Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO À BIOESTATÍSTICA - Levantamento de dados - Uso difundido no nosso dia a dia - Instrumento útil na organização e interpretação dos dados - Coleta + Resumo + Análise = Pesquisa Estatística = medida numérica que descreve uma característica da amostra. Bioestatística = Aplicação da estatística nas ciências biomédicas. Ex.: Comparação entre uso de medicamentos e faixa etária. Estatística descritiva: caracterizada pela organização, analise e apresentação de dados – Coletar, resumir e analisar. Estatística inferencial: tem como característica o estudo de uma amostra de determinada população e, com base nela, a realização de análises e conclusões. – Comparar. Parâmetro = medida numérica que descreve uma característica da população (P<0,05) 95% de confiança. NOÇÕES DE AMOSTRAGEM População ou universo = é o conjunto de unidades sobre o qual desejamos obter informação. Normalmente tem alguma característica em comum. Amostra = é todo subconjunto de unidades retiradas de uma população para obter a informação desejada. “Por que se usam amostras?” - Custo e demora dos censos, - Populações muito grandes, - Impossibilidade física de examinar toda a população; - Comprovado valor científico das informações coletadas por meio de amostras; - Uma amostra bem selecionada pode fornecer resultados mais acurados, ao diminuir possibilidade de erros. Antes de se obter uma amostra, é preciso definir os critérios que serão usados para selecionar as unidades que comporão essa amostra. TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM Amostragem = são as técnicas utilizadas para escolha de uma amostra. Podem ser definidas de acordo com a técnica usada, sendo caracterizadas como: - Amostra aleatória, casual ou probabilística - Amostra semiprobabilística - Amostra não probabilística ou de conveniência. Obs.: algumas literaturas divergem e colocam quotas como um tipo de amostra não probabilística. Amostra probabilística ou aleatória - Para obter uma amostra aleatória, é preciso que a população seja conhecida e cada unidade esteja identificada por nome ou por número. - Elementos escolhidos por sorteio. Amostra aleatória simples: É obtida por sorteio de uma população constituída por unidades homogêneas para a variável que se quer estudar. Amostra aleatória estratificada: É usada quando a população é constituída por unidades heterogêneas para a variável que ser quer estudar. - Nesse caso, as unidades da população devem ser identificadas, depois, as unidades similares devem ser reunidas em subgrupos chamados estratos. - O sorteio é feito dentro de cada estrato. Amostra semiprobabilística Amostra semiprobabilística sistemática: É constituída por n unidades retiradas da população segundo um sistema preestabelecido. Amostra semiprobabilística por conglomerados: É constituída por n unidades tomadas de alguns conglomerados, que é um conjunto de unidades que estão agrupadas, qualquer que seja a razão. - Ex: um asilo é um conglomerado de idosos. Amostra semiprobabilística de quotas: É constituída por n unidades retiradas da população segundo quotas estabelecidas de acordo com a distribuição desses elementos na população. Muito usada em pesquisas de marketing. Amostra não probabilística ou de conveniência - Não é aleatória. - O professor que toma os alunos de sua classe como amostra de toda a escola está usando uma amostra de conveniência. - O pesquisador seleciona elementos da amostra que julga representativos da população de interesse, ou apropriados por algum motivo, intencionalmente. INFERÊNCIA X PROBABILIDADE Estatística → Dados numéricos coletados de maneira sistemática e os classifica, tabula e analisa (amostra) - “A Inferência Estatística consiste em fazer afirmações probabilísticas sobre as características do modelo probabilístico, que se supõe representar uma população, a partir dos dados de uma amostra aleatória (probabilística) desta mesma população.” - Através da probabilidade se generaliza os resultados de uma amostra para a população em estudo. ERRO SISTEMÁTICO Viés → Qualquer processo, em qualquer estágio da pesquisa, que tende a produzir resultados e conclusões, que diferem da verdade. Seu efeito é o de distorcer a estimativa de um resultado. Viés de aferição – quando algum dado de interesse do estudo não foi regularmente obtido nos vários grupos de estudo. Instrumento de coleta de dados utilizado não foi aplicado de maneira uniforme para todos os grupos. Viés de seleção – ocorre quando a amostra do estudo não é representativa da população. Ele é resultante da maneira como os indivíduos foram selecionados para o estudo. Viés de confusão – ocorre quando não há comparabilidade entre os grupos estudados. Isto acontece quando variáveis que produzem os desfechos clínicos, estão desigualmente distribuídas entre os grupos. Dois fatores estão associados e, o efeito de um deles é confundido ou distorcido pelo efeito do outro. TIPOS DE VARIÁVEIS NAS ROTINAS DAS PRÁTICAS CLÍNICAS Parâmetro = é uma medida numérica que descreve uma característica de uma população. Estatística = é uma medida numérica que descreve uma característica da amostra. Exemplos: - Desenho do estudo – viés de seleção - Fase experimental – viés de aferição - Analise de dados – viés de confusão - O objetivo da estatística é conseguir fazer uma inferência. DADOS X VARIÁVEIS Dados - São os valores da variável em estudo, obtidos por meio de uma amostra, ou seja, são os valores que variam de elemento a elemento de acordo com a variável. - Ex: quando os clientes dão uma nota ao serviço (0-10) Dados primários = dados coletados pelo próprio pesquisador e sua equipe. Dados secundários = não foram obtidos pelo pesquisador e sua equipe (diversas fontes como artigos em periódicos, prontuários, institutos de pesquisa, DATASUS, IBGE, OMS, OPAS, MS). Variável - Condição ou característica das unidades da população, podendo assumir valores diferentes em diferentes unidades. - É a característica de interesse que é medida em cada elemento da amostra ou população. Seus valores variam de elemento a elemento. - É tudo que pode variar entra as pessoas. - Ex: opinião dos clientes sobre a qualidade de um serviço VARIÁVEL QUALITATIVA - Quando seus valores forem atributos e/ou qualidades. - Se dá nome. Variável qualitativa nominal = os dados são distribuídos em categorias mutuamente exclusivas, mas são indicadas em qualquer ordem. Os dados não seguem uma hierarquia. Ex: cor do cabelo, tipo sanguíneo. Variável qualitativa ordinal = os dados distribuídos em categorias mutuamente exclusivas que têm ordenação natural. Os possíveis valores que assume representam atributos e/ou qualidades. Ex: escolaridade (1ºgrau, 2º grua e 3º grau); gravidade da doença (leve, moderada ou grave) Ordinal: as variáveis tem uma ordenação natural, indicando intensidades crescentes de realização. Ex: População: luvas de procedimento. Variável: tamanho (P,M,G) Ex: População: habitantes de um país. Variável: classe social (baixa, média, alta). VARIÁVEL QUANTITATIVA - Quando seus valores forem expressos em números. - Se conta Variável quantitativa discreta = só pode assumir determinados valores em um dado intervalo. Assume valores em pontos da reta final, finito. Pode ser contado (no geral, valores inteiros). Ex: população – casais de uma cidade. Variável: numero de filhos (nenhum, 1,2,3...) Variável quantitativa contínua = assume qualquer valor num dado intervalo. Quando pode assumir qualquer valor. Pode ser medido (no geral, valores decimais). Ex: população – pacientes em um hospital. Variável: peso e estatura, dosagem de hemoglobina. EPIDEMIOLOGIA - Estuda o processo saúde-doença: estudo sobre o que afeta a população. - Analisa a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades,dos danos à saúde e de eventos associados à saúde coletiva. - Propõe medidas especificas de prevenção, controle ou erradicação de doenças. - Fornece indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, à administração e a avaliação das ações de saúde. Técnicas: estatística, ciências biológicas e ciências sociais. Atuação: - Clinica - Nutricional - Descritiva - Investigativa - De campo Aspectos: - Biológicos - Econômicos - Socioculturais - Ambientais Diagnóstico da situação: - Coleta sistemática de dados sobre a saúde e de informações demográficas econômicas, sociais, culturais e ambientais. Objetivos: - Construção de um plano de ação que diminua os problemas. - Formulação de hipóteses sobre os fatores envolvidos. Etapas: Planejamento, execução e análise. Investigação etiológica: - Abordagem unicausal - Abordagem multicausal Determinantes de risco: - Grau de probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável - Associado a ocorrência de doenças na população. Risco relativo/ razão de risco Risco de chances/ odds ratio Variações para a ocorrência de doenças: Surto: aumento repentino dentro de limites específicos ou de uma doença específica. Epidemia: aumento acima do esperado para determinada doença não limitado a uma região. Endemia: casos controlados em uma determinada região. Pandemia: aumento muito acima do esperado afetando vários países e continentes. INCIDÊNCIA X PREVALÊNCIA EPIDEMIOLOGIA: - É utilizada frequentemente para descrever o estado de saúde de grupos populacionais. - O conhecimento da carga de doenças que afetam a população é essencial para as autoridades em saúde. - A epidemiologia estuda basicamente a morbidade. MORBIDADE: - É um conjunto de casos ou de agravos à saúde que acometem um grupo populacional. - Pode também ser definida como a soma de agravos a saúde que atingem uma determinada população. - Sempre que nos referimos ao termo morbidade, devemos pensar em uma população predefinida, com localização espacial bem determinada, assim como um intervalo de tempo e abrangência do estudo bem claros. - Em resumo, a morbidade se refere aos indivíduos que se tornaram doentes num intervalo de tempo. PREVALENCIA X INCIDENCIA PREVALÊNCIA - É uma medida de frequência das doenças (ou outras características em um momento determinado) → casos “antigos” + casos novos. - Representa o número de ocorrências de certo evento pela população total estudada INCIDÊNCIA - É a frequência de casos novos de uma determinada doença, ou problema de saúde, oriundos de uma população sob risco de adoecimento, ao longo de um determinado período do tempo. Incidência cumulativa: - Fornece uma estimativa da probabilidade de um individuo desenvolver a doença durante um período específico de tempo e, por isso, é também chamada simplesmente de risco. - Esta medida assume que todos os indivíduos identificados no inicio do seguimento foram acompanhados por todo o período em questão. Exemplo: DENSIDADE DE INCIDÊNCIA - Coorte - É comum que os indivíduos em seguimento não sejam acompanhados por períodos uniformes de tempo. - Alguns são seguidos por meses, outros por anos e outros ainda podem ser perdidos do seguimento. - Assim, para calcular a densidade de incidência - Numerador - número de casos novos - Denominador – a soma do tempo que cada individuo foi observado estando livre da doença. LETALIDADE: - Ela indica quantos entre os afetados morrem, ou seja, quantos doentes são levados ao óbito pela condição clínica que apresentam. Ex: “A letalidade de hantavirose no DF em 2003 foi de 48% (14 motos entre os 29 casos) “Letalidade e mortalidade são a mesma coisa?” -A letalidade está relacionada à morte devido a uma condição clinica específica. A morte do indivíduo está vinculada a uma causa definida. -Já a mortalidade também está vinculada à morte, porém de um grupo populacional específico, podendo haver diversas causas. Prevalência X Incidência A incidência mensura melhor agravos agudos (sarampo, dengue, acidentes de trânsito, entre outros) e a prevalência dimensiona melhor os agravos crônicos (tuberculose, AIDS, hipertensão, entre outros) A prevalência é útil no planejamento e administração de serviços e programas de saúde para disponibilizar serviços à população, leitos, medicamentos, materiais, procedimentos, etc. RELAÇÃO ENTRE INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA: As taxas de incidência podem influenciar na prevalência. Logo, as duas tem influência entre si: FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR AS TAXAS DE PREVALÊNCIA: MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO Buscam associação entre fator de risco e desfecho Ex: epidemiologia – uso de cigarro e seu efeito nos pulmões. Muitas vezes a pergunta é feita de modo a relacionar as características da pessoa com o RISCO de desenvolver determinado evento. Variáveis de interesse X Determinado evento = RISCO Risco = Probabilidade uma pessoa desenvolver o desfecho em um determinado período de tempo, na presença de um determinado fator de risco... É usualmente avaliado em estudos epidemiológicos através da incidência cumulativa. Exemplo: “Um médico quer avaliar se crianças que vivem próximas a linhas de transmissão de alta voltagem têm maior risco de desenvolver distúrbios hematológicos do que crianças que vivem afastadas dessas áreas. - Fator de risco: viver próximo de linhas de transmissão de alta voltagem - Desfecho: desenvolver distúrbios hematológicos É por meio das medidas de associação que se conclui a relação entre o fator de risco e o desfecho. Existem algumas medidas de associação que foram desenvolvidas com o objetivo de avaliar a relação entre o fator de risco e o desfecho. São elas: - Risco relativo - ODDS Ratio Risco relativo (RR) = Feita em estudos de coorte, estima a magnitude da associação entre a exposição ao fator de risco e o desfecho, indicando quantas vezes a ocorrência do desfecho nos expostos é maior que naquela entre os não expostos. O cálculo é feito pela razão entre a incidência do desfecho nos expostos e a incidência do desfecho nos não- expostos. RR = 1 → Indica que a taxa de incidência da doença nos grupos de expostos e não expostos são idênticas, indicando que não há associação observada entre exposição e doença. RR > 1 → Indica associação positiva ou risco aumentado entre os expostos ao fator estudado. RR < 1 → Indica que há uma associação inversa ou um risco diminuído entre os expostos ao fator estudado, é o chamado fator de proteção. ODDS RATIO (razões de chance) = Usada em estudos de caso-controle, com pacientes inclusos de acordo com a presença ou não de desfecho. Não mede o risco de forma direta. Caso controle: avaliação da exposição no passado e análise do desfecho no presente. Geralmente são definidos um grupo de casos (com o desfecho) e outro de controles (sem o desfecho). A proporção casos/controles é determinada pelo próprio investigador. Assim, a ocorrência de desfechos no grupo total estudado não é regida pela história natural da doença, pois depende de quantos casos e controles o pesquisador selecionou. Exemplo: Risco Relativo e Razão de Chances RR(RC) ≅ 1 → associação entre exposição e doença improvável de existir. RR (RC) >> 1 → aumenta o risco (chance) de doença entre aqueles que foram expostos. RR (RC) << 1 → diminui o risco (chance) de doença entre aqueles que foram expostos. TIPOS DE ESTUDO E PESQUISA Pesquisa pode ser classificada de acordo com suas características: - Quanto à abordagem (natureza dos dados) - Quanto aos objetivos - Quanto ao tempo - Quanto à interferência do pesquisador QUANTO À ABORDAGEM: Qualitativa = Não se preocupa com representatividade numérica. Descrição narrativa dos dados. Estuda ações individuais, sociais e grupais. Pesquisador está envolvido com o fenômeno,não é apenas observador. Quantitativa: Estudo estatístico. Recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. QUANTO AOS OBJETIVOS: Exploratória: Não elaboram nem testam hipóteses. Pesquisas bibliográficas: estudo através de material já elaborado. Descritivas: Tratam da descrição das características de determinada população ou fenômeno, podendo ser feitas por levantamento ou por pesquisa documental. O levantamento trata da interrogação direta do sujeito da pesquisa, a amostragem é representativa, pois é uma amostra da população. Proporcionam informações para ações de planejamento. - A pesquisa documental utiliza materiais inéditos, mas não precisa de contato direto com os sujeitos e o custo é reduzido. Não há representatividade. Explicativas: São experimentais. Indicam fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência de fenômenos (doenças). Formulam e testam hipóteses - Relação causa - efeito - Exige trabalho intenso - In vitro, em animais, ensaios clínicos QUANTO AO TEMPO: Transversal: Fenômeno estudado apenas em um certo período de tempo. Causa e efeito são mensurados no mesmo momento, no presente. Longitudinal: Fenômeno estudado ao longo de um período. Na longitudinal, quanto a época de observação: - Retrospectiva: variáveis que ocorrem no passado e desfecho é observado no presente - Prospectivo: variáveis preditoras são medidas no presente e o desfecho é medido no futuro. QUANTO À INTERFERÊNCIA DO PESQUISADOR: Observacional: Apenas observa o fenômeno. Não testam hipóteses. Podem ser: descritivas (relato de caso ou séries de casos) ou analíticas (transversal, caso-controle, coorte, ecológico). Observacionais descritivas: Não se investiga uma relação de causa-efeito. Se interessa apenas na descrição. Não há comparação. - Estudo de caso ou série de casos: estudos profundos sobre casos clínicos. Delineamento simples. Difícil generalização. Observacionais analíticos: Examinam a existência de associação entre uma exposição e uma doença (causa- efeito). Pressupõe a existência de um grupo controle. -Transversais: estuda uma população em um único ponto do tempo. -Caso-controle: seleciona o grupo de casos e o de controle com base no efeito e compara os grupos em termos de suas frequências de exposição passadas a fatores de risco possíveis (retrospectiva). -Coorte: participantes são classificados em expostos e não expostos a um determinado fator de interesse. São acompanhados para verificar a incidência da doença entre expostos e não expostos, desfecho é o futuro (prospecção). -Ecológico: analisada o nível agregado (grupos, comunidade), grupos de pessoas em uma área geográfica definida. Há possiblidade de desenvolver estudos ecológicos transversais e longitudinais. Experimental: Uma intervenção proposital é realizada para observar os efeitos. Podem ser: ensaio clínico randomizado, in vitro, em animais. Ensaios clínicos randomizado: "padrão ouro". Avalia a intervenção por tratamento (ensaio clínico) ou intervenções preventivas (ensaio de campo). Estudo cego/ duplo cego Grupo experimental e de controle são formados por processo aleatório de decisão (ao acaso) Fator de investigação é distribuído aleatoriamente. Obs: Randomização é o processo de tornar algo aleatório; em vários contextos, isso envolve, por exemplo: gerar uma permutação aleatória de uma sequência; selecionar uma amostra aleatória de uma população; alocação de unidades experimentais por atribuição aleatória a uma condição de tratamento ou controle Ensaios de campo: Intervenções preventivas. Ensaios comunitários
Compartilhar