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Fonologia - Conceitos Básicos

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1 Fonologia - Conceitos Básicos Beatriz Portella - Fonoaudiologia UFRJ
Fonologia - Conceitos Básicos
Fonologia é o estudo dos sons do ponto de vista da função que exercem na língua - estudo dos sons
linguísticos (sons de fato importantes para uma determinada língua) e suas aplicações. Tem como
objeto de estudo o fonema e é mais explicativa e abstrata do que a fonética, que tem como objeto de
estudo o fone e é menos abstrata e mais descritiva.
Nos casos abaixo, trocando um som por outro há uma mudança de significado, o que é um exemplo
de estudo da fonologia.
[p] – poma / [b] – boma / [t] – toma / [d] – doma / [k] – coma / [g] – goma
O FONEMA
Definição: “Unidades fonológicas que, desde o ponto de vista da língua em questão, não podem ser
analisadas em unidades fonológicas ainda menores e sucessivas serão chamadas de Fonema.”
(TRUBETSKOY, 1969). ➔ determinado som não mais divisível e de valor contrastivo em
determinada língua.
Todas as línguas possuem um número restrito de sons cuja função é diferenciar o significado de
uma palavra da outra. Os sons que exercem essa função se chamam fonemas e ocorrem em
sequências lineares, combinando-se entre si de acordo com as regras fonológicas de cada língua.➔
Esses conjuntos de sons tem contextos em que podem aparecer. Cada língua tem suas regras de
ocorrência dos fonemas e eles vão se combinar de maneiras específicas para cada significado.
Os fonemas não são dotados de significado, mas permitem a distinção de significado.
☄Cada língua tem seu inventário de fonemas, então o que pode ser fonema em uma língua pode
não ser na outra.
[t] e [tʃ] são fonemas diferentes?
Português:
[t]ia <tia> [tʃ]ia <tia> Não há mudança de significado.
[d]ia <dia> [dʒ]ia <dia> Não há mudança de significado.
No português, [t] e [tʃ] não são fonemas diferentes, são formas fonéticas diferentes de realizar o
mesmo fonema. Fonemas do português: /t/ e /d/
Italiano:
[t]intura <tinta> [tʃ]intura <cinto> Há mudança de significado
a[d]ire <comparecer> a[dʒ]ire <agir> Há mudança de significado
No italiano, [t] e [tʃ] são fonemas diferentes. Fonemas no italiano: /t/, /tʃ/, /d/ e /dʒ/
2 Fonologia - Conceitos Básicos Beatriz Portella - Fonoaudiologia UFRJ
COMO IDENTIFICAR UM FONEMA
Se o inventário de fonemas se difere nas línguas, como saber se um determinado som é fonema ou
não na língua que analiso?
1º Critério: Pares suspeitos
Fones agrupados como semelhantes, que potencialmente poderiam ser alofones (realizações
diferentes) de um mesmo fonema.
Exemplo: Pela forma de articulação, é mais provável que [b] e [v] sejam realizações distintas do
mesmo fonema e [d] ser outro fonema. Exemplo no espanhol: [‘vakɐ] e [‘bakɐ] tem o mesmo
significado na Espanha e no Chile, que pronunciam o v de formas diferentes.
2º Critério: Pares mínimos
Ambientes (Contextos linguísticos) idênticos mas diferentes no som. - Palavras quase iguais -
Exemplo no português:
[s]elo e [z]elo
ro[s]a e ro[z]a
ou[s]o e ou[z]o
Se nesses pares mínimos o significado é alterado, conclui-se que /s/, /ʃ/ e /ʒ/ são fonemas no
português.
☄ Não é possível chegar a uma conclusão confiável analisando apenas um dado, pois há casos de
variação como em “asso[v]iar” e “asso[b]iar”. Embora não haja troca de significado, /v/ e /b/ não
são os mesmos fonemas, o que pode ser demonstrado em [v]otar e [b]otar, por exemplo.
3º Critério: Pares análogos
Pares não mínimos que ocorrem em ambiente similar.
Exemplo no português: menos [‘mẽnʊʃ] penas [‘pẽnɐʃ] Analisar se a mudança de significado
advém dos demais fonemas ou dos fonemas em questão como /m/ e /p/.
ALOFONIA
Alofones são diferentes formas de realizar um fonema, como em [t]ia e [tʃ]ia. Os alofones podem
ocorrer por distribuição complementar ou por variação livre.
3 Fonologia - Conceitos Básicos Beatriz Portella - Fonoaudiologia UFRJ
Distribuição complementar - quando os alofones de um fonema ocorrem em ambientes
mutuamente exclusivos. Ou seja, cada realização só vai ocorrer em determinados contextos
específicos.
Exemplo no português: [t]atu e [tʃ]ia - [tʃ] é usado antes [i] e [t] é usado antes das demais vogais.
Exemplo no espanhol: [b]año – baño (b oclusivo em contexto não intervocálico) e a[β]uelo - abuelo
(b fricativo em contexto intervocálico)
Variação livre: quando o falante pode usar dois ou mais alofones no mesmo contexto sem destruir
a identidade dos itens lexicais em questão. Ou seja, pode usar qualquer realização possível no
português.
Exemplos no português:
[t]atu ou [t̪]atu – Tatu
[d]om ou [d̪]om – Dom
[l]á ou [l̪]á – Lá
[n]ão ou [n̪]ão - Não
☄ Sociolinguistas defendem que não há variação livre, pois até mesmo estas são condicionadas a
fatores como escolaridade, classe social etc.
NEUTRALIZAÇÃO E ARQUIFONEMA
Há fonemas diferentes que em alguns contextos se neutralizam, ou seja, passam a representar um
mesmo fonema. Por exemplo: as palavras [sapa] e [ʃ]apa são diferentes, mas as palavras pa[s]ta e
pa[ʃ]ta são iguais, pois esses dois fonemas entre sílabas se neutralizam e formam um só, formando
um arquifonema (fonema com várias realizações distintas que é representado com letra maiúscula).
Exemplo: /’paSta/
TRANSCRIÇÃO FONOLÓGICA
Vogais pretônicas orais: As distinções entre [e] e [ɛ] e entre [o] e [ɔ] são neutralizadas ➔ /E/ /O/
Exemplo: Legal – /lE’gal/ (por mais que algumas regiões digam legal e outras lɛgal, na transcrição
fonológica isso é neutralizado.
Vogais postônicas mediais: Haverá, além da neutralização entre [e] e [ɛ] ➔ (/E/), a neutralização
das distinções entre [o], [ɔ] e [u] ➔ /U/
Exemplos: /‘sɛdUla/ ; /‘nUmeɾU/
4 Fonologia - Conceitos Básicos Beatriz Portella - Fonoaudiologia UFRJ
Vogais postônicas finais: Haverá neutralização das distinções entre [u], [o] e [ɔ]➔ /U/, e também
entre [e], [ɛ] e [i].
Exemplos: Júri / Jure – /‘ʒuɾI/
☄ Nasalidade x Nasalização ➔ O arquifonema nasal é o /N/
PROSÓDIA E EXPRESSIVIDADE
A prosódia é a análise dos elementos suprassegmentais:
- Tonicidade: força emitida no pulso torácico para a produção de uma sequência de sons;
- Ritmo: duração de determinados fragmentos do discurso;
- Velocidade de elocução e emprego de pausas: está relacionada à maior ou menor rapidez
com a que o falante pronuncia seus enunciados e possui conexão com o número de pausas
que tal falante introduz em suas mensagens.
- Entonação: sensação perceptiva produzida pelas variações de tom e, possivelmente, de
outros elementos prosódicos, como a intensidade e o tempo, ao longo da enunciação.
A expressividade é o que é feito durante a fala. Exemplo: Separação de sílabas. Ma-ra-vi-lho-sa.

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