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Brenda Amengol 1 INTRODUÇÃO AO DIREITO AGRÁRIO * Não é pacífico entre os doutrinadores a nomenclatura desta disciplina, sendo DIREITO AGRÁRIO, a denominação mais utilizada. Também são utilizadas as denominações “direito rural”, “reforma agrária”, direito da agricultura, ou mesmo “direito agrícola”. * Direito Agrário é o conjunto sistemático de normas jurídicas que visam disciplinar as relações do homem com a terra, tendo em vista o progresso social e econômico do rurícola e o enriquecimento da comunidade, ou seja, visa disciplinar as relações emergentes da atividade rural, com base na função social da terra. * O Direito Agrário visa regular as questões sociais e econômicas decorrentes da aplicação do modelo capitalista às atividades agrárias. * Problemas decorrentes e recorrentes: Reforma Agrária; Política Agrícola; Contratos Agrários; Identificação e Delimitação de Terras Devolutas; Propriedade Intelectual Agrária; Biotecnologia; Segurança Alimentar. * A natureza do Direito Agrário é muito discutida se é Direito Privado ou Direito Público. A doutrina especializada afirma ter caráter misto, híbrido, composto por normas de Direito Público e Privado. Os elementos do contrato são regidos tanto por normas de caráter privados quanto por normas de caráter público e social, de observação obrigatória e, por isso, irrenunciáveis. * O objeto do Direito Agrário são as atividades agrárias. Mas qual seria o conceito de Atividade Agrária? Muito se discute qual o real conceito de atividade agrária. São atividades humanas incidentes sobre a terra, mas que se submetem a um processo biológico e a riscos correlatos. NÃO ABRANGE: atividades não desenvolvidas na terra, extrativismo vegetal e animal, bem como extração de minérios. * No Brasil o Direito Agrário tem autonomia legislativa, científica, didática, mas ainda não tem autonomia jurisdicional, vez que não existe Justiça Agrária. * A autonomia legislativa foi alcançada através da Emenda Constitucional nº 10, quando transferiu a competência de legislar em matéria agrária para a União, logo em seguida foi promulgado o Estatuto da Terra. Vale ressaltar que está previsto na CR/88, art. 22, “compete privativamente à União legislar sobre: direito civil, comercial, penal, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. Brenda Amengol 2 * O Direito Agrário é um ramo autônomo, pois conta com princípios e normas próprias, que o diferencia dos demais ramos da ciência jurídica. Além disso, tem objeto específico. * Ainda não foi possível implantar a Justiça Agrária no Brasil. Mas vale ressaltar que o que prevê a CR/88, art. 126, para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. * Em relação a grande quantidade de normas públicas, a principal fonte do Direito Agrário é o Direito Civil, mas também é influenciado pelo Direito Constitucional, Administrativo, Comercial, Trabalho, Penal, Tributário e Ambiental. * Doutrinariamente, fala-se em fontes imediatas ou diretas e fontes mediatas ou indiretas. Também em fontes formais e fontes materiais. * A Doutrina dividirá em: Fontes do Direito: - Fontes Imediatas ou Diretas: Leis e Costumes; - Fontes Mediatas ou Indiretas: Doutrina e Jurisprudência; Fontes FORMAIS do Direito Agrário: - Fontes Formais: Leis e Costumes; - Fontes Materiais: Planos do Poder Público relativos à produção agrária (política agrícola e reforma agrária)
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