a morte
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita 
do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a 
qualquer tempo. 
 Lei dos transplantes – lei 9434/97 – vedação da venda dos órgãos 
 Para os curiosos: Recurso Especial n.º 1.693.718-RJ (criogenia)
Principio do consenso afirmativo
 Princípio que consagra o direito da pessoa capaz de manifestar sua
vontade e de dispor gratuitamente do próprio corpo, no todo ou em
parte, após a sua morte, com objetivo científico ou terapêutico
Enunciado 277- O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição gratuita do
próprio corpo, com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte, determinou que
a manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos
familiares, portanto, a aplicação do art. 4º da Lei n. 9.434/97 ficou restrita à hipótese de
silêncio do potencial doador
 Se não se manifestar, a família decide
Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para
transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou
parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau
inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da
morte.
SUBMISSÃO DO PACIENTE A TRATAMENTO
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, 
com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção 
cirúrgica. 
Princípio do consentimento informado
O profissional da área da saúde deve informar sob pena 
de responsabilização. (dever de informação)
 Não pode excluir o direito à vida
SUBMISSÃO DO PACIENTE A TRATAMENTO
O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre os 
aspectos concernentes a tratamento médico que possa lhe 
causar risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as 
situações de emergência ou no curso de procedimentos 
médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos.
MITIGAÇÕES
Internação Forçada –Lei n.º 10216/01 – em caso de 
interesse público justificável e perigo evidente 
Testemunha de Jeová e não transfusão de sangue 
(Direito à inviolabilidade de consciência e de crença, 
previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal). Exige-se: 
a) capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo 
representante ou assistente; b) manifestação de vontade 
livre, consciente e informada; e c) oposição que diga 
respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante.
15
Testamento Vital
Segundo Daniel Carnacchioni, a dignidade humana 
também se projeta na morte, sendo portanto aceito 
o testamento vital que consiste num negócio 
Jurídico Unilateral, personalíssimo, gratuito, solene 
o paciente pode definir os limites terapêuticos a 
serem adotados em seu tratamento de saúde 
artigo 1.857 –§ 2o São válidas as disposições testamentárias de 
caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se 
tenha limitado.(questões existenciais: diretivas, genéticas)
Direitos da 
Personalidade
TUTELA DA IMAGEM
16
TUTELA DA IMAGEM
 Direito à imagem identifica a pessoa – Tutela
tridimensional constitucional art. 5º, 10º e 28, CF
IMAGEM RETRATO - fisionomia
IMAGEM ATRIBUTO – características imateriais de
repercussão social
IMAGEM VOZ – timbre sonoro identificador
TUTELA DA IMAGEM
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da
justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a
transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da
imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e
sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a
boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes
legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os
descendentes.
 O CC atrelou a proteção à violação da honra ou uso comercial, mas a
imagem tem autonomia constitucional.
19
A divulgação em regra depende de autorização do titular
Exceção/mitigação:- Administração da Justiça (solução de crimes) e
Manutenção da ordem pública
- Pessoas públicaa
Não se exige a prova inequívoca da má-fé da publicação 
para ensejar a indenização
Tutela da imagem X liberdade de imprensa e o 
direito à informação. 
A interpretação da norma não pode levar à censura 
prévia, sob pena de inconstitucionalidade.
Notoriedade do retratado e dos fatos.
Características da utilização da imagem.
Veracidade dos fatos.
 função social da imagem - privilegia-se medidas que não 
restrinjam a informação
A ponderação foi adotada pelo STF no julgamento da ADIN n. 4.815 
(biografias não autorizadas).
Segundo o Tribunal, não cabe censura prévia –a análise sobre as 
biografias é sempre “a posteriori”(sob pena de configurar censura. 
O que cabe depois é a responsabilidade civil.
MUDA ALGUMA COISA 
O TRATAMENTO A 
PESSOAS PÚBLICAS?
22
Vamos 
pensar
23A imagem é forma de exteriorização da personalidade inserida na cláusula geral de tutela da 
pessoa humana (art. 1°, III, da CF e En. 274 das Jornadas de Direito Civil), com raiz na 
Constituição Federal e em diversos outros normativos federais, sendo intransmissível e 
irrenunciável (CC, art. 11), não podendo sofrer limitação voluntária, permitindo-se a 
disponibilidade relativa (limitada), desde que não seja de forma geral nem permanente (En. 4 
das Jornadas de Direito Civil). Em relação especificamente à imagem, há situações em que 
realmente se verifica alguma forma de mitigação da tutela desse direito. Em princípio, tem-se 
como presumido o consentimento das publicações voltadas ao interesse geral (fins didáticos, 
científicos, desportivos) que retratem pessoas famosas ou que exerçam alguma atividade 
pública; ou, ainda, retiradas em local público. Mesmo nas situações em que há alguma forma de 
mitigação, não é tolerável o abuso, estando a liberdade de expressar-se, exprimir-se, enfim, de 
comunicar-se, limitada à condicionante ética do respeito ao próximo e aos direitos da 
personalidade. No tocante às pessoas notórias, apesar de o grau de resguardo e de tutela da 
imagem não ter a mesma extensão daquela conferida aos particulares, já que comprometidos 
com a publicidade, restará configurado o abuso do direito de uso da imagem quando se 
constatar a vulneração da intimidade, da vida privada ou de qualquer contexto minimamente 
tolerável. Na hipótese, apesar de se tratar de pessoa famosa e de a fotografia ter sido retirada 
em local público, verifica-se que a forma em que a atriz foi retratada, tendo-se em conta o 
veículo de publicação, o contexto utilizado na matéria e o viés econômico, demonstra o abuso do 
direito da demandada, pois excedido manifestamente os limites impostos pelo seu fim 
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes (CC, art. 187). RESP 1.594.865/RJ
Direitos da 
Personalidade
TUTELA DA VIDA 
PRIVADA
24
TUTELA DA INTIMIDADE (da vida privada e do 
segredo)
- Informações da esfera íntima, fora do interesse de terceiros –
- Estão contidos o direito à intimidade e o direito ao segredo.
- O Titular, em rega decide, com quem compartilhar (ex: estado de saúde, defeitos físicos,
tratamentos, cirurgias, opiniões, sexualidade, efetividade..)
- Tem proteção e autonomia constitucional – art 5º, XII
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado,
adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
- Não é absoluto. Ex: Quebra do sigilo bancário ou telefônico.
- A intimidade é tido por inivolavel
26
Tutela da Honra
Honra objetiva - reputação social
Honra subjetiva – estima pessoal
Não tem previsão no CC de forma expressa. 
Ex de violações: inscrição indevida no SERASA
Ex de mitigação: veiculação de fatos verídicos para 
apuração de fatos verídicos
VAMOS RESOLVER 
ALGUMAS QUESTÕES
27
Atividade
Prática
28
 (MPE/PR – Promotor Substituto – 2017) Assinale a
alternativa incorreta:
(A)O domicílio da pessoa natural, quanto às relações
concernentes à profissão, é o lugar onde esta é exercida.
(B)Considera-se domicílio da pessoa natural que não tenha
residência habitual o último lugar onde morou.
(C)Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde
alternadamente viva, seu domicílio será qualquer delas.
(E)O domicílio do preso é o lugar onde ele cumpre a sentença.
29
06.(VII Exame de Ordem Unificado – FGV) A proteção da pessoa é uma tendência marcante do atual direito 
privado, o que leva alguns autores a conceberem a existência de uma verdadeira cláusula geral de tutela da 
personalidade. Nesse sentido, uma das mudanças mais celebradas do novo Código Civil foi a introdução de 
um capítulo próprio sobre os chamados direitos da personalidade. Em relação à disciplina legal dos direitos 
da personalidade no Código Civil, é correto afirmar que 
(A)havendo lesão a direito da personalidade, em se tratando de morto, não é mais possível que se reclamem 
perdas e danos, visto que a morte põe fim à existência da pessoa natural, e os direitos personalíssimos são 
intransmissíveis.
(B)como regra geral, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, mas o seu exercício 
poderá sofrer irrestrita limitação voluntária. 
(C)é permitida a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, com objetivo altruístico ou 
científico, para depois da morte, sendo que tal ato de disposição poderá ser revogado a qualquer tempo.
(D)em razão de sua maior visibilidade social, a proteção dos direitos da personalidade das celebridades e 
das chamadas pessoas públicas é mais flexível, sendo permitido utilizar o seu nome para finalidade 
comercial, ainda que sem prévia autorização.
30
.(MPE-GO – Promotor de Justiça substituto – 2016) Sobre as incapacidades no
Direito Civil Brasileiro, podemos afirmar:
(A)são absolutamente incapazes os menores de dezesseis anos e aqueles que, por
enfermidade física perene e deficiência mental, não possam expressar livre e
conscientemente a sua vontade;
(B)a senilidade, por si só, é motivo de incapacidade, independentemente da idade do
agente que pratica o ato da vida civil;
(C)a pessoa com deficiência não terá sua plena capacidade civil afetada, podendo,
inclusive, exercer o direito à família, o direito de decidir o número de filhos e o direito à
guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando;
(D)a incapacidade, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer, decorre da
deficiência mental, da ebriedade, da surdo-mudez e da prodigalidade, pois são causas
que tornam reduzido o discernimento do agente, sendo irrelevante a possibilidade de
manifestação da vontade.
31 Felipe reside e é proprietário de uma casa em Salvador. Ele recebeu uma proposta de trabalho 
irrecusável e decidiu se mudar para Campo Grande-MS, onde residirá e trabalhará em Dourados, 
cidade próxima de Campo Grande, deixando a casa de Salvador fechada. Após despachar todos 
os seus pertences para Campo Grande-MS, ele resolveu fazer o trajeto de Salvador até Campo 
Grande-MS de carro, pernoitando em Brasília. Chegando a Campo Grande-MS, só teve uma 
semana para arrumar a casa nova, pois já começou a trabalhar em Dourados como advogado. 
Considerando o contexto fático apresentado, assinale a afirmativa correta.
Pessoa Jurídica
-NOÇÕES INICIAIS
-CONCEITO
-NATUREZA JURÍDICA
CONCEITO E MODALIDADES
 Denominação: “pessoa jurídica”, “pessoa de existência ideal”, “pessoa
coletiva”, “pessoa abstrata” e “pessoa moral”.
 Conceito: a pessoa jurídica é a soma de esforços humanos ou
patrimoniais tendente a uma finalidade lícita, específica e constituída na
forma da lei.
- É o conjunto de pessoas ou de bens, em regra, criado por ficção legal
- A pessoa jurídica é um agrupamento* de pessoas naturais (corporação) 
e/ou bens (fundação) para um fim comum, que capaz de se tornar sujeita 
a direitos e obrigações em seu nome na ordem civil.
Noções e conceitos iniciais 
- homem é um ser gregário
- Surgiu da necessidade de personalizar o grupo, para que 
possaproceder a uma unidade, participando do 
comércio jurídico, com individualidade (Orlando Gomes)
- O direito confere personalidade jurídica a esse grupo, 
viabilizando a sua atuação autônoma e funcional, com 
personalidade própria, com vistas à realização de seus 
objetivos.
Noções iniciais 
 homem tem uma tendência a associar-se, mas é inegável a autonomia da 
personalidade da pessoa jurídica em relação à pessoa natural 
 a pessoa jurídica não se confunde com seus membros, sócios ou
administradrores CC/16 - Lei nº 3.071 de 01 de Janeiro de 1916 - Art. 20.
As pessoas jurídicas tem existência distinta da dos seus membros.
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores
ou administradores. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
 Tem independência patrimonial
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de
alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular
empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de
todos.
“a principal característica das pessoas jurídicas é a de que atuam na 
vida jurídica com personalidade diversa da dos indivíduos que as 
compõem. A nota distintiva repousa, pois, na distinção entre o seu 
patrimônio e o de seus instituidores, não se confundindo a condição 
jurídica autonomamente conferida àquela entidade com a de seus 
criadores. Em vista disso, não podem, em regra, ser penhorados 
bens dos sócios por dívida da sociedade (GONÇALVES; LENZA, 2015, 
p. 189)
TEORIAS EXPLICATIVAS
37
Pessoa Jurídica
38
Natureza jurídica
 Corrente formalista: a PJ é mera abstração, um conceito, uma ideia. 
Artifício necessário à proteção das pessoas naturais que a 
administram e a integram e servir como um centro unitário de 
interesses. 
- A PJ não teria vontade própria, precisa de representação 
- Depende de uma base normativa, submetida ao controle estatal, 
que a constitui
 Corrente Realista: a PJ é um ente real com vontade própria, o papel 
do Estado é apenas um ato declaratório. De uma realidade existente
- A pessoa jurídica é presentada
39
Teorias explicativas
 1- Teoria negativista
- nega a pessoa jurídica como sujeita de direitos
- A pessoa jurídica não teria existência real, nem ideal
- Representaria apenas a união de pessoas ou um patrimônio 
reunido, ou um condomínio de propriedade coletiva
- Confundia a pessoa jurídica com os bens que ela possuía
 Não é aceita pela doutrina
Teorias explicativas
 2-Teorias afirmativas:
- admitem a existência da pessoa jurídica e pretendem teorizar 
como um grupo de indivíduos passa a compor um corpo próprio, 
reconhecido pelo Estado
- Dividem-se em teoria da ficção e em teoria da realidade.
TEORIA DA FICCÃO
Só o homem pode ser sujeito de direitos, visto que fora da pessoa 
física não existem, na realidade, entes capazes, concebe a pessoa 
jurídica como uma pura criação intelectual, uma associação de 
homens ou um complexo de bens, finge-se que existe uma pessoa e 
atribui-se a essa unidade fictícia capacidade, elevando-a à categoria 
de sujeito de direito”
 Teoria da Ficção Legal
- seria uma criação do direito, criado por lei para o exercício de direitos 
patrimoniais, apenas
- Existência abstrata, sem atuação social, sem personalidade jurídica
- Criação legal para exercício de direitos patrimoniais e facilitar a função 
de certas entidades
 Teoria da Ficção Doutrinária
- A pessoa jurídica não tem existência real, só intelectual e é um mero 
conceito criado pela doutrina. Como explica o Estado?
TEORIA DA REALIDADE
 pessoas jurídicas possuem existência própria como os indivíduos 
e além deles
“A vontade, pública ou privada, é capaz de criar e dar vida a um 
organismo, que passa a ter existência própria, distinta da de seus 
membros, tornando-se um sujeito de direito, com existência real e 
verdadeira “
Teorias Explicativas
2.3.1 – Teoria da Realidade objetiva ou orgânica
Pessoa jurídica é um organismo social com atuação na 
própria sociedade, erigido por imposição das forças sociais 
– organismo social, com atuação na sociedade.
Nasce pela força social
Teorias Explicativas
2.3.2Teoria da realidade técnica
A pessoa jurídica teria existência real, não obstante a sua
personalidade ser conferida pelo direito.
art. 45, CC - Começa a existência legal das pessoas jurídicas de
direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo
registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo.
47
Qual a adotada pelo CC?
 Teoria da realidade técnica: a pessoa jurídica é real mas 
precisa do reconhecimento estatal dos seus atos 
constitutivos (Lei ou registro) para adquirir a personalidade 
jurídica.
art. 45, CC - Começa a existência legal das pessoas jurídicas de
direito privado com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Teoria da ficção + Teoria da realidade orgânica = Teoria da 
realidade técnica 
Para Washington de Barros Monteiro a “teoria da realidade
técnica” surge como teoria eclética entre a teoria da ficção
e a teoria da realidade orgânica, pois reconhece traços de
validade em ambas, uma vez que admite que só o homem
é passível de direitos e obrigações e que a personalidade da
pessoa jurídica deriva de uma criação, de uma técnica
jurídica.
 “o ser humano é o centro fundamental de interesse e
vontade a quem o Direito reconhece personalidade. Como
indivíduo, porém, não pode cumprir todas as atividades a
que se propõe senão unindo-se a outros, o Direito deve
reconhecer e proteger os interesses e a atuação do grupo
social. Para tal é mister que o Direito encontre um corpo
ideal coletivo com interesse unificado, diferente da vontade
individual de seus membros, e com uma organização capaz
de expressar a vontade coletiva”
PESSOAS 
JURÍDICAS
PRESSUPOSTOS 
EXISTENCIAIS
50
PRESSUPOSTOS EXISTENCIAIS
Grupos de pessoas ou bens destinados a um fim
específico.
a) a VONTADE humana criadora (materializa-se no
estatuto, contrato social, escritura);
b) a observância das condições legais para a sua instituição
ex: ato constitutivo + registro + autorizações
governamentais quando exigidas . (FORMA)
c) a licitude de seu objetivo (OBJETO)
Surgimento da Pessoa Jurídica
 Sistema das disposições normativas: observância da 
legislação em vigor – indispensabilidade do registro
Registro no órgão competente + autorização do Poder 
Executivo, quando exigido. 
Do Registro 
- Registro é ato constitutivo, necessário para dar publicidade
Art. 46. O registro declarará: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando 
houver; 
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse
caso.
Onde registro?
Junta comercial Cartório de Registro civil de 
Pessoas jurídicas
Sociedade mercantis em 
geral
fundações
associações
Sociedades civis 
55
EFEITOS DA EXISTÊNCIA
 Capacidade jurídica (princípio da especialização)
 Autonomia 
 Direitos da personalidade - (Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no 
que couber, a proteção dos direitos da personalidade.) Ex: nome, marca, 
honra objetiva, imagem, boa reputação. Havendo violação, poderão pleitear 
e receber indenização por dano moral e material.
 Patrimônio próprio
 Responsabilidade civil, administrativa e penal..
 Titularidade processual 
ISSO BASTA?
56
Vamos 
pensar?Leitura Constitucionalizada da Pessoa Jurídica
- Para o direito civil contemporâneo, além dessa visão estrutural, uma PJ para ser 
legitimada deve se submeter aos valores sociais constitucionais.
- Empresarialidade responsável engajada com a dignidade, visando mais que a 
finalidade econômica
- Cuidado com os empresários,acionistas, associados, administradores, profissionais, 
empregados (função social interna)
Ex: Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em 
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto
- Cuidado com o meio ambiente e com a sociedade (função social externa)
- Pessoa jurídica é um meio para concretização de direitos fundamentais da pessoa 
humana
58
O que fundamenta a PJ na atualidade?
 Art. 170, CF. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a 
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização 
de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
PESSOA JURÍDICA SE 
VINCULA ATOS E NEGÓCIOS 
JURÍDICOS ESTRANHOS AO 
SEU OBJETO SOCIAL?
59
Vamos 
pensar...
60
Art. 47 do CC: obrigam a pessoa jurídica os atos dos 
administradores, exercidos nos limites de seus 
poderes definidos no ato constitutivo
E se o administrador ultrapassar os limites??
61
Teoria da Aparência (boa-fé objetiva) X Teoria Ultra 
Vires
- A boa fé objetiva, pode vincular a pessoa jurídica a 
atos realizados por administradores que extrapolem 
os poderes, desde que a pessoa com quem esses 
administradores negociam esteja de boa fé, ou seja, 
se houver uma aparência de legitimidade.
Enunciado 145 do CJF: O art. 47 não afasta a aplicação 
da teoria da aparência. 
62
REFERÊNCIAS 
 FIGUEIREDO, Luciano; FIGUEIREDO, Roberto. Direito Civil. 
Parte Geral. 5 ed. Salvador: JusPodivm, 2015
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro - Parte 
geral . Vol.1.18. ed. São Paulo : Saraiva, 2020
 JANKOVIC, Elaine Karina. Direito Civil: pessoas e Bens. 
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2015.
 TARTUCE, Flávio. Direito civil: lei de introdução e parte geral 
. 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.

Continue navegando