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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Curso de Serviço Social 
 
NAIARA OLIVEIRA COELHO 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO PROCESSO DE ADOÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Grande, MS 
2020 
 
 
NAIARA OLIVEIRA COELHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO PROCESSO DE ADOÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à Universidade Estácio de Sá como 
requisito parcial para obtenção de grau Bacharel em 
Serviço Social. 
 
Orientadora: Profª. Taciana Lopes Bertholino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Grande, MS 
2020 
 
SUMÁRIO 
 
 
1.0 Introdução .......................................................................................................................... 5 
1.1 Adoção no Brasil: Contexto e Direito...................................................................................6 
1.2 O processo de adoção e seus aspectos..................................................................................8 
1.3 O processo de adoção para casais homoafetivos..................................................................9 
2.0 A Nova Lei da Adoção ......................................................................................................9 
2.1 O Estatuto da Criança e do Adolescente e suas Alterações com a Nova Lei de 
Adoção......................................................................................................................................11 
2.2 Quadro comparativo ..........................................................................................................12 
3.0 O Papel do Estado na Proteção da Adoção ....................................................................21 
3.1 O Papel e a Importância do Assistente Social no Processo de Adoção .............................22 
4.0 Considerações finais ........................................................................................................25 
5.0 Referências Bibliográficas .............................................................................................27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coelho, Naiara Oliveira. O Papel do Assistente Social no Processo de Adoção. Trabalho de 
Conclusão de Curso TCC (Graduação em Serviço Social). Universidade Estácio de Sá – 
Campo Grande/MS 2020. 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem como proposta uma reflexão relacionado ao papel do profissional do 
Serviço Social no processo de adoção, sua atuação e responsabilidade no acompanhamento 
deste menor durante e pós o processo. Apresentaremos os principais fatores históricos e 
esclarecimentos legais sobre a história da adoção no Brasil e os passos que devem ser 
seguidos por aqueles que querem adotar, contextualizando o espaço em que o profissional de 
Serviço Social é inserido, assim como também o auxilio na criação do que é hoje a Lei nº 
8.069, chamada de Estatuto da Criança e do Adolescente, em conjunto com os principais 
responsáveis pela efetivação desses direitos: o Estado, a família e a sociedade, esclarecendo, 
de forma concisa, o papel de cada um no processo de adoção, dando ênfase no papel do 
Assistente Social nesse processo. O papel desse profissional e sua importância é nítido e 
perceptível em todo processo de adoção através de suas habilidades técnicas, capazes de 
garantir os direitos dos cidadãos, inclusive das crianças e adolescentes. Nesse contexto sua 
ação se manifesta de suma importância oferecendo orientação e esclarecimento à família que 
pretende adotar, ajudando na compreensão sobre os trâmites do processo judicial e avaliando 
juntamente com a equipe multidisciplinar se a mesma está apta a assumir os cuidados de um 
filho através da adoção. A metodologia adotada foi de estudo exploratório, leitura, pesquisa 
bibliográfica e documental, considerando o levantamento de dados qualitativos realizados 
durante o curso em serviço social. 
 
 
Palavras-chave: Assistente Social; Adoção; ECA; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.0 Introdução 
 
O Assistente Social e responsável por fazer uma análise da realidade social e 
institucional, a fim de intervir na melhoria de condições de vida da criança e do adolescente 
no processo de adoção, surge do intuito de esclarecer a sociedade, todas as etapas desse 
processo que apesar das leis de adoção terem sido atualizadas o processo ainda é lento e 
burocrático, neste contexto o profissional de Serviço Social é fundamental, pois é o elo entre a 
criança e o adolescente que não possuem mais um lar e a família natural e a família que busca 
acolher esta criança e/ou adolescente, para um novo recomeço, oportunizando criação de 
laços afetivos, onde será possível encontrar a proteção, amor e o amparo conforme preconiza 
o Estatuto da Criança e do adolescente-ECA e a Constituição Federal. 
Obtendo como necessidade de se esclarecer acerca de da importância do Assistente 
Social e também os conceitos jurídicos e da normatividade vigente em relação ao instituto da 
adoção, a pesquisa pretende, inicialmente, contextualizar historicamente as possibilidades e os 
limites de quem opta por acolher crianças e adolescentes e o papel preponderante do 
profissional para o acompanhamento do referido processo. 
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a adoção pode ser 
considerada, como uma forma de agregar de forma totalitária o adotado à sua nova família, 
sendo consequentemente, afastado de sua família de sangue irrevogavelmente. Segundo o 
ECA, art. 39 § 1o: “A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer 
apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família 
natural ou extensa”. Com a Nova Lei da Adoção (Lei 10.210/09), a qual nos embasamos e 
reportaremos, houve uma maior organização das normativas que orientam os procedimentos 
para formalizar a adoção e, nesse sentido, houve uma maior inserção do Assistente Social, 
nesse campo. 
Com isso, considera-se que essa temática é de extrema relevância para a área de 
conhecimento do Serviço Social, uma vez que, com embasamento teórico consistente, pode-se 
atuar de maneira mais efetiva no processo da adoção. A participação do Assistente Social é 
parte fundamental no processo de adoção, uma vez que dá suporte e apoio em todas as etapas 
do processo referido, através de orientações técnicas, às famílias que estão atravessando o 
processo da adoção. 
No primeiro momento, apresento o processo de adoção no Brasil e seus aspectos, 
fazendo uma aproximação conceitual histórica sobre o assunto na realidade e condição 
brasileira, em seguida a parte mais conceitual e burocrática do processo de adoção, suas 
barreiras, o processo de adoção e a institucionalização de crianças e adolescentes, assim como 
também trazendo a tonas as diversas leis de ampara e proteção à criança e a adolescente. 
Abordaremos o processo de adoção para casais homoafetivos e a nova lei da adoção, o perfil 
da adoção (criança/adolescentes e adotantes), os procedimentos para realização da adoção no 
Brasil e sobre. E por último, apontaremos o papel do Estado em todo processo referido. 
 A pesquisa tem como objetivo geral entender o processo de adoção e seus tramites, as 
alterações no estatuto da criança e do adolescente com a nova lei de adoção e o objetivo 
específico esclarecer a importância do assistente social em todo o processo de adoção, tendo 
como preocupação principal a análise jurídica e legal, bem como o necessário cuidado com a 
criança e adolescente em todo acompanhamento. A metodologia adotada foi de estudo 
exploratório, leitura, pesquisa bibliográfica e documental, considerando o levantamento de 
dados qualitativos realizados durante o curso em serviço social. 
 
1.1 Adoção no Brasil: Contexto e Direito 
 
O processo da adoção no Brasil se faz presente desde o período da colonização 
portuguesa. No início, este ato esteve relacionada diretamente com caridade, onde os 
melhores financeiramenteprestavam assistência aos mais desprovidos, sendo assim chamados 
de “filhos de criação”. Para Paiva (2004) a situação destes “filhos de criação” nunca era 
regulamentada, servindo sua permanência como oportunidade para mão-de-obra gratuita e, ao 
mesmo tempo, prestar auxílio aos mais necessitados, como ato religioso. 
Essa herança dos “filhos de criação” aponta Weber (2001), contribuiu 
significativamente para que, até os dias atuais, esta forma de filiação fosse carregada de mitos 
e preconceitos. A prática ilegal de registrar como filho uma criança nascida de outra pessoa, 
sem passar pelos trâmites legais em cartório, conhecida popularmente como adoção à 
brasileira, até os anos 1980 constituía cerca de 90% das adoções no país. 
Segundo Silva (2009), ainda existe uma prática similar nos tempos atuais. Àquela do filho de 
criação, conhecida por circulação de crianças, geralmente pela casa de parentes ou padrinhos 
que possuem uma melhor situação financeira. Difere da adoção nos termos atuais, porque não 
há compromisso legal e também porque, ao primeiro sinal de desobediência ou contestação de 
autoridade realizada pela criança, ela é devolvida aos pais. Há também a Roda dos Expostos 
que surgiu, no País, no século XVIII, trazida pelos brancos europeus seguindo os costumes de 
Portugal e eram instaladas nas Santas Casas de Misericórdia. A primeira foi instalada em 
1726, em Salvador e a segunda em 1738, no Rio de Janeiro. Vale lembrar que a Roda dos 
Expostos existiu no Brasil até 1950, sendo o último país a abolir (SILVA, 2009). 
Foi somente no ano e 1828 que pela primeira vez que a adoção como forma legítima, 
através da legislação teve como principal função solucionar o problema de casais sem filhos. 
Logo após, o Código Civil de 1916 (Lei 3071/16) postula que, além de a adoção ser permitida 
apenas para casais sem filhos, poderia ser revogada e o adotando não perderia o vínculo com a 
família biológica. Nesse período, aponta Cunha (2011) o procedimento para adoção era 
judicializado e, consequentemente, cabia aos juízes de primeira instância o dever de confirmar 
o ânimo dos interessados em audiência, onde havia a expedição da carta de perfilhamento, 
que é a carta que oficializa o ato da adoção em si. 
No ano de 1957 com a Lei 3.133/57 acontece nova reformulação, que revoga que as 
pessoas que já possuíam filhos poderiam adotar, porém ao filho adotivo não haveria direito à 
herança. Esse fato só foi modificado em 1965, em que o adotado passa a ter os mesmos 
direitos legais do filho biológico (legitimação adotiva) e interrompe os vínculos com a família 
biológica. Foi somente em 1988, com a Constituição Federal, que a lei passou a tratar de 
maneira igualitária os filhos, sendo eles biológicos ou não. E é justamente a partir dessa lei 
que o Estatuto da Criança e do Adolescente se fundamenta e cria seu alicerce, onde não há 
diferenciação entre filhos legítimos e adotivos e há o rompimento dos vínculos de parentesco 
com a família de origem. 
Foi no ano de 1990, com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA) (BRASIL, Lei nº 8.069), que passou a vigorar no país um novo modelo com relação à 
assistência à infância e à adolescência, que promoveu grandes avanços. A promulgação da 
ECA teve como base os princípios adotados pela Declaração dos Direitos das Crianças de 
1959 e pela Convenção sobre os Direitos da Criança, defendida pela Organização das Nações 
Unidas em 1989. Embora legalmente o ECA tenha possibilitado falar em igualdade de direitos 
para filhos biológicos e adotivos, para esta lei a adoção aparece como medida secundária de 
colocação de crianças e adolescentes em uma família, posto que prega ser primeiramente um 
direito de aqueles serem criados em suas famílias biológicas (SILVA, 2009). 
Ao se estabelecer a adoção como forma de colocação em família adotante, para 
satisfação do direito da criança e do adolescente à convivência familiar e comunitária, o 
referido Estatuto corrigiu algumas falhas até então existentes e estabeleceu diferentes 
possibilidades de adoção, como: a adoção unilateral (um dos cônjuges adota o filho do 
companheiro), a adoção singular ou monoparental (realizada por pessoas solteiras, viúvas, 
separadas ou divorciadas) e a adoção conjunta (realizada por casais). No que se refere à 
adoção monoparental, o apoio dado pela família extensa é fundamental tanto para a inserção 
da criança em sua nova família como para acolher o adotante e ajudá-lo a elaborar suas 
inseguranças (DEPIERI, 2015). 
Vale ressaltar que além da adoção, o ECA prevê duas outras formas de acolhimento de 
uma criança ou adolescente por uma família: a guarda e a tutela. A guarda (Art. 33 a 35) 
implica o dever de ter a criança ou adolescente consigo e prestar assistência material, moral e 
educacional. Destina-se a regularizar a posse de fato da criança, podendo ser deferida 
liminarmente nos processos de adoção ou tutela. Fora destes casos, o juiz pode deferir a 
guarda excepcionalmente para suprir a falta eventual dos pais. A tutela (Art. 36 a 38) implica 
necessariamente o dever de guarda, somando-se ainda o poder de representar o tutelado nos 
atos da vida civil e da administração de seus bens. Diferentemente da guarda, a tutela não 
coexiste com o poder familiar, cuja perda, ou ao menos suspensão, deve ser previamente 
decretada (SILVA, 2009). 
 
1.2 O processo de adoção e seus aspectos 
 
Para que de fato aconteça processo de adoção na sua totalidade, tem-se que haver a 
destituição do poder familiar ou a sua extinção por orfandade, amparado pelo artigo 1635, 
inciso V, do Código Civil. A orfandade ocorre pela morte de ambos os pais e quando o filho 
não possui nenhum parente próximo para ser seu guardião legítimo, como aponta o artigo 
1635, inciso I do Código Civil. Apontado por Barbosa (2006), a destituição do poder familiar 
se dá quando há comprovação de algumas dessas situações: abandono, violência ou 
negligência. Isso ocorre quando os direitos das crianças são violados pelos pais ou 
responsáveis e que haja denúncia fundamentada de pessoas próximas (artigo 1638 do Código 
Civil, inciso I a IV). Somente após a comprovação e tentativa pelo Poder Público de manter 
essa criança junto com a família biológica, é que o juiz pode determinar o afastamento dessa 
criança, a perda do poder familiar e a posterior liberação para a adoção. Abaixo descrevem-se 
algumas das principais situações que podem gerar destituição, segundo Barbosa (2006), 
apoiada no Código Civil, artigo 1635, incisos I ao V: 
 
• Abuso físico: empurrar ou agarrar, bater ou jogar objetos, chutar, morder ou 
dar murros, espancar, queimar, ameaçar ou usar facas/armas; 
• Abuso psicológico: rejeitar, isolar, aterrorizar, ignorar, criar expectativas 
irreais ou exigências extremadas a respeito de seu rendimento escolar, 
interferir negativamente sobre a criança/adolescente, induzindo a uma 
autoimagem destrutiva e negativa; 
• Abuso sexual: quando existe um ato ou jogo sexual, relação hetero ou 
homossexual, cujo agressor esteja em estágio de desenvolvimento psicossexual 
mais adiantado que o da criança ou adolescente; 
• Negligência: omissão de cuidados básicos como privação de medicamentos, 
alimentos, ausência de proteção contra calor ou frio; 
• Abandono: ausência de responsável pela criança/adolescente. A criança fica 
exposta a várias formas de perigo, sendo afastada do convívio familiar e 
grupal; 
• Exploração do trabalho infantil: como forma de contribuir financeiramente 
com a renda familiar ou para sua própria subsistência. 
 
1.3 O processo de adoção para casais homoafetivo 
 
No que diz respeito à adoção de crianças por homossexuais, aponta Depieri, (2015) o 
Estatuto, em seu artigo 42, institui que “podem adotar os maiores de vinte e um anos, 
independentemente do estado civil”; assim, embora não autorize, também não a veda. Por 
conseguinte, não é difícilprever que uma pessoa homossexual, venha pleitear e obter a 
adoção de uma criança. 
A família não se define exclusivamente em razão do vínculo entre um homem e uma 
mulher ou da convivência dos ascendentes com seus descendentes. Também pessoas 
do mesmo sexo ou de sexo diferentes, ligadas por laços afetivos, sem conotação 
sexual, merecem ser reconhecidas como entidades familiares. Assim, a prole ou a 
capacidade procriativa não são essenciais para que a convivência de duas pessoas 
mereça a proteção legal, descabendo deixar de fora do conceito de família às relações 
homoafetivas. (DIAS, 2001. p.102). 
 
 
2.0 A Nova Lei da Adoção 
 
Após quase duas décadas de criação, o Estatuto da Criança e do Adolescente sofre por 
intermédio da Lei nº 12.010, de 03 de agosto de 2009, sua primeira grande reforma, a 
chamada “Lei Nacional de Adoção”, que promoveu alterações em nada menos que 54 
(cinquenta e quatro) artigos da Lei nº 8.069/90 e estabeleceu inúmeras outras inovações 
legislativas. 
Segundo Digiácomo, (2009) as novas regras foram naturalmente incorporadas ao texto 
da Lei nº 8.069/90 sem alterar sua essência, realçando e deixando mais claros, acima de tudo, 
os princípios que norteiam a matéria e os deveres dos órgãos e autoridades públicas 
encarregadas de assegurar o efetivo exercício do direito à convivência familiar para todas as 
crianças e adolescentes, inclusive no âmbito do Poder Judiciário, que passa a ter a obrigação 
de reavaliar periodicamente (no máximo, a cada seis meses) a situação de cada criança ou 
adolescente abrigada, na perspectiva de sua reintegração à família de origem ou, se 
comprovadamente impossível tal solução, sua colocação em família substituta, em qualquer 
de suas modalidades (guarda, tutela ou adoção) ou seu encaminhamento a programas de 
acolhimento familiar. 
Também fica sob responsabilidade do Poder Judiciário a; 
Obrigação da criação e manutenção de cadastros estaduais e nacional de adoção, 
além daqueles existentes em cada comarca, bem como de desenvolver, em conjunto 
com outros órgãos, cursos ou programas de orientação (que a lei chama de 
preparação psicossocial) para pessoas ou casais interessados em adotar, de modo a 
estimular a adoção de crianças maiores de três anos e adolescentes, grupos de irmãos 
ou pessoas com deficiência, que representam, hoje, o maior contingente de 
abrigados em todo o Brasil, além de evitar a ocorrência, não rara, infelizmente, de 
violação de direitos e abandono de crianças e adolescentes adotados por seus pais 
adotivos (DIGIÁCOMO, 2009, p.5). 
Outro momento de avanço que podemos mencionar, foi a aprovação da Lei Nacional 
de Adoção, em 03 de agosto de 2009 (BRASIL, Lei nº 12.010 /2009). A nova Lei dispõe não 
apenas sobre a adoção, mas também procura aperfeiçoar a sistemática prevista no ECA 
(BRASIL, Lei nº 8.069/90) para garantia do direito à convivência familiar, em suas mais 
variadas formas, a todas as crianças e adolescentes (SILVA, 2009). 
A Lei Nacional de Adoção foi incorporada ao texto do ECA sem alterar sua essência, 
realçando e deixando mais claros aspectos que eram considerados muito vagos, além de 
sugerir alterações importantes. A intenção, aponta Silva (2009) é que as mudanças propostas 
pela nova Lei agilizem a adoção no Brasil com o estabelecimento de prazo para a destituição 
do poder familiar em caso de violência ou abandono da criança. Com isto, a criança não 
poderá ficar além de dois anos nos abrigos sem que sua situação com a família biológica 
tenha sido resolvida. 
Pelo sistema anterior, ressalta Depieri (2015) não havia tempo máximo para a duração 
do acolhimento institucional. A fixação de um tempo delimitado e a obrigatoriedade de 
justificar quando o prazo for superado fará com que o direito da criança/adolescente de viver 
em uma família seja privilegiado em detrimento da permanência em uma instituição. Assim, 
os abrigos terão que enviar relatórios semestrais ao Poder Judiciário sobre a situação de cada 
criança. 
A implementação dessa nova lei 
Tem por objetivo, de um lado, evitar abrigamentos injustificados (e injustificáveis, 
como são os casos daqueles efetuados pelas próprias famílias e/ou motivados pela 
falta de condições materiais) e, de outro, assegurar que as crianças e adolescentes 
abrigados tenham sua situação permanentemente monitorada pela autoridade 
judiciária e pelos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do 
direito à convivência familiar, na perspectiva de promover, da forma mais célere 
possível, a reintegração familiar (medida preferencial, que deve ser precedida ou 
acompanhada do encaminhamento da família aos referidos programas e serviços de 
orientação/apoio/promoção social) ou, quando isto não for possível, por qualquer 
razão plenamente justificada, sua colocação em família substituta, nas diversas 
modalidades previstas (dentre as quais se incluem os programas de acolhimento 
familiar, também referidos pela nova lei). (DIGIÁCOMO, 2009, p. 3). 
 
Este novo modelo, tem também como proposta evitar que as entidades que executam 
programas de acolhimento institucional, assim como as crianças e adolescentes que lá se 
encontrem fiquem “isolados” e/ou deixem de se integrar a outros programas e serviços 
(públicos, fundamentalmente) destinados a garantir o efetivo exercício do direito a 
convivência familiar por todas as crianças e adolescentes inseridas no referido programa. Um 
dos programas que possuem a tendência de integração são os conhecidos como Acolhimento 
Familiar, modalidade em que uma família recebe auxílio do governo – geralmente, aponta 
Depieri (2015) 75% de um salário mínimo e uma cesta básica – para abrigar uma criança ou 
adolescente por tempo indeterminado, até que seja adotada ou tenha condições de voltar para 
a família natural. 
 
2.1 O Estatuto da Criança e do Adolescente e suas Alterações com a Nova Lei de 
Adoção. 
 
No dia 13 de julho de 1990, foi sancionada a Lei nº 8.069, passando a vigorar um novo 
estatuto legalizado, objetivando modificar o instituto da adoção e trouxe consigo a 
confirmação do que o Código de Menores já ressaltava. Essa aprovação resultou através de 
uma organização do movimento da sociedade civil, que lutou e reivindicou para que houvesse 
cidadania inclusiva de crianças e adolescentes, assim construindo um marco jurídico para toda 
a coletividade (sociedade) e especialmente para os que se preocupam com as necessidades de 
proteção e educação, criou-se então mecanismos que protejam nas áreas de assistência social, 
educação e saúde, o que também deixa evidente que crianças e adolescente não são objetos e 
sim sujeitos de direitos e deveres, sem distinguir sua classe social, raça, ou qualquer forma de 
discriminação. Mencionado também no novo estatuto, mecanismos que protejam no âmbito 
da assistência social, educação e saúde. 
Em 03 de agosto de 2009, foram sancionadas modificações no Estatuto da Criança e 
do Adolescentes, tendo em vista alterações em alguns procedimentos de adoção. Estas 
alterações têm por desígnio garantir que as crianças e adolescente tenham direito de conviver 
com seus familiares e em comunidade, e a adoção sendo determinada em última opção. Na 
Cartilha de Adoção, traz à tona a seguinte reflexão do ponto de vista jurídico; 
Do ponto de vista jurídico, a adoção é um procedimento legal que consiste em 
transferir todos os direitos e deveres de pais biológicos para uma família substituta, 
conferindo para crianças/adolescentes todos os direitos e deveres de filho, quando e 
somente quando forem esgotados todos os recursos para que a convivência com a 
família original seja mantida. Cartilha de adoção. 
 
As alterações realizadas no Estatuto da Criança e do Adolescente foram feitas em 30 
artigos e foram acrescentados 16 novos artigos, onde focalizou o direito a convivência 
familiar, as mudanças enfoque foram às seguintes: 
 
➢ Assistência a gestante; 
➢ Prazo para abrigamento; 
➢ Adoçãode irmãos; 
➢ Maiores de 12 anos; 
➢ Perfil dos pais; 
➢ Estagio de convivência; 
➢ Preparação dos adotantes; 
➢ Cadastro Nacional; 
➢ Prioridade de adoção; 
➢ Adoção internacional; 
➢ Adoção direta; 
 
2.2 Quadro Comparativo 
 
Entre outros avanços que foram sancionados na nova lei, faremos um quadro 
comparativo entre o Estatuto da criança e do Adolescente e as modificações da Nova Lei da 
adoção, apresentando como era e como ficou implantada esta lei. Os quadros Comparativos 
que aqui serão apresentados, são resultados de trabalho das profissionais da Assistência Social 
Carla Cristina Sorrilha RAMPAZZO e Suelen Nara Matos MATIVE, 2010. 
 
QUADRO 1 – Comparação Art. 8° e 13° do ECA com Art. 8° e 13° da Lei 
n°12.010/09. 
Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema 
Único de Saúde, o atendimento pré e perinatal. 
§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes 
níveis de atendimento, segundo critérios médicos 
específicos, obedecendo-se aos princípios de 
regionalização e hierarquização do Sistema. 
§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente 
pelo mesmo médico que a acompanhou na fasepré-
natal. 
§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio 
alimentar à gestante e à nutriz que dele 
necessitem 
 
Art. 8º § 4 o Incumbe ao poder público 
proporcionar assistência psicológica à gestante e 
à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como 
forma de prevenir ou minorar as consequências 
do estado puerperal. 
 
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo 
deverá ser também prestada a gestantes ou mães 
que manifestem interesse em entregar seus filhos 
para adoção.”(NR 
 
Como aponta as autoras, no artigo oitavo acrescentou o acompanhamento e a 
assistência psicológica as gestantes no período anterior ao nascimento, esta assistência 
psicológica prestada é destacado tanto neste artigo como no artigo 13, que reafirma a 
obrigatoriedade da assistência psicológica as gestantes que tenham o interesse de entregar 
seu filho a adoção, para que estas mães não deixem em risco suas vidas e a de seu filho, já 
que neste momento tão delicado a gestante (genitora) deve ser bem acolhida e orientada. Este 
artigo também ressalta um novo dispositivo que traz a obrigatoriedade do encaminhamento 
da mãe ao juizado, pois evitara aproximações indevidas de pessoas que querem adotar a 
criança e não previamente habilitados pelo Poder Judiciário e nem inscritos no Cadastro 
Nacional deAdoção (RAMPAZZO e MATIVE, 2010). 
 
QUADRO 2 – ComparaçãoArt. 19 do ECA com Art. 19º da Lei 12.010/09 
Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser 
criado e educado no seio da sua família e, 
excepcionalmente, em família substituta, assegurada 
a convivência familiar e comunitária, em ambiente 
livre da presença de pessoas dependentes de 
substâncias entorpecentes. 
 
Art. 19. 
§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver 
inserido em programa de acolhimento familiar ou 
institucional terá sua situação reavaliada, no 
máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade 
judiciária competente, com base em relatório 
elaborado por equipe interprofissional ou 
multidisciplinar, decidir de forma fundamentada 
pela possibilidade de reintegração familiar ou 
colocação em família substituta, em quaisquer das 
modalidades previstas no art. 28 desta Lei. 
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em 
programa de acolhimento institucional não se 
prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo 
comprovada necessidade que atenda ao seu superior 
interesse, devidamente fundamentada pela 
autoridade judiciária. 
§ 3o A manutenção ou reintegração de criança ou 
adolescente à sua família terá preferência em 
relação a qualquer outra providência, caso em que 
será esta incluída em programas de orientação e 
auxílio, nos termos do parágrafo único do art. 23, 
dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos 
I a IV do caput do art. 129 desta Lei.” (NR) 
 
 
Este artigo é um grande avanço da nova lei, pois veio afirmar novamente o caráter 
provisório do conceito de abrigamento, pois na lei anterior o juiz fazia sua justificação e 
baseava apenas na entrada no abrigo e na saída, não tendo um mecanismo de controle sobre 
aqueles que estavam institucionalizados, já com a nova lei, os sistemas de proteção devem 
trabalhar avaliando constantemente a necessidade da criança e adolescente de permanecer na 
instituição, devendo os casos serem reavaliados periodicamente. Outra novidade importante 
é a definição de um tempo máximo para o abrigamento, e também a obrigação de fazer a 
justificativa quando o prazo for ultrapassado, esta nova decisão fará com que a criança e o 
adolescente tenham o direito de viver em um âmbito familiar seja biológico ousubstituto 
(RAMPAZZO e MATIVE, 2010). 
 
QUADRO 3 – Comparação Art. 25°do ECA com Art. 25°da Lei n°12.010/09 
Art. 25 - Entende-se por família natural a 
comunidade formada pelos pais ou qualquer deles 
e seus descendentes. 
 
Art.25. Parágrafo único. Entende-se por família 
extensa ou ampliada aquela que se estende para 
além da unidade pais e filhos ou da unidade do 
casal, formada por parentes próximos com os quais 
a criança ou adolescente convive e mantém vínculos 
de afinidade e afetividade. 
 
 
Aqui, nota-se a seriedade da acepção do que é família ampliada, reafirmando que 
não bastam somente os laços de sangue, e sim a necessidade de uma boa afinidade e 
afetividade, sendo considerada fundamental para o direito a convivência familiar de maneira 
mais completa (RAMPAZZO e MATIVE, 2010). 
 
QUADRO 4 – Comparação Art. 28°do ECA com Art. 28°da Lei n°12.010/09 
Art. 28. 
A colocação em família substituta far-se-á mediante 
guarda, tutela ou adoção, independentemente da 
situação jurídica da criança ou adolescente, nos 
termos desta Lei. 
§ 1º Sempre que possível, a criança ou adolescente 
deverá ser previamente ouvido e a sua opinião 
Art.28 
§ 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente 
será previamente ouvido por equipe interprofissional, 
respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de 
compreensão sobre as implicações da medida, e terá 
sua opinião devidamente considerada. 
§ 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, 
devidamente considerada. 
§ 2º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o 
grau de parentesco e a relação de afinidade ou de 
afetividade, a fim de evitar ou minorar as 
consequências decorrentes da medida. 
 
será necessário seu consentimento, colhido em 
audiência. 
§ 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o 
grau de parentesco e a relação de afinidade ou de 
afetividade, a fim de evitar ou minorar as 
consequências decorrentes damedida. 
§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob 
adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, 
ressalvada a comprovada existência de risco de abuso 
ou outra situação que justifique plenamente a 
excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, 
em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos 
vínculos fraternais. 
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em 
família substituta será precedida de sua preparação 
gradativa e acompanhamento posterior, realizados 
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da 
Infância e da Juventude, preferencialmente com o 
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da 
política municipal de garantia do direito à 
convivênciafamiliar. 
§ 6o Em se tratando de criança ou adolescente 
indígena ou proveniente de comunidade 
remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: 
I - que sejam consideradas e respeitadas sua 
identidade social e cultural, os seus costumes e 
tradições, bem como suas instituições, desde que não 
sejam incompatíveis com os direitos fundamentais 
reconhecidos por esta Lei e pela Constituição 
Federal; 
II - que a colocação familiar ocorra 
prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto 
a membros da mesmaetnia; 
III - a intervenção e oitiva de representantes do 
órgão federal responsável pela política indigenista, 
no casode crianças e adolescentes indígenas, e de 
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou 
multidisciplinar que irá acompanhar o caso.” (NR) 
 
 
No artigo 28, no §1º parágrafo, ressaltava que o adolescente deveria ser ouvido 
antecipadamente e ter suas sugestões consideradas, agora, a nova composição prediz o 
desempenho dos serviços auxiliares e ficam incumbidos de auxiliar a Justiça da Infância e da 
Juventude, passando a ter competência de escutara criança e o adolescente referente à 
demanda de adoção, alguns juízes já adotavam essas medidas, mas a lei veio com intuito 
dereforçar. 
Este novo artigo ressalta a importância da equipe técnica (assistentes sociais, 
psicólogos) em aplicar a oitiva do adotando não sendo mais uma opção da autoridade 
judiciária. Outra novidade é a expressão colhida em audiência, onde obriga a concretização 
de um ato explicito pelo juiz, tendo a presença do Ministério Público, ainda ressalta que na 
extensão desta ação, as demais configurações de colocação em família substituta, pois 
anteriormente era somente para a adoção. 
No parágrafo quarto da nova regra coloca a seriedade de manter os irmãos unidos. 
E no parágrafo sexto traz a importância do dispositivo que se refere a criança 
quilombola ou indígena tendo a obrigação do tratamento diversificado, está questão afeta um 
extenso grupo de pessoas ajudando a evitar as adoções que desobedecem a ascendência 
étnica dessas crianças, deixando-as em circunstância de vulnerabilidade (RAMPAZZO e 
MATIVE, 2010). 
 
QUADRO 5 – Comparação Art. 42°do ECA com Art. 42°da Lei n°12.010/09 
Art. 42. Podem adotar os maiores de vinte e um 
anos, independentemente de estado civil. 
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os 
irmãos do adotando. 
§ 2º A adoção por ambos os cônjuges ou 
concubinos poderá ser formalizada, desde que 
um deles tenha completado vinte e um anos de 
idade, comprovada a estabilidade da família. 
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis 
anos mais velho do que o adotando. 
§ 4º Os divorciados e os judicialmente separados 
poderão adotar conjuntamente, contanto que 
acordem sobre a guarda e o regime de visitas, e 
desde que o estágio de convivência tenha sido 
iniciado na constância da sociedade conjugal. 
§ 5º A adoção poderá ser deferida ao adotante 
que, após inequívoca manifestação de vontade, 
vier a falecer no curso do procedimento, antes de 
prolatada a sentença. 
 
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) 
anos, independentemente do estado civil. 
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que 
os adotantes sejam casados civilmente ou 
mantenham união estável, comprovada a 
estabilidade da família. 
§ 4o Os divorciados, os judicialmente separados 
e os ex-companheiros podem adotar 
conjuntamente, contanto que acordem sobre a 
guarda e o regime de visitas e desde que o 
estágio de convivência tenha sido iniciado na 
constância do período de convivência e que seja 
comprovada a existência de vínculos de 
afinidade e afetividade com aquele não detentor 
da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da 
concessão. 
§ 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que 
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será 
assegurada a guarda compartilhada, conforme 
previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002 - Código Civil. 
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, 
após inequívoca manifestação de vontade, vier a 
falecer no curso do procedimento, antes de 
prolatada a sentença.” 
 
 
 
 
 
Neste artigo corrige-se a redação que fixou a idade em 18 anos, reforça a alternativa 
do legislador de não acolher a adoção por pessoas do mesmo sexo, considerando como sendo 
pai ou mãe. No parágrafo quarto adverte novamente a importância da afinidade e afetividade, 
devendo estar presente nas pessoas que querem adotar conjuntamente, mesmo sendo 
divorciadas e separadas judicialmente. 
O parágrafo quinto nos traz a guarda compartilhada sendo uma responsabilidade 
conjunta de mães e pais que não vivem no mesmo teto, mas que tenham uma boa relação 
entre eles e os filhos, está medida já era adotada por algunsjuízes (RAMPAZZO e MATIVE, 
2010). 
 
QUADRO 6 – Comparação Art. 46°do ECA com Art. 46°da Lei n°12.010/09 
 
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de 
convivência com a criança ou adolescente, pelo 
prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas 
as peculiaridades do caso. 
§ 1º O estágio de convivência poderá ser 
dispensado se o adotando não tiver mais de um ano 
de idade ou se, qualquer que seja a sua idade, já 
estiver na companhia do adotante durante tempo 
suficiente para se poder avaliar a conveniência da 
constituição do vínculo. 
§ 2º Em caso de adoção por estrangeiro residente 
ou domiciliado fora do País, o estágio de 
convivência, cumprido no território nacional, será 
de no mínimo quinze dias para crianças de até dois 
anos de idade, e de no mínimo trinta dias quando 
se tratar de adotando acima de dois anos deidade. 
 
Art. 46................................................................... 
§ 1º O estágio de convivência poderá ser 
dispensado se o adotando já estiver sob tutela ou 
guarda legal do adotante durante tempo suficiente 
para que seja possível avaliar a convivência da 
constituição do vinculo. 
§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si 
só, a dispensa da realização do estágio de 
convivência. 
§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal 
residente ou domiciliado fora do País, o estágio de 
convivência, cumprido no território nacional, será 
de no mínimo 30 (trinta) dias. 
§ 4º O estágio de convivência será acompanhado 
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça 
da Infância e da Juventude, preferencialmente com 
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da 
política de garantia do direito à convivência 
familiar, que apresentarão relatório minucioso 
acerca da convivência do deferimento da 
medida.(NR) 
 
 
A antiga redação destacava que o estágio de convivência poderia ser suspenso caso o 
adotando fosse maior de um ano de idade, ou independentemente de qual for a sua idade e 
que já permanecesse na companhia do adotante por algum tempo que fosse suficiente para 
que pudesse ser permitida a avaliação de convivência e da constituição do vinculo. 
A nova regra decreta a tutela ou a guarda legal, e não basta a simples guarda para que 
o juiz de direito dispense o estágio de convivência, no terceiro parágrafo destaca o estágio de 
convivência na suposição da adoção internacional, o prazo mínimo de estágio unificou-se 
para o prazo de trinta dias, independente da idade que a criança e o adolescente têm. 
É importante destacar que no parágrafo quarto destaca a importância do apoio técnico 
(assistente social e psicólogo), onde dará suporte a Justiça da Infância e da Juventude, 
através das execuções de políticas que garantam o direito de uma criança ou adolescente ter 
uma boa convivência familiar (RAMPAZZO e MATIVE, 2010). 
 
QUADRO 7 – Comparação Art. 50°do ECA com Art. 50°da Lei n°12.010/09 
 
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada 
comarca ou foro regional, um registro de crianças 
e adolescentes em condições de serem adotados e 
outro de pessoas interessadas na adoção. 
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após 
prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, 
ouvido o Ministério Público. 
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado 
não satisfazer os requisitos legais, ou verificada 
qualquer das hipóteses previstas no art.29. 
 
Art.50. ................................................................... 
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será 
precedida de um período de preparação psicossocial 
e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça 
da Infância e da Juventude, preferencialmente com 
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da 
política municipal de garantia do direito à 
convivência familiar. 
§ 4o Sempre que possível e recomendável, a 
preparação referida no § 3o desteartigo incluirá o 
contato com crianças e adolescentes em acolhimento 
familiar ou institucional em condições de serem 
adotados, a ser realizado sob a orientação, 
supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça 
da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos 
responsáveis pelo programa de acolhimento e pela 
execução da política municipal de garantia do direito 
à convivência familiar. 
§ 5o Serão criados e implementados cadastros 
estaduais e nacional de crianças e adolescentes em 
condições de serem adotados e de pessoas ou casais 
habilitados à adoção. 
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou 
casais residentes fora do País, que somente serão 
consultados na inexistência de postulantes nacionais 
habilitados nos cadastros mencionados no § 5º deste 
artigo. 
§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria 
de adoção terão acesso integral aos cadastros, 
incumbindo-lhes a troca de informações e a 
cooperação mútua, para melhoria do sistema. 
§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo 
de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das 
crianças e adolescentes em condições de serem 
adotados que não tiveram colocação familiar na 
comarca de origem, e das pessoas ou casais que 
tiveram deferida sua habilitação à adoção nos 
cadastros estadual e nacional referidos no § 5o deste 
artigo, sob pena de responsabilidade. 
§ 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar 
pela manutenção e correta alimentação dos 
cadastros, com posterior comunicação à Autoridade 
Central Federal Brasileira. 
§ 10. A adoção internacional somente será deferida 
se, após consulta ao cadastro de pessoas ou casais 
habilitados à adoção, mantido pela Justiça da 
Infância e da Juventude na comarca, bem como aos 
cadastros estadual e nacional referidos no § 5o deste 
artigo, não for encontrado interessado com 
residência permanente no Brasil. 
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal 
interessado em sua adoção, a criança ou o 
adolescente, sempre que possível e recomendável, 
será colocado sob guarda de família cadastrada em 
programa de acolhimento familiar. 
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação 
criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas 
pelo Ministério Público. 
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor 
de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado 
previamente nos termos desta Lei quando: 
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; 
II - for formulada por parente com o qual a 
criança ou adolescente mantenha vínculos de 
afinidade e afetividade; 
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou 
guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou 
adolescente, desde que o lapso de tempo de 
convivência comprove a fixação de laços de 
afinidade e afetividade, e não seja constatada a 
ocorrência de má-fé ou qualquer das situações 
previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. 
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o 
candidato deverá comprovar, no curso do 
procedimento, que preenche os requisitos 
necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei. 
 
Os acréscimos deste artigo foram positivos, reafirma sua necessidade e regulamenta 
suas etapas mais nitidamente. No parágrafo terceiro enfatiza mais uma vez a importância do 
setor técnico, onde é destacada a preparação psicossocial e jurídica, deixando bem claro a 
preparo para a adoção, o parágrafo quarto destaca algo que já é utilizado em pratica, mas é 
preciso que seja sistematizado, evitando assim o contato com todas as crianças, 
especialmente aquelas não disponíveis para adoção, assim evitando sofrimentos futuros tanto 
aos pretendentes e as crianças. Os incisos 5º, 6º, 7º, 8º e 9º, tratam-se dos cadastros estaduais, 
nacionais e internacionais depretendentes. 
As alterações feitas no parágrafo décimo quarto é uma das mais significativas dessa 
nova lei, pois torna-se claro a necessidade de que o cadastro seja a opção fundamental para a 
aproximação de pretendentes e de crianças e adolescentes, assim colocando a adoção pronta 
(ou direta) (RAMPAZZO e MATIVE, 2010). 
 
QUADRO 8 – Comparação Art. 51°do ECA com Art. 51°da Lei n°12.010/09 
 
Art. 51 Cuidando-se de pedido de adoção 
formulado por estrangeiro residente ou domiciliado 
fora do País, observar-se-á o disposto no art. 31. 
§ 1º O candidato deverá comprovar, mediante 
documento expedido pela autoridade competente 
do respectivo domicílio, estar devidamente 
habilitado à adoção, consoante as leis do seu país, 
bem como apresentar estudo psicossocial 
elaborado por agência especializada e credenciada 
no país de origem. 
§ 2º A autoridade judiciária, de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público, poderá 
determinar a apresentação do texto pertinente à 
legislação estrangeira, acompanhado de prova da 
respectiva vigência. 
§ 3º Os documentos em língua estrangeira serão 
juntados aos autos, devidamente autenticados pela 
autoridade consular, observados os tratados e 
convenções internacionais, e acompanhados da 
respectiva tradução, por tradutor público 
juramentado. 
§ 4º Antes de consumada a adoção não será 
permitida a saída do adotando do território 
nacional. 
 
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela 
na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou 
domiciliado fora do Brasil, conforme previsto no 
Artigo 2 da Convenção de Haia, de 
29 de maio de1993, Relativa à Proteção das 
Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção 
Internacional, aprovada pelo Decreto Legislativo 
no 1, de 14 de janeiro de 1999, e promulgada pelo 
Decreto no 3.087, de 21 de junho de 1999. 
§ 1o A adoção internacional de criança ou 
adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil 
somente terá lugar quando restar comprovado: 
I - que a colocação em família substituta é a 
solução adequada ao caso concreto; 
II - que foram esgotadas todas as possibilidades 
de colocação da criança ou adolescente em família 
substituta brasileira, após consulta aos cadastros 
mencionados no art. 50 desta Lei; 
III - que, em se tratando de adoção de 
adolescente, este foi consultado, por meios 
adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e 
que se encontra preparado para a medida, mediante 
parecer elaborado por equipe interprofissional, 
observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 
desta Lei. 
§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão 
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção 
internacional de criança ou adolescente brasileiro. 
§ 3o A adoção internacional pressupõe a 
intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e 
Federal em matéria de adoção internacional 
 
Neste artigo o legislador versou detalhadamente a adoção internacional, essa 
modalidade de adoção passa expressamente incluir os brasileiros que residem no exterior, 
mas ainda conserva a preferência da adoção nacional (RAMPAZZO e MATIVE, 2010). 
 
 
 
3.0 O Papel do Estado na Proteção da Adoção 
 
O reconhecimento e a busca da concretização dos direitos fundamentais constituem o 
maior desafio do Estado desde a modernidade. A criança e o adolescente gozam de todos os 
direitos inerentes à pessoa, e, assim, cabe ao Estado, em conjunto com a família e sociedade, 
dar assistência e proteção. É dever dos mesmos assegurar, com absoluta prioridade, os seus 
direitos. 
O Estado deverá promover programas de assistência integral à saúde do menor, tanto 
física como psicológica. Tratando-se da proteção à convivência junto ao grupo familiar, os 
menores que passaram pelos processos de adoção, são acompanhados periodicamente pelo 
Assistente Social e outros especialistas a fim de garantir coabitação tranquila e 
despreocupada. Mesmo diante de tais preceitos, ainda assim, deparamo-nos com enormes 
dificuldades quando tratamos da aplicabilidade destes direitos e garantias conquistadas em 
favor dos art. 39 a 52, os quais tratam exclusivamente do processo de adoção (ECA, 1999). 
Fundamentado nos direitos humanos e na doutrina integral, o Plano Nacional de 
Promoção, Proteção e Defesa do Direito das Crianças e Adolescentesà Convivência Familiar 
e Comunitária (PNCFC), propõe a adoção com um novo paradigma. Busca a superação da 
visão e das práticas de políticas públicas para infância e adolescência e no extermínio da 
cultura que estimula a violência e o abandono, cotidianamente praticados contra o menor 
(FORTES, 2014). 
Segundo Fortes (2014), tendo como base as decisões do judiciário no decorrer dos 
anos de 2012 e 2013, pode conclui-se, que o menor em situação de adoção possui um amparo 
legal eficiente e eficaz. O Estatuto da Criança e do Adolescente está sendo interpretado 
visando à proteção integral do menor abandonado. Essa situação está acarretando ao judiciário 
a elaboração de sentenças, de forma mais competente possível. 
Salientamos que o Judiciário se preocupa com o desenvolvimento de vínculo entre o 
adotado e o adotante, levando ao prolongamento do processo, pois, assim, o tempo do 
convívio entre ambos se estenderá, fixando um sentimento de maternidade e/ou paternidade. 
Além de levar em consideração a vontade do menor, o qual será objeto de observação durante 
todos os trâmites legais (FORTES, 2014). 
 
 
3.1 O Papel e a Importância do Assistente Social no Processo de Adoção 
 
Não podemos discordar que o papel do Assistente Social é de grande importância na 
vida da criança ou adolescente que espera por adoção, assim como também para aqueles que 
já foram adotados. Esta importância se estende até a família que realiza a adoção. Esta 
necessita da integração com o profissional antes, durante, e também após o processo adotivo, 
quando a família já possui guarda definitiva. Esse acompanhamento se faz necessário 
conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, exposto no art. 151: 
Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem 
reservadas pela legislação local, fornecerem subsídios por escrito, mediante laudos, 
ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de 
aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a 
imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do 
ponto de vista técnico (ECA, Art. 151, 1999). 
 
Ressaltamos que o serviço Social Brasileiro tem como um de seus objetivos a defesa 
dos direitos dos cidadãos inclusive de crianças/adolescentes, contudo, este profissional está 
diretamente ligado aos processos de adoção no país. Segundo Bittencourt (2010, p. 48) “A 
criança ou adolescente é um sujeito de direitos especial, dotado de superioridade dentre todos 
os interesses envolvidos na questão concreta que se busca solucionar.” 
Podemos salientar, como observa Ferreira e Carvalho (2002), no âmbito judiciário, o 
Serviço Social exerce um papel preponderante que consiste no fornecimento de subsídios para 
as decisões judiciais. E ainda que o “ideal seria assistência social e psicológica, às famílias 
desamparadas e principalmente às mães que manifestam a intenção de entregar seus filhos 
para adoção.” (p. 29). 
Frisamos que esse auxílio pode ser individualizado com a família e o menor adotado 
em grupos de apoio. E em alguns casos se houver necessidade tal orientação será aplicada 
pela medida judicial aos pais adotivos ou ao filho adotado, conforme estabelece o Estatuto da 
Criança e do Adolescente nos arts. 129, IV e 101, II. Desse modo se efetuará visitas na casa 
da família com interesse em adotar (FORTES, 2014). 
E terá sua opinião devidamente considerada’’. Por esta razão que os serviços de 
Assistência Social são extremamente necessários após a adoção. 
Regiane Sousa de Carvalho Presot cita em seu artigo sobre a Irrevogabilidade da 
adoção: Um Direito Humano: 
Adoção deverá ser assistida pelo” poder público, sendo que se constitui por sentença 
judicial e somente poderá ser anulada no caso de ofensa ao princípio da proteção 
integral do menor e nunca na conveniência dos adotantes, pois neste caso haverá 
uma destituição do pátrio poder, permanecendo todos os direitos decorrentes da 
filiação tais como alimentos e herança. Nesse sentido manifesta-se a Convenção 
Interamericana sobre Conflitos de Leis em Matéria de Adoção de Menores. 
 
Deste modo, o apoio indispensável da Assistência Social se dá por provimento de 
condições a toda criança ou cidadão que dela precisar, promovendo a universalização dos 
direitos sociais. A assistência tem como fundamento a Constituição e a Lei Orgânica de 
Assistência Social. Cabe ainda frisar que em todo processo de adoção, o Assistente Social 
serve como uma ponte entre acriança a ser adotada e, a família que pretende adotar. É papel 
desse profissional, acolher, orientar e esclarecer aos pretendentes a adoção, sobre os trâmites 
do processo, além de, auxiliar a justiça na decisão final do processo adotivo. 
Este profissional participa ativamente, de todas as etapas da adoção, estando 
intimamente próximo aos envolvidos, passando a conhecer a situação socioeconômica, os 
desejos e dificuldades dos adotantes. Nos seus artigos 150 e151 o ECA destacam a relevância 
destes profissionais técnicos “cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta 
orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a 
assessorar a Justiçada Infância e da Juventude.” (ECA, art.150, 1999). E ainda, 
Compete à equipe interprofissional dentreoutras atribuições que lhe forem 
reservadaspela legislação local,fornecer subsídios porescrito, mediante laudos, ou 
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, 
orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudosob a imediata subordinação à 
autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista 
técnico.(ECA, art.151, 1999). 
 
Mesmo com a função de assessorara Vara da Infância e da Adolescência é papel do 
Assistente Social se atentar a situação da família, os membros que a compõem e como todos 
estão encarando a possível chegada de um novo membro na família. É necessário que se 
conheça o real motivo destas pessoas desejarem uma criança/adolescente. Dentro desse 
contexto um segundo ponto de grande relevância a ser observado pelo profissional de Serviço 
Social é a condição socioeconômica dos pretendentes, situação de moradia, de emprego, 
condições sociais, enfim, se o adotante terá suporte emocional e material para atender as 
necessidades da criança, como alimentação, saúde, educação, lazer, esporte, entre outros. 
Em todo processo da adoção o profissional, Assistente Social tem como função 
primordial a de verificar as famílias, orientá-las segundo suas diversas dúvidas diante da a 
adoção e, ser favorável ou não a adoção daquela criança por determinada família. Esta é uma 
situação que, quando se pensa em Infância e Juventude a adoção é um dos processos mais 
importante, pois se trata de um assunto muito delicado, inclusive o processo de inserção de 
uma criança/adolescente em uma família. O profissional do Serviço Social deve ter total 
conhecimento das leis que circundam a adoção, bem como,todas as normas que vigoram tal 
processo, e ser imparcial o máximo possível. 
Mesmo diante da imparcialidade que este profissional deva apresentar, ele também 
deve ser um profissional crítico e cauteloso, apresentando sempre seu ponto de vista técnico, 
trabalhando para que os preconceitos impostos pela sociedade sejam minimizados. 
Infelizmente ainda exista no campo da adoção alguns tipos preconceitos em torno desta 
prática, seja pelo fato de adotar uma criança/adolescente,ou pelo perfil do infante/adolescente 
que se encontra a espera de uma família. É sem sombra de dúvidas inegável a relevância, 
importância e responsabilidade deste profissional em todo contexto desse processo, o qual 
carregam em seu trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.0 Considerações Finais 
 
 
O presente Trabalho observou que a atuação do profissional do Serviço Social é de 
fundamental importância, uma vez que é através dele que háo primeiro contato com os 
pretendentes à adoção e também é esse profissional que possui a capacidade técnica de avaliar 
a família e fornecer seu Parecer, favorável ou não, à adoção 
O que é importante e belo na adoção é a medida de proteção direcionada à 
crianças/adolescentes, e não uma forma de satisfazer os interesses dos adultos. Trata-se 
sempre, de encontrar uma família adequada a uma determinada criança, e não buscar uma 
criança para aqueles que querem adotar. Sem dúvida, a intenção das famílias é louvável, mas 
ao poder público, bem como profissionais de Serviço Social o que realmente importa é o bem 
estar das crianças. 
E é aqui, justamente através da visão crítica do assistente social que muitas 
fragilidades familiares são detectadas e através deste profissional é que podem ser elucidadas 
questões como dificuldade de adaptação, insegurança, dificuldade escolares. Como ressaltado 
durante o estudo, o profissional do Serviço Social conta (ou deveria) com uma equipe 
multidisciplinar para apoiar quando essas fragilidades são detectadas 
Salientamos então que durante o processo da adoção, o trabalho do Assistente Social 
deve ser de orientações às famílias adotantes quanto à realidade e o contexto social em que a 
criança/adolescente estava inserida. Para isso, há a instrumentalização do profissional em 
buscar saber se o adotante está disposto a buscar incluir acompanhamento durante a 
adaptação, no que se refere à educação, saúde, entre outras. 
Uma vez que o o profissional do Serviço Social acaba sendo o unico ou o principal elo 
de contato entre a realidade de vida das crianças e o Judiciário (quando necessário). Esse 
profissional desenvolve um papel de grande importância na dessas crianças e familias. Cabe 
reforçar que nas decisões são levados em conta todos os relatórios do Assistente Social. Toda 
criança e adolescente necessita de Assistência Social durante o processo referido para melhor 
integração e interação com a nova familia. 
O Assistente Social é o profissional responsável pela preparação dos pretendentes 
durante todo o processo de adoção, desde a exposição do desejo até a guarda definitiva. É a 
equipe técnica que tem contato direto comas famílias acolhedoras, isso faz com que seja de 
extrema responsabilidade o trabalho destes, pois o Juiz age de acordo com os pareceres 
apresentados nos relatórios. 
Mesmo diversos estudos já realizados nessa esfera, é pertinente considerar que o papel 
do Assistente Social, especialmente no contexto da adoção, ocupa um espaço peculiar e 
significativo, haja vista ser esse profissional de extrema necessidade para todo processo 
adotivo e futuro das crianças. 
Deste modo, Finalizamos o trabalho com a compreenção de que o Serviço Social na 
adoção é necessária não só para a familias e a criança, mas para toda a sociedade, a fim de que 
o processo judicial não interfira no processo afetivo. Assim, crianças e adolescentes terão a 
oportunidade de se tornarem parte da família, e não apenas o tecnico, isto é, de possuir uma 
certidão autenticada em cartório. 
 
5.0 Referencias Bibliográficas 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. 
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julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, 8.560, de 29 de dezembro de 1992; 
revoga dispositivos da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, e da 
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de 
maio de 1943; e dá outras providências. 
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