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FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS 
E LETRAS DE MACAÉ - FAFIMA
BEHAVIORISMO E EDUCAÇÃO
Luciana do Nascimento Freitas – mat. 201026
Trabalho apresentado à disciplina de Psicologia da Educação 1, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de formação em Pedagogia. Professor: Eliane Salgado.
MACAÉ-RJ
2020
Em breve resumo, entende-se que a relação do indivíduo com o ambiente vai se modificando ao longo da vida, todavia, vale destacar que nascemos com um repertório comportamental inato, chamados de reflexos inatos (preparação mínima que o organismo tem para poder interagir com o meio ambiente), que são de grande importância para a sobrevivência das espécies, outros comportamentos são aprendidos ou desaprendidos. 
Entendemos por condicionamento operante aquele do qual produz modificações no ambiente e é afetado por elas, e tais consequências são o que chamamos de comportamento. Ou seja, o comportamento operante é diretamente eliciado por um estímulo, que afeta a probabilidade de ele ocorrer novamente. Um tipo dessas consequências é o reforço.	Reforço é tudo aquilo que contribui para aumentar a probabilidade de um comportamento voltar a acontecer. Este pode ser dividido em reforço positivo - a adição de um estímulo reforçador - ou negativo - a retirada de um estímulo aversivo.
	Além disso, dois tipos de comportamento operante são mantidos por contingência de reforço negativo: comportamento de fuga e comportamento de esquiva. No comportamento de fuga, o estímulo aversivo já está presente, já na esquiva, se evita ou atrasa um estímulo aversivo. Vale ressaltar que, para haver um comportamento de esquiva, é necessário  que já tenha ocorrido um comportamento de fuga antes; temos que fugir primeiro para aprender a função aversiva e, só assim, somos conduzidos a nos esquivar da próxima vez.
	Ao contrário de reforço, têm-se a punição, que busca diminuir a probabilidade do comportamento ocorrer novamente. Diferentemente do reforço, na punição positiva se adiciona um estímulo aversivo e, na negativa, se retira um estímulo reforçador. Vale ressaltar que comportamentos sujeitos a punições tendem a se repetir assim que as contingências punitivas forem removidas.
	Além disso, têm-se a extinção. Na extinção, um comportamento que produzia uma consequência reforçadora não produz mais, há uma diminuição gradual na resposta até que ela cesse. Essa diminuição gradual, inclusive, é o que a difere de punição, visto que essa última suprime a resposta rapidamente.
	Diante dos aspectos apresentados, pode-se entender um pouco da teoria comportamental da qual sustentava o behaviorismo radical, que compreende que o estudo da aprendizagem pode ser entendido através das leis do comportamento. Dessa forma, Skinner demonstrava um grande interesse pela melhoria do aprendizado, e aplicava suas teorias e técnicas comportamentais para transformar o processo da educação.
	A partir disso, Skinner desenvolve o que chama de “máquina de ensinar”, que consiste em utilizar as contingências de reforçamento de forma a estimular o aprendizado, onde a recompensa pela tarefa se dá no mesmo momento, e não futuramente, ao receber a nota. Assim, defende que o professor deve manipular as contingências para que diante de uma resposta correta do aluno, tenha seu modo de confirmar e reforçar esse comportamento bem sucedido. 
De acordo com Skinner, pode-se aprender por contingências casuais ou acidentais, mas essa forma não deve se aplicar ao aprendizado escolar. O ganho da utilização dessa metodologia se dá de forma a evitar que os alunos aprendam por controle aversivo, o que minimiza o risco de fuga ou esquiva e, além disso, dificulta que haja a culpabilização do aluno pelo fracasso no aprendizado, visto que, dessa maneira, o professor consegue visualizar o processo e o que pode ser modificado para facilitar o aprendizado do aluno. Porém, esse método de ensino-aprendizagem nem sempre tem êxito, pois em uma sala de aula com uma grande quantidade de alunos, o professor não tem como dar tanta atenção individualmente; dessa forma, percebe-se que o ponto negativo dessa “máquina de ensinar” é que só tem êxito em uma sala de aula com poucos alunos, o que tem pouca aplicabilidade atualmente, visto que a maior parte das escolas conta com salas de aula com 30 alunos ou mais.
	Além disso, em “Escola do Futuro”, Skinner (1989) defende que uma educação eficiente é aquela da qual os alunos são motivados a estudar de acordo com seus interesses, onde os professores são como supervisores, diferente do modelo clássico onde são vistos como detentores do conhecimento. De um lado, essa proposta é válida, pois tem o objetivo de despertar o interesse dos alunos, porém, essa metodologia pode não ser tão prática por impedir que haja um padrão de base curricular.
	Diante da proposição e aplicação de práticas de ensino pelo behaviorismo radical, pode-se perceber que a teoria traz inúmeros ganhos para o estudo da aprendizagem, trazendo formas efetivas de estudo e memorização de conteúdos. Apesar disso, é importante analisar os pontos negativos da utilização desse método como auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, visto que, se para ele a aprendizagem consiste na capacidade de estimular ou reprimir comportamentos, o professor acaba por exercer um papel de criar ou modificar comportamentos para que o aluno faça aquilo que deseja, tornando o aluno como passivo nessa relação. Dessa forma, sendo a aprendizagem a aquisição de novos comportamentos, a metodologia de maneira comportamental transforma o aprendizado em um processo mecanizado, o que impede que o aluno tenha espaço para tornar-se ativo e autônomo nessa relação, além de ter pouco espaço para realização de abstrações em sala de aula.
Referências Bibliográficas
HENKLAIN, Marcelo Henrique Oliveira; CARMO, João dos Santos. Contribuições da análise do comportamento à educação: um convite ao diálogo. Cad. Pesqui., São Paulo , v. 43, n. 149, p. 704-723, Aug. 2013 .
Matlin, Margareth.-Psicologia Cognitiva. Rio de Janeiro, LTC, 2004.
Moreira, Marcio Borges. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre:
Artmed, 2007.
SKINNER, B.F. (1953). A ciência do comportamento humano. Nova York: Mc Millan.

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