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Anatomia Humana - Completo

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Anatomia Humana 
 
Prof.ª Adriana Leite Martins 
 
 
 
Prof. Guilherme Bernardes Filho 
Diretor Presidente 
Prof. Aderbal Alfredo Calderari Bernardes 
Diretor Tesoureiro 
Prof. Frederico Ribeiro Simões 
Reitor 
 
UNISEPE – EaD 
Prof. Me. Igor Gabriel Lima 
Prof. Dr. Jozeildo Kleberson Barbosa 
Prof. Me. Leonardo José Tenório Mourão Torres 
 
Material Didático – EaD 
 
Equipe editorial: 
Idamara Lobo Dias 
Isis Gabriel Alves 
Pedro Ken-Iti Torres Omuro 
Prof. Dr. Renato de Araújo Cruz 
 
Apoio técnico: 
Alexandre Meanda Neves 
Anderson Francisco de Oliveira 
Gustavo Batista Bardusco 
Matheus Eduardo Souza Pedroso 
Vinícius Capela de Souza 
 
Equipe de diagramação: 
Laura Michelin de Oliveira Machado 
 
Equipe de revisão: 
Prof.ª. Ana Beatriz Torres Omuro, Prof.ª Camila Santos Seimaru, Prof.ª Fabíola, Löwenthal, Prof.ª Juliana Duarte, Laura 
Lemmi Di Natale, Marcela Gonçalves Ferreira Camillo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os ÍCONES são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem 
e facilitar a organização e a leitura hipertextual. 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE I .............................................................................................. 5 
1º Introdução à anatomia humana........................................ 5 
2º Anatomia do sistema esquelético...................................... 15 
3º Anatomia do sistema articular........................................... 29 
4º Anatomia do sistema muscular.......................................... 40 
 
UNIDADE II ........................................................................................... 53 
5º Anatomia do sistema nervoso......................................... 53 
6º Anatomia do sistema tegumentar..................................... 64 
7º Anatomia do sistema cardiocirculatório.............................. 73 
8º Anatomia do sistema respiratório...................................... 85 
 
UNIDADE III .......................................................................................... 98 
9º Anatomia do sistema digestório ........................................ 98 
10º Anatomia do sistema urinário.......................................... 110 
11º Anatomia do sistema reprodutor masculino........................ 120 
12º Anatomia do sistema reprodutor feminino.......................... 132 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 143 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
UNIDADE I 
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO À ANATOMIA HUMANA 
 
No término deste capítulo, você deverá saber: 
✓ O que é e quando começou o estudo da Anatomia Humana; 
✓ Diferenças Anatômicas; 
✓ Quais as divisões e as subdivisões da Anatomia Humana; 
✓ O que é Terminologia Anatômica; 
✓ Como é a Posição Anatômica; 
✓ O que são Planos de Delimitação; 
✓ O que são Planos de Secção; 
✓ Quais as divisões e as subdivisões do corpo humano; 
✓ Quais são os Termos de Posição do corpo humano; 
Introdução 
Antes de começar a falar diretamente sobre Anatomia Humana é necessário que você saiba alguns 
conceitos que nos ajudarão a trabalhar com esta disciplina. 
 A palavra Anatomia deriva do grego anatome, que significa “cortar em partes”. Outro termo, 
também, aplicado é Dissecação (dissecari), que significa “cortar separadamente”, representando 
ambos a mesma função. 
 Para realizar o estudo da Anatomia Humana é preciso considerar que todas as descrições 
são realizadas a partir de uma posição anatômica estabelecida. 
 Não podemos esquecer que os planos de delimitação, planos de secção e termos de posição 
são definidos de acordo com a posição anatômica. 
 Para lidar com os fatores de transformações estruturais e arquiteturais, causados pela 
variação genética, idade e sexo é preciso entender os conceitos de Normalidade, Variação 
Anatômica, Anomalia e Monstruosidade. 
 
“Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te 
que este corpo nasceu do amor de duas almas, cresceu embalado pela fé e pela esperança 
daquela que em seu seio o agasalhou. Sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos 
jovens. Por certo amou e foi amado, esperou e acalentou um amanhã feliz e sentiu saudades 
dos outros que partiram. Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado uma 
lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome, só Deus sabe. Mas o destino 
inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade. A humanidade que por ele 
passou indiferente”. 
Oração do Cadáver Desconhecido 
 
 
6 
 
1.1 Anatomia humana: histórico e definição 
No começo, muitas civilizações despertaram o interesse em conhecer o corpo humano, estas 
observações eram feitas de forma empírica, misturando fenômenos naturais e religiosos e, criando 
uma atmosfera mística com relação ao conhecimento do corpo. Ao longo dos séculos, estas 
investigações não pararam e acredita-se que, por volta de 1240 na Itália, tenha sido realizada uma 
das primeiras dissecações em humanos dando início a uma época mais científica e racional e, menos 
intuitiva. 
 A evolução nos estudos em Anatomia aconteceu de maneira significativa, a clareza e a 
liberdade intelectual se associam aos avanços tecnológicos e continuam acontecendo. 
 Atualmente, a disciplina de Anatomia Humana é de caráter obrigatório para todos os cursos 
da Área da Saúde, visto que o seu entendimento se faz fundamental para a compreensão da 
fisiologia e dos processos patológicos que acometem o ser humano. 
 
Inicialmente o estudo do corpo humano se baseava em observações empíricas misturando conceitos religiosos 
e místicos, com o passar dos séculos, estudos através de dissecação de cadáveres nortearam tais 
investigações transformando os conceitos em Anatomia Humana. 
 
 A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). 
Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a 
“anatomia”. Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta 
ciência. 
 Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização humana. 
Inicialmente, limitada ao observável a olho nu e, pela manipulação dos corpos, expandiu-se, ao longo 
do tempo, graças à aquisição de tecnologias inovadoras. 
 Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia 
macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do Desenvolvimento. A Anatomia Macroscópica 
é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos (os mais 
variáveis possíveis). Enquanto a Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas 
corporais invisíveis a olho nu e, requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, 
microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia 
(estudo dos tecidos e, de como estes se organizam para a formação de órgãos). Já a Anatomia do 
Desenvolvimento é aquela que estuda a embriologia, desde o óvulo fecundado até o nascimento e 
depois estuda o indivíduo do nascimento até seu completo desenvolvimento, a fase adulta. 
 
 
7 
 
 
Anatomia Humana é uma ciência que estuda o corpo, suas formas e suas estruturas de maneira macroscópica 
e, também através de um auxílio de microscópio, isso significa que o estudo das células (Citologia) e dos 
tecidos (Histologia) também faz parte desta ciência. 
 
 
Leia ao artigo “Uma Breve História da Anatomia Humana” e saiba mais sobre como eram os primeiros estudos 
em Anatomia, sua origem e evolução. Disponível em: https://projetomedicina.com.br/artigos/uma-breve-
historia-da-anatomia-humana/ Acesso em 20 jan. 2020. 
 
1.2 Conceitos em anatomia 
Alguns fatores como: sexo, idade, herança genética e biótipo definem mudanças na estrutura do 
corpo. Para isso, é importante considerar alguns conceitos como: 
•Normal: É quando a forma e suas estruturas são mais frequentes em uma população. Trata-
se, portanto, de um conceito estatístico e não idealístico. 
• Variação Anatômica: É quando as alterações internas ou externas não promovem prejuízos 
da função. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem prejuízo da função. Por 
exemplo, a artéria braquial divide-se na fossa cubital. Este é o padrão. Entretanto, em alguns 
indivíduos esta divisão ocorre ao nível da axila. Como não existe perda funcional, esta é uma 
variação. Os fatores que interferem na variação anatômica são: sexo, idade, raça, biótipo, 
herança genética, entre outros. 
• Anomalia: É quando as alterações internas ou externas promovem prejuízos da função. 
• Monstruosidade: É quando as alterações internas ou externas são tão severas que colocam 
a vida em risco. 
 
Os fatores que interferem na Variação Anatômica são: sexo, idade, raça, biótipo, herança genética, entre 
outros. 
 
https://projetomedicina.com.br/artigos/uma-breve-historia-da-anatomia-humana/
https://projetomedicina.com.br/artigos/uma-breve-historia-da-anatomia-humana/
 
8 
 
1.3 Terminologia anatômica 
Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de termos empregados para 
designar e descrever o organismo ou suas partes dá-se o nome de “Nomenclatura Anatômica”. Com 
o extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século passado, graças aos trabalhos de 
importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, Inglaterra e Alemanha), as mesmas 
estruturas do corpo humano recebiam denominações diferentes nestes centros de estudos e 
pesquisas, daí a necessidade de uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica, esta tem caráter 
dinâmico, podendo ser sempre criticada e modificada, desde que haja razões suficientes para as 
modificações e que estas sejam aprovadas em Congressos Internacionais de Anatomia. 
 A língua oficialmente adotada é o latim (por ser “língua morta”), porém cada país pode traduzi-
la para seu próprio vocabulário. Ao designar uma estrutura do organismo, a nomenclatura procura 
utilizar termos que não sejam apenas sinais para a memória, mas tragam, também, alguma 
informação ou descrição sobre a referida estrutura. Dentro deste princípio, foram abolidos os 
epônimos (nome de pessoas para designar coisas) e substituídos por termos que indicam: a forma 
(músculo trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano); o seu trajeto (artéria circunflexa da 
escápula); as suas conexões ou inter-relações (ligamento sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto 
(artéria radial); sua função (m. levantador da escápula); critério misto (m. flexor superficial dos dedos 
– função e situação). Entretanto, há nomes impróprios ou não muito lógicos que foram conservados, 
porque estão consagrados pelo uso. 
 
Terminologia Anatômica é um conjunto de termos técnicos empregados para designar e indicar cada 
componente estrutural do corpo humano. 
 
1.4 Posição anatômica 
Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que a posição 
pode ser variável, optou-se por uma posição padrão, denominada “posição de descrição anatômica” 
(posição anatômica). Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao 
objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição padronizada. 
Ficou estabelecida então a posição: 
 
 
 
 
 
9 
 
Figura 1: Plano Anatômico 
 
Fonte: Freepik 
 Posição Anatômica: Indivíduo em posição bípede/ortostática (em pé), face voltada para 
frente, olhar dirigido para o horizonte, pés unidos, membros superiores ao longo do corpo com as 
palmas das mãos voltadas para frente. 
 
A posição anatômica, definida pelos anatomistas, impede confusões nas descrições de partes e/ou regiões 
corpórea. Para relatar a posição de qualquer estrutura do corpo é necessário primeiro considerar a posição 
adotada como padrão de estudo. 
 
1.5 Planos de delimitação do corpo humano 
São planos que tangem (tocam) as porções anterior, posterior, superior, inferior e lateral do corpo 
humano. 
• Plano Ventral (Anterior) - Plano vertical tangente ao ventre. 
• Plano Dorsal (Posterior) - Plano vertical tangente ao dorso. 
• Planos Laterais (Direito/Esquerdo) - Planos verticais tangentes ao lado direito e esquerdo. 
• Plano Superior (Cranial) - Plano horizontal tangente à cabeça. 
• Plano Inferior (Caudal/Podálico) - Plano horizontal tangente aos pés. 
 
 
 
 
 
10 
 
Figura 2: Plano Dorsal e Ventral 
 
Fonte: Freepik 
Figura 3: Plano lateral 
 
Fonte: Freepik 
Figura 4: Plano cranial e caudal 
 
Fonte: Freepik 
Anterior ou 
Ventral 
Posterior 
ou Dorsal 
Lateral 
Direito 
Lateral 
Esquerdo 
Superior 
ou 
cranial 
Inferior 
ou 
caudal 
 
11 
 
1.6 Planos de secção do corpo humano 
São planos que cortam imaginariamente o corpo humano para facilitar a observação das estruturas 
e forma. 
• Plano Sagital – Mediano: Divide o corpo em duas partes, direito e esquerdo. 
• Plano Frontal – Coronal/Vertical: Divide o corpo em duas metades, anterior e posterior. 
• Plano Transversal – Horizontal: Divide o corpo em duas metades, superior e inferior. 
Figura 5: Plano Sagital 
 
Fonte: Freepik 
Figura 6: Plano Coronal/Vertical 
 
Fonte: Freepik 
 
 
 
 
 
12 
 
Figura 7: Plano Transversal 
 
Fonte: Freepik 
1.7 Divisão do corpo humano 
O corpo humano deve ser dividido em partes para facilitar o estudo e entendimento da Anatomia 
Humana. É dividido em: cabeça, pescoço, tronco e membros e, subdividido em outras partes. 
Figura 8: Divisão Anatômica 
 
 
 
 
• *o pescoço é a estrutura que liga a cabeça ao tronco. 
 
 *o tórax é a parte superior do tronco. 
 *o abdome é a parte inferior do tronco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Raiz é a estrutura que liga os membros ao tronco. 
Fonte: Da autora (2020) 
CABEÇA 
PESCOÇO 
TRONCO 
MEMBROS 
CRÂNIO 
FACE 
TÓRAX 
ABDOME 
SUPERIOR 
INFERIOR RAÍZ – Região do quadril 
PELVE 
MÓVEL – Coxa, perna e pé 
RAÍZ – Região do ombro 
 MÓVEL – Braço, antebraço e 
mão 
 
13 
 
1.8 Termos de posição ou direcionais 
Os termos direcionais são palavras que descrevem a posição de uma parte do corpo em relação à 
outra. Estes são os termos direcionais ou de posição: 
• Proximal – Estrutura próximo ou voltada à raiz. 
• Distal – Distante da raiz. 
• Lateral – Mais próxima do plano lateral. 
• Medial – Mais próxima do plano sagital. 
• Homolateral (Ipsilateral) e Contralateral - Mesmo lado e lado oposto. 
• Superficial e Profundo - Mais próximo ou afastando da superfície. 
 
Neste capítulo você viu que a Anatomia Humana é uma ciência que estuda o corpo humano e suas formas 
macroscopicamente e microscopicamente. As diferenças que existem na Anatomia e que não causam prejuízo 
da função são determinadas pelo sexo, idade, raça, biótipo, herança genética e, é denominada variação 
anatômica. As diferenças que causam prejuízo funcional são denominadas: anomalias ou monstruosidade. 
 É importante lembrar que a posição anatômica, definida pelos anatomistas, impede confusões nas 
descrições de partes e/ou regiões corpórea e, é necessária para a identificação dos planos de delimitação, 
planos de secção e para os termos de posição do corpo humano. 
 
Assinale a alternativa que apresenta uma subárea da Anatomia que estuda os tecidos do corpo. 
a) Citologia 
b) Fisiologia 
c) Anatomia Macroscópica 
d) Histologia 
e) N.D.A. (nenhuma das alternativas) 
De acordo com o que estudamos: 
• Citologia – É a ciência queestuda as células. 
• Fisiologia – É a ciência que estuda a função do corpo humano. 
• Anatomia Macroscópica – É a ciência que estuda a estrutura e forma do corpo humano a olho nu. 
• Histologia – É a ciência que estuda os tecidos. 
Então a alternativa correta é a D 
 
 
14 
 
 
Quais os planos dividem o corpo em duas metades direita e esquerda? 
a) Plano frontal/coronal. 
b) Plano sagital/mediano. 
c) Plano transversal/horizontal. 
d) Plano lateral. 
e) Plano frontal/anterior. 
 
15 
 
UNIDADE I 
CAPÍTULO 2 - ANATOMIA DO SISTEMA ESQUELÉTICO 
No término deste capítulo, você deverá saber: 
✓ Funções do sistema esquelético; 
✓ Número de ossos do esqueleto; 
✓ Classificação dos ossos; 
✓ Estrutura dos ossos; 
✓ Células do tecido ósseo; 
✓ Divisão do esqueleto; 
✓ Ossos do esqueleto axial; 
✓ Ossos do esqueleto apendicular. 
Introdução 
O estudo da Anatomia do Sistema Esquelético permite que você perceba que o esqueleto não é só 
um conjunto de ossos e, sim um conjunto de órgãos vivos, que estão em constante processo de 
remodelação. 
 Conhecer as funções do sistema esquelético abre um mundo de informações que 
ultrapassam os limites relacionados apenas ao movimento humano. 
 Trata-se de um complexo arcabouço que dá definição espacial ao nosso corpo, garantindo 
sustentação e proteção. Envolvido diretamente com o aparelho locomotor e com a produção de 
células sanguíneas indispensáveis para a manutenção da vida. 
 Vamos mergulhar juntos neste mar de informações e curiosidades. 
 
“A prática regular de atividades físicas auxilia na manutenção e desenvolvimento dos ossos, pois diante da 
submissão do esqueleto às cargas e pressões promovidas pelo exercício, ocorre o aumento do depósito de 
minerais nos ossos. Esse processo, claramente, ameniza o processo de desmineralização e contribui para 
prevenção de dores, fraqueza, fraturas e osteoporose.”
 
2.1 Funções do esqueleto 
É comum relacionar a função do esqueleto com movimento, mas é interessante saber que o 
esqueleto desempenha outras funções que não estão envolvidas diretamente com a locomoção, mas 
são consideradas importantes no corpo humano. 
 
16 
 
 O aparelho locomotor é formado por ossos, músculos e ligamentos. Desta forma, a função 
primordial dos ossos são agir como uma alavanca e permitir o movimento. 
 Os ossos também são locais de fixação do tecido muscular e promovem a sustentação do 
nosso corpo. O esqueleto também atua como elemento de proteção por serem estruturas rígidas, ele 
confere proteção aos órgãos vitais como, por exemplo, o crânio que protege o encéfalo e a caixa 
torácica que protege o coração e pulmões. 
 Outra função importante dos ossos classificados como longos é produzir células sanguíneas, 
a qual é denominada de hematopoese. Além disso, os ossos representam uma importante reserva 
natural de minerais como Cálcio, Fósforo, Sódio e Potássio. 
 
As funções do esqueleto são: 
1. Participar da locomoção (movimento); 
2. Sustentação do corpo; 
3. Proteção de órgãos vitais; 
4. Local de fixação do tecido muscular; 
5. Produção de células sanguíneas (hematopoese); 
6. Reserva de Minerais. 
 
2.2 Número de ossos do esqueleto 
O número de ossos no esqueleto de um indivíduo adulto é, aproximadamente, 206 ossos. 
Aproximadamente, porque este número pode sofrer alterações devido às variações anatômicas, 
alguns fatores influenciam os critérios de contagem e, por isso este número não é preciso. 
 Os fatores são: 
• Fatores individuais: Em algumas pessoas permanece uma sutura embrionária marcando, 
assim, a divisão de uma peça anatômica. Por exemplo, a sutura interfrontal que separa o 
osso frontal em duas partes, uma direita e outra esquerda. Na maioria das pessoas isso não 
ocorre, o osso frontal não é dividido. Desta forma, a variação anatômica aumenta o número 
de ossos. 
• Fatores etários: A idade deve ser considerada, porque à medida que envelhecemos o 
número de ossos diminuem devido a um processo de sinostose, que reabsorve o tecido 
conjuntivo que interpõe as peças ósseas. 
• Critérios de contagem: Há diferentes abordagens entre os anatomistas na contagem dos 
ossos do esqueleto, por exemplo, o osso da pelve é formado por ísquio, ílio e púbis. Alguns 
consideram essa estrutura como um único osso, outros consideram como três. 
 
 
17 
 
 
Variação Anatômica são diferenças na estrutura que não causam prejuízo da função. 
 
2.3 Estrutura de um osso 
Os ossos contêm uma matriz celular formada por aproximadamente 25% de água, 25% de fibras 
colágenas e 50% de minerais cristalizados. A matriz extracelular do osso contém sais minerais em 
abundância (principalmente hidroxiapatita) e fibras colágenas. Embora a rigidez do osso dependa 
dos sais minerais inorgânicos cristalizados, sua flexibilidade depende de suas fibras colágenas. 
 O osso não é completamente sólido, existem espaços entre suas células e os componentes 
da matriz extracelular. Aproximadamente, 80% do esqueleto é formado por osso compacto e, 20% 
formado por osso esponjoso. 
Figura 1: Estrutura óssea 
 
Fonte: Freepik
 
Aproximadamente, 80% do esqueleto é formado por osso compacto e 20% formado por osso esponjoso. A 
substância orgânica confere ao osso flexibilidade e os sais minerais inorgânicos garante resistência. 
 
Tecido ósseo 
compacto 
Tecido ósseo 
esponjoso 
 
18 
 
 O tecido ósseo compacto contém poucos espaços e forma a camada externa de todos os 
ossos e constitui a maior parte da diáfise (corpo) do osso longo. A rigidez do osso compacto garante 
proteção e resiste às forças produzidas pelo peso e pelo movimento. 
 No tecido ósseo esponjoso as lamínulas ósseas, mais irregulares, em forma e tamanho, se 
arranjam de maneira a deixar entre si espaços ou lacunas maiores, que se comunicam umas com as 
outras, tornando o osso mais leve para facilitar o movimento. A substância óssea esponjosa constitui 
a maior parte dos ossos classificados como curtos, planos e irregulares. Também está presente na 
epífise dos ossos longos e, formam uma margem estreita ao redor do canal medular no interior do 
corpo dos ossos longos. 
 Além dos elementos duros existe no osso estrutura mole, como o periósteo, formado por uma 
membrana muito firme rica em tecido conectivo, vasos sanguíneos e fibras sensitivas. O periósteo 
irriga o osso com nutrição sanguínea e o mantém vivo, por possuir fibras sensitivas é responsável 
pela sensação dolorosa que sentimos nos ossos. 
 
O periósteo tem a função de proteger, nutrir e promover a recuperação do osso em casos de lesão. 
 
2.4 Classificação dos ossos 
Os ossos são classificados conforme suas dimensões (altura, largura e espessura) em ossos longos, 
curtos, laminares e irregulares 
 Osso longo: São ossos que possuem sua altura (comprimento) consideravelmente maior 
que a largura e a espessura. Todo osso longo possui um corpo denominada diáfise e duas 
extremidades chamadas epífises. A diáfise apresenta, em seu interior, uma cavidade, o canal 
medular, que aloja a medula óssea. Exemplos típicos são os ossos do esqueleto apendicular: fêmur, 
úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula e falanges. Entre as epífises (extremidades) e a diáfise (corpo) existe 
um espaço preenchido por cartilagem denominado placa epifisária. 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Figura 2: Ossos longos 
 
Fonte: Freepik 
 
A função de produzir células sanguíneas (hematopoese) dos ossos acontece no interior do corpo (diáfise) dos 
ossos longos num local chamado medula óssea. 
 
 Osso laminar/plano/chato: São ossos que possuem a altura (comprimento) e a largura 
equivalentes (parecidas) e, maiores que a espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal, 
occipital, entre outros, como a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem demonstrativos. 
Figura 3: Osso do quadril 
 
Fonte: Freepik 
 
20 
 
 Osso curto: apresenta equivalência das três dimensões. Os ossos do carpo e do tarso são 
excelentes exemplos. 
Figura 4: Ossosdo pé 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 Osso irregular: São ossos que apresentam uma morfologia complexa não encontrando 
correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e o osso temporal são exemplos 
marcantes. 
Figura 5: Vértebras 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 
 
 
 
21 
 
 
A placa epifisária permite o crescimento do osso em comprimento, por volta dos 21 anos esta placa se calcifica 
e impede o crescimento. 
 
 Estas quatro categorias são as categorias principais de se classificar um osso quanto à sua 
forma. Estas, contudo, podem ser complementadas por duas outras: 
 Osso pneumático: São ossos que apresentam uma ou mais cavidades, de volume variável, 
revestidas de mucosa e que contém ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seio. Os ossos 
pneumáticos estão situados no crânio: frontal, maxilar, temporal, etmoide e esfenoide. 
Figura 6: Osso frontal do crânio 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 Osso sesamoide: São ossos que se desenvolvem no interior de certos tendões onde há uma 
considerável tensão. Eles nem sempre se ossificam por completo e medem poucos milímetros, 
exceto as duas patelas, consideradas os maiores ossos sesamoides. 
Figura 7: Ossos do joelho 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 
 
22 
 
2.5 Células ósseas 
No tecido ósseo estão envolvidos quatro tipos de células: 
1. Células osteoprogenitoras ou osteogênicas: tipo de células-tronco não especializadas, 
que sofrem divisão celular e, as células resultantes desta divisão formam os osteoblastos. 
2. Osteoblastos: São células formadoras de osso, elas sintetizam (produzem) as fibras 
colágenas e outros componentes orgânicos para formar a matriz extracelular do tecido ósseo 
e promovem a ossificação. 
 
A matriz extracelular do osso contém sais minerais em abundância e fibras colágenas. 
 
3. Osteócitos: São células ósseas maduras, são as principais células do tecido ósseo, com a 
função de manter o metabolismo do osso trocando nutrientes e resíduos com o sangue. 
4. Osteoclastos: São células que liberam enzimas lisossômicas poderosas e ácidos que 
digerem componentes da matriz extracelular promovendo a reabsorção do osso. 
 
Células Osteogênicas: Fazem divisão celular e produzem os osteoblastos. 
Células Osteoblastos: Produzem a matriz extracelular e fazem a calcificação do osso. 
Células Osteócitos: Células que mantém o metabolismo do osso. 
Células Osteoclastos: Células que reabsorvem a matriz extracelular e fazem reabsorção óssea. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Figura 8: Células do osso 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
2.6 Divisões do esqueleto 
O esqueleto de um indivíduo adulto possui, aproximadamente, 206 ossos. O sistema esquelético 
está anatomicamente dividido em dois: o esqueleto axial e o esqueleto apendicular. 
 
O número de ossos do esqueleto é de, aproximadamente, 206 ossos devido aos fatores etários, fatores 
individuais e critérios de contagem. 
 
 O esqueleto axial é aquele localizado no sentido longitudinal e mediano do corpo, 
compreende os ossos do crânio, da coluna vertebral e do gradil costal. O esqueleto apendicular é 
formado por ossos que ficam pendentes ao longo do tronco, compreende os ossos dos membros 
superiores e inferiores. Além das raízes que ligam os membros ao tronco. 
 A figura a seguir mostra a divisão do esqueleto em: axial e o apendicular. 
 
 
 
 
 
24 
 
Figura 9: Divisões do esqueleto 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
2.7 Ossos do esqueleto axial 
Os ossos do esqueleto axial são formados basicamente por três conjuntos: 
1. Ossos do crânio; 
2. Ossos do tórax; 
3. Ossos da coluna vertebral. 
Crânio: 
Figura 10: Ossos do crânio 
 
 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 
 
 
O crânio é formado por 22 ossos que 
se dividem em ossos do crânio e da 
face. 
 
 
 
25 
 
Tórax: 
Figura 11: Ossos do tórax 
 
Fonte: Freepik 
 As costelas são ossos alongados e estão divididas em 12 pares, sendo da 1ª a 7ª 
denominadas costelas verdadeiras porque fazem junção direta com o esterno; da 8ª a 12ª são 
chamadas de costelas falsas porque fazem junção com o esterno a partir da cartilagem costal e, as 
duas últimas, a 11ª e a 12ª, chamadas de flutuantes já que não se unem ao esterno. 
 O esterno é um osso torácico que se localiza na região anterior do gradil costal. 
Coluna vertebral: 
 É uma haste longa formada por 33 ossos chamados vértebras que se alinham no sentido 
longitudinal. Está presente no corpo humano, na região mediana do dorso. As vértebras estão 
separadas uma das outras por estruturas denominadas discos vertebrais. 
 Anatomicamente a coluna está dividida em cinco regiões: 
1. Região Cervical: 7 vértebras (C1-C7). 
2. Região Torácica: 12 vértebras (T1-T12). 
3. Região Lombar: 5 vértebras (L1-L5). 
4. Região Sacral: 5 vértebras (S1-S5). 
5. Região Coccígea: 4 vértebras (Co1-Co4). 
 As vértebras das regiões sacral e coccígea estão fundidas (coladas) e formam dois ossos 
chamados sacro e cóccix 
 
 
 
Esterno 
Coluna 
vertebral 
Costelas 
O tórax é formado, anteriormente, 
por um osso chamado esterno, 
posteriormente, por 12 vértebras 
torácicas e, lateralmente, por 12 
pares de costelas. 
 
 
26 
 
Figura 12: Coluna vertebral 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
2.8 Ossos do esqueleto apendicular 
O esqueleto apendicular inclui os ossos que formam os membros superiores e inferiores, assim como 
os ossos que formam as raízes que ligam os membros ao tronco. 
 Os ossos que constituem o esqueleto apendicular estão distribuídos, anatomicamente, da 
seguinte maneira: 
 Membro superior: (em cada lado) 
• Parte Fixa (Raiz) – Ombro/Cintura Escapular (1 clavícula + 1 escápula) 
• Parte Móvel - Braço (1 úmero) 
 Antebraço (1 rádio e 1 ulna) 
 Mão (carpo=8; metacarpo=5; falanges=14) 
Membro inferior: (em cada lado) 
• Parte Fixa (Raiz) – Pelve/Cintura Pélvica (1 quadril) 
• Parte Móvel - Coxa (1 fêmur) 
 Perna (1 tíbia e 1 fíbula) 
 Pé (carpo=7; metacarpo=5; falanges=14) 
7 Vértebras Cervicais 
12 Vértebras Torácicas 
5 Vértebras Lombares 
Sacro 
Cóccix 
 
27 
 
 
Neste capítulo você viu que as funções dos ossos estão envolvidas com movimento, sustentação, proteção, 
reserva de minerais e produção de células sanguíneas. O Esqueleto Humano é formado por, 
aproximadamente, 206 ossos devido aos fatores etários, individuais e aos critérios de contagem. 
 O osso é formado por uma matriz extracelular, composta por fibras colágenas que garantem 
flexibilidade e sais minerais inorgânicos, responsáveis pela resistência do osso. As células encontradas no 
tecido ósseo são: osteogênicas (função – formar osteoblastos), osteoblastos (função – calcificação), osteócitos 
(função – manutenção do metabolismo) e osteoclastos (função – reabsorção). 
 Você viu, também, que conforme suas dimensões os ossos são classificados em: longos, curtos, 
planos, irregulares, pneumáticos e sesamoide. 
 É importante lembrar que, anatomicamente, o esqueleto é dividido em esqueleto axial (que 
compreende os ossos do crânio, tórax e coluna vertebral) e esqueleto apendicular que abrange os ossos dos 
membros superiores e inferiores, assim como as suas raízes. 
 
 
Para saber mais sobre o assunto que tratamos neste capítulo leia o artigo “A influência do esporte na fase de 
crescimento e maturação do esqueleto”. Neste texto os autores tratam a importância das atividades físicas 
para a mineralização do esqueleto. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rbme/v3n3/a04v3n3.pdf> Acesso em 21 
jan.2020.
 
 
Palavras Significado 
Articulares: Vem da palavra articulação, ou seja, junção entre dois ossos. 
Equivalente: Similares, parecidos. 
Flexibilidade: Elasticidade, maleável. 
Morfologia: Forma, estrutura. 
Ossificação: Formação de osso. 
Resistência: Força que se opõe ao movimento. 
 
http://www.scielo.br/pdf/rbme/v3n3/a04v3n3.pdf
 
28 
 
 
BRANDÃO, Miriam. Anatomia sistêmica: visão dinâmica para o estudante. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2004. 
 Este livro atende as necessidadesdiárias daqueles que precisam de uma visão dinâmica e 
fundamentada da Anatomia Humana. Fornece suporte didático à medida que ministra exercícios de fixação e 
de correlação e, apresenta imagens fotográficas das peças anatômicas que permitem explorações técnicas, 
de acordo com a necessidade em questão. 
 
Qual das seguintes alternativas não é uma função do sistema esquelético? 
a) Local de fixação do tecido muscular. 
b) Produção de células sanguíneas (hematopoese). 
c) Armazenamento de Cálcio e Fósforo. 
d) Sustentação e proteção de órgãos vitais. 
e) Produção de vitamina D. 
 Resposta - De acordo com o que você estudou neste capítulo, as funções do esqueleto são: 
1. Participar da locomoção (movimento). 
2. Sustentação do corpo. 
3. Proteção de órgãos vitais. 
4. Local de fixação do tecido muscular. 
5. Produção de células sanguíneas (hematopoese). 
6. Reserva de minerais. 
 Então a alternativa E não faz parte das funções do sistema esquelético.
 
Qual alternativa não é uma célula do tecido ósseo? 
a) Osteócito. 
b) Matriz extracelular. 
c) Osteoclasto. 
d) Osteoblasto. 
e) Osteogênica. 
 
 
29 
 
UNIDADE I 
CAPÍTULO 3 - ANATOMIA DO SISTEMA ARTICULAR 
No término deste capítulo, você deverá saber: 
✓ Definição de Articulação; 
✓ Classificação morfológica e funcional das articulações; 
✓ Articulação fibrosa: sua constituição e seus componentes; 
✓ Articulação cartilaginosa: sua constituição e seus componentes; 
✓ Articulação sinovial: sua constituição e seus componentes; 
✓ Tipos de articulação sinovial; 
✓ Tipos de movimentos das articulações sinoviais. 
Introdução 
Neste capítulo, você aprenderá sobre Artrologia, que é o estudo das articulações e, são responsáveis 
pela união entre, pelo menos, de duas peças rígidas para permitir seu movimento. 
 Você conhecerá um pouco sobre as classificações e os tipos das articulações e, também 
sobre os componentes articulares, assim como os movimentos que produzem. 
 
“À medida que envelhecemos, nossas articulações enfraquecem devido ao seu desgaste por 
pressão, por desidratação ou por atrito com ossos. Torna-se, portanto, complicado se evitar o 
contato entre ossos unidos por alguma articulação que esteja perdendo sua consistência. 
Hábitos alimentares saudáveis, prática regular de exercícios e hidratação constante são alguns 
dos principais fatores preventivos dos prejuízos decorrentes do processo de envelhecimento 
articular, pois podem proporcionar saúde às articulações e, consequentemente, bem-estar e 
qualidade de vida, mesmo na velhice.” 
Por Beatriz Mariani 
 
3.1 Definição de articulação 
Articulação é o nome dado à união entre duas peças rígidas do corpo humano, ou seja, uma 
articulação ou uma juntura é um ponto de contato entre dois ossos, entre ossos e cartilagem, ou 
ainda, entre ossos e dentes. 
 Este contato entre ossos é necessário para que ocorra movimento. A maioria dos movimentos 
do corpo ocorre nas articulações. O estudo das articulações é chamado “artrologia” (artro= 
articulação; logia= estudo). 
 
 
30 
 
3.2 Classificação anatômica e funcional das articulações 
As articulações são classificadas conforme suas características anatômicas (formas) e, 
funcionalmente, conforme o movimento que realizam. 
 Classificação conforme suas características anatômicas: 
• Articulações Fibrosas - As peças ósseas estão unidas por tecido conjuntivo fibroso, que é 
rico em fibras colágenas. 
• Articulações Cartilaginosas - O tipo de tecido que interpõe esta articulação é o tecido 
cartilaginoso. 
• Articulações Sinoviais - O tecido interposto nesta articulação é o sinovial que tem a 
capacidade de secretar líquido sinovial e, é rico em ácido hialurônico. 
 Classificação conforme suas características funcionais: 
• Sinartroses - Este tipo de articulação é praticamente imóvel; articulações fixas. São mais 
comuns nas articulações do tipo fibrosas. Exemplo: A ligação entre os ossos do crânio. 
• Anfiartroses - Uma articulação ligeiramente móvel. São mais comuns nas articulações 
cartilaginosas. Exemplo: Sínfise púbica (ligação entre o púbis direito e esquerdo). 
• Diartrose - Estas articulações são amplamente móveis. Todas as diartroses são articulações 
sinoviais, elas possuem vários formatos e, por isso permitem diferentes tipos de movimentos. 
3.3 Articulações fibrosas 
As articulações fibrosas não possuem uma cavidade articular, ou seja, não possui espaço entre os 
ossos que estão se unindo. O tecido que une esta ligação é o tecido conjuntivo fibroso, desta maneira 
os ossos estão unidos de forma compacta, o que permite pouco ou nenhum movimento. 
 As articulações fibrosas podem ser classificadas como: 
• Sindesmose: É um tipo de articulação fibrosa que tem uma distância maior entre os ossos 
que se articulam e, consequentemente, mais tecido fibroso. Por realizar pouco movimento, 
as sindesmoses são classificas funcionalmente como anfiartrose. 
 Exemplo: Membrana fibrosa entre a tíbia e fíbula. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Figura 1: Membrana interóssea entre a tíbia e a fíbula 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 
Anfiartroses – Uma articulação ligeiramente móvel.
 
• Sutura: Quando se compara com outras articulações é a que possui menor quantidade de 
tecido conjuntivo, sendo formada por uma fina camada apenas. Por ser fixa, a sutura é 
classificada funcionalmente como uma sinartrose, ou seja, não realiza movimentos. 
 Exemplo: Ligação entre os ossos do crânio, a sutura coronal, que é a ligação entre o osso 
parietal e o frontal. 
Figura 2: Suturas do crânio – vista lateral 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 
32 
 
• Gonfoses: É um tipo de articulação fibrosa que se ajusta em uma concavidade. Uma gonfose 
é fixa e, por isso, classificada funcionalmente como uma sinartrose. 
 Exemplo: Os exemplos de gonfoses estão presentes entre as raízes dos dentes e seus 
alvéolos. 
Figura 3: Articulações fibrosas fixam o dente na mandíbula e maxilar 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 
Sinartroses - Este tipo de articulação é praticamente imóvel, são articulações fixas. 
 
3.4 Articulações cartilaginosas 
Nas articulações cartilaginosas o tecido interposto é a cartilagem hialina que une firmemente os 
ossos. Assim, como nas articulações fibrosas, as articulações cartilagíneas não possuem cavidade 
articular e, por isso, possuem pouco ou nenhum movimento. 
 As articulações cartilaginosas podem ser classificadas em dois tipos: 
• Sínfises: Neste tipo de articulação cartilaginosa, as extremidades dos ossos são revestidas 
por cartilagem hialina, mas são ligados por uma estrutura de fibrocartilagem. As sínfises são 
classificadas funcionalmente como anfiartroses e, se dispõem na linha mediana (ao meio) do 
corpo. 
 Exemplos: A ligação entre os corpos das vértebras; entre os ossos do quadril formando a 
sínfise púbica. 
 
 
33 
 
Figura 4: Osso do quadril 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 
Anfiartroses - Uma articulação ligeiramente móvel. 
 
• Sincondroses - Neste tipo de articulação cartilaginosa, o tecido interposto é a cartilagem 
hialina. Funcionalmente, as sincondroses são classificadas como sinartrose. 
 Quando o crescimento do osso cessa e ele substitui a cartilagem hialina, a sincondrose torna-
se uma sinostose, ou seja, uma articulação ossificada. 
 Exemplos: Linha epifisária que une a epífise e a diáfise do osso longo, outro exemplo é a 
união da primeira costela com o osso esterno, que na vida adulta se calcifica e torna-se uma 
sinostose. 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
Figura 5: Esterno e costelas 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 
Sinostose - É a calcificação de uma articulação e, pode ser, também, chamada de articulação óssea. 
 
3.5 Articulações sinoviais 
As articulações sinoviais possuem uma característica que a difere das outras, ou seja, ela possui 
cavidade articular (sinovial), que é a presença de um espaço entre os ossos que estão se articulando. 
 Os ossos da articulação sinovial são recobertos por uma camada de cartilagemhialina, 
chamada cartilagem articular. Esta cartilagem articular não é responsável pela união entre os ossos, 
mas recobre as faces articulares tornando-as lisas, isso reduz o atrito articular entre os ossos durante 
o movimento e ajuda a absorver os impactos. 
 O tecido sinovial que interpõe os ossos, neste tipo de articulação, produz um líquido chamado 
líquido sinovial, que é rico em ácido hialurônico, portanto, lubrifica as articulações e as tornam 
amplamente móveis. Assim, estas articulações são classificadas funcionalmente como diartroses. 
• Diartrose - Estas articulações são amplamente móveis. Todas as diartroses são articulações 
sinoviais, elas possuem vários formatos e, por isso, permitem diferentes tipos de movimentos. 
 
 
35 
 
Figura 6: Articulação sinovial móvel – Ombro e cotovelo 
 
Fonte: Freepik 
3.6 Componentes das cartilagens sinoviais 
A cartilagem articular é formada por algumas estruturas, são elas: 
• Superfície óssea articular: São superfícies que entram em contato com o osso vizinho. 
Geralmente, eles possuem conformações (formatos) contrárias, que facilitam o “encaixe”, ou 
seja, a união (por exemplo: saliência – depressão). 
• Cartilagem articular: Tecido flexível constituído de fibras colágenas (semelhante à borracha) 
e, cuja estrutura não há vasos sanguíneos. Sua função é melhorar o encaixe das superfícies 
que se articulam, protegem e diminuem o impacto (por exemplo: menisco, disco intervertebral, 
lábio glenoidal). 
• Cápsula articular: Membrana conjuntiva que envolve a articulação. A cápsula articular e os 
ligamentos têm a finalidade de manter a união entre os ossos. 
• Membrana sinovial: É a camada interna da cápsula articular, produz o líquido sinovial. 
• Líquido sinovial: É um líquido que tem a função de lubrificar a articulação, evitar o atrito 
entre os ossos e facilitar o movimento. 
• Ligamentos: Tem a finalidade de manter a união entre os ossos, além de limitar seus 
movimentos excessivos. 
 
Os componentes das articulações sinoviais são: 
• Superfície óssea articular. 
• Cartilagem articular. 
• Cápsula articular. 
• Líquido sinovial. 
• Membrana sinovial. 
• Ligamentos. 
 
 
36 
 
3.7 Tipos de articulações sinoviais 
As articulações sinoviais possuem formas diferentes nas suas faces articulares, ou seja, nas 
superfícies dos ossos que se articulam. Desta maneira, existem diferentes tipos de articulações 
sinoviais que produzem diferentes tipos de movimentos. 
As articulações sinoviais são divididas em seis subtipos: 
• Articulações planas – Quando as superfícies de contato são achatadas, lineares. Permitem 
movimentos de deslizamento para frente e para trás e, para os lados (por exemplo: entre os 
ossos do tarso pé). 
• Articulação gínglimo – Quando as superfícies de contato têm um formato de dobradiça, ou 
seja, uma parte côncava e outra convexa. Permite movimentos angulares, onde um osso fica 
fixo e o outro se move em torno de um eixo (por exemplo: articulações do joelho e do 
cotovelo). 
• Articulações trocoide ou em pivô – A face pontiaguda ou arredondada de um osso se 
articula com um anel formado por outro osso. Permite movimentos em torno do seu próprio 
eixo (por exemplo: articulação atlantoaxial, na qual o atlas (primeira vértebra cervical gira em 
torno do áxis e segunda vértebra cervical) e, permite que a cabeça se movimente de um lado 
e para o outro numa situação de negação). 
• Articulação esferoide – Uma das superfícies é uma esfera e o outro uma cavidade 
permitindo um encaixe e, permite movimento nos três eixos, para frente e para trás, de um 
lado para o outro e de dentro pra fora (por exemplo: articulação do ombro, quadril). 
• Articulação condilar ou elipsoide – Uma das superfícies é em forma de côndilo que gira 
em torno de uma superfície rasa e permite movimento para cima e para baixo e, de um lado 
para o outro (por exemplo: articulação fêmur-tibial). 
• Articulação selar – Uma das unidades ósseas tem o desenho de uma sela e a outra é 
convexa, assim como um cavaleiro sentado faria e, permite movimento para cima e para 
baixo e, de um lado para o outro (por exemplo: articulação carpo metacarpiana). 
Figura 7: Tipos de articulações sinoviais 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
Esferoide 
Elipsoide 
Plana 
Selar 
Gínglimo 
Trocoidea (Pivô) 
 
37 
 
3.8 Tipos de movimentos nas articulações sinoviais 
Os termos para designar os movimentos indicam a forma e a direção dos movimentos e facilita a 
compreensão das funções das articulações, são eles: 
• Flexão: Diminuição do ângulo de uma articulação ou aproximação de duas estruturas ósseas. 
• Extensão: Aumento do ângulo de uma articulação ou afastar duas estruturas ósseas. 
• Adução: Aproximar o membro do eixo sagital mediano. 
• Abdução: Afastar o membro do eixo sagital mediano. 
• Rotação medial / interna: Gira a face anterior do membro para dentro. 
• Rotação Lateral / externa: Gira a face anterior do membro para fora. 
 
Plano Sagital – Mediano: Divide o corpo em duas partes, direito e esquerdo. 
 
Fonte: Wikimedia Commons
 
 Os movimentos ainda podem ser classificados conforme seus eixos, cada eixo permite dois 
planos de movimento. 
• Eixo súperoinferior - permite movimento de rotação interna e externa. 
• Eixo laterolateral - permite movimento de flexão e extensão. 
• Eixo anteroposterior - permite movimento de adução e abdução. 
 As articulações são classificadas conforme a quantidade de eixos e planos de movimentos 
que produzem em: 
• Monoaxial - realiza movimentos em um eixo e dois planos. 
• Biaxial - realiza movimentos em dois eixos e quatro planos. 
• Triaxial - realiza movimentos em três eixos e seis planos. 
 
38 
 
 
Neste capítulo você viu que articulação é o nome dado pela união entre pelo menos dois ossos. As articulações 
permitem o movimento. 
 Com relação a sua estrutura, as articulações podem ser classificadas em: fibrosa (os ossos são unidos 
por tecido conjuntivo fibroso), cartilaginosa (os ossos são unidos pela cartilagem) e sinovial (possui um espaço 
entre os ossos). De acordo com a sua mobilidade, podem ser classificadas em: Diartrose, Anfiartroses e 
Sinartroses. 
 As articulações sinoviais têm uma característica que a difere das outras, a presença da cavidade 
articular, isto possibilita grande mobilidade para o tipo articular. Os componentes das articulações sinoviais 
são: superfície óssea articular, cartilagem articular, cápsula articular, líquido sinovial, membrana sinovial e 
ligamentos. Estas estruturas garantem proteção, lubrificação, mobilidade, absorção de impactos e redução de 
atrito nas articulações. 
 As articulações sinoviais possuem formas diferentes nas suas faces articulares, ou seja, nas 
superfícies dos ossos que se articulam. Desta maneira, existem diferentes tipos de articulações sinoviais que 
produzem diferentes tipos de movimentos. 
 
Para saber mais leia o texto “Sistema articular” que traz muitas ilustrações sobre o tema articulação. 
Disponível em: https://anatomia-papel-e-caneta.com/sistema-articular/ Acesso em 22 jan. 2020.
 
Palavras Significado 
Ácido hialurônico: 
É uma substância responsável pelo volume, pela sustentação, pela 
hidratação e elasticidade da pele. 
Interóssea: Entre ossos. 
Interposto: Colocado; posto de permeio. 
Luxação articular: Desencaixe da articulação. 
Rígida: Resistente; firme; dura. 
 
 
https://anatomia-papel-e-caneta.com/sistema-articular/
 
39 
 
 
TORTORA, Gerard J. Princípios de anatomia humana. 10ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 
 O conteúdo deste livro foi organizado com base na vasta experiência dos autores no ensino da 
anatomia e na interação com os estudantes. Bastante ilustrada e repleta de ferramentas que auxiliam no 
ensino-aprendizado, “Princípios de Anatomia Humana”, em sua décima edição, reforça o conhecimento dos 
estudantes, eliminando as dúvidas com relação à matéria e proporcionando um roteiro claro para a 
compreensão do assunto.Nas articulações, é possível observar a união entre dois ou mais ossos. Todas as alternativas, a seguir, se 
referem às funções das articulações, exceto: 
a) As articulações permitem a movimentação do esqueleto. 
b) As articulações garantem que os ossos permaneçam unidos. 
c) As articulações promovem o armazenamento de minerais úteis aos ossos. 
d) As articulações evitam o desgaste dos ossos. 
e) As articulações garantem que o corpo se mantenha estável. 
 Resposta: Alternativa “C”. As articulações não armazenam minerais, sendo essa uma propriedade 
dos ossos.
 
As articulações podem ser classificadas a partir do material encontrado entre um osso e outro. Quando, entre 
os ossos, há um tecido cartilaginoso do tipo hialino, a articulação recebe o nome de: 
a) articulação fibrosa. 
b) sínfise. 
c) sincondrose. 
d) sinartrose. 
e) articulação sinovial. 
 
 
 
40 
 
UNIDADE I 
CAPÍTULO 4 - ANATOMIA DO SISTEMA MUSCULAR 
No término deste capítulo, você deverá saber: 
✓ Definição dos músculos; 
✓ Funções do Sistema Muscular; 
✓ Propriedades dos músculos; 
✓ Tipos dos músculos; 
✓ Tipos de fibras musculares; 
✓ Componentes anatômicos dos músculos; 
✓ Classificação dos músculos; 
✓ Tipos de contração muscular. 
Introdução 
O sistema muscular é responsável pelo movimento do corpo humano, é através da contração que os 
músculos produzem força para tracionar os ossos e produzir movimento nas articulações. Além 
disso, os músculos representam cerca de 45% do peso corporal e estabilizam a posição do corpo 
humano contra a ação da gravidade. 
 Conhecer as funções do sistema muscular e seus componentes anatômicos abre um mundo 
de informações que ultrapassam os limites relacionados apenas ao movimento humano. 
 Ao estudar este capítulo você vai aprender mais sobre este fantástico sistema. 
 
“Arrepio ou calafrio é uma sensação de frio que ocorre quando a temperatura corporal diminui. 
Os tremores, também, ocorrem juntamente com calafrios, porque o corpo produz calor durante 
a contração muscular em uma tentativa fisiológica de aumentar a temperatura do corpo”. 
 
Fonte: SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Reações corporais durante o frio"; Brasil Escola. Disponível em: 
https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/as-reacoes-corporais-durante-frio.htm. Acesso em 02 de fevereiro de 2020. 
 
4.1 Definição 
Os músculos são feixes de células musculares que se fixam pelas suas extremidades e movem 
segmentos do corpo através de sua característica de contração e relaxamento, geralmente em 
resposta a um estímulo nervoso. 
 
41 
 
 Os músculos são capazes de transformar energia química através da “quebra” de uma 
molécula chamada ATP (Adenosina Trifosfato) em energia mecânica e gerar trabalho. 
 
ATP - A Adenosina Trifosfato, também conhecido como ATP, é uma molécula que transporta energia nas 
células. É a principal moeda de energia da célula, todos os seres vivos usam ATP como fonte de energia.
 
 O corpo humano é formado por, aproximadamente, 501 músculos. Este número não é exato, 
devido às variações como, por exemplo, as diferenças raciais. Nossos músculos representam cerca 
de 40 a 50% do peso corporal. 
Figura 1: Músculos do corpo 
 
Fonte: Freepik 
4.2 Funções dos músculos 
As funções do sistema muscular são: 
1. Realizar Movimentos - Dentre as diversas funções que os músculos realizam, a capacidade 
de produzir movimentos é uma característica peculiar, ou seja, é uma característica exclusiva, 
apenas o sistema muscular é capaz de realizar contração e relaxamento muscular. 
2. Estabilização das posições do corpo - As contrações que os músculos realizam estabilizam 
as articulações e ajudam na manutenção da postura corporal. Assim, atitudes como ficar 
sentado, em pé ou movimentar-se é possível graças às contrações dos músculos. 
3. Movimentação de substâncias orgânicas - Os músculos revestem as paredes dos vasos 
sanguíneos e todos os nossos órgãos. Desta forma, as contrações geradas nos vasos ajudam 
a impulsionar e transportar o sangue durante a circulação sanguínea, assim como 
movimentar alimentos no tubo digestório ou urina no sistema renal. 
 
42 
 
4. Produção de calor - Quando os músculos se contraem, produzem energia que é utilizada 
pelo organismo para manter a temperatura corporal. 
 
As funções do sistema muscular são: 
1. Realizar movimentos; 
2. Estabilização das posições do corpo; 
3. Movimentação de substâncias orgânicas; 
4. Produção de calor. 
 
4.3 Propriedade do sistema muscular 
O sistema muscular possui quatro propriedades básicas que lhe permitem trabalhar em harmonia. 
1. Excitabilidade elétrica - Se refere à capacidade que as células musculares têm de responder 
a determinados estímulos elétricos, assim como ocorre nas células do sistema nervoso. Por 
exemplo, o coração possui algumas células musculares especiais (chamadas de marca-
passo do coração) que são capazes de deflagrar estímulos elétricos e gerar contração. 
2. Contratilidade - É capacidade de se contrair quando é despertado pelo estímulo nervoso. 
Esta contração gera tensão (força) que traciona os pontos de fixação dos músculos 
produzindo movimento. 
3. Extensibilidade - É a capacidade que os músculos têm de se esticar sem sofrer danos, isso 
ocorre durante o alongamento, por exemplo. 
4. Elasticidade - É a capacidade que o músculo tem de retornar ao seu comprimento e sua 
forma depois de uma contração ou depois de um alongamento. 
 
As propriedades do sistema muscular são: 
1. Excitabilidade Elétrica. 
2. Contratilidade. 
3. Extensibilidade. 
4. Elasticidade. 
 
 
43 
 
4.4 Tipos de músculos 
Existem três tipos de músculos, são eles: 
1. Músculo estriado esquelético: 
o Forma: Recebe este nome de estriado porque suas fibras musculares estão dispostas 
de maneira irregular o que confere um aspecto de “estrias” e esquelético porque está 
sempre ligado a um ou mais ossos. 
o Localização: Este tipo de músculo reveste todo o esqueleto. 
o Função: Realiza contração voluntária, ou seja, podemos contrair e relaxar os 
músculos estriados esqueléticos e, assim produzir movimento pelo nosso desejo 
voluntário. 
2. Músculo liso: 
o Forma: Recebe o nome de liso porque suas fibras musculares estão dispostas de 
maneira regular o que confere um aspecto “liso”. 
o Localização: Este tipo de músculo reveste a parede de todas as vísceras (órgãos) e 
vasos sanguíneos. 
o Função: Este tipo de músculo realiza contração involuntária, ou seja, a contração e o 
relaxamento não dependem do nosso desejo voluntário. 
3. Músculo estriado cardíaco: 
o Forma: Recebe este nome de estriado porque suas fibras musculares estão dispostas 
de maneira irregular o que confere um aspecto de “estrias” e cardíaco porque está 
sempre ligado ao coração. 
o Localização: Este tipo de músculo reveste a parede do coração. 
o Função: Este tipo de músculo realiza contração involuntária, ou seja, a contração e o 
relaxamento não dependem do nosso desejo voluntário. 
 
 
MÚSCULO 
ESTRIADO 
ESQUELÉTICO 
MÚSCULO LISO 
MÚSCULO 
ESTRIADO 
CARDÍACO 
TIPO DE 
CONTRAÇÃO 
Voluntária Involuntária Involuntária 
LOCALIZAÇÃO Esqueleto 
Vasos sanguíneos 
e vísceras 
Coração 
 
 
44 
 
4.5 Tipos de fibras musculares 
A massa muscular do corpo humano é composta por dois tipos principais de fibras musculares que 
são as vermelhas e as brancas. As fibras vermelhas são, também, chamadas de Tipo I ou de 
contração lenta e as brancas de Tipo II ou de contração rápida. A classificação das fibras é feita 
através das suas características contráteis e metabólicas. 
 A maioria dos grupos musculares é composta por uma combinação igual de fibras vermelhas 
(contração lenta) e brancas (contração rápida), embora existam alguns grupos musculares com 
predominância de certo tipo de fibra. A porcentagem dos tipos de fibra pode ser influenciada pela 
genética, níveis hormonais e hábitos de exercício do indivíduo. 
• Fibras vermelhas de contração lenta (do tipoI) 
 
o Possuem grande número de capilares sanguíneos e alta atividade enzimática 
mitocondrial, o que permite que essas fibras possuam grande capacidade de 
metabolismo aeróbico (obtenção de energia com a presença de oxigênio) e alta 
resistência à fadiga e, por isso realizam contração lenta, que são aquelas contrações 
de menor intensidade, porém de maior duração. 
o Por exemplo: Atletas de resistência (corredores de distância) possuem alta 
porcentagem de fibras vermelhas de contração lenta (do tipo I). 
• Fibras brancas de contração rápida (do tipo II a) 
o Apresentam capacidade limitada de metabolismo aeróbico, no entanto, têm uma 
grande capacidade anaeróbica (obtenção de energia na ausência de oxigênio), têm 
menos resistência a fadiga e, por isso realizam contração rápida, que são aquelas 
contrações de maior intensidade, porém de menor duração. 
o Por exemplo: Atletas de potência (corredores de curta distância) possuem alta 
porcentagem de fibras rápidas. 
• Fibras intermediárias (do tipo II b) 
o Possuem características mescladas das fibras do tipo I e II e tem a capacidade de se 
modificar e adquirir mais as características de uma que de outra, com o treinamento 
físico. O treinamento físico de potência e o de resistência promove uma conversão 
das fibras. 
 
 
 
 
 
45 
 
 
• Fibras de contração lenta (Tipo I): 
o Sistema de energia utilizado: aeróbico (utiliza o oxigênio como principal fonte de energia); 
o Coloração: vermelha (devido ao grande número de mioglobina e mitocôndrias); 
o Contração muscular lenta; são altamente resistentes à fadiga; 
o São mais apropriadas para exercícios de longa duração como natação, corrida. 
• Fibras de contração rápida (Tipo II): 
o Sistema de energia utilizado: anaeróbico; 
o Coloração: branca; 
o Contração muscular rápida; fadiga rapidamente; 
o Predominam em atividades anaeróbicas que exigem paradas bruscas, arranques com 
mudança de ritmo, saltos. 
 
4.6 Componentes dos músculos estriados esqueléticos 
O músculo estriado esquelético possui alguns componentes: 
 Fáscia muscular - É uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo. 
• A camada mais externa que envolve todo o músculo é chamada de epimísio. 
• A camada que envolve cada feixe muscular é chamada perimísio. 
• A camada que envolve cada fibra muscular é chamada endomísio. 
Figura 2: Anatomia do Músculo 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
Vasos sanguíneos 
Fibrila 
Fibra 
muscular 
Fascículo 
Endomísio Epimísio 
Tendão 
Osso Perimísio 
 
46 
 
 Miofibrilas – São estruturas fusiformes encontradas no interior das fibras musculares. São 
formadas por dois filamentos: Actina (filamentos finos) e Miosina (filamentos grossos). Nelas estão 
presentes, também, as proteínas contráteis chamadas Troponina e Tropomiosina. 
 Ventre muscular – Constitui o corpo do músculo (a porção carnosa), é formada por fibras 
musculares e, representa a parte contrátil do músculo. 
 Tendões – São estruturas ricas em fibras colágenas que servem para fixar o ventre muscular 
nos ossos, no tecido subcutâneo (abaixo da pele) e nas cápsulas articulares. Os tendões geralmente 
têm um formato cilíndrico, quando se apresentam em forma de “leque” ou lâminas são chamadas de 
“aponeuroses”. 
 Bolsa tendínea – São pequenos sacos de tecido conjuntivo que envolvem os tendões e 
servem para evitar o impacto dos tendões com os ossos. 
4.7 Classificações dos músculos 
Os músculos podem ser classificados de acordo com alguns critérios: organização das fibras 
musculares; de acordo com a origem e inserção; número de ventres musculares; de acordo com a 
ação muscular e com a função. 
1. Classificação conforme a organização das fibras musculares: 
o Longos - quando o comprimento predomina sobre a largura e a espessura; 
o Largos - quando duas medidas se equivalem, comprimento e largura predominam sobre 
a espessura; 
o Curtos - quando as três medidas se equivalem; 
o Circular - envolve um orifício ou uma abertura; 
o Leque - quando possui fibras em leque; 
o Mistos - quando não são classificados como longos, largos ou curtos. 
Figura 3: Formas do Músculo 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 
47 
 
2. Classificação conforme origem e inserção: 
 Quando um músculo contrai e encurta, uma de suas extremidades geralmente permanece 
fixa, enquanto a outra extremidade (mais móvel) é puxada em direção a ele, resultando em 
movimento. 
 A origem geralmente é a extremidade proximal do músculo e que permanece fixa durante 
a contração, ou seja, é a extremidade presa ao osso que não se desloca (ponto fixo). 
 A inserção é a extremidade distal do músculo que se movimenta durante a contração, ou 
seja, é a extremidade presa ao osso que se desloca (ponto móvel). 
• Bíceps – Apresentam duas origens e uma inserção, exemplo: bíceps braquial. 
• Tríceps - Apresentam três origens e uma inserção, exemplo: tríceps braquial. 
• Quadríceps - Apresentam quatro origens e uma inserção, exemplo: quadríceps femoral. 
• Bicaudado – Apresentam duas inserções e uma origem, exemplo: esternocleidomastoideo. 
• Policaudado - Apresentam mais de duas inserções e uma origem, exemplo: reto do 
abdômen. 
Figura 4: Bíceps 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
3. Classificação conforme a ação/movimento que realizam: 
o Flexores – É o nome dado a alguns músculos que realizam a flexão. 
o Extensores – É o nome dado a alguns músculos que realizam a extensão. 
o Abdutores – É o nome dado a alguns músculos que realizam a abdução. 
o Adutores – É o nome dado a alguns músculos que realizam a adução. 
o Rotadores - É o nome dado a alguns músculos que realizam a rotação. 
 
 
48 
 
4. Classificação conforme a função: 
o Agonistas – Quando os músculos agem diretamente no movimento desejado, por 
exemplo, ao pegar um copo, os músculos flexores dos dedos da mão são agonistas. 
o Antagonistas – Quando os músculos agem de maneira indireta no movimento 
desejado, por exemplo, ao pegar um copo, os músculos extensores dos dedos da mão 
permaneceram não contraídos, colaborando indiretamente com o movimento 
executado são antagonistas. 
o Sinergistas – Quando os músculos agem estabilizando as articulações e impedindo 
movimentos indesejados durante a ação principal, por exemplo, ao pegar um copo, 
os músculos que estabilizam as articulações do punho, cotovelo e ombro são 
sinergistas. 
 
Os músculos podem ser classificados conforme vários critérios, tais como: 
• a forma ou disposição das fibras; 
• a origem; 
• a inserção; 
• a ação ou movimento que realiza; 
• a função. 
 
4.8 Tipos de contração muscular 
Para que um movimento ocorra é necessário que os músculos recebam um estímulo através de um 
comando do sistema nervoso e se contraiam. Existem duas formas de os músculos realizarem 
contração: 
 Contração isotônica – na contração dos músculos do esqueleto, os movimentos produzem 
sempre a aproximação de ossos articulados entre si, enquanto o relaxamento muscular permite o 
afastamento deles. Torna-se evidente que a aproximação só é possível pelo encurtamento das fibras 
que formam os músculos, o que é denominado de contração isotônica. A contração isotônica é 
dividida em: 
• Contração concêntrica – o músculo se encurta e traciona outra estrutura, como um tendão, 
reduzindo o ângulo de uma articulação. 
• Contração excêntrica – quando aumenta o comprimento total do músculo durante a 
contração 
 
 
49 
 
Figura 6: Contração muscular 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 Contração isométrica – na contração isométrica o comprimento do músculo não varia, ou 
seja, não há movimento durante a contração. Um exemplo de contração isométrica é o do atleta que 
sustenta com os braços seu corpo no ar. Enquanto sustenta, seus braços permanecem em 
contração, embora não produzam movimento. 
Figura 7: Contração muscular isométrica (sem movimento) 
 
Fonte: Freepik 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
Neste capítulo você viu que os músculos são estruturas anatômicascapazes de realizar contração e 
relaxamento e, produzir movimentos. 
 Os músculos possuem quatro propriedades: excitabilidade elétrica, contratilidade, extensibilidade, 
elasticidade. Podem ser classificados em: músculo estriado esquelético; músculo estriado cardíaco e músculo 
liso. 
 Você viu, também, que a massa muscular do corpo humano é composta por dois tipos principais de 
fibras musculares que são: as vermelhas e as brancas. As fibras vermelhas são, também, chamadas de Tipo I 
ou de contração lenta e as brancas de Tipo II ou de contração rápida. A classificação das fibras é feita através 
das suas características contráteis e metabólicas. 
 Conforme suas formas, origens, inserções, ações e funções os músculos podem receber diversas 
classificações. 
 É importante lembrar que existem dois tipos principais de contração muscular: a contração isotônica, 
que promove movimento durante a contração e pode ser subdivida em contração concêntrica e excêntrica e, 
a contração isométrica que não há movimento durante a tensão muscular. 
 
Para saber mais sobre os músculos do nosso corpo assista ao vídeo “Sistema Muscular: Estrutura, divisões e 
funções dos músculos esqueléticos”, abordando os músculos desde a sua microestrutura até a sua 
macroestrutura, conhecendo suas funções e formas. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=UHBPIY4AEPs Acesso em 22 jan. 2020. 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=UHBPIY4AEPs
 
51 
 
 
Palavras Significado 
Contratilidade: 
Propriedade que têm certas células, especialmente as do tecido muscular, 
de reduzir as dimensões mediante estímulo. 
Elasticidade: 
Propriedade de um corpo sofrer deformação, quando submetido à tração, e 
retornar parcial ou total à forma original. 
Excitabilidade: Propriedade de se excitar com determinado estímulo. 
Extensibilidade: Propriedade de um corpo sofrer deformação, quando submetido à tração. 
Flexibilidade: Elasticidade, maleável. 
Vísceras: Órgão. 
 
O ATP gasto durante a contração muscular é rapidamente reposto graças a uma substância que transfere seu 
grupo fosfato energético para o ADP, transformando-o em ATP. Esta substância é denominada: 
a) Adenosina Trifosfato. 
b) Guanosina Trifosfato. 
c) Creatina-Fosfato. 
d) Miosina-Fosfato. 
e) Actina-Fosfato. 
 Você viu que, de acordo com o que estudamos que: os músculos são capazes de transformar energia 
química através da “quebra” de uma molécula chamada ATP (Adenosina Trifosfato) em energia mecânica e 
gerar trabalho. 
Então a alternativa A é a correta.
 
Qual das seguintes alternativas não é uma propriedade dos músculos? 
a) Contração. 
b) Elasticidade. 
c) Excitabilidade. 
d) Extensibilidade. 
e) Transformação de energia. 
 
 
52 
 
 
BRANDÃO, Miriam. Anatomia sistêmica: visão dinâmica para o estudante. 1. Ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2004. 
 Este livro atende às necessidades diárias daqueles que precisam de uma visão dinâmica e 
fundamentada da Anatomia Humana. Fornece suporte didático à medida que ministra exercícios de fixação e 
de correlação e, apresenta imagens fotográficas das peças anatômicas que permitem explorações técnicas de 
acordo com a necessidade em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
UNIDADE II 
CAPÍTULO 5 - ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO 
 
No término deste capítulo, você deverá saber: 
✓ Definição de sistema nervoso; 
✓ Funções do sistema nervoso; 
✓ Divisões anatômicas do sistema nervoso; 
✓ Tipos de células nervosas; 
✓ Substância branca e substância cinzenta; 
✓ Tipos de sinapses; 
✓ Tipos de condução nervosa. 
Introdução 
Estudar a anatomia humana e conhecer o corpo humano é mesmo fascinante, entender como são 
os sistemas, quais são os órgãos que constituem cada um deles, sua localização, sua forma. 
 No entanto, conhecer o sistema que atua no controle de todos os outros é maravilhoso e, 
neste capítulo você vai conhecer um pouco deste complexo e organizado maquinário que é o Sistema 
Nervoso (SN). 
 Este capítulo vai nos mostrar o que é o sistema nervoso, onde ele está localizado, quais as 
divisões e subdivisões anatômicas e o seu funcionamento de forma geral. 
 
“O puro espírito é uma pura estupidez, retire o sistema nervoso e os sentidos, e o resto é um 
erro de cálculo, e isso é tudo!” 
(autor: Friedrich Nietzsche)
 
5.1 Definição e funções 
O SN é formado por uma rede complexa, porém muito organizada de células nervosas que 
desempenham funções diversas e “excelentes” em nosso corpo humano. 
 O SN realiza a função de controlar e coordenar as funções de todos os sistemas que 
compõem o corpo humano, desta forma, o SN pode ser considerado um sistema “soberano” em 
nosso corpo. A prova disso é que quando ocorrem danos no SN o indivíduo pode apresentar 
disfunções em vários outros, como alterações motoras, sensitivas, cognitivas, esfincterianas entre 
outras. 
 
54 
 
 De uma maneira generalista podemos dizer que as funções do sistema nervoso são: 
1. Adaptar o organismo às condições externas; 
2. Ajustar o organismo às condições internas (homeostasia); 
3. Integrar, controlar e coordenar os demais sistemas corpóreos; 
4. Elaborar funções psíquicas superiores. 
 
Homeostasia: é a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções 
adequadamente para o equilíbrio do corpo. 
 
Figura 1: Cérebro 
 
Fonte: Freepik 
5.2 Divisão anatômica do Sistema Nervoso 
Anatomicamente, o SN é dividido em duas partes: Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema 
Nervoso Periférico (SNP). 
• O SNC se refere a um conjunto de estruturas nervosas localizadas dentro do esqueleto axial. 
• O SNP se refere a um conjunto de estruturas nervosas localizadas fora do esqueleto axial. 
Cérebro 
Cerebelo 
Tronco 
encefálico 
Medula 
Encéfalo 
 
55 
 
 
Esqueleto axial – conjunto de ossos presentes na cabeça e tronco do corpo humano. Ele é composto por três 
partes: a cabeça, a caixa torácica e a coluna vertebral. 
 
 De uma maneira geral o SN funciona da seguinte maneira: 
Figura 2: Funcionamento do sistema nervoso 
 
 
 
 
 
Fonte: Da autora (2020). 
• SNC – Recebe os estímulos, interpreta-os, direciona as áreas específicas e elabora respostas 
para o controle corporal. 
• SNP – Captam os estímulos através dos receptores, conduz informações nervosas ao SNC 
(vias aferentes) e conduz as respostas do SNC aos órgãos efetuadores (vias eferentes). 
5.3 Sistema Nervoso Central (SNC) 
O SNC é constituído por estruturas que se localizam dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e 
canal vertebral). Sua função é receber os estímulos, comandar e desencadear as respostas. 
 O SNC é subdividido, anatomicamente, em: 
• Encéfalo - É formado por um conjunto de órgãos (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) 
localizados no interior do crânio. 
• Medula Espinhal - Tem a forma de um cordão, está localizada no interior do canal vertebral 
na coluna, desde a região da primeira vértebra até o nível da segunda vértebra lombar. 
 
SNC 
SNP – Vias Eferentes SNP – Vias Aferentes 
RECEPTORES ORGÃOS EFETUADORES 
 
56 
 
Fluxograma 1: Funcionamento do sistema nervoso central 
 
Fonte: Da autora (2020). 
 O SNC é protegido por três estruturas diferentes: o esqueleto axial, as meninges e o líquor. 
1. Esqueleto axial – Uma das funções dos ossos é garantir proteção a órgãos considerados 
vitais, os órgãos do SNC localizam-se no interior do esqueleto axial. 
2. Meninges – São lâminas ou membranas de tecido conjuntivo que envolve os órgãos do 
sistema nervoso central, garantindo proteção aos mesmos. 
o Dura-máter: É a meninge mais espessa e resistente. É a camada externa. 
o Aracnoide: Se dispõe entre a dura-máter e a pia-máter. É a camada intermediária. 
o Pia-máter: É a meninge mais delicada e mais interna. É a camada interna. 
3. Líquido Cefalorraquidiano – Também pode ser chamado de líquor, percorre o espaço 
subaracnóideo, entre as meninges aracnoides e pia-máter. Sua função é amortecedorchoques e evitar trauma, assim, também, atua como um meio protetor ao SNC. 
5.4 Sistema Nervoso Periférico (SNP) 
O SNP se localiza fora do esqueleto axial, sua função é conduzir os estímulos ao SNC e as ordens 
emanadas da porção central até aos órgãos efetuadores. 
 O SNP é subdividido anatomicamente em: 
• Gânglios – Estrutura responsável pela secreção de substâncias nervosas 
(neurotransmissor). 
• Terminações Nervosas – Conduzem informações nervosas ao neurônio seguinte através da 
sinapse. 
• Nervos – São cordões esbranquiçados que tem a função de conduzir informações nervosas. 
o Nervos cranianos – transmitem informações do encéfalo aos órgãos efetuadores (12 
pares). 
o Nervos espinhais – transmitem informações da medula aos órgãos efetuadores (31 
pares). 
 
 
57 
 
Fluxograma 2: Funcionamento do sistema nervoso periférico 
 
Fonte: Da autora (2020). 
 
SNC: 
1. Localização – Dentro do esqueleto axial. 
2. Função – Receber estímulos, interpretá-los e elaborar respostas. 
3. Divisão Anatômica – Encéfalo e Medula espinhal. 
SNP: 
1. Localização – Fora do esqueleto axial. 
2. Função – Conduzir estímulos e respostas. 
3. Divisão Anatômica – Nervos, Gânglios e Terminações Nervosas. 
 
5.5 Células nervosas 
No SN existem dois tipos de células: 
1. Neurônios – são as células funcionais do sistema nervoso, são responsáveis pela recepção 
e transmissão dos estímulos nervosos, possibilitando ao organismo a execução de respostas 
adequadas para a manutenção da homeostase. 
2. Células da Glia (ou podem ser chamadas também de neuróglia) – são as células estruturais 
cumprem a função de sustentar, proteger, isolar e nutrir os neurônios. São subdivididas em 
três tipos e auxiliam na manutenção da estrutura do sistema nervoso, são elas: 
o Astrócitos: responsáveis pela nutrição da célula nervosa. 
 
58 
 
o Oligodendrócitos: formam a bainha de mielina, que é uma cobertura de lipídeos 
(gordura) e proteínas que envolvem alguns axônios e, acelera a velocidade de 
propagação do impulso nervoso. 
o Micróglia: apresentam função macrofágica atuando como sistema imunológico. 
 Anatomicamente, tanto o neurônio quanto a célula da glia possuem, basicamente, uma 
mesma forma. Trata-se de uma célula composta de um corpo celular (no qual é encontrado o 
núcleo), de onde partem inúmeros e finos prolongamentos celulares denominados dendritos e, um 
prolongamento único e maior que recebe o nome de axônio. Sua parte final é ramificada e recebe o 
nome de terminações nervosas. 
Figura 3: Neurônio 
 
Fonte: Freepik 
 
As células nervosas são: 
1. Neurônios – células funcionais. 
2. Células da glia – células estruturais (astrócitos, micróglia e oligodendrócitos). 
 
5.6 Substância branca e substância cinzenta 
Ao observar as características do encéfalo e da medula espinhal pode-se perceber que algumas 
regiões parecem brancas e brilhantes, enquanto outras parecem cinza. 
 
Neurilema 
Célula de 
Schwann 
Axônio 
Núcleo 
Nucléolo 
Corpo 
celular 
Dendritos 
Bainha de 
Mielina 
Nódulo de 
Ranvier 
 
59 
 
Figura 4: Cérebro 
 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
• Substância cinzenta - a substância cinzenta consiste em corpos de neurônios e axônios 
amielínicos, ou seja, sem bainha de mielina e que possuem uma coloração mais escurecida. 
• Substância branca - a substância branca consiste em axônios mielinizados (com bainha de 
mielina) e amielínicos (sem bainha de mielina) de muitos neurônios. 
 
Bainha de mielina - é uma cobertura de lipídios (gordura) e proteínas que envolvem alguns axônios e, acelera 
a velocidade de propagação do impulso nervoso. 
 
 Estas áreas escurecidas e esbranquiçadas estão distribuídas de forma diferente no SN. A 
disposição dessas substâncias no SNC ocorre da seguinte forma: 
 Cérebro e cerebelo - nestres dois órgãos a substância cinzenta encontra-se disposta mais 
superficalmente e a substância branca mais profundamente. O fato de o cerebelo apresentar 
características anatômicas muito parecidas com o cérebro justifica a distribuição igual de substâncias 
entre eles. 
 Tronco encefálico e medula espinhal - nestes dois órgãos a substância branca encontra-
se disposta mais superficalmente e a substância cinzenta mais profundamente. O fato de a medula 
espinhal ser anatomicamente uma continuidade do tronco encefálico pode justificar a distribuição 
igual de substâncias entre eles. 
 
Matéria branca 
(Axônio e mielina) 
Matéria cinzenta 
(Corpos celulares) 
 
60 
 
5.7 Tipos de sinapses 
O funcionamento do SN acorre mediante a transmissão de impulsos nervosos, um impulso nervoso 
é transmitido através das sinapses. 
 Sinapse é o ponto de contato entre duas células para a propagação do impulso nervoso. 
Figura 5: Sinapse 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 Existem dois tipos de sinapses: 
• Sinapse química – a propagação do impulso nervoso depende da liberação de mediador 
químico (chamado neurotransmissor). 
• Sinapse elétrica – a propagação do impulso nervoso depende da mudança de polaridade 
elétrica entre as células que estão se comunicando. 
5.8 Tipos de condução nervosa 
A propagação do impulso nervoso caracteriza dois tipos de condução, ou seja, existem duas 
maneiras do impulso nervoso ser conduzido e chegar até as células. Portanto, para entender melhor 
estes conceitos, é necessário compreender um processo denominado mielinização. 
 À medida que crescemos e nos desenvolvemos as células nervosas sofrem um processo de 
mielinização. Neste processo, os axônios são circundados por um revestimento de várias camadas 
de lipídios e proteínas chamadas de bainha de mielina, após este processo de mielinização, as 
SINAPSE 
 
61 
 
células se tornam mielínicas. A bainha de mielina se dispõe de maneira irregular ao longo do axônio, 
o intervalo entre a bainha de mielina é denominado “nó de Ranvier”. 
 
Mielinização – Se refere à deposição da bainha de mielina nas células do sistema nervoso. A bainha de 
mielina acelera a propagação do impulso nervoso entre as células mielínicas. 
 
 Os dois tipos de Condução Nervosa são: 
• Condução Axonal - Quando o impulso nervoso percorre as células amielínicas, ou seja, que 
não foram mielinizadas, a condução percorre por todo o axônio e, por isso, ocorre de forma 
mais lenta. 
• Condução Saltatória - Quando o impulso nervoso percorre células mielínicas, ou seja, que 
foram mielinizadas; o impulso “‘salta” de intervalos a intervalos da bainha de mielina e, por 
isso, ocorre de forma mais rápida. 
 
CONDUÇÃO AXONAL CONDUÇÃO SALTATÓRIA 
Ocorre entre as células amielínicas (sem 
bainha de mielina) 
Ocorre entre as células mielínicas (com 
bainha de mielina) 
O impulso nervoso percorre todo o axônio 
O impulso nervoso “salta” os intervalos da 
bainha de mielina 
É mais lenta É mais rápida 
 
 
 
 
 
62 
 
 
Neste capítulo você viu que o sistema nervoso é responsável pelo controle de todos os outros sistemas do 
corpo humano. Anatomicamente, o sistema nervoso está dividido em Sistema Nervoso Central (SNC) e 
Sistema Nervoso Periférico (SNP). 
 O SNC se refere a um conjunto de estruturas nervosas localizadas dentro do esqueleto axial, são 
envolvidas pelas meninges e circundados pelo líquor (estruturas que garantem proteção ao sistema nervoso). 
O SNP está localizado fora do esqueleto axial e compreende os nervos, os gânglios e as terminações nervosas. 
 As células do sistema nervoso são classificadas em neurônios e células da glia, que compreendem os 
astrócitos, a micróglia e os oligodendrócitos. 
 Você viu, também, que existem dois tipos de sinapse: a química e a elétrica e, este é o mecanismo 
indispensável para a propagação do impulso nervoso e o controle das funções corporais. 
 É importante lembrar que existem dois tipos de condução nervosa, os quais estão relacionados à 
presença ou não de bainha de mielina entre as células. Um dos tipos é a condução axonal e o outro condução 
saltatória. 
 
 
Leia o artigo “Sistema

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