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RESUMO CIÊNCIA POLÍTICA 1º BIMESTRE Platão (427-347 AC. - Atenas) • Mundo da pólis é assumido na filosofia • Primeiro a elaborar uma filosofia política • Constrói um projeto político • Visão cíclica marcada pela tendência à corrupção → Todos os modos de exercício do poder são imperfeitos e tendem à corrupção, pois são desvencilhados do conhecimento • Apenas a aristocracia intelectual pode assegurar estabilidade e justiça • Crítica a democracia → Tirania resulta da democracia Timocracia: governo caracterizado pela ambição de glórias, honras militares e acumulação de riquezas (ESPARTA). Oligarquia: poder exercido pelos ricos e para os ricos; as leis e ações do Estado, por atenderem aos interesses da minoria rica, promovem o aumento da desigualdade econômica. Democracia: a maioria dos homens governados passam à condição de cidadãos; segundo Platão também é uma forma de governo não fundada na verdade, pois não necessariamente a vontade da maioria e a mais justa e adequada; liberdade sem senso de moderação. Tirania: a aversão a obediência e a hierarquia levam ao desprezo pela lei e pelo governo, situação que agravada, leva a anarquia ou desordem social e favorece o surgimento da figura do demagogo¹ que se apresenta como protetor do povo contra a ameaça da instauração de uma oligarquia. ¹líder que em discurso de defesa dos interesses do povo, conquista a aceitação deste para aumentar impostos, fortalecer sua força militar e eliminar àqueles que se opõem transformando, com o tempo, todos em seus escravos. Aristóteles (384 – Estagira – 322 AC. - Cálcis) • Justo e injusto • Realeza/Tirania/Aristocracia/Oligarquia/República/Demagogia → Bom governo = interesse público, e não privado → A sociedade mais justa é aquela que tem um grande número de pessoas compartilhando o poder. Ex: república → A pior forma de governo é a Tirania. É contrária à natureza das coisas. Não é razão, mas simplesmente força. • "O homem é um animal político • O Estado tem fundamento natural • Pólis: autarquia, necessidade de um governo ou constituição política. Estado • Constituição política = estrutura que orienta o exercício do poder ➢ Formas de governo Realeza: poder político exercido por um indivíduo. Sua forma corrompida seria a TIRANIA Aristocracia: poder político exercido por uma elite. A sua forma corrompida seria a OLIGARQUIA REPÚBLICA: poder político exercido por muitos na condição de cidadãos. Seria a DEMAGOGIA. Que se define por ser um governo de massas e tende a enxergar somente o interesse dos mais pobres, conduzindo muitas vezes a violência e ilegalidade. Santo agostinho de Hipona (354-430 - Argélia) • Se baseia em Platão • Dualista (cidade dos homens/cidade de Deus) • Missão da igreja: reformar as instituições a partir dos ensinamentos de Cristo, preparando os homens para a cidade de Deus • Rejeita a premissa de Aristóteles da sociabilidade natural humana • Todas as formas de governo são injustas e corruptas • A igreja deve mediar as leis, portanto necessitando de caráter político • Fé>razão • Igreja acima do Estado • Vontade divina > interesses puramente humanos. Abre espaço para a crítica do julgamento das autoridades seculares • Estado/necessidade do poder político: consequência do pecado original • A formação da sociedade é um meio pelo qual os homens buscam amenizar os efeitos da corrupção originada pela queda de seus primeiros pais • É inevitável que as sociedades sejam todas imperfeitas, já que suas leis são construídas por homens decaídos Santo Tomás de Aquino • Se baseia em Aristóteles (valorização do mundo sensível) • Adota a premissa da sociabilidade natural humana. A política é necessidade natural humana. A cidade só existe porque tem em vista um bem, a felicidade geral • A autoridade política ordena a sociedade para que ela atinja a sua perfeição (bem previsto pelo divino) • Rei e tirano se diferenciam no momento que o bem do povo se torna interesse próprio • Deus criou os homens em sociedade. É necessário haver governo terrestre • Razão se sobrepõe a Fé • Estado e poder político estão incluídos no plano perfeito de Deus • A lei terrestre deve seguir a lei natural (divina) Guilherme de Ockham (1285 - Ockham/Inglaterra -1347 - Munique/Alemanha) • Rigorosa separação de fé e razão • Crítica o caráter secular. Religião se corrompeu • Igreja: poder e riqueza afastou-a de sua verdadeira vocação • A função do papa não é governar, mas sim zelar para que a Igreja continuei fiel aos ensinamentos de Cristo • Autonomia do poder político com poder do Estado • Estado laico Marsílio de Pádua (1280-1343) • Separação de fé e razão • O estado atende a finalidade humanas e terrenas. Regulação da convivência social e promoção da felicidade geral • Para isso o Estado precisa exercer um poder, que nada tem a ver com o poder de Deus sobre o universo • Leis emanadas do povo e não eterna e universais • O verdadeiro legislador é o povo. As leis civis se impõem soberanamente. Se opõe ao tomista nesse momento • A lei não é um suposto direito natural, composta por leis eternas e universais Nicolau Maquiavel (1469-1527) • Realismo político: observação e análise do poder na história sem influências teológicas ou metafísicas → Estabilidade → Entender como os homens exercem o poder → Poder exercido = objeto de estudo → Análise histórica = método • Pensamento maquiaveliano • "O problema é a natureza humana" • Ações políticas tem que ser julgadas posteriormente. Separa a moral da política. Questiona os princípios da moral cristã na política • "O fim justifica os meios", desde que o fim seja o benefício da coletividade • Conheceu a política pela teoria e prática • Diz que não existe governo ideal ➢ Contexto histórico • República de Florença-Itália • Itália nessa época: dividida em republiquetes, conflitos internos e externos, poder descentralizados de estrutura ideal, inexistência de um exército nacional, propensa à invasão • Promove a unificação política da Itália • Após a morte de Savarola, assume o poder na chancelaria. Na volta dos Médici, é demitido. É acusado de conspiração contra os Médici, e então preso e torturado. Depois de solto conclui "O Príncipe". Indicação a escrever a história de Florença. Com a queda dos Médici e a restauração da República, é acusado de ser inimigo dela ➢ O Príncipe • Escreveu O PRÍNCIPE, defendendo a monarquia absolutista, em 1513 • Contexto histórico: Renascimento, redescoberta dos valores da antiguidade clássica • Ensinamentos de como conquistar e manter o poder • A política possui ética própria, diferente da moral cristã • Foi pensado a partir da convicção de que as práticas políticas e humanas são marcadas pela maldade, traições, egoísmos e instabilidade ➢ Natureza humana • Defende que os homens possuem "natureza malévola". Egoísmo, ganância • O "jeito humano" é o mesmo sempre. Em qualquer tempo e lugar o homem possui uma natureza: ingratos, volúveis (mudam de lado), simuladores (mentirosos), covardes ante os perigos, ávidos de lucro • A natureza humana impossibilita a construção de uma sociedade baseada em preceitos cristãos ➢ História • A história é legado de ensinamentos das causas e dos meios empregados para dominar os efeitos das paixões e instintos malévolos dos homens • A história é cíclica, pois não se pode dominar totalmente a natureza dos homens • A anarquia decorrente da natureza humana somada às forças opostas (os grandes quererem dominar e o povo não querer ser dominado), são a causa de instabilidade política • Opõe a esta anarquia e instabilidade o Principado (regeneração e educação preparando a sociedade para a República. Centralizar o poder e conter o povo para o poder transicionar da monarquia para a República • Convém estudar o passado para melhorar o presente e o futuro➢ Virtù • Para os moralistas romanos, como Cícero, o príncipe deve conter tais virtudes cardeais. Temperança: controle dos apetites desordenados Sabedoria: conduta orientada de acordo com o conhecimento daquilo que é verdade e justo Justiça: deixar a cada um o que por direito lhe pertence Coragem: energia moral ante o perigo Honradez: integridade e caráter Magnanimidade: grandeza, generosidade Liberdade: condição de exercer à vontade Moralidade: caráter moral da pessoa • Maquiavel diz que tais virtudes são ótimas para o convívio em sociedade, mas péssimas para o exercício do poder • Para Maquiavel, a virtude significa flexibilidade moral, pronta a se voltar em qualquer direção, conforme os desejos de fortuna (sorte) • Qualquer ação, boa ou má, pode levar um reino à ruína. A política deve ter outra moral. Palavra chave: Contexto Histórico ➢ Fortuna • A Fortuna representa o acaso, algo imprevisível, que pode trazer glória ou ruína • Aquele que exerce o poder está sujeito à fortuna • Está a favor do homem virtuoso • Pode-se chegar ao poder somente com a fortuna, sem virtù, mas estes breves felizardos estão fadados a ruína, pois cairão antes da primeira crise ou capricho da fortuna • Homem de virtù tem astúcia política para se precaver dos possíveis desastres da fortuna • Maquiavel se alia aos humanistas clássicos que defendem a importância da virtù para a contenção dos caprichos da fortuna ➢ Conselho aos governantes • O ideal é ser temido e amado, porém se for escolher o temor dos súditos é capaz de desestimular traições • Ser econômico e não ceder, e nem temer a desaprovação pública e a fama de miserável • Impor medo e respeito • Não se apropriar de coisas alheais a fim de não se tornar odioso • O príncipe deve não incorrer a fama de "inconstante, leviano, efeminado, tímido e irresoluto" • Boas leis e boas armas são itens imprescindíveis na estabilidade política, mesmo em tempos de paz. ➢ Ética e política • A política possui uma moral própria, diferente da moral cristã que é a priori. A moral na política deve ser pensada a posteriori • "os fins justificam os meios". Somente quando o fim último de qualquer ação política for o bem da comunidade ➢ Inovações • Ruptura com as utopias do pensamento político normativo • Visão realista do agir político - pensa as relações de poder a partir de como elas de fato ocorrem e não sob a perspectiva de um dever • Realismo político desprovido de mandamentos religiosos e voltado para ações humanas
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