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MÓDULO I → NOÇÕES INTRODUTORIAS DE ECONOMIA E EVOLUÇÃO HISTORICA DO PENSAMENTO ECONOMICO. Conceito de economia: A Economia deve ser vista como uma ciência social, que estuda uma série de relações entre indivíduos dentro da sociedade – mais especificamente aquelas relacionadas ao mercado. Para que se possam entender os fenômenos econômicos e sociais, ou seja, as relações que estão por trás e que desencadeiam tais fenômenos na sociedade, os economistas necessitam de um profundo conhecimento histórico, teórico, quantitativo, metodológico e das questões institucionais. O estudo da Economia permite uma compreensão maior acerca do mundo em que vivemos. Sem menosprezar as demais áreas que fazem parte das ciências sociais, a Economia pode ser considerada a ciência que mais avançou nos últimos tempos – embora ainda não consiga apresentar respostas para diversos fenômenos. Porém, qual ciência possui resposta para tudo? O conhecimento é algo sistemático, portanto, espera-se sempre sua progressão. Este é o grande desafio dos economistas – acompanhar as mudanças do mundo e propor novas explicações para problemas, como por exemplo: Por que existe desemprego? Por que é difícil compatibilizar os mais variados interesses entre as empresas, Governo, famílias e resto do mundo? Por que em determinados momentos o crescimento econômico é maior ou menor? O que, como e quanto produzir? Para quem produzir? Por que juros altos reduzem consumo? O que vem antes: a estabilidade de preços ou crescimento? A partir do entendimento de tais questões, abre-se o caminho para a mudança social que possibilite um mundo melhor e mais justo. O problema econômico tem origem nas necessidades ilimitadas do 1 ser humano e nas limitações dos recursos existentes para a satisfação daquelas. Se os indivíduos pudessem obter tudo que desejassem não haveria economia e os bens existentes no mundo seriam abundantes ou livres. Ocorre que as necessidades humanas são infinitas e ilimitadas. Isto porque, o ser humano pela sua própria natureza, nunca esta satisfeito com que possui e sempre deseja mais coisas. Por outro lado, os recursos produtivos que a sociedade conta para efetuar a fabricação de bens e serviços, têm caráter finito ou limitado. Há, portanto, uma contradição, os desejos e necessidades da sociedade são ilimitados e os recursos para efetivar-se a produção dos bens e serviços que devem atendê-la são limitados. Necessidade Humana Entende-se por necessidade humana a sensação de falta de alguma coisa unida ao desejo de satisfazê-la. Além disso, não podemos nos esquecer de que as necessidades biológicas do ser humano renovam-se dia a dia, exigindo da sociedade a produção continua de bens e serviços com a finalidade de atendê-las. Paralelamente, a perspectiva de elevação do padrão de vida e a evolução tecnológica fazem com que “novas” necessidades apareçam. Por mais rica que a sociedade seja, os fatores de produção serão sempre escassos para efetivar a fabricação de todos os bens e serviços que essa mesma sociedade deseja. Ela terá de efetuar escolhas sobre quais os bens e serviços deverão ser produzidos, da mesma forma que os seres humanos, contando com os salários de determinado valor, não pode naturalmente consumir todos os bens e serviços que deseja, devendo escolher entre eles quais poderão adquirir e que estejam ao alcance de sua renda. E é esse fato que explica a existência da economia, cabendo ao economista o estudo do modo de satisfazer, tanto quanto possível, tais necessidades. Economia é o estudo de como a sociedade administra seus recursos escassos para satisfazer as necessidades de seus membros. A Economia estuda a utilização de recursos escassos para satisfazer necessidades ilimitadas. 2 Há na economia um conceito chamado custo de oportunidade. Custo de oportunidade é o que agente econômico (consumidor) perde com determinada escolha. Custo de Oportunidade é o custo de algo em termos de oportunidade de outro. É o custo de algo em termos de oportunidade renunciada. Ex: Uma família que deve optar em destinar recursos para compra de uma nova televisão ou trocar de geladeira. 1 Definição de bens. De modo geral, pode-se dizer que bem e serviço é tudo aquilo que permite satisfazer uma ou várias necessidades humanas. Os Bens são classificados em: Quanto à raridade, em Bens livres e Bens e econômicos. Bens Livres São aqueles que existem em quantidades ilimitadas, e podem ser obtidos com pouco ou nenhum esforço humano. Bens Econômicos São relativamente escassos e supõem a ocorrência de esforço humano na sua obtenção. Tais bens apresentam como característica básica o fato de terem um preço. Quanto à natureza, os Bens Econômicos são classificados em dois grupos: Bens Materiais e Bens Imateriais ou serviços. Bens Materiais São de natureza material, sendo, portanto, tangíveis, e a eles podemos atribuir características como peso, altura, comprimento, litros, etc. Bens Imateriais ou Serviços Aqueles que não têm existência física. Portanto intangíveis. Fazem parte dessa categoria de bens os serviços médicos, serviços de transportes, serviços de advogados. Característica Principal dos Serviços: As necessidades por serviços são instantâneas. Isto é: A prestação e sua utilização acabam no mesmo momento de sua produção. Eles não podem ser estocados. 3 Quanto ao destino, os bens materiais se classificam em: Bens de consumo; Bens de capital. Bens de consumo São aqueles utilizados diretamente na satisfação das necessidades humanas. Podem ser não-duráveis, ou seja, que desaparecem uma vez utilizados. Exemplos: Alimentos, gasolina, energia... Durável, tem como característica pode ser utilizada por muito tempo. Ex: móveis, veículos, vestuários. Bens de capital Também chamados de bens de produção, são aqueles que permitem produzir outros bens. Ex: Máquinas, instalações, equipamentos... Nos bens de consumo e de capital são classificados em: Bens Finais e Bens Intermediários. Bens Finais, já sofreram as transformações necessárias para seu uso ou consumo. Bens Intermediários devem sofrer novas transformações antes de se converterem em bens de consumo ou bens de capital. Os bens podem ainda ser classificados em Bens Privados e Bens Públicos. Bens Privados: São aqueles produzidos e utilizados privadamente. Bens Públicos: Aquele cujo consumo é feito simultaneamente por vários indivíduos e cujos benefícios revertem a favor da população. A classificação dos bens tem um papel muito importante para que possamos entender tudo que é publicado nos jornais e revistas, a respeito dos bens no sistema econômico no mundo. Métodos de investigações na economia. 4 Os métodos científicos caracterizam-se pelo raciocínio lógico e são classificados em indutivos ou dedutivos. Indutivo – é um método de raciocinar que parte dos fatos particulares para se chegar a conclusões gerais. Dedutivo - é um método de raciocinar que parte dos fatos gerais para conclusões especificas. Os recursos produtivos, também denominados fatores de produção, são elementos utilizados no processo de fabricação dos mais variados... Tipos de mercadorias as quais, por sua vez, serão utilizados para satisfazer necessidades. Classificação dos Recursos Produtivos. Classificam-se em quatro grandes grupos: Terra, trabalho, capital e capacidade empresarial. Terra (Recursos naturais) – Na economia é o nome dado para designar os recursos naturais existentes, ou dádivas da natureza, tais como floresta, recursos minerais, recursos hídricos, etc. Compreende não só o solo utilizado para fins agrícolas, mas também o solo utilizado na construção de estradas, casas. Trabalho – todo esforço humano, físico ou mental, despendido na produção de bens e serviços. Capital (bens de capital) – pode ser definido como o conjunto de bens fabricados pelo homem e que não se destinam a satisfação das necessidades através do consumo, mas que são utilizados no processo de produção de bens. O capital inclui todos os edifícios,todos os tipos de equipamentos e todos os estoques de materiais dos produtores, incluindo bens parcial ou completamente acabados, e que podem ser utilizados na produção de bens. Capacidade Empresarial – alguns economistas consideram a capacidade empresarial como sendo também um fator de produção. Isto porque o empresário exerce funções fundamentais para o processo produtivo. 2 Sistemas econômicos e problemas econômicos fundamentais. 3 Sistema Econômico. 5 É o conjunto de instituições destinado a permitir a qualquer grupo humano administrar seus recursos escassos com um mínimo vantagem e evitando quanto possível o seu desperdício. Elementos do sistema econômico: Famílias, Empresas, Governo e Mercado. Elementos básicos de um sistema econômico: 1- Estoques de recursos produtivos ou fatores de produção: Recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, terra, reservas naturais e tecnológicas. 2 – Complexo de unidade de produção: Constituídos pelas empresas. 3 – Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são à base da organização da sociedade. Lei da Escassez: É a impossibilidade de se produzir bens e serviços em quantidades ilimitadas para satisfazer as necessidades humanas permanentemente ampliadas, pois os fatores da produção existem em quantidades limitadas. É uma lei férrea e incontornável, que reflete a natureza limitada dos recursos disponíveis, e ilimitadas dos desejos das pessoas. A escassez submete os homens ao seu “jugo” desde sempre. Levando-os a se organizarem e a estabelecerem relações a fim de enfrentá-la ou, melhor falando, conviver com ela atenuando-lhe o quanto possível à severidade. Problemas Econômicos Fundamentais. Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associadas às necessidades ilimitadas do homem, originam-se os chamados “problemas econômicos fundamentais”. 1º O quê e quanto produzir: dada à escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas; 2º Como produzir: a sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. A concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços. 3º Para quem produzir: a sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição da renda dependerá não só da oferta e da demanda nos mercados. 6 Fatores de produção Os recursos econômicos, que constituem a base de qualquer economia, são os meios utilizados pela sociedade para a produção de bens e serviços que irão satisfazer às necessidades humanas. Característica dos recursos econômicos 1º Escassos em sua quantidade, representados por uma situação na quais os recursos podem ser utilizados na produção de diferentes bens e serviços de tal modo que devemos sacrificar um bem ou serviço por outro. 2º Versáteis, isto é, podem ser aproveitados em diversos usos. Um determinado recurso pode ser utilizado na produção de diferentes produtos. 3º Podem ser combinados em proporções variáveis na produção de bens e serviços. Setores de produção. Setor Primário. Setor Secundário. Setor terciário. Setor Primário Reúne as atividades agropecuárias e extrativas. Setor Secundário Engloba a produção de bens físicos por meio da transformação da matéria-prima realizado pelo trabalho humano com auxílio de maquinas e ferramentas. Setor Terciário Abrange os serviços em geral. Setor primário O setor primário da Economia pode ser classificado como a indústria extrativista. Ela inclui fábricas que produzem ou extraem materiais brutos. Os trabalhadores da fazenda são um exemplo de funcionários do setor primário, já que os alimentos são coletados como material bruto; por exemplo, o trigo e o leite são provenientes das fazendas e são transformados em outros produtos, como o pão e o queijo. Outras indústrias incluem as fábricas mineradoras que trabalham com carvão, ferro e óleo, os quais são extraídos como materiais brutos do solo e convertidos em outros itens úteis. 7 Setor secundário O setor secundário da Economia é composto por indústrias manufatureiras. Elas transformam materiais brutos em produtos. Por exemplo, o aço pode ser usado para a confecção dos carros. Os carpinteiros utilizam a madeira e fazem casas, móveis e armários. Nem todas as empresas manufatureiras fabricam o produto final. As empresas semimanufatureiras produzem partes daquilo que será usado em outros produtos que têm muitas etapas de produção, como os automóveis. Setor terciário O setor terciário da Economia é a indústria de serviços. Essas empresas não produzem uma mercadoria física assim como fazem os setores primário e secundário, mas mesmo assim elas produzem valor. Por exemplo, os bancos, as empresas de seguro e a polícia são exemplos da indústria de serviços. As empresas que incluem os setores primário e secundário geralmente vão ter funcionários que cuidam dos serviços terciários, como o pessoal de propaganda, os contadores e a equipe de armazenagem. Cadeia de produção Todos os setores juntos criam uma cadeia econômica de produção. O setor primário recolhe o material bruto, o setor secundário coloca esse material em uso, e o setor terciário vende e dá apoio às atividades dos outros dois setores. Muitas empresas possuem elementos dos três setores, como uma empresa de laticínios que produz queijos e sorvetes, e distribui os produtos para venda nas lojas. Outras empresas podem focar estritamente em um aspecto específico, como as que produzem apenas um tipo de produto. Juntos, esses setores constituem a coluna da Economia moderna. Os setores da economia Primeiro Setor, representado pelo Governo, cabe à missão de dar oportunidades (iguais) para que a população tenha acesso a serviços públicos de excelente qualidade, como uma das formas de eliminar o perverso abismo que separa a ilha dos ricos do oceano dos pobres. A política de desenvolvimento econômico deve privilegiar a geração de empregos e a melhoria da distribuição de renda, como pré-requisitos para que o país melhore a sua classificação no ranking mundial do IDH - índice de desenvolvimento humano. Na iniciativa privada vamos encontrar o Segundo Setor, que tem no lucro a sua singular motivação. Estatísticas divulgadas pela imprensa comprovam que o índice de mortalidade de 8 pequenas empresas tem sido excessivamente elevado. Entre as causas desses tropeços destacam-se falhas de planejamento e de pesquisas de mercado, recursos financeiros insuficientes para capital de giro, inexperiência em gestão empresarial e relacionamento insatisfatório junto à clientela. Apostar na melhoria contínua do processo é uma das mais inteligentes estratégias gerenciais. No Terceiro Setor encontram-se os mais diversos tipos de instituições sem fins lucrativos e os investimentos em projetos sociais desenvolvidos pela iniciativa privada. Este setor, que movimenta bilhões de dólares mundialmente e gera milhões de empregos, tem como objetivo maior tornar a sociedade mais justa economicamente e mais igualitária socialmente. Tem como base de sustentação a ética, que se expressa por meio dos princípios e valores adotados pela organização, pois não adianta remunerar mal os funcionários, corromper a área de compras dos clientes, pagar propinas aos fiscais do governo e, de outro lado, desenvolver programas junto a entidades sociais da comunidade. Esse comportamento não segue uma linha de coerência entre o discurso e a ação. O Quarto Setor, sinônimo da economia informal, sobrevive através de criativos artifícios para fugir das garras do leão do imposto de renda. Com passaporte multinacional, o setor não tem preconceito, não discrimina e não provoca exclusão social, profissional, racial, eleitoral, empresarialou digital. Além da "informalidade oficial", se é que podemos assim denominá-la, acrescente-se a ela o jurássico Caixa Dois. Sistemas Econômicos Podem ser classificados em: Sistema capitalista. Ou economia de mercado, é aquele regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. O capitalismo é o sistema econômico no quais as relações de produção estão assentadas na propriedade privada dos bens em geral e tem por pressuposto a liberdade de iniciativa e de concorrência. O sistema capitalista aponta para a chamada economia de mercado, na medida em que são as próprias condições deste mercado que determinando funcionamento e equacionamento da economia (liberdade). Sistema Socialista. Ou economia centralizada, ou ainda economia planificada, é aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção. O socialismo, enquanto sistema de organização econômica do Estado opõe-se frontalmente ao liberalismo, pois o mercado livre é 9 considerado como a origem da desigualdade. Este sistema propõe não somente a intervenção do Estado, mas a supressão da liberdade da iniciativa privada e o comando do Estado na esfera econômica. ECONOMIA POSITIVA E ECONOMIA NORMATIVA Os economistas não se dedicam apenas em comentar os fatos que observam, mas também em certas ocasiões fazem propostas e afirmações sobre como as coisas deveriam ser. Por isso, cabe distinguir entre afirmações positivas e afirmações normativas. As Afirmações Normativas oferecem prescrições para a ação baseadas em juízos de valor pessoais e subjetivos. Tratam “do que deveria ser”. As Afirmações Positivas são explicações do funcionamento dos fenômenos econômicos. Tratam sobre “O que é ou poderia ser”. Do ponto de vista de vista normativo, o economista formula prescrições com relação ao sistema econômico baseando-se exclusivamente em seus próprios julgamentos e não exclusivamente em raciocínio científicos. Economia Positiva se ocupa de explicações objetivas sobre o funcionamento da economia. Economia Normativa refere-se a preceitos éticos e normas de justiça. Oferta e Demanda. São palavras utilizadas com frequência em Economia. São as forças que movimentam as economias de mercado. Mercado designa um grupo de compradores e de vendedores de um dado bem ou serviço. Oferta e Demanda se referem ao comportamento de compradores e vendedores quando interagem no Mercado. Oferta é definida pelos Vendedores Demanda é definida pelos Compradores 10 Em um Mercado competitivo o preço é um dado. Compradores e Vendedores são “tomadores de preço”. Demanda Quantidade de produto que os consumidores querem e podem comprar. Determinantes da Demanda Preço do Produto ou serviço. Renda dos compradores. Preço dos produtos relacionados. Gosto e preferência dos compradores. Expectativa dos compradores. Lei da Demanda A demanda cresce com a queda no preço, mantidos os demais determinantes constantes (ceteris paribus). Ceteris Paribus. Expressão latina, que significa “permanecendo constantes todas as demais variáveis”. São condições estabelecidas para se analisar causa e efeito das decisões e do comportamento econômico. Oferta Quantidade de produto que os produtores querem e podem produzir e oferecer. Determinantes da Oferta Preço do produto ou serviço. Preços dos insumos. Tecnologia. Expectativas dos produtores. Lei da Oferta 11 A quantidade oferecida cresce com o aumento de preços, mantidas as demais condições constantes. Oferta = Demanda Equilíbrio é a situação onde o preço atinge um valor onde a oferta e a demanda se iguala. Preço de Equilíbrio = Quantidade de Equilíbrio. Gráfico. Escassez de Oferta Preço menor que o preço de equilíbrio. Demanda é maior que a oferta. Produtores aumentam os preços até o preço de equilíbrio. Excesso de Oferta 12 Preço é maior que o preço de Equilíbrio. Demanda é menor que a oferta. Produtores baixam os preços até o preço de equilíbrio. Produtores estocam produtos esperando aumento da demanda. Agente Econômico Um agente econômico é todo indivíduo, ambiente ou entidade que tenha a capacidade de influenciar e movimentar a economia. Isso acontece por meio das ações possíveis a cada um deles. As funções são diferentes de acordo com o agente econômico em questão. Juntos, eles formam uma relação completa entre todos os aspectos necessários para o funcionamento da economia. Que, através das suas decisões e ações, tomadas racionalmente, influenciam de alguma forma a economia. São cinco principais agentes econômicos: famílias, empresas, mercado, Estado e o resto do mundo. Tradicionalmente são considerados como agentes econômicos os seguintes: Famílias A família é o agrupamento dado ao conjunto de pessoas físicas que atuam no mercado como consumidores de bens e serviços, assim como mão de obra para trabalho e produção. O consumo é a principal função desse agente econômico. Esse é um grupo que apresenta um grande volume e influencia diretamente sobre outros agentes. Um exemplo disso é o impacto sobre oferta e demanda, pois o consumo é um dos aspectos vitais para movimentar a economia. Dependendo do estímulo de consumo das famílias, outros agentes precisam agir. Se há compra dos produtos, isso significa que existe poder aquisitivo e interesse por parte dos consumidores. Do contrário, é preciso agir para manter a economia aquecida. Por todas essas características, as famílias estão no foco dos outros participantes da economia. Portanto, entender esse público e quais as melhores formas de atingi-lo são preocupações de toda empresa, que é o segundo agente econômico. Empresas As empresas também desempenham papel importante dentro da economia na medida em que elas oferecem seus produtos e serviços para as famílias. Elas, portanto, desempenham o papel de 13 produção dos bens e dos serviços. A função das empresas, embora sejam instituições, ficam a cargo dos empresários que as possuem. Ou seja, em outras palavras, estamos falando dos empreendedores que possuem capital e máquinas para exercer a produção. Ademais, é de responsabilidade desse perfil entender as necessidades (demandas) das famílias, oferecendo soluções. Por fim, ainda oferecem cargos de trabalho, permitindo que as famílias obtenham renda e possam consumir, movimentando a economia. As empresas podem ser divididas ainda em instituições financeiras ou não financeiras. Mercado O mercado não é exatamente um agente econômico no sentido de ser uma pessoa ou entidade, mas um ambiente que resume o encontro entre as famílias e as empresas, que vimos anteriormente. Nele é onde acontece todo processo de compra e venda entre consumidores e empresários. Dentro do mercado, verifica-se também a lei da oferta e demanda. É preciso que o interesse das famílias seja de acordo com o que é oferecido pelas empresas para que essa troca de fato aconteça. Estado Como estamos falando basicamente do setor privado até aqui, as famílias com baixo poder aquisitivo acabam excluídas. Nesse sentido, entra o quarto agente econômico que é o Estado. Aqui, a principal função é a distribuição da riqueza e a preocupação com as necessidades coletivas. Além disso, é a entidade com maior poder para ajustes e definições de mercado, especialmente por meio dos órgãos relacionados à economia e definições de políticas econômicas e monetárias. Mundo Em tempos de globalização, o mundo também vira um agente econômico. Isso porque as relações entre países são cada vez maiores e, no contexto atual, influenciam diretamente a economia. A sua função é de permitir o intercâmbio de bens, serviços e capitais. Uma ação política tomada pelos Estados Unidos, por exemplo, pode afetar diretamente questões econômicas do Brasil em questão de minutos. É por isso que esse agente econômico, embora mais recente, também deve ser considerado. 14 → Questionário ← 1) Quala definição de economia? 2) Qual o problema econômico? 3) O que é escassez? 4) Quais os fatores ou recursos produtivos? 5) Defina e explique custo de oportunidade. 6) Como se comporta o custo de oportunidade à medida que são produzidas mais unidades de um bem? 7) Qual a diferença entre eficiência e eficácia? 8) Defina sistema econômico. 9) Explique os problemas econômicos fundamentais. 10) Explique e defina oferta e demanda. 11) O que determina a oferta? 12) O que determina a demanda? 13) O que ocorre quando temos excesso de oferta? 14) O que ocorre quando temos excesso de demanda? 15) Diferencie capitalismo e socialismo. 16) Mantido o Ceteris Paribus, qual a importância da variável preço no mercado? 17) Defina e explique bens econômicos. 15 18) É certo que quando se produz melhoria tecnológica na produção de um bem, depois da mudança são necessárias menos quantidades de recursos para gerar a mesma quantidade desse bem? 19) O que é um mercado? 20) Explique o que vem a ser argumentos positivos e argumentos normativos em economia. 21) Por que os problemas econômicos fundamentais originam-se da escassez de recursos produtivos escassos? 16 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO. Precursores da teoria econômica Antiguidade. Feudalismo. Mercantilismo. Fisiocracia. Os clássicos. Teoria Marxista Revolução Industrial Neoclássicos. Keynesianos. Pós-keynesianos. A História do Pensamento Econômico A História do Pensamento Econômico é um estudo da herança deixada pelos que escreveram sobre assuntos econômicos no transcurso de muitos anos. Especulação do homem quanto ao seu meio: desde os tempos antigos. Desenvolvimento da Análise Econômica: de origem relativamente recente (a partir do século XVIII). Antes da Renascença (séculos XV e XVI): era quase impossível a 17 emergência da Economia como campo específico de estudo, pois tudo era contra: a dominação do Estado e da Igreja, a força dos costumes e as crenças religiosas e filosóficas, a natureza e a amplitude limitada da atividade econômica. No entanto, a atividade econômica para a satisfação de necessidades ocorreu em todas as épocas da história humana. Antiguidade Desde que surgiu o ser humano no planeta, iniciou-se a atividade econômica. Adão e Eva viviam no paraíso Bíblico, portanto não praticavam atividades econômicas, mas quando foram expulsos e condenados a ganhar o sustento com o próprio suor, trabalhando e transformando o mundo, para se beneficiar, então iniciou-se a atividade econômica. As sociedades históricas ou pré-históricas usavam como base a atividade econômica, porque os recursos naturais foram sempre menores do que a demanda. O homem evoluiu lentamente, começou a fazer instrumentos que facilitavam o dia-a-dia, vivendo da colheita, caça, pesca. Há sete mil anos antes de cristo o homem começou a cultivar plantas, e criar animais, a qualidade de vida melhorou, e iniciou-se a revolução neolítica, daí então surgiram os grandes núcleos populacionais e foram formadas civilizações nas terras da mesopotâmia e rios Nilo e Indo. Com o passar do tempo, a fabricação de instrumentos de trabalho utilizando metais como o ferro, cobre e bronze, deu origem a mudanças na estrutura das sociedades, sendo assim os membros das comunidades humanas se dedicaram à agricultura. Na antiga Grécia, Aristóteles e Platão dissertaram sobre os problemas relativos à riqueza, à propriedade e ao comércio. Durante a Idade Média, predominaram as ideias da Igreja Católica Apostólica Romana e foi imposto o direito canônico, que condenava a usura (contrato de empréstimo com pagamento de juros) e considerava o comércio uma atividade inferior à agricultura. Feudalismo História do Feudalismo. O feudalismo era um sistema de organização econômica, política e social da Europa Ocidental durante a Idade Média. Com as invasões bárbaras e a desagregação do Império Romano a partir do século V, a Europa inicia profunda reestruturação, marcada por descentralização do poder, ruralização e emprego de mão-de-obra servil. Com começo e fim graduais, o sistema feudal tem sua 18 origem mais bem situada na França setentrional dos séculos IX e X e seu desaparecimento no século XVI. Apesar de constituir um sistema fechado, que chega ao fim com a revisão de quase todos os seus valores pelo, o feudalismo é um dos alicerces do Estado ocidental moderno. Os grandes conselhos de reis e de seus feudatários são os ancestrais diretos dos modernos parlamentos. O feudalismo predominou na Europa durante toda Idade Média e segundo o teórico iluminista escocês, Lord Kames, o feudalismo é precedido pelo nomadismo e em certos locais do mundo pode ser sucedido pelo capitalismo. Sociedade. A estrutura social é estabelecida com base nas relações de dependência pessoal, ou vassalagem, que abrangem desde o rei até o camponês livre. Há uma relação direta entre autoridade e posse da terra. O vassalo, ou subordinado, oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho em troca de proteção e de um lugar no sistema de produção. Os camponeses, que trabalham nas terras dos senhores feudais, são os responsáveis por toda a atividade produtiva do feudo. Além de produzir para seu sustento, devem obrigações a seu senhor, como a corveia, que consiste no trabalho gratuito e obrigatório durante três dias da semana. Devem também impostos, que são pagos em produtos ou dinheiro. Os senhores feudais formam a nobreza rural e têm poder para fazer os servos e os camponeses livres cumprirem as normas vigentes. Vivem em castelos fortificados, a melhor representação de seu poder civil e militar. Os cavaleiros armados garantem o domínio do senhorio sobre a terra. Na sociedade feudal cada grupo detinha uma função. Clero = salvação da alma; Nobreza = proteção; Servos = trabalho para o sustento de todos. Os servos deviam aos senhores um conjunto de obrigações servis. Corveia: O servo deveria prestar trabalho gratuito ao senhor feudal. Banalidade: Pagamento de uma taxa por utilizar os instrumentos do senhor feudal. Capitação: Imposto anual pago por cada indivíduo ao senhor feudal. Talha: Parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre. 19 Heriot: Taxa paga pelo servo ao assumir o feudo no lugar de seu pai quando este viesse a morrer. Economia O feudo constitui a unidade territorial da economia feudal. Caracteriza-se pela autossuficiência econômica e pela ausência quase total do comércio e de intercâmbios monetários. A produção é predominantemente agropastoril, voltada para a subsistência, e as trocas são feitas com produtos, não com dinheiro. As cidades deixam de ser centros econômicos, os ofícios e o artesanato passam a se realizar nos próprios castelos. A economia feudal deve ser dividida basicamente em Alta e Baixa Idade Média. Durante a Alta Idade Média, que transcorreu entre os séculos e XI, a economia feudal caracterizou-se pela autossuficiência, devido, principalmente, à instabilidade política, fruto das invasões bárbaras. A quase inexistência de comércio impedia que houvesse um abastecimento externo fora do feudo. Assim, as principais atividades econômicas estavam associadas à manutenção das pessoas. Merece destaque a produção agrícola e a criação de animais. Influência da Igreja A Igreja Católica integra-se ao sistema feudal por meio dos mosteiros, que reproduzem a estrutura dos feudos. Transforma-se também em grande proprietária feudal, detém poder político e econômico e exerce forte controle sobre a produção científica e cultural da época. Igreja Católica Maior proprietária de terras da Europa. Para ela, o homem tinha um destino espiritual, ou seja, uma outra vida após a morte, seja no céu ou no inferno. Por isso, na Terra, ele deveria preocupar-se exclusivamente com sua salvação. A Igreja passou a condenar o comércio que visava aos lucros, pois, segundo seus ensinamentos, os bens materiais foram dados ao homem como meios para facilitar sua salvação, e não seu enriquecimento. A finalidade do trabalho não era, portanto,o enriquecimento. Os objetos destinados à venda tinham seu preço justo. Não era permitido ao comerciante ter lucros. O comércio do dinheiro, ou seja, emprestar dinheiro a alguém cobrando-lhe juros, era algo ainda mais condenável. As Principais Guerras no Feudalismo Durante o feudalismo, aconteceram algumas guerras, a principal delas foi encorajada pela Igreja Católica com o desejo de libertar a terra santa das mãos dos infiéis, essa guerra é conhecida como as 20 cruzadas. Durante o século XIV, uma grave crise econômica e social atingiu a vida do homem medieval. Este processo de crise culminará definitivamente com a desagregação da sociedade feudal, marcando a fase de transição da Idade Média à Idade Moderna. Os fatores que desencadearam a grande crise do século XIV foram vários, dentre os quais devemos destacar aqueles que, na opinião de muitos historiadores, compõem a chamada "trilogia" da crise feudal: a fome, a peste e as guerras. O final da Baixa Idade Média é marcado, portanto, por um período de acentuada e generalizada crise, composta por vários fatores de origem econômica e social que assolaram a Europa. Conceito de feudalismo: sistema político, econômico e social que vigorou na Idade Média. Sociedade Feudal: hierarquizada: Clero (padres, bispos, papa), Nobreza (reis, condes, senhores feudais, duques, cavaleiros), Servos (camponeses). A vida dos Camponeses: trabalhavam para manter a nobreza e o clero. Obrigações dos servos: talha (metade da produção o servo deveria pagar para o senhor feudal), corvéia ( de 3 a 4 dias de trabalho de graça nas terras do senhor feudal), banalidades ( taxas que os servos pagavam para usar as instalações do castelo), tostão de Pedro (dízimo pago para a Igreja). O Feudo: unidade de produção na Idade Média Feudo: propriedade do senhor feudal que concedia a autorização de uso para a família do servo em troca do pagamento de obrigações Instalações do feudo: castelo (habitação do senhor feudal e sua família), vila camponesa, igreja, moinho, estábulo, terras de produção. O poder da Igreja Católica durante o feudalismo Poder econômico, político e cultural. O teocentrismo (explicação religiosa para quase tudo) Mercantilismo 21 Mercantilismo política econômica adotada na Europa absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um reino, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional. Para seu fortalecimento, o Estado absolutista precisava dispor de um grande volume de recursos financeiros necessários à manutenção de um exército permanente e de uma marinha poderosa, ao pagamento dos funcionários reais e à manutenção do aparelho administrativo e ainda ao custeio dos gastos suntuosos da corte e das despesas das guerras no exterior.A obtenção desses recursos financeiros exigiu do Estado absolutista uma nova política econômica, conhecida como mercantilismo. Se na Idade Média, no auge do feudalismo, a riqueza básica era a terra, na Idade Moderna, no apogeu do absolutismo, os metais preciosos (ouro e prata) passaram a ser a nova forma de riqueza. O absolutismo e o mercantilismo constituíam, pois, a dupla face do Antigo Regime. O mercantilismo foi a política econômica dos Estados modernos em sua fase de transição para o capitalismo (por esse motivo, é também chamado pré-capitalismo ou capitalismo comercial). Na definição de Edward MacNall Burns, o mercantilismo foi um ‘sistema de intervenção governamental para promover a prosperidade nacional e aumentar o poder do Estado’. Como expressão econômica da aliança política realeza-burguesia, o mercantilismo visava, por um lado, ao enriquecimento desta classe e, por outro, ao fortalecimento do Estado. Nesse sistema econômico o Estado exercia um rígido controle sobre todas as atividades produtivas, cujo objetivo era aumentar a produção de mercadorias, regulamentar os diversos tipos de artigos produzidos e estabelecer um sistema de tarifas alfandegárias para proteger o mercado nacional contra a concorrência externa de outros países. O mercantilismo era, pois, uma forma de nacionalismo baseado no intervencionismo estatal, no dirigismo econômico e no protecionismo alfandegário. Suas origens remontam ao processo de formação do Estado moderno e ao desenvolvimento da Revolução Comercial. Na passagem da Idade Média aos Tempos Modernos, os pequenos mercados locais formados pelas cidades medievais cederam lugar a um amplo mercado nacional formado pelo território e pela população submetidos à soberania da monarquia centralizada. Ao mercado nacional somou-se o mercado mundial, que se formou em conseqüência da descoberta dos novos continentes pelas Grandes Navegações do século XV. O fluxo de metais preciosos do Novo Mundo e de especiarias do Oriente impulsionou o crescimento do comércio europeu, que se encontrava 22 estagnado desde a crise do século XIV. A essa expansão das trocas deu-se o nome de Revolução Comercial, à nova política econômica desenvolvida pelos Estados modernos absolutistas durante a Revolução Comercial deu-se o nome de mercantilismo. O mercantilismo europeu fundamentou-se, de maneira geral, em dois princípios: o Metalismo e a balança comercial favorável. O metalismo baseava-se na tese de que a riqueza de um país dependeria de sua capacidade de acumular metais preciosos. Assim, quanto mais ouro e prata possuísse o país, mais rico e poderoso seria Os metais preciosos permitiriam ao governo comprar armas, contratar soldados, construir navios, pagar funcionários e custear as guerras. O caso espanhol demonstrou, entretanto, o quanto era enganosa a política metalista. A Espanha era, no século XV o país mais rico da Europa em conseqüência do ouro e da prata oriundos de suas colônias da América. O atraso do comércio das manufaturas e da agricultura espanholas, entretanto, obrigavam a Espanha a importar de outros países europeus a quase totalidade das mercadorias necessárias ao seu consumo. Como essas importações eram pagas em ouro e prata, os metais preciosos que chegavam à Espanha eram, em seguida, desviados para o resto da Europa. A Espanha tornou-se, assim, a ‘garganta por onde passava o ouro para o estômago de outros países ma s desenvolvidos do ponto de vista comercia e industrial, como a França, a Inglaterra e a Holanda’. A partir desse exemplo, a balança comercial favorável transformou-se no segundo principio male Importante do mercantilismo europeu. Como os metais preciosos constituíam o principal meio de pagamento nas relações econômicas Internacionais, o Incremento do comércio exterior tornou-se a forma por excelência de acumulação de ouro e prata - cada país procurava exportar o máximo e Importar o mínimo para obter uma balança de comércio favorável. Essa política de Incremento unilateral do comércio exterior acabou gerando um nacionalismo econômico exacerbado, que se tornou uma das principais causas das guerras permanentes entre as grandes potências européias nos Tempos Modernos. A política econômica mercantilista estava voltada para três objetivos principais: o desenvolvimento da indústria, o crescimento do comércio e a expansão do poderio naval. Para incentivar o desenvolvimento da Indústria, o governo concedia a grupos particulares o monopólio de determinados ramos da produção ou criava as manufaturas do Estado. A meta era a obtenção da auto-suficiência econômica e a produção de excedentes exportáveis. O crescimento do comércio era Incentivado através da criação de grandes companhias comerciais, como a Companhia das Índias Ocidentais e a Companhia das índias Orientais e da organização de 23 vastos Impérios coloniais. O comércio entre metrópole e colônia era regulado pelo pacto colonial, baseado num sistema de monopólio comerciei também chamado de exclusivo metropolitano. A metrópole adquiria da colônia produtos tropicais e exportavapara esta artigos manufaturados, obtendo, naturalmente, sempre uma balança de comércio favorável. A expansão do poderio naval era essencial para garantir as comunicações marítimas entre as metrópoles européias e seus Impérios coloniais assim como para a redução do comércio em escala mundial. No século XV, Portugal exerceu a supremacia naval; no século XVI. esta passou à Espanha; no século seguinte, à Holanda; e. finalmente. no século XVIII a Inglaterra tornou-se a “rainha dos mares”. Principais características do sistema econômico mercantilista: Metalismo: o ouro e a prata eram metais que deixavam uma nação muito rica e poderosa, portanto os governantes faziam de tudo para acumular estes metais. Além do comércio externo, que trazia moedas para a economia interna do país, a exploração de territórios conquistados era incentivada neste período. Foi dentro deste contexto histórico, que a Espanha explorou toneladas de ouro das sociedades indígenas da América como, por exemplo, os maias, incas e astecas. Industrialização: o governo estimulava o desenvolvimento de indústrias em seus territórios. Como o produto industrializado era mais caro do que matérias-primas ou gêneros agrícolas, exportar manufaturados era certeza de bons lucros. Protecionismo Alfandegário: os reis criavam impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de moedas para outros países. Pacto Colonial: as colônias europeias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles. Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa. Dentro deste contexto histórico ocorreu o ciclo econômico do açúcar no Brasil Colonial. Balança Comercial Favorável: o esforço era para exportar mais do que importar, desta forma entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira. 24 Fisiocracia. Surgimento da Escola Fisiocrática. Os fisiocratas surgiram na França com final do mercantilismo, por volta de 1756, com dois pensadores principais: Quesnay e Turgot. Apesar de ter sido um movimento de oposição ao mercantilismo, a fisiocracia não se afastou totalmente do feudalismo, pois a França era um país essencialmente agrário. Para os fisiocratas, a sociedade era regulada por uma ordem natural que rege a natureza física. Assim, se os homens não colocarem obstáculos a essas leis a sociedade irá se configurar segundo um desenho necessário, com leis que irão se impor automaticamente a todas as pessoas. Segundo esta escola, a sociedade pode ou não existir, mas existindo traz vantagens às pessoas que não poderiam ser obtidas de outra forma. Uma destas vantagens é a troca de mercadorias, que pode reduzir e integrar as atividades econômicas dos homens. Esta realidade é o ponto de partida da análise fisiocrática. Para que possamos entender o motivo da crença fisiocrática nas leis naturais, devemos nos voltar para a realidade francesa no século XVIII. Era uma economia essencialmente agrária, com base na propriedade privada feudal; a economia já possuía um caráter capitalista, embora ainda fosse possível encontrar camponeses nas províncias meridionais; as atividades realizadas nas cidades eram de caráter artesanal; conviviam em uma mesma realidade as formas de produção agrícola camponesa e a capitalista, com destaque para esta última forma, que segundo os fisiocratas seria a forma mais desejável e avançada para a época. Na fisiocracia a forma essencial do capitalismo só poderia se desenvolver totalmente nas atividades agrícolas, pois para eles apenas na agricultura é que poderia haver um excedente. "Os proprietários, o soberano e toda a nação têm o maior interesse em que o imposto seja inteiramente baseado na renda das terras, de modo imediato; qualquer outra forma de taxação seria contra a ordem natural, porque seria prejudicial à reprodução e ao imposto; o imposto recairia sobre si próprio. Tudo na terra está sujeito às 25 leis da Natureza e os homens são dotados da inteligência necessária para conhecê-las e observar; mas a multiplicidade dos objetos exige grandes combinações que tornam muito ampla à base de uma ciência evidente, cujo estudo é indispensável para que os equívocos sejam evitados na prática." François Quesnay. François Quesnay nasceu em 1694. Descendente de proprietários de terras (Schumpeter sustenta que o pai era um advogado de relativo sucesso). Foi educado para ser médico e fez fortuna por meio de sua habilidade em medicina e cirurgia. Foi elevado ao posto de médico da corte de Luís XV e Madame de Pompadour. Faleceu em 1774. Na primeira metade do século XVIII a Europa foi fortemente influenciada pelas ideias de um movimento filosófico-cultural que revolucionou a maneira de pensar predominante até então. Esse movimento foi o Iluminismo e suas principais proposições foram: ✔ A defesa da liberdade em todas as suas dimensões – liberalismo; ✔ A afirmação dos valores individuais - individualismo; e. ✔ A crença na supremacia da razão – racionalismo. O Iluminismo reuniu os maiores intelectuais da Europa da época, entre os quais Voltaire, Diderot, Montesquieu, Rousseau, Condorcet, John Locke, David Hume e tantos outros. O maior legado escrito deixado pelo Iluminismo foi a Grand Encyclopédie, para a qual Quesnay contribuiu com dois verbetes: fermiers (fazendeiros), em 1756, e grains (cereais), em 1757. Embora tenha tido influência em toda a Europa, o impacto do Iluminismo foi mais marcante na França e na Escócia, talvez não por coincidência, os países que se tornaram os berços das duas escolas de pensamento econômico que, na segunda metade do século, viriam a ser os baluartes do liberalismo: a Escola Fisiocrata e a Escola Clássica. Nesse sentido, é possível dizer que a Escola Fisiocrata (ou fisiocrática) constitui-se no braço econômico francês do Iluminismo. A Escola, a rigor, teve uma influência localizada (já que não extrapolou os limites da França) e efêmera, pois sua influência iniciada com a publicação do verbete de Quesnay em 1756 se 26 estende até 1776, quando seu membro mais influente politicamente, Turgot, perdeu seu cargo de controlador geral das Finanças (equivalente a ministro das Finanças). A fisiocracia não existia em 1750. Entre 1760 e 1770, Paris inteira, além de Versalhes, falava dela. Em 1780, quase todo mundo (exceto os economistas profissionais), já havia se esquecido dela. Em que pese esse caráter pontual e passageiro, a Escola Fisiocrata é apontada por um número razoavelmente expressivo de historiadores como a primeira escola de pensamento econômico propriamente dita embora esse crédito seja dado pela maior parte dos estudiosos à Escola Clássica, certamente porque sua influência foi muito maior e mais duradoura do que a da escola francesa. Entre os que apontam a Escola Fisiocrata como pioneira, encontra-se Paul Hugon: É a primeira escola econômica. Seus representantes são franceses que, juntos, trabalharam na elaboração de uma explicação geral da vida econômica. Suas obras se situam entre 1756 e 1778. Reúnem-se em volta de um chefe, Doutor Quesnay. Médico da Corte e do Rei, é Quesnay um sábio que por volta de 1756 - conta então 62 anos -, orienta suas pesquisas para os problemas econômicos. Mirabeau, o pai do tribuno da Revolução, Mercier de la Rivière, conselheiro do Parlamento, o abade Baudeau, le Tronse, representante do Parlamento de Orléans, Dupont de Nemours, secretário da Escola, e Turgot, o futuro ministro de Luís XVI, são seus discípulos principais. Reúnem-se em Versalhes e trabalham com paixão, sinceridade e aquela fé na força da razão, peculiar à filosofia da época. Controvérsia à parte, o fato é que Adam Smith, numa etapa de sua vida em que trabalhou como tutor do jovem duque de Buccleuch, viajou com seu pupilo para a França, onde entrou em contato direto com as ideias dos fisiocratas, em especial com as de Quesnay e as de Turgot, que, na condição deministro das Finanças de Luís XVI, pôde colocar em prática algumas das ideias defendidas pelos fisiocratas. François Quesnay foi, sem sombra de dúvida, o maior expoente dos fisiocratas, cujas ideias podem ser entendidas a partir da decomposição da própria palavra que dá nome à escola: Fisio = natureza e Cracia = governo Portanto, Fisiocracia significa governo da natureza e daí podem ser depreendidos os quatro principais postulados defendidos pelos seus adeptos: 27 → Ordem natural - os fisiocratas introduziram a ideia de ordem natural ao pensamento econômico. Achavam que o funcionamento da economia correspondia a uma ordem natural. De acordo com essa ideia, as leis da natureza governam as sociedades humanas da mesma maneira que as descobertas de Newton governam o mundo físico. Todas as atividades humanas, portanto, deveriam ser mantidas em harmonia com essas leis naturais. O objeto de todo estudo científico era descobrir as leis às quais todos os fenômenos do universo estavam sujeitos. Na esfera econômica, as leis da natureza conferiam aos indivíduos o direito natural de usufruir os frutos de seu próprio trabalho, desde que isso fosse consistente com os direitos dos outros. → Laissez-faire, laissez-passer - essa expressão, creditada a Vincent de Gournay, e que na tradução literal quer dizer "deixe fazer, deixe passar", significa na verdade "deixe as pessoas fazerem o que quiserem sem a interferência do governo". Ela expressa a reação à excessiva intervenção governamental na economia, prática que estava fortemente enraizada nos países europeus após mais de dois séculos de predomínio das ideias mercantilistas. Para os fisiocratas, portanto, os governos nunca deveriam estender sua interferência nos assuntos econômicos além do mínimo absolutamente essencial para proteger a vida e a propriedade e para manter a liberdade de adquirir. Assim, os fisiocratas se opunham a quase todas as restrições feudais, mercantilistas e governamentais, favorecendo a liberdade de comércio interno, bem como o livre-comércio exterior. Paradoxalmente, Gournay era um dos beneficiários do sistema mercantilista, exercendo a função de inspetor de qualidade dos produtos de acordo com as marcas registradas (ou seja, uma espécie de fiscal). Espantado com o exagerado grau de detalhamento das leis que regulavam a produção e o comércio, acabou por cunhar a expressão que até hoje é utilizada como símbolo do liberalismo. → Ênfase na agricultura - os fisiocratas acreditavam que a indústria, o comércio e as profissões eram úteis, mas estéreis, simplesmente reproduzindo o valor consumido na forma de matérias-primas e subsistência para os trabalhadores. Para eles, a indústria apenas alterava a essência e o comércio apenas transferia de lugar uma riqueza que havia sido produzida genuinamente pela agricultura, ou, em maior extensão, pela natureza. Sendo assim, somente a agricultura (e, possivelmente, a mineração) era produtiva, pois produzia um excedente, um 28 produto líquido acima do valor dos recursos utilizados na produção. Para sintetizar usando uma expressão que está na moda, os fisiocratas pensavam que apenas a agricultura era capaz de agregar valor ao produto. → Reforma tributária - os fisiocratas estavam interessados em reformar a França, que estava passando por desordens econômicas e sociais, causadas principalmente por uma perversa combinação de muitas das piores características do feudalismo e do mercantilismo. A tributação estava desordenada e era ineficiente, opressiva e injusta, constituída de uma multiplicidade de tarifas, impostos, subsídios, restrições e regulamentações que prejudicavam a produção e o comércio. A recomendação dos fisiocratas era de que toda a renda do governo deveria ser obtida através de um único imposto, para todo o país, sobre as atividades agrícolas (a serem pagos, portanto, pelos proprietários de terras). Com base nesses postulados, François Quesnay elaborou em 1758, a pedido de rei da França, um modelo econômico que representava o funcionamento da economia francesa e que se constituiu na obra magna dos fisiocratas, o Tableau économique. Dividindo a sociedade em três classes, a produtiva, a proprietária e a estéril, Quesnay procurou demonstrar o fluxo circular de produção, circulação e distribuição da riqueza numa economia ideal e livremente competitiva, partindo para tal dos conhecimentos que ele tinha do funcionamento do organismo humano. Para Quesnay, a sociedade era semelhante ao organismo físico. A circulação de riqueza e bens na economia era como a circulação do sangue no corpo. Ambos estavam de acordo com a ordem natural e ambos poderiam ser compreendidos por meio de análise cuidadosa. Embora seja visto hoje por muitos como mera curiosidade literária, o Tableau constituiu-se na mais profunda e ousada obra do pensamento econômico até então aparecida. A economia rural francesa foi exaltada com incrível imaginação por Quesnay em seu famoso Tableau économique, uma tentativa de mostrar, em termos quantitativos, o relacionamento das principais peças do sistema econômico nacional - mostrar quanto os fazendeiros e lavradores, os latifundiários e donos de terras, os comerciantes recebiam uns dos outros em mercadoria e qual a renda que davam, uns aos outros, por essas transações. Escola Clássica. 29 A Escola Clássica (Fins do Séc. XVIII e início do séc. XIX) A base do pensamento da Escola Clássica é o liberalismo econômico, ora defendido pelos fisiocratas. Seu principal expoente é Adam Smith (1723-1790) que, ao contestar a regulamentação comercial do sistema mercantilista, acreditava que a concorrência produz como resultado o desenvolvimento econômico, que por sua vez é utilizado por toda a sociedade. A teoria clássica surgiu do estudo dos meios de manter a ordem econômica através do liberalismo e da interpretação das inovações tecnológicas provenientes da Revolução Industrial. Todo o contexto da Escola Clássica está sendo influenciado pela Revolução Industrial. É caracterizada pela busca no equilíbrio do mercado (oferta e demanda) via ajuste de preços ("mão invisível"), pela não-intervenção estatal na atividade econômica, prevalecendo à atuação da "ordem natural" e pela satisfação das necessidades humanas através da divisão do trabalho, que por sua vez aloca a força de trabalho em várias linhas de emprego. De acordo com o pensamento de Adam Smith, a economia não deveria se limitar ao estoque de metais preciosos e ao enriquecimento da nação, pois, segundo o mercantilismo, desta nação fazia parte apenas a nobreza, e o restante da população estaria excluída dos benefícios provenientes das atividades econômicas. Sua preocupação fundamental era a de elevar o nível de vida de todo o povo. Em sua obra Wealth of Nations, Adam Smith estabelece princípios para análise do valor, dos lucros, dos juros, da divisão do trabalho e das rendas da terra. Além de desenvolver teorias sobre o crescimento econômico, ou seja, sobre a causa da riqueza das nações, a intervenção estatal, a distribuição de renda, a formação e a aplicação do capital. Alguns críticos de Smith afirmam que ele não foi original em suas obras, devido ao seu método, que se caracteriza por percorrer caminhos já trilhados, buscando, assim, segurança, utilizar elementos já existentes. No entanto, sabe-se que suas obras foram grandiosas para o desenvolvimento do pensamento econômico, devido a sua clareza e ao espírito equilibrado. Adam Smith foi contemporâneo de Quesney. Suas primeiras preocupações não foram com a riqueza das nações, embora posteriormente tenha conferido grande contribuição à causa. Os sentidos morais, a busca da aprovação social, as razões maiores da acumulação e da conservação da fortuna material foram os pressupostos de sua descrição da ordem econômica. Smith fundamentava sua descrição da ordem econômica nas leis que regem a formação, a acumulação, a distribuição e o consumo da riqueza e este polinômio foi à base do conceitoclássico da economia. Os clássicos -Thomas Malthus, John Law, Stuart Mill, Richard Cantilon, David Ricardo e Jean Baptiste Say - 30 definiam a economia partindo desse fluxo. Smith defendia a desregulação, o papel do estado deveria ser restringido a três funções principais: a de defender a nação, a de promover justiça e segurança aos cidadãos e a de empreender obras sociais necessárias que a iniciativa privada por si só não conseguisse empreender seja por questões de vulto seja por questões de lucro. Acreditava que a intervenção do estado na economia tendia a alocar mal o capital e contribuía para a redução do bem-estar social. Suas principais ideias foram: o bem-estar das nações ser identificado como seu produto anual per capita; considera como causa da riqueza das nações o trabalho humano; a livre iniciativa de mercado (laissez-faire); a especialização do trabalho, como instrumento de aumento da produtividade; e a Teoria do Bem-Estar Econômico, segundo a qual o mercado, se operando livremente sem a presença regulamentadora do Estado, se auto ajustaria, dada à racionalidade e os atos egoístas dos agentes, como que conduzido por uma espécie de "Mão Invisível" para a maximização do bem estar econômico. David Ricardo teve como principal obra os "Princípios da Economia Política e da Tributação", cuja principal contribuição econômica foi baseada na teoria da distribuição do excedente entre as diversas classes sociais. Seus propósitos mais valiosos eram: a teoria do valor e a teoria da repartição. A primeira assume que o valor de uma mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho nela incorporado e a segunda estudava as leis que regulamentam a divisão do produto considerando a existência de três classes sociais, os latifundiários, os operários e os capitalistas. No conflito de classes tomou a posição dos capitalistas. Deu ainda atenção especial à teoria das vantagens comparativas, segundo a qual, os países deveriam se especializar na produção do que estão mais aptos a fazer e em seguida trocar suas mercadorias para que todos aumentassem seus benefícios. Ricardo foi o primeiro economista a argumentar coerentemente que o livre comércio internacional poderia beneficiar dois países, mesmo que um deles produzisse todas as mercadorias comercializadas mais eficientemente do que o outro. Também foi um dos primeiros economistas a argumentar que, como o capital era relativamente imóvel entre as nações, era preciso elaborar uma teoria separada do comércio internacional, diferenciado do comércio interno do país. Ricardo argumentava que um país não precisa ter uma vantagem absoluta na produção de qualquer mercadoria, para que o comércio internacional entre ele e outro país seja mutuamente benéfico. Vantagem absoluta significava maior eficiência de produção ou o uso de menos trabalho na produção. Dois países poderiam beneficiar-se com o comércio, se cada um tivesse uma vantagem 31 relativa na produção. Vantagem relativa significava, simplesmente, que a razão entre o trabalho incorporado às duas mercadorias diferia entre os dois países, de modo que cada um deles poderia ter, pelo menos, uma mercadoria na qual a quantidade relativa de trabalho incorporado seria menor do que a do outro país, isto é, menor custo de oportunidade para produzir uma mercadoria. O polinômio formação, acumulação, distribuição e consumo da riqueza foi à base do conceito clássico de economia. A maior parte dos economistas clássicos, que viveram na transição entre os séculos XVIII e XIX, como Thomas Malthus, John Law, Stuart Mill, David Ricardo e Jean Baptiste Say, definiam a economia partindo desses quatro fluxos. VANTAGENS ABSOLUTAS E VANTAGENS RELATIVAS VANTAGENS ABSOLUTAS → O princípio da Teoria das Vantagens Absolutas surgiu das ideias do economista Adam Smith, em sua obra "A Riqueza das Nações", editada em 1776. → Ideias Básicas: a especialização das produções, motivada pela divisão do trabalho na área internacional, e as trocas efetuadas no comércio internacional CONTRIBUÍAM para o aumento do bem-estar das populações. → Teoria das Vantagens Absolutas: "Cada país deve concentrar seus esforços no que pode produzir a custo mais baixo e trocar o excedente dessa produção por produtos que custem menos em outros países" VANTAGENS COMPARATIVAS → As ideias de Adam Smith foram desenvolvidas pelo economista inglês David Ricardo em 1817, que formulou a Teoria das Vantagens Comparativas, também chamada de Teoria dos Custos Comparativos. 32 → Ideias Básicas: o comércio internacional será vantajoso até mesmo nos casos em que uma nação possa produzir internamente a custos mais baixos do que a nação parceira, desde que, em termos relativos, as produtividades de cada uma fossem relativamente diferentes. Assim, a especialização internacional seria MUTUAMENTE VANTAJOSA em todos os casos em que as nações parceiras canalizassem os seus recursos para a produção daqueles bens em que sua eficiência fosse relativamente maior. Assim, ao conduzir à especialização e a divisão internacional do trabalho, seja por desiguais reservas produtivas, por diferenças de solo e de clima ou por desigualdades estruturais de capital e trabalho, o comércio exterior aumenta a eficiência com que os recursos disponíveis em cada pais podem ser empregados. E este aumento de eficiência, possível sempre que observarem vantagens comparativas, eleva a produção e a renda nos países envolvidos nas trocas. → O modelo Ricardiano é o mais simples dos modelos que explicam como as diferenças entre os países acarretam as trocas e ganhos no comércio internacional, pois, neste modelo, o trabalho é o único fator de produção e os países diferem apenas na produtividade do trabalho nas diferentes indústrias. Os países EXPORTARÃO OS BENS PRODUZIDOS com o trabalho interno de modo relativamente eficiente e IMPORTARÃO BENS PRODUZIDOS pelo trabalho interno de modo relativamente ineficiente, ou seja, o padrão de produção de um país é determinado pelas vantagens comparativas. Revolução Industrial → A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Também podemos apontar o crescimento populacional, que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias. → Foi a Inglaterra o país que saiu na frente no processo de Revolução Industrial do século XVIII. Este fato pode ser explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão 33 mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas a vapor. Além da fonte de energia, os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período. A mão-de-obra disponível em abundância (desde a Lei dos Cercamentos de Terras), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também pode ser destacado como importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês. → O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas a vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção. Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas a vapor (maria fumaça) e os trens à vapor. Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos maisbaixos. → As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade. → Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como, por exemplo, o ludismo. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta com relação a vida dos empregados. O cartismo foi mais brando na 34 forma de atuação, pois optou pela via política, conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores. → A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mãos-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram consequências nocivas para a sociedade. Até os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento. Gerar empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo. Os empregos repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos tem faltado empregos para a população. A Teoria Marxista → Marxismo, teoria social, econômica e política baseada na obra de Karl Marx e seus seguidores. As ramificações da doutrina marxista podem ser encontradas em âmbitos filosóficos, econômicos, históricos, políticos e na maioria das ciências sociais. Marx pretendia revelar as leis inerentes ao desenvolvimento do capitalismo. Para ele, cada época histórica se caracterizava por um modelo de produção específico correspondente ao sistema de poder estabelecido e, portanto, com uma classe dirigente em permanente conflito com a classe oprimida. Assim, a sociedade medieval era dominada pelo modelo de produção feudal no qual a classe dos proprietários obtinha a mais valia de uma população rural dependente da terra. As transições do sistema de escravidão para o feudalismo e desse último para o capitalismo se deram quando as forças produtivas (ou seja, os grupos relacionados com o trabalho e os meios de produção como as máquinas) não podiam continuar desenvolvendo-se com as relações de produção existentes entre as distintas classes sociais. Assim, a crise que afetou o feudalismo quando o capitalismo necessitava de uma crescente classe trabalhadora produziu a eliminação das bases legais e ideológicas tradicionais que mantinham os servos presos à terra. A relação fundamental do capitalismo, baseada em salários, parte de um contrato entre partes juridicamente iguais. Os detentores do capital (capitalistas) pagam 35 os trabalhadores (o proletariado) salários em troca de um determinado número de horas de trabalho. Essa relação disfarça uma desigualdade real: os capitalistas se apropriam de parte da produção dos trabalhadores. O atrativo do marxismo reside no fato de ter proporcionado um poderoso respaldo intelectual à indignação moral produzida por significativas desigualdades do capitalismo e a esperança de que um sistema condenado à extinção terminaria por desaparecer. → Em 1847 Mark escreveu com Engels o Manifesto Comunista, cujas teses constituem a base do materialismo histórico. Nesse texto explica-se que o sistema econômico dominante em cada época histórica determina a estrutura social e a superestrutura política e intelectual de cada período. Desse modo, a história da sociedade é a história das lutas entre os exploradores e os explorados. A conclusão é que a classe capitalista será derrotada e suprimida por uma revolução mundial da classe operária que conduzirá ao estabelecimento de uma sociedade sem classes. → Salários, em economia, preço pago pelo trabalho, relativos a todos os pagamentos que compensam os indivíduos pelo tempo e o esforço dedicados à produção de bens e serviços. O salário nominal recebido não reflete os rendimentos verdadeiros; as deduções salariais para pagar os impostos sobre a renda, os pagamentos da Assistência Social, as pensões, as quotas aos sindicatos e os prêmios dos seguros reduzem os rendimentos reais dos trabalhadores. Uma variante da teoria ricardiana é a teoria dos salários de Karl Marx, que afirmava que em um sistema capitalista a força de trabalho raramente recebia uma remuneração superior à do nível da própria subsistência. Segundo ele, os capitalistas se apropriavam da mais valia gerada pelos trabalhadores, acrescentando-as aos próprios benefícios. Tal como aconteceu com a teoria de David Ricardo, o tempo tem-se encarregado de refutar a visão de Marx. Quando foi demonstrada a invalidade da teoria do salário de subsistência, foi dada maior atenção à procura de trabalho como principal determinante do nível de salários. John Stuart Mill propugnava pela denominada teoria do fundo de salários para explicar a forma pela qual a demanda de trabalho, definida como a quantidade de dinheiro que os empresários estão dispostos a pagar para contratar trabalhadores, determinava o nível salarial. → Exploração (sociologia), pagamento ao proprietário de um fator de produção (trabalho, energia) em troca de uma quantia inferior ao valor do produto. A ideologia marxista estabelece a teoria do valor do trabalho, que por sua vez abriga o conceito de mais-valia: o capitalista, como proprietário 36 dos meios de produção, retém parte da produção do trabalhador. Existem muitas formas de exploração tanto política, como social e econômica. Marx não só estudou a exploração em termos econômicos, como também as consequências sociais e políticas do mercado do trabalho humano. → Especulação, compra ou venda para obter lucros. Utiliza-se para descrever a atividade dos agentes econômicos que operam nos mercados de matérias-primas ou monetários com o único propósito de obter mais-valias; ao contrário daqueles que operam nesses mercados devido à sua atividade empresarial — um produtor de café solúvel ou um importador que tem de pagar em moeda estrangeira. Os especuladores vivem das flutuações dos preços das matérias-primas ou das unidades monetárias de cada país, procurando obter lucros comprando a preços de mercado quando existem expectativas de aumentos de preços; suas ações afetam o mercado, pois são um dos determinantes da procura. MAIS VALIA. Na economia marxista, valor do que o trabalhador produz menos o valor de seu próprio trabalho (dado pelo custo de seus meios de subsistência). A mais-valia mede a exploração dos assalariados pelos capitalistas e é a fonte do lucro destes. Marx acredita que o Valor de Troca depende da quantidade de trabalho despendida, contudo, a quantidade de trabalho que entre no valor de toca é a quantidade socialmente necessária (Quantidade que o Trabalhador Gasta em média na Sociedade, e que obviamente, varia de Sociedade para Sociedade). Como facilmente pressupões, Marx defendia a teoria da exploração do trabalhador. Marx dizia que só o trabalho dava valor àsmercadorias, a tal Mais Valia, que referi no trabalho sobre Karl Marx. Equipamentos, não davam valor, apenas transmitiam uma parte do seu valor às mercadorias, não contribuindo portanto para a formação de valor. Pelo contrário, o Homem através do seu trabalho fazia com que as matérias primas e os equipamentos transmitissem o seu valor ao bem final, e ainda por cima criava valor acrescentado (Por exemplo, no Capital Marx falava do exemplo das fiandeiras, que pegavam no algodão e o transformavam, por exemplo, em camisolas, criado um valor acrescentado que só mesmo o Trabalho Humano pode dar). Para Marx existe uma apropriação do fruto do Trabalho, que contudo não pode ser considerado um roubo pelo Capitalista, porque ao fim ao cabo, o Trabalhador está a ser pago para fazer aquele trabalho. O Valor é formado tendo em conta o seu custo em termos de trabalho, desse valor o Capitalista apropria-se da Mais Valia através da utilização do seu Capital. Toda esta teoria da repartição do Rendimento leva-nos para um conceito fundamental em Marx que é precisamente o da Mais Valia. Portanto Marx afirmava que a força de 37 trabalho era transformada em mercadoria, o valor de força de trabalho corresponde ao Socialmente necessário. Tudo estaria bem, contudo o valor deste Socialmente Necessário é um problema. Na realidade o que o trabalhador recebe é o salário de Subsistência, que é o mínimo que assegura a manutenção e reprodução do trabalho. Mas apesar de receber um salário, o trabalhador acaba por criar um valor acrescentado durante o processo de produção, ou seja, fornece mais do que aquilo que custo, é esta diferença que Marx chama de Mais Valia. A Mais Valia não pode ser considerado um roubo pois é apenas fruto da propriedade privada dos meios de produção. Mas, os Capitalistas e os proprietários, procuram aumentar os seus rendimentos diminuindo o rendimento dos trabalhadores, é, pois, esta situação de exploração da Força de Trabalho pelo Capital que Marx mais crítica. “Marx critica a essência do Capitalismo, que reside precisamente na exploração da força de trabalho pelo Produtor Capitalista, e que segundo Marx, um dia haverá de levar à revolução social.” Portanto Marx afirmava que a força de trabalho era transformada em mercadoria, o valor de força de trabalho corresponde ao Socialmente necessário. Tudo estaria bem, contudo o valor deste Socialmente Necessário é um problema. Na realidade o que o trabalhador recebe é o salário de Subsistência, que é o mínimo que assegura a manutenção e reprodução do trabalho. Mas apesar de receber um salário, o trabalhador acaba por criar um valor acrescentado durante o processo de produção, ou seja, fornece mais do que aquilo que custo, é esta diferença que Marx chama de Mais Valia. A Mais Valia não pode ser considerado um roubo pois é apenas fruto da propriedade privada dos meios de produção. Mas, os Capitalistas e os proprietários, procuram aumentar os seus rendimentos diminuindo o rendimento dos trabalhadores, é pois esta situação de exploração da Força de Trabalho pelo Capital que Marx mais critica. Marx critica a essência do Capitalismo, que reside precisamente na exploração da força de trabalho pelo Produtor Capitalista, e que segundo Marx, um dia haverá de levar à revolução social. A Teoria Neoclássica (Fins do séc. XIX ao início do séc. XX) A partir de 1870, o pensamento econômico passava por um período de incertezas diante de teorias contrastantes (marxista clássica e fisiocrata). Esse período conturbado só teve fim com o advento da Teoria Neoclássica, em que se modificaram os métodos de estudo econômicos. Através destes buscou-se a racionalização e otimização dos recursos escassos. Conforme a Teoria Neoclássica, o homem saberia racionalizar e, portanto, equilibraria seus ganhos e seus gastos. É nela que se dá a 38 consolidação do pensamento liberal. Doutrinava um sistema econômico competitivo tendendo automaticamente para o equilíbrio, a um nível pleno de emprego dos fatores de produção. Pode-se dividir essa nova teoria em quatro importantes escolas: Escola de Viena ou Escola Psicológica Austríaca, Escola de Lausanne ou Escola Matemática, Escola de Cambridge e a Escola Neoclássica Sueca. A primeira se destaca por formular uma nova teoria do valor, baseada na utilidade (teoria subjetiva do valor), ou seja, o valor do bem é determinado pela quantidade e utilidade do mesmo. Também chamada de Teoria do Equilíbrio Geral, a Escola de Lausanne, enfatizava a interdependência de todos os preços do sistema econômico para manter o equilíbrio. A Teoria do Equilíbrio Parcial ou Escola de Cambridge considerava que a economia era o estudo da atividade humana nos negócios econômicos, portanto, a economia seria uma ciência do comportamento humano e não da riqueza. Por fim, a Escola Neoclássica Sueca foi a responsável pela tentativa da integrar a análise monetária à análise real, o que mais tarde foi feito por Keynes. Em contraposição ao Karl Marx, um importante neoclássico, Jevons, ponderava que o valor do trabalho deveria ser determinado pelo valor do produto e não o valor do produto determinado pelo valor do trabalho. Afinal, o produto dependerá da aceitação do preço pelo comprador para ser vendido. Com base em novos modelos teóricos, com novas concepções de conceitos sobre valor, trabalho, produção e outros, os neoclássicos se disporiam a rever toda a análise econômica clássica. Várias obras foram escritas tendo por fim alcançar a cientificidade pura da economia. Alfred Marshall (1842-1924), em sua obra Síntese Neoclássica, tenta provar de que forma o livre funcionamento das relações comerciais garantiriam a plena alocação dos fatores de produção. A principal preocupação dos neoclássicos era o funcionamento de mercado e como se chegar ao pleno emprego dos fatores de produção, baseada no pensamento liberal. Teoria Keynesiana. → Conjunto de ideias que propunham a intervenção estatal na vida econômica com o objetivo de conduzir a um regime de pleno emprego. As teorias de John Maynard Keynes tiveram enorme influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado. Acreditava que a economia seguiria o caminho do pleno emprego, sendo o desemprego uma situação temporária que desapareceria graças às forças do mercado. O objetivo do keynesianismo era manter o crescimento da demanda em paridade com o aumento da capacidade produtiva da economia, de forma suficiente para garantir o pleno emprego, mas sem excesso, pois isto 39 provocaria um aumento da inflação. Na década de 1970 o keynesianismo sofreu severas críticas por parte de uma nova doutrina econômica: o monetarismo. Em quase todos os países industrializados o pleno emprego e o nível de vida crescente alcançados nos 25 anos posteriores à II Guerra Mundial foram seguidos pela inflação. Os keynesianos admitiram que seria difícil conciliar o pleno emprego e o controle da inflação, considerando, sobretudo, as negociações dos sindicatos com os empresários por aumentos salariais. Por esta razão, foram tomadas medidas que evitassem o crescimento dos salários e preços, mas a partir da década de 1960 os índices de inflação foram acelerados de forma alarmante. A partir do final da década de 1970, os economistas têm adotado argumentos monetaristas em detrimento daqueles propostos pela doutrina keynesiana; mas as recessões, em escala mundial, das décadas de 1980 e 1990 refletem os postulados da política econômica de John Maynard Keynes. → A doutrina keynesiana é uma teoria econômica que ganhou destaque no início da década de 1930, no momento em que o capitalismo vivia uma de suas mais graves crises. Nesta época, as nações capitalistas geriam o campo econômico com base nas teorias estabelecidas por liberalismo clássico, doutrina econômica onde se defendia a ideia de que o desenvolvimento econômico de uma nação estaria atrelado a um princípio de não-intervenção do Estado na economia. A proposta keynesiana tem como ponto
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