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Legislação Do SUS Profa. Me. Daiane Oliveira Salvador 2020 OBSERVAÇÃO: Para mudar a imagem deste slide, selecione a imagem e exclua-a. Em seguida, clique no ícone Imagens do espaço reservado pra inserir sua própria imagem. POR QUE DEVO CONHECER AS LEIS QUE REGEM O SUS? LEGISLAÇÃO DO SUS Lei Orgânica da Saúde 8.080/90 Lei Complementar 8.142/90 Definem o modelo operacional do SUS, propondo a sua forma de organização e de funcionamento. LEGISLAÇÃO DO SUS Lei Orgânica da Saúde 8.080/90 Dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Lei 8.142/90 Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. O QUE É SUS? “Conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipal, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder público, constitui o SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (Art. 4º) (BRASIL, 1990) A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde - SUS, em caráter complementar. OBJETIVOS DO SUS I - a execução de ações: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; e d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; OBJETIVOS DO SUS V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde; VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico; XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. AS REGRAS DO JOGO: PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS (TEIXEIRA, 2011; VASCONCELOS e POISHE, 2012) UNIVERSALIDADE EQUIDADE INTEGRALIDADE DIREITO À INFORMAÇÃO PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS UNIVERSALIDADE Assegura o direito à saúde de todos os cidadãos e acesso, sem discriminação, ao conjunto das ações e serviços de saúde ofertados pelo sistema. (TEIXEIRA, 2011) UNIVERSALIDADE Garantia do acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência, independente da sua condição de trabalho, raça/cor, idade, sexo, religião, situação socioeconômica... Basta estar vivo para ter direito ao SUS; Assegurar a cidadania e o fortalecimento da democracia. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS EQUIDADE Todas as pessoas que você conhece são iguais? Vivem do mesmo modo? Ganham os mesmos salários? Sofrem das mesmas doenças? PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS EQUIDADE Necessidade de “tratar desigualmente os desiguais”, de modo a se alcançar a igualdade de oportunidades de sobrevivência, de desenvolvimento pessoal e social entre os membros de uma sociedade . PRINCÍPIO DA DISCRIMINAÇÃO POSITIVA (TEIXEIRA, 2011; VASCONCELOS e POISHE, 2012) VAMOS AO EXEMPLO! COMO SUPERAR AS DESIGUALDADES? (TEIXEIRA, 2011) Redistribuir Priorizar Enfatizar ações específicas PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS INTEGRALIDADE [..] Pressupõe considerar as várias dimensões do processo saúde doença que afetam os indivíduos e as coletividades e pressupõe a prestação continuada do conjunto de ações e serviços visando garantir a promoção, a proteção, cura e reabilitação dos indivíduos e coletivos. (VASCONCELOS; POISHE, 2012, p. 565) As políticas para o acesso aos serviços devem garantir que a pessoa seja atendida como um todo, e não apenas como um órgão (fígado, baço, perna, pulmão etc.) Como somos seres que vivemos em sociedade, estamos sempre sujeitos aos vários fatores e riscos que interferem na qualidade de vida e da saúde das pessoas, como hábitos alimentares, fatores psicológicos e seus estados emocionais etc. INTEGRALIDADE PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS DIREITO À INFORMAÇÃO [...] faculta ao cidadão usuário o acesso às informações sobre sua saúde individual e acerca dos riscos e dos condicionantes que afetam a saúde coletiva, atribuindo aos profissionais e aos gestores a responsabilidade pela viabilização desse direito. (VASCONCELOS; POISHE, 2012, p. 566) Participação efetiva dos cidadãos nas decisões sobre o sistema de saúde PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS DIRETRIZES ORGANIZATIVAS (TEIXEIRA, 2011; VASCONCELOS e POISHE, 2012) DESCENTRALIZAÇÃO REGIONALIZAÇÃO HIERARQUIZAÇÃO PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA/CONTROLE SOCIAL PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS DESCENTRALIZAÇÃO Transferência de poder de decisão, sobre a política de saúde, do nível federal (MS) para os estados (SES) e municípios (SMS). Necessidade de superar a desarticulação dos serviços e constituir a coordenação das ações sob direção de um único gestor em cada esfera político-institucional (TEIXEIRA, 2011; VASCONCELOS e POISHE, 2012) BRASIL 26 Estados + Distrito Federal 5.570 municípios 211 milhões de habitantes Razões para descentralização: A grande diferença de população; Tamanho dos estados; Geografia; Desigualdades socioeconômicas. DESCENTRALIZAÇÃO “Quanto mais perto da realidade a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto” Visa garantir: A capacidade decisória; A responsabilização local; A integração das políticas locais e o controle social. DESCENTRALIZAÇÃO PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS REGIONALIZAÇÃO Implica na delimitação de uma base territorial para o sistema de saúde, que leva em conta a divisão político-administrativa do país, mas também contempla a delimitação de espaços territoriais específicos para a organização das ações de saúde. (TEIXEIRA, 2011) Organização racionalizada dos serviços de saúde PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS HIERARQUIZAÇÃO Busca-se ordenar o sistema de saúde por níveis de complexidade tecnológica dos serviços. (VASCONCELOS e POISHE, 2012) Possibilita: conhecimento dos problemas de saúde da população de uma área delimitada; O acesso da população aos serviços de saúde será pelo nível básico de atenção: deve atender e resolver os principais problemas Os demais deverão ser referenciados para os serviços de maior complexidade tecnológica. HIERARQUIZAÇÃO Como hierarquizar o sistema de saúde? Estabelecimento de uma rede que articula as unidades mais simples às unidades mais complexas, através de um sistema de referência e contra-referência de usuários e de informações PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA/CONTROLE SOCIAL É a garantia que a população participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o municipal. CONSELHOS LOCAIS DE SAÚDE CONSEHOS FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL DE SAÚDE CONFERÊNCIAS DE SAÚDE DEMAIS ELEMENTOS DA LEI 8.080/90 Competências e atribuições da união, estados e municípios; Do subsistema de atenção à saúde indígena Do subsistema de atendimento e internação domiciliar Do subsistema de acompanhamento durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato Da assistência terapêutica e da incorporação de tecnologia em saúde Recursos humanos, financiamento e planejamento e orçamento LEI 8.142/90 CONSELHOS DE SAÚDE Órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde (50%) e usuários (50%) ; Caráter permanente e deliberativo; Atua na formulação de estratégias e no controle da execuçãoda política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera de governo”. CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE Realizada a cada quatro anos - 16ª CNS em 2019 Com a representação dos vários segmentos sociais para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formulação de políticas de saúde nos níveis correspondentes; Se realizam em um processo ascendente, desde Conferências Municipais de Saúde, passando por uma Conferência Estadual de Saúde em cada estado e culminando em uma Conferência Nacional de Saúde. TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS DE RECURSOS FINANCEIROS NA ÁREA DA SAÚDE Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde - SUS serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde. Os recursos arrecadados serão repassados de forma regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal. Para receberem os recursos, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com: I - Fundo de Saúde; II - Conselho de Saúde, com composição; III - Plano de saúde; IV - Relatórios de gestão que permitam o controle da situação de saúde V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; REFERÊNCIAS BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conferência Nacional de Saúde, 7ª, 1980. Relatório Final. Brasília: Ministério da Saúde, 1980. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conferência Nacional de Saúde, 8ª, 1986. Relatório Final. Brasília: Ministério da Saúde, 1986. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Lei8.080, de 19 de setembro de 1990.Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 de set. 1990. BRASIL. Lei 8,142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 de dez. 1990. REFERÊNCIAS FIGUEIREDO NETO, M.V. et al. O processo histórico de construção do Sistema Único de Saúde brasileiro e as novas perspectivas. Âmbito Jurídico, Rio Grande, v. 13, n. 76, mai. 2010. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7781>. Acesso em: mai 2014. PAIM, J.S. O que é o SUS. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2009. PAIM, J.S. Saúde, Política e Reforma Sanitária. Salvador: CEPS/ISC, 2002. RIANI COSTA, J. L. Algumas reflexões sobre cidade saudável.S aúde e Sociedade, v. 6, n.2, p. 65-70, 1997. Disponível em:<www.scielo.br>. Acessado em: 15 de mai. 2014. TEIXEIRA, C. Os princípios do sistema único de saúde. Texto de apoio para subsidiar o debate nas Conferências Municipal e Estadual de Saúde. Salvador, jun. 2011. Disponível em: < http://www.saude.ba.gov.br/pdf/OS_PRINCIPIOS_DO_SUS.pdf > Acesso em: mai 2014 VASCONCELOS, C.M; POISHE, D.F. O SUS em perspectiva. In: CAMPOS, G.W.S et al (Orgs). Tratato de Saúde Coletiva. 2ed. rev. aumen. São Paulo: HUCITEC. 2012. PARA REFLETIR... “A cidade é uma forma de expressão da sociedade, assim, a cidade só será saudável quando sua sociedade se tornar saudável.” (RIANI, 1997) Diante do conceito de saúde discutido, do processo de construção do SUS e implementação dos seus princípios... da nossa situação social, política e educacional atual, vale a reflexão: Será que isso é utópico, ou ainda há possibilidade?
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