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Anna Raphaella – MEDICINA UFG 68 Enzimas w Introdução: W São macromoléculas orgânicas que atuam acelerando reações químicas (catálise) W Catalisadores biológicos W Origem: proteínas ou RNA (riboenzimas) W Algumas possuem componentes adicionais que aumentam a capacidade catalítica o Grupos prostéticos: grupos metálicos firmemente ligados o Cofatores: íons inorgânicos que permitem que ocorra o encaixe substrato+enzima o Coenzima: moléculas orgânicas complexas que servem como transportadores ou agentes de transferência de grupamentos W Holoenzima: enzima completa (proteína ativa+cofator) W Apoenzima: apenas parte proteica (proteína inativa sem o cofator) W Sítio ativo: local em que o substrato se liga à enzima, formando um complexo enzima-substrato (ES) p Acredita-se que a ligação causa uma alteração conformacional na enzima (encaixe induzido) que permita a catálise p O complexo ES é convertido no complexo enzima- produto (EP), e posteriormente, dissocia-se em enzima e produto w nomenclatura: W São nomeadas de acordo com a sua atividade ou seu substrato + sufixo ase W Tipos: a) Oxidirredutases - Catalisam as reações de oxidação e redução b) Tranferases - Realizam a transferência de grupos contendo C-, N- ou P- c) Hidrolases - Catalisam a clivagem hidrolítica de ligações C-C, C-O, C-N e outras covalentes - Há adição de água d) Liases - Catalisam a clivagem de ligações por eliminação de um átomo, gerando duplas ligações - Ligações C-C, C-S, C-N e) Isomerases - Catalisam alterações geométricas ou estruturais dentro de uma molécula isômera f) Ligases - Catalisam a formação de ligações entre C e O, S, N, acoplada à hidrólise de fosfatos de alta energia g) Peptidases - Catalisam aminoácidos, rompendo ligações peptídicas w Reação Enzimática: W A reação se dá em fases W Enzimas alteram a velocidade da reação, reduzindo a energia de ativação W Energia de ativação: quantidade de energia necessária para ativar uma reação química W Estado de transição: momento em que o reagente absorveu tanta energia, que os seus átomos estão instáveis p Ligações se rompem para outras sejam feitas p A partir desse estado que ocorre a reação química Anna Raphaella – MEDICINA UFG 68 p Com a enzima, a quantidade de energia para chegar no estado de transição é menor W Com a utilização da enzima, não é necessário usar calor como fonte de energia para as reações p Calor: desnaturação de proteínas e ativação de outros processos w Equilíbrio químico: W As enzimas realizam, muitas vezes, as reações nos dois sentidos W A concentração de substratos e produtos é o que define a velocidade das reações W Poder catalítico das enzimas vem da energia livre liberada da formação de ligações fracas quando há interação enzima+substrato p Interações fracas entre enzima+substrato são otimizadas no estado de transição Z Energia livre de gibbs Y - Responsável pela realização de um trabalho ΔG = variação da energia livre ΔH = variação da entalpia (energia que o sistema possui) T = temperatura [K] ΔS = variação da entropia (grau de desorganização) ΔG < 0 → processo espontâneo ΔG = 0 →equilíbrio dinâmico ΔG > 0 →processo não espontâneo w especificidade: W A especificidade enzimática deriva da formação de múltiplas interações fracas entre a enzima e a molécula do substrato específico W Redução da entropia pela ligação p Dessolvatação do substrato p Ajuste induzido (proteína também muda de conformação) W Modelo ajuste induzido: o O substrato, ao se ligar com a enzima, modifica a estrutura do sítio ativo e fornece uma estrutura que permita que a reação ocorra energeticamente mais favorável o Substitui o modelo chave-fechadura (o substrato se encaixa perfeitamente no sítio) w catálise: W As enzimas usam estratégias diferentes para realizar a catálise o Catálise geral ácido-base p Há transferência de prótons o Catálise covalente p Há formação de ligação covalente transitória entre enzima e substrato p Ativação do substrato o Catálise por íons metálicos p Estabilizam os estados de transição p 1/3 das enzimas conhecidas usam íons metálicos nas reações catalíticas Anna Raphaella – MEDICINA UFG 68 W Algumas enzimas usas as três estratégias em conjunto ex. quimiotripsina Para a reação ocorrer: 1. Energia livre de ativação 2. Alteração conformacional da enzima p Modelo ajuste-induzido 3. Choque correto do substrato+enzima p Fornece a energia necessária para a reação 4. Deformação do substrato p Uma vez que os átomos do substrato estão instáveis, é mais fácil romper as ligações e promover sua quebra 5. Microambiente favorável para a reação 6. Cofator/coenzima p Melhoram as atividades enzimáticas w Fatores que influenciam a velocidade da reação: W Concentração do substrato: o A concentração do substrato varia no decorrer da reação o [S] V da reação W Temperatura o A velocidade da reação aumenta com o aumento da temperatura, mas até certo pico o A estrutura terciária da proteína é afetada pela temperatura, alterando a velocidade o Temperatura ótima para a maioria das enzimas humanas: 35 e 40 ºC o Acima de 40 ºC as enzimas desnaturam W pH o o pH ótimo varia de acordo com cada enzima o valores extremos de pH também podem levar à desnaturação da enzima o aminoácidos ionizáveis das cadeias laterais sofrem protonação ou desprotonação w Cinética Enzimática: W Estudo do mecanismo de uma reação catalisada por uma enzima W Objetivo: determinar a velocidade da reação W Existe uma relação quantitativa entre a concentração do substrato [S] e a velocidade da reação enzimática W Ao atingir a velocidade máxima (Vmáx) não há alteração da velocidade, mesmo com o aumento da [S] pois todas as enzimas estão saturadas 1. michaelis - menten - Modelo que explica a maioria das características das reações catalisadas por enzimas - Nesse modelo: o Enzima se liga reversivelmente com o substrato o Formação do complexo ES o Gera o produto (P) o Regenera-se a enzima livre - Equação de Michaelis-Menten: descreve como a velocidade da reação varia com a concentração do substrato Anna Raphaella – MEDICINA UFG 68 ↑[S] ↑[Vo] - Constante de Michaelis-Mentes (Km): o Indica a concentração de substrato onde a metade da Vmáx da reação é atingida o O Km não varia com a concentração da enzima o Km baixo: reflete alta afinidade da enzima pelo substrato pouco substrato é necessário o Km alto: reflete baixa afinidade da enzima pelo substrato grande quantidade de substrato é necessária - A velocidade da reação é diretamente proporcional à concentração da enzima - Gráfico de Lineweaver-Burk: a inversão de Vo e da [S] possibilita a determinação da Vmáx e do Km w inibidores: W Interferem na catálise diminuindo/parando reações enzimáticas W Alteram parâmetros cinéticos como: Vmáx e Km 1. Inibição reversível - Inibidor age no complexo E+S - Há interação com a enzima e depois ela volta à atividade inicial - Diminui a velocidade da catálise - Podem ser utilizados como fármacos, inseticidas - Pode ser: 1.1 Inibição competitiva - Inibidor compete com o substrato pelo sítio ativo - Ligação ocorre com a enzima livre - Se liga na enzima e impede a formação do complexo E+S - Ex. estatinas - Resultados: o Diminuição do efeito final (efeito máximo) o Precisará de mais substrato para atingir a Vmáx 1.2 Inibição não-competitiva - Inibidor se liga em um local diferente do sítio ativo - Interfere no complexo E+S - Como o inibidor não compete com o substrato pelo sítio, sempre haverá uma parte de enzimas ligadas ao inibidor efeito máx nunca é alcançado - Ex. inseticidas - Resultado: há diminuição do efeito final Anna Raphaella – MEDICINA UFG 68 1.3 Inibição reversível mista - Inibidor pode se ligar nocomplexo E+S (não- competitivos) ou diretamente na enzima (competitivos) 2. Inibição irreversível - Inibidor provoca a inativação da enzima ou modifica sua atividade - Se liga de forma covalente ou destrói um grupo funcional (essencial para a atividade) de uma enzima w Enzimas alostéricas: W São reguladas por ligação não covalente de moléculas moduladoras W Essa ligação pode inibir ou estimular a atividade enzimática o Modulador negativo: INIBE a atividade enzimática o Modulador positivo: ESTIMULA a atividade enzimática W Possuem duas subunidades o Subunidade regulatória: onde os moduladores se ligam o Subunidade catalítica: onde o substrato se liga W Tipos: o Homotrópicas: o ativador é o próprio substrato ex. hemoglobina o Heterotrópicas: um outro ativador W São reguladoras de vias bioquímicas W Não seguem o comportamento cinético de Michaelis- Menten . K0,5 [S] (mM) V 0 ( m / m in ) 1 V
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