Buscar

Manual_Prof_Fundamentos_Bioquimica1

Prévia do material em texto

Manual do Professor 
Fundamentos de Bioquímica
2
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
Manual do Professor
1. Introdução
Por muito tempo, a educação profissional foi desprezada e considerada 
de segunda classe. Atualmente, a opção pela formação técnica é festejada, pois 
alia os conhecimentos do “saber fazer” com a formação geral do “conhecer” 
e do “saber ser”; é a formação integral do estudante. 
Este livro didático é uma ferramenta para a formação integral, pois alia 
o instrumental para aplicação prática com as bases científicas e tecnológicas, 
ou seja, permite aplicar a ciência em soluções do dia a dia.
Além do livro, compõe esta formação do técnico o preparo do profes-
sor e de campo, o estágio, a visita técnica e outras atividades inerentes a cada 
plano de curso. Dessa forma, o livro, com sua estruturação pedagogicamente 
elaborada, é uma ferramenta altamente relevante, pois é fio condutor dessas 
atividades formativas.
Ele está contextualizado com a realidade, as necessidades do mundo do 
trabalho, os arranjos produtivos, o interesse da inclusão social e a aplicação 
cotidiana. Essa contextualização elimina a dicotomia entre atividade intelec-
tual e atividade manual, pois não só prepara o profissional para trabalhar em 
atividades produtivas, mas também com conhecimentos e atitudes, com vis-
tas à atuação política na sociedade. Afinal, é desejo de todo educador formar 
cidadãos produtivos. 
Outro valor pedagógico acompanha esta obra: o fortalecimento mútuo 
da formação geral e da formação específica (técnica). O Exame Nacional do 
Ensino Médio (ENEM) tem demonstrado que os alunos que estudam em 
um curso técnico tiram melhores notas, pois ao estudar para resolver um 
problema prático ele aprimora os conhecimentos da formação geral (química, 
física, matemática, etc.); e ao contrário, quando estudam uma disciplina geral 
passam a aprimorar possibilidades da parte técnica.
10
3
Fundam
entos de Bioquím
ica
Pretendemos contribuir para resolver o problema do desemprego, pre-
parando os alunos para atuar na área científica, industrial, de transações e 
comercial, conforme seu interesse. Por outro lado, preparamos os alunos 
para ser independentes no processo formativo, permitindo que trabalhem 
durante parte do dia no comércio ou na indústria e prossigam em seus estu-
dos superiores no contraturno. Dessa forma, podem constituir seu itinerário 
formativo e, ao concluir um curso superior, serão robustamente formados 
em relação a outros, que não tiveram a oportunidade de realizar um curso 
técnico.
Por fim, este livro pretende ser útil para a economia brasileira, aprimo-
rando nossa força produtiva ao mesmo tempo em que dispensa a importação 
de técnicos estrangeiros para atender às demandas da nossa economia.
1.1 Por que a Formação Técnica de Nível Médio É 
Importante? 
O técnico desempenha papel vital no desenvolvimento do país por 
meio da criação de recursos humanos qualificados, aumento da produtivi-
dade industrial e melhoria da qualidade de vida. 
Alguns benefícios do ensino profissionalizante para o formando:
• Aumento dos salários em comparação com aqueles que têm apenas 
o Ensino Médio;
• Maior estabilidade no emprego;
• Maior rapidez para adentrar ao mercado de trabalho;
• Facilidade em conciliar trabalho e estudos;
• Mais de 72% ao se formarem estão empregados;
• Mais de 65% dos concluintes passam a trabalhar naquilo que gos-
tam e em que se formaram.
Esses dados são oriundos de pesquisas. Uma delas, intitulada “Educação 
profissional e você no mercado de trabalho”, realizada pela Fundação Getúlio 
Vargas e o Instituto Votorantim, comprova o acerto do Governo ao colocar, 
entre os quatro eixos do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), 
investimentos para a popularização da Educação Profissional. Para as empre-
sas, os cursos oferecidos pelas escolas profissionais atendem de forma mais 
eficiente às diferentes necessidades dos negócios.
Outra pesquisa, feita em 2009 pela Secretaria de Educação Profissional 
e Tecnológica (Setec), órgão do Ministério da Educação (MEC), chamada 
“Pesquisa nacional de egressos”, revelou também que de cada dez alunos, 
seis recebem salário na média da categoria. O percentual dos que qualifica-
ram a formação recebida como “boa” e “ótima” foi de 90%.
4
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
2. Ensino Profissionalizante no Brasil e 
Necessidade do Livro Didático Técnico
O Decreto Federal nº 5.154/2004 estabelece inúmeras possibilidades 
de combinar a formação geral com a formação técnica específica. Os cursos 
técnicos podem ser ofertados da seguinte forma:
a) Integrado – ao mesmo tempo em que estuda disciplinas de for-
mação geral o aluno também recebe conteúdos da parte técnica, na 
mesma escola e no mesmo turno.
b) Concomitante – num turno o aluno estuda numa escola que só 
oferece Ensino Médio e num outro turno ou escola recebe a forma-
ção técnica.
c) Subsequente – o aluno só vai para as aulas técnicas, no caso de já 
ter concluído o Ensino Médio.
Com o Decreto Federal nº 5.840/2006, foi criado o programa de profis-
sionalização para a modalidade Jovens e Adultos (Proeja) em Nível Médio, 
que é uma variante da forma integrada. 
Em 2008, após ser aprovado pelo Conselho Nacional de Educação pelo 
Parecer CNE/CEB nº 11/2008, foi lançado o Catálogo Nacional de Cursos 
Técnicos, com o fim de orientar a oferta desses cursos em nível nacional. 
O Catálogo consolidou diversas nomenclaturas em 185 denominações 
de cursos. Estes estão organizados em 12 eixos tecnológicos, a saber: 
1. Ambiente, Saúde e Segurança
2. Apoio Educacional
3. Controle e Processos Industriais
4. Gestão e Negócios
5. Hospitalidade e Lazer
6. Informação e Comunicação
7. Infraestrutura
8. Militar
9. Produção Alimentícia
10. Produção Cultural e Design
11. Produção Industrial
12. Recursos Naturais.
Para cada curso, o Catálogo estabelece carga horária mínima para 
a parte técnica (de 800 a 1 200 horas), perfil profissional, possibilidades 
de temas a serem abordados na formação, possibilidades de atuação 
e infraestrutura recomendada para realização do curso. Com isso, passa 
a ser um mecanismo de organização e orientação da oferta nacional e tem 
função indutora ao destacar novas ofertas em nichos tecnológicos, culturais, 
ambientais e produtivos, para formação do técnico de Nível Médio. 
5
Fundam
entos de Bioquím
ica
Dessa forma, passamos a ter no Brasil uma nova estruturação legal 
para a oferta destes cursos. Ao mesmo tempo, os governos federal e esta-
duais passaram a investir em novas escolas técnicas, aumentando a oferta 
de vagas. Dados divulgados pelo Ministério da Educação apontaram que 
o número de alunos na educação profissionalizante passou de 693 mil em 
2007 para 795 mil em 2008 – um crescimento de 14,7%. A demanda por 
vagas em cursos técnicos tem tendência para aumentar, tanto devido à nova 
importância social e legal dada a esses cursos, como também pelo cresci-
mento do Brasil.
COMPARAÇÃO DE MATRÍCULAS BRASIL
Comparação de Matrículas da Educação Básica por Etapa e Modalidade – Brasil, 2007 e 2008.
Etapas/Modalidades de 
Educação Básica
Matrículas / Ano
2007 2008 Diferença 2007-2008 Variação 2007-2008
Educação Básica 53.028.928 53.232.868 203.940 0,4
Educação Infantil 6.509.868 6.719.261 209.393 3,2
•	 Creche 1.579.581 1.751.736 172.155 10,9
•	 Pré-escola 4.930.287 4.967.525 37.238 0,8
Ensino Fundamental 32.122.273 32.086.700 –35.573 –0,1
Ensino	Médio 8.369.369 8.366.100 –3.269 0,0
Educação	Profissional 693.610 795.459 101.849 14,7
Educação Especial 348.470 319.924 –28.546 –8,2
EJA 4.985.338 4.945.424 –39.914 –0,8
•	 Ensino	Fundamental 3.367.032 3.295.240 –71.792 –2,1
•	 Ensino	Médio 1.618.306 1.650.184 31.878 2,0
Fonte: Adaptado de: MEC/Inep/Deed.
No aspecto econômico, há necessidade de expandir a oferta desse tipo 
de curso, cujo principal objetivo é formar o aluno para atuar no mercado de 
trabalho, já que falta trabalhador ou pessoa qualificada para assumir ime-
diatamente as vagas disponíveis.Por conta disso, muitas empresas têm que 
arcar com o treinamento de seus funcionários, treinamento esse que não dá 
ao funcionário um diploma, ou seja, não é formalmente reconhecido.
Para atender à demanda do setor produtivo e satisfazer a procura dos 
estudantes, seria necessário mais que triplicar as vagas técnicas existentes 
hoje.
Outro fator que determina a busca pelo ensino técnico é ser este 
uma boa opção de formação secundária para um grupo cada vez maior de 
estudantes. Parte dos concluintes do Ensino Médio (59% pelo Censo Inep, 
2004), por diversos fatores, não buscam o curso superior. Associa-se a isso a 
escolarização líquida do Ensino Fundamental, que está próxima de 95%, e a 
escolarização bruta em 116% (Inep, 2007), mos-
trando uma pressão de entrada no Ensino Médio, 
pelo fluxo quase regular dos que o concluem.
A escolarização líquida do Ensino 
Médio em 2009 foi de 53%, enquanto a bruta foi 
de 84% (Inep, 2009), o que gera um excedente 
de alunos para esta etapa.
 Escolarização líquida é a relação entre a popu-
lação na faixa de idade própria para a escola e o 
número de matriculados da faixa. Escolarização 
bruta é a relação entre a população na faixa 
adequada para o nível escolar e o total de matri-
culados, independente da idade.
6
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
Atualmente, o número de matriculados no Ensino Médio está em torno de 
9 milhões de estudantes. Se considerarmos o esquema a seguir, concluímos que 
em breve devemos dobrar a oferta de Nível Médio, pois há 9,8 milhões de alunos 
com fluxo regular do Fundamental, 8 milhões no excedente e 3,2 milhões que 
possuem o Ensino Médio, mas não têm interesse em cursar o Ensino Superior. 
Além disso, há os que possuem curso superior, mas buscam um curso técnico 
como complemento da formação.
Interessados com 
Ensino Fundamental 
Estimativa 8 milhões.
Com Ensino Médio 
3,2 milhões.
Ensino Fundamental 
116% bruta
94,6% líquida (2007)
TéCnICo
Subsequente
Com curso 
Superior
PR
oE
JA
Integração
9,8 milhões
A experiência internacional tem mostrado que 30% das matrículas da edu-
cação secundária correspondem a cursos técnicos; este é o patamar idealizado pelo 
Ministério da Educação. Se hoje há 795 mil estudantes matriculados, para atingir 
essa porcentagem devemos matricular pelo menos três milhões de estudantes em 
cursos técnicos dentro de cinco anos. 
Para cada situação pode ser adotada uma modalidade ou forma de Ensino 
Médio profissionalizante, de forma a atender a demanda crescente. Para os advin-
dos do fluxo regular do Ensino Fundamental, por exemplo, é recomendado o 
curso técnico integrado ao Ensino Médio. Para aqueles que não tiveram a opor-
tunidade de cursar o Ensino Médio, a oferta do PROEJA estimularia sua volta ao 
ensino secundário, pois o programa está associado à formação profissional. Além 
disso, o PROEJA considera os conhecimentos adquiridos na vida e no trabalho, 
diminuindo a carga de formação geral e privilegiando a formação específica. Já 
para aqueles que possuem o Ensino Médio ou Superior a modalidade recomen-
dada é a subsequente: somente a formação técnica específica.
Para todos eles, com ligeiras adaptações metodológicas e de abordagem do 
professor, é extremamente útil o uso do livro didático técnico, para maior eficácia da 
hora/aula do curso, não importando a modalidade do curso e como será ofertado. 
Além disso, o conteúdo deste livro didático técnico e a forma como foi concebido 
reforça a formação geral, pois está contextualizado com a prática social do estudante e 
relaciona permanentemente os conhecimentos da ciência, implicando na melhoria da 
qualidade da formação geral e das demais disciplinas do Ensino Médio.
7
Fundam
entos de Bioquím
ica
Em resumo, há claramente uma nova perspectiva para a formação técnica 
com base em sua crescente valorização social, na demanda da economia, no apri-
moramento de sua regulação e como opção para enfrentar a crise de qualidade e 
quantidade do Ensino Médio.
3. O Que É Educação Profissionalizante?
O ensino profissional prepara os alunos para carreiras que estão baseadas 
em atividades mais práticas. O ensino é menos acadêmico, contudo diretamente 
relacionado com a inovação tecnológica e os novos modos de organização da pro-
dução, por isso a escolarização é imprescindível nesse processo.
4. Elaboração dos Livros Didáticos 
Técnicos
Devido ao fato do ensino técnico e profissionalizante ter sido renegado a 
segundo plano por muitos anos, a bibliografia para diversas áreas é praticamente 
inexistente. Muitos docentes se veem obrigados a utilizar e adaptar livros que 
foram escritos para a graduação. Estes compêndios, às vezes traduções de livros 
estrangeiros, são usados para vários cursos superiores. Por serem inacessíveis à 
maioria dos alunos por conta de seu custo, é comum que professores preparem 
apostilas a partir de alguns de seus capítulos. 
Tal problema é agravado quando falamos do Ensino Técnico integrado ao 
Médio, cujos alunos correspondem à faixa etária entre 14 e 19 anos, em média. 
Para esta faixa etária é preciso de linguagem e abordagem diferenciadas, para que 
aprender deixe de ser um simples ato de memorização e ensinar signifique mais 
do que repassar conteúdos prontos.
Outro público importante corresponde àqueles alunos que estão afastados 
das salas de aula há muitos anos e veem no ensino técnico uma oportunidade de 
retomar os estudos e ingressar no mercado profissional.
5. O Livro Didático Técnico e o Processo 
de Avaliação
O termo avaliar tem sido constantemente associado a expressões como: rea-
lizar prova, fazer exame, atribuir notas, repetir ou passar de ano. Nela a educação 
é concebida como mera transmissão e memorização de informações prontas e o 
aluno é visto como um ser passivo e receptivo. 
Avaliação educacional é necessária para fins de documentação, geralmente 
para embasar objetivamente a decisão do professor ou da escola, para fins de pro-
gressão do aluno.
O termo avaliação deriva da palavra valer, que vem do latim vãlêre, e refe-
re-se a ter valor, ser válido. Consequentemente, um processo de avaliação tem por 
objetivo averiguar o "valor" de determinado indivíduo. 
Mas precisamos ir além.
8
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
A avaliação deve ser aplicada como instrumento de compreensão do nível de apren-
dizagem dos alunos em relação aos conceitos estudados (conhecimento), em relação ao 
desenvolvimento de criatividade, iniciativa, dedicação e princípios éticos (atitude) e ao 
processo de ação prática com eficiência e eficácia (habilidades). Este livro didático ajuda, 
sobretudo para o processo do conhecimento e também como guia para o desenvolvimento 
de atitudes. As habilidades, em geral, estão associadas a práticas laboratoriais, atividades 
complementares e estágios.
A avaliação é um ato que necessita ser contínuo, pois o processo de construção de 
conhecimentos pode oferecer muitos subsídios ao educador para perceber os avanços e 
dificuldades dos educandos e, assim, rever a sua prática e redirecionar as suas ações, se 
necessário. Em cada etapa registros são feitos. São os registros feitos ao longo do processo 
educativo, tendo em vista a compreensão e a descrição dos desempenhos das aprendizagens 
dos estudantes, com possíveis demandas de intervenções, que caracterizam o processo ava-
liativo, formalizando, para efeito legal, os progressos obtidos.
Neste processo de aprendizagem deve-se manter a interação entre professor e aluno, 
promovendo o conhecimento participativo, coletivo e construtivo. A avaliação deve ser 
um processo natural que acontece para que o professor tenha uma noção dos conteúdos 
assimilados pelos alunos, bem como saber se as metodologias de ensino adotadas por ele 
estão surtindo efeito na aprendizagem dos alunos. 
Avaliação deve ser um processo que ocorre dia após dia, visando à correção de erros e 
encaminhando o aluno para aquisição dos objetivos previstos. A esta correção de rumos, nós 
chamamos de avaliação formativa,pois serve para retomar o processo de ensino/aprendiza-
gem, mas com novos enfoques, métodos e materiais. Ao usar diversos tipos de avaliações 
combinadas para fim de retroalimentar o ensinar/aprender, de forma dinâmica, concluímos 
que se trata de um “processo de avaliação”. 
O resultado da avaliação deve permitir que o professor e o aluno dialoguem, buscando 
encontrar e corrigir possíveis erros, redirecionando o aluno e mantendo a motivação para o 
progresso do educando, sugerindo a ele novas formas de estudo para melhor compreensão 
dos assuntos abordados. 
Se ao fizer avaliações contínuas, percebermos que um aluno tem dificuldade em assi-
milar conhecimentos, atitudes e habilidades, então devemos mudar o rumo das coisas. 
Quem sabe fazer um reforço da aula, com uma nova abordagem ou com outro colega 
professor, em um horário alternativo, podendo ser em grupo ou só, assim por diante. Pode 
ser ainda que a aprendizagem daquele tema seja facilitada ao aluno fazendo práticas discur-
sivas, escrever textos, uso de ensaios no laboratório, chegando a conclusão que este aluno 
necessita de um processo de ensino/aprendizagem que envolva ouvir, escrever, falar e até 
mesmo praticar o tema.
Se isso acontecer, a avaliação efetivamente é formativa. 
Neste caso, a avaliação está integrada ao processo de ensino/aprendizagem, e esta, por 
sua vez, deve envolver o aluno, ter um significado com o seu contexto, para que realmente 
aconteça. Como a aprendizagem se faz em processo, ela precisa ser acompanhada de retor-
nos avaliativos visando a fornecer os dados para eventuais correções.
Para o uso adequado deste livro recomendamos utilizar diversos tipos de avaliações, 
cada qual com pesos e frequências de acordo com perfil de docência de cada professor. 
Podem ser usadas as tradicionais provas e testes, mas, procurar fugir de sua soberania, mes-
clando com outras criativas formas.
9
Fundam
entos de Bioquím
ica
5.1 Avaliação e Progressão
Para efeito de progressão do aluno, o docente deve sempre considerar os avanços 
alcançados ao longo do processo e perguntar-se: Este aluno progrediu em relação ao seu 
patamar anterior? Este aluno progrediu em relação às primeiras avaliações? Respondidas 
estas questões, volta a perguntar-se: Este aluno apresentou progresso suficiente para acom-
panhar a próxima etapa? Com isso o professor e a escola podem embasar o deferimento da 
progressão do estudante.
Com isso, superamos a antiga avaliação conformadora em que eram exigidos padrões 
iguais para todos os “formandos”. 
Nossa proposta significa, conceitualmente, que ao estudante é dado o direito, pela 
avaliação, de verificar se deu um passo a mais em relação as suas competências. Os diversos 
estudantes terão desenvolvimentos diferenciados, medidos por um processo avaliativo que 
incorpora esta possibilidade. Aqueles que acrescentaram progresso em seus conhecimen-
tos, atitudes e habilidades estarão aptos a progredir.
A base para a progressão, neste caso, é o próprio aluno.
Todos têm o direito de dar um passo a mais. Pois um bom processo de avaliação opor-
tuniza justiça, transparência e qualidade.
5.2 Tipos de Avaliação
Existem inúmeras técnicas avaliativas, não existe uma mais adequada, o importante 
é que o docente conheça várias técnicas para poder ter um conjunto de ferramentas a seu 
dispor e escolher a mais adequada dependendo da turma, faixa etária, perfil entre outros 
fatores.
Avaliação se torna ainda mais relevante quando os alunos se envolvem na sua própria 
avaliação.
A avaliação pode incluir:
1. Observação
2. Ensaios
3. Entrevistas
4. Desempenho nas tarefas
5. Exposições e demonstrações
6. Seminários
7. Portfólio: Conjunto organizado de trabalhos produzidos por um aluno ao longo de 
um período de tempo.
8. Elaboração de jornais e revistas (físicos e digitais)
9. Elaboração de projetos
10. Simulações
11. O pré-teste
12. A avaliação objetiva
13. A avaliação subjetiva
14. Autoavaliação
10
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
15. Autoavaliação de dedicação e desempenho
16. Avaliações interativas
17. Prática de exames
18. Participação em sala de aula
19. Participação em atividades
20. Avaliação em conselho pedagógico – que inclui reunião para avaliação discente pelo 
grupo de professores.
No livro didático as “atividades”, as “dicas” e outras informações destacadas poderão resul-
tar em avaliação de atitude, quando cobrado pelo professor em relação ao “desempenho nas 
tarefas”. Poderão resultar em avaliações semanais de autoavaliação de desempenho se cobrado 
oralmente pelo professor para o aluno perante a turma.
Enfim, o livro didático, possibilita ao professor extenuar sua criatividade em prol de um 
processo avaliativo retroalimentador ao processo ensino/aprendizagem para o desenvolvimento 
máximo das competências do aluno.
6. Objetivos da Obra
Além de atender às peculiaridades citadas anteriormente, este livro está de acordo com 
o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Busca o desenvolvimento das habilidades por meio 
da construção de atividades práticas, fugindo da abordagem tradicional de descontextualizado 
acúmulo de informações. Está voltado para um ensino contextualizado, mais dinâmico e com 
o suporte da interdisciplinaridade. Visa também à ressignificação do espaço escolar, tornando-o 
vivo, repleto de interações práticas, aberto ao real e às suas múltiplas dimensões. 
Ele está organizado em capítulos, graduando as dificuldades, numa linha da lógica de 
aprendizagem passo a passo. No final dos capítulos, há exercícios e atividades complementares, 
úteis e necessárias para o aluno descobrir, fixar, e aprofundar os conhecimentos e as práticas 
desenvolvidos no capítulo.
A obra apresenta diagramação colorida e diversas ilustrações, de forma a ser agradável e 
instigante ao aluno. Afinal, livro técnico não precisa ser impresso num sisudo preto-e-branco 
para ser bom. Ser difícil de manusear e pouco atraente é o mesmo que ter um professor dando 
aula de cara feia permanentemente. Isso é antididático.
O livro servirá também para a vida profissional pós-escolar, pois o técnico sempre neces-
sitará consultar detalhes, tabelas e outras informações para aplicar em situação real. Nesse 
sentido, o livro didático técnico passa a ter função de manual operativo ao egresso.
Neste manual do professor apresentamos:
•	 Respostas e alguns comentários sobre as atividades propostas;
• Considerações sobre a metodologia e o projeto didático;
• Sugestões para a gestão da sala de aula;
• Uso do livro;
• Atividades em grupo; 
• Laboratório; 
• Projetos.
11
Fundam
entos de Bioquím
ica
A seguir, são feitas considerações sobre cada capítulo, com sugestões de atividades 
suplementares e orientações didáticas. Com uma linguagem clara, o manual contribui para 
a ampliação e exploração das atividades propostas no livro do aluno. Os comentários sobre as 
atividades e seus objetivos trazem subsídios à atuação do professor. Além disso, apresentam-se 
diversos instrumentos para uma avaliação coerente com as concepções da obra.
7. Referências Bibliográficas Gerais
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e 
Terra, 1997.
FRIGOTTO, G. (Org.). Educação e trabalho: dilemas na educação do trabalhador. 5. ed. São 
Paulo: Cortez, 2005.
BRASIL. LDB 9394/96. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 23 maio 2009.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prá-
tica. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2003.
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. 
Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
ÁLVAREZ MÉNDEZ, J. M. Avaliar para conhecer: examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 
2002.
SHEPARD, L. A. The role of assessment in a learning culture. Paper presented at the Annual Meeting 
of the American Educational Research Association. Available at: <http://www.aera.net/mee-
ting/am2000/wrap/praddr01.htm>.
8. Orientações aoProfessor
A Bioquímica possui uma importância central na formação de estudantes de diversas áreas 
profissionais, como a Médica, a Química, a Nutrição, a Ciência e a Tecnologia de Alimentos, as 
Análises Laboratoriais, a Biotecnologia, os Biocombustíveis, etc. Os profissionais dessas áreas, 
além de outras, irão utilizar conhecimentos de Bioquímica rotineiramente no exercício de sua 
profissão. Por esse e por outros motivos, esses profissionais necessitam de uma sólida formação 
em Bioquímica Básica.
Entretanto, a Bioquímica é vista por muitos estudantes como uma disciplina complexa 
e de difícil aprendizagem, fazendo com que um grande número de alunos passe, inclusive, a 
evitá-la. Realmente, a Bioquímica é uma ciência complexa e seu aprendizado exige esforço e 
dedicação por parte do estudante, mas o aprendizado também depende em grande parte da 
abordagem feita pelo professor e do material didático utilizado, além, obviamente, do interesse 
do aluno em querer aprender.
Em relação ao material didático disponível para o ensino da Bioquímica, parte conside-
rável dos livros clássicos apresenta desde o início dos capítulos uma linguagem aprofundada e 
com grande volume de informações, o que faz com que muitos estudantes novatos nessa área 
não consigam compreender de forma satisfatória. Em razão do exposto, um livro que tenha 
como foco principal os Fundamentos da Bioquímica, é uma excelente ferramenta no ensino 
dessa importante disciplina.
12
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
O livro Fundamentos de Bioquímica é uma obra que, como o próprio nome diz, trabalha 
as bases (fundamentos) da Bioquímica. O texto apresenta uma abordagem técnica/científica 
detalhada dos principais conceitos dessa disciplina, utilizando uma linguagem acessível sem, no 
entanto, ser coloquial demais.
8.1 Objetivos do Material Didático
• Situar a Bioquímica dentro do contexto do universo e da natureza.
• Destacar a importância da Bioquímica nas diferentes áreas da ciência e da tecnologia.
• Caracterizar os principais grupos de biomoléculas (carboidratos, lipídios, proteínas e áci-
dos nucleicos).
• Fazer uma introdução ao metabolismo e caracterizar as principais rotas metabólicas da 
célula.
• Analisar de que forma a informação genética da célula é armazenada, transcrita e 
expressa.
• Integrar as informações de diferentes assuntos tratados, proporcionando uma visão global 
e interligada de todos os processos bioquímicos que ocorrem na natureza.
8.2 Princípios Pedagógicos
Este livro faz uma abordagem dinâmica sobre os principais fundamentos da Bioquímica. 
A metodologia utilizada foi inserir os capítulos em uma sequência lógica que facilita a compre-
ensão da disciplina no contexto geral. Cada capítulo inicia apresentando os conceitos de forma 
clara e objetiva e com uma linguagem acessível, no decorrer do texto são feitos os aprofunda-
mentos necessários. As figuras e os diagramas procuram demonstrar os fenômenos bioquímicos 
de forma descomplicada, facilitando o processo de ensino-aprendizagem, além de desenvolver 
o interesse do estudante por essa fantástica área da Ciência. As atividades ao final de cada capí-
tulo apresentam exercícios que estimulam o raciocínio.
8.3 Articulação do Conteúdo
A Bioquímica não é uma ciência isolada, muito pelo contrário. Ela é uma área multidisci-
plinar, que tem a Biologia e a Química como suas principais ciências básicas. Em função disso, 
o ensino da Bioquímica pode (e deve) ser contextualizado com outras áreas do conhecimento, 
para que o estudante tenha a visão do todo. É interessante que o professor contextualize 
o ensino da Bioquímica (podendo inclusive desenvolver ações com outros professores), prin-
cipalmente, com as seguintes áreas: Biologia Básica, Microbiologia, Biotecnologia, Biologia 
Celular e Molecular, Química Básica, Físico-Química e Biofísica.
8.4 Atividades Complementares
É desejável que, sempre que possível, sejam desenvolvidas atividades complementares às 
aulas teóricas.
• Trabalhos em Grupo e Debates	−	ao	final	de	cada	capítulo	é	interessante	realizar	uma	
dinâmica de grupo ou debate sobre os pontos mais importantes, incluindo aplicações 
práticas do conteúdo estudado.
13
Fundam
entos de Bioquím
ica
• Práticas de Laboratório	−	 na	 área	 da	 Bioquímica	 há	 uma	 grande	
quantidade de experimentos que podem ser feitos com os alunos no 
laboratório, desde simples demonstrações até experimentos mais avan-
çados. Para dar suporte às aulas práticas de Bioquímica são sugeridos ao 
professor os dois livros abaixo:
 – BRACHT, A.; ISHII-IWAMOTO, E. L. Métodos de Laboratório em 
Bioquímica. 1. ed. Barueri: Manole, 2010.
 – NEPOMUCENO, M. F.; RUGGIERO, A. C. Manual de Bioquímica. 
Ribeirão Preto: Tecmedd, 2004.
• Vídeos Educativos	 −	 no	 site	<http://www.youtube.com>	 há	 uma	
grande quantidade de vídeos relacionados à Bioquímica, incluindo 
vários vídeos de animações em 3D. Sugere-se pesquisar os termos em 
Português e Inglês, sendo que em Inglês o acervo de vídeos educativos 
é maior. Com a ajuda de determinados softwares, como o Free You Tube 
Download, é possível baixar os vídeos para o computador e assisti-los 
sem necessidade de acesso à Internet.
• Uso de Softwares	 −	 há	 diversos	 softwares que podem ser utilizados 
no ensino da Bioquímica. Para este livro são sugeridos os seguintes 
programas:
– ACD/ChemSketch	(Versão	Gratuita)	−	desenho	de	estruturas	quí-
micas em 2 e 3D. Desenvolvido pela Advanced Chemistry Development, 
Inc. disponível em: <http://www.acdlabs.com>.
– HyperChem 8	(Versão	de	Avaliação)	−	visualização	e	manipulação	
de moléculas em 3D. Desenvolvido pela Hypercube, Inc. disponível 
em:	<http://www.hyper.com>.
– Inkscape	(Programa	Gratuito	de	Código	Aberto)	−	desenho	vetorial.	
Desenvolvido pela Inkscape disponível em: <http://www.inkscape.
org>.
 Nota: os três softwares citados foram utilizados na elaboração do livro.
• Visitas Técnicas Sugeridas	−	 as	 visitas	 técnicas	 são	 sempre	 inte-
ressantes porque o estudante visualiza várias aplicações práticas dos 
assuntos vistos em sala de aula. Entre os locais sugeridos estão os 
laboratórios de Biologia Molecular, laboratórios de Análises Clínicas, 
empresas e laboratórios de Biotecnologia, indústrias de produtos ali-
mentícios, etc.
8.5 Sugestões de Leitura
Os livros sugeridos têm o propósito de aprofundar os conhecimentos 
do professor, enquanto os sites trazem informações atuais e interdisciplinares, 
possibilitando ao professor uma visão ampla da Bioquímica no contexto das 
Ciências Naturais.
14
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
Livros
CAMPBELL, M. K.; FARRELL, S. O. Bioquímica – Bioquímica Básica. vol. 1. 
5. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
_____. Bioquímica – Biologia molecular. vol. 2. 5. ed. São Paulo: Thomson 
Learning, 2007.
_____. Bioquímica – Bioquímica Metabólica. vol. 3. 5. ed. São Paulo: Thomson 
Learning, 2007.
LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de Bioquímica. 
4. ed. São Paulo: Sarvier, 2006.
VOET, D.; VOET, J. G.; PRATT, C. W. Fundamentos de Bioquímica. 2. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2008.
Sites
Visão Bioquímica
Site (em português) desenvolvido pela Universidade de Brasília.
Endereço: <http://www.bioq.unb.br>
Inovação Tecnológica
Site (em português) que publica artigos e textos de tudo o que acontece 
na fronteira do conhecimento. Engloba diversas áreas do conhecimento.
Endereço: <http://www.inovacaotecnologica.com.br>
Scientific American Brasil
Site (em português) que publica artigos e textos de várias áreas do conhe-
cimento. Também disponível na forma impressa (revista Scientific American 
Brasil).
Endereço: <http://www2.uol.com.br/sciam>
The Medical Biochemistry Page
Site (em inglês) que apresenta diversos tópicos de Bioquímica. 
Desenvolvido pela Indiana University School of Medicine.
Endereço:	<http://themedicalbiochemistrypage.org>
The Virtual Library of Biochemistry, Molecular Biology and Cell Biology
Site (em inglês) que apresenta diversos tópicos de bioquímica emdiferentes níveis de complexidade. É voltado para cientistas, educadores e 
estudantes em geral.
Endereço: <http://biochemweb.org>
8.6 Sugestão de Planejamento
Este livro foi elaborado para dar suporte e ser utilizado entre 60 a 80 horas 
em sala de aula. Mas é recomendado que o professor da disciplina comple-
mente as aulas com textos e atividades extras, em conformidade com a sua 
maneira de ministrar as aulas, sobretudo potencializando sua especialização e 
aplicando sua criatividade em prol do incremento do ensino-aprendizagem.
15
Fundam
entos de Bioquím
ica
Semestre 1
Conteúdo
Capítulo 1 – Introdução aos Fundamentos da Bioquímica
Capítulo 2 – Aminoácidos e Proteínas
Capítulo 3 – Enzimas
Capítulo 4 – Lipídios e Membranas Biológicas
Capítulo 5 – Carboidratos
Semestre 2
Conteúdo
Capítulo 6 – Metabolismo Energético de Carboidratos
Capítulo 7 – Ciclo do Ácido Cítrico, Cadeia Transportadora e 
Fosforilação Oxidativa
Capítulo 8 – Metabolismo Energético de Lipídios
Capítulo 9 – Metabolismo Energético de Proteínas
Capítulo 10 – Armazenamento e Expressão da Informação Gênica
Os conteúdos a serem abordados, os objetivos de cada tema, bem como 
as respostas das atividades de cada capítulo estão descritos detalhadamente no 
item 9 deste manual.
9. Orientações Didáticas e Respostas 
das Atividades
Notas sobre as respostas das atividades:
• Nem todas as respostas das atividades são encontradas no livro. O 
objetivo é incentivar a pesquisa e a investigação por parte do estu-
dante. Para isso, ele poderá utilizar a Internet e também consultar 
outros livros que abordam o assunto em um nível mais avançado.
• Nas questões em que a resolução não se limita a respostas técnicas 
específicas, a resposta fornecida pelo autor é apenas uma orientação 
em relação ao tipo de resposta que é esperado, uma vez que se tratam 
de questões abertas, sujeitas a interpretações diferenciadas por parte 
de diferentes estudantes.
16
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
Capítulo 1
Orientações 
Fazer uma abordagem dinâmica inserindo a Bioquímica no contexto do Universo, do 
surgimento da vida na Terra e da dinâmica celular. Frisar a importância da Bioquímica para o 
progresso da Ciência e da Tecnologia. Explicar detalhadamente: as teorias sobre o surgimento 
das biomoléculas e da vida; importância da célula; propriedades da molécula de água e sua 
importância para os processos celulares; importância do estudo da Bioquímica para o futuro 
profissional e para o crescimento pessoal do estudante. Fazer um fechamento focando nos 
pontos mais importantes do tema e situá-lo no contexto geral da Bioquímica.
Respostas – página 23
1) Estudar Bioquímica é importante sob vários aspectos. Primeiramente, ela explica a vida 
sob o ponto de vista biológico. Estudando Bioquímica conseguimos entender como a 
química da vida funciona. Por exemplo, estudando Bioquímica conseguimos compre-
ender como a fotossíntese transforma a energia solar em compostos de alta energia, que 
são utilizados pelos seres vivos como alimento. Além do mais, essa disciplina serve como 
base para outras áreas do conhecimento, como Biotecnologia, Tecnologia de Alimentos, 
Medicina Moderna, etc. Os profissionais dessas e de outras áreas correlacionadas neces-
sitam de uma sólida formação em Bioquímica.
2) Todos os processos celulares/biológicos encontram explicação na Bioquímica. Os pro-
cessos que ainda não são compreendidos também possuem explicações na Bioquímica, 
somente não foram elucidados ainda. Como exemplo, podemos citar:
	 • Como nosso organismo consegue, por meio da respiração, oxidar os nutrientes oriun-
dos da dieta e transformá-los em energia para todas as nossas atividades.
	 • De que maneira as plantas conseguem converter gás carbônico e água em glicose, 
usando a energia solar.
	 • A importância de uma dieta equilibrada e diversificada para a manutenção da saúde 
humana.
	 • A interação de substâncias tóxicas com nosso organismo, como toxinas microbianas, 
vegetais e animais (ex.: veneno de cobra), etanol em excesso (bebidas alcoólicas), 
cocaína, etc. 
	 • As funções das mais diversas substâncias que compõe os organismos.
	 • A ação de substâncias antioxidantes na manutenção da vida na célula.
	 • As teorias sobre a origem da vida na Terra.
	 • As causas de várias doenças e como os organismos lutam contra elas.
	 • O funcionamento de sociedades biológicas altamente sofisticadas (ex.: abelhas, formi-
gas, cupins, etc.).
	 • O processo de evolução das espécies em nível genético.
	 • O processo de envelhecimento e morte celular.
	 • A importância da conservação da natureza e da biodiversidade.
17
Fundam
entos de Bioquím
ica
3) A Bioquímica pode ajudar (e ajuda) no desenvolvimento tecnológico da humanidade de 
diversas formas, pois ela é uma das principais bases para as áreas de grande desenvolvi-
mento tecnológico atual, como a biotecnologia, os organismos transgênicos, as células 
tronco, etc. No desenvolvimento tecnológico, a Bioquímica possibilita, por exemplo:
 • Desenvolvimento de novos medicamentos e drogas para o tratamento de doenças.
 • Desenvolvimento de novos exames médicos e laboratoriais.
 • Elaboração de dietas balanceadas e/ou específicas para humanos e outros animais.
 • Criação de alimentos funcionais.
 • Obtenção de micro-organismos, plantas e animais transgênicos, com os mais diversos 
propósitos.
 • Sintetizar novos compostos químicos a partir do estudo de substâncias de ocorrência 
natural.
 • Desenvolvimento de novos biocombustíveis.
 • Traçar estratégias para a conservação dos recursos naturais.
 • Buscar a cura de várias doenças, como o câncer.
 • Enfim, desenvolver novas ferramentas biotecnológicas para melhorar a vida do ser 
humano.
4) Entre a matéria inanimada e a matéria viva existem algumas semelhanças e muitas dife-
renças. Uma das poucas semelhanças é ambas serem formadas por elementos químicos, 
dos quais muitos são encontrados nos dois tipos de matéria. Por exemplo, o hidrogênio 
(H), o oxigênio (O) e o ferro (Fe) são encontrados tanto na matéria inanimada quanto 
na matéria viva. Entretanto, há enormes diferenças. Na matéria inanimada os elementos 
químicos fazem parte de compostos químicos relativamente simples. Nos seres vivos os 
elementos químicos são encontrados fazendo parte de grandes e complexas moléculas, 
muitas das quais interagem entre si. Na matéria viva essas biomoléculas estão organizadas 
em células, que possuem propriedades extraordinárias e tornam a vida possível. Ainda, 
por meio do material genético os seres vivos se reproduzem e transmitem suas caracterís-
ticas a seus descendentes.
5) Na matéria inanimada os elementos químicos fazem parte de substâncias relativamente 
simples e homogêneas. Na matéria viva esses mesmos elementos químicos estão em uma 
forma altamente organizada, fazendo parte de grandes moléculas complexas (biomolécu-
las) das quais algumas são polímeros, como o DNA e as proteínas. Resumindo, a diferença 
está no grau de organização dos elementos químicos.
6) Porque a estrutura da matéria viva tem como base o elemento químico carbono, e prova 
disso é que ele está presente em todas as biomoléculas conhecidas. Isso se deve a algumas 
propriedades únicas desse elemento químico, como a capacidade de se ligar a outros áto-
mos de carbono formando grandes cadeias moleculares, que podem ter diferentes graus 
de ramificação. O carbono também é tetravalente, ou seja, pode fazer 4 ligações quími-
cas covalentes, que podem ser 4 ligações simples, 2 ligações duplas ou 1 ligação tripla 
com outra ligação simples. Outra característica fundamental, é que quando o carbono 
faz 4 ligações simples com radicais (grupos químicos) diferentes, ele se torna um carbono 
assimétrico, originando compostos isômeros, que possuem a mesma fórmula molecular, 
mas arranjo tridimensional diferente. E na grande maioria dos casos, a conformação espa-
cial das moléculas é essencial para os processos celulares.
18
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
ioqu
ím
ic
a
7) A célula é a unidade básica de que são compostos todos os seres vivos, com exceção 
dos vírus. Ela é formada por uma bicamada lipídica (membrana plasmática) que contém 
em seu interior uma solução aquosa (citosol) na qual se encontram todas as suas bio-
moléculas. Algumas células possuem núcleo (eucarióticas) e células mais primitivas não 
(procarióticas). Ela é conhecida como o “tubo de ensaio da vida” devido ao fato de que 
quase a totalidade dos processos químicos e bioquímicos ocorre dentro dela. Sem célula 
não haveria vida. O nome vem do latim cellula, que quer dizer cela, compartimento. Em 
alguns organismos, a célula é o próprio ser vivo (unicelular), enquanto que em organis-
mos mais complexos trilhões de células compõem um único ser vivo (pluricelular).
8) A água é uma molécula que possui propriedades únicas. É conhecida como “solvente 
universal” devido ao seu poder de dissolver as mais diversas substâncias orgânicas e inor-
gânicas, apesar de não dissolver tudo. Primeiramente, a água é o meio onde as reações 
químicas e as interações bioquímicas acontecem, pois para que haja uma reação entre 
duas moléculas estas precisam se encontrar. A grande capacidade da água de funcionar 
como um ótimo solvente é devido ao seu caráter polar e à geometria da molécula, que faz 
com que as cargas elétricas parciais não se anulem. Assim, a molécula de água possui carga 
parcial positiva na região dos hidrogênios e carga parcial negativa na região do oxigênio. 
A capacidade da água de formar pontes de hidrogênio entre si e com outras biomoléculas 
também é de fundamental importância, pois possibilita os processos celulares e estabiliza 
algumas biomoléculas, como ocorre com a dupla fita do DNA.
9) • Biotecnologia	−	produção	de	plantas	e	animais	transgênicos,	engenharia	genética,	
etc.
	 • Área Médica	−	reprodução	humana,	células	tronco,	mecanismos	de	novas	doenças	
(ex.: príons), testes de DNA, etc.
10) • Crescimento Pessoal	−	entender	como	a	natureza	e	os	seres	vivos	funcionam;	com-
preender a lógica por trás de processos biológicos complexos, como o processo de 
geração de energia celular a partir da oxidação dos alimentos que ingerimos.
 • Futuro Profissional	−	diversas	áreas	profissionais	necessitam	de	uma	base	sólida	em	
conhecimentos de Bioquímica, e quanto mais bem preparado estiver o profissional, 
melhores serão suas chances de sucesso.
11) A grande capacidade calorífica da água provém basicamente das pontes de hidrogênio 
existentes entre as suas moléculas, o que exige grandes quantidades de energia para 
permitir mudanças na sua temperatura. Em uma situação hipotética, na qual o poder 
calorífico da água fosse reduzido a 1/3, as consequências mais imediatas seriam:
	 • Grande dificuldade dos organismos homeotérmicos de manter sua temperatura 
corporal em ambientes quentes. No calor, esses organismos teriam que perder cons-
tantemente grandes quantidades de água pela transpiração para evitar que a temperatura 
corporal aumentasse. Como o poder calorífico da água caiu para 1/3, a quantidade 
de água perdida pelo suor teria que ser 3 vezes maior, podendo levar rapidamente à 
desidratação. Obs.: em ambientes frios esses organismos, provavelmente, não teriam 
grandes dificuldades de manter seu corpo aquecido, pois ao mesmo tempo em que o 
corpo perdesse calor aceleradamente e assim baixasse sua temperatura, o metabolismo 
energético desses seres vivos conseguiria aumentar a temperatura corporal rapida-
mente, visto que também necessitaria “queimar” apenas 1/3 das calorias para fazer a 
temperatura corporal subir de novo.
19
Fundam
entos de Bioquím
ica
 • A evaporação da água ocorreria em uma intensidade muito maior, 
criando rapidamente condições adversas para as plantas e para os 
organismos que vivem no solo (bactérias, fungos, etc.).
 • Em condições muito frias, a água congelaria muito mais rápido, o 
que causaria a morte de organismos aquáticos, assim como de uma 
grande diversidade de vegetais que não sobreviveria em condições de 
congelamento.
 • Possivelmente, a quantidade de chuvas seria maior, visto que a quan-
tidade de água evaporada também seria maior.
 • Várias outras consequências menos diretas. A vida na Terra depende 
de um grande equilíbrio. A mudança de apenas uma propriedade 
física da molécula de água alteraria de forma drástica as condições de 
vida de praticamente todos os seres vivos. Isso ocorre porque toda 
a vida no planeta evoluiu e se adaptou em torno das características 
específicas da água. É claro que o quadro descrito anteriormente é 
hipotético, mas serve para ilustrar o delicado equilíbrio existente 
entre os aspectos bioquímicos da vida.
12) Os feromônios são substâncias químicas excretadas por membros de 
várias espécies, sendo reconhecidos por outros integrantes da mesma 
espécie. Esses compostos já foram identificados em espécies de plantas 
e em alguns vertebrados, mas é entre os insetos que esse mecanismo de 
sinalização química encontra-se amplamente presente e documentado. 
Os feromônios são classificados segundo sua finalidade, estando entre 
os mais comuns os feromônios de atração sexual, alarme, agregação dos 
membros da espécie, territorial, demarcação de trilhas (particularmente 
comum entre as formigas), alteração comportamental, etc. Muitos 
feromônios são neurotransmissores. Ao que tudo indica esses verda-
deiros mensageiros químicos são a base da comunicação (comunicação 
química) de organismos que vivem em sistema de sociedade, como os 
insetos. Sem esse sistema de sinalização, com certeza sociedades alta-
mente organizadas e complexas como as abelhas, cupins e formigas não 
existiriam da forma como as conhecemos hoje.
Capítulo 2 
Orientações 
Fazer uma abordagem dinâmica sobre o papel das proteínas na célula 
e suas principais características. Explicar detalhadamente: estrutura dos ami-
noácidos; importância dos aminoácidos essenciais; estruturas das proteínas 
(primária, secundária, terciária e quaternária); importância da desnaturação 
proteica para a célula e para os processos tecnológicos na indústria. Fazer um 
fechamento focando nos pontos mais importantes do tema e situá-lo no con-
texto geral da Bioquímica. 
20
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
Respostas – página 36
1) Bioquimicamente, não há diferença entre proteínas de origem vegetal e proteínas de ori-
gem animal. Em relação às diferenças, produtos de origem vegetal contêm bem menos 
proteínas em relação aos produtos de origem animal. Alimentos como a carne contêm 
aproximadamente 16 a 22% de proteína, enquanto na maioria das frutas e verduras esse 
percentual dificilmente ultrapassa os 2%. Outra diferença marcante está no perfil de 
aminoácidos, sendo que proteínas de origem animal, geralmente, são mais ricas em 
aminoácidos essenciais do que as proteínas vegetais, ou seja, as proteínas animais são 
de alto valor biológico, enquanto as proteínas vegetais possuem baixo valor biológico. 
Entretanto, a ingestão de proteína vegetal vem acompanhada de fibras e de uma menor 
proporção de gordura.
2) Aminoácidos são as unidades básicas (monômeros) das proteínas. Quimicamente, é um 
composto orgânico que possui um carbono assimétrico* (denominado carbono α) ligado 
a um grupo funcional carboxila (–COOH), a um grupo funcional amino (–NH2)**, a um 
átomo de H e mais a um radical variável, denominado cadeia lateral ou grupo R. Cada 
aminoácido possui um grupo R único que o diferencia dos demais. Existem 20 aminoá-
cidos que são codificados pelo código genético universal, sendo que alguns deles sofrem 
transformações químicas após sua síntese na célula, originando outros aminoácidos.
 * A exceção é o aminoácido glicina, no qual o radical R também é um átomo de H.
 ** A exceção é o aminoácido prolina, que possui o grupo imino (–NH–) no lugar do 
grupo –NH2.
3) São aqueles que não são sintetizados pelo corpo humano. Dos 20 aminoácidos, 9 são 
essenciais. Em alguns casos de doenças específicas, mais 7 aminoácidos podem tornar-se 
essenciais.Uma vez que o organismo necessita de todos os aminoácidos, mas só consegue 
sintetizar 11, os outros 9, ditos essenciais, precisam ser necessariamente adquiridos por 
meio da alimentação. Uma dieta pobre em aminoácidos essenciais pode levar ao surgi-
mento de diversas doenças.
4) Caso houvesse a incorporação de D-aminoácidos durante a síntese proteica, a proteína 
resultante teria uma estrutura tridimensional diferente da proteína composta somente 
por L-aminoácidos. Como consequência, a atividade biológica da proteína seria afetada, 
uma vez que a função das proteínas depende diretamente de sua estrutura espacial (for-
mato tridimensional).
5) Isso é possível porque não é só a composição de aminoácidos que define a caracterís-
tica de determinada proteína, mas, basicamente, a sequência em que esses aminoácidos 
estão dispostos ao longo da estrutura primária da proteína. Por exemplo, o peptídeo 
Ala-Met-Pro-Ser-His é diferente do peptídeo Pro-Met-Ala-His-Ser, embora ambos sejam 
compostos pelos mesmos aminoácidos.
6) A estrutura primária das proteínas é a sequência em que os aminoácidos estão dispos-
tos. Sequências diferentes originam estruturas tridimensionais diferentes, que originam 
proteínas distintas, obviamente com atividades biológicas (ex.: atividade enzimática) dife-
rentes. Por exemplo, um gene codifica para que em determinada enzima ocorra uma 
mutação que tenha como consequência a troca de um aminoácido na enzima resultante, é 
possível que a enzima resultante perca sua atividade biológica. Isso vai depender de como 
a troca desse aminoácido vai influenciar na estrutura terciária da enzima.
21
Fundam
entos de Bioquím
ica
7) A estrutura tridimensional das proteínas é fundamental para sua atividade biológica. A 
principal atividade biológica das proteínas é a atividade catalítica, que possui um sítio ativo 
em conformação tridimensional característica. Se a conformação espacial da proteína é 
perdida, sua atividade biológica também será.
8) A desnaturação das proteínas é utilizada em muitos processos tecnológicos, especial-
mente quando essas proteínas são enzimas. Como exemplo, podemos citar:
	 • Destruição de micro-organismo pelo calor, pois a perda da atividade enzimática causa 
sua morte.
	 • Destruição de enzimas prejudiciais em sucos de frutas.
	 • Clarificação de sucos de frutas.
	 • Precipitação das proteínas do leite para fabricação de queijo.
	 • Outros.
9) As proteínas estruturais geralmente possuem formato alongado, fibroso e atividade estru-
tural de sustentação. Já as proteínas com atividade biológica, em especial as enzimas, 
possuem formato globular, com formato tridimensional único, requerido para a ativi-
dade catalítica.
10) Porque em uma única célula ocorrem centenas ou milhares de reações químicas simul-
taneamente, sendo que basicamente todas essas reações químicas são catalisadas por 
proteínas com poder catalítico, ou seja, enzimas. Uma vez que a atividade das enzimas é 
altamente específica, e cada reação ou grupo de reações estão intimamente relacionados é 
necessário que para cada x reações químicas diferentes existam x enzimas diferentes.
Capítulo 3
Orientações 
Fazer uma abordagem dinâmica sobre energia de ativação nas reações químicas e o papel 
dos catalisadores biológicos nas reações químicas da célula. Explicar detalhadamente: proprie-
dades das enzimas; nomenclatura das enzimas; mecanismo de ação enzimática; fatores que 
afetam a velocidade das reações enzimáticas; funcionamento e importância da regulação da 
atividade enzimática na célula. Fazer um fechamento focando nos pontos mais importantes do 
tema e situá-lo no contexto geral da Bioquímica. 
Respostas – página 51
1) Funcionar como catalisadores biológicos, acelerando a velocidade das reações químicas. 
Sem a ação das enzimas as reações químicas na célula seriam demasiadamente lentas, e 
muitas nem iriam ocorrer. Basicamente, a função das enzimas é possibilitar que as reações 
químicas na célula ocorram em velocidade compatível com a dinâmica da vida biológica.
2) Diminuindo a energia de ativação daquela reação química. As enzimas propiciam o 
encontro dos substratos ao posicioná-los adequadamente ou, no caso da reação possuir 
apenas um substrato, posicioná-lo de tal maneira que a reação química aconteça muito 
rapidamente, mediante um “posicionamento ótimo”.
22
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
3) Definitivamente, não. Isso porque sem esses extraordinários catalisado-
res biológicos as reações químicas na célula seriam lentas demais para 
sua sobrevivência, sendo que muitas reações químicas nem iriam chegar 
a ocorrer. Por exemplo, para uma célula muscular realizar o processo de 
contração muscular, ela necessita de grande quantidade de energia, que 
precisa ser instantaneamente disponibilizada. Isso só é possível porque a 
oxidação da glicose ocorre mediante catálise enzimática.
4) As enzimas são proteínas que possuem atividade catalítica, ou seja, ace-
leram reações químicas. Entretanto, nem todas as proteínas fazem isso. 
Há outros grupos de proteínas, como as estruturais, que possuem fun-
ção estrutural (ex.: proteínas miofibrilares).
5) Vitaminas são compostos orgânicos que necessitam ser ingeridas em 
pequena quantidade por meio da dieta. Deficiências vitamínicas provo-
cam o surgimento de doenças. A principal função de muitas vitaminas 
é atuar como coenzimas, que são cofatores enzimáticos. A deficiência 
de determinada vitamina vai comprometer o funcionamento da enzima 
em que ela atua como coenzima.
6) Devido à desnaturação proteica. A desnaturação proteica não é um pro-
cesso gradual, mas acima de determinada temperatura crítica ocorre 
muito rapidamente. Por isso, a atividade enzimática diminui brusca- 
mente acima de sua temperatura ótima de atuação, até parar 
completamente.
7) Assim como a temperatura, o pH afeta a velocidade das reações enzimá-
ticas. Cada enzima possui um pH ótimo de atuação, um valor máximo 
e um valor mínimo. O perfil de ionização de grupos químicos nos ami-
noácidos muda em diferentes pH, modificando sua estrutura terciária, 
fazendo com que a velocidade das reações químicas por eles catalisadas 
seja diretamente alterada.
8) Porque aumentando a concentração do substrato, chegará o ponto em 
que todas as enzimas estarão catalisando as reações em sua velocidade 
máxima, e a adição de substrato em excesso não irá aumentar mais a 
velocidade da reação química em questão.
9) • Inibição Competitiva	−	ocorre	quando	determinados	compostos	
que possuem estrutura similar ao substrato ligam-se ao sítio ativo da 
enzima e bloqueiam o acesso do substrato a este local. Nessa situa-
ção, o inibidor compete com o substrato pelo sítio ativo da enzima. 
É possível aumentar a velocidade da reação mediante o aumento da 
concentração do substrato e quando a sua concentração for suficien-
temente superior à concentração do inibidor, a velocidade da reação 
atinge a velocidade máxima observada na ausência desse inibidor.
	 • Inibição Não Competitiva	−	nesse	tipo	de	inibição	a	substância	
inibidora não compete com o substrato pelo sítio ativo da enzima. 
O inibidor interage diretamente com o complexo enzima-substrato, 
mas não interage com a enzima livre. Ao contrário do que ocorre na 
inibição competitiva, nesse caso não é possível atingir a velocidade 
máxima da reação pelo aumento da concentração do substrato.
23
Fundam
entos de Bioquím
ica
10) O metabolismo celular (todas as reações químicas) ocorre de forma coordenada e em 
velocidade controlada também. Isso significa que as reações químicas ocorrem, basica-
mente, segundo as necessidades da célula para aquele instante. Como as reações químicas 
da célula são mediadas pelas enzimas, são elas que têm a sua atividade catalítica alta-
mente regulada. Há vários mecanismos que regulam a atividade das enzimas, ativando ou 
inibindo a sua ação. Se não fosse assim, a célula não conseguiria fazer seus processos celu-
lares de maneira organizada, as reações químicas iriam ocorrer rapidamentee de maneira 
desordenada, causando o colapso da célula.
Capítulo 4
Orientações 
Fazer uma abordagem dinâmica sobre a definição de lipídios, suas principais característi-
cas e funções na célula. Frisar a importância do cuidado com os lipídios na dieta, principalmente 
dos triglicerídeos, colesterol e gordura trans. Explicar detalhadamente: diferenças entre óleos 
e gorduras; estrutura e propriedades dos ácidos graxos; nomenclatura dos ácidos graxos; áci-
dos graxos essenciais; propriedades e funções dos triglicerídeos; caráter anfipático dos ácidos 
graxos e suas consequências; formação das membranas biológicas; principais características da 
bicamada lipídica para a membrana plasmática das células. Fazer um fechamento focando nos 
pontos mais importantes do tema e situá-lo no contexto geral da Bioquímica. 
Respostas − página 65
1) Basicamente, ela precisa ser apolar. Os lipídios não são caracterizados por nenhum grupo 
funcional específico. Essas biomoléculas de estrutura química variada compartilham a 
característica de serem praticamente insolúveis em água, mas muito solúveis em solven-
tes orgânicos, como acetona, éter e clorofórmio. A sua insolubilidade em água é, aliás, a 
característica mais marcante dos lipídios como um todo. Óleos são lipídios que estão na 
fase líquida à temperatura ambiente, enquanto que as gorduras encontram-se solidificadas 
nessa temperatura. Portanto, o ponto de fusão dos óleos é menor em relação às gorduras, 
devido ao fato de apresentar maior grau de insaturações na sua molécula.
2) O interesse por biocombustíveis está aumentando em nível global, e este já é produzido 
em escala comercial e misturado aos combustíveis fósseis, especialmente ao óleo diesel. 
Por razões tecnológicas (mas também econômicas), a matéria-prima para a produção dos 
biocombustíveis é o óleo vegetal. Estes sofrem um processo químico adequado para se 
transformarem em combustível e serem utilizados em motores de combustão. O Brasil, 
em função de sua grande área agrícola, já produz uma enorme quantidade de óleo vegetal, 
especialmente óleo de soja. Além disso, o Brasil também produz quantidades conside-
ráveis de óleo de girassol, milho, canola, arroz, mamona, etc. Uma vez que a demanda 
por biocombustíveis aumente consideravelmente nas próximas décadas, os óleos vegetais 
possuem importância central, pois deverá haver oferta dessa matéria-prima além de muita 
pesquisa para aperfeiçoar o processo de transformação dos óleos vegetais em biocombus-
tíveis de alto desempenho.
24
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
3) Os ácidos graxos trans são raros na natureza, pois a dupla ligação dos áci-
dos graxos insaturados ocorre na forma cis. A origem dos ácidos graxos 
trans nos alimentos deve-se a processos químicos de processamento de 
lipídios, como na fabricação de margarinas. Os ácidos graxos trans pos-
suem ação no organismo semelhante às gorduras saturadas, elevando o 
nível da lipoproteína LDL e baixando o nível da lipoproteína HDL. Há 
fortes indícios relacionando a ingestão de ácidos graxos trans com doen-
ças cardiovasculares. Além disso, existem evidências de que os ácidos 
graxos trans interferem no metabolismo dos ácidos graxos essenciais.
4) Compostos que possuem em sua molécula regiões apolares e regiões 
polares são conhecidos como moléculas anfipáticas, sendo os ácidos 
graxos um exemplo típico. As moléculas anfipáticas possuem compor-
tamentos característicos, como intercalar-se entre duas fases de uma 
mistura, possibilitando a formação de emulsões pela formação de peque-
nas micelas. Além disso, são utilizadas na fabricação de sabões devido a 
serem ótimas removedoras de óleos e gorduras, justamente por dissol-
verem uma substância lipídica (óleo ou gordura) em solução aquosa. O 
caráter anfipático também permite a formação de bicamadas lipídicas, 
a membrana plasmática das células é o exemplo clássico, nas quais os 
fosfolipídios são os mais abundantes.
5) A forma mais eficiente de armazenar nutrientes com o objetivo pos-
terior de obter energia é na forma de gordura, principalmente por 
fornecer mais do que o dobro de energia (9 Kcal/g) em relação às 
proteínas (4 Kcal/g) e aos carboidratos (4 Kcal/g). Outra vantagem é 
que devido ao caráter apolar dos lipídios, os depósitos desses compostos 
possuem baixo teor de hidratação (depósitos anidros), reduzindo consi-
deravelmente a massa total por quantidade de energia armazenada. Em 
comparação com o glicogênio (altamente hidratado), a mesma quanti-
dade de gordura armazenada fornece em média 10 vezes mais energia 
por unidade de massa.
6) Porque no processo de fabricação de sabão a partir de lipídios (saponi-
ficação) o ácido graxo é removido do glicerol e recebe a adição de um 
cátion monovalente, geralmente Na+, que em solução aquosa se ioniza, 
conferindo ao sabão um caráter anfipático. O sabão forma uma camada 
na interface óleo/água, com a cauda apolar voltada para a gordura e com 
a polar voltada para o meio externo, interagindo com o meio aquoso, 
removendo, assim, os lipídios.
7) O colesterol está presente na membrana plasmática das células animais e 
também é precursor de hormônios. Entretanto, sua ingestão em excesso 
por meio da alimentação, geralmente, causa formação de depósitos de 
lipídios que obstruem os vasos sanguíneos (aterosclerose), podendo cau-
sar complicações cardiovasculares. O colesterol não é essencial na dieta, 
pois é sintetizado pelo fígado. Entretanto, uma pessoa pode ter compli-
cações causadas pelo colesterol mesmo não o ingerindo na alimentação. 
Nesse caso, uma doença faz com que o fígado sintetize colesterol em 
excesso.
25
Fundam
entos de Bioquím
ica
8) Assim como os ácidos graxos, os fosfolipídios são moléculas anfipáticas. Para separar duas 
fases, a região polar da molécula precisa estar em contato com a fase aquosa. Em um sis-
tema bifásico, no qual uma fase é aquosa e a outra lipídica, forma-se uma monocamada de 
uma substância anfipática no meio. Entretanto, na célula tanto a sua parte interna quanto 
a externa é aquosa, nesse caso uma monocamada anfipática não consegue se estabelecer. 
Nessa condição, surge uma segunda camada, formando uma bicamada, que no caso das 
membranas biológicas é composta por fosfolipídios. As partes apolares das duas camadas 
estão voltadas para o interior da bicamada enquanto que a parte polar de ambas as camadas 
de fosfolipídios está voltada para fora da bicamada, em contato com o meio aquoso. Dessa 
maneira, as membranas biológicas separam de maneira extremamente eficiente a célula 
do meio externo.
9) Modificando o grau de insaturação dos fosfolipídios que compõe a membrana plasmá-
tica. Para adaptar-se a temperaturas mais baixas, o grau de insaturação é aumentado, para 
evitar a solidificação dos fosfolipídios, enquanto que para adaptar-se a temperaturas mais 
altas, o grau de insaturação é diminuído, para que a fluidez da membrana não aumente de 
maneira excessiva, prejudicando a permeabilidade seletiva que ela possui.
10) Quanto maior o grau de insaturação dos ácidos graxos, maior será a velocidade de sua oxi-
dação. Em carnes congeladas, o fator determinante para o prazo de validade é a degradação 
da gordura, uma vez que nessa temperatura não há multiplicação microbiana. Portanto, 
quanto mais rápido a gordura for oxidada, mais rápido a carne perderá seu sabor e aroma 
característico.
Capítulo 5
Orientações 
Fazer uma abordagem dinâmica sobre a origem dos carboidratos na fotossíntese e sua 
importância nos mais variados contextos da vida celular. Traçar um panorama sobre o fluxo de 
energia ao longo da cadeia alimentar, desde o armazenamento da energia solar em moléculas 
de alta energia até sua conversão em ATP no metabolismo celular. Explicar detalhadamente: 
estrutura química e propriedades dos monossacarídeos; diferenças entre aldoses e cetoses; 
importância da ciclização dos monossacarídeos; diferenças entre os monossacarídeos D e L; 
diferenças entre os monossacarídeos α e β; ligação glicosídica; composição epropriedades dos 
principais oligossacarídeos e polissacarídeos; conceito e importância dos açúcares redutores. 
Fazer um fechamento focando nos pontos mais importantes do tema e situá-lo no contexto 
geral da Bioquímica.
Respostas – página 80
1) Porque o nome açúcares é reservado aos carboidratos que possuem sabor doce. E apenas 
os carboidratos quimicamente mais simples possuem sabor doce. Carboidratos comple-
xos, como o amido e a celulose, não possuem sabor doce.
2) São moléculas formadas por um esqueleto carbônico com múltiplas hidroxilas ligadas a 
essa cadeia, além de um grupo funcional carbonila, que pode ser um aldeído (originando 
poli-hidroxi-aldeídos) ou uma cetona (originando poli-hidroxi-cetonas). Os carboidratos 
mais simples possuem de 3 a 7 átomos de carbono, e são chamados de monossacarídeos. 
Carboidratos mais complexos são polímeros compostos de monossacarídeos.
26
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
3) Os carboidratos desempenham diversas funções na célula. Basicamente, eles possuem 
função energética, estrutural e de sinalização química. Como fonte de energia, os carboi-
dratos são oxidados e a energia química armazenada em suas ligações químicas é liberada 
e temporariamente armazenada na forma de ATP, para servir como “pacotes de energia” 
para futuros processos celulares. Nesse sentido, a glicose é a principal fonte de energia 
para a célula. Em vários alimentos a glicose está armazenada na forma de um grande 
polímero: o amido, que é a base da alimentação humana. Os carboidratos também têm 
a capacidade de formar polímeros que possuem uma estrutura bastante rígida, como a 
celulose e a lignina. Esses polímeros são a base de sustentação de todas as plantas. Quando 
ligados às proteínas (formando glicoproteínas), os carboidratos também exercem funções 
de mensageiros químicos e sítios de reconhecimento molecular para outras biomoléculas 
na superfície das células.
4) Ambos possuem na molécula múltiplas hidroxilas e o grupo funcional carbonila. 
Entretanto, nas aldoses a carbonila é o grupo funcional aldeído (–CHO) e nas cetoses a 
carbonila é o grupo funcional cetona (–C–CO–C–).
5) Utilizando enzimas que são capazes de reconhecer e diferenciar isômeros D e L. Isso 
é possível porque a conformação espacial de cada isômero é diferente, permitindo a 
diferenciação.
6) Açúcar redutor é o carboidrato que, em reações de oxirredução, funciona como agente 
redutor, ou seja, sofre oxidação. Nos monossacarídeos, todos são redutores. Para os demais 
carboidratos, o açúcar é considerado redutor quando pelo menos uma unidade monos-
sacarídica não estiver com seu carbono anomérico fazendo parte da ligação glicosídica. 
Em outros termos, pelo menos um carbono anomérico precisa dispor de uma hidroxila 
livre. A maltose e a lactose são açúcares redutores, pois em ambas o carbono anomérico 
da glicose (C-1) está com o grupo –OH livre.
7) Porque essas pessoas possuem uma deficiência na produção da enzima lactase, que faz a 
hidrólise da lactose no intestino delgado. Como a lactose não pode ser absorvida direta-
mente, ela é fermentada por micro-organismos, originando gases e outros desconfortos 
intestinais, os quais podem incluir a diarreia.
8) É o tipo de ligação química entre seus monômeros (glicose), no amido a ligação é do tipo 
α-1,4, enquanto que na celulose a ligação é do tipo β-1,4. Em outras palavras, o amido 
é constituído de α-D-glicose, enquanto que a celulose é constituída de moléculas de 
β-D-glicose.
9) Tanto o amido quanto a celulose são constituídos do monômero D-glicose. Entretanto, 
o amido é composto pela α-D-glicose, enquanto que a celulose é composta pela 
β-D-glicose. Como consequência, as ligações químicas nos dois polissacarídeos são 
diferentes, e a quebra dessas ligações requer enzimas diferentes. Os humanos não pos-
suem a enzima para quebrar a ligação β-1,4. Curiosamente, outros animais, como os 
ruminantes e os cupins, também não produzem essa enzima, mas ela é produzida por 
bactérias que vivem no seu sistema intestinal, possibilitando a esses animais alimentar-se 
de celulose, como gramíneas no caso dos ruminantes e madeira no caso dos cupins.
10) Serve como reserva energética. A sua degradação origina moléculas de glicose, que são 
rapidamente metabolizadas pela célula liberando energia que é convertida em moléculas 
de ATP.
27
Fundam
entos de Bioquím
ica
11) A função do malte na produção de cerveja é servir como fonte de açúcares fermentáveis. 
A malteação é necessária porque a levedura Saccharomyces cerevisiae consegue meta-
bolizar açúcares simples, mas não carboidratos complexos, como é o caso do amido. 
Bioquimicamente, isso decorre do fato dessa levedura não possuir as enzimas (amilases) 
para converter o amido em açúcares mais simples. A malteação começa com a umidificação 
dos grãos de cevada em grandes tanques, com o objetivo de promover a sua germinação 
sob condições controladas. No processo de germinação ocorrem inúmeras e complexas 
reações bioquímicas. No que se refere à produção da cerveja, os processos bioquímicos 
mais importantes envolvem a síntese de um grande número de enzimas (sendo as mais 
importantes a alfa-amilase e a beta-amilase) e o início da solubilização do amido, cau-
sado pelas amilases. Durante o processo de fabricação da cerveja, as enzimas sintetizadas 
durante a malteação irão intensificar a quebra do amido em açúcares fermentáveis. Se o 
processo de germinação não fosse realizado, a concentração de amilases seria insuficiente 
para promover a posterior quebra do amido em açúcares simples.
Capítulo 6
Orientações 
Fazer uma abordagem dinâmica sobre o metabolismo celular, destacando sua lógica de 
funcionamento e o acoplamento entre anabolismo e catabolismo. Frisar a importância do meta-
bolismo de carboidratos para suprir a demanda energética da célula. Explicar detalhadamente: 
definição de rota metabólica; propriedades e funções das principais coenzimas que atuam no 
metabolismo celular; sequência de reações e rendimento energético da glicólise; destino do 
piruvato na presença e na ausência de O2; reserva energética de carboidratos em animais e vege-
tais; glicogênese e glicogenólise. Fazer um fechamento focando nos pontos mais importantes 
do tema e situá-lo no contexto geral da Bioquímica.
Respostas – página 97
1) A palavra metabolismo vem do grego metabolismos, que significa transformação. O meta-
bolismo refere-se ao conjunto de todas as reações químicas que ocorrem na célula. O 
catabolismo engloba todas as reações de decomposição, enquanto o anabolismo inclui 
todas as reações de síntese de novos compostos.
2) Toda a energia que é utilizada pelos seres vivos (com exceção dos quimioautotróficos) vem 
do sol, na forma de energia solar. A energia solar é armazenada nas ligações químicas de 
compostos ricos em energia, no processo de fotossíntese, realizado pelas plantas verdes, 
cianobactérias e algumas algas. Todos os demais seres vivos que não realizam a fotossín-
tese assimilam esses compostos ricos em energia por meio da nutrição. Posteriormente, 
esses compostos são oxidados e a energia solar armazenada é liberada e utilizada para 
realizar todos os processos celulares.
3) Via metabólica, também chamada de rota metabólica, compreende um conjunto de rea-
ções químicas (mediadas por enzimas) interligadas, ou seja, que funcionam em sequência, 
sendo que o produto de cada reação será o substrato da reação seguinte. Na célula mui-
tas rotas metabólicas são complexas e interligadas com outras rotas, formando uma rede 
metabólica. As vias metabólicas podem ser lineares (ex.: glicólise) ou em ciclos (ex.: ciclo 
do ácido cítrico).
28
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
4) O ATP (trifosfato de adenosina) é essencial à sobrevivência da célula, tanto que essa 
molécula está universalmente presente em todas as células. A sua função chave é atuar 
como um transportador de energia durante o metabolismo, armazenando tempora-
riamente a energia gerada pelo catabolismo (ex.: oxidaçãoda glicose). A transferência 
de energia (entre catabolismo e anabolismo) não pode ser feita diretamente, e um dos 
principais motivos é que as reações catabólicas e anabólicas muitas vezes não ocorrem 
simultaneamente. A energia liberada pela quebra de compostos ricos em energia precisa 
ser temporariamente “armazenada” e estar disponível para ser prontamente utilizada de 
acordo com as necessidades da célula. Aliado a isso, se a energia da decomposição desses 
compostos fosse liberada diretamente, a maior parte seria na forma de energia térmica, e 
a célula entraria em colapso.
5) As coenzimas atuam na atividade enzimática. Basicamente, sua função é ativar o fun-
cionamento de determinadas enzimas. Qualquer grupo químico que esteja associado à 
enzima para que esta seja biologicamente ativa, é chamado de cofator. Quando o cofator é 
uma substância orgânica é chamado de coenzima. As principais coenzimas são as vitami-
nas. A coenzima mais importante no metabolismo celular é a adenosina trifosfato, mais 
conhecida por ATP. Os cofatores ficam posicionados na região do sítio ativo da enzima, e 
sua função é atuar como transportador de grupos químicos.
6) Porque na presença de O2 a glicose pode ser completamente oxidada, fornecendo grande 
quantidade de energia na forma de ATP. Entretanto, em condições de anaerobiose a glicose 
não pode ser oxidada. Nesse caso, ocorre o processo de fermentação alcoólica ou láctica, 
originando etanol e ácido lático, respectivamente. Assim, nos processos fermentativos, a 
maior parte da energia presente na glicose permanece armazenada nos produtos da reação 
(etanol ou ácido lático).
7) A maquinaria enzimática disponível para cada rota metabólica em questão. Em última 
análise, vai depender do conteúdo genético do organismo. Por exemplo, a levedura 
Saccharomyces cerevisiae é capaz de realizar a fermentação alcoólica porque ela possui o 
código genético para tal finalidade.
8) A atividade da glicólise baseia-se, principalmente, na necessidade energética da célula. 
Quando a célula necessita de energia a via é ativada, caso contrário é inibida. A grande 
vantagem deste controle está na eficiência energética celular, ou seja, a taxa de atividade 
da via flutua de acordo com a demanda energética da célula.
9) Quimicamente, não há diferença. O glicogênio hepático é armazenado no fígado, 
enquanto que o glicogênio muscular é armazenado no tecido muscular estriado. A função 
do glicogênio hepático é manter a glicemia (taxa de glicose no sangue), necessária para o 
bom funcionamento de determinados tipos de células (como os neurônios) que utilizam 
exclusivamente a glicose para a obtenção de energia. A função do glicogênio muscular 
é de reserva energética para o processo de contração muscular. Quando a atividade do 
músculo é intensa e há necessidade de energia extra, as células musculares iniciam a 
degradação anaeróbia do glicogênio muscular.
10) Para permitir o aporte de glicose a determinados tipos de célula, que obtêm energia 
exclusivamente pela oxidação da glicose. Quando a glicemia é muito baixa pode ocorrer 
falta de glicose para essas células, causando vários tipos de danos celulares.
29
Fundam
entos de Bioquím
ica
11) Sem fotossíntese, não haveria mais conversão da energia solar em compostos de alta 
energia (energia química). Com isso, todos os seres vivos heterotróficos do planeta não 
teriam mais alimento. Inicialmente, todas as plantas morreriam, pois não teriam mais a 
capacidade de “fabricar” seu próprio alimento. Posteriormente, quando todas as reservas 
de alimento fossem consumidas, as espécies heterotróficas simplesmente iriam morrer de 
fome. Este quadro hipotético ilustra bem como a vida na Terra depende de um delicado 
equilíbrio, bastando apenas um único processo bioquímico (fotossíntese) desaparecer 
para a vida no planeta entrar em colapso. Apesar de possível, este evento parece ser muito 
improvável de ocorrer.
Capítulo 7
Orientações 
Fazer uma abordagem dinâmica do ciclo do ácido cítrico e do seu papel central nas 
principais rotas metabólicas. Destacar a função do ciclo do ácido cítrico na respiração celular. 
Explicar detalhadamente: importância das mitocôndrias para o ciclo do ácido cítrico; sequência 
de reações e regulação do ciclo do ácido cítrico; cadeia transportadora de elétrons; fosforilação 
oxidativa; balanço energético do ciclo do ácido cítrico. Fazer um fechamento focando nos pon-
tos mais importantes do tema e situá-lo no contexto geral da Bioquímica.
Respostas – página 107
1) Primeiramente, essa rota recebe o nome de ciclo porque opera em um ciclo de reações, 
sendo que o produto da última reação (oxaloacetato) funciona como substrato para a 
primeira reação dessa via. Recebe o nome ácido cítrico porque o produto da primeira 
reação do ciclo é o citrato (ácido cítrico). Essa via também é chamada de ciclo de Krebs, 
em homenagem ao seu descobridor: Hans Adolf Krebs.
2) O ciclo do ácido cítrico possui uma importância chave para várias rotas metabólicas devido 
ao fato de que ele é uma via central, que interliga várias rotas anabólicas e catabólicas, for-
mando uma rede metabólica.
3) No ciclo do ácido cítrico não há produção de ATP. A energia fica retida nas coenzimas 
NADH e FADH2, que em seguida serão oxidadas a NAD
+ e FAD na cadeia transporta-
dora de elétrons, na qual haverá produção de ATP. A energia para cada volta do ciclo dessa 
rota metabólica é conservada na forma de 3 NADH, 1 FADH2 e 1 molécula de GTP.
4) A cadeia transportadora de elétrons faz a transferência dos elétrons armazenados nas 
coenzimas NADH e FADH2 para o oxigênio, absorvendo a maior parte da energia pre-
sente nos elétrons, que é utilizada para criar um gradiente de prótons, que posteriormente 
servirá para a síntese de ATP. Caso não houvesse a cadeia transportadora de elétrons, 
estes seriam diretamente cedidos ao oxigênio, liberando grande quantidade de energia na 
forma de calor e não produzindo energia na forma de ATP.
5) Ser o aceptor final de elétrons e de átomos de hidrogênio.
30
Fu
nd
am
en
to
s 
de
 B
io
qu
ím
ic
a
6) Porque o metabolismo celular é altamente coordenado, possuindo uma dinâmica em 
que os processos celulares ocorrem na medida em que são necessários à célula. O ciclo 
do ácido cítrico é uma via metabólica central, funcionando como via para a síntese de 
novos compostos, como na geração de energia na forma de ATP. Para garantir uma alta 
eficiência energética na célula, a geração de ATP é diretamente proporcional às neces-
sidades energéticas da célula para aquele instante. Seria um desperdício de energia caso 
o ciclo do ácido cítrico estivesse em alta taxa de atividade e a célula não necessitasse de 
grandes quantidades de ATP naquele instante, ao mesmo tempo que processos celulares 
que demandam grande quantidade de ATP seriam prejudicados se simultaneamente não 
ocorresse um aumento na taxa de atividade do ciclo do ácido cítrico.
7) Para transferir a maior parte de sua energia para essas moléculas intermediárias, que uti-
lizam essa energia para criar um gradiente de prótons que será utilizado posteriormente 
para sintetizar ATP na fosforilação oxidativa. Se os elétrons fossem transferidos direta-
mente para o O2, a energia seria liberada na forma de calor, o qual, além de não gerar ATP, 
poderia levar a célula à morte devido à grande produção de calor.
8) A velocidade com que a célula consegue fazer esses processos é muito maior quando 
ele ocorre no interior da mitocôndria. Isso se deve ao fato da mitocôndria possuir uma 
enorme superfície de contato para realizar essas reações, por meio de suas invaginações 
(dobras) internas. Aliado a isso, uma célula eucariótica típica possui milhares de mitocôn-
drias, conseguindo gerar muita energia em curto espaço de tempo. Muitos organismos 
eucarióticos até seriam viáveis sem mitocôndrias, mas muitos seres vivos, especialmente 
os animais, seriam profundamente afetados. Não seria possível, por exemplo, que as con-
trações musculares fossem tão vigorosas.

Continue navegando