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1. VERIFICAÇÃO E HABILITAÇÃO A massa falida é uma manifestação da universalidade do direito, ou seja, da complexidade da relação jurídica, ou seja, uma pessoa com valor econômico dentro de sua esfera de influência. A razão de sua existência é o cálculo de ativos e passivos e, mesmo que o resultado possível não seja satisfatório, ainda busca soluções possíveis: algumas dívidas não serão saldadas. Esta realidade prova que a composição do julgamento universal está correta. Todos os credores e todas as dívidas constituem o mesmo procedimento de liquidação judicial. Lembre-se de que o decreto de falência do devedor não impede os credores de executarem devedores solidários, por exemplo, um fiador, um fiador ou um devedor consolidado. É ainda possível a falência e o reconhecimento mútuo em ato autônomo, sendo este o reconhecimento implícito no artigo 127 do Decreto 11.101 / 05 quando se trata do decreto de falência. Um devedor solidário e vários devedores permitem que os credores concorram por todo o crédito entre cada devedor até que o crédito total seja obtido. Não pode receber mais dinheiro do que deveria, o que significa que é obrigado a devolver o dinheiro excedente à massa. O benefício da qualificação de crédito leva ao disposto no artigo 128 da Lei 11.101 / 05 que se o credor não cumprir as condições de crédito, o devedor solidário de solvência e o devedor ou fiador do sócio ilimitado podem basear-se no valor pago ou devido Qualificar para crédito. O semestre está bem legal. Este artigo é muito interessante porque envolve muitos aspectos. 2. CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS A decretação da falência rompe com o princípio da solvabilidade presumida; não mais se espera que todas as obrigações da pessoa sejam solvidas, razão pela qual instaura-se um procedimento universal de liquidação de seu patrimônio, atraindo todos os direitos e todos os deveres com expressividade econômica do falido para um mesmo procedimento, permitindo realizar o ativo e pagar o passivo ou, pelo menos, parte deste. Dessa maneira, no juízo concursal, todos os credores assumem condição paritária: eis as bases do princípio da par conditio creditorum. E há diferenças entre os créditos, por sua origem e natureza jurídica; alguns provêm do trabalho e têm por finalidade alimentar uma família, outros podem provir de juros. Assim, o princípio da paridade entre os credores evoluiu para reconhecer diferenças entre os credores, em função da natureza jurídica dos respectivos créditos. O princípio da par conditio creditorum assume, destarte, outra expressão: tratamento dos credores iguais em igualdade de condições, aceitando-se que credores desiguais sejam tratados de forma desigual; é o princípio da praeferentia creditorum in concursu. Essas preferências são legalmente postas, segundo a definição do artigo 83 da Lei 11.101/05: 1.créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 salários mínimos por credor, e créditos decorrentes de acidentes de trabalho; 2.créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 3.créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; 4.créditos com privilégio especial; 5.créditos com privilégio geral; 6.créditos quirografários; 7.multas contratuais e penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias; e 8.créditos subordinados. 2.1. Créditos trabalhistas e acidentários A maior prioridade das massas é ocupada pelo crédito na legislação trabalhista, o salário mínimo de cada credor é limitado a 150 salários mínimos, e o crédito decorrente de acidentes de trabalho. Além disso, de acordo com dados do Tribunal Superior do Trabalho, a média de remuneração do trabalho é de 12 salários mínimos, razão pela qual “o limite superior de 150 salários mínimos afetará número reduzidíssimo de assalariados, entre os quais estarão, exclusiva ou primordialmente, os ocupantes de cargos elevados na hierarquia administrativa das sociedades". 2.1.1. Créditos acidentários O objetivo da proteção do crédito em caso de sinistro é garantir o direito básico de sobrevivência dessas pessoas, e neste caso até substitui o valor do crédito custeio obtido na legislação. A atividade empreendedora também produziu outros créditos alimentares, que refletem as mesmas características de urgência e relevância, e recomenda-se que sejam tratados com a mesma lógica. Portanto, acredito que todos os créditos alimentares estão contemplados no Art. 83, I, da Lei nº 11.101/05. Numa situação de falência, ou seja, de execução coletiva de créditos contra o devedor, a utilização dessa alternativa legal impõe-se não apenas para os créditos acidentários, mas também para todos os créditos alimentares. 2.2. Créditos com garantia real Os titulares de créditos de acidentes e outros créditos alimentares que foram pagos, além dos trabalhadores satisfeitos, com um teto salarial mínimo de 150, também pagaram créditos com garantias reais, até o salário máximo. O registo é bom, tendo em conta o valor efetivamente recolhido com a venda ou, no caso de venda de grande valor, a valorização do bem individual em consideração. Ocorrendo cessão a crédito, neste caso, o cessionário sucederá ao cedente, pois, atendendo à sequela constituída, a garantia é acompanhada de uma obrigação de fiança. Portanto, é um meio oposto a um empréstimo e, portanto, um meio de reembolsar um empréstimo; o ato de transferência do devedor para o credor, como forma de permitir o reembolso do que foi emprestado a ele ou o que ele lhe deve o caminho. 2.3. Créditos trabalhistas com garantia real O artigo 1.419 do CC dispõe que na dívida garantida por penhor, anticrese ou hipoteca, os bens prestados pela garantia devem cumprir as suas obrigações por meio de fiança física. Dívida é um termo geral que cobre todas as obrigações, ou seja, obrigações monetárias, ou seja, obrigações de pagamento. Portanto, a conexão entre direito obrigatório e direito material não estará sujeita a quaisquer restrições de qualidade, ou seja, não há vedação constitucional ou legal, podendo ser penhorada ou hipotecada para garantir que o conteúdo ou qualidade desse tipo de conteúdo ou obrigação de qualidade. Refere-se a um acordo coletivo celebrado entre um sindicato e uma ou mais empresas da respetiva categoria económica, que estipula condições de trabalho, que são aplicáveis no interior de uma ou mais empresas com base nas respetivas relações de trabalho. A constituição da garantia real pode constar de um acordo coletivo, já que se têm condições objetivas para atender à definição exigida pelo artigo 1.419 do CC e, assim, determinar uma obrigação pecuniária e garanti-la pela vinculação a um direito real: à propriedade de uma coisa ou titularidade de um bem ou crédito. A validade da estipulação, de qualquer sorte, submeter-se-á às regras gerais dos institutos do penhor e da hipoteca, listadas no CC: só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca, devendo os contratos declarar, sob pena de não terem eficácia: o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; o prazo fixado para pagamento; a taxa dos juros, se houver; o bem dado em garantia com as suas especificações. 2.4. Créditos tributários Pagos os créditos alimentares, os créditos derivados da legislação do trabalho, até o limite de 150 salários mínimos por credor, e, após esses, os créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado, far-se-á o pagamento dos créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias. Também não se distinguem impostos, taxas e contribuições, sejam contribuições de melhoria, sociais ou corporativas. Também haverá um concurso entre tais créditos, em igualdade de condições, para o pagamento, conforme as forças que restaremà massa falida. Não são alcançados outros créditos devidos ao Estado, mas com natureza diversa, vez que nem todo valor que ingressa nos cofres públicos é um tributo. Há empréstimos que o Estado toma aos particulares, fundos de operações administrativas onde permite, autoriza ou concede, onerosamente, a exploração de determinadas atividades por particulares, sanções pecuniárias etc. Nenhuma dessas rubricas submete-se à proteção do artigo 83, III, da Lei 11.101/05. 2.5. Créditos com privilégio especial Não há, entre esses, qualquer hierarquia ou preferência, todos merecendo igual preferência e, dessa maneira, concorrem entre si pelo pagamento. O artigo 964 do Código Civil ainda se refere ao privilégio especial do trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários, sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, bem como do credor por animais sobre os produtos do abate. No âmbito da legislação falimentar, porém, tais créditos incluem-se na regra do artigo 83, I, até o limite de 150 salários mínimos, como visto. Portanto, a classificação como crédito especial se fará apenas em relação ao que desbordar esse limite. Note-se que os privilégios inscritos no artigo 964 do Código Civil definem-se não sobre o patrimônio como um todo do falido, mas sobre bens em especial. Assim, o privilégio do crédito por benfeitorias necessárias ou úteis faz-se sobre a coisa beneficiada, da mesma forma que a preferência do crédito do titular do direito autoral, pelo crédito fundado no contrato da edição, faz-se sobre os exemplares da obra existente na massa do editor. Vencidas as forças de bens ou direitos garantidores de tais relações, conforme o valor pelo qual tenham sido vendidos ou, se houve venda em bloco da empresa ou do estabelecimento, pelo valor de sua avaliação, o restante do crédito se classificará e será eventualmente pago como quirografário. Vale dizer, aplica-se também aqui, subsidiariamente, o inciso II e o § 1o do artigo 83 da Lei 11.101/05, acima estudado para tratar da preferência dos créditos com garantia real. 2.6. Créditos com privilégio geral Segue-se o pagamento dos créditos com privilégio geral: os previstos no artigo 965 do Código Civil; os previstos no parágrafo único do artigo 67 da Lei 11.101/05; e os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária da Lei 11.101/05. Frise-se que o artigo 965 do Código Civil prevê alguns créditos que não se aplicam à falência, em face de suas normas específicas. Assim, no inciso II, fala-se em crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação da massa; na falência, trata-se de créditos extra concursais. No âmbito dos créditos previstos no parágrafo único do artigo 67 da Lei 11.101/05, há os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens ou serviços que continuarem a provê-los normalmente após o pedido de recuperação judicial, aos quais se concedeu privilégio geral de recebimento em caso de decretação de falência, no limite do valor dos bens ou serviços fornecidos durante o período da recuperação. 2.7. Créditos quirografários Se a massa falida ainda tiver forças, após os pagamentos dos créditos das cinco classes anteriores, o administrador judicial passará ao pagamento dos créditos quirografários, ou seja, créditos ordinários, sem garantia real ou qualquer forma de privilégio especial ou geral para o crédito. Sequer importa a tal qualificação o fato de o crédito ter garantia pessoal, ou seja, de estar garantido por fiança civil, fiança bancária, aval, assunção solidária da obrigação. Mesmo nesses casos, o crédito será definido como quirografário. Em sentido largo, haverá também reliquum – ou dívida restante – em relação aos créditos trabalhistas, no que superem os 150 salários mínimos, limite da preferência inscrita no artigo 86, I, da Lei 11.101/05, na forma anteriormente estudada. 2.8. Multas e penas pecuniárias Somente após terem sido pagos todos os créditos quirografários, passa-se ao pagamento das multas contratuais e das penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias. Eis a razão pela qual o legislador condicionou o seu pagamento à satisfação completa das classes anteriores, incluídos os créditos quirografários. A percepção desta lógica, todavia, leva-me a lamentar que estejam listados em classe ainda inferior os créditos subordinados em contrato, como se aferirá no item 2.8, designadamente as debêntures subordinadas, já que o seu adimplemento tem, sim, caráter de contraprestação pelo falido. Ambos pelas multas contratuais, em primeiro lugar, certo de que o Poder Público também mantém relações contratuais nas quais podem estar previstas sanções pecuniárias para o descumprimento do ajuste. Mas o Estado primordialmente pelas penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias. Mesmo as multas processuais, a exemplo da multa por litigância de má-fé ou a multa por embargos declaratórios oferecidos por protelação, alcançam-se pela previsão. 2.9. Créditos subordinados Já os créditos dos administradores sem vínculo empregatício alcançam tanto o administrador que seja sócio, quanto aquele que não o seja. Estão alcançados pela previsão os créditos provenientes de verba pro labore, bem como aqueles decorrentes de premiações e bonificações. No âmbito do crédito dos sócios, incluem-se juros sobre capital próprio, bem como verbas que, devidas, foram retidas no balanço da empresa. Não são incluídos na categoria de créditos subordinados os valores decorrentes de direito de sócio ao recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade. Portanto, a expressão créditos dos sócios interpreta-se restritivamente, excluindo a liquidação de suas quotas ou ações. 2.10. Juros vencidos após a decretação Como estudado anteriormente, por força do artigo 124 da Lei 11.101/05, contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, sendo indiferente se sua previsão consta de contrato ou de lei, regra da qual estão excetuados apenas os juros das debêntures e dos créditos com garantia real, embora por eles responda, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia. 2.11. Falido Compreendendo-se a massa como o conjunto dos direitos do falido ou sociedade falida, aqueles direitos são, sim, oponíveis, embora apenas após a satisfação de todos os créditos. A regra do artigo 83, § 2o, serve apenas para deixar claro que os sócios não são, por seus direitos patrimoniais societários, credores da massa, não havendo falar em habilitação. 3. CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS O Direito Concursal, ao longo dos séculos, evoluiu para reconhecer que há créditos que devem ser pagos mesmo antes dos credores em concurso, por lhes serem prejudiciais. São, portanto, créditos fora do concurso ou extraconcursais. Os créditos extraconcursais são os seguintes: 1.remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; 2.quantias fornecidas à massa pelos credores; 3.despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência; 4.custas judiciais relativas a ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida; 5.obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial ou após a decretação da falência e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência. De acordo com o artigo 84, tais créditos interpretam-se nesta ordem, ou seja, há também classes preferenciais de créditos extraconcursais. A primeira classe preferencial de créditos extraconcursaisé ocupada por remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, créditos derivados da legislação do trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência ou créditos decorrentes de acidentes de trabalho ocorridos após a decretação da falência. Trata-se de danos decorrentes da atividade negocial, ainda que posterior ao decreto de quebra, atendendo àqueles que sofreram consequências físicas dessa atividade, perdendo a vida ou a integridade física e/ou psicológica. Os beneficiários de tais créditos são vítimas da empresa e, enquanto os demais credores mantêm a capacidade física de sustentarem-se e à sua família, tais credores a perderam. Ainda há os créditos resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial ou após a decretação da falência e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência. Em relação à recuperação judicial, o artigo 67, caput, da Lei 11.101/05, prevê que os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão considerados extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no que couber, a ordem estabelecida no artigo 83 da Lei de Falência e Recuperação de Empresas.
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