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MÓDULO I
→ NOÇÕES INTRODUTORIAS DE ECONOMIA E EVOLUÇÃO HISTORICA DO
PENSAMENTO ECONOMICO.
Conceito de economia:
A Economia deve ser vista como uma ciência social, que estuda uma série de relações entre
indivíduos dentro da sociedade – mais especificamente aquelas relacionadas ao mercado. Para que
se possam entender os fenômenos econômicos e sociais, ou seja, as relações que estão por trás e que
desencadeiam tais fenômenos na sociedade, os economistas necessitam de um profundo
conhecimento histórico, teórico, quantitativo, metodológico e das questões institucionais. O estudo
da Economia permite uma compreensão maior acerca do mundo em que vivemos. Sem menosprezar
as demais áreas que fazem parte das ciências sociais, a Economia pode ser considerada a ciência
que mais avançou nos últimos tempos – embora ainda não consiga apresentar respostas para
diversos fenômenos. Porém, qual ciência possui resposta para tudo? O conhecimento é algo
sistemático, portanto, espera-se sempre sua progressão. Este é o grande desafio dos economistas –
acompanhar as mudanças do mundo e propor novas explicações para problemas, como por
exemplo:
Por que existe desemprego?
Por que é difícil compatibilizar os mais variados interesses entre as empresas, Governo, famílias
e resto do mundo?
Por que em determinados momentos o crescimento econômico é maior ou menor?
O que, como e quanto produzir?
Para quem produzir?
Por que juros altos reduzem consumo?
O que vem antes: a estabilidade de preços ou crescimento?
A partir do entendimento de tais questões, abre-se o caminho para a mudança social que possibilite
um mundo melhor e mais justo. O problema econômico tem origem nas necessidades ilimitadas do
1
ser humano e nas limitações dos recursos existentes para a satisfação daquelas. Se os indivíduos
pudessem obter tudo que desejassem não haveria economia e os bens existentes no mundo seriam
abundantes ou livres. Ocorre que as necessidades humanas são infinitas e ilimitadas. Isto porque, o
ser humano pela sua própria natureza, nunca esta satisfeito com que possui e sempre deseja mais
coisas. Por outro lado, os recursos produtivos que a sociedade conta para efetuar a fabricação de
bens e serviços, têm caráter finito ou limitado. Há, portanto, uma contradição, os desejos e
necessidades da sociedade são ilimitados e os recursos para efetivar-se a produção dos bens e
serviços que devem atendê-la são limitados.
Necessidade Humana Entende-se por necessidade humana a sensação de falta de alguma coisa
unida ao desejo de satisfazê-la. Além disso, não podemos nos esquecer de que as necessidades
biológicas do ser humano renovam-se dia a dia, exigindo da sociedade a produção continua de bens
e serviços com a finalidade de atendê-las. Paralelamente, a perspectiva de elevação do padrão de
vida e a evolução tecnológica fazem com que “novas” necessidades apareçam. Por mais rica que a
sociedade seja, os fatores de produção serão sempre escassos para efetivar a fabricação de todos os
bens e serviços que essa mesma sociedade deseja. Ela terá de efetuar escolhas sobre quais os bens e
serviços deverão ser produzidos, da mesma forma que os seres humanos, contando com os salários
de determinado valor, não pode naturalmente consumir todos os bens e serviços que deseja,
devendo escolher entre eles quais poderão adquirir e que estejam ao alcance de sua renda. E é esse
fato que explica a existência da economia, cabendo ao economista o estudo do modo de satisfazer,
tanto quanto possível, tais necessidades.
Economia é o estudo de como a sociedade administra seus recursos escassos para satisfazer as
necessidades de seus membros.
A Economia estuda a utilização de recursos escassos para satisfazer necessidades ilimitadas.
2
Há na economia um conceito chamado custo de oportunidade. Custo de oportunidade é o que agente
econômico (consumidor) perde com determinada escolha.
Custo de Oportunidade é o custo de algo em termos de oportunidade de outro. É o custo de algo
em termos de oportunidade renunciada. Ex: Uma família que deve optar em destinar recursos para
compra de uma nova televisão ou trocar de geladeira.
1 Definição de bens.
De modo geral, pode-se dizer que bem e serviço é tudo aquilo que permite satisfazer uma ou várias
necessidades humanas.
Os Bens são classificados em:
Quanto à raridade, em Bens livres e Bens e econômicos.
Bens Livres São aqueles que existem em quantidades ilimitadas, e podem ser obtidos com pouco
ou nenhum esforço humano.
Bens Econômicos São relativamente escassos e supõem a ocorrência de esforço humano na sua
obtenção. Tais bens apresentam como característica básica o fato de terem um preço.
Quanto à natureza, os Bens Econômicos são classificados em dois grupos:
Bens Materiais e Bens Imateriais ou serviços.
Bens Materiais
São de natureza material, sendo, portanto, tangíveis, e a eles podemos atribuir características como
peso, altura, comprimento, litros, etc.
Bens Imateriais ou Serviços
Aqueles que não têm existência física. Portanto intangíveis. Fazem parte dessa categoria de bens os
serviços médicos, serviços de transportes, serviços de advogados.
Característica Principal dos Serviços:
As necessidades por serviços são instantâneas. Isto é: A prestação e sua utilização acabam no
mesmo momento de sua produção. Eles não podem ser estocados.
3
Quanto ao destino, os bens materiais se classificam em:
Bens de consumo;
Bens de capital.
Bens de consumo
São aqueles utilizados diretamente na satisfação das necessidades humanas. Podem ser
não-duráveis, ou seja, que desaparecem uma vez utilizados.
Exemplos: Alimentos, gasolina, energia...
Durável, tem como característica pode ser utilizada por muito tempo. Ex: móveis, veículos,
vestuários.
Bens de capital
Também chamados de bens de produção, são aqueles que permitem produzir outros bens.
Ex: Máquinas, instalações, equipamentos...
Nos bens de consumo e de capital são classificados em: Bens Finais e Bens Intermediários.
Bens Finais, já sofreram as transformações necessárias para seu uso ou consumo.
Bens Intermediários devem sofrer novas transformações antes de se converterem em bens de
consumo ou bens de capital.
Os bens podem ainda ser classificados em Bens Privados e Bens Públicos.
Bens Privados: São aqueles produzidos e utilizados privadamente.
Bens Públicos: Aquele cujo consumo é feito simultaneamente por vários indivíduos e cujos
benefícios revertem a favor da população.
A classificação dos bens tem um papel muito importante para que possamos entender tudo que é
publicado nos jornais e revistas, a respeito dos bens no sistema econômico no mundo.
Métodos de investigações na economia.
4
Os métodos científicos caracterizam-se pelo raciocínio lógico e são classificados em indutivos ou
dedutivos.
Indutivo – é um método de raciocinar que parte dos fatos particulares para se chegar a conclusões
gerais.
Dedutivo - é um método de raciocinar que parte dos fatos gerais para conclusões especificas.
Os recursos produtivos, também denominados fatores de produção, são elementos utilizados no
processo de fabricação dos mais variados... Tipos de mercadorias as quais, por sua vez, serão
utilizados para satisfazer necessidades.
Classificação dos Recursos Produtivos.
Classificam-se em quatro grandes grupos:
Terra, trabalho, capital e capacidade empresarial.
Terra (Recursos naturais) – Na economia é o nome dado para designar os recursos naturais
existentes, ou dádivas da natureza, tais como floresta, recursos minerais, recursos hídricos, etc.
Compreende não só o solo utilizado para fins agrícolas, mas também o solo utilizado na construção
de estradas, casas.
Trabalho – todo esforço humano, físico ou mental, despendido na produção de bens e serviços.
Capital (bens de capital) – pode ser definido como o conjunto de bens fabricados pelo homem e
que não se destinam a satisfação das necessidades através do consumo, mas que são utilizados no
processo de produção de bens. O capital inclui todos os edifícios,todos os tipos de equipamentos e
todos os estoques de materiais dos produtores, incluindo bens parcial ou completamente acabados, e
que podem ser utilizados na produção de bens.
Capacidade Empresarial – alguns economistas consideram a capacidade empresarial como sendo
também um fator de produção. Isto porque o empresário exerce funções fundamentais para o
processo produtivo.
2 Sistemas econômicos e problemas econômicos fundamentais.
3 Sistema Econômico.
5
É o conjunto de instituições destinado a permitir a qualquer grupo humano administrar seus
recursos escassos com um mínimo vantagem e evitando quanto possível o seu desperdício.
Elementos do sistema econômico: Famílias, Empresas, Governo e Mercado.
Elementos básicos de um sistema econômico:
1- Estoques de recursos produtivos ou fatores de produção: Recursos humanos (trabalho e
capacidade empresarial), o capital, terra, reservas naturais e tecnológicas.
2 – Complexo de unidade de produção: Constituídos pelas empresas.
3 – Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são à base da
organização da sociedade.
Lei da Escassez: É a impossibilidade de se produzir bens e serviços em quantidades ilimitadas
para satisfazer as necessidades humanas permanentemente ampliadas, pois os fatores da produção
existem em quantidades limitadas. É uma lei férrea e incontornável, que reflete a natureza limitada
dos recursos disponíveis, e ilimitadas dos desejos das pessoas. A escassez submete os homens ao
seu “jugo” desde sempre. Levando-os a se organizarem e a estabelecerem relações a fim de
enfrentá-la ou, melhor falando, conviver com ela atenuando-lhe o quanto possível à severidade.
Problemas Econômicos Fundamentais.
Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associadas às necessidades ilimitadas do homem,
originam-se os chamados “problemas econômicos fundamentais”.
1º O quê e quanto produzir: dada à escassez de recursos de produção, a sociedade terá de
escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as
respectivas quantidades a serem fabricadas;
2º Como produzir: a sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados
para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. A concorrência entre os
diferentes produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços.
3º Para quem produzir: a sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da
distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição da renda dependerá não só da oferta e da
demanda nos mercados.
6
Fatores de produção
Os recursos econômicos, que constituem a base de qualquer economia, são os meios utilizados pela
sociedade para a produção de bens e serviços que irão satisfazer às necessidades humanas.
Característica dos recursos econômicos
1º Escassos em sua quantidade, representados por uma situação na quais os recursos podem ser
utilizados na produção de diferentes bens e serviços de tal modo que devemos sacrificar um bem ou
serviço por outro.
2º Versáteis, isto é, podem ser aproveitados em diversos usos. Um determinado recurso pode ser
utilizado na produção de diferentes produtos.
3º Podem ser combinados em proporções variáveis na produção de bens e serviços.
Setores de produção.
Setor Primário.
Setor Secundário.
Setor terciário.
Setor Primário Reúne as atividades agropecuárias e extrativas.
Setor Secundário Engloba a produção de bens físicos por meio da transformação da matéria-prima
realizado pelo trabalho humano com auxílio de maquinas e ferramentas.
Setor Terciário Abrange os serviços em geral.
Setor primário O setor primário da Economia pode ser classificado como a indústria
extrativista. Ela inclui fábricas que produzem ou extraem materiais brutos. Os trabalhadores da
fazenda são um exemplo de funcionários do setor primário, já que os alimentos são coletados como
material bruto; por exemplo, o trigo e o leite são provenientes das fazendas e são transformados em
outros produtos, como o pão e o queijo. Outras indústrias incluem as fábricas mineradoras que
trabalham com carvão, ferro e óleo, os quais são extraídos como materiais brutos do solo e
convertidos em outros itens úteis.
7
Setor secundário O setor secundário da Economia é composto por indústrias manufatureiras.
Elas transformam materiais brutos em produtos. Por exemplo, o aço pode ser usado para a
confecção dos carros. Os carpinteiros utilizam a madeira e fazem casas, móveis e armários. Nem
todas as empresas manufatureiras fabricam o produto final. As empresas semimanufatureiras
produzem partes daquilo que será usado em outros produtos que têm muitas etapas de produção,
como os automóveis.
Setor terciário O setor terciário da Economia é a indústria de serviços. Essas empresas não
produzem uma mercadoria física assim como fazem os setores primário e secundário, mas mesmo
assim elas produzem valor. Por exemplo, os bancos, as empresas de seguro e a polícia são exemplos
da indústria de serviços. As empresas que incluem os setores primário e secundário geralmente vão
ter funcionários que cuidam dos serviços terciários, como o pessoal de propaganda, os contadores e
a equipe de armazenagem.
Cadeia de produção Todos os setores juntos criam uma cadeia econômica de produção. O setor
primário recolhe o material bruto, o setor secundário coloca esse material em uso, e o setor terciário
vende e dá apoio às atividades dos outros dois setores. Muitas empresas possuem elementos dos três
setores, como uma empresa de laticínios que produz queijos e sorvetes, e distribui os produtos para
venda nas lojas. Outras empresas podem focar estritamente em um aspecto específico, como as que
produzem apenas um tipo de produto. Juntos, esses setores constituem a coluna da Economia
moderna.
Os setores da economia
Primeiro Setor, representado pelo Governo, cabe à missão de dar oportunidades (iguais) para que a
população tenha acesso a serviços públicos de excelente qualidade, como uma das formas de
eliminar o perverso abismo que separa a ilha dos ricos do oceano dos pobres. A política de
desenvolvimento econômico deve privilegiar a geração de empregos e a melhoria da distribuição de
renda, como pré-requisitos para que o país melhore a sua classificação no ranking mundial do IDH -
índice de desenvolvimento humano.
 Na iniciativa privada vamos encontrar o Segundo Setor, que tem no lucro a sua singular
motivação. Estatísticas divulgadas pela imprensa comprovam que o índice de mortalidade de
8
pequenas empresas tem sido excessivamente elevado. Entre as causas desses tropeços destacam-se
falhas de planejamento e de pesquisas de mercado, recursos financeiros insuficientes para capital de
giro, inexperiência em gestão empresarial e relacionamento insatisfatório junto à clientela. Apostar
na melhoria contínua do processo é uma das mais inteligentes estratégias gerenciais.
 No Terceiro Setor encontram-se os mais diversos tipos de instituições sem fins lucrativos e os
investimentos em projetos sociais desenvolvidos pela iniciativa privada. Este setor, que movimenta
bilhões de dólares mundialmente e gera milhões de empregos, tem como objetivo maior tornar a
sociedade mais justa economicamente e mais igualitária socialmente. Tem como base de
sustentação a ética, que se expressa por meio dos princípios e valores adotados pela organização,
pois não adianta remunerar mal os funcionários, corromper a área de compras dos clientes, pagar
propinas aos fiscais do governo e, de outro lado, desenvolver programas junto a entidades sociais da
comunidade. Esse comportamento não segue uma linha de coerência entre o discurso e a ação.
 O Quarto Setor, sinônimo da economia informal, sobrevive através de criativos artifícios para
fugir das garras do leão do imposto de renda. Com passaporte multinacional, o setor não tem
preconceito, não discrimina e não provoca exclusão social, profissional, racial, eleitoral, empresarialou digital. Além da "informalidade oficial", se é que podemos assim denominá-la, acrescente-se a
ela o jurássico Caixa Dois. 
Sistemas Econômicos Podem ser classificados em:
Sistema capitalista. Ou economia de mercado, é aquele regido pelas forças de mercado,
predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. O capitalismo é o
sistema econômico no quais as relações de produção estão assentadas na propriedade privada dos
bens em geral e tem por pressuposto a liberdade de iniciativa e de concorrência. O sistema
capitalista aponta para a chamada economia de mercado, na medida em que são as próprias
condições deste mercado que determinando funcionamento e equacionamento da economia
(liberdade).
Sistema Socialista. Ou economia centralizada, ou ainda economia planificada, é aquele em que as
questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento,
predominando a propriedade pública dos fatores de produção. O socialismo, enquanto sistema de
organização econômica do Estado opõe-se frontalmente ao liberalismo, pois o mercado livre é
9
considerado como a origem da desigualdade. Este sistema propõe não somente a intervenção do
Estado, mas a supressão da liberdade da iniciativa privada e o comando do Estado na esfera
econômica.
ECONOMIA POSITIVA E ECONOMIA NORMATIVA
Os economistas não se dedicam apenas em comentar os fatos que observam, mas também em certas
ocasiões fazem propostas e afirmações sobre como as coisas deveriam ser. Por isso, cabe distinguir
entre afirmações positivas e afirmações normativas. As Afirmações Normativas oferecem
prescrições para a ação baseadas em juízos de valor pessoais e subjetivos. Tratam “do que deveria
ser”. As Afirmações Positivas são explicações do funcionamento dos fenômenos econômicos.
Tratam sobre “O que é ou poderia ser”.
Do ponto de vista de vista normativo, o economista formula prescrições com relação ao sistema
econômico baseando-se exclusivamente em seus próprios julgamentos e não exclusivamente em
raciocínio científicos.
Economia Positiva se ocupa de explicações objetivas sobre o funcionamento da economia.
Economia Normativa refere-se a preceitos éticos e normas de justiça.
Oferta e Demanda.
São palavras utilizadas com frequência em Economia. São as forças que movimentam as economias
de mercado. Mercado designa um grupo de compradores e de vendedores de um dado bem ou
serviço. Oferta e Demanda se referem ao comportamento de compradores e vendedores quando
interagem no Mercado.
Oferta é definida pelos Vendedores
Demanda é definida pelos Compradores
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Em um Mercado competitivo o preço é um dado. Compradores e Vendedores são “tomadores de
preço”.
Demanda Quantidade de produto que os consumidores querem e podem comprar.
Determinantes da Demanda
Preço do Produto ou serviço.
Renda dos compradores.
Preço dos produtos relacionados.
Gosto e preferência dos compradores.
Expectativa dos compradores.
Lei da Demanda
A demanda cresce com a queda no preço, mantidos os demais determinantes constantes (ceteris
paribus).
Ceteris Paribus. Expressão latina, que significa “permanecendo constantes todas as demais
variáveis”. São condições estabelecidas para se analisar causa e efeito das decisões e do
comportamento econômico.
Oferta
Quantidade de produto que os produtores querem e podem produzir e oferecer.
Determinantes da Oferta
Preço do produto ou serviço.
Preços dos insumos.
Tecnologia.
Expectativas dos produtores.
Lei da Oferta
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A quantidade oferecida cresce com o aumento de preços, mantidas as demais condições constantes.
Oferta = Demanda
Equilíbrio é a situação onde o preço atinge um valor onde a oferta e a demanda se iguala.
Preço de Equilíbrio = Quantidade de Equilíbrio.
Gráfico.
Escassez de Oferta
Preço menor que o preço de equilíbrio. Demanda é maior que a oferta. Produtores aumentam os
preços até o preço de equilíbrio.
Excesso de Oferta
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Preço é maior que o preço de Equilíbrio. Demanda é menor que a oferta. Produtores baixam os
preços até o preço de equilíbrio. Produtores estocam produtos esperando aumento da demanda.
Agente Econômico
Um agente econômico é todo indivíduo, ambiente ou entidade que tenha a capacidade de influenciar
e movimentar a economia. Isso acontece por meio das ações possíveis a cada um deles. As funções
são diferentes de acordo com o agente econômico em questão. Juntos, eles formam uma relação
completa entre todos os aspectos necessários para o funcionamento da economia. Que, através das
suas decisões e ações, tomadas racionalmente, influenciam de alguma forma a economia. São cinco
principais agentes econômicos: famílias, empresas, mercado, Estado e o resto do mundo.
Tradicionalmente são considerados como agentes econômicos os seguintes:
Famílias
A família é o agrupamento dado ao conjunto de pessoas físicas que atuam no mercado como
consumidores de bens e serviços, assim como mão de obra para trabalho e produção. O consumo é a
principal função desse agente econômico. Esse é um grupo que apresenta um grande volume e
influencia diretamente sobre outros agentes. Um exemplo disso é o impacto sobre oferta e demanda,
pois o consumo é um dos aspectos vitais para movimentar a economia. Dependendo do estímulo de
consumo das famílias, outros agentes precisam agir. Se há compra dos produtos, isso significa que
existe poder aquisitivo e interesse por parte dos consumidores. Do contrário, é preciso agir para
manter a economia aquecida. Por todas essas características, as famílias estão no foco dos outros
participantes da economia. Portanto, entender esse público e quais as melhores formas de atingi-lo
são preocupações de toda empresa, que é o segundo agente econômico.
Empresas
As empresas também desempenham papel importante dentro da economia na medida em que elas
oferecem seus produtos e serviços para as famílias. Elas, portanto, desempenham o papel de
13
produção dos bens e dos serviços. A função das empresas, embora sejam instituições, ficam a cargo
dos empresários que as possuem. Ou seja, em outras palavras, estamos falando dos empreendedores
que possuem capital e máquinas para exercer a produção. Ademais, é de responsabilidade desse
perfil entender as necessidades (demandas) das famílias, oferecendo soluções. Por fim, ainda
oferecem cargos de trabalho, permitindo que as famílias obtenham renda e possam consumir,
movimentando a economia. As empresas podem ser divididas ainda em instituições financeiras ou
não financeiras.
Mercado
O mercado não é exatamente um agente econômico no sentido de ser uma pessoa ou entidade, mas
um ambiente que resume o encontro entre as famílias e as empresas, que vimos anteriormente. Nele
é onde acontece todo processo de compra e venda entre consumidores e empresários. Dentro do
mercado, verifica-se também a lei da oferta e demanda. É preciso que o interesse das famílias seja
de acordo com o que é oferecido pelas empresas para que essa troca de fato aconteça.
Estado
Como estamos falando basicamente do setor privado até aqui, as famílias com baixo poder
aquisitivo acabam excluídas. Nesse sentido, entra o quarto agente econômico que é o Estado. Aqui,
a principal função é a distribuição da riqueza e a preocupação com as necessidades coletivas. Além
disso, é a entidade com maior poder para ajustes e definições de mercado, especialmente por meio
dos órgãos relacionados à economia e definições de políticas econômicas e monetárias.
Mundo
Em tempos de globalização, o mundo também vira um agente econômico. Isso porque as relações
entre países são cada vez maiores e, no contexto atual, influenciam diretamente a economia. A sua
função é de permitir o intercâmbio de bens, serviços e capitais. Uma ação política tomada pelos
Estados Unidos, por exemplo, pode afetar diretamente questões econômicas do Brasil em questão
de minutos. É por isso que esse agente econômico, embora mais recente, também deve ser
considerado.
14
→ Questionário ←
1) Quala definição de economia?
2) Qual o problema econômico?
3) O que é escassez?
4) Quais os fatores ou recursos produtivos?
5) Defina e explique custo de oportunidade.
6) Como se comporta o custo de oportunidade à medida que são produzidas mais unidades de
um bem?
7) Qual a diferença entre eficiência e eficácia?
8) Defina sistema econômico.
9) Explique os problemas econômicos fundamentais.
10) Explique e defina oferta e demanda.
11) O que determina a oferta?
12) O que determina a demanda?
13) O que ocorre quando temos excesso de oferta?
14) O que ocorre quando temos excesso de demanda?
15) Diferencie capitalismo e socialismo.
16) Mantido o Ceteris Paribus, qual a importância da variável preço no mercado?
17) Defina e explique bens econômicos.
15
18) É certo que quando se produz melhoria tecnológica na produção de um bem, depois da
mudança são necessárias menos quantidades de recursos para gerar a mesma quantidade
desse bem?
19) O que é um mercado?
20) Explique o que vem a ser argumentos positivos e argumentos normativos em economia.
21) Por que os problemas econômicos fundamentais originam-se da escassez de recursos
produtivos escassos?
16
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO.
Precursores da teoria econômica
Antiguidade.
Feudalismo.
Mercantilismo.
Fisiocracia.
Os clássicos.
Teoria Marxista
Revolução Industrial
Neoclássicos.
Keynesianos.
Pós-keynesianos.
A História do Pensamento Econômico
A História do Pensamento Econômico é um estudo da herança deixada pelos que escreveram sobre
assuntos econômicos no transcurso de muitos anos. Especulação do homem quanto ao seu meio:
desde os tempos antigos. Desenvolvimento da Análise Econômica: de origem relativamente recente
(a partir do século XVIII). Antes da Renascença (séculos XV e XVI): era quase impossível a
17
emergência da Economia como campo específico de estudo, pois tudo era contra: a dominação do
Estado e da Igreja, a força dos costumes e as crenças religiosas e filosóficas, a natureza e a
amplitude limitada da atividade econômica. No entanto, a atividade econômica para a satisfação de
necessidades ocorreu em todas as épocas da história humana.
Antiguidade
Desde que surgiu o ser humano no planeta, iniciou-se a atividade econômica. Adão e Eva viviam
no paraíso Bíblico, portanto não praticavam atividades econômicas, mas quando foram expulsos e
condenados a ganhar o sustento com o próprio suor, trabalhando e transformando o mundo, para se
beneficiar, então iniciou-se a atividade econômica. As sociedades históricas ou pré-históricas
usavam como base a atividade econômica, porque os recursos naturais foram sempre menores do
que a demanda. O homem evoluiu lentamente, começou a fazer instrumentos que facilitavam o
dia-a-dia, vivendo da colheita, caça, pesca. Há sete mil anos antes de cristo o homem começou a
cultivar plantas, e criar animais, a qualidade de vida melhorou, e iniciou-se a revolução neolítica,
daí então surgiram os grandes núcleos populacionais e foram formadas civilizações nas terras da
mesopotâmia e rios Nilo e Indo. Com o passar do tempo, a fabricação de instrumentos de trabalho
utilizando metais como o ferro, cobre e bronze, deu origem a mudanças na estrutura das sociedades,
sendo assim os membros das comunidades humanas se dedicaram à agricultura. Na antiga Grécia,
Aristóteles e Platão dissertaram sobre os problemas relativos à riqueza, à propriedade e ao
comércio. Durante a Idade Média, predominaram as ideias da Igreja Católica Apostólica Romana e
foi imposto o direito canônico, que condenava a usura (contrato de empréstimo com pagamento de
juros) e considerava o comércio uma atividade inferior à agricultura.
Feudalismo
História do Feudalismo.
O feudalismo era um sistema de organização econômica, política e social da Europa Ocidental
durante a Idade Média. Com as invasões bárbaras e a desagregação do Império Romano a partir do
século V, a Europa inicia profunda reestruturação, marcada por descentralização do poder,
ruralização e emprego de mão-de-obra servil. Com começo e fim graduais, o sistema feudal tem sua
18
origem mais bem situada na França setentrional dos séculos IX e X e seu desaparecimento no
século XVI.
Apesar de constituir um sistema fechado, que chega ao fim com a revisão de quase todos os seus
valores pelo, o feudalismo é um dos alicerces do Estado ocidental moderno. Os grandes conselhos
de reis e de seus feudatários são os ancestrais diretos dos modernos parlamentos. O feudalismo
predominou na Europa durante toda Idade Média e segundo o teórico iluminista escocês, Lord
Kames, o feudalismo é precedido pelo nomadismo e em certos locais do mundo pode ser sucedido
pelo capitalismo.
Sociedade.
A estrutura social é estabelecida com base nas relações de dependência pessoal, ou vassalagem, que
abrangem desde o rei até o camponês livre. Há uma relação direta entre autoridade e posse da terra.
O vassalo, ou subordinado, oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho em troca de
proteção e de um lugar no sistema de produção. Os camponeses, que trabalham nas terras dos
senhores feudais, são os responsáveis por toda a atividade produtiva do feudo. Além de produzir
para seu sustento, devem obrigações a seu senhor, como a corveia, que consiste no trabalho gratuito
e obrigatório durante três dias da semana. Devem também impostos, que são pagos em produtos ou
dinheiro. Os senhores feudais formam a nobreza rural e têm poder para fazer os servos e os
camponeses livres cumprirem as normas vigentes. Vivem em castelos fortificados, a melhor
representação de seu poder civil e militar. Os cavaleiros armados garantem o domínio do senhorio
sobre a terra. Na sociedade feudal cada grupo detinha uma função. Clero = salvação da alma;
Nobreza = proteção; Servos = trabalho para o sustento de todos. Os servos deviam aos senhores um
conjunto de obrigações servis.
Corveia: O servo deveria prestar trabalho gratuito ao senhor feudal.
Banalidade: Pagamento de uma taxa por utilizar os instrumentos do senhor feudal.
Capitação: Imposto anual pago por cada indivíduo ao senhor feudal.
Talha: Parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre.
19
Heriot: Taxa paga pelo servo ao assumir o feudo no lugar de seu pai quando este viesse a morrer.
Economia
O feudo constitui a unidade territorial da economia feudal. Caracteriza-se pela autossuficiência
econômica e pela ausência quase total do comércio e de intercâmbios monetários. A produção é
predominantemente agropastoril, voltada para a subsistência, e as trocas são feitas com produtos,
não com dinheiro. As cidades deixam de ser centros econômicos, os ofícios e o artesanato passam a
se realizar nos próprios castelos. A economia feudal deve ser dividida basicamente em Alta e Baixa
Idade Média. Durante a Alta Idade Média, que transcorreu entre os séculos e XI, a economia
feudal caracterizou-se pela autossuficiência, devido, principalmente, à instabilidade política, fruto
das invasões bárbaras. A quase inexistência de comércio impedia que houvesse um abastecimento
externo fora do feudo. Assim, as principais atividades econômicas estavam associadas à
manutenção das pessoas. Merece destaque a produção agrícola e a criação de animais.
Influência da Igreja
A Igreja Católica integra-se ao sistema feudal por meio dos mosteiros, que reproduzem a estrutura
dos feudos. Transforma-se também em grande proprietária feudal, detém poder político e
econômico e exerce forte controle sobre a produção científica e cultural da época. Igreja Católica
Maior proprietária de terras da Europa. Para ela, o homem tinha um destino espiritual, ou seja,
uma outra vida após a morte, seja no céu ou no inferno. Por isso, na Terra, ele deveria preocupar-se
exclusivamente com sua salvação. A Igreja passou a condenar o comércio que visava aos lucros,
pois, segundo seus ensinamentos, os bens materiais foram dados ao homem como meios para
facilitar sua salvação, e não seu enriquecimento. A finalidade do trabalho não era, portanto,o
enriquecimento. Os objetos destinados à venda tinham seu preço justo. Não era permitido ao
comerciante ter lucros. O comércio do dinheiro, ou seja, emprestar dinheiro a alguém
cobrando-lhe juros, era algo ainda mais condenável.
As Principais Guerras no Feudalismo
Durante o feudalismo, aconteceram algumas guerras, a principal delas foi encorajada pela Igreja
Católica com o desejo de libertar a terra santa das mãos dos infiéis, essa guerra é conhecida como as
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cruzadas. Durante o século XIV, uma grave crise econômica e social atingiu a vida do homem
medieval. Este processo de crise culminará definitivamente com a desagregação da sociedade
feudal, marcando a fase de transição da Idade Média à Idade Moderna. Os fatores que
desencadearam a grande crise do século XIV foram vários, dentre os quais devemos destacar
aqueles que, na opinião de muitos historiadores, compõem a chamada "trilogia" da crise feudal: a
fome, a peste e as guerras. O final da Baixa Idade Média é marcado, portanto, por um período de
acentuada e generalizada crise, composta por vários fatores de origem econômica e social que
assolaram a Europa.
Conceito de feudalismo: sistema político, econômico e social que vigorou na Idade Média.
Sociedade Feudal:
hierarquizada: Clero (padres, bispos, papa), Nobreza (reis, condes, senhores feudais, duques,
cavaleiros), Servos (camponeses).
A vida dos Camponeses: trabalhavam para manter a nobreza e o clero.
Obrigações dos servos:
talha (metade da produção o servo deveria pagar para o senhor feudal), corvéia ( de 3 a 4 dias de
trabalho de graça nas terras do senhor feudal), banalidades ( taxas que os servos pagavam para
usar as instalações do castelo), tostão de Pedro (dízimo pago para a Igreja).
O Feudo: unidade de produção na Idade Média
Feudo: propriedade do senhor feudal que concedia a autorização de uso para a família do servo
em troca do pagamento de obrigações
Instalações do feudo: castelo (habitação do senhor feudal e sua família), vila camponesa, igreja,
moinho, estábulo, terras de produção.
O poder da Igreja Católica durante o feudalismo
Poder econômico, político e cultural.
O teocentrismo (explicação religiosa para quase tudo)
Mercantilismo
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Mercantilismo política econômica adotada na Europa absolutista interferia muito na economia
dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de
desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de
riquezas dentro de um reino, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional. Para seu
fortalecimento, o Estado absolutista precisava dispor de um grande volume de recursos
financeiros necessários à manutenção de um exército permanente e de uma marinha poderosa,
ao pagamento dos funcionários reais e à manutenção do aparelho administrativo e ainda ao
custeio dos gastos suntuosos da corte e das despesas das guerras no exterior.A obtenção desses
recursos financeiros exigiu do Estado absolutista uma nova política econômica, conhecida
como mercantilismo. Se na Idade Média, no auge do feudalismo, a riqueza básica era a terra,
na Idade Moderna, no apogeu do absolutismo, os metais preciosos (ouro e prata) passaram a
ser a nova forma de riqueza. O absolutismo e o mercantilismo constituíam, pois, a dupla face
do Antigo Regime. O mercantilismo foi a política econômica dos Estados modernos em sua
fase de transição para o capitalismo (por esse motivo, é também chamado pré-capitalismo ou
capitalismo comercial). Na definição de Edward MacNall Burns, o mercantilismo foi um
‘sistema de intervenção governamental para promover a prosperidade nacional e aumentar o
poder do Estado’. Como expressão econômica da aliança política realeza-burguesia, o
mercantilismo visava, por um lado, ao enriquecimento desta classe e, por outro, ao
fortalecimento do Estado. Nesse sistema econômico o Estado exercia um rígido controle sobre
todas as atividades produtivas, cujo objetivo era aumentar a produção de mercadorias,
regulamentar os diversos tipos de artigos produzidos e estabelecer um sistema de tarifas
alfandegárias para proteger o mercado nacional contra a concorrência externa de outros países.
O mercantilismo era, pois, uma forma de nacionalismo baseado no intervencionismo estatal, no
dirigismo econômico e no protecionismo alfandegário. Suas origens remontam ao processo de
formação do Estado moderno e ao desenvolvimento da Revolução Comercial. Na passagem da
Idade Média aos Tempos Modernos, os pequenos mercados locais formados pelas cidades
medievais cederam lugar a um amplo mercado nacional formado pelo território e pela
população submetidos à soberania da monarquia centralizada. Ao mercado nacional somou-se
o mercado mundial, que se formou em conseqüência da descoberta dos novos continentes pelas
Grandes Navegações do século XV. O fluxo de metais preciosos do Novo Mundo e de
especiarias do Oriente impulsionou o crescimento do comércio europeu, que se encontrava
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estagnado desde a crise do século XIV. A essa expansão das trocas deu-se o nome de
Revolução Comercial, à nova política econômica desenvolvida pelos Estados modernos
absolutistas durante a Revolução Comercial deu-se o nome de mercantilismo. O mercantilismo
europeu fundamentou-se, de maneira geral, em dois princípios: o Metalismo e a balança
comercial favorável. O metalismo baseava-se na tese de que a riqueza de um país dependeria
de sua capacidade de acumular metais preciosos. Assim, quanto mais ouro e prata possuísse o
país, mais rico e poderoso seria Os metais preciosos permitiriam ao governo comprar armas,
contratar soldados, construir navios, pagar funcionários e custear as guerras. O caso espanhol
demonstrou, entretanto, o quanto era enganosa a política metalista. A Espanha era, no século
XV o país mais rico da Europa em conseqüência do ouro e da prata oriundos de suas colônias
da América. O atraso do comércio das manufaturas e da agricultura espanholas, entretanto,
obrigavam a Espanha a importar de outros países europeus a quase totalidade das mercadorias
necessárias ao seu consumo. Como essas importações eram pagas em ouro e prata, os metais
preciosos que chegavam à Espanha eram, em seguida, desviados para o resto da Europa. A
Espanha tornou-se, assim, a ‘garganta por onde passava o ouro para o estômago de outros
países ma s desenvolvidos do ponto de vista comercia e industrial, como a França, a Inglaterra
e a Holanda’. A partir desse exemplo, a balança comercial favorável transformou-se no
segundo principio male Importante do mercantilismo europeu. Como os metais preciosos
constituíam o principal meio de pagamento nas relações econômicas Internacionais, o
Incremento do comércio exterior tornou-se a forma por excelência de acumulação de ouro e
prata - cada país procurava exportar o máximo e Importar o mínimo para obter uma balança de
comércio favorável. Essa política de Incremento unilateral do comércio exterior acabou
gerando um nacionalismo econômico exacerbado, que se tornou uma das principais causas das
guerras permanentes entre as grandes potências européias nos Tempos Modernos. A política
econômica mercantilista estava voltada para três objetivos principais: o desenvolvimento da
indústria, o crescimento do comércio e a expansão do poderio naval. Para incentivar o
desenvolvimento da Indústria, o governo concedia a grupos particulares o monopólio de
determinados ramos da produção ou criava as manufaturas do Estado. A meta era a obtenção
da auto-suficiência econômica e a produção de excedentes exportáveis. O crescimento do
comércio era Incentivado através da criação de grandes companhias comerciais, como a
Companhia das Índias Ocidentais e a Companhia das índias Orientais e da organização de
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vastos Impérios coloniais. O comércio entre metrópole e colônia era regulado pelo pacto
colonial, baseado num sistema de monopólio comerciei também chamado de exclusivo
metropolitano. A metrópole adquiria da colônia produtos tropicais e exportavapara esta artigos
manufaturados, obtendo, naturalmente, sempre uma balança de comércio favorável. A
expansão do poderio naval era essencial para garantir as comunicações marítimas entre as
metrópoles européias e seus Impérios coloniais assim como para a redução do comércio em
escala mundial. No século XV, Portugal exerceu a supremacia naval; no século XVI. esta
passou à Espanha; no século seguinte, à Holanda; e. finalmente. no século XVIII a Inglaterra
tornou-se a “rainha dos mares”.
Principais características do sistema econômico mercantilista:
Metalismo: o ouro e a prata eram metais que deixavam uma nação muito rica e poderosa,
portanto os governantes faziam de tudo para acumular estes metais. Além do comércio externo,
que trazia moedas para a economia interna do país, a exploração de territórios conquistados era
incentivada neste período. Foi dentro deste contexto histórico, que a Espanha explorou
toneladas de ouro das sociedades indígenas da América como, por exemplo, os maias, incas e
astecas.
Industrialização: o governo estimulava o desenvolvimento de indústrias em seus territórios.
Como o produto industrializado era mais caro do que matérias-primas ou gêneros agrícolas,
exportar manufaturados era certeza de bons lucros.
Protecionismo Alfandegário: os reis criavam impostos e taxas para evitar ao máximo a
entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indústria nacional e
também evitar a saída de moedas para outros países.
Pacto Colonial: as colônias europeias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles.
Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na
Europa. Dentro deste contexto histórico ocorreu o ciclo econômico do açúcar no Brasil
Colonial.
Balança Comercial Favorável: o esforço era para exportar mais do que importar, desta forma
entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira.
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Fisiocracia.
Surgimento da Escola Fisiocrática.
Os fisiocratas surgiram na França com final do mercantilismo, por volta de 1756, com dois
pensadores principais: Quesnay e Turgot. Apesar de ter sido um movimento de oposição ao
mercantilismo, a fisiocracia não se afastou totalmente do feudalismo, pois a França era um país
essencialmente agrário. Para os fisiocratas, a sociedade era regulada por uma ordem natural que
rege a natureza física. Assim, se os homens não colocarem obstáculos a essas leis a sociedade irá se
configurar segundo um desenho necessário, com leis que irão se impor automaticamente a todas as
pessoas. Segundo esta escola, a sociedade pode ou não existir, mas existindo traz vantagens às
pessoas que não poderiam ser obtidas de outra forma. Uma destas vantagens é a troca de
mercadorias, que pode reduzir e integrar as atividades econômicas dos homens. Esta realidade é o
ponto de partida da análise fisiocrática. Para que possamos entender o motivo da crença fisiocrática
nas leis naturais, devemos nos voltar para a realidade francesa no século XVIII. Era uma economia
essencialmente agrária, com base na propriedade privada feudal; a economia já possuía um caráter
capitalista, embora ainda fosse possível encontrar camponeses nas províncias meridionais; as
atividades realizadas nas cidades eram de caráter artesanal; conviviam em uma mesma realidade as
formas de produção agrícola camponesa e a capitalista, com destaque para esta última forma, que
segundo os fisiocratas seria a forma mais desejável e avançada para a época.
Na fisiocracia a forma essencial do capitalismo só poderia se desenvolver totalmente nas atividades
agrícolas, pois para eles apenas na agricultura é que poderia haver um excedente.
"Os proprietários, o soberano e toda a nação têm o maior
interesse em que o imposto seja inteiramente baseado
na renda das terras, de modo imediato; qualquer outra
forma de taxação seria contra a ordem natural, porque
seria prejudicial à reprodução e ao imposto; o imposto
recairia sobre si próprio. Tudo na terra está sujeito às
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leis da Natureza e os homens são dotados da inteligência
necessária para conhecê-las e observar; mas a multiplicidade
dos objetos exige grandes combinações que tornam muito ampla
à base de uma ciência evidente, cujo estudo é indispensável
para que os equívocos sejam evitados na prática."
François Quesnay.
François Quesnay nasceu em 1694. Descendente de proprietários de terras (Schumpeter
sustenta que o pai era um advogado de relativo sucesso). Foi educado para ser médico e fez
fortuna por meio de sua habilidade em medicina e cirurgia. Foi elevado ao posto de médico da
corte de Luís XV e Madame de Pompadour. Faleceu em 1774. Na primeira metade do século
XVIII a Europa foi fortemente influenciada pelas ideias de um movimento filosófico-cultural
que revolucionou a maneira de pensar predominante até então. Esse movimento foi o
Iluminismo e suas principais proposições foram:
✔ A defesa da liberdade em todas as suas dimensões – liberalismo;
✔ A afirmação dos valores individuais - individualismo; e.
✔ A crença na supremacia da razão – racionalismo.
O Iluminismo reuniu os maiores intelectuais da Europa da época, entre os quais Voltaire,
Diderot, Montesquieu, Rousseau, Condorcet, John Locke, David Hume e tantos outros. O
maior legado escrito deixado pelo Iluminismo foi a Grand Encyclopédie, para a qual Quesnay
contribuiu com dois verbetes: fermiers (fazendeiros), em 1756, e grains (cereais), em 1757.
Embora tenha tido influência em toda a Europa, o impacto do Iluminismo foi mais marcante na
França e na Escócia, talvez não por coincidência, os países que se tornaram os berços das duas
escolas de pensamento econômico que, na segunda metade do século, viriam a ser os baluartes
do liberalismo: a Escola Fisiocrata e a Escola Clássica. Nesse sentido, é possível dizer que a
Escola Fisiocrata (ou fisiocrática) constitui-se no braço econômico francês do Iluminismo. A
Escola, a rigor, teve uma influência localizada (já que não extrapolou os limites da França) e
efêmera, pois sua influência iniciada com a publicação do verbete de Quesnay em 1756 se
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estende até 1776, quando seu membro mais influente politicamente, Turgot, perdeu seu cargo
de controlador geral das Finanças (equivalente a ministro das Finanças). A fisiocracia não
existia em 1750. Entre 1760 e 1770, Paris inteira, além de Versalhes, falava dela. Em 1780,
quase todo mundo (exceto os economistas profissionais), já havia se esquecido dela. Em que
pese esse caráter pontual e passageiro, a Escola Fisiocrata é apontada por um número
razoavelmente expressivo de historiadores como a primeira escola de pensamento econômico
propriamente dita embora esse crédito seja dado pela maior parte dos estudiosos à Escola
Clássica, certamente porque sua influência foi muito maior e mais duradoura do que a da
escola francesa. Entre os que apontam a Escola Fisiocrata como pioneira, encontra-se Paul
Hugon:
É a primeira escola econômica. Seus representantes são franceses que, juntos, trabalharam na
elaboração de uma explicação geral da vida econômica. Suas obras se situam entre 1756 e
1778. Reúnem-se em volta de um chefe, Doutor Quesnay. Médico da Corte e do Rei, é
Quesnay um sábio que por volta de 1756 - conta então 62 anos -, orienta suas pesquisas para os
problemas econômicos. Mirabeau, o pai do tribuno da Revolução, Mercier de la Rivière,
conselheiro do Parlamento, o abade Baudeau, le Tronse, representante do Parlamento de
Orléans, Dupont de Nemours, secretário da Escola, e Turgot, o futuro ministro de Luís XVI,
são seus discípulos principais. Reúnem-se em Versalhes e trabalham com paixão, sinceridade e
aquela fé na força da razão, peculiar à filosofia da época. Controvérsia à parte, o fato é que
Adam Smith, numa etapa de sua vida em que trabalhou como tutor do jovem duque de
Buccleuch, viajou com seu pupilo para a França, onde entrou em contato direto com as ideias
dos fisiocratas, em especial com as de Quesnay e as de Turgot, que, na condição deministro
das Finanças de Luís XVI, pôde colocar em prática algumas das ideias defendidas pelos
fisiocratas. François Quesnay foi, sem sombra de dúvida, o maior expoente dos fisiocratas,
cujas ideias podem ser entendidas a partir da decomposição da própria palavra que dá nome à
escola:
Fisio = natureza e Cracia = governo
Portanto, Fisiocracia significa governo da natureza e daí podem ser depreendidos os quatro
principais postulados defendidos pelos seus adeptos:
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→ Ordem natural - os fisiocratas introduziram a ideia de ordem natural ao pensamento
econômico. Achavam que o funcionamento da economia correspondia a uma ordem natural.
De acordo com essa ideia, as leis da natureza governam as sociedades humanas da mesma
maneira que as descobertas de Newton governam o mundo físico. Todas as atividades
humanas, portanto, deveriam ser mantidas em harmonia com essas leis naturais. O objeto de
todo estudo científico era descobrir as leis às quais todos os fenômenos do universo estavam
sujeitos. Na esfera econômica, as leis da natureza conferiam aos indivíduos o direito natural de
usufruir os frutos de seu próprio trabalho, desde que isso fosse consistente com os direitos dos
outros.
→ Laissez-faire, laissez-passer - essa expressão, creditada a Vincent de Gournay, e que na
tradução literal quer dizer "deixe fazer, deixe passar", significa na verdade "deixe as pessoas
fazerem o que quiserem sem a interferência do governo". Ela expressa a reação à excessiva
intervenção governamental na economia, prática que estava fortemente enraizada nos países
europeus após mais de dois séculos de predomínio das ideias mercantilistas. Para os fisiocratas,
portanto, os governos nunca deveriam estender sua interferência nos assuntos econômicos além
do mínimo absolutamente essencial para proteger a vida e a propriedade e para manter a
liberdade de adquirir. Assim, os fisiocratas se opunham a quase todas as restrições feudais,
mercantilistas e governamentais, favorecendo a liberdade de comércio interno, bem como o
livre-comércio exterior. Paradoxalmente, Gournay era um dos beneficiários do sistema
mercantilista, exercendo a função de inspetor de qualidade dos produtos de acordo com as
marcas registradas (ou seja, uma espécie de fiscal). Espantado com o exagerado grau de
detalhamento das leis que regulavam a produção e o comércio, acabou por cunhar a expressão
que até hoje é utilizada como símbolo do liberalismo.
→ Ênfase na agricultura - os fisiocratas acreditavam que a indústria, o comércio e as
profissões eram úteis, mas estéreis, simplesmente reproduzindo o valor consumido na forma de
matérias-primas e subsistência para os trabalhadores. Para eles, a indústria apenas alterava a
essência e o comércio apenas transferia de lugar uma riqueza que havia sido produzida
genuinamente pela agricultura, ou, em maior extensão, pela natureza. Sendo assim, somente a
agricultura (e, possivelmente, a mineração) era produtiva, pois produzia um excedente, um
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produto líquido acima do valor dos recursos utilizados na produção. Para sintetizar usando uma
expressão que está na moda, os fisiocratas pensavam que apenas a agricultura era capaz de
agregar valor ao produto.
→ Reforma tributária - os fisiocratas estavam interessados em reformar a França, que estava
passando por desordens econômicas e sociais, causadas principalmente por uma perversa
combinação de muitas das piores características do feudalismo e do mercantilismo. A
tributação estava desordenada e era ineficiente, opressiva e injusta, constituída de uma
multiplicidade de tarifas, impostos, subsídios, restrições e regulamentações que prejudicavam a
produção e o comércio. A recomendação dos fisiocratas era de que toda a renda do governo
deveria ser obtida através de um único imposto, para todo o país, sobre as atividades agrícolas
(a serem pagos, portanto, pelos proprietários de terras). Com base nesses postulados, François
Quesnay elaborou em 1758, a pedido de rei da França, um modelo econômico que representava
o funcionamento da economia francesa e que se constituiu na obra magna dos fisiocratas, o
Tableau économique. Dividindo a sociedade em três classes, a produtiva, a proprietária e a
estéril, Quesnay procurou demonstrar o fluxo circular de produção, circulação e distribuição da
riqueza numa economia ideal e livremente competitiva, partindo para tal dos conhecimentos
que ele tinha do funcionamento do organismo humano. Para Quesnay, a sociedade era
semelhante ao organismo físico. A circulação de riqueza e bens na economia era como a
circulação do sangue no corpo. Ambos estavam de acordo com a ordem natural e ambos
poderiam ser compreendidos por meio de análise cuidadosa. Embora seja visto hoje por
muitos como mera curiosidade literária, o Tableau constituiu-se na mais profunda e ousada
obra do pensamento econômico até então aparecida. A economia rural francesa foi exaltada
com incrível imaginação por Quesnay em seu famoso Tableau économique, uma tentativa de
mostrar, em termos quantitativos, o relacionamento das principais peças do sistema econômico
nacional - mostrar quanto os fazendeiros e lavradores, os latifundiários e donos de terras, os
comerciantes recebiam uns dos outros em mercadoria e qual a renda que davam, uns aos
outros, por essas transações.
Escola Clássica.
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A Escola Clássica (Fins do Séc. XVIII e início do séc. XIX)
A base do pensamento da Escola Clássica é o liberalismo econômico, ora defendido pelos
fisiocratas. Seu principal expoente é Adam Smith (1723-1790) que, ao contestar a regulamentação
comercial do sistema mercantilista, acreditava que a concorrência produz como resultado o
desenvolvimento econômico, que por sua vez é utilizado por toda a sociedade. A teoria clássica
surgiu do estudo dos meios de manter a ordem econômica através do liberalismo e da interpretação
das inovações tecnológicas provenientes da Revolução Industrial. Todo o contexto da Escola
Clássica está sendo influenciado pela Revolução Industrial. É caracterizada pela busca no equilíbrio
do mercado (oferta e demanda) via ajuste de preços ("mão invisível"), pela não-intervenção estatal
na atividade econômica, prevalecendo à atuação da "ordem natural" e pela satisfação das
necessidades humanas através da divisão do trabalho, que por sua vez aloca a força de trabalho em
várias linhas de emprego. De acordo com o pensamento de Adam Smith, a economia não deveria
se limitar ao estoque de metais preciosos e ao enriquecimento da nação, pois, segundo o
mercantilismo, desta nação fazia parte apenas a nobreza, e o restante da população estaria excluída
dos benefícios provenientes das atividades econômicas. Sua preocupação fundamental era a de
elevar o nível de vida de todo o povo. Em sua obra Wealth of Nations, Adam Smith estabelece
princípios para análise do valor, dos lucros, dos juros, da divisão do trabalho e das rendas da terra.
Além de desenvolver teorias sobre o crescimento econômico, ou seja, sobre a causa da riqueza das
nações, a intervenção estatal, a distribuição de renda, a formação e a aplicação do capital. Alguns
críticos de Smith afirmam que ele não foi original em suas obras, devido ao seu método, que se
caracteriza por percorrer caminhos já trilhados, buscando, assim, segurança, utilizar elementos já
existentes. No entanto, sabe-se que suas obras foram grandiosas para o desenvolvimento do
pensamento econômico, devido a sua clareza e ao espírito equilibrado.
Adam Smith foi contemporâneo de Quesney. Suas primeiras preocupações não foram com a
riqueza das nações, embora posteriormente tenha conferido grande contribuição à causa. Os
sentidos morais, a busca da aprovação social, as razões maiores da acumulação e da conservação da
fortuna material foram os pressupostos de sua descrição da ordem econômica. Smith fundamentava
sua descrição da ordem econômica nas leis que regem a formação, a acumulação, a distribuição e o
consumo da riqueza e este polinômio foi à base do conceitoclássico da economia. Os clássicos
-Thomas Malthus, John Law, Stuart Mill, Richard Cantilon, David Ricardo e Jean Baptiste Say -
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definiam a economia partindo desse fluxo. Smith defendia a desregulação, o papel do estado
deveria ser restringido a três funções principais: a de defender a nação, a de promover justiça e
segurança aos cidadãos e a de empreender obras sociais necessárias que a iniciativa privada por si
só não conseguisse empreender seja por questões de vulto seja por questões de lucro. Acreditava
que a intervenção do estado na economia tendia a alocar mal o capital e contribuía para a redução
do bem-estar social. Suas principais ideias foram: o bem-estar das nações ser identificado como seu
produto anual per capita; considera como causa da riqueza das nações o trabalho humano; a livre
iniciativa de mercado (laissez-faire); a especialização do trabalho, como instrumento de aumento da
produtividade; e a Teoria do Bem-Estar Econômico, segundo a qual o mercado, se operando
livremente sem a presença regulamentadora do Estado, se auto ajustaria, dada à racionalidade e os
atos egoístas dos agentes, como que conduzido por uma espécie de "Mão Invisível" para a
maximização do bem estar econômico.
David Ricardo teve como principal obra os "Princípios da Economia Política e da Tributação",
cuja principal contribuição econômica foi baseada na teoria da distribuição do excedente entre as
diversas classes sociais. Seus propósitos mais valiosos eram: a teoria do valor e a teoria da
repartição. A primeira assume que o valor de uma mercadoria é determinado pela quantidade de
trabalho nela incorporado e a segunda estudava as leis que regulamentam a divisão do produto
considerando a existência de três classes sociais, os latifundiários, os operários e os capitalistas. No
conflito de classes tomou a posição dos capitalistas. Deu ainda atenção especial à teoria das
vantagens comparativas, segundo a qual, os países deveriam se especializar na produção do que
estão mais aptos a fazer e em seguida trocar suas mercadorias para que todos aumentassem seus
benefícios. Ricardo foi o primeiro economista a argumentar coerentemente que o livre comércio
internacional poderia beneficiar dois países, mesmo que um deles produzisse todas as mercadorias
comercializadas mais eficientemente do que o outro. Também foi um dos primeiros economistas a
argumentar que, como o capital era relativamente imóvel entre as nações, era preciso elaborar uma
teoria separada do comércio internacional, diferenciado do comércio interno do país. Ricardo
argumentava que um país não precisa ter uma vantagem absoluta na produção de qualquer
mercadoria, para que o comércio internacional entre ele e outro país seja mutuamente benéfico.
Vantagem absoluta significava maior eficiência de produção ou o uso de menos trabalho na
produção. Dois países poderiam beneficiar-se com o comércio, se cada um tivesse uma vantagem
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relativa na produção. Vantagem relativa significava, simplesmente, que a razão entre o trabalho
incorporado às duas mercadorias diferia entre os dois países, de modo que cada um deles poderia
ter, pelo menos, uma mercadoria na qual a quantidade relativa de trabalho incorporado seria menor
do que a do outro país, isto é, menor custo de oportunidade para produzir uma mercadoria. O
polinômio formação, acumulação, distribuição e consumo da riqueza foi à base do conceito clássico
de economia. A maior parte dos economistas clássicos, que viveram na transição entre os séculos
XVIII e XIX, como Thomas Malthus, John Law, Stuart Mill, David Ricardo e Jean Baptiste Say,
definiam a economia partindo desses quatro fluxos.
VANTAGENS ABSOLUTAS E VANTAGENS RELATIVAS
VANTAGENS ABSOLUTAS
→ O princípio da Teoria das Vantagens Absolutas surgiu das ideias do economista Adam
Smith, em sua obra "A Riqueza das Nações", editada em 1776.
→ Ideias Básicas: a especialização das produções, motivada pela divisão do trabalho na área
internacional, e as trocas efetuadas no comércio internacional CONTRIBUÍAM para o
aumento do bem-estar das populações.
→ Teoria das Vantagens Absolutas: "Cada país deve concentrar seus esforços no que pode
produzir a custo mais baixo e trocar o excedente dessa produção por produtos que custem
menos em outros países"
VANTAGENS COMPARATIVAS
→ As ideias de Adam Smith foram desenvolvidas pelo economista inglês David Ricardo em 1817,
que formulou a Teoria das Vantagens Comparativas, também chamada de Teoria dos Custos
Comparativos.
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→ Ideias Básicas: o comércio internacional será vantajoso até mesmo nos casos em que uma nação
possa produzir internamente a custos mais baixos do que a nação parceira, desde que, em termos
relativos, as produtividades de cada uma fossem relativamente diferentes.
Assim, a especialização internacional seria MUTUAMENTE VANTAJOSA em todos os casos em
que as nações parceiras canalizassem os seus recursos para a produção daqueles bens em que sua
eficiência fosse relativamente maior. Assim, ao conduzir à especialização e a divisão internacional
do trabalho, seja por desiguais reservas produtivas, por diferenças de solo e de clima ou por
desigualdades estruturais de capital e trabalho, o comércio exterior aumenta a eficiência com que os
recursos disponíveis em cada pais podem ser empregados. E este aumento de eficiência, possível
sempre que observarem vantagens comparativas, eleva a produção e a renda nos países envolvidos
nas trocas.
→ O modelo Ricardiano é o mais simples dos modelos que explicam como as diferenças entre os
países acarretam as trocas e ganhos no comércio internacional, pois, neste modelo, o trabalho é o
único fator de produção e os países diferem apenas na produtividade do trabalho nas diferentes
indústrias.
Os países EXPORTARÃO OS BENS PRODUZIDOS com o trabalho interno de modo
relativamente eficiente e IMPORTARÃO BENS PRODUZIDOS pelo trabalho interno de modo
relativamente ineficiente, ou seja, o padrão de produção de um país é determinado pelas vantagens
comparativas.
Revolução Industrial
→ A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos
sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais
utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores
custos e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias.
Também podemos apontar o crescimento populacional, que trouxe maior demanda de produtos e
mercadorias.
→ Foi a Inglaterra o país que saiu na frente no processo de Revolução Industrial do século XVIII.
Este fato pode ser explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão
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mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as
locomotivas a vapor. Além da fonte de energia, os ingleses possuíam grandes reservas de minério
de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período. A mão-de-obra disponível em
abundância (desde a Lei dos Cercamentos de Terras), também favoreceu a Inglaterra, pois havia
uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII. A
burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e
máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também pode ser destacado como
importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês.
→ O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As
máquinas a vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de produzir. Se por um
lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço
de mercadorias e acelerou o ritmo de produção. Na área de transportes, podemos destacar a
invenção das locomotivas a vapor (maria fumaça) e os trens à vapor. Com estes meios de
transportes, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com
custos maisbaixos.
→ As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de
trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação,
abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a
empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia
e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo,
férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro
benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações
de precariedade.
→ Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores
condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade unions (espécie de
sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve também
movimentos mais violentos como, por exemplo, o ludismo. Também conhecidos como
"quebradores de máquinas", os ludistas invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa
forma de protesto e revolta com relação a vida dos empregados. O cartismo foi mais brando na
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forma de atuação, pois optou pela via política, conquistando diversos direitos políticos para os
trabalhadores.
→ A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser
produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado,
aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a
mãos-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o
crescimento desordenado das cidades também foram consequências nocivas para a sociedade. Até
os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento. Gerar
empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo. Os empregos
repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas procuram
profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais criatividade e
múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos tem faltado empregos para a população.
A Teoria Marxista
→ Marxismo, teoria social, econômica e política baseada na obra de Karl Marx e seus seguidores.
As ramificações da doutrina marxista podem ser encontradas em âmbitos filosóficos, econômicos,
históricos, políticos e na maioria das ciências sociais. Marx pretendia revelar as leis inerentes ao
desenvolvimento do capitalismo. Para ele, cada época histórica se caracterizava por um modelo de
produção específico correspondente ao sistema de poder estabelecido e, portanto, com uma classe
dirigente em permanente conflito com a classe oprimida. Assim, a sociedade medieval era
dominada pelo modelo de produção feudal no qual a classe dos proprietários obtinha a mais valia
de uma população rural dependente da terra. As transições do sistema de escravidão para o
feudalismo e desse último para o capitalismo se deram quando as forças produtivas (ou seja, os
grupos relacionados com o trabalho e os meios de produção como as máquinas) não podiam
continuar desenvolvendo-se com as relações de produção existentes entre as distintas classes
sociais. Assim, a crise que afetou o feudalismo quando o capitalismo necessitava de uma crescente
classe trabalhadora produziu a eliminação das bases legais e ideológicas tradicionais que
mantinham os servos presos à terra. A relação fundamental do capitalismo, baseada em salários,
parte de um contrato entre partes juridicamente iguais. Os detentores do capital (capitalistas) pagam
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os trabalhadores (o proletariado) salários em troca de um determinado número de horas de trabalho.
Essa relação disfarça uma desigualdade real: os capitalistas se apropriam de parte da produção dos
trabalhadores. O atrativo do marxismo reside no fato de ter proporcionado um poderoso respaldo
intelectual à indignação moral produzida por significativas desigualdades do capitalismo e a
esperança de que um sistema condenado à extinção terminaria por desaparecer.
→ Em 1847 Mark escreveu com Engels o Manifesto Comunista, cujas teses constituem a base do
materialismo histórico. Nesse texto explica-se que o sistema econômico dominante em cada época
histórica determina a estrutura social e a superestrutura política e intelectual de cada período. Desse
modo, a história da sociedade é a história das lutas entre os exploradores e os explorados. A
conclusão é que a classe capitalista será derrotada e suprimida por uma revolução mundial da classe
operária que conduzirá ao estabelecimento de uma sociedade sem classes.
→ Salários, em economia, preço pago pelo trabalho, relativos a todos os pagamentos que
compensam os indivíduos pelo tempo e o esforço dedicados à produção de bens e serviços. O
salário nominal recebido não reflete os rendimentos verdadeiros; as deduções salariais para pagar
os impostos sobre a renda, os pagamentos da Assistência Social, as pensões, as quotas aos
sindicatos e os prêmios dos seguros reduzem os rendimentos reais dos trabalhadores. Uma variante
da teoria ricardiana é a teoria dos salários de Karl Marx, que afirmava que em um sistema
capitalista a força de trabalho raramente recebia uma remuneração superior à do nível da própria
subsistência. Segundo ele, os capitalistas se apropriavam da mais valia gerada pelos trabalhadores,
acrescentando-as aos próprios benefícios. Tal como aconteceu com a teoria de David Ricardo, o
tempo tem-se encarregado de refutar a visão de Marx. Quando foi demonstrada a invalidade da
teoria do salário de subsistência, foi dada maior atenção à procura de trabalho como principal
determinante do nível de salários. John Stuart Mill propugnava pela denominada teoria do fundo de
salários para explicar a forma pela qual a demanda de trabalho, definida como a quantidade de
dinheiro que os empresários estão dispostos a pagar para contratar trabalhadores, determinava o
nível salarial.
→ Exploração (sociologia), pagamento ao proprietário de um fator de produção (trabalho, energia)
em troca de uma quantia inferior ao valor do produto. A ideologia marxista estabelece a teoria do
valor do trabalho, que por sua vez abriga o conceito de mais-valia: o capitalista, como proprietário
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dos meios de produção, retém parte da produção do trabalhador. Existem muitas formas de
exploração tanto política, como social e econômica. Marx não só estudou a exploração em termos
econômicos, como também as consequências sociais e políticas do mercado do trabalho humano.
→ Especulação, compra ou venda para obter lucros. Utiliza-se para descrever a atividade dos
agentes econômicos que operam nos mercados de matérias-primas ou monetários com o único
propósito de obter mais-valias; ao contrário daqueles que operam nesses mercados devido à sua
atividade empresarial — um produtor de café solúvel ou um importador que tem de pagar em
moeda estrangeira. Os especuladores vivem das flutuações dos preços das matérias-primas ou das
unidades monetárias de cada país, procurando obter lucros comprando a preços de mercado quando
existem expectativas de aumentos de preços; suas ações afetam o mercado, pois são um dos
determinantes da procura.
MAIS VALIA. Na economia marxista, valor do que o trabalhador produz menos o valor de seu
próprio trabalho (dado pelo custo de seus meios de subsistência). A mais-valia mede a exploração
dos assalariados pelos capitalistas e é a fonte do lucro destes. Marx acredita que o Valor de Troca
depende da quantidade de trabalho despendida, contudo, a quantidade de trabalho que entre no
valor de toca é a quantidade socialmente necessária (Quantidade que o Trabalhador Gasta em média
na Sociedade, e que obviamente, varia de Sociedade para Sociedade). Como facilmente pressupões,
Marx defendia a teoria da exploração do trabalhador. Marx dizia que só o trabalho dava valor àsmercadorias, a tal Mais Valia, que referi no trabalho sobre Karl Marx. Equipamentos, não davam
valor, apenas transmitiam uma parte do seu valor às mercadorias, não contribuindo portanto para a
formação de valor. Pelo contrário, o Homem através do seu trabalho fazia com que as matérias
primas e os equipamentos transmitissem o seu valor ao bem final, e ainda por cima criava valor
acrescentado (Por exemplo, no Capital Marx falava do exemplo das fiandeiras, que pegavam no
algodão e o transformavam, por exemplo, em camisolas, criado um valor acrescentado que só
mesmo o Trabalho Humano pode dar). Para Marx existe uma apropriação do fruto do Trabalho, que
contudo não pode ser considerado um roubo pelo Capitalista, porque ao fim ao cabo, o
Trabalhador está a ser pago para fazer aquele trabalho. O Valor é formado tendo em conta o seu
custo em termos de trabalho, desse valor o Capitalista apropria-se da Mais Valia através da
utilização do seu Capital. Toda esta teoria da repartição do Rendimento leva-nos para um conceito
fundamental em Marx que é precisamente o da Mais Valia. Portanto Marx afirmava que a força de
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trabalho era transformada em mercadoria, o valor de força de trabalho corresponde ao Socialmente
necessário. Tudo estaria bem, contudo o valor deste Socialmente Necessário é um problema. Na
realidade o que o trabalhador recebe é o salário de Subsistência, que é o mínimo que assegura a
manutenção e reprodução do trabalho. Mas apesar de receber um salário, o trabalhador acaba por
criar um valor acrescentado durante o processo de produção, ou seja, fornece mais do que aquilo
que custo, é esta diferença que Marx chama de Mais Valia. A Mais Valia não pode ser considerado
um roubo pois é apenas fruto da propriedade privada dos meios de produção. Mas, os Capitalistas e
os proprietários, procuram aumentar os seus rendimentos diminuindo o rendimento dos
trabalhadores, é, pois, esta situação de exploração da Força de Trabalho pelo Capital que Marx mais
crítica. “Marx critica a essência do Capitalismo, que reside precisamente na exploração da força de
trabalho pelo Produtor Capitalista, e que segundo Marx, um dia haverá de levar à revolução social.”
Portanto Marx afirmava que a força de trabalho era transformada em mercadoria, o valor de força
de trabalho corresponde ao Socialmente necessário. Tudo estaria bem, contudo o valor deste
Socialmente Necessário é um problema. Na realidade o que o trabalhador recebe é o salário de
Subsistência, que é o mínimo que assegura a manutenção e reprodução do trabalho. Mas apesar de
receber um salário, o trabalhador acaba por criar um valor acrescentado durante o processo de
produção, ou seja, fornece mais do que aquilo que custo, é esta diferença que Marx chama de Mais
Valia. A Mais Valia não pode ser considerado um roubo pois é apenas fruto da propriedade privada
dos meios de produção. Mas, os Capitalistas e os proprietários, procuram aumentar os seus
rendimentos diminuindo o rendimento dos trabalhadores, é pois esta situação de exploração da
Força de Trabalho pelo Capital que Marx mais critica. Marx critica a essência do Capitalismo, que
reside precisamente na exploração da força de trabalho pelo Produtor Capitalista, e que segundo
Marx, um dia haverá de levar à revolução social.
A Teoria Neoclássica (Fins do séc. XIX ao início do séc. XX)
A partir de 1870, o pensamento econômico passava por um período de incertezas diante de teorias
contrastantes (marxista clássica e fisiocrata). Esse período conturbado só teve fim com o advento da
Teoria Neoclássica, em que se modificaram os métodos de estudo econômicos. Através destes
buscou-se a racionalização e otimização dos recursos escassos. Conforme a Teoria Neoclássica, o
homem saberia racionalizar e, portanto, equilibraria seus ganhos e seus gastos. É nela que se dá a
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consolidação do pensamento liberal. Doutrinava um sistema econômico competitivo tendendo
automaticamente para o equilíbrio, a um nível pleno de emprego dos fatores de produção. Pode-se
dividir essa nova teoria em quatro importantes escolas: Escola de Viena ou Escola Psicológica
Austríaca, Escola de Lausanne ou Escola Matemática, Escola de Cambridge e a Escola Neoclássica
Sueca. A primeira se destaca por formular uma nova teoria do valor, baseada na utilidade (teoria
subjetiva do valor), ou seja, o valor do bem é determinado pela quantidade e utilidade do mesmo.
Também chamada de Teoria do Equilíbrio Geral, a Escola de Lausanne, enfatizava a
interdependência de todos os preços do sistema econômico para manter o equilíbrio. A Teoria do
Equilíbrio Parcial ou Escola de Cambridge considerava que a economia era o estudo da atividade
humana nos negócios econômicos, portanto, a economia seria uma ciência do comportamento
humano e não da riqueza. Por fim, a Escola Neoclássica Sueca foi a responsável pela tentativa da
integrar a análise monetária à análise real, o que mais tarde foi feito por Keynes. Em contraposição
ao Karl Marx, um importante neoclássico, Jevons, ponderava que o valor do trabalho deveria ser
determinado pelo valor do produto e não o valor do produto determinado pelo valor do trabalho.
Afinal, o produto dependerá da aceitação do preço pelo comprador para ser vendido. Com base em
novos modelos teóricos, com novas concepções de conceitos sobre valor, trabalho, produção e
outros, os neoclássicos se disporiam a rever toda a análise econômica clássica. Várias obras foram
escritas tendo por fim alcançar a cientificidade pura da economia. Alfred Marshall (1842-1924), em
sua obra Síntese Neoclássica, tenta provar de que forma o livre funcionamento das relações
comerciais garantiriam a plena alocação dos fatores de produção. A principal preocupação dos
neoclássicos era o funcionamento de mercado e como se chegar ao pleno emprego dos fatores de
produção, baseada no pensamento liberal.
Teoria Keynesiana.
→ Conjunto de ideias que propunham a intervenção estatal na vida econômica com o objetivo de
conduzir a um regime de pleno emprego. As teorias de John Maynard Keynes tiveram enorme
influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado.
Acreditava que a economia seguiria o caminho do pleno emprego, sendo o desemprego uma
situação temporária que desapareceria graças às forças do mercado. O objetivo do keynesianismo
era manter o crescimento da demanda em paridade com o aumento da capacidade produtiva da
economia, de forma suficiente para garantir o pleno emprego, mas sem excesso, pois isto
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provocaria um aumento da inflação. Na década de 1970 o keynesianismo sofreu severas críticas por
parte de uma nova doutrina econômica: o monetarismo. Em quase todos os países industrializados o
pleno emprego e o nível de vida crescente alcançados nos 25 anos posteriores à II Guerra Mundial
foram seguidos pela inflação. Os keynesianos admitiram que seria difícil conciliar o pleno emprego
e o controle da inflação, considerando, sobretudo, as negociações dos sindicatos com os
empresários por aumentos salariais. Por esta razão, foram tomadas medidas que evitassem o
crescimento dos salários e preços, mas a partir da década de 1960 os índices de inflação foram
acelerados de forma alarmante. A partir do final da década de 1970, os economistas têm adotado
argumentos monetaristas em detrimento daqueles propostos pela doutrina keynesiana; mas as
recessões, em escala mundial, das décadas de 1980 e 1990 refletem os postulados da política
econômica de John Maynard Keynes.
→ A doutrina keynesiana é uma teoria econômica que ganhou destaque no início da década de
1930, no momento em que o capitalismo vivia uma de suas mais graves crises. Nesta época, as
nações capitalistas geriam o campo econômico com base nas teorias estabelecidas por liberalismo
clássico, doutrina econômica onde se defendia a ideia de que o desenvolvimento econômico de uma
nação estaria atrelado a um princípio de não-intervenção do Estado na economia. A proposta
keynesiana tem como ponto

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