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Relatório de Eficiência Energética Elaborado para: Ibema Cia. Brasileira de Papel. Apresentado por: GCE do Brasil. WWW.GROUPGCE.COM ENERGY EFFICIENCY CONSULTING Apresentado por: Curitiba 2014 Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 2 RESUMO EXECUTIVO Atividade Principal da Indústria: Produção de papel cartão Produção Anual (julho 2012 - junho 2013) 94 151 tons Recursos Energéticos (julho 2012 - junho 2013) 124 517 m3 de cavaco 908 267 kg de gás natural 51 857 MWh de energia elétrica (93% de autoprodução) Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 3 Medidas de Poupança de Energia Recomendadas Poupança Anual de Energia Investi- mento Tempo de Retorno Na expressão natural UdM TOE mil R$ mil R$ anos 1. De combustível e energia térmica Eliminação da combustão incompleta química na caldeira de vapor 3 623,0 m 3 de cavaco 438,4 126,8 191,7 1,3 151,7 MWh 13,1 19,0 Utilização de energia térmica da água da purga de caldeira 547,0 m 3 de cavaco 66,2 19,2 60,3 3,1 Isolamento de cremonas das tubulações de vapor 136,0 m 3 de cavaco 16,5 4,8 5,7 1,2 Instalação do retentor de calor da campânula da máquina de produção de papel 16 821,0 m 3 de cavaco 2 035,3 588,7 2 714,3 4,6 Utilização do lodo de esgoto a título de combustível 6 503,0 m 3 de cavaco 786,9 227,6 1 900,0 8,3 2. De Energia Elétrica Instalação do compressor de parafuso rotativo com regulagem de velocidade de rotação 156,5 MWh 13,5 19,6 124,8 6,4 Aplicação do inversor de frequência na bomba 300-ВС-316 63,8 MWh 5,5 8,0 18,9 2,4 Administração racional do sistema de iluminação 42,7 MWh 3,7 5,3 – – Substituição dos equipamentos de ar condicionado 35,0 MWh 3,0 4,375 125,7 28,7 Instalação da turbina de contrapressão de vapor 893,0 MWh 76,9 111,6 1 143,5 10,2 3. Medida Geral Organização de medição instrumental e de monitoramento 4 001,0 m 3 de cavaco 484,1 140,0 737,5 1,9 1 412,0 MWh 121,6 176,5 47 076,0 kg de gás natural 42,0 81,0 Total – – 4 106,5 1 532,4 7 022,5 4,6 Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 4 Medidas de Poupança de Energia Recomendadas Poupança Anual de Energia Investi- mento Tempo de Retorno Na expressão natural UdM TOE Mil R$ Mil R$ ano 1. Organizacionais e de investimento baixo Administração racional do sistema de iluminação 42,7 MWh 3,7 5,3 – – Isolamento de cremonas das tubulações de vapor 136 m 3 de cavaco 16,5 4,8 5,7 1,20 2. De investimento médio Utilização de energia térmica da água da purga de caldeira 547 m 3 de cavaco 66,2 19,1 60,3 3,15 Eliminação da combustão incompleta química na caldeira de vapor 3623 m 3 de cavaco 438,4 126,8 191,7 1,32 151,7 MWh 13,1 19,0 Instalação do compressor de parafuso rotativo com regulagem de velocidade de rotação 156,52 MWh 13,5 19,6 124,8 6,38 Aplicação do inversor de frequência na bomba 300-ВС-316 63,8 MWh 5,5 8,0 18,9 2,37 3. De longo prazo e de grande investimento Instalação do retentor de calor da campânula da máquina de produção de papel 16821 m 3 de cavaco 2 035,3 588,7 2 714,3 4,61 Utilização do lodo de esgoto a título de combustível 6503 m 3 de cavaco 786,9 227,6 1 900,0 8,35 Substituição dos equipamentos de ar condicionado 35 MWh 3,0 4,4 125,7 28,74 Instalação da turbina de contrapressão de vapor 893 MWh 76,9 111,6 1 143,5 10,24 Organização de medição instrumental e de monitoramento 4001 m 3 de cavaco 484,1 140,0 737,5 1,86 1412 MWh 121,6 176,5 47076 Kg de gás natural 42,0 81,0 Total – – 4 106,5 1 532,4 7 022,5 4,6 Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 5 Tipo de Recurso Energético UdM Consumo no período de julho 2012 a junho 2013 Efeito econômico Expres- são natural Combus-tível convencio- nal, TOE Expressão monetária, mil R$ Expressão natural, % Combus- tível conven- cional, % Expressão monetária, % Biomassa mil m 3 124 517 15 066,6 4 055,3 25,4% 25,4% 27,3% Energia elétrica MWh 51 857 4 465 1 971 5,3% 5,3% 17,5% Gás natural mil m 3 1 072 1 125 1 843 4,4% 3,7% 4,4% Total – 20 657 7 869 – 19,9% 19,5% Consumo 81% Economia 19% Consumo de biomassa 38% Economia de biomassa 14% Consumo de energia elétrica 21% Economia de energia elétrica 4% Consumo de gás natural 22% Economia de gás natural 1% Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 6 Participantes do Programa de Eficiência Energética: Diretor da América Latina Grupo GCE: MSc. Dmitri Dmitrievich Lobkov Diretor Técnico GCE Energy: Enf. Vasili Gregorevich Tarasovski Engenheiros: Eng. Kelman Valeriy Mikhailovitch Eng. Bakhvalov Ievgueniy Ievguenievitch Eng. Gorelov Pavel Konstantinovitch Eng. Kuziakov Denis Igorevitch Eng. Chorokhov Aleksei Iurievitch Eng. Eletricista: José Marcos de Moura Técnicos: Marciel Fipke Fernando Rezende Apolinário Tradução: Igar Pyjau Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 7 Conteúdo 1 Introdução ..................................................................................................... 8 2 Sistemas de fornecimento de energia ............................................................ 9 2.1 Sistema de fornecimento de vapor ........................................................................................ 9 2.2 Sistema de fornecimento de energia elétrica ........................................................................ 9 3 Volume de consumo de recursos energéticos .............................................. 13 4 Avaliação da eficiência da utilização dos recursos energéticos ..................... 21 4.1 Sala de caldeiras ................................................................................................................... 21 4.2 Redes de vapor ..................................................................................................................... 22 4.3 Consumidores de vapor ........................................................................................................ 22 4.4 Sistemas de fornecimento de energia elétrica ..................................................................... 23 4.5 Equipamentos consumidores de energia elétrica ................................................................ 23 4.6 Equipamentos auxiliares consumidores de eneregia elétrica .............................................. 24 5 Medidas de poupança de energia ................................................................ 25 5.1 Eliminação da combustão incompleta química na caldeira de vapor .................................. 25 5.2 Utilização de energia térmica da água da purga de caldeira ............................................... 31 5.3 Instalação da turbina de contrapressão de vapor ............................................................... 34 5.4 Instalação do retentor de calor da capota da máquina de papel ...................................... 35 5.5 Isolamento das válvulas das tubulações de vapor ............................................................... 38 5.6 Utilização do lodo de esgoto a título de combustível .......................................................... 40 5.7 Instalação do compressor de ar com inversor de frequência .............................................. 43 5.8 Administração racional do sistema de iluminação ............................................................... 48 5.9 Aplicação do inversor de frequência na bomba 300-ВС-316 ............................................... 52 5.10 Substituição dos equipamentos de ar condicionado........................................................... 54 5.11 Substituição do secador Infravermelho a gás pelo secador elétrico ................................... 58 5.12 Organização de medição instrumental e de monitoramento .............................................. 59 Anexos .............................................................................................................. 67 Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 8 1 Introdução A história da companhia IBEMA começa nos anos 50 do século XX junto com o desenvolvimento da indústria florestal e de papel e celulose no Brasil. Dentro de pouco tempo, a companhia chegou a ocupar uma parcela significativa do mercado nacional e internacional, tornando-se a maior produtora de embalagem de papelão na América Latina. A companhia elabora e lança produtos inovadores na área de celulose, papel e de embalagem. Na produção de artigos de celulose e papel, as questões de meio ambiente ocupam o primeiro lugar. A companhia IBEMA é um dos pioneiros na recuperação de maciços florestais no Sul do Brasil. Sendo do nível mundial, IBEMA cumpre um papel significativo na vida social do país. Além de sua atividade principal, a companhia toma parte em projetos sociais e educacionais. A subdivisão Turvo da companhia Ibema Papelcartão está situada no estado do Paraná, perto da cidade de Turvo. Esta região caracteriza-se pelo seu relevo conveniente, clima, solo, disponibilidade de recursos hídricos e de materia prima, que justificaram a instalação da empresa ali. A proximidade à capital, ao principal porto do sul do Brasil, e também a desenvolvida infraestrutura de transporte garantiram a capacidade de concorrer em nível mundial. O permanente aperfeiçoamento da produção e de seus padrões colocam-na em nível mundial e garantiram sua distribuição não somente no Brasil, mas também no exterior: América do Norte e do Sul, Europa, África e Ásia. A empresa Turvo é especializada na produção de embalagem de papelão. A capacidade instalada da empresa é de 108 000 toneladas/ano de papelão (capacidade diária de 300 toneladas). Ademais, segundo o volume de produtos finais, a empresa se posiciona entre os três principais produtores do mercado brasileiro. A título de matéria prima para a produção, a empresa utiliza celulose e madeira de eucalipto e de pinheiro. As excepcionais propriedades físicas (fluidez e rigidez) foram alcançadas graças à companhia ter criado a prória pasta de celulose (mechanical paste (SGW)). A empresa ocupa a área de 627 hectares. O fato de possuir área florestal e geração elétrica próprias (conta com uma potência instalada de 11 MW) faz com que a companhia garanta o funcionamento estável e reduzidas despesas com energia elétrica, influenciando positivamente na capacidade de concorrer de seus produtos, que se aplicam na fabricação de embalagem para o setor farmacéutico e cosmético; de perfumaria, produtos de higiene pessoal e detergentes; de calçados e roupas; de produtos alimentícios, brinquedos etc. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 9 2 Sistemas de fornecimento de energia Para desenvolver o processo de produção, a empresa utiliza os seguintes tipos de recursos energéticos: energia elétrica (adquirida e autoprodução); energia térmica (vapor produzido localmente); cavaco (adquirido e de sua própria produção); gás natural (adquirido). 2.1 Sistema de fornecimento de vapor O sistema de fornecimento de vapor da fábrica consiste da sala de caldeiras com a capacidade de vapor igual a 25 t/h. As caldeiras utilizam biomassa, cuja composição apresenta uma mistura de vários resíduos da indústria florestal e da própria fábrica. Veículos motorizados realizam o transporte de cavaco ao depósito de combustível. O transporte final à caldeira é efetuado do silo alimentador pelos transportadores de fita. O vapor produzido na caldeira é encaminhado às linhas de vapor de produção geral. A empresa possui dois consumidores de vapor: a máquina de papel e os equipamentos de troca de calor na seção de preparação de pasta. 2.2 Sistema de fornecimento de energia elétrica O fornecimento de energia elétrica é realizado na empresa a partir de três origens: da estação hidrelétrica PCH BOA Vista (autoprodução); da estação hidrelétrica PCH Cachoeira (I e II) (autoprodução); da subestação Fábrica (adquirida da COPEL). A energia elétrica chega através de quatro entradas independentes nos barramentos de 13,8 kV da subestação № 30 (Cabine 30). O esquema do fornecimento de energia elétrica na empresa é apresentado na figura 1. Todas as fontes de energia elétrica estão interligadas de tal modo que a chegada de energia elétrica na empresa a partir delas é realizada por uma só entrada funcional, quando as restantes estão em reserva. Os barramentos de 13,8 kV da subestação № 30 estão ligados aos transformadores de potência, que reduzem a tensão para 3,8 kV, 0,44 kV, 0,38 kV ou 0,22 kV, dependendo dos equipamentos elétricos alimentados. A lista dos transformadores redutores da área industrial é apresentada na tabela 1. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 10 1 7 Cabine 34 Desfibradores T 3401 500 kVA 380 V T 3402 2000 kVA 380 V T 3403 1500 kVA 3800 V CCM 10 CCM 7 (DF301 DF303) CCM 7 (DF304) T 0502 500 kVA 380 V Cab. 5 Caldeira Caldeira 4 2 3 Cabine 32/33 MP3/Acion./ Aproximacao T 3301 2000 kVA 380 V T 3302 2000 kVA 380 V T 3201 1500 kVA 380 V CCM 4 (MP3) CCM 3 (Aprix. coater) CCM 2 (Acion.) Cabine 33 Cabine 32 T 3701 500 kVA 380 V Cab. 37 CCM 6 4 Refinacao T 3601 500 kVA 380 V 5 ETE/ CortadeiraCab. 36 10 Cabine 01A APARAS T 3101 2000 kVA 380 V T 0101 750 kVA 380 V Cab. 31 (CCM 1) Cab. 01 (CCM exist.) T 0104 45 kVA 380 V T 0102 300 kVA 380 V T 0103 225 kVA 380/220 V Patio de Pasta Mecanica CCM ETE (Lagoa 1) CCM ETE (Lagoa 4) Cab. 01B Cab. 01C 11 T 1101 125 kVA 380 V T 0801 30 kVA 220 V T 0901 50 kVA 380 V Descasca dor Torre expidesao Portaria 1 Central de GLP T 1001 225 kVA 380 V T 1002 45 kVA 380 V T 0701 45 kVA 380 V TR 12 30 kVA 380/220 V Picador Patio de Cavaco ETA Cab. 10 Portaria 2 Cab. 10A Cab. 7 Cab. 11 Cab. 08 Cab. 09 12 Cab. 03 MP1 T 0301 500 kVA 380 V T 0302 750 kVA 440 V Col. 9-11 Col. 5-7 T 0601 500 kVA 380 V Cab. 06 MP1 Cortadeira MARQUIP T 0402 75 kVA 220 V Cab. 04 MP1 Cortadeira MARQUIP T 3001 500 kVA 220 V QDG 13 Servico Auxiliar 9 8 6 PCH BOA Vista II 8 MW G1 G2 PCH Cachoeira 2,6 MW G1 G2 G1 PCH BOA Vista I 575 kWSubestacao Fabrica Cabine 30 13,8 kV Figurа 1– Esquema estrutural de fornecimento de energia elétrica da empresa Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 11 Tabela 1 – Relação dos transformadores da área industrial. № Cabine Identificação Tipo Tensão, kV Potência, kVA 1 34 3401 Óleo 13,8/0,38 500 2 34 3402 Seco 13,8/0,38 2 000 3 34 3403 Seco 13,8/3,8 1 500 4 5 0502 Óleo 13,8/0,38 500 5 33 3301 Seco 13,8/0,38 2 000 6 33 3302 Seco 13,8/0,38 2 000 7 32 3201 Seco 13,8/0,38 1 500 8 37 3701 Óleo 13,8/0,38 500 9 36 3601 Óleo 13,8/0,38 500 10 31 3101 Seco 13,8/0,38 2 000 11 01A 0101 Óleo 13,8/0,38 750 12 01B 0102 Óleo 13,8/0,38 300 13 01C 0103 Óleo 13,8/0,38 225 15 TR12 Óleo 13,8/0,38 30 16 10 1001 Óleo 13,8/0,38 225 17 10 1002 Óleo 13,8/0,38 45 18 7 0701 Óleo 13,8/0,38 45 19 11 1101 Óleo 13,8/0,38 125 20 8 0801 Óleo 13,8/0,22 30 21 9 0901 Óleo 13,8/0,38 50 22 3 0301 Óleo 13,8/0,38 500 23 3 0302 Óleo 13,8/0,44 750 24 6 0601 Óleo 13,8/0,38 500 25 4 0402 Óleo 13,8/0,22 75 26 30 3001 Óleo 13,8/0,22 500 Total 17 150 Para compensar a potência reativa na rede distribuidora existem instaladosbancos de capacitores nas seções dos barramentos de 0,38 kV das substações transformadoras. A relação dos capacitores e algumas caracteristicas são apresentados na tabela 2 a seguir. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 12 Tabela 2 – Lista dos bancos de capacitores Cabine Tensão Local de instalação Potência nominal Modo de Controle kV kVAr 34 0,38 CCM PF3403 Pasta Mecânica 200 automático 37 0,38 PF0301 Refinação 225 automático 1 0,38 CCM Exist. Aparas 205 automático 31 0,38 CCM03 PF 3102 PTA 185 automático 31 0,38 CCM03 PF 3101 Aparas e Celulose 600 automático 6 0,38 – Cortadeira Marquip 40 automático 36 0,38 – ETE 40 automático 32/33 0,38 CCM03 PF3203 Máquina de papel 500 automático 32/33 0,38 CCM03 PF3202 Aproximação, coater e aditivos 500 automático 5 0,38 PF0515 Caldeira 4 215 automático 3 0,38 Col. 5-7, 9-11 MP1 315 automático 30 0,22 – QDG 45 automático Total 3 070 Através das informações constantes na tabela 2, observa-se que todas as unidades funcionam em regime automático e que a compensação de potência reativa é feita em todos os pontos principais da rede distribuidora. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 13 3 Volume de consumo de recursos energéticos O conjunto de dados a respeito do consumo de recursos energéticos pela empresa é apresentado na tabela 3. Tabela 3 – Dados do consumo de recursos energéticos no período de julho de 2012 a junho de 2013. Mês Biomassa (cavaco) Gás Natural Energia elétrica m 3 TOE mil R$ kg TOE mil R$ MWh TOE mil R$ Julho 2012 11 240 1 296 337,2 94 041 116 160,95 3 993 344 104,17 Agosto 2012 9 248 1 067 277,44 73 575 91 126,18 3 868 333 108,09 Setembro 2012 9 057 1 045 271,71 89 824 111 154,20 3 732 321 276,50 Outubro 2012 9 096 1 342 272,88 64 296 80 110,39 4 066 350 360,26 Novembro 2012 10 556 1 217 316,68 78 684 97 135,11 4 349 374 159,80 Dezembro 2012 11 372 1 314 341,16 75 235 93 129,19 5 129 442 279,96 Janeiro 2013 8 530 984 298,55 78 684 97 135,11 4 313 371 123,59 Fevereiro 2013 8 024 925 280,84 62 606 78 107,50 3 421 295 85,69 Marco 2013 12 524 1 445 438,34 71 540 89 122,84 4 979 429 125,15 Abril 2013 11 176 1 288 391,16 71 895 89 125,74 4 630 399 116,96 Maio 2013 11 906 1 788 416,71 76 007 94 132,94 4 868 419 121,72 Junho 2013 11 788 1 360 412,58 71 880 89 126,37 4 510 388 112,77 Total 124 517 15 071 4 055,25 908 267 1 125 1 566,53 51 857 4 465 1 974,69 As distribuições percentuais dos recursos energéticos consumidos pela empresa neste período (julho de 2012 a junho de 2013), na expressão natural e monetária, são apresentada respectivamente nas figuras 2 e 3 a seguir. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 14 Figurа 2– Distribuição percentual dos recursos energéticos (julho de 2012 a junho de 2013) na expressão energética. Biomassa (Cavaco) 73% Energia elétrica 22% Gás Natural 5% Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 15 Figurа 3– Distribuição percentual dos recursos energéticos (julho de 2012 a junho de2013) na expressão monetária. Nas figuras 2 e 3 observa-se que a maior parte do consumo de recursos energéticos está relacionada à biomassa (73% na expressão energética e 53% na monetária), que é aproveitada plenamente para a produção de vapor na sala de caldeiras. O volume principal de energia elétrica é consumido com o acionamento elétrico dos equipamentos, e o volume total de gás natural é empregado para a secagem infravermelha de papel. Para recalcular os recursos energéticos consumidos de gás natural, biomassa e energia elétrica em TOE (Tonelada de Óleo Equivalente), foram utilizados os coeficientes apresentados na tabela 4. Tabela 4 – Coeficiêntes de conversão em TOE de recursos energéticos. Tipo de recurso energético UdM Valor Energia elétrica MWh 0,086 Biomassa (cavaco) t 0,312 Gás natural mil m 3 1,050 Os valores médios dos preços (tarifas) dos recursos energéticos no período de julho de 2012 a junho de 2013 são apresentados na tabela 5. Biomassa (Cavaco) 53% Energia elétrica 26% Gás Natural 21% Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 16 Tabela 5 – Valores médios dos preços dos recursos energéticos no período de julho de 2012 a junho de 2013. Recurso energético UdM Valor Energia elétrica (adquirida) R$/MWh 205,70 Energia elétrica (autoprodução) R$/MWh 25,00 Energia elétrica (para a venda) R$/MWh 125,00 Biomassa (cavaco) R$/m 3 35,00 Gás natural R$/ton 1 720,00 Nas figuras 4-6 são apresentadas respectivamente as variações do consumo de biomassa, gás natural e energia elétrica no período de julho de 2012 a junho de 2013, juntamente com o volume de produção da empresa registrado no mesmo período. Figurа 4– Comsumo de biomassa e volume de produção (julho de 2012 a junho de 2013). 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 10.000 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 Ju lh o 2 0 1 2 A go st o 2 0 1 2 Se te m b ro 2 0 1 2 O u tu b ro 2 0 1 2 N o ve m b ro 2 0 1 2 D ez em b ro 2 0 1 2 Ja n ei ro 2 0 1 3 Fe ve re ir o 2 0 1 3 M ar co 2 0 1 3 A b ri l 2 0 1 3 M ai o 2 0 1 3 Ju n h o 2 0 1 3 P ro d u çã o , t /m ê s C o n su m o d e c av ac o , m 3 / m ê s Cavaco Produção Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 17 Figurа 5– Comsumo de gás natural e volume de produção (julho de 2012 a junho de 2013). Figurа 6– Comsumo de energia elétrica e volume de produção (julho de 2012 a junho de 2013). 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 10.000 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000 100000 Ju lh o 2 0 1 2 A go st o 2 0 1 2 Se te m b ro 2 0 1 2 O u tu b ro 2 0 1 2 N o ve m b ro 2 0 1 2 D ez em b ro 2 0 1 2 Ja n ei ro 2 0 1 3 Fe ve re ir o 2 0 1 3 M ar co 2 0 1 3 A b ri l 2 0 1 3 M ai o 2 0 1 3 Ju n h o 2 0 1 3 P ro d u çã o , t /m ê s C o n su m o d e g ás n at u ra l, kg /m ê s Gas natural Produção 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 10.000 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 Ju lh o 2 0 1 2 A go st o 2 0 1 2 Se te m b ro 2 0 1 2 O u tu b ro 2 0 1 2 N o ve m b ro 2 0 1 2 D ez em b ro 2 0 1 2 Ja n ei ro 2 0 1 3 Fe ve re ir o 2 0 1 3 M ar co 2 0 1 3 A b ri l 2 0 1 3 M ai o 2 0 1 3 Ju n h o 2 0 1 3 P ro d u çã o , t /m ê s C o n su m o d e e n e rg ia e lé tr ic a , M W h /m ê s Energia eletrica Produção Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 18 Como se pode observar nos gráficos apresentados nas figuras 4-6, o consumo de biomassa, gás natural e energia elétrica na empresa apresenta o caráter irregular, sendo condicionado por vários fatores, tais como volume de produção, variedade do produto lançado e regime de funcionamento dos equipamentos básicos. O vapor é consumido pela máquina de papel e pelos trocadores de calor da seção de preparação de pasta. Atualmente não é previsto o controle de vapor nestas direções, portanto não é possível separar os volumes de consumo conforme cada consumidor. O fornecimento de energia elétrica e o consumo pelos setores principais da empresa no período de julho de 2012 a junho de 2013 são apresentados na tabela 6. Tabela 6 – Distribuição do fornecimento e do consumo de energia elétrica pelos setores no período dejulho de 2012 a junho de 2013. № do item Fornecimento/consumo Volume MWh % 1 Fornecimento de energia elétrica 51 857 100% 1.1 Copel 3 602 7% 1.2 Cachoeira 11 252 22% 1.3 BVII 37 003 71% 2 Consumo de energia elétrica 51 857 100% 2.1 Auxiliar 605 1% 2.2 MP1 5 335 10% 2.3 Aparas 10 464 20% 2.4 ETE 1 891 4% 2.5 Refinação 2 404 5% 2.6 MP3 21 629 42% 2.7 Caldeira 1 157 2% 2.8 Pasta Mecânica 6 851 13% 2.9 Externo 1 521 3% A distribuição percentual do consumo de energia elétrica pelos principais setores da empresa no período de julho de 2012 a junho de 2013 é apresentada na figura 7. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 19 Figurа 7– A distribuição percentual do consumo de energia elétrica pelos setores da empresa no período de julho de 2012 a junho de 2013. Como se pode observar na figura 7, os consumidores principais da energia elétrica na empresa são as subdivisões tecnológicas que participam do ciclo de produção de papel (MP3, Aparas, MP1, Pasta Mecânica), que consomem até 85% de toda a energia elétrica. O restante do consumo de energia elétrica (15%) cabe às subdivisões auxiliares responsáveis pelo fornecimento de água, ar comprimido e energia térmica. Fundamentado na análise dos dados de relatório do período 2012-2013 realizado pela empresa, calculou- se o consumo específico de recursos energéticos por tonelada de produto para cada mês. O gráfico que mostra o comportamento destes valores do consumo específico com o nível da produção mensal é apresentado na figura 8. Auxiliar 1% MP1 10% Aparas 20% ETE 4% Refinação 5% MP3 42% Caldeira 2% Pasta Mecânica 13% Externo 3% Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 20 Figurа 8– Relação entre o consumo específico de recursos energéticos por tonelada de produto e o volume de produção Observa-se na figura 8 que mesmo em níveis de produção bem próximos (por exemplo, em torno de 8 000 t/mês), os valores do consumo específico de recursos energéticos por tonelada de produto variam de 0,187 a 0,232 TOE/t, ou seja, uma diferença que chega a 20%. A mesma situação observa-se para um nível em torno de 8 600 t/mês, faixa em que os valores do consumo específico variam de 0,212 a 0,266 TOE/t, também com uma diferença que chega a 20%. 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 5.000 5.500 6.000 6.500 7.000 7.500 8.000 8.500 9.000 9.500 C o n su m o e sp e ci fi co , TO E/ t Produção mensal, t/mês Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 21 4 Avaliação da eficiência da utilização dos recursos energéticos Durante a auditoria energética foi realizada a análise da eficiência do funcionamento dos sistemas de fornecimento e de consumo de energia, desenvolvida com base nos dados fornecidos pela Ibema e nos valores efetivamente obtidos das medições instrumentais realizadas pela GCE. Além disso, foram realizados os cálculos e determinados os locais de uso ineficiente de recursos energéticos. 4.1 Sala de caldeiras Na sala de caldeiras da fábrica foram realizadas as medições dos parâmetros de funcionamento da unidade de caldeira e do sistema térmico da sala de caldeiras (Anexo D). Conforme os resultados obtidos das medições, foram calculados: o rendimento efetivo da caldeira e as perdas desnessárias que ocorrem no esquema térmico da sala de caldeiras. O rendimento da caldeira diminui 2,91% por causa da combustão química incompleta, ocorrida devido à regulagem incorreta da correlação combustível-ar. É possível eliminar a combustão química incompleta e aumentar o rendimento da caldeira, instalando um sistema automatizado da regulagem do fornecimento de ar necessário à combustão. Atualmente a regulagem é realizada com comportas; para aumentar a eficiência da utilização de energia elétrica na sala de caldeiras, propõe-se instalar inversores de frequência nos motores dos ventiladores de empuxo. As perdas por ineficiência no sistema térmico da sala de caldeiras são provocadas pela ausência de linhas de retorno de água de purga ao ciclo da sala de caldeiras. Atualmente água de purga e vapor formado são lançados ao esgoto e à atmosfera. O lodo acumulado nas instalações de tratamento da água de processo não é utilizado. Nas empresas de papel e celulose é comum a utilização de esquemas de extração de lodo dos reservatórios das instalações de tratamento, de sua preparação e de sua utilização como combustível, podendo alcançar até 10% do combustível fornecido à caldeira. Do ponto de vista econômico, torna-se interessante considerar a questão da utilização do lodo na sala de caldeiras da empresa. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 22 4.2 Redes de vapor O vapor da sala de caldeiras é encaminhado pelas principais redes de vapor a dois consumidores: a máquinda de papel e a seção de preparação de pasta. Durante a auditoria energética, foram elaborados os esquemas das redes de vapor com as indicações dos comprimentos (Anexo J). Nestas redes foram realizadas as medições instrumentais com o objetivo de calcular as perdas efetivas de energia térmica através do isolamento. Os cálculos mostraram que o nível das perdas térmicas efetivas correspondem ao normativo. Ao mesmo tempo, a armação de tubos não está isolada, o que provoca perdas irracionais. Propõe-se efetuar o isolamento da armação. A sala de caldeiras produz vapor na rede da fábrica com a pressão de 11 kgf/cm 2 ; na seção da máquina de papel, vapor é estrangulado até 6 kgf/сm 2 . Em lugar do estrangulamento, é recomendado utilizar a redução de pressão através de uma turbina de contrapressão para a produção de energia elétrica. 4.3 Consumidores de vapor A máquina de papel consome vapor nas etapas de secagem e de calandra. O vapor é fornecido aos cilindros da máquina de papel com os parâmetros necessários e às linhas de saturação. O condensado é retirado dos cilindros segundo o esquema cascata por meio dos reservatórios dilatadores, equipados com os retiradores de condensado. O vapor dos reservatórios dilatadores é encaminhado aos cilindros dos últimos degraus, onde se precisa de uma temperatura menor, e ao calorífero de ar atmosférico para ventilar a máquina de papel. Este esquema é o ideal do ponto de vista da utilização completa de energia térmica. A presença de vapor não condensado, depois dos retiradores de condensado, não foi registrada. Todo o condensado, depois da máquina de papel, é retornado com a temperatura de 95 o С à sala de caldeiras pelas bombas de condensado. A campânula da máquina de papel é ventilada pelos ventiladores-exaustores da ventilação forçada: o ar induzido passa pelo calorífero de vapor e o ar exaurido (úmido e quente) é lançado à atmosfera. Nos modelos contemporâneos de tubulações de máquinas de papel existem esquemas concernentes à utilização de energia térmica do ar da ventilação campânula da máquina de papel. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 23 4.4 Sistemas de fornecimento de energia elétrica No sistema de fornecimento de energia elétrica, foram realizadas as medições instrumentais dos parâmetros de carregamento da rede elétrica distribuidora da empresa. Os resultados das medições instrumentais, apresentados no Anexo A, demostram que o sistema de fornecimento de energia elétrica da empresa está funcionando sem perdas irracionais. Os transformadores de potência redutores da empresa têm o carregamento médio de 40,7%, o que indica a utilização racional da capacidade dos transformadores. A compensação da potência reativa é realizada nos pontos principais da rede distribuidora através da aplicação das instalações automáticas de capacitores nos barramentos de baixa tensão dos transformadores de potência,e também nos maiores receptores elétricos. Tal sistema de compensação da potência reativa é eficiente. 4.5 Equipamentos consumidores de energia elétrica Nos equipamentos consumidores de energia elétrica foram realizadas as medições instrumentais dos parâmetros de carregamento, as quias demostraram que estes equipamentos estão funcionando eficientemente, exceto alguns itens: A regulagem do compressor a parafuso CA-302 é efetuada com by-pass, que leva o compressor a funcionar em alívio até 44% do tempo de seu funcionamento. Para aumentar a eficiência energética do funcionamento dos compressores de ar comprimido propõe-se regular o funcionamento do compressor com o controle da frequência de rotação; A bomba ВС-316 está funcionando com a pressão elevada, que excede a pressão nominal em 28% e provoca consumo adicionais de energia elétrica. Para aumentar a eficiência energética do funcionamento da bomba propõe-se manter a pressão necessária através do controle da frequência de rotação, sendo necessário instalar um inversor de frequência no motor elétrico de acionamento da bomba; Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 24 4.6 Equipamentos auxiliares consumidores de eneregia elétrica Para avaliar a eficiência dos equipamentos auxiliares consumidores de energia elétrica foi realizada a análise da composição dos equipamentos dos sistemas de iluminação artificial e de condicionamento de ar, e também foram realizadas as medições da luminosidade dos locais de produção e administrativos da empresa. Em consequência, foram feitas as seguintes conclusões: 1. Estão sendo utilizadas as lâmpadas de vapor metálico, vapor de sódio e fluorescentes, tecnologias que apresentam os altos valores de rendimento luminoso, o que indica eficiência do sistema de iluminação artificial. Ao mesmo tempo, foi detectado o uso irracional das fontes de iluminação artificial: nas subestações elétricas, a iluminação artificial é utilizada quando os funcionários não estão presentes; em cima das áreas de produção: Sala de Escolha/Guilhotina e Cortadeira/Marquip, os paineis de iluminação natural estão sujos, o que torna necessário utilizar a iluminação artificial nos dias claros; na área de produção: Sala de Escolha, havendo iluminação natural que corresponde às normas, também é utilizada a iluminação artificial, que pode ser desligada. Propõe-se realizar medidas organizacionais que visam eliminar a utilização irracional das fontes de iluminação artificial; 2. O sistema de condicionamento de ar consiste dos aparelhos de janela e de painel, e também dos sistemas split e Roof top, dos quais 23% dos sistemas split e 87% dos aparelhos de janela têm a classe de eficiência energética de C a G, o que indica a baixa eficiência de utilização de energia elétrica para necessidades de condicionamento de ar. Para aumentar a eficiência, propõe-se substituir os aparelhos de ar condicionado por mais econômicos (da classe А-В). Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 25 5 Medidas de poupança de energia 5.1 Eliminação da combustão incompleta química na caldeira de vapor Para fornecer vapor à máquina de papel e à seção de preparação de pasta, a produção de vapor é realizada na própria sala de caldeiras da empresa, que é equipada com uma caldeira a vapor do modelo HBFS-25. O sistema da caldeira é equipado com o pré-aquecedor de ar. As características principais da caldeira são apresentadas na tabela 7. Tabela 7 – Principais características de datasheet da caldeira HBFS-25 Parâmetro UdM Valor Ano da entrada em operação – 2002 Pressão de vapor (absoluta) kgf/сm 2 12,0 Temperatura de vapor °C 183,2 Capacidade de geração de vapor kg/h 25 000 O vapor produzido é encaminhado nas tubulações de vapor da empresa. A vazão de vapor total depende das necessidades da produção, sendo em média de 20 t/h. A caldeira é alimentada com biomassa. Este combustível é comprado como resíduo da indústria florestal: cavaco e resíduos de casca. A esta biomassa são misturados também resíduos de produção de papel. Durante a auditoria energética, foram recolhidas as amostras do combustível. Os resultados da análise do combustível são apresentados no Anexo C. Os resultados finais da análise são apresentados nas tabelas 8 e 9 a seguir. A queima é efetuada na camada, na grelha móvel, com a injeção de ar primário por baixo da grelha e de ar secundário à area de fornalha da caldeira. Tabela 8 – Análise termotécnica Denominação Marcação UdM Valor Umidade Wr % 43,24 Teor de cinza Ar % 0,1 Teor de cinza por massa seca Ad % 0,18 Saída de voláteis Vr % 36,32 Saída de voláteis por massa combustível Vdaf % 64,1 Calor de combustão por bomba Qbr kJ/kg 15087 Calor de combustão superior Qsr kJ/kg 15064 Calor de combustão inferior Qir kJ/kg 13051 Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 26 Tabela 9 – Composição elementar da parte orgânica Denominação Marcação UdM Valor Carbono Cr % 34,56 Hidrogênio Hr % 4,2 Enxofre Sr % 0 Nitrogênio Nr % 0,4 Oxigênio Or % 17,52 Para as caldeiras a vapor, a título de indicador de eficiência, utiliza-se o rendimento bruto (%). O aumento deste indicador, através da aplicação de medidas de poupança energética, leva à economia de combustível. Com base nas medições instrumentais realizadas dos parâmetros de gases de escape da caldeira (Anexo D), foram efetuados os cálculos da eficiência de funcionamento. Os cálculos do rendimento são apresentados no Anexo E. Os resultados dos cálculos do rendimento são apresentados na tabela 10. Tabela 10 – Resultados dos cálculos do rendimento da caldeira a vapor Parâmetro UdM Valor Consumo anual de combustível (da sala de caldeiras) mil m 3 de cavaco 124,5 Proporção de excesso de ar – 1,2 Temperatura de gases de escape °C 180 Perdas com gases de escape q2 % 8,82 Perdas por queima química incompleta q3 % 1,41 Perdas por queima mecânica incompleta q4 % 2,13 Perdas através das superfícies protetoras q5 % 1,87 Rendimento % 85,77 Segundo os resultados dos cálculos, o rendimento efetivo da caldeira é de 85,77%. Os resultados das medições demonstraram uma combustão química incompleta no funcionamento da caldeira, causada pela injeção insuficiente de ar primário e secundário. As perdas causadas pela combustão química incompleta são de 1,41%. As perdas causadas pela combustão física incompleta são de 1,50%. O funcionamento da caldeira no regime normativo de funcionamento tem que excluir completamente a combustão química incompleta e parcialmente a física, havendo aumento do rendimento efetivo. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 27 O esquema de funcionamento do fluxo ar-combustível da caldeira é apresentado na Figura 9. Atualmente a injeção de ar à caldeira é controlada pelas comportas autimatizadas, instaladas nas tubulações de ar primário e secundário ante os ventiladores e no gasoduto de gases de escape, ante o exaustor. Quando é necessário aumentar a produção de vapor, o operador indica maior velocidade do fornecimento de cavaco ao tanque de alimentação da caldeira; simultaneamente ocorre o aumento da injeção de ar conforme o gráfico planejado para o controlador. Havendo redução do carregamento, ocorre o contrário: o operador indica menor velocidade de fornecimento de cavaco e, simultaneamente é reduzida a injeção de ar, provocando a formação intensiva de óxido carbônico (CO) e de fuligem, condicionada pela falta de ar para a quantidade do combustível que está na caldeira. Além disso, durante o regime estacionário de funcionamento da caldeira, foi detectada a proporção de excesso de ar atrás da fornalha (entre a fornalha e o pré-aquecedor de ar), igual a 1,11 (com o valor de oxigênio nos gasesde escape igual a 2,36 % de volume). A proporçao recomendada de excesso de ar para a fornalha de dada construção é considerada a 1,3. Por conseguinte, a combustão química incompleta é causada pela organização incorreta do controle da caldeira, que consiste tanto nos dados errôneos concernentes às posições das comportas reguladoras, quanto no princípio de funcionamento do controle em geral. Um sistema moderno de automação do processo de combustão oferece um modo de regulagem da injeção de ar independente do carregamento da caldeira. Tal modo tem uma vantagem, comparado com o atual: ele possibilita injetar a quantidade ideal de ar para o processo de combustão, independentemente da quantidade, da composição, da variedade e da umidade do combustível fornecido. O esquema de organização da regulagem da injeção de ar automatizada e independente é apresentada na Figura 10. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 28 Ar Ar Gases de escape Vapor Sistema de controle medidor de vazão Figurа 9– Esquema de funcionamento do fluxo ar-combustível da caldeira. Ar Ar Gases de escape Sistema de controle VFD VFD VFD Vapor Sistema de controle VFD medidor de vazão analisador de gases Figurа 10– Esquema de controle da injeção de ar automatizada e independente. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 29 O esquema apresentado na Figura 10 executa o controle da vazão do seguinte modo: analisador de gases, instalado na saída de gases de escape da fornalha, envia informações sobre o teor de oxigênio e monóxido de carbono (CO) presentes nos gases de escape para o controlador dos equipamentos de empuxo. Conforme a composição de gases de escape, determinam-se os parâmetros de funcionamento dos ventiladores de empuxo, regulando a vazão que atualmente é regulada por comportas. Propõe-se efetuar a regulagem dos ventiladores de empuxo alterando a velocidade de rotação, em vez das comportas atuais. Tal modo de regulagem dos ventiladores é mais econômico do ponto de vista do consumo de energia elétrica para o acionamento. Na Figura 11 é apresentada a comparação da potência do acionamento do ventilador regulado pela comporta e pela alteração da velocidade de rotação do ventilador. Figurа 11– Comparação da potência do acionamento do ventilador regulado pela comporta e pela alteração da velocidade de rotação do ventilador. 0 20 40 60 80 100 120 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 P o te n ci a , % Consumo, % COMPORTA ALTERAÇÃO DA VELOCIDADE DE ROTAÇÃO Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 30 Como se observa na Figura 11, nas ocasiões em que a vazão de ar diminui abaixo do valor nominal, a potência consumida em um sistema regulado com alteração da velocidade de rotação torna-se menor de que quando se aplica o estrangulamento com a comporta. Desse modo, conclui-se que a regulagem de vazão de ar com a alteração da velocidade de rotação do ventilador, assim como a regulagem do fluxo de gases de escape com a alteração da velocidade de rotação do exaustor, levará à redução do consumo de energia elétrica por estes equipamentos. O sistema automatizado da regulagem da injeção de ar possibilita eliminar completamente a combustão química incompleta e parcialmente a combustão física. O aumento do rendimento avalia-se em 2,91 %. Os cálculos do efeito econômico devido à instalação do sistema de regulagem são apresentados na tabela 11. Tabela 11 – Efeito econômico devido à instalação do sistema automatizado de regulagem da injeção de ar Parâmetro UdM Valor Economia de combustível: Aumento do rendimento devido à eliminação da combustão química incompleta % 2,91 Consumo anual de combustível m 3 /ano 124 517 Economia de combustível m 3 /ano 3 623 Preço do cavaco R$/m 3 35 Efeito econômico R$/ano 126 821 Economia de energia elétrica: Economia de energia elétrica MWh 151,7 Tarifa de energia elétrica R$/MWh 125 Efeito econômico R$/ano 18 963 Efeito econômico total R$/ano 145 783 O benefício econômico total da instalação do sistema automatizado de regulagem da injeção de ar avalia- se em R$ 145 783. Os cálculos dos investimentos necessários e do tempo de retorno do investimento desta medida são apresentados na tabela 12. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 31 Tabela 12 – Cálculos das despesas e do tempo de retorno do investimento na medida. Verba das despesas UdM Valor Controlador (inclui programação e montagem) R$ 140 000 Analisador de gases (inclui montagem) R$ 6 500 Inversor de frequencia de frequência R$ 45 257 Investimento total R$ 191 757 Tempo de retorno do investimento anos 1,3 Dos resultados da tabela 12 observa-se que os investimentos iniciais são de R$ 192 mil, sendo o tempo de retorno simples do investimento na medida de 1,3 anos. 5.2 Utilização de energia térmica da água da purga de caldeira A água de reposição chega à sala de caldeiras das instalações de tratamento (ETA) com a temperatura de 22°C. No momento da realização das medições, o volume da reposição era de 7,1 t/h. Nos filtros de tratamento químico ocorre desmineralização, e a àgua purificada quimicamente chega ao trocador de calor de resfriamento do condensado de produção. Depois disso, a àgua purificada quimicamente com a temperatura de 92°С e o condensado com a temperatura de 88°С chegam ao tanque de condensado. A sala de caldeiras não é equipada com deaeratores; oxigênio, dissolvido em àgua, é ligado com reagentes químicos que são acrescentados no tanque de condensado. O esquema térmico principal da sala de caldeiras é apresentado no Anexo F. Depois disso, a àgua de alimentação com a temperatura de 93°С, do tanque de condensado, é injetada pelas bombas ao tambor da caldeira. O vapor, produzido na caldeira, com uma pressão absoluta de 11,0 kgf/сm 2 e uma temperatura de 183 o С chega à rede da fábrica. Para eliminar sais de dureza, acumulados no tambor da caldeira, a instrução operacional da caldeira prevê realizar purgas periódicas. O contorno de purgas é mostrado esquematicamente na Figura 12. A construção da caldeira prevê 6 válvulas, que abrem manualmente 1 vez por hora por 10 segundos. Água de reposição chega ao tanque dilatador, vapor é lançado à atmosfera, àgua quente de reposição chega ao esgoto de águas pluviais. Para aumentar a eficiência energética do funcionamento do esquema térmico da sala de caldeiras, recomenda-se incluir dois trocadores de calor nas saídas do tanque dilatador no circuito da sala de caldeiras. Propõe-se encaminhar o vapor do tanque dilatador (Figura 13) para o aquecimento de água de alimentação depois da bomba de alimentação; e encaminhar o condensado para o aquecimento de água de reposição (purificada quimicamente) depois do bloco da purificação química de água. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 32 Condensado Vapor Vapor Para o esgoto Água de alimentação Figurа 12– Linha de purga periódica da caldeira atual. Condensado Vapor Para o esgoto Água de alimentação Figurа 13– Linha de purga periódica da caldeira com proposta. Os cálculos do efeito econômico devido ao aumento da eficiência energética do funcionamento do sistema térmico da sala de caldeiras são apresentados na tabela 13. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 33 Tabela 13 – Efeito econômico devido ao aumento da eficiência energética do funcionamento do sistema térmico da sala de caldeiras. Parâmetro UdM Valor Tempo de purga s 10 Quantidade de válvulas peça 6 Vazão de vapor de uma linha kg/s 2,0 Temperatura de vapor °С 183 Pressão de vapor (absoluta) kgf/сm 2 11,3Entalpia de vapor Kcal/kg 664 Tempo de funcionamento h/ano 8 000 Poder Calorífico de cavaco kcal/kg 3 117 Densidade de cavaco kg/m 3 370 Preço de cavaco R$/m 3 35 Vazão de água de lodo kg/s 1,8 Entalpia de água de lodo kcal/kg 95 Dados de cálculo: Perdas após uma série de purgas por hora kcal/h 69 446 Perdas anuais Gcal/ano 556 Perdas recalculadas em combustível Kg/ano 202 544 m 3 /ano 547 Perdas em expressão monetária R$/ano 19 160 O benefício econômico total desta ação de reaproveitamento de energia térmica para aquecimento da àgua de reposição avalia-se em R$ 19 160,00. Os cálculos das despesas com a medida e de seu prazo de retorno são apresentados na tabela 14. Uma previsão orçamentária para os equipamentos da empresa Gamarra é indicado no Anexo G. Tabela 14 – Investimentos iniciais e tempo de retorno simples da medida. Verba de despesas UdM Valor Trocador 01 – Vapor x Água R$ 11 440 Trocador 02 – Água x Água R$ 3 880 Tubulações e montagem R$ 30 000 Trabalhos de projeto R$ 15 000 Total R$ 60 320 Tempo de retorno anos 3,1 Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 34 Na tabela 14, observa-se que o investimento inicial total nesta medida é de R$ 60 mil, sendo o tempo de retorno simples do investimento na medida de 3,1 anos. 5.3 Instalação da turbina de contrapressão de vapor Atualmente a sala de caldeiras produz o vapor com uma pressão absoluta de 11,0 kgf/сm 2 e uma temperatura de 183 o С, com uma vazão média de 20 t/h que é entregue à rede de vapor. Para o funcionamento da parte de secagem da máquina de papel, a temperatura exigida é de 160 o С para os mais quentes cilindros de secagem. Esta temperatura corresponde à pressão de saturação de 6,3 kgf/сm 2 (absoluta). Para injetar o vapor com parâmetros necessários na máquina de papel, a redução da pressão é realizada com uma válvula redutora. Esta mesma redução de pressão pode ser atingida através de uma turbina a vapor de contrapressão. Na tabela 15 são apresentados os cálculos da alteração térmica existente, da potência elétrica média e da produção anual de energia elétrica na expressão natural e monetária. Propõe-se instalar uma turbina abaixo da passagem elevada do tubo de vapor na saída da sala de caldeiras. Tabela 15 – Cálculos da produção anual de energia elétrica pela turbina a vapor Parâmetro UdM Valor Vazão de vapor na entrada da turbina kg/h 20 000 Temperatura de vapor na entrada da turbina °C 183 Pressão de vapor na entrada da turbina (absoluta) kgf/сm 2 11 Entalpia de vapor na entrada da turbina kcal/kg 664 Pressão de vapor na saída da turbina (absoluta) kgf/сm 2 6,3 Temperatura de vapor na saída da turbina °C 160 Entalpia de vapor na saída da turbina kcal/kg 658 Rendimento da turbina % 80 Potência elétrica da turbina kW 111,6 Tempo de funcionamento h/ano 8 000 Produção anual de energia elétrica MWh 893 Tarifa de energia elétrica R$/MWh 125 Benefício econômico anual R$/ano 111 628 O benefício econômico devido à instalação da turbina avalia-se em R$ 111 628 anuais. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 35 Os cálculos dos investimentos iniciais com a medida e o tempo de retorno do investimento são apresentados na tabela 16. A proposta comercial do fornecimento completo da turbina foi feita por Open Joint Stock Company «Power machines» e é apresentada no Anexo H. Tabela 16 – Cálculos das despesas com a medida e do prazo de retorno do investimento V erba de despesas UdM Valor Preço da turbina R$ 843 544 Trabalhos de projeto e de montagem R$ 300 000 Despesas totais R$ 1 143 544 Prazo de retorno anos 10,2 Da tabela 16 observa-se que o investimento inicial com a instalação da turbina é de R$ 1 144 mil, sendo o tempo de retorno simples do investimento nesta medida de 10,2 anos. 5.4 Instalação do retentor de calor da capota da máquina de papel Para ventilar a parte convectiva da máquina de papel é injetado o ar atmosférico preparado (Figura 14), que passa pelo filtro, pelo ventilador e chega ao calorífero a vapor, onde é seco e aquecido. Depois de passar pela parte convectiva da máquna de papel, o ar quente e úmido é lançado à atmosfera por três ventiladores por meio de três dutos de ar com o diâmetro de 2 m. A mistura de ar e vapor, retirada da parte de secagem da máquina de vapor, possui o alto conteúdo de calor por causa da presença nela de grande quantidade de vapor e de alta temperatura. Junto com a mistura de ar e vapor, da parte de secagem é retirado aproximadamente 90% do calor do vapor de aquecimento, consumido durante o processo de secagem de papel. Com a finalidade de poupar esta energia térmica, são utilizados retentores de calor. Neste caso, é recomendado instalar o retentor de calor que consiste do trocador de calor a placas ar/ar, disposto na saída do ar quente da capota da máquina de vapor e que aquece o ar absorvido na entrada do calorífero da máquina de papel. Desta forma reduz-se o consumo de vapor pelo calorífero. O retentor de vapor proposto é apresentado na Figura 15. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 36 Figurа 14– Ventilação da parte convectiva da máquina de papel. Figurа 15– Aspecto do retentor de calor Durante as medições instrumentais, foram registrados os parâmetros do ar retirado da máquina de papel, que são apresentados na tabela 17. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 37 Tabela 17 – Parâmetros do ar retirado da máquina de papel Parâmetros UdM Valor Velocidade média do ar na saída dos defletores m/s 22 Umidade % 55 Temperatura o С 60 Temperatura do ar induzido o С 25 Para determinar o efeito econômico depois da aplicação do retentor de calor é necessário determinar sua carga térmica. Os cálculos da carga térmica e da área da superfície do retentor térmico são apresentados no Anexo I. Os resultados dos cálculos do efeito econômico devido à aplicação do retentor de calor são apresentados na tabela 18. Tabela 18 – Efeito econômico devido à aplicação do retentor de calor Parâmetro UdM Valor Economia de energia térmica kW 2 482 Gcal/h 2,13 Tempo de funcionamento da máquina de papel (MP3) h/ano 8 000 Economia de energia térmica Gcal/ano 17 072 Poder calorífico inferior do cavaco kcal/kg 3 117 Rendimento da caldeira % 88 Densidade de cavaco kg/m 3 370 Preço de cavaco R$/m 3 35 Paupança em combustível m 3 /ano 16 821 Potencial de poupança na expressão monetária R$/ano 588 750 Preço do trocador de calor R$ 2 000 000 Custo dos trabalhos de projeto e de montahem R$ 714 286 Investimento total R$ 2 714 286 Tempo de retorno do investimento anos 4,61 Convém ressaltar que o preço do retentor de calor e o custo dos trabalhos de projeto e de montagem precisam ser especificados com os fornecedores do equipamento, pois este não é fabricado em série, mas por encomenda segundo projetos individuais. Os valores apresentados foram assumidos conforme o preço dos materiais e dos trabalhos de montagem. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 38 5.5 Isolamento das válvulas das tubulações de vapor Durante a auditoria energética na empresa, foram examinadas as redes de fornecimento de vapor. Os esquemas desenhados a partir das redes de vapor existentes conforme cada setor são apresentados no Anexo J. As características principais das redes de vapor da empresa são apresentadas na tabela 19. Tabela 19 – Características principais das redes de vapor da empresa Equipamento UdM Extensão/quantidade Tubulação dn=254 mm m 264 Tubulação dn=203 mm m 133 Cremona Dу (diâmetro convencional) 10´´ peça 5 Cremona Dу (diâmetro convencional) 8´´ peça 1 O indicador de eficiência dofuncionamento das redes de vapor é o valor associado às perdas de energia térmica através do isolamento das tubulações de vapor. Os resultados dos cálculos das perdas térmicas, efetuados a partir dos dados das medições instrumentais realizadas na empresa, são apresentados no Anexo K. Nos cálculos de perdas térmicas através do isolamento, a temperatura do meio ambiente foi aceita aigual a 25°C (temperatura anual média para a cidade de Guarapuava). Com base nos resultados dos cálculos foram determinadas as perdas efetivas totais e foi realizada uma comparação entre estas perdas calculadas (efetivas) e os dados normativos de perdas nas redes de vapor. O tempo de funcionamento das tubulações de vapor principais foi adotado igual a 8 000 hora por ano (considerando as paradas para manutenção). Um resumo dos resultados dos cálculos é apresentado na tabela 20. Tabela 20 – Os resultados dos cálculos de perdas de energia térmica através do isolamento das redes de vapor Local Trecho Perdas normativas Perdas efetivas Consumo de vapor no ano 2012 Perdas normativas relativas Perdas efetivas relativas m Gcal/ano Gcal/ano Gcal/ano % % Tubulações de vapor 396,8 267 390 107 629 0,25 0,36 Cremonas 6 peças 149 11 – – – Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 39 A partir dos dados obtidos, pode-se observar que as perdas efetivas são comparáveis com as normativas, o que indica que o isolamento térmico não precisa ser substituido ou reparado e garante o nível normal de perdas. Destaca-se o valor de perdas relativas, abaixo de 1 % nos dois casos. O valor baixo de perdas relativas deve-se aos trechos curtos das redes de vapor, devido à bem planejada disposição da fonte de fornecimento de calor e dos consumidores de vapor. Entretanto, verificou-se que as válvulas das tubulações da sala de caldeiras e o divisor (tee) no setor da preparação de fibra não estão isoladas (Figura 16), o que provoca perdas adicionais desnecessárias. Segundo observa-se na tabela 20, o valor das perdas efetivas é de 138 Gcal/ano. Figurа 16– Válvulas do coletor de vapor da sala de caldeiras É útil observar o efeito econômico devido ao isolamento das válvulas. Na tabela 21 são apresentados os cálculos do efeito econômico, das despesas com o isolamento e do tempo de retorno simples do investimento na medida. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 40 Tabela 21 – Cálculos do efeito econômico, das despesas com o isolamento e do tempo de retorno simples do investimento na medida. Parâmetro UdM Valor Perdas na armação não isolada Gcal/ano 138 Poder calorífico do cavaco kcal/kg 3117 Rendimento da caldeira % 88,0 Densidade do cavaco kg/m 3 370 Preço de cavaco R$/m 3 35 Perdas recalculadas em combustível m 3 /ano 136 Potencial de poupança de energia R$ 4 759 Custo dos materiais e do trabalho R$ 5 714 Prazo de retorno do investimento anos 1,20 Da tabela 21 observa-se que o tempo de retorno simples do investimento nesta medida é de 1,2 anos. 5.6 Utilização do lodo de esgoto a título de combustível A empresa dispõe de instalações de tratamento do esgoto industrial e doméstico. Água de esgoto passa pela purificação mecânica na área industrial, depois disso chega às instalações de tratamento afastadas, onde passa sucessivamente 304 e 302 aerotanques. Depois disso, passa através do tanque clareador e é lançada ao meio ambiente. Atualmente propõe-se vários modos de extração e processamento de lodo excedente. O esquema da utilização de lodo ativo é apresentado a título de exemplo na Figura 17. São comuns as tecnologias de preparação de lodo para utilizá-lo como combustível em caldeiras energéticas, o que pode servir não apenas como uma medida de poupança de energia, mas também como uma medida ambiental no que diz respeito à redução do impacto com a eliminação de lodo. Junto com a queima de lodo na sala de caldeiras, existem tecnologias de obtenção de metano do processo de fermentação de lodo, que também é utilizado com sucesso a título de combustível de caldeira. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 41 Reservatório inicial Tratamento primário Tratamento secundário Componentes biológicos Fermentação Secagem Saída de água Reservatório de aclaramento Ar Saída para utilização Decantado Água Retorno do lodo Figurа 17– Exemplo do esquema de utilização de lodo ativo Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 42 Devido à especificidade e dificuldade de escolher uma tecnologia adequada de preparação de lodo para a empresa, é necessário colaborar com uma empresa especializada nos sistemas de tratamento e utilização do esgoto e capaz efetuar análises necessárias de água de esgoto, fazer a fundamentação técnico- econômica, propor a composição de equipmentos adequados e anunciar o custo de realização do projeto. Ademais, propõe-se avaliar o efeito da aplicação da medida com base nos dados estatísticos, obtidos das empresas analisadas anteriormente. Os cálculos do efeito econômico devido à realização da medida são apresentados na tabela 22. Tabela 22 – Cálculos do efeito econômico devido à realização da medida Parâmetro UdM Valor Volume de descarga m 3 /h 250 Porcentagem do resto sólido seco de lodo % 0,25 Poder calorífico inferior do lodo funcional kcal/kg 1 500 Poder calorífico inferior do cavaco kcal/kg 3 117 Densidade do cavaco kg/m 3 370 Preço do cavaco R$/m 3 35 Volume anual de descarga t/ano 2 000 000 Produção anual de lodo seco t/ano 5 000 Produção anual de energia térmica Gcal 7 500 Quantidade equivalente de cavaco substituído t/ano 2 406 m 3 /ano 6 503 Efeito econômico devido à substituição de cavaco R$/ano 227 610 Na tabela 23 são apresentados os cálculos das despesas com a medida e do tempo de retorno do investimento. Tabela 23 – Cálculos das despesas com a medida e do tempo de retorno do investimento Parâmetro UdM Valor Custo dos trabalhos de projeto e de montagem R$ 400 000 Preço do equipamento R$ 1 500 000 Investimento Total R$ 1 900 000 Tempo de retorno do investimento anos 8,35 Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 43 Assim como na medida do item 5.4, atualmente não é possível determinar o custo exato dos trabalhos de projeto e de montagem, assim como do frete. Na tabela 23, são apresentados os dados aproximados estimados, elaborados com base na experiência da instalação do equipamento em outras empresas da área. Da tabela 23 observa-se que o tempo de retorno simples do investimento na medida é de 8,35 anos. 5.7 Instalação do compressor de ar com inversor de frequência O ar comprimido é produzido na empresa nos compressores rotativos de parafuso lubrificados (Atlas Copco da série GA) e é utilizado no funcionamento dos equipamentos pneumáticos e dos aparelhos de controle e medição. A pressão é mantida na rede no nível de 6,9 bar (100 psi). Na tabela 24, são apresentados os principais parâmetros nominais dos equipamentos de compressão. Tabela 24 – Parâmetros nominais dos equipamentos de compressão № Item Fabricante Modelo do compressor Pressão nominal, psi Potência nominal, kW 1 200-CA-302 Atlas Copco GA 75 110FF 100 93 2 200-CA-303 Atlas Copco GA 75 110FF 100 93 3 500-CA-306 Atlas Copco GA 75 110FF 100 93 4 500-CA-305 Atlas Copco GA 37 110FF 100 37 Todos os compressores estão funcionando paralelamente em um único coletor. A capacidade dos compressores é regulada passo a passo, desligando uma parte deles, e também com a by-pass de uma parte de ar da injeção à entrada. Não há dispositivos de medição de ar comprimido produzido e de energia elétrica consumida pelos equipamentos de compressão. É registrado apenaso tempo de funcionamento de cada compressor. Os dados do tempo de funcionamento dos compressores no período de dezembro 2009 a setembro 2013 são apresentados no Anexo L. Na Figura 18 é indicada a quantidade média dos compressores em funcionamento, calculada com base no tempo de funcionamento no período de dezembro 2009 a setembro 2013. . Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 44 Figurа 18– Funcionamento médio dos compressores, calculada com base no tempo de funcionamento no período de dezembro 2009 a setembro 2013. Na Figura 18, pode-se observar que a quantidade média dos compressores em funcionamento durante o período analisado altera-se de 0,45 a 2,32 unidades, o que indica uma significativa alteração do volume de produção de ar comprimido. Na figura 19, é apresentada a comparação da eficiência de vários modos de regulagem da capacidade de compressores. 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 4 0 1 7 0 4 0 2 3 2 4 0 2 9 1 4 0 3 5 2 4 0 4 1 3 4 0 4 7 4 4 0 5 3 5 4 0 5 9 7 4 0 6 5 6 4 0 7 1 7 4 0 7 7 8 4 0 8 3 9 4 0 9 0 0 4 0 9 6 2 4 1 0 2 2 4 1 0 8 3 4 1 1 4 4 4 1 2 0 5 4 1 2 6 6 4 1 3 2 8 4 1 3 8 7 4 1 4 4 8 4 1 5 0 9 Q au n ti d ad e d e c o m p re ss o re s, u n id ad e s Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 45 Figurа 19– Comparação da eficiência de vários modos de regulagem da capacidade de compressores Na figura apresentada pode-se observar que o mais eficiente modo de regulagem da capacidade dos compressores (que garante o maior rendimento relativo) é a regulagem de frequência. Para determinar o regime de funcionamento dos equipamentos de compressão, foram realizadas as medições instrumentais dos parâmetros de carregamento dos compressores em funcionamento. Durante a realização das medições instrumentais, estavam funcionando dois compressores: 200-CA-302 e 200-CA- 303. Os restantes estavam desligados. Nas figuras 20 e 21 são apresentados os gráficos da variação da potência consumida dos compressores 200-CA-302 e 200-CA-303, obtidos com base nos resultados das medições (a parte verde do gráfico corresponde ao regime de funcionamento do compressor com carregamento, a parte vermelha – ao regime em alívio). Os resultados das medições dos parâmetros de carregamento dos compressores de ar são apresentados no Anexo M. 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 50% 55% 60% 65% 70% 75% 80% 85% 90% 95% 100% R e la ti ve e ff ic ie n cy Capacity Variable speed drive Bypass from outlet to inlet Compressed air drop Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 46 Figurа 20– Variação da potência demandada pelo compressor 200-CA-302. Figurа 21– Variação da potência demandada pelo compressor 200-CA-303. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 9 :4 3 :4 5 0 9 :4 3 :5 1 0 9 :4 3 :5 7 0 9 :4 4 :0 3 0 9 :4 4 :2 0 0 9 :4 4 :2 4 0 9 :4 4 :3 0 0 9 :4 4 :3 6 0 9 :4 4 :4 2 0 9 :4 4 :4 8 0 9 :4 4 :5 4 0 9 :4 5 :0 0 0 9 :4 5 :0 6 0 9 :4 5 :1 2 0 9 :4 5 :1 8 0 9 :4 5 :2 4 0 9 :4 5 :3 0 0 9 :4 5 :3 6 0 9 :4 5 :4 2 0 9 :4 5 :4 8 0 9 :4 5 :5 4 0 9 :4 6 :0 0 P o te n ci a, k W 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 9 :4 9 :4 9 0 9 :4 9 :5 1 0 9 :4 9 :5 7 0 9 :5 0 :0 3 0 9 :5 0 :0 9 0 9 :5 0 :1 5 0 9 :5 0 :2 1 0 9 :5 0 :2 7 0 9 :5 0 :3 3 0 9 :5 0 :3 9 0 9 :5 0 :4 5 0 9 :5 0 :5 1 0 9 :5 0 :5 7 0 9 :5 1 :0 3 0 9 :5 1 :0 9 0 9 :5 1 :1 5 0 9 :5 1 :2 1 0 9 :5 1 :2 7 0 9 :5 1 :3 3 0 9 :5 1 :3 9 0 9 :5 1 :4 5 0 9 :5 1 :5 1 0 9 :5 1 :5 7 0 9 :5 2 :0 3 0 9 :5 2 :0 9 0 9 :5 2 :1 5 0 9 :5 2 :2 1 P o te n ci a, k W Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 47 Nos gráficos das figuras 20 e 21, pode-se observar o seguinte: a potência consumida do compressor 200-CA-303 não se altera e equivale ao valor da potência nominal, o que indica o carregamento completo do compressor; a potência consumida do compressor 200-CA-302 altera-se. Ocorre a alternação periódica dos regimes de funcionamento de carga (a potência média de 85,3 kW) e do regime em alívio (a potência média de 41 kW), o que corresponde à regulagem do compressor com a by-pass de ar: o compressor injeta o ar comprimido; depois de alcançar a pressão máxima, a válvula de by-pass abre automaticamente, e o compressor passa ao regime em alívio. Desse modo, para reduzir o consumo com a produção de ar comprimido propõe-se regular a capacidade do compressor alterando sua velocidade de rotação. A economia será atingida por conta da exclusão do funcionamento do compressor no regime em alívio, o que, por sua vez, reduzirá a potência consumida pelo compressor. A tal finalidade será necessário instalar o novo compressor com o inversor de frequência Atlas Copco GA75 VSD. Para o compressor 200-CA-303, o consumo por hora de energia elétrica foi de 18,2 kWh no regime em alívio e 47,5 kWh no regime de carga. Os cálculos do efeito econômico devido à aplicação da medida, foram realizados com base nos efetivos parâmetros de funcionamento do compressor. Os resultados dos cálculos são apresentados na tabela 25. Tabela 25 – Cálculos do efeito econômico devido à aplicação da medida Parâmetro UdM Regulagem com by-pass Regulagem com alteração da velocidade de rotação Potência do compressor kW 65,7 47,5 Tempo de funcionamento do equipamento h/ano 8 600 Economia anual com energia elétrica MWh/ano 156,7 R$/ano 19 587,8 Os cálculos das despesas com a medida e do tempo de retorno do investimento são apresentados na tabela 26. O custo do compressor de parafuso da companhia Atlas Copco é apresentado no Anexo M. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 48 Tabela 26 – Cálculos das despesas com a medida e do tempo de retorno do investimento Despesas UdM Valor Compressor de ar GA75 VSD com inversor de frequência R$ 118 893 Trabalhos de montagem R$ 5 944,7 Despesas totais R$ 124 837,7 Tempo de retorno anos 6,4 Da tabela 26 observa-se que as despesas capitais são de R$ 124,8 mil, sendo o tempo de retorno simples do investimento de 6,4 anos. 5.8 Administração racional do sistema de iluminação O sistema de iluminação artificial da empresa consiste da iluminação industrial, das áreas interiores e das exteriores. Os dados concernentes às fontes de iluminação artificial são apresentados no Anexo M. A distribuição percentual da quantidade e da capacidade instalada das fontes de iluminação artificial conforme o tipo das lâmpadas utilizadas é apresentada nas Figuras 22-23. Figurа 22– Distribuição percentual da quantidade das fontes de iluminação artificial conforme o tipo das lampadas utilizadas. Metalica 34,6% Fluorescente 55,4% Sódio 9,7% Incandescente 0,2% Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 49 Figurа 23– Distribuição parcelar da potência estabelecida das fontes de iluminação artificial conforme o tipo das lampadas utilizadas. Nos dados apresentados, pode-se observar que na empresa predominam as fontes de iluminação artificial com as lâmpadas de vapor metálico, de sódio e fluorescentes (no total: 99,9% da capacidade instalada dos sistemas de iluminação artificial). A parcela das luminárias com lâmpadas incandescentes ocupa 0,1% da capacidade instalada. Atualmente existe uma série de modelos de lâmpadas que variam conforme suascaracterísticas de utilização. A comparação das características de vários tipos de lâmpadas é apresentada na tabela 27. Metalica 80,4% Fluorescente 15,0% Sódio 4,5% Incandescente 0,1% Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 50 Tabela 27 – Comparação das características de vários tipos de fontes de iluminação. Tipo da fonte de iluminação Vida útil Eficiência luminosa horas lm/W Lâmpadas incandescentes 1000 8-17 Lâmpadas quartzo-halógenas 2 000 - 4 000 20-25 Lâmpadas fluorescentes 10 000 – 12 000 50-80 Lâmpadas fluorescentes compactas 5 000 – 12 000 40-80 Lâmpadas vapor de mercúrio 10 000 – 13 000 50-60 Lâmpadas de vapor metálico 9 000 – 12 000 90-100 Lâmpadas vapor de sódio 15 000 – 20 000 100-120 Iluminação LED 50 000 – 100 000 80-120 Na tabela, pode-se observar que as lâmpadas de vapor metálico, de sódio e fluorescentes, que são utilizadas na empresa, possuem os valores elevados de eficiência luminosa e do tempo médio de vida útil. Com base neste fato, pode-se concluir a respeito da alta eficiência do sistema de iluminação artificial da empesa. Durante a realização da auditoria energética na empresa, foi registrada a utilização irracional das fontes de iluminação artificial. Podem-se destacar os seguintes locais da utilização irracional de energia elétrica para a iluminação: nas subestações elétricas, a iluminação artificial usa-se quando por dentro não há funcionários; no telhado das salas operárias da sala de escolha, da guilhotina e da cortadeira/Marquip, as telhas transparentes estão sujas, o que gera a necessidade de usar a iluminação artificial durante um dia claro; na área operária da sala de escolha (Figura 25), havendo iluminação natural, correspondente às normas, utiliza-se também a iluminação artificial, que pode ser desligada. Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 51 Figurа 24– Sala de escolha, de guilhotina e da cortadeira/Marquip. Figurа 25– Sala de escolha. Para reduzir a despesas com energia elétrica utilizada para iluminação, propõe-se realizar as seguintes medidas organizacionais: desligar a iluminação artificial nas subestações; Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 52 limpar as telhas transparentes no tehado das salas operárias da sala de escolha, de Guilhotina e de Cortadeira/Marquip; desligar a iluminação artificial na área operária da sala de escolha nos dias claros. Os resultados dos cálculos do potencial de poupança energética devido à realização das medidas organizacionais orientadas para reduzir o consumo de energia elétrica utilizada para iluminação são apresentados na tabela 28. Tabela 28 – Economia energética devido à realização das medidas organizacionais orientadas para reduzir o consumo de energia elétrica utilizada para iluminação. Parâmetro UdM Número de medida 1 2 3 Capacidade instalada kW 4,64 8,05 1,6 Tempo de funcionamento anual h/ano 4 000 2 500 2 500 Consumo de energia elétrica MWh 18,56 20,12 4 Tarifa de energia elétrica R$/MWh 125 125 125 Benefício econômico R$/ano 2 320 2 516 500 Desse modo, o efeito devido à realização das medidas organizacionais no sistema de iluminação é de 42,7 MWh/ano, que com uma tarifa de energia elétrica igual a 125 R$/MWh é de R$ 5 335,75 anuais. 5.9 Aplicação do inversor de frequência na bomba 300-ВС-316 Durante a auditoria energética verificou-se que a bomba ВС-316 funciona com a pressão elevada, que é atingida com um consumo de energia elétrica adicional. Este fato deve-se à regulagem da capacidade das bombas com estrangulamento. Na regulagem com alteração da velocidade de rotação do eixo da bomba, perdas causadas pela pressão excessiva desaparecem e o consumo de energia elétrica diminui. O consumo de energia elétrica na regulagem de frequência de equipamentos de bombas depende da capacidade e da necessidade de atingir valores de pressão preestabelecidos. A potência necessária para manter a vazão e a pressão necessária (o regime nominal de funcionamento da bomba), pode ser calculada segundo a fórmula: onde: é a densidade do fluído (kg/m3); Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 53 é a aceleração da gravidade (9,81 m/s2); – rendimento da bomba. A poupança de energia elétrica depois da aplicação do inversor de frequência pode ser calculada segundo a fórmula: onde: – potência consumida atual do equipamento, obtida no final da medição instrumental. Na Figura 26 é apresentada a comparação entre a potência consumida da bomba ВС-316 havendo regulagem com comporta ou com alteração da velocidade de rotação. Figurа 26– Сomparação entre a potência consumida da bomba ВС-316 havendo regulagem com estrangulamento ou com alteração da velocidade de rotação. Os cálculos do efeito econômico devido à aplicação da medida foram realizados com base nos efetivos parâmetros de funcionamento da bomba ВС-316. Os resultados dos cálculos são apresentados na tabela 29. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 0 80 160 240 320 360 P o te n ci a, k W Vazão, l/min Regulagem com valvula Regulagem de RPM Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 54 Tabela 29 – Cálculos do efeito econômico devido à aplicação da medida de variação da velocidade de rotação da bomba ВС-316. Parâmetros UdM Regulagem com comporta Regulagem com alteração da velocidade de rotação Vazão m 3 /h 210,0 210,0 Potência no eixo da bomba kW 32,5 25,2 Rendimento - 0,71 0,73 Consumo específico de energia elétrica kWh/m 3 0,15 0,12 Poupança anual de energia elétrica MWh 63,80 R$ 7 974,9 A regulagem da frequência de rotação da bomba possibilitará reduzir o consumo de energia elétrica em 63,8 MWh/ano. Com a tarifa de energia elétrica de 125 R$/MWh a poupança será de R$ 7 974,9 anuais. Para realizar a medida propõe-se utilizar um inversor de frequência Siemens Sinamics V50 com a potência de 75 CV. Os cálculos das despesas com a medida e do tempo de retorno do investimento são apresentados na tabela 30. Tabela 30 – Cálculos das despesas com a medida e do prazo de retorno do investimento Despesas UdM Valor Inversor de frequência Siemens Sinamics V50 com a potência de 75 CV R$ 15 750 Trabalhos de montagem e frete R$ 3 150,0 Investimento inicial R$ 18 900,0 Tempo de retorno do investimento anos 2,4 Da tabela 30 se observa que as despesas iniciais são de R$ 18,9 mil, sendo o tempo de retorno simples do investimento na medida de 2,4 anos. 5.10 Substituição dos equipamentos de ar condicionado Para criar e manter temperaturas preestabelecidas, nos ambientes de trabalho fechados da empresa, utilizam-se vários sistemas de ar condicionado. Entre os modelos dos sistemas utilizados na empresa estão: de janela; split; Relatório de auditoria energética Ibema Cia. Brasileira de Papel 55 de telhado (Roof Top); de painel. A lista dos equipamentos de ar condicionado instalados é apresentada no Anexo P. Os indicadores de eficiência energética dos equipamentos de ar condicionado são os coeficientes de eficiência energética no regime de resfriamento (EER) e de aquecimento (COP), os quais se determinam segundo as fórmulas: onde: – potência de resfriamento, kW; – potência de aquecimento, kW; – potência consumida elétrica, kW; Para os equipamentos de ar condicionado do tipo de janela e de splitão, efetua-se a classificação conforme a classe de eficiência energética. Na tabela 31, é apresentada a correspondência das classes de eficiência energética dos equipamentos
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