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Anexo 1 - Análise Dinâmica do Capital de Giro

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ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO 
MODELO FLEURIET 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2
1. ESTUDO DAS NECESSIDADES LÍQUIDAS DE 
CAPITAL DE GIRO 
 
 
1.1 RECLASSIFICAÇÃO DO CIRCULANTE 
 
Suponhamos a seguinte estrutura de Ativo e Passivo Circulantes de uma indústria: 
 
Quadro 1.1 – Ativo e Passivo Circulantes ($ mil) 
Ativo Circulante 19X1 19X0 Passivo Circulante 19X1 19X0 
Caixa 
Bancos 
Aplicações Financ. 
Dupl. a Receber 
(-) Prov. Dev. Duv. 
Estoques 
Outros Créditos 
Desp. Antecipadas 
3.412 
9.737 
34.732 
439.188 
(5.184) 
928.428 
143.302 
3.690 
88 
5.905 
242.331 
307.744 
(2.881) 
707.311 
76.997 
469 
Fornecedores 
Salários a Pagar 
Obrig. Previd. 
Impostos a recolher 
Empréstimos 
IR e Contr. Social 
Dividendos 
Contas a Pagar 
121.855 
64.867 
12.792 
305.307 
135.714 
54 
22 
27.494 
122.100 
43.404 
12.709 
74.139 
34.837 
68.403 
10.441 
17.648 
 1.557.305 1.337.964 668.105 383.681 
 
Naturalmente, do ponto de vista analítico, é importante conhecermos a capacidade 
financeira da empresa em saldar os compromissos de curto prazo (até 360 dias). Os analistas, 
com este objetivo, calculam o Índice de Liquidez Corrente, dividindo o Ativo Circulante pelo 
Passivo Circulante. No caso do Quadro 1.1, tem-se: 
 
19X1 = 
105.668
1.557.305
 = 2,3 19X0 = 
681383
1.337.964
.
 = 3,5 
 
 Ou seja, com um Índice de Liquidez Corrente de 2,3 podemos afirmar que, para 
cada real que a empresa deve pagar no curto prazo, possui $ 2,30 em bens e direitos 
realizáveis, também no curto prazo, exibindo, dessa forma, boa folga em termos da 
capacidade de cobrir seus compromissos. 
Esta mesma visão da capacidade financeira de curto prazo pode ser obtida através 
da apuração do CCL – Capital Circulante Líquido –, ou seja: 
 3
 (em $ mil) 
 19X1 19X0 
Ativo Circulante 1.557.305 1.337.964 
(-) Passivo Circulante 668.105 383.681 
(=) CCL – Capital Circulante Líquido 889.200 954.283 
 
Contudo, apesar da utilidade e objetividade destes indicadores, eles possuem pelo 
menos duas falhas: 
a) pressupõem que, para pagar os compromissos de curto prazo, a empresa deve 
realizar seu Ativo Circulante, implicando, dessa forma, a liquidação da mesma; 
b) avaliam o desempenho do passado, uma vez que os indicadores são o resultado 
das atividades anteriores em termos de política de estocagem, política de crédito, política de 
compras, taxas de rentabilidade e do nível da utilização de recursos de terceiros. Não são de 
grande utilidade, portanto, para uma avaliação da capacidade financeira da empresa para os 
períodos futuros. 
Para uma avaliação que visa ao estudo da capacidade econômico-financeira de 
enfrentar um período de desenvolvimento ou uma política econômica recessiva, é necessário 
estudar a composição do Ativo e Passivo Circulantes, relacionando os saldos contábeis com 
as atividades da empresa. 
A estrutura do Ativo e Passivo Circulantes da indústria apresentada, reclassificada 
conforme o critério ora exposto, ficará assim: 
 
Quadro 1.2 – Reclassificação do circulante ($ mil) 
Ativo Circulante 19X1 19X0 Passivo Circulante 19X1 19X0 
Estoques 
Duplic. a Receber 
(-) Prov. Dev. Duvid. 
Desp. Antecipadas 
Subtotal 
 
Caixa 
Bancos 
Aplic. Financeiras 
Outros Créditos 
Subtotal 
Total 
928.428 
439.188 
(5.184) 
3.690 
1.366.122 
 
3.412 
9.737 
34.732 
143.302 
191.183 
1.557.305 
 
707.311 
307.744 
(2.881) 
 469 
1.012.643 
 
88 
5.905 
242.331 
76.997 
325.321 
1.337.964 
Fornecedores 
(1) Obrig. Trabalhistas 
(2) Obrig. Fiscais 
Subtotal 
 
 
Empréstimos 
IR e Contr. Social 
Dividendos 
Contas a Pagar 
Subtotal 
Total 
121.855 
77.659 
305.307 
504.821 
 
 
135.714 
54 
22 
27.494 
163.284 
668.105 
122.100 
56.113 
74.139 
252.352 
 
 
34.837 
68.403 
10.441 
17.648 
131.329 
383.681 
(1) Salários a Pagar + Obrig. Previdenciárias 
(2) Impostos a Recolher 
 
 4
As contas que mantêm relação com o nível de atividades da empresa, por sua vez, 
possuem algumas peculiaridades importantes. Expressam aplicações e fontes permanentes de 
recursos e são contas cíclicas, à medida que se renovam periodicamente, de acordo com os 
prazos das operações. A conta de estoques, por exemplo, renova-se em conformidade com o 
prazo em que os estoques permanecem na empresa. Além destas peculiaridades, o saldo 
destas contas relaciona-se especificamente com um tipo de atividade: o giro dos negócios. 
Neste sentido, em nosso modelo serão conceituadas como Aplicações de Capital de Giro, no 
caso das contas ativas, e como Fontes de Capital de Giro, no caso das contas passivas. 
Assim, as contas do Ativo e Passivo Circulantes serão agrupadas da seguinte 
forma: 
 
Quadro 1.3 – Modelo de reclassificação do circulante 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
APLICAÇÕES DE CAP. DE GIRO 
Dupl. a Receber 
Estoques 
Despesas Antecipadas 
 
OUTRAS CONTAS DO AC 
Disponibilidades 
Aplicações Financeiras 
Outras 
FONTES DE CAP. DE GIRO 
Fornecedores 
Obrig. Fiscais 
Obrig. Trabalhistas 
 
OUTRAS CONTAS DO PC 
Duplicatas Descontadas* 
Instituições Financeiras 
Outras 
 
 * De acordo com a Lei n.º 6.404/76, o saldo desta conta é apresentado como dedução (conta retificativa) 
das Duplicatas a Receber. Para fins analíticos deve ser reclassificada para o Passivo Circulante, à medida 
que se trata de uma obrigação com Bancos. 
 
A reclassificação do Ativo e Passivo Circulantes os moldes do Quadro 1.3 permite 
o cálculo de duas variáveis-chaves para a análise da situação financeira das empresas. Na 
primeira variável, sempre que as Aplicações de Capital de Giro forem maiores que as Fontes 
de Capital de Giro, teremos a indicação de que a empresa necessita de recursos para financiar 
o giro dos negócios. Por outro lado, sempre que o valor das Fontes de Capital de Giro for 
maior que o valor das Aplicações de Capital de Giro, teremos a indicação de que a empresa 
não necessita de recursos para o giro dos negócios e, pelo contrário, dispõe de fontes para 
financiar outras aplicações. Esta diferença denominamos Necessidade Líquida de Capital de 
Giro: 
 
 5
APLICAÇÕES DE CAPITAL DE GIRO 
(-) FONTES DE CAPITAL DE GIRO 
(=) NLCDG – NECESSIDADE LÍQUIDA DE CAPITAL DE GIRO 
 
A segunda variável calculada a partir da reclassificação do Circulante trata das 
Outras Contas do grupo Ativo e Passivo Circulantes. De um lado, sempre que as Outras 
Contas do Ativo Circulante apresentarem saldo de valor superior às Outras Contas do Passivo 
Circulante, teremos aplicações de recursos no curto prazo. Por outro lado, sempre que as 
Outras Contas do Passivo Circulante apresentarem saldo superior ao das Outras Contas do 
Ativo Circulante teremos fontes de recursos de curto prazo financiando as atividades da 
empresa. Esta diferença denominamos Tesouraria: 
 
OUTRAS CONTAS DO ATIVO CIRCULANTE 
(-) OUTRAS CONTAS DO PASSIVO CIRCULANTE 
(=) T – TESOURARIA 
 
Para a indústria que estamos analisando, o cálculo destas duas variáveis está 
demonstrado nos Quadros 1.4 e 1.5. 
A apuração da NLCDG – Necessidade Líquida de Capital de Giro da indústria que 
estamos analisando apresenta valores positivos, ou seja, nos dois anos o valor das Aplicações 
de Capital de Giro é superior ao valor das Fontes de Capital de Giro. O valor de $ 861.301 mil 
em 19X1 e $ 760.291 mil em 19X0 indica o montante dos recursos necessários para manter o 
giro dos negócios da empresa na data do balanço. Em termos analíticos, este montante deverá 
ser financiado com recursos próprios, e/ou com recursos de terceiros de curto prazo e/ou com 
recursos de terceiros a longo prazo. As demais variáveis do modelo que estamos 
desenvolvendo procurara dar respostas sobre estas formas de financiamento das necessidades 
de recursos para manter o giro dos negócios.6
Quadro 1.4 – Apuração da NLCDG – Necessidade Líquida de Capital de Giro ($ mil) 
 
 
 
19X1 19X0 
Estoques 928.428 707.311 
(+) Dupl. a Receber (Líq. da PDD)* 434.004 304.863 
(+) Desp. Antecipadas 3.690 469 
Aplicações de Capital de Giro 1.366.122 1.012.643 
 
Fornecedores 121.855 122.100 
(+) Obrig. Trabalhistas 77.659 56.113 
(+) Obrig. Fiscais 305.307 74.139 
Fontes de Capital de Giro 504.821 252.352 
 
NLCDG – Necessidade Líquida 861.301 760.291 
de Capital de Giro 
 
* PDD – Provisão para Devedores Duvidosos 
 
A variável T-Tesouraria da indústria que estamos analisando apresenta saldo 
positivo nos dois anos, indicando que o saldo das outras Contas do Ativo Circulante é maior 
do que o saldo das Outras Contas do Passivo Circulante. 
A variável Tesouraria, sem dúvida, é aquela que melhor expressa a situação 
financeira de curto prazo das empresas. O seu saldo sendo positivo, indica uma situação 
financeira folgada; se o saldo for negativo, indica a utilização de recursos de terceiros para 
financiar as atividades operacionais da empresa. Naturalmente, como será visto mais adiante, 
é a magnitude de valores e a tendência que servirão de base para uma avaliação segura da 
situação financeira de curto prazo. 
 
Quadro 1.5 – Apuração da T-Tesouraria ($ mil) 
 
 
19X1 19X0 
Caixa 3.412 88 
(+) Bancos 9.737 5.905 
(+) Aplic. Financeiras 34.732 242.331 
(+) Outros Créditos 143.302 76.997 
Outras Contas do Ativo Circulante 191.183 325.321 
 
Empréstimos 135.714 34.837 
(+) IR e Contr. Social 54 68.403 
(+) Dividendos 22 10.441 
(+) Contas a Pagar 27.494 17.648 
Outras Contas do Passivo Circulante 163.284 131.329 
 
 
T-Tesouraria 27.899 193.992 
 7
No caso da empresa que estamos analisando, os valores apurados no Quadro 1.5 
indicam uma folga financeira nos dois anos. É bem verdade que esta folga diminuiu e 
bastante, de $ 193.992 mil para $ 27.899 mil. 
 
1.2 ANÁLISE DA NLCDG – NECESSIDADE LÍQUIDA DE CAPITAL DE GIRO 
 
A variável NLCDG – Necessidade Líquida de Capital de Giro constitui-se na 
principal determinante da situação financeira das empresas. O seu valor revela o nível de 
recursos necessários para manter o giro dos negócios. Diferentemente dos investimentos no 
Ativo Não Circulante, que envolvem decisões de longo prazo e com recuperação lenta de 
capitais, as contas que compõem a NLCDG – Necessidade LÍquida de Capital de Giro 
expressam operações de curto prazo e de efeitos rápidos. Modificações na política de 
estocagem, na política de crédito e na política de compras produzem efeitos imediatos sobre o 
fluxo de caixa. Neste sentido, a avaliação, bem como o acompanhamento da NLCDG – 
Necessidade Líquida de Capital de Giro, transformam-se em verdadeiro leme da situação 
financeira das empresas. 
O desdobramento da variável NLCDG – Necessidade Líquida de Capital de Giro, 
por sua vez, permite análise detalhada de todos os fatores que determinam o Ciclo Financeiro. 
No modelo que estamos desenvolvendo, a referida variável é o resultado da somatória dos 
saldos das seguintes contas (as principais): 
 
NLCDG = Duplicatas a Receber mais Estoques mais Despesas Antecipadas menos 
Fornecedores menos Obrigações Fiscais menos Obrigações Trabalhistas 
 
 
Sendo o Ciclo Financeiro determinado pela relação: 
 
 
Ciclo Financeiro = )anual (período 360 x 
*Brutas Vendas
NLCDG
 
 
 * Receita Operacional Bruta – Vendas Canceladas 
 8
Podemos desmembrar este parâmetro nos seguintes componentes: 
 
360 x 
Vendas
Desp.Ant.
 360 x 
Vendas
Estoques
 360 x 
Vendas
Dupl.Rec.
 360 x 
Vendas
NLCDG
mais mais 
 
360 x 
Vendas
Trab. Obrig.
 360 x 
Vendas
Fiscais Obrig.
 360 x 
Vendas
esFornecedor
 menosmenosmenos 
 
O Ciclo Financeiro, desta forma, fica decomposto analiticamente em todos os seus 
componentes. 
Para a indústria que estamos analisando, o desdobramento será: 
 
Quadro 1.6 – Apuração do Ciclo Financeiro ($ mil) 
 
 
19X1 19X0 
Estoques 928.428 707.311 
(+) Dupl. a Receber (Líq. da PDD)* 434.004 304.863 
(+) Desp. Antecipadas 3.690 469 
() Fornecedores 121.855 122.100 
() Obrig. Trabalhistas 77.659 56.113 
() Obrig. Fiscais 305.307 74.139 
(=) NLCDG – Nec. Líq. de Capital de Giro 861.301 760.291 
 
 
 
 
Vendas Brutas 4.207.264 3.282.746 
 
Estoques 360 x 
3.282.746
707.311
 360 x 
4.207.264
928.428
 
 
Dupl. a Receber 360 x 
3.282.746
304.863
 360 x 
4.207.264
434.004
 
 
Desp. Antecipada 360 x 
3.282.746
469
 360 x 
4.207.264
3.690
 
 
Fornecedores 360 x 
3.282.746
122.100
 360 x 
4.207.264
121.855
 
 
Obrig. Trabalhistas 360 x 
3.282.746
56.113
 360 x 
4.207.264
77.307
 
Obrig. Fiscais 360 x 
3.282.746
74.139
 360 x 
4.207.264
305.307
 
 
 Ciclo Financeiro 360 x 
3.282.746
760.291
 360 x 
4.207.264
861.301
 
 
 
79 dias 
(+) 
 
 
77 dias 
(+) 
37 dias 
(+) 
33 dias 
(+) 
 
() 
 
() 
10 dias 
() 
13 dias 
() 
6 dias 
() 
6 dias 
() 
26 dias 
(=) 
8 dias 
(=) 
74 dias 83 dias 
 9
A decomposição do Ciclo Financeiro, conforme o Quadro 1.6, permite a seguinte 
análise sobre o comportamento da variável NLCDG – Necessidade Líquida de Capital de Giro 
em 19X1, a indústria sob análise aumentou, em termos reais, a NLCDG – Necessidade 
Líquida de Capital de Giro – como resultado da evolução das Vendas Brutas, as quais 
cresceram 28%, não obstante a redução do Ciclo Financeiro de 83 para 74 dias. Dos 
resultados depreende-se: 
 a empresa manteve praticamente sem alteração suas políticas de crédito, de 
estocagem e de pagamento das compras; 
 a redução no Ciclo Financeiro foi obtida na área das obrigações fiscais, onde 
pode estar ocorrendo atrasos nos recolhimentos dos impostos incidentes sobre vendas; 
 a grande pressão sobre o Ciclo Financeiro vem da área de Estoques; 
 os fornecedores não representam expressiva fonte de financiamento. 
 
Como pode ser observado, a simples decomposição do Ciclo Financeiro por contas 
que formam a NLCDG – Necessidade Líquida de Capital de Giro, permite avanço na 
avaliação da situação financeira da empresa. 
 
1.3 ANÁLISE DA T-TESOURARIA 
 
Conforme foi analisado anteriormente, a variável T-Tesouraria é o resultado da 
reclassificação das contas do Ativo e Passivo Circulantes, especificamente aquelas cujos 
saldos não se relacionam com a atividade operacional da empresa, as quais denominamos 
Outras Contas do Ativo e Passivo Circulantes. Por isso mesmo, são contas que, depois de 
realizadas ou liquidadas, se constituem, definitivamente, em entradas e saídas de caixa. 
As principais contas que podem ser classificadas como T-Tesouraria são: 
a) Outras Contas do Ativo Circulante: 
 Caixa 
 Bancos 
 Aplicações Financeiras 
 Outros Créditos a Receber 
 
b) Outras Contas do Passivo Circulante: 
 Empréstimos 
 Instituições Financeiras 
 Duplicatas Descontadas 
 Provisão para IR 
 Outras Contas a Pagar 
 10
Outra forma de reclassificar as contas para compor a T-Tesouraria e pela exclusão: 
depois de identificadas aquelas que fazem parte da NLCDG - Necessidade Líquida de Capital 
de Giro, as demais pertenceriam a T-Tesouraria. 
Por outro lado, analiticamente, a variável T-Tesouraria pode ser estudada da 
seguinte forma: 
 TESOURARIA POSITIVA: o saldo positivo da Tesouraria indica que as 
Outras Contas do Ativo Circulante, como Caixa, Bancos, Aplicações Financeirasetc., 
apresentam saldo superior ao das contas como Empréstimos, Duplicatas Descontadas, 
Provisão para Imposto de Renda etc., ou seja, a realização das contas do Ativo Circulante 
classificadas como Tesouraria transformar-se-á em disponível mais do que suficiente para 
liquidar as contas do Passivo Circulante classificadas como de Tesouraria. Assim, a 
Tesouraria positiva expressaria uma situação financeira folgada. Contudo, muito cuidado deve 
ser tomado com esta folga financeira. A situação financeira estará verdadeiramente 
superavitária quando a referida folga expressar saldo de aplicações financeiras ou de outros 
ativos de elevada liquidez e adequada remuneração. Assim como uma Tesouraria positiva 
com elevados saldos em obscuras contas "Outros Créditos" pode esconder recursos que 
jamais serão realizados, uma Tesouraria positiva com elevados saldos em contas de 
Caixa/Bancos pode indicar ineficiente gerencia de recursos financeiros; 
 
 TESOURARIA NEGATIVA: indica que o saldo das contas de Caixa, Bancos, 
Aplicações Financeiras etc., não é suficiente para, quando realizado, cobrir os compromissos 
expressos nas contas de Empréstimos, Provisão para Imposto de Renda, Duplicatas 
Descontadas etc. Indica, ainda, que a empresa esta. utilizando-se de capital de terceiros de 
curto prazo (expresso nas Outras Contas do Passivo Circulante) para financiar sua atividade. 
Todavia, é grande o número de empresas que apresentam a Tesouraria negativa como forma 
de financiamento. Na verdade, a existência de saldos negativos nesta variável não implica, 
necessariamente, situação financeira apertada. O que deve ser analisado, e com muita atenção, 
é a proporção da Tesouraria negativa em relação a NLCDG - Necessidade Líquida de Capital 
de Giro e a tendência desta relação. 
 
A relação T-Tesouraria dividida pela NLCDG – Necessidade Líquida de Capital 
de Giro é o verdadeiro termômetro da situação de liquidez da empresa. Com a T-Tesouraria 
 11
negativa e o crescimento da referida relação teremos certamente, uma situação financeira 
caminhando para o desequilíbrio econômico-financeiro. 
 
010 x 
NLCDG
T
 TSF(%)  
 
 
O termômetro da situação financeira da indústria que estamos analisando é o 
seguinte: 
 
Quadro 1.8 Termômetro da situação financeira ($ mil) 
 
 
19X1 19X0 
Tesouraria (Vide Quadro 1.5) 27.899 193.992 
NLCDG (Vide Quadro 1.4) 861.301 760.291 
TSF (%) 3,2 26 
 
 
Como pode ser observado, em 19X0 a empresa apresentava boa folga financeira, 
correspondente a 26% da necessidade de recursos para o giro. Em 19X1, no entanto, esta 
folga financeira foi reduzida, para apenas 3,2% da NLCDG. 
 
 
 
 
 12
2. RECURSOS DE TERCEIROS DE LONGO PRAZO 
 
 
2.1 CONCEITOS 
 
De acordo com a Lei n° 6.404/76, todos os bens e direitos realizáveis, bem como 
todas as obrigações exigíveis em prazos superiores a 360 dias, constituirão contas 
classificáveis no Realizável a Longo Prazo e no Exigível a Longo Prazo, respectivamente. 
Do ponto de vista analítico, os saldos dos dois grupos são de grande relevância 
para a formação das fontes e aplicações de recursos nas empresas. A presença do Exigível a 
Longo Prazo na estrutura financeira (Passivo) indica a existência de fontes de recursos não 
exigíveis no próximo período anual, propiciando, desta forma, folga financeira na liquidez 
empresarial. Por outro lado, a presença do Realizável a Longo Prazo na estrutura de 
investimentos (Ativo) indica a aplicação de recursos em atividades de lenta recuperação 
financeira, pressionando a liquidez da empresa. 
No Brasil, o saldo dos grupos Realizável e Exigível a Longo Prazo não apresenta 
grande expressividade no balanço da grande maioria das empresas, possivelmente em função 
das incertezas que sempre marcaram o desenvolvimento da economia. Quanto à estrutura 
financeira, na qual seria importante a presença de fontes de recursos de longo prazo 
financiando a atividade empresarial, são escassas as alternativas de financiamento bancário 
com prazo superior a 360 dias. O crédito oficial via BNDES – Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social, BB – Banco do Brasil S. A. e outros constitui-se em 
exceção e, na maioria dos casos, favorece somente a grandes empresas. 
O grupo do Exigível a Longo Prazo, quando presente no balanço, na maioria dos 
casos é composto principalmente pelas seguintes contas: 
 Financiamentos de Bens do Ativo Não Circulante; 
 Debêntures; 
 Imposto de Renda Diferido; 
 Recursos de Sócios para Aumento de Capital; 
 Parcelamento de Tributos. 
 
 
 13
No grupo Realizável a Longo Prazo, as principais contas encontradas são: 
 Empréstimos Compulsórios Eletrobrás; 
 Créditos a Interligadas; 
 Aplicações por Incentivos Fiscais. 
 
 
LP – Longo Prazo = Passivo não circulante menos Realizável a Longo Prazo 
 
 
Esta variável expressa, em termos líquidos, a presença de fontes ou aplicações de 
recursos de longo prazo na atividade da empresa. Quando o Exigível a Longo Prazo 
apresentar saldo superior ao Realizável a Longo Prazo, teremos fontes de recursos de longo 
prazo financiando a empresa; quando o Realizável a Longo Prazo apresentar saldo superior ao 
Exigível a Longo Prazo, teremos aplicações de longo prazo exigindo recursos. 
Apuração das variáveis empresariais: 
 
31.12.X1 31.12.X0 
NLCDG 8.704 3.766 
T 4.680 (625) 
LP (1.824) 357 
 
 
Análise: Em 19X0 a empresa apresenta recursos de longo prazo financiando parte 
de sua NLCDG, já em 19X1, a empresa possui aplicações em ativos realizáveis a longo 
prazo, e portanto, necessita de recursos para seu financiamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 14
3. CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO 
 
 
3.1 CONCEITO 
 
Denominamos CDGP a parcela dos recursos próprios da empresa que se encontra 
disponível para aplicações. Contabilmente, o valor do CDGP é obtido pela seguinte 
formulação: 
 
CDGP = Patrimônio Líquido menos Ativo Não Circulante 
 
 
Como pode ser observado, a variável CDGP refere-se àquela parcela dos recursos 
próprios que não está aplicada no Ativo Não Circulante; portanto, disponível para outras 
aplicações. 
Vejamos três exemplos: 
 
 Empresa “A” Empresa “B” Empresa “C” 
AC 400 PC 200 AC 400 PC 500 AC 400 PC 1 .200 
ANC 600 PL 800 ANC 600 PL 500 ANC 600 PL (200) 
 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 
 
Onde: 
AC = Ativo Circulante 
PC = Passivo Circulante 
ANC = Ativo Não Circulante 
PL = Patrimônio Líquido 
 
A empresa “A” possui CDGP no valor de 200 (800 menos 600). Devido a 
inexistência de atividades de longo prazo, que estariam expressas no Realizável a Longo 
Prazo e no Exigível a Longo Prazo, o valor do CDGP está aplicado no CCL – Capital 
Circulante Líquido (Ativo Circulante menos Passivo Circulante). 
 15
P A empresa “B” não possui CDGP, pois o valor do Ativo Não Circulante é 
superior ao valor do Patrimônio Líquido. Em termos de objetivos da gerencia financeira, o 
equilíbrio de fontes e aplicações de recursos foi quebrado e a empresa está financiando ativos 
de recuperação lenta (Ativo Não Circulante) com recursos de curto prazo. 
A empresa “C”, além de não possuir CDGP, apresenta o que denominamos 
Passivo a Descoberto, ou seja, o valor do capital de terceiros é superior ao valor do Ativo. 
A partir do relatório contábil, os fatores que determinam o nível do CDGP estão 
relacionados com as atividades cujos resultados estão expressos nos saldos das contas que 
compõem o Ativo Não Circulante e o Patrimônio Líquido. As contas mais importantes são as 
seguintes: 
a) Ativo Não Circulante: 
 Ativo Imobilizado: Imóveis, Móveis e Utensílios, Instalações, Máquinas e 
Equipamentos, Imobilização em Andamento etc. 
 Investimentos: Participação em Outras Empresas, Aplicações por IncentivosFiscais etc. 
 Ativos Intangíveis: Marcas e patentes; tecnologias em desenvolvimentos. 
 Contas Retificativas: Depreciação, Amortização e Exaustão Acumulada. 
 
b) Patrimônio Líquido: 
 Capital Social 
 Reservas de Capital 
 Reservas de Reavaliação 
 Reservas de Lucros 
 Lucros ou Prejuízos Acumulados 
 
Considerando que a obtenção da variável CDGP resulta da subtração do Ativo Não 
Circulante do Patrimônio Líquido, podemos afirmar que todas as operações que impliquem 
aumento das contas do Ativo Não Circulante, bem como as que impliquem diminuição do 
Patrimônio Líquido, reduzem o CDGP. Todas as operações que acarretam diminui o do Ativo 
Não Circulante e/ou aumento do Patrimônio Líquido aumentam o CDGP. Assim, as principais 
atividades que atuam sobre o nível desta variável são: 
 16
a) Atividades que reduzem o CDGP: 
 Prejuízos 
 Aquisição de Ativo Imobilizado 
 Aquisição de Investimentos 
 Gastos em Despesas Pré-operacionais (Ativo Diferido) 
 Distribuição de Lucros 
 
b) Atividades que aumentam o CDGP: 
 Lucros 
 Venda de bens do Ativo Não Circulante 
 Aporte de recursos de sócios para aumento de capital 
 Depreciação, Amortização e Exaustão 
 
 
 
 
 17
4. ANÁLISE GERENCIAL DE BALANÇOS 
 
 
Nos tópicos precedentes desenvolvemos um modelo de reclassificação do balanço 
do qual foram extraídas quatro variáveis, que denominamos Variáveis Empresariais: 
NLCDG – Necessidade Líquida de Capital de Giro 
T – Tesouraria 
LP – Longo Prazo 
CDGP – Capital de Giro Próprio 
 
A variável NLCDG – Necessidade Líquida de Capital de Giro, obtida da 
reclassificação das contas do Ativo Circulante e do Passivo Circulante, expressa, quando 
positiva, a necessidade de recursos que a empresa apresenta para manter o giro dos negócios, 
e quando negativa, a fonte de recursos propiciada pelo giro. 
A variável T – Tesouraria, também obtida da reclassificação das contas do Ativo e 
Passivo Circulantes, indica a folga financeira da empresa (quando positiva) ou, quando 
negativa, a utilização de recursos de terceiros de curto prazo para financiar as atividades. 
A variável LP – Longo Prazo, obtida pela diferença dos saldos das contas do 
Realizável a Longo Prazo e do Exigível a Longo Prazo, expressa fontes de recursos de longo 
prazo financiando as atividades da empresa (quando positiva) ou aplicações de recursos de 
longo prazo (quando negativa). 
A variável CDGP – Capital de Giro Próprio, obtida pela diferença das contas do 
Patrimônio Líquido e do Ativo Não Circulante, indica o montante de recursos próprios 
disponíveis para financiar outras atividades que não as aplicações em ativos fixos (quando 
positiva) ou a indisponibilidade de recursos próprios para financiar as imobilizações (quando 
negativa). 
 
4.1 CDG – CAPITAL DE GIRO X NLCDG – NECESSIDADE LÍQUIDA DE CAPITAL 
DE GIRO 
 
O primeiro passo para a análise das quatro variáveis empresariais é a comparação 
entre o valor da NLCDG – Necessidade Líquida de Capital de Giro com o valor do CDGP - 
Capital de Giro Próprio. 
 18
Após a comparação entre a NLCDG e o CDGP, os passos seguintes, ainda na 
analise das quatro variáveis empresariais, são: 
- avaliar a magnitude do “buraco” ou da folga financeira (distância entre as 
variáveis NLCDG e CDGP); 
- examinar a forma de cobertura/aplicação da defasagem; 
- identificar as tendências das duas variáveis. 
 
4.1 O “EFEITO TESOURA” 
 
A tendência das variáveis empresariais NLCDG e CDGP aponta para uma análise 
prospectiva da situação econômico-financeira da empresa. No caso de o valor da NLCDG 
apresentar-se maior do que o valor do CDGP esta defasagem (ou este “buraco” financeiro) 
aumentar em períodos subseqüentes, temos uma clara tendência ao desequilíbrio econômico-
financeiro. Esta conclusão poderá ser atenuada pela presença de recursos líquidos de longo 
prazo (variável empresarial Longo Prazo de valor positivo) cobrindo a defasagem. 
No Brasil, o financiamento de longo prazo constitui-se em alternativa escassa e 
localizada. Linhas de créditos do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
e Social, destinadas a cobertura de investimentos no Ativo Não Circulante, debêntures e 
operações com recursos externos – de longo prazo – representam parcelas pouco expressivas 
do passivo das empresas, em particular para a grande maioria das pequenas e médias. 
Companhias de capital aberto e grandes grupos empresariais apresentam melhores condições 
de participar desta forma de captação de recursos. 
Assim, a defasagem entre o valor da NLCDG e o CDGP, no caso da grande 
maioria das empresas brasileiras, e coberta com recursos de curto prazo (Tesouraria negativa). 
Por outro lado, em termos analíticos, o “buraco” financeiro analisado desta forma 
pode não ser detectado pelos indicadores financeiros tradicionais. 
Vejamos um exemplo. 
 19
A empresa DIFÍCIL LTDA. apresentou os seguintes balancetes mensais (em $ mil): 
ATIVO Jan. Fev. Mar. Abr. 
Disponibilidade 
Duplicatas a Receber 
Estoques 
Outras Contas 
Despesas Antecipadas 
Total do Ativo Circulante 
Ativo Não Circulante 
200 
200 
200 
400 
80 
1.080 
2.500 
420 
1.000 
450 
280 
100 
2.250 
2.500 
500 
1.320 
530 
400 
100 
2.850 
3.000 
500 
1.900 
650 
100 
100 
3.250 
3.000 
Total do Ativo 3.580 4.750 5.850 6.250 
PASSIVO 
Fornecedores 
Obrigações Fiscais 
Obrigações Trabalhistas 
Empréstimos 
Outras Contas 
Total do Passivo Circulante 
Patrimônio Líquido 
300 
100 
150 
170 
--- 
720 
2.860 
400 
100 
150 
800 
50 
1.500 
3.250 
450 
110 
150 
1.150 
40 
1.900 
3.950 
600 
120 
150 
1.238 
60 
2.168 
4.082 
Total do Passivo 3.580 4.750 5.850 6.250 
 
Os indicadores de liquidez para os quatro meses apresentaram os seguintes 
resultados: 
 
INDICADOR Jan. Fev. Mar. Abr. 
Liquidez Corrente 
Liquidez Seca 
Liquidez Imediata 
1,5 
1,2 
0,28 
1,5 
1,2 
0,28 
1,5 
1,2 
0,28 
1,5 
1,2 
0,23 
 
Como pode ser observado, os indicadores de liquidez apresentam os mesmos 
valores durante os quatro meses. 
 
Quanto às variáveis empresariais da empresa Difícil (em $ mil): 
 20
VARIÁVEIS Jan. Fev. Mar. Abr. 
NLCDG 
T 
CDGP 
T/NLCDG 
(70) 
430 
360 
-- 
900 
(150) 
750 
17% 
1.240 
(290) 
950 
23% 
1.780 
(698) 
1.082 
39% 
 
A análise das variáveis revela situação diferente daquela evidenciada pelos 
indicadores: mês a mês a empresa vem aumentando a utilização de capitais de terceiros de 
curto prazo (empréstimos) para cobrir as necessidades de capital de giro. A Tesouraria 
negativa passou de 17% para 39% do valor da NLCDG. 
Michel Fleuriet, em seu livro A dinâmica financeira das empresas brasileiras 
(1978), denominou esta tendência de Efeito Tesoura. Assim, a situação econômico-financeira 
de uma empresa, caminhando para o desequilíbrio econômico financeiro, aumentando, 
portanto, a defasagem entre o valor da NLCDG do CDGP, e cobrindo este “buraco” 
financeiro com recursos de curto prazo (Tesouraria negativa), estaria sob o Efeito Tesoura. 
Graficamente, a situação pode ser assim visualizada: 
 
$ mil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Meses
 
 J F M A 
 
 
 
 
 
O exame das causas da evolução da NLCDG – Necessidade Líquida de Capital de 
Giro e do CDGP – Capital de Giro Próprio levará às conclusões sobre os motivos que estão 
colocando a empresa sob o Efeito Tesoura. 
 
CDGP 
NLCDG 
Escala: 
1/$ 450 mil 
 T 
+ T 
EFEITO TESOURA 
 21
EXERCÍCIO: 
Fazer a análise dinâmica do capital de giro para a Empresa Modelo S/A. 
 
 Relatório 1 Empresa: Modelo S.A 
BALANÇO PATRIMONIAL – BP 
ATIVO PERÍODO 1 PERÍODO 2 PERÍODO 3 PERÍODO 4 PERÍODO 5 
CAIXA 0 0 0 43.948 0 
APLICAÇÃO 0 0 0 0 0 
CLIENTES 1.875.585 1.189.312 2.303.560 2.964.342 2.991.964 
ESTOQUE PRODUTO ACABADO0 608.520 0 0 173.547 
ESTOQUE MATÉRIA-PRIMA A 612.000 893.037 931.454 1.017.430 1.549.238 
ESTOQUE MATÉRIA-PRIMA B 832.158 1.225.397 1.281.187 1.399.001 2.131.473 
MÁQUINAS 2.360.000 3.035.900 3.035.900 3.035.900 5.120.584 
(-) DEPRECIAÇÃO ACUMULADA 811.500 375.500 451.397 527.295 118.192 
TERRENOS 1.200.000 1.200.000 1.200.000 1.200.000 1.200.000 
PRÉDIOS E INSTALAÇÕES 5.440.000 5.440.000 5.440.000 5.440.000 5.440.000 
(-) DEPRECIAÇÃO ACUMULADA 2.301.900 2.356.300 2.410.700 2.465.100 2.519.500 
TOTAL DO ATIVO 9.206.343 10.860.368 11.330.005 12.108.227 15.969.115 
 
PASSIVO PERÍODO 1 PERÍODO 2 PERÍODO 3 PERÍODO 4 PERÍODO 5 
FORNECEDORES 722.079 1.059.217 1.472.515 2.347.212 3.259.284 
CONTAS A PAGAR 0 0 0 0 0 
IMPOSTO DE RENDA A PAGAR 14.770 23.807 104.717 62.370 76.596 
PARTICIPAÇÕES A PAGAR 0 0 29.669 17.671 21.702 
DIVIDENDOS A PAGAR 20.924 33.727 140.931 83.940 103.085 
EMPRÉSTIMOS CURTO PRAZO 1.385.795 1.634.119 486.960 750.139 1.188.126 
EMPRÉSTIMOS LONGO PRAZO 2.000.000 2.945.540 3.508.458 3.008.319 5.172.490 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
CAPITAL SOCIAL 5.000.000 5.000.000 5.000.000 5.000.000 5.838.573 
LUCROS ACUMULADOS / ANO 62.774 163.956 586.751 838.572 309.256 
TOTAL DO PASSIVO 9.206.343 10.860.368 11.330.005 12.108.227 15.969.115 
 
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE 
CONTAS PERÍODO 1 PERÍODO 2 PERÍODO 3 PERÍODO 4 PERÍODO 5 
RECEITA DE VENDAS 3.451.170 3.071.024 6.409.178 5.530.125 6.394.845 
( - ) CUSTO PROD. VENDIDO – CPV 2.340.970 1.844.803 3.804.306 3.463.546 4.080.891 
( = ) LUCRO BRUTO 1.110.200 1.226.220 2.604.872 2.066.579 2.313.953 
( - ) DESPESAS OPERACIONAIS: 
 DE VENDAS 836.850 747.901 1.503.018 1.263.779 1.223.681 
ADMINISTRATIVAS 114.880 114.880 114.880 119.040 119.040 
FINANCEIRAS LÍQUIDAS 60.000 204.721 288.860 267.955 265.592 
( = ) LUCRO OPERACIONAL 98.469 158.717 698.113 415.804 705.640 
(  ) RESULTADO NÃO OPERAC. 0 0 0 0 -195.000 
( = ) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR 98.469 158.717 698.113 415.804 510.640 
( - ) PROVISÃO PARA O IR 14.770 23.807 104.717 62.370 76.596 
( = ) LUCRO LÍQUIDO APÓS IR 83.698 134.909 593.396 353.433 434.044 
( - ) PARTICIP. DOS EMPREGADOS 0 0 29.669 17.671 21.702 
( = ) LUCRO LÍQUIDO 83.698 134.909 563.726 335.762 412.342 
 
Etapas da análise: 
 
 Calcule a NLCDG, T-Tesouraria, LP-Longo Prazo, CDGP-Capital de Giro Próprio, 
TSF-Termômetro da Situação Financeira e Decomposição do Ciclo Financeiro. 
 
 Analise cada período em separado e conjuntamente.

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