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Economia
1ª edição
2017
Economia
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Unidade 2
Microeconomia
Para iniciar seus estudos
Nesta Unidade, serão apresentados conceitos referentes à microecono-
mia. Desse modo, estudaremos como funciona a demanda, ou a quanti-
dade procurada de um determinado bem, entendo como se dá a relação 
entre a demanda e o preço deste bem. Além disso, veremos quais são os 
fatores que afetam a demanda, bem como o conceito de oferta e sua 
relação com o preço do bem. Você terá a oportunidade de conhecer tam-
bém como ocorre o equilíbrio de mercado. Examinaremos ainda o con-
ceito de elasticidade, classificada em: elasticidade-preço da demanda, 
elasticidade-renda da demanda, elasticidade-preço cruzada da demanda 
e elasticidade-preço da oferta.
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer os conceitos básicos de microeconomia;
• Entender os mecanismos da demanda e oferta; 
• Conhecer como se dá o equilíbrio geral;
• Entender o conceito de elasticidade;
• Conhecer os tipos de elasticidade. 
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Economia | Unidade 2 - Microeconomia
2.1. Microeconomia
A microeconomia é a análise da interação existente entre o consumidor e a empresa, no que diz respeito à quan-
tidade e ao preço dos bens e serviços ofertados em um mercado específico. Essa área também costuma ser cha-
mada de teoria dos preços.
Vale ressaltar que a microeconomia nunca pode ser confundida com a Economia exercida nas empresas, pois tem 
como objetivo a oferta e a demanda, em relação à formação do preço. Já a Economia das empresas é mais voltada 
para o contexto contábil e financeiro da formação do preço do produto, com base nos custos de produção.
2.1.1. Base da análise da microeconomia
Como observam Vasconcellos e Garcia (2014), o alicerce da microeconomia é a teoria valor-utilidade. Mas vamos 
entender melhor o que são estes elementos.
A utilidade é o valor particular, ou a satisfação pessoal, que um consumidor atribui a um bem ou serviço. Como é 
subjetiva, a utilidade difere de um indivíduo para outro (alguns preferem chá, por exemplo, outros, café). 
De acordo com a teoria valor-utilidade, o valor de um bem é formado por sua demanda, ou seja, pela satisfação 
que ele pode proporcionar ao consumidor. 
teoria é muito importante lembrarmos que essa teoria complementou a teoria do valor-trabalho, a qual pressupõe 
que o valor dos bens é determinado apenas com base nos custos para produzi-lo, desconsiderando a sua demanda.
2.1.1.1. Utilidade total e utilidade marginal 
De acordo com a teoria do valor-utilidade, a utilidade total proporcionada por um bem ou serviço tende a aumen-
tar, conforme a sua quantidade total consumida for se elevando. Observe como isso ocorre no Gráfico 2.1.
Gráfico 2.1 – Utilidade Total
Legenda: A ilustração pode ser sintetizada da seguinte maneira: eixo y= utilidade total; eixo x= quantidade con-
sumida de um determinado produto. A curva mostra que a utilidade cresce a taxas decrescentes.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
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Porém, é importante perceber que a utilidade marginal, ou a satisfação adicional, proporcionada pelo consumo 
de uma unidade adicional do bem vai diminuindo, conforme você observou no Gráfico 2.2.
Gráfico 2.2 – Utilidade marginal 
Legenda: O gráfico mostra que a relação entre a utilidade marginal e a quantidade consumida é decrescente. 
Fonte: Elaborado pelo autor (2017). 
A relação demonstrada no gráfico anterior enfatiza uma dinâmica decrescente no que se refere ao consumo. 
Vejamos um exemplo: a quantidade de água do primeiro copo consumido quando se está com sede é bem maior 
do que a do terceiro copo. 
Neste contexto, veja que o estudo das teorias microeconômicas engloba uma série de análises e conceitos. Den-
tre eles, podemos destacar a oferta, a demanda e o equilíbrio de mercado. 
2.2. Demanda de mercado 
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014, p. 39. Grifo dos autores), “A demanda ou procura é definida como a 
quantidade de um determinado bem ou serviço que o consumidor deseja adquirir em certo período de tempo.”
Assim, é válido frisar que a demanda por um bem ou serviço é influenciada por diversos fatores, como: 
• o preço do bem (Px);
• a renda do consumidor (Y);
• o preço de outros bens (Pz); e
• os gostos ou preferências dos consumidores (G).
Sabemos que o consumidor tem seu orçamento limitado pelo seu nível de renda e, portanto, deve fazer a melhor 
combinação possível entre os bens e serviços que deseja adquirir, não é mesmo? Assim, é possível que ele maxi-
mize a sua renda para ter maior satisfação.
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Matematicamente, podemos demonstrar a demanda do bem x pela seguinte expressão:
Dx = f (Px, Y, Pz, G etc.)
A fórmula que você acabou de conhecer ilustra o seguinte: a demanda pelo bem x (Dx) é função, ou seja, depende 
do preço do bem x, da renda, do preço de outros bens, dos gostos dos consumidor e de outras variáveis. 
No entanto, para que seja possível estudar a influência de cada uma dessas variáveis na demanda do bem x, é 
necessário que façamos algumas simplificações. Sendo assim, vamos separar cada um dos fatores apresentados 
para poder estudar a sua influência individual sobre a demanda daquele bem.
Para tanto, assumiremos a hipótese coeteris paribus, um princípio muito importante e conhecida no campo da 
Economia. Coeteris paribus significa “tudo o mais constante”, ou seja, ao se estudar uma variável, todas as outras 
permanecem imutáveis. 
Coeteris paribus é uma expressão do Latim, que significa tudo o mais constante. Quando esta-
mos estudando, por exemplo, o efeito de variações no preço de um bem sobre a demanda do 
consumidor por este bem, percebemos que apenas o preço está se alterando e que nenhuma 
das demais variáveis se alterou. Dessa forma, tudo continua o mesmo: a renda do consu-
midor, a qualidade do produto, a utilidade do produto. Fazemos isso, pois somente deste 
modo teremos a real dimensão da quantidade demandada frente a diferentes preços. Fonte: 
<http://www.economiaerealidade.com/2008/08/o-que-ceteris-paribus.html>. 
Glossário
Então, com base na hipótese coeteris paribus, ou tudo o mais permanecendo constante, a demanda é função do 
preço, ou seja:
Qdx =f (Px)
De acordo com a lei geral da demanda, há uma relação inversa entre o preço do bem e a quantidade deman-
dada: a quantidade demandada do bem varia inversamente ao comportamento do seu preço, ou seja, se o preço 
do bem aumentar, a quantidade demandada diminuirá, e se o preço do bem diminuir, a quantidade procurada 
do bem se elevará.
Matematicamente, pode-se dizer que a demanda do bem x é uma função inversa ou decrescente do seu preço.
Quando o preço do bem x cai, sobrarão mais recursos para o consumidor, quer dizer, ele ficará mais “rico”. Este é 
o chamado efeito-renda. 
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Além disso, quando o preço do bem cai, ele fica mais barato em relação aos seus substitutos. Assim, os consumi-
dores deverão aumentar seu desejo de comprá-lo (efeito-substituição). Observe a seguir a curva da demanda 
,representada no Gráfico 2.3.
Gráfico 2.3 – Curva da demanda
Legenda: No eixo y, está representado o preço do bem e no eixo x está representada a sua quan-
tidade. A relação entre eles é inversa, portanto, a curva de demanda é descendente.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Tendo como base a ilustração anterior, fica evidente que, caso haja uma elevação no preço do bem x, a quantidade 
demandada do bem diminuirá. Veja que, no Gráfico 2.3, se o preço passar de R$ 20,00 para R$ 50,00, a quantidade 
demandada do bem cairá de 500 para 100 unidades. Ou seja, conforme forem ocorrendo mudanças no peço, haverá 
uma variação na quantidade demandada . Notamos, portanto, mudanças ao longo da curva de demanda do bem.
2.2.1. Exceções à lei da demanda 
Uma das exceções à lei da demanda é representada pelos Bens de Giffen (Robert Giffen foi o criador desse con-
ceito), que são bens de pequeno valor, mas de grande importância para os consumidoresde baixa renda, como 
é o caso do pão. Antes do aumento deste produto, os consumidores pobres podiam comprar alguns outros bens 
mais caros que o pão, mas quando seu preço aumenta, não sobra renda suficiente para adquirir outros alimentos. 
Como consequência, o consumo do pão terá que aumentar, visto que ele é o alimento mais barato. 
Há também os Bens de Veblen (Thorstein Veblen foi o criador do conceito), que são bens de consumo de luxo, tais 
como obras de arte, joias e automóveis de luxo. Quanto mais caros forem estes produtos, mais procurados eles 
serão, pois o consumidor destes bens deseja mostrar que tem um grande poder aquisitivo. 
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2.3. Demais variáveis que afetam a demanda de um bem 
Conforme exposto no item anterior, as mudanças no preço do bem x provocará mudanças na quantidade deman-
dada, ocasionando movimentos ao longo da curva de demanda. 
No entanto, caso ocorram mudanças nas variáveis, antes supostas como constantes, haverá um deslocamento 
na curva da demanda. Ou seja, a curva de demanda se desloca em relação à sua posição original quando acon-
tecem mudanças na renda, no preço dos outros bens ou no gosto do consumidor. Por outro lado, a curva se des-
locará para a direita quando a mudança do valor da variável contribuir para o aumento da demanda. Da mesma 
forma, será movida para a esquerda quando contribuir para a diminuição da demanda.
2.3.1. Mudança na renda dos consumidores 
Dependendo do tipo de bem em questão, haverá um efeito distinto na sua demanda, caso ocorra uma alteração 
na renda do consumidor. 
Muitas vezes, a reação dos consumidores não é tão racional como dita a teoria econômica. Há 
muitos fatores emocionais envolvidos, principalmente, quando a queda da renda se dá, por 
exemplo, pela perda de emprego. Neste caso, nota-se que a grande maioria dos indivíduos tende 
a manter seu patamar de consumo e seu estilo de vida por vários meses após o desligamento 
do emprego. É difícil admitir para si mesmo, para a família e para a sociedade que ele não pode 
mais ter determinados tipos de gastos, e, por isso, ele continua com o mesmo nível de despesas 
que tinha quando estava empregado. Ele acaba gastando o que recebeu das indenizações da 
demissão dentro de um curto prazo de tempo. Essa demora no ajuste dos gastos pode levar a 
uma situação financeira difícil, caso uma nova oportunidade demore a aparecer. E no seu caso? 
Se você sofresse uma diminuição de renda, por qualquer motivo, qual seria sua reação?
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a. Bens normais
Os bens normais são aqueles cujo consumo se eleva conforme o aumento da renda do consumidor. Lati-
cínios, chocolates e carne de primeira são exemplos destes produtos. 
Assim, supondo que haja um aumento na renda dos consumidores, deverá ocorrer uma elevação na 
quantidade demandada daquele bem x, mesmo que não tenha havido uma diminuição do seu preço, 
uma vez que o consumidor tem mais renda para gastar. Portanto, a curva da demanda se deslocará. 
Observe agora o Gráfico 2.4. 
Gráfico 2.4 – Deslocamento na curva de demanda – bem normal
Legenda: No eixo y, tem-se o preço; no eixo x, a quantidade demandada do produto X. O gráfico mos-
tra o deslocamento da curva da demanda, para a direita e para cima, com a elevação de renda.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Conforme você pôde observar na Figura 2.2, a nova curva ficará à direita da curva antiga, indicando que, a 
cada nível de preço possível, os consumidores estarão dispostos a adquirir maiores quantidades do bem, 
porque estão “mais ricos” do que antes. 
Se a renda do consumidor diminuir, o raciocínio é inverso: a curva se deslocará para esquerda, ou seja, ao 
mesmo preço. Dessa forma, o consumidor irá demandar uma quantidade do bem menor do que antes, 
uma vez que está “mais pobre”, com a diminuição de renda sofrida. 
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b. Bens inferiores
Os bens inferiores, ao contrário dos normais, experimentam a queda em sua demanda quando o nível de 
renda do consumidor aumenta. Por outro lado, eles conhecem a elevação da demanda quando a renda do 
consumidor cai. Um exemplo clássico é o preço da carne de segunda. Se a renda do consumidor aumenta, 
ele diminui a procura por carne de segunda. Se a sua renda diminui, ocorre o inverso: ele reduz o consumo 
de carne de primeira e aumenta o da carne de segunda.
Assim, com o aumento da renda dos consumidores, a curva se desloca para a esquerda: ao mesmo preço, 
a quantidade demandada do bem diminui, devido ao efeito da elevação de renda. Portanto, Um decrés-
cimo na renda dos consumidores terá consequências inversas. 
Gráfico 2.5 – Deslocamento na curva de demanda – bem inferior
Legenda: No eixo y, tem-se o preço e no eixo x, a quantidade demandada do produto X. O gráfico mos-
tra o deslocamento da curva da demanda, para baixo e para a esquerda, com a elevação de renda.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Fique atento! Não confunda Bem de Giffen com bem inferior. O Bem de Giffen é aquele de 
grande importância para consumidores de baixa renda, e o aumento no seu preço deve ele-
var a sua demanda, uma vez que sobram menos recursos para serem gastos em outros bens. 
Por outro lado, o bem inferior é aquele cuja demanda cai quando a renda aumenta. 
Dx2
Qdx
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2.3.1. Mudança nos preços de outros bens 
Vamos chamar os outros bens existentes na Economia de bem Z, o qual pode ter as seguintes relações com o 
bem X:
a. Z pode ser um bem de consumo independente de X;
b. Z pode ser um substituto de X;
c. Z pode ser um complementar de X.
a. Bens independentes 
Quando Z e X forem independentes, o preço de Z nada terá a ver com a demanda de X. Assim, por exem-
plo, leite, computadores e automóveis são bens de consumo independentes, uma vez que alterações no 
preço do leite não provocarão modificações na demanda por computadores e vice-versa.
Porém, quando Z e X forem substitutos ou complementares, modificações no preço de um ocasionarão 
mudanças na demanda do outro.
b. Bens substitutos
Como o próprio nome diz, estes bens são aqueles passíveis de substituição, tendo em vista que o con-
sumo de um deles exclui (ou diminui) o consumo do outro. Manteiga e margarina, café e chá, carne de 
vaca e carne porco são exemplos destes bens. 
Se Z e X forem substitutos, o aumento no preço do bem Z tornará seu consumo menos atrativo que o do 
bem X, de maneira que a demanda por X, ao mesmo preço, deverá se elevar. Se o preço de Z diminuir, a 
demanda por X também deverá se reduzir, conforme você poderá observar no Gráfico 2.6. 
Da mesma forma que ocorre com relação à renda, variações no preço de Z levarão a deslocamentos da 
curva de demanda do bem X. 
Gráfico 2.6 – Deslocamento na curva de demanda - bem substituto
Legenda: No eixo y, tem-se o preço, e no eixo x, a quantidade demandada do produto X. O gráfico mos-
tra o deslocamento da curva da demanda, para a direita e para cima, com a elevação do preço de Z.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Dx1
Qdx
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c. Bens complementares
Os bens complementares são aqueles que, em geral, são adquiridos de maneira simultânea, ou seja, o 
consumo de um complementa o outro. No caso do pão e manteiga, café e leite, caderno e caneta, perce-
bemos o consumo de ambos está associado de alguma maneira e, por isso, são complementares. 
Se Z e X forem complementares, o aumento no preço de Z provocará uma diminuição no seu consumo 
no mercado. Como o seu consumo está associado ao de X, a demanda de X também tenderá a diminuir, 
deslocando a curva para a esquerda e provocando a queda no preço e na quantidade de equilíbrio do 
mercado de X. Efeitos inversos ocorrerão se o preço de Z diminuir.
Gráfico 2.7 – Deslocamento na curva de demanda – bem complementar
Legenda: No eixo y, tem-se o preço, e no eixo x, a quantidade demandada do produto X. O gráfico mos-
tra o deslocamento da curva de demanda, para a esquerdae para baixo, com a elevação do preço de Z.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
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Economia | Unidade 2 - Microeconomia
d. Hábitos e gostos dos consumidores
Os hábitos e gostos dos consumidores podem ser influenciados por variáveis diversas. No entanto, as 
ações de marketing costumam ter um considerável efeito sobre eles, impulsionando o consumo de um 
determinado bem. Por exemplo, se é lançada uma propaganda enaltecendo os benefícios que o bem X 
pode ter à saúde, a demanda desse bem deverá aumentar, provocando um deslocamento da curva para 
a direita, conforme ilustra o Gráfico 2.8. 
Gráfico 2.8 – Deslocamento na curva de demanda – hábitos e gostos
Legenda: No eixo y, tem-se o preço, e no eixo x, a quantidade demandada do produto X. O gráfico mos-
tra o deslocamento da curva da demanda, para a direita e para cima, com a propaganda do produto X.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Cada assunto estudado é importante para ajudá-lo a entender e solucionar o Fórum Desa-
fio. Não deixe de compartilhar as suas opiniões com os seus colegas no Ambiente Virtual 
de Aprendizagem (AVA)!
Dx2 (Propaganda de X)
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Economia | Unidade 2 - Microeconomia
2.4. Oferta de mercado 
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014), a oferta é a quantidade de bens e serviços que os produtores/
empresas desejam colocar à venda no mercado em determinado período.
De acordo com a lei da oferta, a quantidade ofertada de determinado bem ou serviço é diretamente proporcional 
ao seu preço, coeteris paribus. Ou seja, quanto maior for o preço, mais elevada será a quantidade a ser ofertada no 
mercado pelos produtores/empresas, conforme você poderá observar no Gráfico 2.9. 
Gráfico 2.9 – Oferta de mercado
Legenda: No eixo y, tem-se o preço, e no eixo x, a quantidade do produto X. O gráfico mostra a rela-
ção direta entre preço e quantidade, no caso da oferta de x, representada por uma curva ascendente. 
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
É importante evidenciarmos que os fatores que determinam a oferta de um bem são:
1. preço do bem (Px);
2. custos dos fatores de produção (insumos) – PI;
3. aumento do número de empresas no mercado – E;
4. tecnologia – T;
5. preço de outros bens – Pz.
Então, a função completa de oferta de um bem x será dada por:
QOx = f (Px, PI, E, T, Pz etc.)
Mas, coeteris paribus, ou seja, considerando todos os demais fatores constantes, a função da oferta é representada por: 
Qox=f (Px);
• Qox = quantidade ofertada de um determinado bem ou serviço (produto x), em um dado período;
• Px= preço do bem ou serviço (produto x).
A expressão significa que a quantidade ofertada – Q – é uma função f do preço P, isto é, depende do preço P, 
coeteris paribus.
Alterações no preço do bem provocarão mudanças ao longo da curva de oferta. Porém, modificações em quais-
quer das outras variáveis acarretarão deslocamentos da curva da oferta para a direita ou para a esquerda. 
Ox
Qx
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Gráfico 2.9.1 – Deslocamento da curva de oferta
Legenda: No eixo y, tem-se o preço, e no eixo x, a quantidade do produto X. O grá-
fico mostra um exemplo de deslocamento da curva da oferta.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
2.5. Equilíbrio de mercado 
Partindo da hipótese de que o mercado está em concorrência perfeita (nem empresas e nem consumidores 
individuais têm poder para influenciar o preço de mercado), o preço de equilíbrio (ponto em que a quantidade 
demandada se iguala à quantidade ofertada) no mercado será determinado pelas forças de oferta e demanda. 
Caso haja um excesso de demanda, ou uma escassez do produto, haverá uma competição entre os consumido-
res, e o preço do bem tenderá a subir. Isso acarretará uma queda de demanda, e o mercado ficará equilibrado. 
De forma análoga, se houver um excedente de produção (um aumento não programado de estoques), haverá 
uma competição entre os produtores para desovar esse estoque elevado. Assim, o preço tenderá a cair, levando 
o mercado para o equilíbrio. 
Vamos analisar um exemplo apresentado no Gráfico 2.9.2.
Gráfico 2.9.2 – Equilíbrio de mercado
Legenda: No eixo y, tem-se o preço, e no eixo x, a quantidade do produto X. O equilíbrio se dá quando 
o preço estiver em 60 e a quantidade, em 10. Nesse ponto, oferta e demanda se encontram. 
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/77045/
Dx
Ox1
Ox2
QOx
http://slideplayer.com.br/slide/77045/
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Supondo que o mercado comece com o preço 80 e, como ele, os vendedores ofereçam 15 unidades do bem, mas os 
compradores só desejam adquirir 5 unidades. A quantidade transacionada no mercado ao preço 80 será, portanto, 
de 5 unidades e haverá um excedente (sobra) de 10 unidades (15 unidades ofertadas menos 5demandadas).
Com isso, os vendedores tiveram um estoque indesejado de 10 unidades. Para se livrar desse estoque, eles terão 
que baixar os preços, o que revela que este mercado não está em equilíbrio. 
Inversamente, vamos supor que o mercado comece com o preço 40. Ocorrerá uma escassez (excesso de quanti-
dade demandada sobre a ofertada), pois os consumidores estão demandando 15 unidades do bem, enquanto os 
vendedores estarão dispostos a vender apenas 5 unidades (escassez de 10 unidades). Os consumidores oferece-
rão preços maiores para conseguir os bens. Logo, o preço do bem irá aumentar.
O preço de 60 corresponde ao cruzamento das duas curvas, ou seja, é o ponto em que ocorre o equilíbrio de mer-
cado. Nesse caso, portanto, ao preço de 60, tanto os consumidores desejam adquirir 10 unidades do bem como 
os vendedores desejam ofertar as mesmas 10 unidades. 
Portanto, caso haja escassez (excesso de demanda) ou excedente (excesso de oferta), os preços se alterarão até 
que o equilíbrio de mercado seja atingido.
2.5.1. Determinação do preço e quantidade de equilíbrio
As curvas de demanda e de oferta também podem ser expressas linearmente, por meio de equações, apresen-
tadas na sequência. 
A equação da demanda de X pode ser representada por:
QDx = a - bPx
Onde:
• QDx = quantidade demandada do bem X
• Px = preço do bem X
O parâmetro de Px é sempre negativo, pois a relação entre o preço e a quantidade demandada do bem é inversa 
(se o preço aumentar, a quantidade demandada diminuirá).
A equação da oferta pode ser representada por:
QOx = c + dPx
Onde:
• QOx = quantidade demandada (ou procurada) do bem X
• Px = preço do bem X
O parâmetro de Px é positivo, pois a relação entre o preço e a quantidade ofertada do bem é direta (se o preço 
aumentar, a quantidade ofertada aumentasse elevará).
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Economia | Unidade 2 - Microeconomia
Digamos que se queira encontrar o preço de equilíbrio de mercado para o bem x e que suas equações de demanda 
e de oferta sejam, respectivamente, as seguintes:
QDx = 50 - 6Px (demanda)
QOx = 10 + 8Px (oferta) 
Para determinarmos o preço de equilíbrio de X, devemos igualar as duas equações, pois sabemos que esse preço 
é aquele que iguala a quantidade demandada e a quantidade ofertada. Observe: 
50 - 6Px = 10 + 8Px
50 – 10 = 8Px+ 6Px
40 = 14 Px
Px = 
Px= R$ 2,86
Portanto, o preço de equilíbrio será de R$ 2,86. Para que se obtenha a quantidade de equilíbrio, basta que se 
substitua Px em qualquer uma das equações a seguir:
QDx = 50 – (6 x 2,86) = 32,8 unidades demandadas
QOx = 10 + (8 x 2,86) = 32,8 unidades ofertadas
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possui muitos conhecimentos que vão ajudá-lo a resolver o problema proposto.
2.6 Conceito de elasticidade 
E elasticidade, em Economia, mede a sensibilidade na quantidade demandada ou ofertada do bem com relação 
à mudança em quaisquer dos fatores da função demanda, quando os demais permanecem constantes. 
Nós já vimos que o aumento de preços deve levar à diminuição da demanda do bem x, mas, por exemplo, se o 
preço subir 10%, quanto deverá ser a queda nas unidades demandadas? 
Se analisarmos sob o ponto de vista da renda, sendo x um bem normal, qual deverá ser o aumentona sua quan-
tidade demandada, se a elevação na renda do consumidor foi de 15%?
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Economia | Unidade 2 - Microeconomia
São justamente a essas questões que o cálculo da elasticidade nos ajuda a responder. Vamos conhecer agora os 
tipos de elasticidade, que são quatro. 
a. Elasticidade-preço da demanda;
b. Elasticidade-renda da demanda;
c. Elasticidade-cruzada da demanda;
d. Elasticidade-preço da oferta.
a. Elasticidade-preço da demanda (EPD)
O coeficiente de elasticidade-preço da demanda tem por objetivo medir a sensibilidade da demanda de 
um bem X em relação a variações no seu preço. 
Se o valor absoluto de EPD for:
 » maior que 1, a demanda do bem será considerada elástica em relação ao seu preço. Geralmente, são 
considerados produtos supérfluos: uma elevação de preços gera uma queda mais do que proporcional 
na demanda do bem, por exemplo: o preço subiu 10% e a sua demanda caiu 15%.
 » menor que 1, a demanda do bem será considerada inelástica em relação ao seu preço. Geralmente, 
são produtos de subsistência ou muito necessários: uma elevação de preços gera uma queda menos 
do que proporcional na demanda do bem, por exemplo: o preço subiu 10% e a sua demanda caiu 5%.
 » igual a 1, a demanda do bem apresentará elasticidade unitária em relação ao preço. A elevação de pre-
ços gerará uma proporcional na demanda do bem, por exemplo: o preço subiu 10% e a sua demanda 
caiu 10%. Observe a seguinte fórmula.
Exemplo:
Elasticidade-preço da demanda do bem A:
Elasticidade-preço da demanda do bem B:
De acordo com o exemplo apresentado, a demanda do bem A é elástica ao preço, ou seja, um aumento 
de 10% no preço leva a uma queda de 20% na demanda ou, analogamente, a uma diminuição de 10% 
no preço do bem leva a um aumento de 20% na quantidade demandada. 
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O bem B, por sua vez, tem demanda inelástica ao preço. Um aumento de 10% no preço leva a uma queda 
de apenas 5% na demanda ou, analogamente, a uma diminuição de 10% no preço do bem leva a um 
aumento de 5% na quantidade demandada.
b. Elasticidade-renda da demanda (EY)
O coeficiente de elasticidade-renda da demanda tem por objetivo medir a sensibilidade da demanda de 
um bem X em relação a variações na renda Y do consumidor, observe:
c. Elasticidade-cruzada da demanda (EXZ)
O coeficiente de elasticidade-cruzada da demanda tem por objetivo medir a sensibilidade da demanda de 
um bem X em relação a variações no preço de bem Z, o qual pode ser substituto ou complementar a x. Caso 
seja independente, variações em PZ não terão efeito na quantidade demandada de X. Veja um exemplo:
d. Elasticidade-preço da oferta (EPO)
O coeficiente de elasticidade-cruzada da oferta tem por objetivo medir a sensibilidade da oferta de um 
bem X em relação a variações no seu preço.
Para que você conheça, resumidamente, alguns aspectos importantes sobre a demanda e a 
oferta, acesse o link: <https://www.youtube.com/watch?v=2FdEBPCxmvM>.
20
Considerações finais
Nesta unidade, apresentamos os principais conceitos sobre microecono-
mia que é a análise da interação existente entre o consumidor e a empresa 
no que diz respeito à quantidade e ao preço dos bens e serviços ofertados 
em um mercado específico ou, simplesmente, a “teoria dos preços”.
O estudo das teorias microeconômicas engloba uma série de análises e 
conceitos. Dentre eles, podemos destacar a oferta, a demanda e o equilí-
brio de mercado.
Demanda ou “procura”, conforme Vasconcellos e Garcia (2014, p. 39), 
é definida como a quantidade de um determinado bem ou serviço que 
o consumidor deseja adquirir em certo período. Oferta, por sua vez, é a 
quantidade de bens e serviços que os produtores/empresas desejam 
colocar à venda no mercado em determinado período. Já equilíbrio de 
mercado é o ponto em que a quantidade demandada se iguala à quanti-
dade ofertada.
Falamos também das demais variáveis que afetam a demanda de um 
bem, ou seja, as mudanças no preço que um determinado bem que esta-
belecem as mudanças na quantidade demandada, provocando movi-
mentos ao longo da curva de demanda. Isso quer dizer que, caso ocorram 
mudanças nas variáveis antes supostas como constantes, haverá um des-
locamento na curva da demanda. 
Vimos também que os bens são divididos em: bens normais (aqueles cujo 
consumo se eleva conforme a renda do consumidor aumenta) e bens 
inferiores (que, ao contrário dos normais, experimentam queda em sua 
demanda quando o nível de renda do consumidor aumenta, e elevação 
da demanda, quando a renda do consumidor cai).
Finalizamos a unidade falando um pouco sobre o conceito de elasticidade 
que, em Economia, mede a sensibilidade na quantidade demandada ou 
ofertada do bem com relação à mudança em quaisquer dos fatores da 
função demanda, quando os demais permanecem constantes.
Referências bibliográficas
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VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; GARCIA, Manuel E. Funda-
mentos de economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

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